domingo, 31 de julho de 2016

Cristianismo 167 até 30-07-2016


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 24 de Julho de 2016

17.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Naqueles dias, disse o Senhor: «O clamor contra Sodoma e Gomorra é tão forte, o seu pecado é tão grave
que Eu vou descer para verificar se o clamor que chegou até Mim corresponde inteiramente às suas obras. Se sim ou não, hei-de sabê-lo».
Os homens que tinham vindo à residência de Abraão dirigiram-se então para Sodoma, enquanto o Senhor continuava junto de Abraão.
Este aproximou-se e disse: «Irás destruir o justo com o pecador?
Talvez haja cinquenta justos na cidade. Matá-los-ás a todos? Não perdoarás a essa cidade, por causa dos cinquenta justos que nela residem?
Longe de Ti fazer tal coisa: dar a morte ao justo e ao pecador, de modo que o justo e o pecador tenham a mesma sorte! Longe de Ti! O juiz de toda a Terra não fará justiça?».
O Senhor respondeu-lhe: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos, perdoarei a toda a cidade por causa deles».
Abraão insistiu: «Atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza:
talvez para cinquenta justos faltem cinco. Por causa de cinco, destruirás toda a cidade?». O Senhor respondeu: «Não a destruirei se lá encontrar quarenta e cinco justos».
Abraão insistiu mais uma vez: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta». O Senhor respondeu: «Não a destruirei em atenção a esses quarenta».
Abraão disse ainda: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei mais uma vez: talvez haja lá trinta justos». O Senhor respondeu: «Não farei a destruição, se lá encontrar esses trinta».
Abraão insistiu novamente: «Atrevo-me ainda a falar ao meu Senhor: talvez não se encontrem lá mais de vinte justos». O Senhor respondeu: «Não destruirei a cidade em atenção a esses vinte».
Abraão prosseguiu: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez lá não se encontrem senão dez». O Senhor respondeu: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade». (A mim, este diálogo enerva-me porque não acho adequado falar desta maneira com Deus, regatear com Deus; Ele que conhece a verdade e é Justo não precisa de regateadores para fazer justiça. Os seus colaboradores observam sempre a verdade e tudo é decidido de acordo com ela, a verdade. É muito errada esta maneira de alguém se relacionar com Deus! Relativamente ao assunto em questão: regateia-se salvar a cidade por causa dos justos que lá existam. Pois bem, sem a cidade, os justos teriam de se deslocar para outra cidade para continuarem as suas vidas e eles não podem ser prejudicados por causa dos hereges. Assim a questão trata de salvar a cidade e salvar os justos que lá existam porque salvar os hereges, isso Deus não o pode fazer porque Ele é Justo e Deus salva a cidade e salva os justos que lá existam e arrasa os hereges porque eles próprios se condenaram, recusando Deus e condenando Deus. Não há apelo para eles!)

Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.6-7ab.7c-8.
De todo o coração, Senhor, eu Vos agradeço
porque ouvistes as palavras da minha boca.
Na presença dos Anjos hei-de cantar-Vos
e Vos adorarei, voltado para o vosso templo santo.

Hei-de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade
porque exaltastes acima de tudo o vosso nome e a vossa promessa.
Quando Vos invoquei, me respondestes,
aumentastes a fortaleza da minha alma.

O Senhor é excelso e olha para o humilde,
ao soberbo conhece-o de longe.
No meio da tribulação, Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.

A vossa mão direita me salvará,
No meio da tribulação Vós me conservais a vida,
Vós me ajudais contra os meus inimigos.
A vossa mão direita me salvará,

A vossa mão direita me salvará,
o Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.

Carta aos Colossenses 2,12-14.
Irmãos: Sepultados com Jesus Cristo no baptismo, também com Ele fostes ressuscitados pela fé que tivestes no poder de Deus que O ressuscitou dos mortos.
Quando estáveis mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, Deus fez que voltásseis à vida com Jesus Cristo e perdoou-nos todas as nossas faltas.
Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz.
Evangelho segundo S. Lucas 11,1-13.
Naquele tempo, estava Jesus Cristo em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar como João Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende e não nos deixeis cair em tentação’».
Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo: Pedi (o bem) e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede, recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Os Diálogos, cap. 134
«Pedi e dar-se-vos-á.»
A tua verdade disse que, se chamássemos, seríamos atendidos, se batêssemos à porta, ser-nos-ia aberta, se pedíssemos, ser-nos-ia dado. Ó Pai eterno, os teus servidores clamam por misericórdia. Responde-lhes, pois. Porque eu sei que a misericórdia Te pertence e, por isso, não a podes recusar a quem Ta pede. Batem à porta da tua verdade porque é na tua verdade, no teu Filho (Jo 14,6), que conhecem o amor inefável que tens pelo homem. É por isso que batem à porta. E é por isso que o fogo da tua caridade não poderá, não pode deixar de abrir àqueles que batem com perseverança.
Abre, pois, dilata, quebra os corações endurecidos daqueles que criaste [...] Atende-os, Pai eterno. [...] Abre a porta da tua caridade ilimitada que veio até nós pela porta do Verbo. Sim, eu sei que abres mesmo antes de nós batermos porque é com a vontade e com o amor que lhes deste que os teus servidores batem e clamam por Ti, para tua honra e para a salvação das almas. Dá-lhes, pois, o pão da vida, isto é, o fruto do sangue do teu Filho único (= primogénito, modelo para todos os outros).


Segunda-feira, dia 25 de Julho de 2016

S. Tiago, apóstolo – Festa

Santo do dia : S. Tiago Maior, apóstolo, mártir, S. Cristóvão, mártir, séc. III

2ª Carta aos Coríntios 4,7-15.
Irmãos: Nós trazemos em vasos de barro (= o nosso corpo natural) o tesouro do nosso ministério (= o coração onde está o AMOR, Deus para os crentes), para que se reconheça que um poder tão sublime vem de Deus e não de nós.
Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados; andamos perplexos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados.
Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus Cristo, a fim de que se manifeste também no nosso corpo a vida de Jesus Cristo.
Porque, estando ainda vivos, somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus Cristo, para que se manifeste também na nossa carne mortal a vida de Jesus.
E assim, a morte actua em nós e a vida em vós.
Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei». Com este mesmo espírito de , também nós acreditamos e por isso falamos, sabendo que
Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus Cristo também nos há-de ressuscitar com Jesus Cristo e nos levará convosco para junto d’Ele.
Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais abundante multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos para glória de Deus.
Livro de Salmos 126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.

Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.
Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus Cristo com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido.
Jesus Cristo perguntou-lhe: «Que queres?». Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda».
Jesus Cristo respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?». Eles disseram: «Podemos».
Então Jesus Cristo declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou».
Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos.
Mas Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servidor
e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo (= servidor porque é a assembleia que é soberana e o primeiro em autoridade zela pelo bem de todos; o comandante é o último a salvar-se porque é o primeiro no navio. Há pouco tempo, na Ásia, um comandante foi condenado em tribunal por ter feito o contrário).
Será como o Filho (do homem) que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604), Papa, doutor da Igreja
Homilias sobre os Evangelhos, n.º 35
«Bebereis do meu cálice»
Uma vez que hoje celebramos a festa de um mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de paciência praticada por ele. Com efeito, se, com a ajuda do Senhor, nos esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do martírio, ainda que vivamos na paz da Igreja. Porque há dois tipos de martírio: o primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a essa disposição os actos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos perseguidores é o martírio em acto, na sua forma visível; suportar as injúrias amando quem nos odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.

Terça-feira, dia 26 de Julho de 2016

Terça-feira da 17.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santos Joaquim e Ana, pais de Nossa Senhora

Livro de Jeremias 14,17-22.
Chorem meus olhos, noite e dia, lágrimas sem fim porque uma grande ruína, uma chaga atroz, tortura a virgem, filha do meu povo.
Se saio para o campo, eis os mortos à espada; se entro na cidade, eis as vítimas da fome. Tanto o profeta como o sacerdote percorrem o país e não compreendem.
Acaso rejeitastes inteiramente Judá? Porque Vos desgostastes com Sião? Porque nos feristes sem esperança de remédio? Esperávamos a paz e nada vemos de bom, uma era de restauração e surgiu a angústia.
Reconhecemos, Senhor, a nossa impiedade e a culpa dos nossos pais porque pecámos contra Vós.
Não nos rejeiteis, por amor do vosso nome, não deixeis profanar o vosso trono de glória. Recordai e não revogueis a vossa aliança connosco.
Pode algum dos falsos deuses das nações fazer que chova? Ou é o céu que nos dá sozinho os aguaceiros? Não sois Vós, Senhor, nosso Deus, em quem esperamos? Na verdade, sois Vós que realizais tudo isto.
Livro de Salmos 79(78),8.9.11.13.
Não recordeis, Senhor, contra nós
as culpas dos nossos pais.
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos tão miseráveis.

Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do vosso nome.
Salvai-nos e perdoai os nossos pecados,
para glória do vosso nome.

Chegue à vossa presença, Senhor,
o gemido dos cativos;
pela omnipotência do vosso braço,
libertai os condenados à morte.

E nós, vosso povo,
ovelhas do vosso rebanho,
louvar-Vos-emos para sempre
e de geração em geração cantaremos a vossa glória.

Evangelho segundo S. Mateus 13,36-43.
Naquele tempo, Jesus Cristo deixou a multidão e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo».
Jesus Cristo respondeu: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho (do homem)
e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno
e o inimigo que o semeou é o Diabo. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos.
Como o joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo:
o Filho (do homem) enviará os seus Anjos que tirarão do seu reino todos os escandalosos e todos os que praticam a iniquidade (= não-equidade),
e hão-de lançá-los na fornalha ardente; aí haverá choro e ranger de dentes.
Então os justos brilharão como o sol no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, oiça».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 823-827
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica
A Igreja é santa aos olhos da fé, indefetivelmente santa. Com efeito, Jesus Cristo, Filho (de Deus), que é proclamado «o único Santo», com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus. A Igreja é, pois o povo santo de Deus e os seus membros são chamados «santos» (1Cor 6, 1). [...] A Igreja, unida a Jesus Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e nele toma-se também santificante. [...] É nela que nós adquirimos a santidade pela graça de Deus. [...]
Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir. [...] «Enquanto Jesus Cristo, santo e inocente, sem mancha, não conheceu o pecado, mas veio somente expiar os pecados do povo, a Igreja, que no seu próprio seio encerra pecadores, é simultaneamente santa e chamada a purificar-se, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e renovação» (Lumen Gentium, 42) Todos os membros da Igreja, inclusive os seus ministros, devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles, o joio do pecado encontra-se ainda misturado com a boa semente do Evangelho até ao fim dos tempos (= à estória de que o homem tem dois lobos dentro dele, um bom e o outro mau; ambos lutam entre si para dominar o homem e ganha aquele que o homem alimentar mais).
A Igreja reúne, pois em si, pecadores abrangidos pela salvação de Jesus Cristo, mas ainda a caminho da santificação. A Igreja é santa, não obstante compreender no seu seio pecadores, porque não possui em si outra vida senão a da graça: é vivendo da sua vida que os seus membros se santificam e é subtraindo-se à sua vida que eles caem no pecado e nas desordens que impedem a irradiação da sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por estas faltas, tendo o poder de curar delas os seus filhos, pelo sangue de Jesus Cristo e pelo dom do Espírito Santo.

Quarta-feira, dia 27 de Julho de 2016

Quarta-feira da 17.ª semana do Tempo Comum

Como sou infeliz, minha mãe! Porque me trouxestes ao mundo? Sou um homem contestado e perseguido em toda a terra! Ninguém me deve e eu não devo nada a ninguém e, no entanto, sou amaldiçoado por todos.
Quando apareciam as vossas palavras, Senhor, eu tomava-as como alimento. A vossa palavra era o encanto e a alegria do meu coração porque sobre mim foi invocado o vosso nome, Senhor, Deus do Universo.
Nunca me sentei com os folgazões para me divertir; sob o peso da vossa mão sentei-me solitário porque a vossa indignação enchia a minha alma.
Porque não tem fim a minha dor, porque não tem cura a minha ferida? Vós sois para mim como o ribeiro enganador, em cujas águas não se pode confiar.
Então o Senhor falou-me, dizendo: «Se quiseres voltar, Eu farei que voltes para estares na minha presença. Se separares o metal das impurezas, tu serás como a minha boca. São eles que virão ter contigo e não tu a ir ao seu encontro.
Farei de ti para este povo uma forte muralha de bronze: lutarão contra ti, mas não poderão vencer-te porque Eu estou contigo para te proteger e salvar.
Eu te livrarei das mãos dos malvados, Eu te salvarei do poder dos violentos».
Livro de Salmos 59(58),2-3.4-5a.10-11.17.18.
Meu Deus, livrai-me dos inimigos,
protegei-me contra os meus agressores.
Defendei-me dos que praticam a iniquidade,
salvai-me dos homens sanguinários.
Armam ciladas para me tirar a vida,
conspiram contra mim homens poderosos.

Senhor, em mim não há crime nem pecado,
sem culpa minha correm a atacar-me.
Senhor, minha força, é para Vós que eu me volto,
sois Vós, ó Deus, o meu refúgio.
A bondade do meu Deus venha em meu auxílio
e me faça ver a derrota dos meus inimigos.

Eu cantarei, Senhor, a força do vosso poder,
de manhã louvarei a vossa bondade,
porque sois a minha fortaleza,
o meu refúgio no dia da tribulação.
porque foste o meu amparo
e o meu refúgio no dia da tribulação.

