domingo, 31 de dezembro de 2017

Cristianismo 240 até 30-12-2017



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 24 de Dezembro de 2017

4.º Domingo do Advento

Festa da Igreja : 4.º Domingo do Advento - Ano B (semana IV do saltério)
Santo do dia : São Charbel Makhlouf, monge, eremita, +1898

Livro de 2.º Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16.
Quando David já morava em sua casa e o Senhor lhe deu tréguas de todos os inimigos que o rodeavam,
o rei disse ao profeta Natã: «Como vês, eu moro numa casa de cedro e a arca de Deus está debaixo de uma tenda».
Natã respondeu ao rei: «Faz o que te pede o coração porque o Senhor está contigo».
Nessa mesma noite, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome dos grandes da Terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel e nele o instalarei para que habite nesse lugar sem que jamais tenha receio e sem que os maus tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos. E o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Serei para ele um Pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».

Livro de Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável.

Carta aos Romanos 16,25-27.
Irmãos:
Seja dada glória a Deus que tem o poder de vos confirmar, segundo o Evangelho que eu proclamo, anunciando Jesus Cristo. Esta é a revelação do mistério que estava encoberto desde os tempos eternos,
mas agora foi manifestado e dado a conhecer a todos os povos pelas escrituras dos Profetas, segundo a ordem do Deus eterno, para que eles sejam conduzidos à obediência da fé.
A Deus, o único sábio, por Jesus Cristo, seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.

Evangelho segundo São Lucas 1,26-38.
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Liturgia bizantina
Hino Acatistos à Mãe de Deus (séc. VII)
«Ave, cheia de graça»
Do céu foi enviado um arcanjo eminente para dizer à Mãe de Deus: «Alegra-te!» Quando Te viu, Senhor, incarnar à sua voz, exclamou surpreendido e encantado:

Alegra-te, porque em ti brilha a alegria da salvação.
Alegra-te, pois por ti o mal desapareceu.
Alegra-te, porque ergues Adão da sua queda.
Alegra-te, porque Eva também já não chora.
Alegra-te, montanha inacessível aos pensamentos dos homens.
Alegra-te, abismo insondável aos próprios anjos.
Alegra-te, porque te tornaste o trono e o palácio do Rei.
Alegra-te, pois acolhes em ti Aquele que tudo pode.
Alegra-te, estrela que anuncias o nascer do Sol.
Alegra-te, porque em teu seio Deus tomou a nossa carne.
Alegra-te, pois por ti toda a criação é renovada.
Alegra-te, pois por ti o Criador fez-Se menino.
Alegra-te, Esposa que não foste desposada.

A Puríssima, conhecendo o seu estado virginal, respondeu confiadamente ao anjo Gabriel: «Que estranha maravilha essa que dizes, incompreensível para a minha alma; como poderei conceber sem semente para engravidar, como estás a dizer?» Aleluia, aleluia, aleluia!
Para compreender este mistério desconhecido, a Jovem dirige-se ao servidor de Deus e pergunta-lhe como pode um Filho ser concebido nas suas castas entranhas. Cheio de respeito, o anjo aclama-a:

Alegra-te, pois Deus revela-te os seus desígnios inefáveis.
Alegra-te, confiança dos que rezam em silêncio.
Alegra-te, porque és a primeira das maravilhas de Jesus Cristo.
Alegra-te, pois em ti são recapituladas as doutrinas divinas.
Alegra-te, escada pela qual Deus desce do Céu.
Alegra-te, ponte que nos conduz da Terra ao Céu.
Alegra-te, inesgotável admiração dos anjos.
Alegra-te, ferida incurável para os demónios.
Alegra-te, pois geras a luz de forma inexprimível.
Alegra-te, pois não revelas o segredo a ninguém.
Alegra-te, porque ultrapassas a sabedoria dos sábios.
Alegra-te, porque iluminas a inteligência dos crentes.
Alegra-te, Esposa que não foste desposada.

