sábado, 28 de julho de 2012

Cristianismo 70


=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Domingo, dia 22 de Julho de 2012

16º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Diz o Senhor: «Ai dos pastores que dispersam e extraviam o rebanho das minhas pastagens!»
Pois assim fala o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: «Dispersastes as minhas ovelhas, afugentaste-las e não vos ocupastes delas. Por isso Eu vou ocupar-me de vós, pedir-vos contas do vosso mau procedimento – oráculo do Senhor.
Reunirei o que restar das minhas ovelhas espalhadas pelas terras em que as exilei e fá-las-ei voltar às suas pastagens, onde crescerão e se multiplicarão.
Dar-lhes-ei pastores que as apascentarão de sorte que não terão medo nem sobressalto e nenhuma delas se perderá –oráculo do Senhor.
Dias virão em que farei brotar de David um rebento justo que será rei, governará com sabedoria e exercerá no país o direito e a justiça – oráculo do Senhor.
Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Então será este o seu nome: ‘O Senhor – é – nossa – Justiça!’
Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo.
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Carta aos Efésios 2,13-18.
Irmãos: Foi em Cristo Jesus que vós, que outrora estáveis longe de Deus, estais agora perto, graças ao sangue de Jesus Cristo.
Com efeito, Ele é a nossa paz; Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade na sua carne,
anulou a lei que contém os mandamentos em forma de prescrições para, a partir do judeu e do pagão, criar em si próprio um só homem novo, fazendo a paz
e para os reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando assim a inimizade.
E na sua vinda, anunciou a paz, a vós, que estáveis longe e paz àqueles que estavam perto.
Porque é por Ele que uns e outros, num só Espírito, temos acesso ao Pai.
Evangelho segundo S. Marcos 6,30-34.
Naquele tempo, os Apóstolos reuniram-se a Jesus Cristo e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Disse-lhes então: «Vinde, retiremo-nos para um lugar desértico e descansai um pouco.» porque eram tantos os que iam e vinham que nem tinham tempo para comer.
Foram, pois, no barco, para um lugar isolado, sem mais ninguém.
Ao vê-los afastar, muitos perceberam para onde iam e de todas as cidades acorreram a pé, àquele lugar e chegaram primeiro que eles.
Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles porque eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensinar-lhes muitas coisas.
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo Pedagogo, I, 9; SC 70
«Teve compaixão deles, por eram como ovelhas sem pastor»
Salvar é um acto de bondade. «A misericórdia divina estende-se a todo o ser vivo: repreende, corrige, ensina e reconduz como pastor o seu rebanho. Ele Se compadece daqueles que recebem os Seus ensinamentos e dos que se apressam a cumprir os Seus preceitos» (Sir18,13ss). […]
Os sãos não têm necessidade do médico enquanto estiverem bem; os doentes, pelo contrário, recorrem à sua arte. Da mesma maneira, nesta vida, nós estamos doentes pelos nossos desejos censuráveis, pelas nossas intemperanças [...] e outras paixões: temos necessidade de um Salvador. [...] Nós, os doentes, temos necessidade do Salvador; extraviados, necessitamos de quem nos guie; cegos, de quem nos dê luz; sedentos, da fonte de água viva porque «quem beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede» (Jo 4,14). Mortos, precisamos da vida; rebanho, do pastor; crianças, de um educador: sim, toda a humanidade tem necessidade de Jesus Cristo. […]
«Cuidarei da que está ferida e tratarei da que está doente. Vigiarei sobre a que está gorda e forte. A todas apascentarei com justiça» (Ez 34,16). Tal é a promessa do bom pastor que nos apascenta como a um rebanho, a nós que somos pequeninos. Mestre, dá-nos com abundância o Teu pasto que é a justiça! Sê o nosso pastor e conduz-nos até à Tua montanha santa, até à Igreja que se eleva, que domina as nuvens, que toca os céus. «Eis que Eu mesmo cuidarei das Minhas ovelhas e me interessarei por elas» (cf Ez 34). [...] «Eu não vim para ser servido, mas para servir». É por isso que o Evangelho O mostra cansado, Ele que se afadiga por nós e que promete «dar a Sua vida para resgatar a multidão» (Jo 4,5; Mt 20,28).
2-Segunda-feira, dia 23 de Julho de 2012

Santa Brígida

Santo do dia : Santa Brígida, religiosa, patrona da Europa, +1373 Carta aos Gálatas 2,19-20.
Irmãos: É que eu pela Lei morri para a Lei a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Jesus Cristo.
Já não sou eu que vivo, mas é Jesus Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim.
Livro de Salmos 32(31),2-3.4-5.6-7.8-9.10-11.
Em todo o tempo e lugar bendirei o Senhor

Em toda a hora bendirei o Senhor
o Seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor;
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o Seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os de perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n'Ele se refugia.

Adorai o Senhor, vós, os seus fiéis
porque nada falta aos que O adoram.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor
não faltará riqueza alguma.
Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto para que dê mais fruto ainda.
Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado.
Permanecei em mim que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em mim, é lançado fora como um ramo e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo e ardem.
Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e assim vos acontecerá.
Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.»
Papa Bento XVI Audiência geral de 27/10/2010
Santa Brígida e a Igreja doméstica
O primeiro período na vida desta santa foi caracterizado pelo seu casamento feliz. O marido chamava-se Ulf e governava um importante território do Reino da Suécia. O casamento durou vinte e oito anos até à morte de Ulf. Deste casamento nasceram oito filhos, a segunda dos quais, Catarina, é venerada como santa. Eis um sinal eloquente do empenho educativo de Brígida para com os seus filhos. […]
Brígida, que tinha direcção espiritual com um religioso erudito que a introduziu no estudo das Escrituras, exerceu uma influência muito positiva naquela família que, graças à sua presença, se tornou uma verdadeira «Igreja Doméstica». Juntamente com o marido, adoptou a Regra dos Terciários franciscanos. Praticava generosamente obras de caridade em prol dos pobres e fundou um hospital. Com a esposa, Ulf aprendeu a melhorar o seu carácter e a progredir na vida cristã. No regresso de uma longa peregrinação a Santiago de Compostela [...], o casal decidiu viver na abstinência; mas, pouco tempo depois, na paz de um mosteiro para onde se tinha retirado, Ulf terminou a sua vida terrena.
Este primeiro período da vida de Brígida ajuda-nos a apreciar o que poderíamos definir hoje como uma verdadeira «espiritualidade conjugal»: em conjunto, os dois elementos de um casal cristão podem percorrer um caminho de santidade, apoiados na graça do sacramento do matrimónio. Muitas vezes, como foi o caso da vida de Santa Brígida e de Ulf, é a mulher que, com a sua sensibilidade religiosa, a sua delicadeza e a sua doçura, consegue levar o marido a percorrer um caminho de fé. Penso reconhecidamente em muitas mulheres que também hoje iluminam, dia após dia, as suas famílias com o seu testemunho de vida cristã. Que o Espírito do Senhor possa suscitar, também nos nossos tempos, a santidade dos casais cristãos para mostrar ao mundo a beleza do casamento vivido segundo os valores do Evangelho: o amor, a ternura, a ajuda recíproca, a fecundidade na geração e educação dos filhos, a abertura e a solidariedade para com o mundo, a participação na vida da Igreja.
Terça-feira, dia 24 de Julho de 2012