Evangelho segundo S. Mateus 13,44-46.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo.
O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.
Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Máximo, o Confessor (c. 580-662), monge, teólogo
Centúrias sobre o amor, 4, 69 ss.
«O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo»
Há quem pense que não tem qualquer participação nos dons do Espírito Santo. Devido à sua negligência em levar à prática os mandamentos, essas pessoas não sabem que, quem mantém inalterada a fé em Jesus Cristo, reúne em si mesmo todos os dons divinos. É natural que, quando, por inércia, nos encontramos longe do amor activo que devíamos ter a Deus – esse amor que nos mostra os tesouros de Deus escondidos em nós – pensemos que não estamos a participar nos dons divinos.
Com efeito, se «Cristo habita pela fé nos nossos corações», segundo o apóstolo Paulo (Ef 3, 17), e se nele «estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência» (Col 2, 3), todos esses tesouros da sabedoria e da ciência estão escondidos nos nossos corações. Mas revelam-se ao coração na medida da purificação de cada um, dessa purificação que os mandamentos suscitam. Tal é o tesouro escondido no campo do teu coração que ainda não encontraste, devido à tua preguiça. Porque, se o tivesses encontrado, terias vendido tudo para adquirir esse campo. Mas agora abandonaste o campo e procuras em seu redor, onde apenas existem espinhos e silvas. É por isso que o Salvador afirma: “Bem-aventurados os puros de coração, porque estarão com Deus” (Mt 5, 8). Senti-Lo-ão e verão os tesouros que estão nele, quando se tiverem purificado, pelo amor e pela temperança. E senti-Lo-ão tanto mais, quanto mais se tiverem purificado.

Quinta-feira, dia 28 de Julho de 2016

Quinta-feira da 17.ª semana do Tempo Comum

Palavra que o Senhor dirigiu ao profeta Jeremias:
«Levanta-te e desce à casa do oleiro; ali te farei ouvir as minhas palavras».
Eu desci à casa do oleiro e encontrei-o a trabalhar na roda.
Quando o vaso que ele estava a moldar não saía bem, como acontece com o barro nas mãos do oleiro, ele começava de novo e fazia outro vaso, como lhe parecia melhor.
Então o Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo:
«Não poderei Eu tratar-vos como este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor –. Como o barro nas mãos do oleiro, assim estais vós na minha mão, ó casa de Israel».
Livro de Salmos 146(145),2abc.2d-4.5-6.
Louva, minha alma, o Senhor.
Louvarei o Senhor toda a minha vida,
cantarei hinos ao meu Deus,
enquanto viver.

Não ponhais a confiança nos poderosos,
no homem que nem a si se pode salvar.
Vai-se-lhe o espírito e volta ao pó da terra
e assim ficam desfeitos os seus planos.

Feliz o que tem por auxílio o Deus de Jacob,
o que põe a sua confiança no Senhor, seu Deus,
que fez o céu e a Terra,
o mar e quanto neles existe.
Evangelho segundo S. Mateus 13,47-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam fora.
Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes tudo isto?». Eles responderam-Lhe: «Entendemos».
Disse-lhes então Jesus Cristo: «Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas».
Quando acabou de proferir estas parábolas, Jesus Cristo continuou o seu caminho.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Diálogo, cap. 39
«Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida» (Jo 3,36)

[Santa Catarina de Sena ouviu Deus dizer:] No dia do juízo final, quando o Verbo, meu Filho, revestido da minha majestade, vier julgar o mundo com o seu poder divino, não virá como aquele pobre miserável que era quando nasceu do seio da Virgem, num estábulo, no meio dos animais ou como quando morreu entre dois ladrões. Nessa altura, o meu poder estava oculto nele; como homem, deixei-O sofrer penas e tormentos. Não é que a minha natureza divina estivesse separada da sua natureza humana, mas deixei-O sofrer como homem para expiar os vossos pecados. Não, não é assim que Ele virá no momento supremo: Ele virá com todo o seu poder e todo o esplendor da sua própria pessoa. [...]
Aos justos, inspirará um temor respeitoso e, ao mesmo tempo, um grande júbilo. Não é que a sua face mude: a sua face é imutável, em virtude da natureza divina porque Ele é um comigo e também é imutável em virtude da natureza humana, uma vez que assumiu a glória da ressurreição. Ele parecerá terrível aos olhos dos condenados porque os pecadores vê-Lo-ão com o olhar de temor e perturbação que têm dentro de si próprios.
Não é isso que se passa com a visão doente? No sol brilhante, vê apenas trevas, enquanto o olho são vê nele a luz. Não é que a luz tenha algum defeito; não é o sol que muda. O defeito está no olho do cego. É assim que os condenados verão o meu Filho: entre trevas, ódio e confusão. Mas será por culpa da sua própria enfermidade e não por causa da minha majestade divina, com a qual o meu Filho aparecerá para julgar o mundo.

Sexta-feira, dia 29 de Julho de 2016

S. Marta – Memória Obrigatória

Santo do dia : Santa Marta, amiga de Jesus, Santos Maria e Lázaro, hospedeiros do Senhor

1.ª Carta de S. João 4,7-16.
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus.
Quem não ama, não conhece a Deus porque Deus é Amor.
Assim se manifestou o amor de Deus para connosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito para que vivamos por Ele.
Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros.
Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e em nós o seu amor é perfeito.
Nisto conhecemos que estamos n’Ele e Ele em nós: porque nos deu o seu Espírito.
E nós vimos e damos testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.
Se alguém confessar que Jesus é o Filho (de Deus), Deus permanece nele e ele em Deus.
Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e acreditámos no seu amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele.
Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.10-11.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Adorai o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O adoram.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.

Livro de Números 6,22-27.
O Senhor disse a Moisés:
Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo:
'O Senhor te abençoe e te proteja.
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua presença e te seja favorável.
O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz'.
Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei.
Evangelho segundo S. João 11,19-27.
Naquele tempo, muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão.
Quando ouviu dizer que Jesus Cristo estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa.
Marta disse a Jesus Cristo: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido.
Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Teu irmão ressuscitará».
Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Eu sou a ressurreição e a Vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá
e todo aquele que vive e acredita em Mim, não morrerá para sempre. Acreditas nisto?».
Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n.° 49, 15
«Quem acredita em Mim, [...] viverá»
«Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá e todo aquele que vive e acredita em Mim não morrerá para sempre.» Que quer isto dizer? «Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido como Lázaro, viverá» porque Deus não é um Deus de mortos, mas um Deus de vivos (= homens e mulheres celestes). Já a propósito de Abraão, de Isaac e de Jacob, os patriarcas há muito mortos, Jesus Cristo tinha dado a mesma resposta aos judeus: «'Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob'; não é um Deus de mortos, mas de vivos porque para Ele todos estão vivos» (Lc 20,38). Por isso, acredita e, ainda que estejas morto, viverás! Mas, se não acreditares, ainda que estejas vivo, na verdade estás morto. [...] De onde vem a morte da alma? Vem do facto de a fé já lá não estar. De onde vem a morte do corpo? Vem do facto de a alma já lá não estar. A alma da tua alma é a .
«Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido no seu corpo, terá a vida na sua alma até que o próprio corpo ressuscite para nunca mais morrer. E quem vive na sua carne e acredita em Mim, ainda que tenha de morrer durante algum tempo no seu corpo, não morrerá para a eternidade, devido à vida do Espírito e à imortalidade da ressurreição.»
É isto que Jesus Cristo quer dizer na sua resposta a Marta. [...] «Acreditas nisto?» «Sim, Senhor», respondeu ela, «eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo. E acreditando nisto, acredito que és a ressurreição, acredito que és a Vida, acredito que quem acredita em Ti, ainda que tenha morrido, viverá; acredito que quem está vivo e acredita em Ti não morrerá para sempre.»