Então o poder do Altíssimo cobriu com a sua sombra a Jovem que não tinha sido desposada, para a levar a conceber. E o seu seio fecundado tornou-se um jardim de delícias para os que nele querem colher a salvação, cantando: Aleluia, aleluia, aleluia!


Segunda-feira, dia 25 de Dezembro de 2017

NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO - Solenidade com Oitava - Missa do Dia

Festa da Igreja : Natal do Senhor (ofício próprio)
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Isaías 52,7-10.
Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei».
Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria porque vêem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião.
Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém.
O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da Terra verão a salvação do nosso Deus.

Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Carta aos Hebreus 1,1-6.
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas.
Nestes dias, que são os últimos (daquela era espacial), falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo.
Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus
e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança.
Na verdade, a qual dos Anjos disse Deus alguma vez: "Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei"? E ainda: "Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho"?
E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: "Adorem-n'O todos os Anjos de Deus".

Evangelho segundo São João 1,1-18.
No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d'Ele e sem Ele nada foi feito.
N'Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu e os seus não O receberam.
Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d'Ele, exclamando: "Era deste que eu dizia: 'O que vem depois de mim passou à minha frente porque existia antes de mim'".
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Venerável Pio XII (1876-1958), Papa
Encíclica «Mystici Corporis Christi » (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)
E o Verbo fez-Se carne
O Filho unigénito de Deus já antes do princípio do mundo nos abraçou no seu infinito conhecimento e eterno amor. Amor que demonstrou palpavelmente e de modo verdadeiramente assombroso assumindo a nossa natureza em unidade hipostática; donde se segue, como nota candidamente Máximo de Turim que «em Jesus Cristo é a nossa própria carne que nos ama» (Sermão 29).
Esse amorosíssimo conhecimento que o divino Redentor de nós teve desde o primeiro instante da sua incarnação excede tudo quanto a razão humana pode alcançar; pois que, pela visão beatífica de que gozou apenas concebido no seio de sua Mãe Santíssima, Ele tem continuamente presentes todos os membros do seu corpo místico e a todos abraça com amor salvífico.
Oh admirável condescendência da divina bondade para connosco! Oh inconcebível desígnio da imensa caridade! No presépio, na cruz, na glória sempiterna do Pai, Jesus Cristo vê e abraça todos os membros da Igreja muito mais claramente, com muito maior amor do que a mãe o filho que tem no regaço, do que cada um de nós se conhece e se ama a si mesmo.


Terça-feira, dia 26 de Dezembro de 2017

Santo ESTÊVÃO, primeiro mártir - Festa

Santo do dia : Santo Estêvão, diácono, primeiro mártir, séc. I

Livro dos Actos dos Apóstolos 6,8-10.7,54-59.
Naqueles dias, Estêvão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes prodígios e milagres entre o povo.
Entretanto, alguns membros da sinagoga chamada dos Libertos, oriundos de Cirene, de Alexandria, da Cilícia e da Ásia, vieram discutir com Estêvão,
mas não eram capazes de resistir à sabedoria e ao Espírito Santo com que ele falava.
Ao ouvirem estas palavras, estremeciam de raiva em seu coração e rangiam os dentes contra Estêvão.
Mas ele, cheio do Espírito Santo, de olhos fitos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus Cristo de pé à sua direita e exclamou:
e exclamou: «Vejo o Céu aberto e o Filho do homem de pé à direita de Deus».
Então levantaram um grande clamor e taparam os ouvidos; depois atiraram-se todos contra ele,
empurraram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas colocaram os mantos aos pés de um jovem chamado Saulo.
Enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito».

Livro de Salmos 31(30),3cd-4.6.8ab.16bc.17.
Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.

Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia
porque conhecestes as angústias da minha alma.

Livrai-me das mãos dos meus inimigos.
e de quantos me perseguem.
Fazei brilhar sobre mim a vossa presença,
salvai-me pela vossa bondade.