Terça-feira da 16ª semana do Tempo Comum

Apascenta com o cajado o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam isolados nas florestas no meio dos prados. Sejam eles apascentados em Basan e Guilead como nos dias antigos.Mostra-nos os teus prodígios, como nos dias em que nos tiraste do Egipto.
Qual é o Deus que, como Tu, apaga a iniquidade e perdoa o pecado do resto da sua herança? Não se obstina na sua cólera porque prefere a bondade.
Uma vez mais, terá compaixão de nós, apagará as nossas iniquidades e lançará os nossos pecados ao fundo do mar.
Mostrarás a tua fidelidade a Jacob e a tua bondade a Abraão como juraste a nossos pais desde os tempos antigos.
Livro de Salmos 85(84),2-4.5-6.7-8.
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia.

Senhor, Tu abençoaste a tua terra;
restauraste a prosperidade de Jacob.
Perdoaste as culpas do teu povo,
esqueceste todas as suas faltas;
acalmaste a tua indignação,
dominaste o furor da tua ira.

Volta-te para nós, ó Deus, nosso salvador,
afasta de nós a tua indignação!
Estarás para sempre indignado contra nós
ou irás prolongar pelos séculos o teu furor?
Não tornarás a dar-nos a vida
para que o teu povo se alegre em ti?
Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia,
concede-nos a tua salvação.
Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo estava a falar à multidão, apareceram sua mãe e seus irmãos que, do lado de fora, procuravam falar-lhe.
Disse-lhe alguém: «A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.»
Jesus Cristo respondeu ao que lhe falara: «Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?»
E indicando com a mão os discípulos, acrescentou: «Aí estão minha mãe e meus irmãos;
pois todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.»
São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol Escritos espirituais 10/4/1938
«Todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe»
Querer somente o que Deus quer, é lógico para quem está verdadeiramente apaixonado por Ele. Fora dos Seus desejos, nós nada desejamos e se desejássemos, era apenas o que é conforme à Sua vontade; se assim não fosse, a nossa vontade não estaria unida à Sua. Mas, se estivermos verdadeiramente unidos por amor à Sua vontade, não desejaremos nada que Ele não deseje, não amaremos nada que Ele não ame e, abandonados à Sua vontade, ser-nos-á indiferente o que Ele nos envie ou onde nos coloque. Tudo o que Ele quiser de nós ser-nos-á, não apenas indiferente mas, mais do que isso, agradável.
Não sei se me engano em tudo o que digo; submeto-me em tudo Àquele que entende estas coisas; digo somente o que sinto. Na verdade, não desejo mais nada a não ser amá-Lo e tudo o resto entrego nas Suas mãos. Faça-se a Sua vontade! A cada dia me sinto mais feliz no meu completo abandono nas Suas mãos.
Quarta-feira, dia 25 de Julho de 2012

S. Tiago, apóstolo – festa

Santo do dia : S. Tiago Maior, apóstolo, mártir, S. Cristóvão, mártir, séc. III 2ª Carta aos Coríntios 4,7-15.
Irmãos: Nós trazemos, porém este tesouro em vasos de barro (o nosso corpo visível) para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso.
Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados.
Trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus Cristo para que também a vida de Jesus Cristo seja manifesta no nosso corpo.
Estando ainda vivos, estamos continuamente expostos à morte por causa de Jesus Cristo para que a vida de Jesus Cristo seja manifesta também na nossa carne mortal.
Assim em nós opera a morte e em vós a vida.
Animados do mesmo espírito de fé conforme o que está escrito: Acreditei e por isso falei, também nós acreditamos e por isso falamos,
sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus Cristo, também nos há-de ressuscitar com Jesus Cristo e nos fará comparecer diante dele junto de vós.
E tudo isto faço por vós para que a graça, multiplicando-se na comunidade, faça aumentar a acção de graças para a glória de Deus.
Livro de Salmos 126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Os que semeiam com lágrimas recolhem com alegria.

Quando o Senhor mudou o destino de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
A nossa boca encheu-se de sorrisos
e a nossa língua de canções.

Dizia-se então entre os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas!»
Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas;
por isso, exultamos de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos
como as torrentes do deserto.
Aqueles que semeiam com lágrimas,
vão recolher com alegria.

À ida vão a chorar,
carregando e lançando as sementes;
no regresso cantam de alegria,
transportando os feixes de espigas.
Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.
Naquele tempo, aproximou-se então de Jesus Cristo a mãe dos filhos de Zebedeu com os seus filhos e prostrou-se diante dele para lhe fazer um pedido.
«Que queres?» perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos (Tiago e João) se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda no teu Reino.»
Jesus Cristo retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.»
Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder.
Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo e
quem, no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo.
Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.»
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja Homilias sobre os Evangelhos, nº 35
«Bebereis o Meu cálice»
Uma vez que hoje celebramos a festa dum mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de paciência praticada por ele. Com efeito, se com a ajuda do Senhor nos esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do martírio ainda que vivamos na paz da Igreja porque há dois tipos de martírio: o primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a essa disposição os actos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos perseguidores é o martírio em acto, na sua forma visível; suportar as injúrias amando quem nos odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Na verdade, bebereis o Meu cálice.» Ora que pode significar para nós este cálice senão os sofrimentos da Sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram os dois mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou por sê-lo todavia, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada se conservarmos a paciência da alma.
Quinta-feira, dia 26 de Julho de 2012

S. Joaquim e Santa Ana

Santo do dia : Santos Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora Livro de Eclesiástico 44,1.10-15.
Louvemos os homens ilustres, nossos antepassados, segundo as suas gerações.
Porém aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas.
Na sua descendência permanecem os seus bens e a sua herança passa à sua posteridade.
Os seus descendentes mantiveram-se fiéis à Aliança, os seus filhos também, graças a eles.
A sua posteridade permanecerá para sempre e a sua glória não terá fim.
Os seus corpos foram sepultados em paz e o seu nome vive de geração em geração;
Os povos proclamarão a sua sabedoria e a assembleia cantará os seus louvores.
Livro de Salmos 132(131),11.13-14.17-18.
O Senhor fez um juramento a David,
uma promessa a que não faltará:
«Hei-de colocar no teu trono
um descendente da tua família.