Sábado, dia 30 de Julho de 2016

Sábado da 17.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia: S. Pedro Crisólogo, bispo, Doutor da Igreja, +450

Livro de Jeremias 26,11-16.24.
Naqueles dias, os sacerdotes e os profetas falaram aos príncipes e à multidão: «Este homem merece a morte porque profetizou contra esta cidade, como todos vós ouvistes.»
Então Jeremias disse aos chefes e a todo o povo: «Foi o Senhor que me enviou a profetizar, contra este templo e contra esta cidade, tudo o que ouvistes.
Portanto emendai os vossos caminhos e as vossas acções, ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, e o Senhor afastará de vós os males com que vos ameaçou.
Quanto a mim, estou nas vossas mãos: tratai-me como vos parecer melhor e mais justo.
Mas ficai sabendo que, se me condenardes à morte, sereis responsáveis pelo sangue de um inocente, vós, esta cidade e os seus habitantes. Na verdade, foi o Senhor que me enviou a vós, para anunciar aos vossos ouvidos todas estas palavras».
Então os chefes e todo o povo disseram aos sacerdotes e aos profetas: «Este homem não merece a morte porque nos falou em nome do Senhor, nosso Deus».
Jeremias ficou sob a protecção de Aican, filho de Safan, e assim não caiu nas mãos do povo para ser morto.
Livro de Salmos 69(68),15-16.30-31.33-34.
Tirai-me do lamaçal para que não me afunde,
livrai-me dos que me odeiam e do abismo das águas.
Não me cubram as ondas nem me arraste a voragem,
não se feche sobre mim a boca do abismo.

Eu sou pobre e miserável:
defendei-me com a vossa protecção.
Louvarei com cânticos o nome de Deus
e em acção de louvor O glorificarei.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.

Evangelho segundo S. Mateus 14,1-12.
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu falar da fama de Jesus Cristo e disse aos seus familiares: «Esse homem é João Baptista que ressuscitou dos mortos. Por isso é que nele se exercem tais poderes miraculosos».
De facto, Herodes tinha mandado prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe.
Porque João dizia constantemente a Herodes: «Não te é permitido tê-la por mulher».
E embora quisesse dar-Lhe a morte, tinha receio da multidão que o considerava como profeta.
Ocorreu entretanto o aniversário de Herodes e a filha de Herodíades dançou diante dos convidados. Agradou de tal maneira a Herodes
que este lhe prometeu com juramento dar-lhe o que ela pedisse.
Instigada pela mãe, ela respondeu: «Dá-me agora mesmo num prato a cabeça de João Baptista».
O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos convidados, ordenou que lha dessem
e mandou decapitar João no cárcere.
A cabeça foi trazida num prato e entregue à jovem que a levou a sua mãe.
Os discípulos de João vieram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura. Depois foram dar a notícia a Jesus Cristo.
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Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre S. Mateus, n.º 48
A morte de João Baptista
«Dá-me agora mesmo, num prato, a cabeça de João Batista.» E Deus permitiu que tal acontecesse, não lançou um raio do alto dos céus para devorar aquele rosto insolente; não ordenou à terra que se abrisse e engolisse os convivas daquele horroroso banquete. Deus dava assim a mais bela coroa ao justo e deixava uma consolação magnífica aos que, no futuro, viessem a ser vítimas de injustiças semelhantes. Escutemo-lo, pois todos nós que, apesar da nossa vida honesta, temos de suportar os malvados: [...] o maior dos filhos nascidos de mulher (cf Lc 7,28) foi levado à morte a pedido de uma jovem impudica, de uma mulher perdida e foi-o por ter defendido a lei divina. Que estas considerações nos façam suportar corajosamente os nossos próprios sofrimentos. [...]
Mas repara no tom moderado do evangelista que procura até circunstâncias atenuantes para este crime. A propósito de Herodes, nota que agiu «por causa do juramento e dos convidados» e que «ficou consternado» e a propósito da jovem, observa que tinha sido «instigada pela mãe». [...] Aprendamos, também nós, a não odiar os malvados, a não criticar as faltas do próximo, ocultando-as tão discretamente quanto possível, a acolher a caridade na nossa alma. Porque, acerca desta mulher impudica e sanguinária, o evangelista falou com toda a moderação possível; [...] tu, porém não hesitas em tratar o teu próximo com malvadez. [...] Não é assim que se comportam os santos; pelo contrário, eles choram pelos pecadores, em vez de os amaldiçoarem. Façamos como eles; choremos por Herodíades e pelos que a imitam. Porque vemos hoje muitos banquetes do género do de Herodes, nos quais não se condena à morte o precursor, mas se destroem os membros de Cristo.
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sábado, 23 de julho de 2016

Cristianismo 166 até 23-07-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 17 de Julho de 2016

16.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Naqueles dias, o Senhor apareceu a Abraão junto do Carvalho de Mambré. Abraão estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia.
Ergueu os olhos e viu três homens de pé diante dele. Logo que os viu, deixou a entrada da tenda e correu ao seu encontro; prostrou-se por terra
e disse: «Meu Senhor, se agradei aos vossos olhos, não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo.
Mandarei vir água, para que possais lavar os pés e descansar debaixo desta árvore.
Vou buscar um bocado de pão para restaurardes as forças antes de continuardes o vosso caminho, pois não foi em vão que passastes diante da casa do vosso servo». (ele dirigiu-se ao que ia à frente, considerando-o o líder do grupo como era costume) Eles responderam: «Faz como disseste». (eles responderam em uníssono, mostrando que os três eram do mesmo nível)
Abraão apressou-se a ir à tenda onde estava Sara e disse-lhe: «Toma depressa três medidas de flor da farinha, amassa-a e coze uns pães no borralho».
Abraão correu ao rebanho e escolheu um vitelo tenro e bom e entregou-o a um servo que se apressou a prepará-lo.
Trouxe manteiga e leite e o vitelo já pronto e colocou-o diante deles; e, enquanto comiam, ficou de pé junto deles debaixo da árvore.
Depois eles disseram-lhe: «Onde está Sara, tua esposa?». Abraão respondeu: «Está ali na tenda».
E um deles disse: «Passarei novamente pela tua casa daqui a um ano e então Sara, tua esposa, terá um filho».