Evangelho segundo São Mateus 10,17-22.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus apóstolos: «Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas.
Por minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações.
Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer;
pois não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós.
O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão-de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte.
E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
Sermão para a festa de Santo Estêvão (Leccionário)
«Por causa do meu nome»
Temos ainda nos braços o filho da Jovem [...], os anjos cantam ainda a glória de Deus e os pastores rejubilam. [...] Quem poderia afastar os olhos de tal nascimento? Ora, enquanto nos maravilhamos, eis que Estêvão, cheio de graça e de poder, realiza sinais e prodígios no meio do povo (At 6,8). Deveremos afastar-nos do rei para lançar os olhos para o soldado? Mas é o próprio rei que a isso nos convida: o Filho do rei assiste, na dor do seu coração, ao combate do seu soldado vitorioso. [...]
Estêvão, cheio de graça e de poder, revestido de graça e protegido pelo escudo do poder divino, realizava grandes sinais e prodígios no meio do povo. Então alguns levantaram-se contra esta testemunha (At 6,8). Mas a voz do homem livre ergue-se e, com base nos livros deles, apresenta-lhes a palavra da verdade. O Espírito de Deus toma conta do mártir [...]; ele olha para o céu, mas já não é o céu que vê: vê, diz, os céus abertos e Jesus à direita do poder de Deus (At 7,58). [...] O Senhor está de pé com aquele que está de pé, combate com aquele que luta, é lapidado naquele que lapidam. [...] Sim, com razão merece o primeiro lugar entre os mártires aquele que exprime de forma tão admirável a sua semelhança com o Senhor suspenso da cruz. Estêvão grita com voz forte: «Senhor, não lhes imputes este pecado!» (At 7,60; cf Lc 23,34). Grande é o seu grito porque grande é o seu amor. Adormece no Senhor [...] e repousa nos braços de Deus.


Quarta-feira, dia 27 de Dezembro de 2017

São JOÃO, apóstolo e evangelista - Festa

Santo do dia : São João, Apóstolo e Evangelista

1.ª Carta de São João 1,1-4.
Caríssimos: O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos, o que tocámos com as nossas mãos acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos.
Porque a Vida manifestou-Se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna que estava junto do Pai e nos foi manifestada.
Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos para que estejais também em comunhão connosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa.

Livro de Salmos 97(96),1-2.5-6.11-12.
O Senhor é rei: exulte a Terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.

Derretem-se os montes como cera
diante do senhor de toda a Terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.

A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações rectos.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.

Evangelho segundo São João 20,2-8.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena (= de Magdala) foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus Cristo e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus Cristo, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Comentário sobre São João
A luz da Verdade imutável
O símbolo de João é a águia. Eis porquê: os outros três evangelistas ocuparam-se do que Jesus Cristo cumpriu na carne e são designados por seres vivos da terra, a saber, o homem, o touro e o leão; João, que voa como uma águia por sobre as nuvens da fragilidade humana, contempla a luz da Verdade imutável com os olhos do coração, com o mais penetrante e firme olhar que é possível ao homem. Atento à divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual Ele é igual ao Pai, João esforçou-se principalmente, no seu Evangelho, por a manifestar, tanto quanto, sendo um homem entre os homens, acreditou ser necessário. Desse voo de João, diz-se no Livro de Job: «A águia [isto é, João] levanta voo» (Jb 39,27), e ainda: «os seus olhos descobrem à distância» (Jb 39,29) porque, com o olhar do espírito, ele contempla o próprio Verbo de Deus no seio do Pai.
O privilégio de João foi ser, de entre todos os discípulos do Senhor, o mais amado por Jesus Cristo: João foi de facto «o discípulo que Jesus Cristo amava» (Jo 21,20), como ele próprio disse sem se nomear. Jesus Cristo revelou portanto os seus segredos de maneira muito especial a este discípulo muito especialmente amado. Foi ele quem, vendo com maior perfeição a luz do Verbo, no-la manifestou dizendo: «O Verbo era a luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9).