O Senhor escolheu Sião,
preferiu-a para sua morada:
«Este será para sempre o meu lugar de repouso,
aqui habitarei porque o escolhi.

Ali farei surgir descendência para David
e farei brilhar a luz do meu ungido.
Cobrirei de vergonha os seus inimigos,
mas sobre ele farei brilhar o seu diadema.»
Evangelho segundo S. Mateus 13,16-17.
Quanto a vós, ditosos os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem.
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver e não viram; ouvir o que estais a ouvir e não ouviram.»
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja Discursos sobre os Salmos, Sl 118, nº 20
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver»
O profeta diz no Salmo: «Minha alma definha na Tua salvação; espero na Tua palavra» (118,81). [...] Que exprime esse anseio senão «a raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus» (1Pe 2,9), cada um em sua época, em todos aqueles que viveram, que vivem e que viverão desde o início da humanidade até o fim do mundo? [...] É por isso que o próprio Senhor disse aos Seus discípulos: «Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver». É pois a voz deles que deve ser reconhecida neste Salmo. [...] Esse desejo nunca cessou nos santos e não cessa, mesmo agora, no «Corpo de Jesus Cristo que é a Igreja» (Col 1,18) até que venha «o Desejado de todas as nações» (Ag 2,8 Vulg). […]
Os primeiros tempos da Igreja, antes do parto da Virgem, tiveram por conseguinte santos que desejavam a vinda de Jesus Cristo na carne e o tempo em que estamos, depois da Sua ascensão, tem outros santos que desejam a manifestação de Jesus Cristo para julgar os vivos e os mortos. Nunca, desde o início até o fim dos tempos, este desejo da Igreja perdeu o seu ardor a não ser quando o Senhor viveu na Terra na companhia dos Seus discípulos.
Sexta-feira, dia 27 de Julho de 2012

Sexta-feira da 16ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Natália e companheiros, mártires, +852, Beata Maria Madalena Martinengo, abadessa, +1736, Beato Tito Brandsma, presbítero, mártir, +1942, S. Pantaleão, mártir, séc. III, S. Celestino I, +432 Livro de Jeremias 3,14-17.
Assim fala o Senhor: «Voltai, filhos rebeldes, porque Eu sou vosso Senhor.Tomar-vos-ei um de uma cidade e dois de uma família e hei-de reconduzir-vos a Sião.
Dar-vos-ei pastores, segundo o meu coração, que vos conduzirão com inteligência e sabedoria.
E quando vos multiplicardes e vos tornardes numerosos na Terra, então – oráculo do Senhor – não se falará mais na Arca da Aliança do Senhor; não lhes virá ao pensamento, não se lembrarão nem sentirão necessidade dela e não se fará outra.
Naquele tempo, chamarão a Jerusalém ‘Trono do Senhor’ e hão-de juntar-se a ela, a Jerusalém, em nome do Senhor, todas as nações e não voltarão a ir atrás da maldade dos seus corações perversos.
Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.
Como o pastor guarda o seu rebanho, assim nos guarda o Senhor.

Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'

Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião
e afluirão aos bens do Senhor.

Então a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los e aliviá-los das suas penas.
Evangelho segundo S. Mateus 13,18-23.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Escutai, pois a parábola do semeador.
Quando um homem ouve a palavra do Reino e não compreende, chega o maligno e apodera-se do que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente à beira do caminho.
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe, de momento, com alegria;
mas não tem raiz em si mesmo, é inconstante: se vier a tribulação ou a perseguição, por causa da palavra, sucumbe logo.
Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra que, por isso, não produz fruto.
E aquele que recebeu a semente em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende: esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta.»
São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho Ep 3, 579; CE 54
Dar fruto, desembaraçado dos cuidados deste mundo
Avança com simplicidade nas vias do Senhor e não te preocupes. Odeia os teus defeitos, sim, mas tranquilamente, sem agitação nem inquietação. Há que ter paciência e tirar proveito deles com santa humildade. Se não houver paciência, em lugar de desaparecerem, as tuas imperfeições apenas crescerão, pois não há nada que aumente tanto os nossos defeitos como a inquietação e a obsessão de nos libertarmos deles.
Cultiva a tua vinha de comum acordo com Jesus Cristo. Cabe-te a ti a tarefa de retirar as pedras e arrancar os espinhos. A Jesus Cristo cabe a de semear, plantar, cultivar e regar. Mas mesmo no teu trabalho, é Ele que actua. Porque sem Jesus Cristo não conseguirias fazer nada.
Sábado, dia 28 de Julho de 2012

Sábado da 16ª semana do Tempo Comum

A palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias nestes termos:
«Coloca-te à porta do templo do Senhor e proclama aí este discurso: “Escutai a palavra do Senhor, habitantes de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor.
Assim fala o Senhor do universo, o Deus de Israel: Endireitai os vossos caminhos e emendai as vossas obras e Eu habitarei convosco neste lugar.
Não vos fieis em palavras de mentira, dizendo: ‘Templo do Senhor, templo do Senhor! Este é o templo do Senhor’.
Mas, se endireitardes os vossos caminhos e emendardes as vossas obras, se verdadeiramente praticardes a justiça uns com os outros,
se não oprimirdes o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes neste lugar o sangue inocente, se não seguirdes, para vossa desgraça, deuses estrangeiros,
então Eu permanecerei convosco neste lugar, nesta terra que dei desde sempre e para sempre a vossos pais.
Contudo, eis que vos enganais a vós mesmos, confiando em palavras vãs, que de nada vos servirão.
Roubais, matais, cometeis adultérios, jurais falso, ofereceis incenso a Baal e procurais divindades que vos são desconhecidas;
e depois, vindes apresentar-vos diante de mim, neste templo, onde o meu nome é invocado, e exclamais: ‘Estamos salvos!’ Mas seguidamente voltais a cometer todas essas abominações.
Porventura, este templo, onde o meu nome é invocado, é a vossos olhos, um covil de ladrões? Ficai sabendo que Eu vi todas estas coisas – oráculo do Senhor.
Livro de Salmos 84(83),3.4.5-6a.8a.11.
Como é agradável a vossa morada, Senhor do Universo!

A minha alma suspira
pelos átrios do Senhor;
o meu coração e a minha carne
cantam de alegria ao Deus vivo!

Até os pássaros encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos teus altares, Senhor do universo,
meu rei e meu Deus.
Felizes os que habitam na tua casa
e te louvam sem cessar.
Felizes os que em ti encontram a sua força
e os que desejam peregrinar até ao monte Sião.