Livro de Salmos 15(14),2-3.3-4.5.
O que vive sem mancha e pratica a justiça
e diz a verdade que tem no seu coração;
o que não faz mal ao seu próximo
nem ultraja o seu semelhante

e não empresta dinheiro com usura
nem aceita presentes para condenar o inocente.
Quem assim proceder jamais será abalado.


Carta aos Colossenses 1,24-28.
Irmãos: Agora alegro-me com os sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta à paixão de Jesus Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja.
Dela me tornei ministro, em virtude do cargo que Deus me confiou a vosso respeito, isto é, anunciar-vos em plenitude a palavra de Deus,
o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos.
Deus quis dar-lhes a conhecer em que consiste, entre os gentios, a glória inestimável deste mistério: Jesus Cristo no meio de vós, esperança da glória.
E nós O anunciamos, advertindo todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, a fim de os apresentarmos todos perfeitos em Jesus Cristo.
Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa.
Ela tinha uma irmã chamada Maria que, sentada aos pés de Jesus Cristo, ouvia a sua palavra.
Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me».
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas,
quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada». (parece-me que Jesus Cristo era a única visita, senão Maria não lhe poderia dedicar atenção exclusiva; parece-me que Marta era a mais velha e, portanto, tinha o serviço a seu cargo e Maria, mais nova, teria a seu cargo a atenção às visitas. Parece-me que o serviço não seria assim tanto porque só uma visita, mas Marta queria também a atenção de Jesus Cristo e, por ciúmes, reclamou; não poderia pedir a Jesus Cristo que viesse para a cozinha, lugar das mulheres, mas reclamou a ajuda da irmã assim ele não ficaria sozinho na sala e viria também. Parece-me que Marta apenas queria também escutar as palavras de Jesus Cristo e ter a sua atenção; por isso ela se esmerava.)


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Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
3.º Sermão sobre a Assunção
Marta e Maria
Quem melhor do que os que estão encarregados de uma comunidade merece que se lhes apliquem estas palavras: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas»? Quem são os que se inquietam com muitas coisas, senão aqueles a quem incumbe cuidar de Maria, a contemplativa, de seu irmão Lázaro e de muitos outros? Marta inquieta e preocupada com mil assuntos é o apóstolo que tem o «cuidado de todas as igrejas» (2Cor 11,28), que vela para que os pastores cuidem das suas ovelhas: «Quem é fraco, sem que eu também o seja? Quem tropeça, que eu não me consuma com febre?» (29). Que Marta receba, pois o Senhor em sua casa, dado que lhe foi confiado o cuidado do lar. […] Que os que partilham as suas tarefas recebam igualmente o Senhor, cada um segundo o seu ministério particular; que acolham a Jesus Cristo e O sirvam e que O assistam nos seus membros, os doentes, os pobres, os viajantes e os peregrinos.
Enquanto eles realizam estas actividades, que Maria permaneça em repouso, que conheça «como é bom o Senhor» (Sl 33,9). Que tenha o cuidado de se deitar aos pés de Jesus Cristo com o coração cheio de amor e a alma em paz, sem dele desviar os olhos, atenta a todas as suas palavras, admirando o seu belo rosto e a sua linguagem. «És o mais belo entre os filhos do homem; em teus lábios se derramou a graça» (Sl 44,3), mais belo ainda do que os anjos na sua glória. Conhece a tua alegria e agradece, Maria, tu que escolheste a melhor parte. Felizes os olhos que vêem o que tu vês e os ouvidos que merecem ouvir o que tu ouves! (Mt 13,16) Como és feliz, sobretudo por ouvir bater o coração de Deus, nesse silêncio onde convém ao homem esperar o seu Senhor!

Segunda-feira, dia 18 de Julho de 2016

Segunda-feira da 16.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Bartolomeu dos Mártires, bispo, +1590

Livro de Miqueias 6,1-4.6-8.
Escutai o que diz o Senhor: «Levanta-te, abre um processo diante das montanhas, ouçam as colinas a tua voz».
Escutai, montanhas, o processo do Senhor; prestai atenção, fundamentos da terra, porque o Senhor tem um processo contra o seu povo, está em demanda contra Israel:
«Meu povo, que te fiz Eu? Em que te ofendi? Responde-Me.
Tirei-te da terra do Egipto, livrei-te da casa de escravidão e enviei à tua frente Moisés, Aarão e Maria».
– Com que me apresentarei diante do Senhor e me inclinarei diante do Deus das alturas? – Apresentar-me-ei com holocaustos, com novilhos de um ano?
Agradarão ao Senhor milhares de carneiros ou rios de azeite? Oferecerei o meu primogénito para expiar a minha culpa, o fruto das minhas entranhas para expiar o meu pecado?
Já te foi indicado, ó homem, o que deves fazer, o que o Senhor exige de ti: praticar a justiça e amar a misericórdia e ser humilde diante do teu Deus.
Livro de Salmos 50(49),5-6.8-9.16bc-17.21.23.
Diz o Senhor: «Reuni os meus fiéis
que selaram a minha aliança com um sacrifício».
Os céus proclamam a sua justiça:

o próprio Deus vem julgar.
Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.

Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.
Como falas tanto na minha lei

e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu.
Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em rosto.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.

Evangelho segundo S. Mateus 12,38-42.
Naquele tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus Cristo: «Mestre, queremos ver um sinal da tua parte».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhes: «Esta geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas.
Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim o Filho (do homem) estará três dias e três noites no seio da terra.
No dia do Juízo, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la porque fizeram penitência quando Jonas pregou e aqui está quem é maior do que Jonas.
No dia do Juízo, a rainha do Sul erguer-se-á com esta geração e há-de condená-la porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão e aqui está quem é maior do que Salomão».
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Comentário do dia:
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequese n.º 20 / 2.ª mistagógica
O sinal de Jonas
Fostes conduzidos pela mão à piscina baptismal, como Jesus Cristo o foi da cruz até ao túmulo que está diante de vós [na igreja do Santo Sepulcro]. Depois de terdes confessado a vossa fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo, fostes imersos três vezes na água e três vezes emergistes, símbolo dos três dias que Jesus Cristo passou no túmulo. Tal como o nosso Salvador passou três dias e três noites no coração da terra, também vós, ao saírdes da água depois da vossa imersão, haveis imitado Jesus Cristo. [...] Quando imergistes, estáveis na noite, não víeis nada; mas ao saírdes da água estáveis como que em pleno dia. Num mesmo movimento, morrestes e nascestes; essa água que salva foi ao mesmo tempo o vosso túmulo e a vossa mãe. [...] 
Estranho paradoxo! Não estamos verdadeiramente mortos, não fomos verdadeiramente sepultados, não fomos verdadeiramente crucificados nem ressuscitados; mas, se esta nossa imitação não é mais do que uma imagem, a salvação é uma realidade. Jesus Cristo foi realmente crucificado, realmente sepultado e verdadeiramente ressuscitou e toda esta graça nos é dada para que, participando nos seus sofrimentos e imitando-os, ganhemos a salvação. Que imenso amor pelos homens! Jesus Cristo recebeu os pregos nas suas mãos puras e sofreu; a mim, sem sofrimento e sem dor, concede-me por esta participação a graça da salvação. [...]
Sabemo-lo bem: se é certo que o baptismo nos purifica dos pecados e nos dá o Espírito Santo, ele é também a réplica da Paixão de Jesus Cristo. É por isso que Paulo proclama: «Não o sabeis? Nós todos que fomos baptizados em Jesus Cristo, foi na sua morte que fomos baptizados. Fomos, portanto, sepultados com Ele no baptismo.» [...] Tudo o que Jesus Cristo suportou, foi por nós e para nossa salvação, na realidade e não em aparência. [...] E nós tornamo-nos participantes dos seus sofrimentos. Por isso, Paulo continua a proclamar: «Se nos tornámos um só com Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos também por uma ressurreição que se lhe assemelhe» (Rom 6,3-5)

