"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo, dia 24 de Julho de
2016
17.º Domingo do Tempo Comum - Ano C
Festa da Igreja : Décimo
Sétimo Domingo do Tempo Comum
Santo do dia : Santa Cristina, virgem e mártir, séc. IV, Beato João Soreth, religioso, presbítero, +1471, S. Charbel (Sarbélio) Makhluf, presbítero, +1898, Santa Cristina, religiosa, +1224
Livro de Génesis 18,20-32.
Santo do dia : Santa Cristina, virgem e mártir, séc. IV, Beato João Soreth, religioso, presbítero, +1471, S. Charbel (Sarbélio) Makhluf, presbítero, +1898, Santa Cristina, religiosa, +1224
Livro de Génesis 18,20-32.
Naqueles dias, disse o Senhor: «O clamor contra Sodoma e Gomorra é
tão forte, o seu pecado é tão grave
que Eu vou descer para verificar se o clamor que chegou até Mim corresponde inteiramente às suas obras. Se sim ou não, hei-de sabê-lo».
Os homens que tinham vindo à residência de Abraão dirigiram-se então para Sodoma, enquanto o Senhor continuava junto de Abraão.
Este aproximou-se e disse: «Irás destruir o justo com o pecador?
Talvez haja cinquenta justos na cidade. Matá-los-ás a todos? Não perdoarás a essa cidade, por causa dos cinquenta justos que nela residem?
Longe de Ti fazer tal coisa: dar a morte ao justo e ao pecador, de modo que o justo e o pecador tenham a mesma sorte! Longe de Ti! O juiz de toda a Terra não fará justiça?».
O Senhor respondeu-lhe: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos, perdoarei a toda a cidade por causa deles».
Abraão insistiu: «Atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza:
talvez para cinquenta justos faltem cinco. Por causa de cinco, destruirás toda a cidade?». O Senhor respondeu: «Não a destruirei se lá encontrar quarenta e cinco justos».
Abraão insistiu mais uma vez: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta». O Senhor respondeu: «Não a destruirei em atenção a esses quarenta».
Abraão disse ainda: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei mais uma vez: talvez haja lá trinta justos». O Senhor respondeu: «Não farei a destruição, se lá encontrar esses trinta».
Abraão insistiu novamente: «Atrevo-me ainda a falar ao meu Senhor: talvez não se encontrem lá mais de vinte justos». O Senhor respondeu: «Não destruirei a cidade em atenção a esses vinte».
Abraão prosseguiu: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez lá não se encontrem senão dez». O Senhor respondeu: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade». (A mim, este diálogo enerva-me porque não acho adequado falar desta maneira com Deus, regatear com Deus; Ele que conhece a verdade e é Justo não precisa de regateadores para fazer justiça. Os seus colaboradores observam sempre a verdade e tudo é decidido de acordo com ela, a verdade. É muito errada esta maneira de alguém se relacionar com Deus! Relativamente ao assunto em questão: regateia-se salvar a cidade por causa dos justos que lá existam. Pois bem, sem a cidade, os justos teriam de se deslocar para outra cidade para continuarem as suas vidas e eles não podem ser prejudicados por causa dos hereges. Assim a questão trata de salvar a cidade e salvar os justos que lá existam porque salvar os hereges, isso Deus não o pode fazer porque Ele é Justo e Deus salva a cidade e salva os justos que lá existam e arrasa os hereges porque eles próprios se condenaram, recusando Deus e condenando Deus. Não há apelo para eles!)
que Eu vou descer para verificar se o clamor que chegou até Mim corresponde inteiramente às suas obras. Se sim ou não, hei-de sabê-lo».
Os homens que tinham vindo à residência de Abraão dirigiram-se então para Sodoma, enquanto o Senhor continuava junto de Abraão.
Este aproximou-se e disse: «Irás destruir o justo com o pecador?
Talvez haja cinquenta justos na cidade. Matá-los-ás a todos? Não perdoarás a essa cidade, por causa dos cinquenta justos que nela residem?
Longe de Ti fazer tal coisa: dar a morte ao justo e ao pecador, de modo que o justo e o pecador tenham a mesma sorte! Longe de Ti! O juiz de toda a Terra não fará justiça?».
O Senhor respondeu-lhe: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos, perdoarei a toda a cidade por causa deles».
Abraão insistiu: «Atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza:
talvez para cinquenta justos faltem cinco. Por causa de cinco, destruirás toda a cidade?». O Senhor respondeu: «Não a destruirei se lá encontrar quarenta e cinco justos».
Abraão insistiu mais uma vez: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta». O Senhor respondeu: «Não a destruirei em atenção a esses quarenta».
Abraão disse ainda: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei mais uma vez: talvez haja lá trinta justos». O Senhor respondeu: «Não farei a destruição, se lá encontrar esses trinta».
Abraão insistiu novamente: «Atrevo-me ainda a falar ao meu Senhor: talvez não se encontrem lá mais de vinte justos». O Senhor respondeu: «Não destruirei a cidade em atenção a esses vinte».