Um dia em teus átrios vale por mil;
antes quero ficar no limiar da casa do meu Deus
do que habitar nas tendas dos maus.
Evangelho segundo S. Mateus 13,24-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo propôs à multidão mais esta parábola: «O Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo.
Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se.
Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio.
Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois o joio?’
'Foi algum inimigo meu que fez isto’ respondeu ele. Disseram-lhe os servos: 'Queres que vamos arrancá-lo?’
Ele respondeu: 'Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo.
Deixai um e outro crescer juntos até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado e recolhei o trigo no meu celeiro.’»
(trigo = homens e mulheres bons;
joio = homens e mulheres maus;
celeiro = universo de Deus) Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra Sermões pregados em várias ocasiões, n°9, 2.6
«Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa»
Há escândalos na Igreja, coisas repreensíveis e vergonhosas; nenhum católico poderá negá-lo. Ela sempre incorreu na censura e na vergonha de ser mãe de filhos indignos; ela tem filhos que são bons e tem muitos mais que são maus. [...] Deus poderia ter instituído uma Igreja pura; mas previu que o joio semeado pelo inimigo permaneceria com o trigo até à ceifa, até ao fim do mundo. Afirmou que a Sua Igreja seria semelhante a uma rede de pescador «que apanha toda a espécie de peixes», que apenas são separados à noite (Mt 13,47ss). Indo mais longe, declarou que os maus e os imperfeitos seriam em maior número que os bons «porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos» (Mt 22,14) e o Seu apóstolo diz que «aqueles que foram reservados segundo a escolha da graça, foram salvos» (Rm 11,5). Percebe-se assim que, na história e na vida dos católicos, há sempre muito para servir os interesses dos contraditores. […]
Mas não baixamos a cabeça com vergonha, escondendo o rosto entre as mãos: levantamos as mãos e o rosto em direcção ao Redentor. «Assim como os olhos dos servos se fixam na mão dos seus senhores [...] assim também os nossos olhos estão postos no Senhor nosso Deus até que Ele tenha piedade de nós» (Sl 122,2). [...] Apelamos a Ti, justo juiz, pois és Tu que olhas para nós. Não fazemos caso dos homens enquanto Te tivermos [...], enquanto tivermos a Tua presença nas nossas assembleias, o Teu testemunho e a Tua aprovação no nosso coração.

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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cristianismo 69


=CRISTIANISMO=


«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Saúda-vos com amizade a equipa de Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Domingo, dia 15 de Julho de 2012


15º Domingo do Tempo Comum - Ano B


Festa da Igreja : Décimo Quinto Domingo do Tempo Comum (semana III do Saltério)
Santo do dia :
S. Boaventura, bispo, Doutor da Igreja, +1274, Beata Ana Maria Javouhey, virgem, fundadora, +1851 Livro de Amós 7,12-15.

Naqueles dias, Amasias, sacerdote de Betel, disse a Amós: "Sai daqui, vidente, foge para a terra de Judá e come lá o teu pão, profetizando.
Mas não continues a profetizar em Betel porque aqui é o santuário do rei e o templo do reino."
Amós respondeu a Amacias: "Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era pastor e cultivava frutos de sicómoros.
O SENHOR pegou em mim quando eu andava atrás do meu rebanho e disse-me: 'Vai e profetiza ao meu povo de Israel'.

Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.

Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor e dai-nos a vossa salvação.
Deus promete paz para o seu povo e para os seus amigos
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que o adoram
e a sua glória habitará na nossa terra.

O amor e a fidelidade vão encontrar-se.
Vão beijar-se a justiça e a paz.
Da terra vai brotar a verdade
e a justiça descerá do Céu.

O próprio Senhor nos dará os seus bens
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará diante d'Ele
e a paz, no rasto dos seus passos.
Carta aos Efésios 1,3-14.

Irmãos: Bendito seja o Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que no alto do Céu nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Jesus Cristo.
Foi assim que Ele nos escolheu em Jesus Cristo antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença, no amor.
Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com o beneplácito da sua vontade,
para que seja prestado louvor à glória da sua graça que gratuitamente derramou sobre nós, no seu Filho bem amado.
É em Jesus Cristo, pelo seu sangue, que temos a redenção, o perdão dos pecados em virtude da riqueza da sua graça
que Ele abundantemente derramou sobre nós com toda a sabedoria e inteligência.
Manifestou-nos o mistério da sua vontade e o plano generoso que tinha estabelecido
para conduzir os tempos à sua plenitude: submeter tudo a Jesus Cristo, reunindo nele o que há no céu e na Terra.
Foi também em Jesus Cristo que fomos escolhidos como sua herança, predestinados de acordo com o desígnio daquele que tudo opera, de acordo com a decisão da sua vontade,
para que nos entreguemos ao louvor da sua glória, nós que previamente pusemos a nossa esperança em Jesus Cristo.
Foi nele ainda que vós ouvistes a palavra da verdade, o Evangelho que vos salva. Foi nele ainda que acreditastes e fostes marcados com o selo do Espírito Santo prometido,
o qual é garantia da nossa herança para que dela tomemos posse, na redenção, para louvor da sua glória.


Evangelho segundo S. Marcos 6,7-13.

Naquele tempo, Jesus Cristo chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos malignos.
Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto;
que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas.
E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali.
E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem; ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés em testemunho contra eles.»
Eles partiram e pregavam o arrependimento,
expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.

Beato João Paulo II (1920-2005), papa Mensagem para a 42ª Jornada mundial de oração pelas vocações 17/04/2005 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

«Pela primeira vez enviou-os»

Jesus Cristo disse a Pedro: «Duc in altum – Faz-te ao largo» (Lc 5,4) Pedro e os seus primeiros companheiros confiaram na palavra de Jesus Cristo e lançaram as suas redes. [...] Quem abre o seu coração a Jesus Cristo não só compreende o mistério da sua própria existência, mas também o da sua vocação e amadurece excelentes frutos de graça. [...] Vivendo o Evangelho na sua integralidade, o cristão torna-se cada vez mais capaz de amar à maneira de Jesus Cristo, acolhendo a Sua exortação: «Sede perfeitos como o vosso Pai do céu é perfeito» (Mt 5,48). Empenha-se em perseverar na unidade com os irmãos dentro da comunhão da Igreja e põe-se ao serviço da nova evangelização para proclamar e testemunhar a maravilhosa verdade do amor salvífico de Deus.