Terça-feira, dia 19 de Julho de 2016

Terça-feira da 16.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santas Justa e Rufina, mártires, +287, Santo Arsénio, eremita, +séc. V

Livro de Miqueias 7,14-15.18-20.
Apascentai o vosso povo com a vossa vara, o rebanho da vossa herança que vive isolado na selva, no meio de uma terra frutífera, para que volte a apascentar-se em Basã e Galaad, como nos dias de outrora.
Mostrai-nos prodígios, como nos dias em que saístes da terra do Egipto.
Qual é o deus semelhante a Vós que perdoa o pecado e absolve a culpa deste resto da vossa herança? Não guarda para sempre a sua ira porque prefere a misericórdia.
Ele voltará a ter piedade de nós, pisará aos pés as nossas faltas, lançará para o fundo do mar todos os nossos pecados.
Mostrai a Jacob a vossa fidelidade e a Abraão a vossa misericórdia, como jurastes aos nossos pais, desde os tempos antigos.
Livro de Salmos 85(84),2-4.5-6.7-8.
Abençoastes, Senhor, a vossa terra,
restaurastes os destinos de Jacob.
Perdoastes a culpa do vosso povo,
esquecestes todos os seus pecados.

Aplacastes toda a vossa cólera,
refreastes o furor da vossa ira.
Restaurai-nos, ó Deus, nosso Salvador
e afastai de nós a vossa indignação.

Estareis para sempre irritado contra nós,
prolongareis a vossa ira de geração em geração?
Não voltareis a dar-nos a vida,
para que em Vós se alegre o vosso povo?

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação.
Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo estava a falar à multidão, chegaram sua Mãe e seus irmãos. Ficaram do lado de fora e queriam falar-Lhe.
Alguém Lhe disse: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo».
Mas Jesus Cristo respondeu a quem O avisou: «Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?».
E apontando para os discípulos, disse: «Estes são a minha mãe e os meus irmãos:
todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe». (eles tinham vindo para repreendê-lo e levá-lo para casa; para que deixasse de evangelizar; Ele já estava noutro caminho completamente diferente)
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Comentário do dia:
Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Carta 142
«Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai [...], esse é meu irmão, minha irmã e Minha mãe»
«Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos diz o Senhor» (Is 55,8). O mérito não consiste em fazer nem em dar muito, mas antes em receber e amar muito. Está dito que a felicidade está mais em dar do que em receber (At 20,35) e é verdade, mas quando Jesus Cristo quer tomar para Si a doçura de dar, não é delicado recusar. Deixemo-Lo tomar e dar tudo o que quiser; a perfeição consiste em fazer a sua vontade e a alma que se entrega totalmente a Ele é chamada pelo próprio Jesus Cristo «sua mãe, sua irmã» e toda a sua família. Aliás, «se alguém Me tem amor, há-de guardar a minha palavra e o meu Pai o amará e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,23) (ou o bem domina em nós ou o mal; não há outra hipótese). Oh, como é fácil agradar a Jesus Cristo, deleitar o seu coração; basta amá-Lo sem olhar demasiado para nós próprios, sem examinar excessivamente os próprios defeitos [...].
Os directores espirituais fazem-nos aproximar da perfeição levando-nos a praticar um grande número de actos de virtude e têm razão, mas o meu director, que é Jesus Cristo, não me ensina a contar os meus actos; ensina-me a fazer tudo por amor, a não Lhe recusar nada, a estar contente quando me dá ocasião de Lhe mostrar que O amo, mas isso acontece na paz, no abandono; é Jesus Cristo que faz tudo e eu nada faço.
Jesus Cristo dá aos seus discípulos o poder de curar os corpos, esperando confiar-lhes o poder, muito mais importante, de curar as almas. Observa como Ele mostra simultaneamente a facilidade e a necessidade desta obra. Efectivamente, que diz Ele? «A messe é abundante, mas os trabalhadores são poucos.» Não é para a sementeira que vos envio, mas para a colheita. [...] Falando assim, Nosso Senhor incutia-lhes confiança e mostrava-lhes que o trabalho mais importante já tinha sido realizado.

Quarta-feira, dia 20 de Julho de 2016

Quarta-feira da 16.ª semana do Tempo Comum

Palavras de Jeremias, filho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, no território de Jr Benjamim:
O Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo:
«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta entre as nações».
Então eu disse: «Ah, Senhor Deus, mas eu não sei falar porque sou uma criança».
O Senhor respondeu-me: «Não digas: ‘Sou uma criança’ porque irás ao encontro daqueles a quem Eu te enviar e dirás tudo quanto Eu te mandar dizer.
Não tenhas receio diante deles porque Eu estou contigo, para te salvar – diz o Senhor».
Depois o Senhor estendeu a mão, tocou-me na boca e disse-me: «Eu ponho as minhas palavras na tua boca.
Hoje dou-te poder sobre os povos e os reinos para arrancar e destruir, para arruinar e demolir, para construir e plantar».
Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15ab.17.
Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

A minha boca proclamará a vossa justiça,
dia após dia a vossa infinita salvação.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.

Evangelho segundo S. Mateus 13,1-9.
Naquele dia, Jesus Cristo saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar.
Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem.
Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: «Saiu o semeador a semear.
Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e comeram-nas.
Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra e logo nasceram porque a terra era pouco profunda;
mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaram, por não terem raiz.
Outras caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e afogaram-nas.
Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; outras, trinta por um.
Quem tem ouvidos, oiça».
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Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre Mateus, 44
«Caíram em boa terra e deram fruto»
«Saiu o semeador a semear.» Donde saiu Ele, Aquele que está presente em toda a parte, que enche todo o universo? Como saiu? Não materialmente, mas por uma disposição da sua providência a nosso respeito: aproximou-Se de nós, revestindo-Se da nossa carne. Uma vez que não podíamos ir até Ele, porque os nossos pecados nos impediam o acesso, foi Ele que veio até nós. E porque foi que saiu? Para destruir a terra onde abundavam os espinhos? Para castigar os cultivadores? De modo nenhum. Ele veio cultivar essa terra, tratar dela e nela semear a palavra da santidade. Porque a semente de que fala é, na verdade, a sua doutrina; o campo é a alma do homem; o semeador é Ele próprio. [...]
Teríamos razão em censurar um cultivador que semeasse com tanta abundância. [...] Mas, quando se trata das coisas da alma, as pedras podem transformar-se em terra fértil, o caminho pode deixar de ser pisado pelos transeuntes e tornar-se um campo fecundo, os espinhos podem ser arrancados e permitir aos grãos que cresçam com toda a tranquilidade. Se isso não fosse possível, Ele não teria lançado a semente. E, se a transformação não se realizou, não é por culpa do semeador, mas daqueles que não quiseram deixar-se transformar. O semeador fez o seu trabalho. Se a semente se perdeu, o autor de tão grande benefício não é responsável por isso.     
Nota bem que há várias maneiras de perder a semente. [...] Uma coisa é deixar a semente da palavra de Deus secar sem tribulações e sem cuidados, outra é vê-la sucumbir sob o choque das tentações. [...] Para que tal não nos aconteça, gravemos a palavra na nossa memória, com ardor e seriedade. Assim, por muito que o diabo arranque à nossa volta, teremos força para evitar que ele arranque o que quer que seja dentro de nós.  