Quinta-feira, dia 28 de Dezembro de 2017

SANTOS INOCENTES, mártires - Festa

Santo do dia : Santos Inocentes, mártires, séc. I

1.ª Carta de São João 1,5-10.2,1-2.
Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e n’Ele não há trevas.
Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a maldade.
Se dissermos que não pecamos, fazemos d’Ele um mentiroso e a sua palavra não está em nós.
Meus filhos, escrevo-vos isto para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai.
Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.

Livro de Salmos 124(123),2-3.4-5.7b-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.

As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.

Quebrou-se a armadilha e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor,
que fez o céu e a Terra.

Evangelho segundo São Mateus 2,13-18.
Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto; fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar».
José levantou-se de noite, tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto
e ficou lá até à morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta: «Do Egipto chamei o meu filho».
Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos, encheu-se de grande furor e mandou matar em Belém e no seu território todos os meninos de dois anos ou menos, conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado.
Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer:
«Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim: Raquel chora seus filhos e não quer ser consolada porque eles já não existem».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, copadroeira da Europa
Meditação para o dia 6 de Janeiro de 1941
Os Santos Inocentes, pobres como Cristo foi pobre
Pouco depois de Santo Estêvão, o primeiro mártir, temos as «flores martyrum», as flores dos mártires, esses pequenos botões que foram arrancados antes de estarem maduros para se oferecerem. De acordo com uma piedosa tradição, a graça adiantou-se ao desenvolvimento natural destas crianças inocentes, proporcionando-lhes a compreensão daquilo que estava a suceder-lhes, a fim de as tornar capazes de uma doação livre de si mesmas e lhes garantir a recompensa reservada aos mártires. Apesar disso, não se assemelham ao confessor da fé que já chegou ao estado adulto e que, com coragem heróica, abraça a causa de Jesus Cristo. Entregues sem defesa, assemelham-se antes às «ovelhas conduzidas ao matadouro» (Is 53,7; At 8,32).
Elas são, pois a imagem da pobreza extrema. O único bem que possuem é a própria vida que, nesta altura, lhes arrebatam sem que elas ofereçam resistência. Rodeiam o presépio, para nos mostrar de que natureza é a mirra que devemos oferecer ao divino Menino: aquele que deseja pertencer-Lhe por completo terá de se entregar a Ele com total desprendimento de si mesmo, abandonando-se à vontade divina como estas crianças.


Sexta-feira, dia 29 de Dezembro de 2017

5.º Dia da Oitava do Natal

Santo do dia : São Tomás Becket, bispo, mártir, +1170

1.ª Carta de São João 2,3-11.
Caríssimos: Nós sabemos que conhecemos Jesus Cristo, se guardamos os seus mandamentos.
Aquele que diz conhecê-l’O e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele.
Mas se alguém guarda a sua palavra, nesse o amor de Deus é perfeito. Nisto reconhecemos que estamos n’Ele.
Quem diz que permanece n’Ele deve também proceder como Ele procedeu.
Caríssimos, não vos escrevo um mandamento novo, mas um mandamento antigo, que recebestes desde o princípio. Este mandamento antigo é a palavra que ouvistes.
No entanto, é um mandamento novo que vos escrevo — o que é verdadeiro n’Ele e em vós— porque as trevas estão a passar e já brilha a luz verdadeira.
Quem diz que está na luz e odeia o seu irmão ainda se encontra nas trevas.
Quem ama o seu irmão permanece na luz e não há nele ocasião de pecado.
Mas quem odeia o seu irmão encontra-se nas trevas, caminha nas trevas e não sabe para onde vai porque as trevas lhe cegaram os olhos.

Livro de Salmos 96(95),1-2a.2b-3.5b-6.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira.
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.

Anunciai dia a dia a sua salvação,
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

Foi o Senhor quem fez os céus:
diante d’Ele a honra e a majestade,
no seu templo o poder e o esplendor.