Queridos adolescentes e jovens, é a vós que, de modo particular, renovo o convite de Jesus Cristo a «fazer-se ao largo». [...] Confiai-vos a Ele, escutai os Seus ensinamentos, fixai o vosso olhar no Seu rosto, perseverai na escuta da Sua palavra. Deixai que seja Ele a orientar cada uma das vossas buscas e das vossas aspirações, cada um dos vossos ideais e dos desejos do vosso coração. [...] Penso ao mesmo tempo nas palavras que Maria, Sua Mãe, dirigiu aos servos em Caná da Galileia: «Fazei tudo o que Ele vos disser» (Jo 2, 5). Queridos jovens, Jesus Cristo pede-vos que aceiteis «fazer-vos ao largo» e a Virgem Maria anima-vos a não hesitardes em segui-l'O. Suba de cada canto da Terra para o Pai celeste, sustentada pela intercessão materna de Nossa Senhora, a ardente prece para obter «operários para a Sua seara» (Mt 9, 38).
Jesus, Filho de Deus,
em Quem habita toda a plenitude de Deus,
Vós chamais todos os baptizados a «fazerem-se ao largo»,
percorrendo o caminho da santidade.
Despertai no coração dos jovens
o desejo de serem no mundo de hoje
testemunhas da força do Vosso amor.
Enchei-os do Vosso Espírito de fortaleza e de prudência
para que sejam capazes de descobrir
a verdade plena sobre si
e sobre a sua própria vocação.
Ó nosso Salvador,
enviado pelo Pai
para nos revelar o Seu amor misericordioso,
concedei à Vossa Igreja
o dom de jovens prontos a fazerem-se ao largo
para serem entre os irmãos uma manifestação
da Vossa presença salvífica e renovadora.
Virgem Santa, Mãe do Redentor,
guia seguro no caminho para Deus e para o próximo,
Vós que guardastes as Suas palavras no íntimo do coração,
protegei com a vossa intercessão materna
as famílias e as comunidades eclesiais
para que estas saibam ajudar os adolescentes e os jovens
a responder com generosidade ao chamamento do Senhor.
Amen.

Segunda-feira, dia 16 de Julho de 2012

Segunda-feira da 15ª semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Nossa Senhora do Carmo (festa, no Brasil)
Santo do dia :
Nossa Senhora do Carmo (festa, no Brasil) Livro de Isaías 1,10-17.

Ouvi a palavra do Senhor, ó príncipes de Sodoma; escutai a lição do nosso Deus, povo de Gomorra:
«De que me serve a mim a multidão das vossas vítimas? diz o SENHOR. Estou farto de holocaustos de carneiros, de gordura de bezerros. Não me agrada o sangue de vitelos, de cordeiros nem de bodes.
Quando me viestes prestar culto, quem reclamou de vós semelhantes dons, ao pisardes o meu santuário?
Não me ofereçais mais dons inúteis: o incenso é-me abominável; as celebrações lunares, os sábados, as reuniões de culto, as festas e as solenidades são-me insuportáveis.
Abomino as vossas celebrações lunares e as vossas festas; estou cansado delas, não as suporto mais.
Quando levantais as vossas mãos, afasto de vós os meus olhos; podeis multiplicar as vossas preces que Eu não as atendo. É que as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos, purificai-vos, tirai da frente dos meus olhos a malícia das vossas acções. Cessai de fazer o mal,
aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo, socorrei os oprimidos, fazei justiça aos órfãos, defendei as viúvas.

Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.

A quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.
Não é pelos sacrífícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu.
Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em rosto.
Honra-me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.
Evangelho segundo S. Mateus 10,34-42.11,1.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus apóstolos: «Não penseis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada
porque vim separar o filho do seu pai, a filha da sua mãe e a nora da sua sogra;
de tal modo que os inimigos do homem serão os seus familiares.
Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim.
Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim.
Aquele que conservar a vida (visível) para si, há-de perdê-la (a vida eterna); aquele que perder a sua vida (visível) por causa de mim, há-de salvá-la (a vida eterna).»
«Quem vos recebe, a mim recebe e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.
Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta e quem recebe um justo, por ele ser justo, receberá recompensa de justo.
E quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.»
Quando Jesus Cristo acabou de dar estas instruções aos doze discípulos partiu dali a fim de ir ensinar e pregar nas suas cidades.

São Patrício (c. 385-c. 461), monge missionário, bispo Confissão, 56-62 conclusão

«E quem der de beber a um destes pequeninos [...], por ser Meu discípulo, [...] não perderá a sua recompensa.»

Vede: eu encomendo a minha alma ao Criador que é fiel (1 Pe 4, 19), de Quem «eu sou embaixador» (Ef 6,20), apesar da minha baixeza porque Ele não faz acepção de pessoas e escolheu-me para este serviço para que seja Seu servo, a mim, um dos Seus «irmãos mais pequeninos» (Mt 25,40). «Como retribuirei ao Senhor todos os Seus benefícios para comigo?» (Sl 115,12) Mas que posso eu dizer ou prometer ao meu Senhor, visto não ter mais capacidades para além das que Ele próprio me deu?
Que, por vontade de Deus, nunca me aconteça perder o povo que Ele formou para Si nos confins da Terra! (Is 43,21) Peço a Deus que me dê a perseverança e a vontade de d'Ele dar sempre um testemunho fiel até ao dia da minha partida. Se me acontecer realizar uma boa obra para o meu Deus, que tanto amo, peço-Lhe que me conceda derramar o meu sangue com os estrangeiros e cativos em honra do Seu nome [...]. Tenho a certeza de que, se tal me acontecesse, ganharia como recompensa a minha alma com o meu corpo, pois naquele dia ressuscitaremos sem dúvida na claridade do sol, isto é, na glória de Cristo Jesus, nosso Redentor [...].

Dirijo uma prece aos homens crentes e tementes a Deus que se dignarem acolher este escrito que Patrício, um tão ignorante pregador, compôs em terras da Irlanda: se alguma coisa fiz ou disse de acordo com a vontade de Deus, ninguém diga que foi este ignorante quem a fez, antes pensai – e tende-o mesmo por certo – que tal foi um verdadeiro dom de Deus. Esta é a minha confissão antes de morrer.