Quinta-feira, dia 21 de Julho de 2016

Quinta-feira da 16.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Lourenço de Brindisi (Brindes), religioso, Doutor da Igreja, +1619

Livro de Jeremias 2,1-3.7-8.12-13.
O Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo:
«Vai proclamar aos ouvidos de Jerusalém: Assim fala o Senhor: Lembro-Me do afecto da tua juventude, do amor do teu noivado, quando Me seguias no deserto, numa terra onde não se semeia.
Israel era então uma herança sagrada do Senhor, primícias da sua colheita. Aqueles que a devoravam recebiam a paga: a desgraça caía sobre eles – oráculo do Senhor –.
Eu conduzi-vos a uma terra de pomares, para comerdes dos seus ricos frutos. Mas logo que entrastes, profanastes a minha terra e fizestes da minha herança um lugar abominável.
Os sacerdotes não perguntavam: ‘Onde está o Senhor?’. Os mestres da Lei não Me conheceram, os guias do povo revoltaram-se contra Mim, os profetas vaticinaram em nome de Baal e foram atrás de divindades que nada valem.
Pasmai de tudo isto, ó céus, estremecei de horror e espanto – diz o Senhor –
porque o meu povo cometeu dois pecados: abandonaram-Me a Mim, fonte de água viva, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não conservam a água».
Livro de Salmos 36(35),6-7ab.8-9.10-11.
Senhor, até aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade.
A vossa justiça é como os montes altíssimos,
os vossos juízos são como o abismo profundo.

Como é admirável, Senhor, a vossa bondade!
À sombra das vossas asas se refugiam os homens.
Podem saciar-se da abundância da vossa casa
e Vós os inebriais com a torrente das vossas delícias.

Em Vós está a fonte da vida
e é na vossa luz que vemos a luz.
Conservai a vossa bondade aos que Vos conhecem
e a vossa justiça aos rectos de coração.

Evangelho segundo S. Mateus 13,10-17.
Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus Cristo e disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas?».
Jesus Cristo respondeu: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus, mas a eles não.
Pois àquele que tem dar-se-á e terá em abundância; mas àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado.
É por isso que lhes falo em parábolas, porque vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender.
Neles se cumpre a profecia de Isaías que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas sem compreender; olhando olhareis, mas sem ver.
Porque o coração deste povo tornou-se duro: endureceram os seus ouvidos e fecharam os seus olhos para não acontecer que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos e compreendendo com o coração, se convertam e Eu os cure’.
Quanto a vós, felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem!
Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Justino (c.100 -160), filósofo, mártir
Primeira apologia, 1.30-31
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes»
Ao imperador Adriano, César Augusto, e a Veríssimo, seu filho filósofo, e a Lício, filósofo, e ao Senado e a todo o povo romano, em nome dos homens de todas as raças que são injustamente odiados e perseguidos, sendo eu um deles, Justino, de Néapolis [Nablus] na Síria da Palestina, dirijo este discurso. [...]
Argumenta-se que Aquele a que nós chamamos o Cristo é apenas um homem, nascido de um homem, que os prodígios que Lhe atribuímos são devidos a artes mágicas e que Ele Se fez passar por Filho de Deus. A nossa demonstração não se apoiará sobre dizeres, mas sobre as profecias feitas antes dos acontecimentos, nas quais temos necessariamente de acreditar: porque nós vimos e vemos ainda, realizar-se aquilo que foi profetizado. [...]
Houve entre os judeus profetas de Deus pelos quais o Espírito profético anunciou antecipadamente acontecimentos futuros. As suas profecias foram cuidadosamente guardadas, tal como haviam sido proferidas, pelos sucessivos reis da Judeia nos livros escritos em hebraico pela mão dos profetas. [...]
Ora nós lemos nos livros dos profetas que Jesus, nosso Cristo, havia de vir, que nasceria de uma virgem, que apareceria com o aspecto de homem, que curaria todas as doenças e todas as enfermidades, que ressuscitaria os mortos, que, ignorado e perseguido, seria crucificado, que morreria, que ressuscitaria e subiria ao céu, que seria e será reconhecido como Filho de Deus, que enviaria alguns a anunciar estas coisas ao mundo e que seriam sobretudo os pagãos a acreditar nele. Estas profecias foram feitas 5000, 2000, 1000, 800 anos antes da sua vinda porque os profetas sucederam-se uns aos outros de geração em geração.

Sexta-feira, dia 22 de Julho de 2016

Santa Maria Madalena, discípula – Festa

Santo do dia : Santa Maria Madalena, discípula de Jesus

Livro de Cântico dos Cânticos 3,1-4a.
Eis o que diz a esposa: «No meu descanso, durante a noite, procurei aquele que o meu coração ama; procurei-o, mas não pude encontrá-lo.
Levantar-me-ei e percorrerei a cidade, pelas ruas e pelas praças, procurando aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não pude encontrá-lo.
Encontraram-me as sentinelas que rondavam a cidade e eu perguntei-lhes: ‘Vistes porventura aquele que o meu coração ama?’.
E logo que passei por eles, encontrei aquele que o meu coração ama».
Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.8-9.
Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais do que a vida;
por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra das vossas asas.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa mão me serve de amparo.