Evangelho segundo São Lucas 2,22-35.
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: "Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor"
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus Cristo trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servidor porque os meus olhos viram a nossa salvação
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d'Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
- e uma espada trespassará a sua alma (de Jesus Cristo) - assim se revelarão os pensamentos de todos os corações".

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
«A Árvore da Vida», n.º 7
Recebe o Menino nos braços
O Mestre da perfeita humildade não Se contentou, Ele que era em tudo igual a seu Pai, com submeter-Se à mais humilde das jovens; submeteu-Se também à Lei, a fim de resgatar e libertar da escravidão da corrupção «os que se encontravam sob o domínio da Lei» (Gal 4,5) «para alcançarem a liberdade na glória dos filhos de Deus» (Rom 8,21). E quis ainda que sua Mãe, embora puríssima, observasse a lei da purificação. Redentor de todos, quis ser Ele próprio resgatado como primogénito, apresentado no Templo de Deus e quis que se oferecesse uma vítima por Ele em presença dos justos que exultaram de alegria.
Exulta, pois, também tu, com este santo velho e com Ana, mulher de tanta idade. Corre adiante da Mãe e do Menino e que o amor triunfe sobre a vergonha, que o afecto expulse o temor. Recebe o Menino nos teus braços e diz com a Esposa: «Abracei-O e não O largarei» (Cant 3,4). Deixa-te levar pelos transportes do santo velho e canta com ele: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servidor.»


Sábado, dia 30 de Dezembro de 2017

6.º Dia da Oitava do Natal

Santo do dia : Beata Margarida Colona, religiosa, +1280

1.ª Carta de São João 2,12-17.
Escrevo-vos, meus filhos, porque os vossos pecados foram perdoados, pelo nome de Jesus.
Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque vencestes o Maligno.
Escrevo-vos, meus filhos, porque conheceis o Pai. Escrevo-vos, pais, porque conheceis Aquele que existe desde o princípio. Escrevo-vos, jovens, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós e vencestes o Maligno.
Não ameis o mundo nem o que existe no mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.
Porque tudo o que há no mundo - concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e orgulho da riqueza - não vem do Pai, mas do mundo.
Ora o mundo passa com as suas concupiscências, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente.

Livro de Salmos 96(95),7-8a.8b-9.10.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.

Levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios,
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a Terra inteira.

Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.

Evangelho segundo São Lucas 2,36-40.
Quando os pais de Jesus Cristo levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Áser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 147, sobre o mistério da Encarnação
Finalmente, Ana vê a Deus no seu Templo
Como pode o homem, com o seu olhar tão limitado, abranger o Deus que o mundo não consegue abarcar? O amor não se incomoda em saber se uma coisa é adequada, conveniente ou possível. O amor [...] ignora a medida. Não se consola com o pretexto de que é impossível; a dificuldade não o detém [...]. O amor não consegue deixar de ver quem ama. [...] Como pode alguém acreditar que é amado por Deus sem O contemplar? Assim o amor que deseja estar na presença de Deus, mesmo que não seja racional, é inspirado pela intuição do coração. Foi por isso que Moisés ousou dizer: «Se alcancei graça aos teus olhos, revela-me as tuas intenções» (Ex 33,13s) e o salmista: «Mostra-nos o teu rosto» (79,4). [...]
Por conseguinte, conhecendo o desejo que os homens têm de estar na Sua presença, Deus escolheu, para Se tornar visível, um meio que beneficiasse todos os habitantes da Terra, sem com isso prejudicar o Céu. Pode a criatura que Deus fez semelhante a Si neste mundo ser considerada pouco digna no Céu? «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança», disse Deus (Gn 1,26). [...] Se Deus tivesse adoptado a forma de um anjo, ter-Se-ia mantido invisível; se, em contrapartida, tivesse incarnado numa natureza inferior à do homem, teria ofendido a divindade e teria rebaixado o homem, em vez de o elevar. Portanto, que ninguém, irmãos muito amados, considere uma ofensa a Deus o facto de Ele ter vindo aos homens como homem e de ter encontrado este meio para ser visto por nós.
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