Terça-feira, dia 17 de Julho de 2012

Terça-feira da 15ª semana do Tempo Comum



No tempo em que Acaz, filho de Jotão e neto de Uzias reinava em Judá, aconteceu que Recin, rei de Damasco e Pecá, filho de Remalias, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a combater, mas não puderam apoderar-se dela.
Chegou a notícia ao herdeiro de David: «Os sírios acampam em Efraim.» Ao ouvir isto, agitou-se o coração do rei e do seu povo como se agitam as árvores das florestas impelidas pelo vento.
Então o SENHOR disse a Isaías: «Sai ao encontro de Acaz com o teu filho Chear-Yachub, na extremidade do aqueduto da piscina superior, junto à Calçada do Bataneiro
e diz-lhe: ‘Tranquiliza-te, tem calma, não temas nem te acobardes diante do furor de Recin, rei da Síria, e de Pecá, filho de Remalias: não passam de dois tições fumegantes.
De facto, a Síria, Efraim e o filho de Remalias decidiram a tua ruína dizendo:
Vamos contra Judá e sitiemo-la e proclamaremos rei, o filho de Tabiel.’»
Assim diz o Senhor DEUS: «Tal não acontecerá nem se realizará.
Assim como é verdade que a capital da Síria é Damasco e que o chefe de Damasco é Recin;
que a capital de Efraim é Samaria e que o chefe da Samaria é o filho de Remalias; também é verdade que daqui a cinco ou seis anos Efraim será destruída, deixará de ser povo. Se não o acreditardes, não subsistireis.»

Livro de Salmos 48(47),2-3a.3b-4.5-6.7-8.

Guardai para sempre, Senhor, a vossa morada.

Grande é o Senhor e digno de louvor
na cidade do nosso Deus,
no seu monte santo.
Belo em altura, alegria de toda a Terra,

O monte Sião, nas alturas do Norte,
é a cidade do grande rei.
No meio das suas fortalezas,
Deus mostrou-se um refúgio seguro.

Eis que os reis se coligaram
e juntos atacaram a cidade.
Mal a viram, ficaram aterrados,
perturbaram-se e puseram-se em fuga.

Ali mesmo apoderou-se deles o medo,
uma angústia como a da mulher que dá à luz;
era como o vento leste
que destroça as naus de Társis.
Evangelho segundo S. Mateus 11,20-24.

Naqueles tempo, começou Jesus Cristo a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres por não se terem arrependido:
«Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós, tivessem sido feitos em Tiro e em Sídon, de há muito se teriam convertido, vestindo-se de saco e com cinza.
Aliás digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós.
E tu, Cafarnaúm, julgas que serás exaltada até ao céu? Serás precipitada no abismo porque, se os milagres que em ti se realizaram tivessem sido feitos em Sodoma, ela ainda hoje existiria.
Aliás digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para os de Sodoma do que para ti.»

Catecismo da Igreja Católica
§§ 1427-1432

«Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: 'Arrependei- vos, porque está próximo o reino dos céus' » (Mt 4,17)

Jesus Cristo convida à conversão. Este apelo é parte essencial do anúncio do Reino: «Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho» (Mc 1,15). Na pregação da Igreja, este apelo é feito em primeiro lugar aos que ainda não conhecem a Jesus Cristo e o seu Evangelho. Além disso, o Batismo é o principal lugar da primeira e fundamental conversão. […]

Ora o apelo de Jesus Cristo à conversão continua a soar na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja que «reúne em seu próprio seio os pecadores» e que «e ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação» (Vaticano II LG 8). Este esforço de conversão não é apenas uma obra humana. É o movimento do «coração contrito» (Sl 50,19), atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus que nos amou primeiro (cf 1 Jo 4,10). […]

O coração do homem apresenta-se pesado e endurecido. É preciso que Deus dê ao homem (e à mulher) um coração novo (Ez 36,26ss). A conversão é, antes de tudo, uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a Ele: «Converte-nos a Ti, Senhor, e nos converteremos» (Lam 5,21). Deus dá-nos a força de começar de novo. É descobrindo a grandeza do amor de Deus que o nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado e de ser separado dele. O coração humano converte-se, «olhando para Aquele que foi traspassado pelos nossos pecados» (cf Zac 12,10; Jo 19,37).

Quarta-feira, dia 18 de Julho de 2012

Quarta-feira da 15ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Beato Bartolomeu dos Mártires, bispo, +1590 Livro de Isaías 10,5-7.13-16.

Assim fala o Senhor: «Ai da Assíria, vara da minha cólera, o bastão das suas mãos é o bastão do meu furor!
Eu o atirei contra uma nação ímpia e o lancei contra o povo, objecto do meu furor, para o saquear e despojar e para o calcar aos pés como lama das ruas.
Mas ele não entendeu assim nem eram estes os planos do seu coração. O seu propósito era destruir e exterminar muitas nações.
Realmente ele afirma: «Foi pela força da minha mão que fiz isto com a minha sabedoria porque sou inteligente. Mudei as fronteiras dos povos, saqueei os seus tesouros como um herói derrubei toda aquela gente.
Apanhei com a minha mão a riqueza dos povos como quem recolhe os ovos deixados num ninho. Juntei a Terra inteira e ninguém bateu as asas nem abriu a boca para piar.»
Acaso gloriar-se-á o machado contra quem o maneja? Ou levantar-se-á a serra contra o serrador? Um bastão não pode comandar um homem, é o homem que faz mover o bastão.
Por isso, o Senhor DEUS do universo enfraquecerá com a doença aqueles guerreiros; debaixo do fígado acender-lhes-á uma febre como um fogo de incêndio.

Livro de Salmos 94(93),5-6.7-8.9-10.14-15.

O Senhor não abandona o seu povo.

Esmagam o teu povo, Senhor,
e espezinham a tua herança.
Matam a viúva e o estrangeiro
e assassinam os órfãos.

Eles dizem: "O Senhor não vê,
o Deus de Jacob não dá por isso!
"Reflecti, ó gente imbecil!
E vós, insensatos, quando ganhareis juízo?

Porventura quem fez o ouvido não ouvirá?
Aquele que fez os olhos não há-de ver?
Aquele que corrige as nações, não castigará?
Se é Ele quem ensina aos homens a ciência?

O Senhor não abandona o seu povo
nem despreza a sua herança.
De novo há-de voltar a haver justiça
e hão-de segui-la todos os de coração recto.
Evangelho segundo S. Mateus 11,25-27.

Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece o Filho senão o Pai como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Sermões sobre o Evangelho de S. Mateus, n°38, 1

«E as revelaste aos pequeninos»

«Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos.» Como? Regozijar-Se-á com a perda daqueles que não acreditam n'Ele? Nada disso: são admiráveis os desígnios do Senhor para a salvação dos homens! Quando eles se opõem à verdade e se recusam a recebê-la, Deus nunca os contraria, deixa-os na sua vontade. A perdição em que caem, leva-os a encontrar o caminho; entrando em si mesmos, procuram com ardor a graça da chamada à fé que num primeiro momento haviam desprezado. Quanto aos que continuaram fiéis, mais forte ainda se revela então o seu ardor. Jesus Cristo regozija-Se, portanto, por estas coisas serem reveladas a alguns, mas atormenta-Se por ficarem escondidas a outros; percebe-se bem que é assim quando, ao aproximar-Se da cidade, Ele chora sobre ela (Lc 19,41). No mesmo espírito, escreve São Paulo: «Agradeçamos a Deus: éreis escravos do pecado, mas obedecestes de coração ao ensino que vos foi transmitido como norma de vida» (Rm 6,17).