Evangelho segundo S. João 20,1-2.11-18.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus Cristo e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
E ficou a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro
e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus Cristo.
Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela respondeu-lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo de pé, sem saber que era Ele.
Disse-lhe Jesus Cristo: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!». Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!».
Jesus Cristo disse-lhe: «Não Me detenhas porque ainda não subi para o Pai.
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena (= de Magdala) foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilia 25
«Mulher, porque choras?»
Maria torna-se testemunha da compaixão de Deus, [...] aquela Maria a quem um fariseu queria quebrar o arroubo de ternura: «Se este homem fosse profeta», exclamava ele, «saberia quem é a mulher que Lhe toca e o que ela é: uma pecadora» (Lc 7,39) (são duas mulheres diferentes: a do túmulo era sua companheira e discípula e a quase apedrejada era desconhecida e seguiu o seu caminho). Mas as suas lágrimas apagaram-lhe as manchas do corpo e do coração; e ela precipitou-se a seguir os passos do seu Salvador, afastando-se dos caminhos do mal. Estava sentada aos pés de Jesus e escutava-O (Lc 10,39). Vivo, apertou-O nos braços; depois de morto, procurou-O, encontrando vivo Aquele que procurava morto. E encontrou nele tanta graça, que acabou por ser ela a levar a boa nova aos apóstolos, aos mensageiros de Deus!
Que havemos de ver aqui, meus irmãos, senão a infinita ternura do nosso Criador que, para dar novo ânimo à nossa consciência, nos dá constantemente exemplos de pecadores arrependidos. Lanço os meus olhos sobre Pedro, olho para o ladrão, examino Zaqueu, considero Maria, e só vejo neles apelos à esperança e ao arrependimento. A vossa fé foi tocada pela dúvida? Pensai em Pedro que chora amargamente a sua cobardia. Estais ardendo em cólera contra o vosso próximo? Pensai no ladrão que, em plena agonia, se arrepende e ganha a recompensa eterna. A avareza seca-vos o coração? Prejudicastes alguém? Vede Zaqueu que devolve quatro vezes mais aquilo que tinha roubado. Por causa de uma paixão, perdestes a pureza da carne? Olhai para Maria, que purifica o amor da carne com o fogo do amor divino.
Sim, Deus todo-poderoso oferece-nos constantemente exemplos e sinais da sua compaixão. Enchamo-nos, pois de horror pelos nossos pecados, mesmo pelos mais antigos. Deus todo-poderoso esquece com facilidade que nós cometemos o mal e está pronto a olhar para o nosso arrependimento como se fosse a própria inocência. Nós que, depois das águas da salvação, nos tínhamos de novo manchado, renasçamos com as nossas lágrimas. [...] O nosso Redentor consolará as vossas lágrimas com a sua alegria eterna.

Sábado, dia 23 de Julho de 2016

S. Brígida, religiosa, copadroeira da Europa – Festa

Santo do dia : Santa Brígida, religiosa, patrona da Europa, +1373

Livro de Jeremias 7,1-11.
Palavra que o Senhor dirigiu ao profeta Jeremias:
«Vai à entrada do templo do Senhor e proclama ali a seguinte mensagem: Escutai a palavra do Senhor, vós todos, homens de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor.
Assim fala o Senhor do Universo, o Deus de Israel: Emendai os vossos caminhos e as vossas acções e Eu vos deixarei habitar neste lugar.
Não vos fieis em palavras enganadoras, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’.
Mas se endireitardes os vossos caminhos e corrigirdes as vossas obras, se praticardes a justiça uns para com os outros,
se não oprimirdes o estrangeiro, o órfão e a viúva, se não derramardes neste lugar sangue inocente, se não seguirdes outros deuses para vossa desgraça,
então vos deixarei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais desde há muito e para sempre.
Mas vós fiais-vos em palavras enganadoras que para nada servem.
Assim podeis roubar, matar, cometer adultério, jurar falso, queimar incenso a Baal, seguir deuses estrangeiros que não conheceis.
Depois vindes aqui apresentar-vos diante de Mim, nesta casa em que é invocado o meu nome, e dizeis: ‘Estamos salvos’ para voltar a cometer todas essas abominações.
Será porventura um covil de salteadores esta casa onde é invocado o meu nome? Eu também vi tudo isto».
Livro de Salmos 84(83),3.4.5-6a.8a.11.
A minha alma suspira ansiosamente
pelos átrios do Senhor.
O meu ser e a minha carne
exultam no Deus vivo.

Até as aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.

Felizes os que moram em vossa casa:
podem louvar-Vos continuamente.
Felizes os que em Vós encontram a sua força,
os que caminham para ver a Deus em Sião.

Um dia em vossos átrios
vale por mais de mil longe de Vós.
Antes quero ficar no vestíbulo da casa do meu Deus
do que habitar nas tendas dos pecadores.

Evangelho segundo S. Marcos 3,31-35.
Naquele tempo, chegaram à casa onde estava Jesus Cristo, sua Mãe e seus irmãos que, ficando fora, O mandaram chamar.
A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?».
Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta apostólica «Spes Aedificandi», de 02/10/1999 (© copyright Libreria Editrice Vaticana)
Santa Brígida da Suécia, copadroeira da Europa
A fé cristã deu forma à cultura do continente europeu e combinou-se de forma inextricável com a sua história, a ponto de esta ser incompreensível sem uma referência aos acontecimentos que caracterizaram, primeiro o grande período da evangelização, depois os longos séculos no decurso dos quais o cristianismo se afirmou, apesar da dolorosa divisão entre o Oriente e o Ocidente, como a religião dos europeus. [...]
O caminho em direcção ao futuro não pode deixar de ter em conta este facto; os cristãos são chamados a ter dele uma consciência renovada, a fim de darem conta das suas permanentes potencialidades. Têm o dever de dar à construção da Europa um contributo específico que terá tanto mais valor e eficácia quanto souberem renovar-se à luz do Evangelho. Serão então os continuadores desta longa história de milénios, em que os santos oficialmente reconhecidos mais não são do que cumes propostos como modelos para todos. Há, com efeito, inúmeros cristãos que, pela sua vida recta e honesta, animada pelo amor a Deus e ao próximo, alcançaram, nas mais diversas vocações consagradas e laicas, uma santidade verdadeira e largamente difundida, ainda que se mantivesse oculta. A Igreja não duvida de que este tesouro de santidade é precisamente o segredo do seu passado e a esperança do seu futuro. [...]
Foi por isso que, completando aquilo que fiz quando declarei padroeiros da Europa, a par de São Bento, dois santos do primeiro milénio, os irmãos Cirilo e Metódio, pioneiros da evangelização do Oriente, pensei agora completar o cortejo dos padroeiros celestiais com três figuras igualmente emblemáticas de momentos cruciais deste segundo milénio que chega agora ao fim: Santa Brígida da Suécia, Santa Catarina de Sena, Santa Teresa Benedita da Cruz. Três grandes santas, três mulheres que, em três épocas diferentes - duas em plena Idade Média, uma no nosso século - se evidenciaram pelo seu amor activo à Igreja de Jesus Cristo e pelo testemunho prestado à sua cruz.
©

http://goo.gl/RSVXh5        portal da Confraria Bolos D. Rodrigo

Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

Os meus blogues

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http://www.algarvehistoriacultura.blogspot.pt              sobre o ALGARVE
http://www.passo-a-rezar.net/       meditações cristãs
http://www.descubriter.com/pt/             Rota Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/               Homepage - “Povo Livre” - Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/        18,30h – terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
http://www.livestream.com/stantonius         16h20 – terço;  17h00 – missa  (hora de Lisboa)
http://www.santo-antonio.webnode.pt/