Abraão prosseguiu: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez lá não se encontrem senão dez». O Senhor respondeu: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade». (A mim, este diálogo enerva-me porque não acho adequado falar desta maneira com Deus, regatear com Deus; Ele que conhece a verdade e é Justo não precisa de regateadores para fazer justiça. Os seus colaboradores observam sempre a verdade e tudo é decidido de acordo com ela, a verdade. É muito errada esta maneira de alguém se relacionar com Deus! Relativamente ao assunto em questão: regateia-se salvar a cidade por causa dos justos que lá existam. Pois bem, sem a cidade, os justos teriam de se deslocar para outra cidade para continuarem as suas vidas e eles não podem ser prejudicados por causa dos hereges. Assim a questão trata de salvar a cidade e salvar os justos que lá existam porque salvar os hereges, isso Deus não o pode fazer porque Ele é Justo e Deus salva a cidade e salva os justos que lá existam e arrasa os hereges porque eles próprios se condenaram, recusando Deus e condenando Deus. Não há apelo para eles!)
Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.6-7ab.7c-8.
De todo o coração, Senhor, eu Vos agradeço
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.
O Senhor é excelso e olha para o humilde,
ao soberbo conhece-o de longe.
No meio da tribulação, Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.
A vossa mão direita me salvará,
No meio da tribulação Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.
A vossa mão direita me salvará,
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.
Carta aos Colossenses 2,12-14.
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.
Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.
O Senhor é excelso e olha para o humilde,
ao soberbo conhece-o de longe.
No meio da tribulação, Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.
A vossa mão direita me salvará,
No meio da tribulação Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.
A vossa mão direita me salvará,
A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.
Carta aos Colossenses 2,12-14.
Irmãos: Sepultados com Jesus Cristo no baptismo, também com Ele
fostes ressuscitados pela fé que tivestes no poder de Deus que O ressuscitou
dos mortos.
Quando estáveis mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, Deus fez que voltásseis à vida com Jesus Cristo e perdoou-nos todas as nossas faltas.
Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz.
Quando estáveis mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, Deus fez que voltásseis à vida com Jesus Cristo e perdoou-nos todas as nossas faltas.
Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz.
Evangelho segundo S. Lucas 11,1-13.
Naquele tempo, estava Jesus Cristo em oração em certo lugar. Ao
terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar como João
Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende e não nos deixeis cair em tentação’».
Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo: Pedi (o bem) e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede, recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende e não nos deixeis cair em tentação’».
Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo: Pedi (o bem) e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede, recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Os Diálogos, cap. 134
«Pedi e dar-se-vos-á.»
A tua verdade
disse que, se chamássemos, seríamos atendidos, se batêssemos à porta,
ser-nos-ia aberta, se pedíssemos, ser-nos-ia dado. Ó Pai eterno, os teus servidores
clamam por misericórdia. Responde-lhes, pois. Porque eu sei que a misericórdia Te pertence e, por isso,
não a podes recusar a quem Ta pede. Batem à porta da tua verdade porque é na
tua verdade, no teu Filho (Jo 14,6), que conhecem o amor inefável que tens pelo
homem. É por isso que batem à porta. E é por isso que o fogo da tua caridade
não poderá, não pode deixar de abrir àqueles que batem com perseverança. Abre, pois, dilata, quebra os corações endurecidos daqueles que criaste [...] Atende-os, Pai eterno. [...] Abre a porta da tua caridade ilimitada que veio até nós pela porta do Verbo. Sim, eu sei que abres mesmo antes de nós batermos porque é com a vontade e com o amor que lhes deste que os teus servidores batem e clamam por Ti, para tua honra e para a salvação das almas. Dá-lhes, pois, o pão da vida, isto é, o fruto do sangue do teu Filho único (= primogénito, modelo para todos os outros).
Segunda-feira,
dia 25 de Julho de 2016
S. Tiago, apóstolo –
Festa
Santo do dia : S.
Tiago Maior, apóstolo, mártir, S.
Cristóvão, mártir, séc. III
2ª Carta aos Coríntios 4,7-15.
Irmãos: Nós trazemos em vasos
de barro (= o nosso corpo natural) o tesouro do nosso ministério
(= o coração onde está o AMOR, Deus para os crentes), para que se
reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós.
Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados; andamos perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus Cristo, a fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus Cristo. Porque, estando ainda vivos, somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus Cristo, para que se manifeste também na nossa carne mortal a vida de Jesus. E assim, a morte actua em nós e a vida em vós. Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei». Com este mesmo espírito de fé, também nós acreditamos e por isso falamos, sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus Cristo também nos há-de ressuscitar com Jesus Cristo e nos levará convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais abundante multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos para glória de Deus.
Livro de Salmos
126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho. Da nossa boca brotavam expressões de alegria e de nossos lábios cânticos de júbilo. Diziam então os pagãos: «O Senhor fez por eles grandes coisas». Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de alegria. Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos como as torrentes do deserto. Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria. À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas. Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.
Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus Cristo
com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido.
Jesus Cristo perguntou-lhe: «Que queres?». Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus Cristo respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?». Eles disseram: «Podemos». Então Jesus Cristo declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servidor e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo (= servidor porque é a assembleia que é soberana e o primeiro em autoridade zela pelo bem de todos; o comandante é o último a salvar-se porque é o primeiro no navio. Há pouco tempo, na Ásia, um comandante foi condenado em tribunal por ter feito o contrário). Será como o Filho (do homem) que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: São Gregório Magno (c. 540-604), Papa, doutor da Igreja Homilias sobre os Evangelhos, n.º 35
«Bebereis do meu cálice»
Uma vez que
hoje celebramos a festa de um mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a
forma de paciência praticada por ele. Com efeito, se, com a ajuda do Senhor,
nos esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do
martírio, ainda que vivamos na paz da Igreja. Porque há dois tipos de
martírio: o primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a
essa disposição os actos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo
sem morrermos executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos
perseguidores é o martírio em acto, na sua forma visível; suportar as
injúrias amando quem nos odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.
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