A que sábios está Jesus Cristo a referir-Se? Aos escribas e aos fariseus. Diz isto para encorajar os discípulos, mostrando-lhes os privilégios de foram julgados dignos; os simples pescadores receberam as luzes que os sábios e os entendidos desdenharam. Sábios, estes são-no só de nome; crêem-se sábios, mas não passam de falsos eruditos. É por isso que Jesus Cristo não diz: «Revelaste-as aos insensatos» mas «aos pequeninos», isto é, a pessoas simples e sem argúcia. [...] Ensina-nos assim a renunciar à loucura das grandezas e a procurar a simplicidade. São Paulo vai mais longe: «Se algum de entre vós se julga sábio à maneira deste mundo, torne-se louco para ser sábio» (1Co 3,18).

Quinta-feira, dia 19 de Julho de 2012

Quinta-feira da 15ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santas Justa e Rufina, mártires, +287, Santo Arsénio, eremita, +séc. V Livro de Isaías 26,7-9.12.16-19.

O caminho do justo é recto; é o Senhor quem prepara o caminho do justo.
Seguindo os caminhos dos teus desejos, SENHOR, esperamos em ti. E com que ansiedade pronunciamos o teu nome e nos lembramos de ti!
A minha alma suspira por ti de noite e do mais profundo do meu espírito, eu te procuro pela manhã porque, quando exerces sobre a Terra os teus julgamentos, os habitantes do mundo aprendem a justiça.
SENHOR, dá-nos a paz porque és Tu que realizas todos os nossos empreendimentos.
SENHOR, na tribulação, nós recorríamos a ti quando a força do teu castigo nos abatia.
Como a mulher grávida prestes a dar à luz se torce e grita nas suas dores assim éramos nós na tua presença, SENHOR.
Nós concebemos, sofremos dores de parto e o que demos à luz foi vento. Não demos a salvação ao nosso país, nem nasceram novos habitantes na Terra.
Os teus mortos reviverão, os seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e rejubilai vós que jazeis no sepulcro! Pois o teu orvalho é um orvalho de luz que fará renascer os que não passavam de sombras.

Livro de Salmos 102(101),13-14ab.15.16-18.19-21.

Do alto do Céu, o Senhor olhou para a Terra.

Tu, porém, Senhor, permaneces para sempre
e o teu nome será lembrado por todas as gerações.
Levanta-te, tem piedade de Sião;
já é tempo de lhe perdoares.
Os teus servos amam as suas pedras,
sentem pena das suas ruínas.

Os povos temerão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da Terra a vossa glória.
Quando o Senhor resconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração.

Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras
e os que hão-de nascer louvarão o Senhor.
O Senhor observa do alto do seu santuário;
lá do céu, Ele olha para a Terra
para escutar os gemidos dos cativos
e livrar os condenados à morte.
Evangelho segundo S. Mateus 11,28-30.

Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade No Greater Love, p. 53

«Aprendei de Mim porque sou manso e humilde de coração»

Para nos tornarmos santos, precisamos de humildade e oração. Jesus Cristo ensinou-nos a rezar e também nos disse para aprendermos, seguindo o Seu exemplo, a ser mansos e humildes de coração. Só alcançaremos uma e outra coisa se soubermos o que é o silêncio. Tanto a humildade como a oração provêm de um ouvido, de uma inteligência e de uma língua que provaram o silêncio junto de Deus, pois Deus fala no silêncio do coração. Esforcemo-nos verdadeiramente por aprender a lição de santidade de Jesus Cristo, cujo coração era manso e humilde. A primeira lição dada por este coração é a de examinarmos a nossa consciência, sendo que o resto – amar, servir – surge logo a seguir. Este exame não é exclusivamente da nossa competência, mas releva de uma colaboração entre nós e Jesus Cristo. Não vale a pena perder tempo a contemplar inutilmente as nossas misérias; trata-se, isso sim, de elevar o coração a Deus e deixar que a Sua luz nos ilumine.

Se fores humilde, nada te afectará, nem a lisonja, nem a desgraça, pois saberás o que és. Se te repreenderem, não te sentirás desencorajado e se alguém te disser que és santo, não te colocarás num pedestal. Se fores santo, agradece a Deus; se fores pecador, não te fiques por aí. Jesus Cristo diz-te para aspirares muito alto: não para seres como Abraão ou David ou como qualquer outro santo, mas como o nosso Pai celeste (Mt 5,48). «Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi» (Jo 15,16).

Sexta-feira, dia 20 de Julho de 2012

Sexta-feira da 15ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Elias, profeta, séc. IX a.C., S. Apolinário, bispo, mártir, séc. II Livro de Isaías 38,1-6.21-22.7-8.

Naqueles dias, Ezequias, rei de Judá, adoeceu de uma enfermidade mortal. O profeta Isaías, filho de Amós, veio visitá-lo e disse-lhe: «Eis o que diz o Senhor: Faz o testamento porque vais morrer muito brevemente.»
Ezequias voltou o rosto para a parede e fez ao SENHOR esta oração:
«SENHOR, lembra-te de que tenho andado fielmente diante de ti com um coração sincero e íntegro, pois fiz sempre a tua vontade.» E começou a chorar, derramando lágrimas abundantes.
Então a palavra do SENHOR foi dirigida a Isaías nestes termos:
«Vai e diz a Ezequias: ‘Eis o que diz o SENHOR, o Deus de teu pai David: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; vou acrescentar à tua vida mais quinze anos.
Hei-de livrar-te, a ti e a esta cidade, das mãos do rei da Assíria e protegê-la-ei.’»
Depois Isaías deu esta ordem: «Tragam um emplastro de figos e apliquem-no na parte doente e ficará curado.»
E Ezequias perguntou: «Qual é o sinal que me garanta que ainda poderei ir ao templo do SENHOR?»
Isaías disse-lhe: «É este o sinal, da parte do SENHOR, para que saibas que Ele cumprirá a promessa:
No relógio de sol de Acaz farei retroceder a sombra dez graus, tantos quantos tinha avançado.» E o sol retrocedeu os dez graus que já tinha avançado.

Livro de Isaías 38,10.11.12abcd.16.

Senhor, livrastes da morte a minha vida.

«Eu pensei: 'A meio dos meus dias vou ter de descer às portas do Abismo,
privado do resto dos meus anos'.
Eu pensei: 'Não mais verei o Senhor na terra dos vivos.
Não mais verei os homens entre os habitantes do mundo.

A minha morada é levada para longe de mim
como uma tenda de pastor;
enrolei a minha vida como um tecelão,
mas acabou-se-me por falta de fio.
Por Vós, Senhor, viverá o meu espírito
e o meu sofrimentro se converterá em paz.
Preservastes a minha alma da corrupção da morte,
perdoastes todos os meus pecados.
Evangelho segundo S. Mateus 12,1-8.

Naquele tempo, Jesus Cristo passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas.

Ao verem isso, os fariseus disseram-lhe: «Aí estão os teus discípulos a fazer o que não é permitido ao sábado!»
Mas Ele respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David quando sentiu fome, ele e os que estavam com ele?
Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da oferenda que não lhe era permitido comer, nem aos que estavam com ele, mas unicamente aos sacerdotes?
E nunca lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa?
Ora Eu digo-vos que aqui está quem é maior do que o templo.
E se compreendêsseis o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício, não teríeis condenado estes que não têm culpa.
O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»

Epístola dita de Barnabé (c. 130)
§§ 15-16

«Aqui está Quem é maior que o templo»

A respeito do sábado está escrito: «As [vossas] celebrações lunares, os sábados, as reuniões de culto, as festas e as solenidades são-Me insuportáveis» (Is 1,13). Considerai esta palavra: «Não são os sábados actuais que Me agradam, mas o sábado que Eu farei quando, tendo posto fim ao universo, fizer surgir um oitavo dia que será a aurora de um mundo novo». Eis por que razão celebramos com alegria este oitavo dia em que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, Se manifestou e depois subiu aos céus.

A respeito do Templo, evocarei o erro desses infelizes que puseram a sua esperança no edifício, a pretexto de ser a casa de Deus, em vez de a porem no Deus que os criou. [...] Examinemos se ainda existe um templo para Deus. Sim, existe e está lá, onde Ele mesmo afirma tê-lo construído e adornado. Porque está escrito : «Edificarão Jerusalém com magnificência e nela a casa de Deus» (Tb 14,5). Constato então que esse templo existe. Mas como construí-lo em nome do Senhor? Escutai. Antes de termos fé, o nosso coração era uma habitação frágil e caduca, parecida com um templo construído pela mão do homem. Estava cheio de cultos a ídolos, servia de covil aos demónios de tal forma os nossos empreendimentos iam contra os desígnios de Deus.

Mas «edificarão Jerusalém com magnificência e nela a casa de Deus». Vigiai para que esse templo seja construído «com magnificência». Como? Recebendo a remissão dos pecados, pondo a nossa esperança no Seu nome, tornando-nos homens novos, recriados como na origem. Então Deus habitará verdadeiramente no nosso coração que se tornará Sua morada.

Sábado, dia 21 de Julho de 2012

Sábado da 15ª semana do Tempo Comum



Ai dos que planeiam a iniquidade (=não-equidade), dos que maquinam o mal em seus leitos e o executam logo ao amanhecer do dia porque têm o poder na sua mão!
Cobiçam as terras e apoderam-se delas, cobiçam as casas e roubam-nas; fazem violência ao homem e à sua família, ao dono e à sua herança.
Por isso, assim fala o Senhor: «Tenho planeado um mal contra esta raça, do qual não livrareis o pescoço. Não andareis mais com a cabeça erguida porque será tempo calamitoso.
Naquele dia será composta sobre vós uma sátira e cantar-se-á uma elegia: ‘Estamos perdidos completamente, a parte do meu povo passa a outros. Ninguém a restituirá. Roubam e distribuem os nossos campos.’
Por isso, não terás ninguém que meça com cordel as porções, na assembleia do Senhor.»

Livro de Salmos 9(9B),1-2.3-4.7-8.14.

Senhor, não Vos esqueceis dos pobres.

Senhor, porque te conservas à distância
e te escondes nos tempos de angústia?
No seu orgulho, o ímpio persegue o infeliz;
que ele seja apanhado na cilada que armou.

O pecador vangloria-se da sua ambição;
o ganancioso blasfema e despreza o Senhor.
O ímpio diz, na sua arrogância: "Ele não me castigará! Deus não existe!"
É só nisto que ele pensa.

A sua boca está cheia de maldição e mentira;
na sua língua só há malícia e maldade.
Põe-se de emboscada junto aos povoados
e esconde-se para matar o inocente.

Mas Tu vês a angústia e o pesar,
observas tudo e tomas essa causa nas tuas mãos.
A ti se abandona confiadamente o pobre;
Tu és o amparo do órfão.
Evangelho segundo S. Mateus 12,14-21.

Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus Cristo a fim de O fazerem desaparecer.
Quando soube disso, Jesus Cristo afastou-se dali. Muitos seguiram-no e Ele curou-os a todos,
ordenando-lhes que o não dessem a conhecer.
Assim se cumpriu o que fora anunciado pelo profeta Isaías:
Aqui está o meu servo que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se deleita. Derramarei sobre Ele o meu espírito e Ele anunciará a minha vontade aos povos.
Não discutirá nem bradará e ninguém ouvirá nas praças a sua voz.
Não há-de quebrar a cana fendida nem apagar a mecha que fumega até conduzir a minha vontade à vitória.
E no seu nome, hão-de esperar os povos!

Filoxeno de Mabbug (?-c. 523), bispo da Síria Homília nº 5 sobre a simplicidade, 137-139

«Não discutirá nem bradará»

Nosso Senhor não foi comparado a um leão quando O conduziram à morte. [...] Como um cordeiro, como uma ovelha, guardou silêncio quando foi conduzido à Sua Paixão e Morte: na Sua humilhação «não abriu a boca como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador» (Is 53,7). […]

Interrogado e de pé diante do juiz, o Mestre e doutor de toda a sabedoria não responde [...] a fim de se cumprir esta palavra: «como cordeiro que é levado ao matadouro» (Is 53,7). É conduzido de um lado para outro, levado de um sítio para outro, arrastado de juiz para juiz como se fosse mudo. Na presença de Anás, cala-Se (Jo 18,13); nem quando este Lhe ordena que responda, diz seja o que for. Interrogado por Pilatos, guarda silêncio e até ouvir a pergunta: «És o rei dos Judeus?» (Jo 18,33), [...] nada responde. Conduzem-n'O então a Herodes que O interroga para ver e ouvir da Sua boca coisas extraordinárias e para O tentar (Lc 23,8ss); também aí guarda silêncio, não fala, não responde ao Seu inquiridor. Olham-n'O como a um louco que nada sabe, como a um insensato que não tem resposta a dar. Os seus inimigos pensaram o que quiseram, mas Ele não abandonou a inocência do cordeiro.


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