sábado, 26 de setembro de 2015

Cristianismo 125 até 26-09-2015


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 20 de Setembro de 2015

25º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Disseram os ímpios: «Armemos ciladas ao justo porque nos incomoda e se opõe às nossas obras; censura-nos as transgressões à lei e repreende-nos as faltas de educação. (sem comentário)
Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência.
Condenemo-lo à morte infame porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.

Livro de Salmos 54(53),3-4.5.6.8.
Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca.

Levantaram-se contra mim os arrogantes
e os violentos atentaram contra a minha vida.
Não têm a Deus na sua presença.
Deus vem em meu auxílio.

o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor.

Carta de S. Tiago 3,16-18.4,1-3.
Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções.
Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia.
O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.
De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das paixões que lutam nos vossos membros?
Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes porque nada pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal (pedem o mal para os outros; esse só pode vir das trevas), pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.(Deus e Jesus Cristo só nos podem atender se pedimos o bem para os outros; então os pedidos de bem para nós serão atendidos)

Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então Jesus Cristo sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro (em poder) será o último de todos (o mais insignificante) e o servo de todos» (porque o universo do Bem só tem relações de afecto e de serviço. As relações de poder com superiores e inferiores, domínio e submissão são das trevas, escuridão, morte, destruição, ateísmo, frio corporal porque ausência de Deus).
E tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia sobre a humildade, 5-6

«Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»
Lembra-te deste provérbio: «Deus resiste aos soberbos e dá a graça aos humildes» (Jo 4,6). Tem presente a palavra do Senhor: «Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado» (Mt 23,12). Se achas que tens alguma coisa boa, reconhece-a, mas sem esquecer as tuas faltas; não te engrandeças com o bem que hoje fizeste nem esqueças o mal recente ou passado; se o presente é para ti motivo de glória, lembra-te do passado e assim destruirás esse estúpido abcesso!
Se vês o teu próximo pecar, não consideres mais do que a falta cometida e pensa também no bem que ele faz ou fez; muitas vezes descobrirás que é melhor do que tu, se examinares o conjunto da tua vida e não te prenderes a coisas fragmentárias porque Deus não examina assim o homem. Lembremo-nos disso muitas vezes para nos preservarmos do orgulho, abaixando-nos, para sermos elevados.
Imitemos o Senhor que desceu do céu até ao aniquilamento total. [...] Mas depois de tal aniquilamento, fez resplandecer a sua glória, glorificando com Ele aqueles que com Ele tinham sido desprezados. Tais eram, com efeito, os primeiros discípulos que, pobres e nus, percorreram o universo sem palavras de sabedoria nem séquitos faustosos, mas sós, errantes e sofredores, vagabundos por terra e por mar, vergastados, apedrejados, perseguidos e finalmente levados à morte. Tais são os divinos ensinamentos do nosso Pai. Imitemo-los para chegarmos também à glória eterna, ao perfeito e verdadeiro dom de Jesus Cristo.

 

Segunda-feira, dia 21 de Setembro de 2015

S. Mateus, Apóstolo e Evangelista – Festa

Santo do dia : S. Mateus, apóstolo e evangelista

Carta aos Efésios 4,1-7.11-13.
Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade (= amor);
empenhai-vos em manter a unidade do espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra.
A cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o dom de Jesus Cristo.
Foi Ele que a uns constituiu apóstolos, a outros evangelistas e a outros pastores e mestres,
para o aperfeiçoamento dos cristãos (a Sua Igreja), em ordem ao trabalho do ministério, para a edificação do Corpo de Jesus Cristo
até que cheguemos todos à unidade da e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem perfeito, à medida de Jesus Cristo na sua plenitude.

Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.


Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.
Naquele tempo, Jesus Cristo ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança dos impostos e disse-lhe: «Segue-Me». Ele levantou-se e seguiu Jesus Cristo.
Um dia em que Jesus Cristo estava à mesa em casa de Mateus, muitos publicanos e pecadores vieram sentar-se com Ele e os seus discípulos.
Vendo isto, os fariseus diziam aos discípulos: «Por que motivo é que o vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?»
Jesus Cristo ouviu-os e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias, III, 11, 8-9

São Mateus, um dos quatro evangelistas

Não pode haver mais nem menos evangelhos. Com efeito, uma vez que são quatro as regiões do mundo no qual nos encontramos e quatro os ventos principais e, uma vez que, por outro lado, a Igreja está espalhada por toda a terra e tem por «coluna e sustentáculo» (1Tim 3,15) o Evangelho e o Espírito da vida, é natural que haja quatro colunas que sopram a imortalidade de todos os lados e dão vida aos homens. Quando o Verbo, o artesão do universo, que tem o trono sobre os querubins e que sustenta todas as coisas (Sl 79,2; Heb 1,3), Se manifestou aos homens, deu-nos um evangelho com quatro formas, embora mantido por um único Espírito. Implorando a sua vinda, David dizia: «Manifestai-Vos, Vós que tendes o vosso trono sobre os querubins» (Sl, 79,2) porque os querubins têm quatro figuras (Ez 1,6) que são as imagens da actividade do Filho de Deus.
«O primeiro [destes seres vivos] era semelhante a um leão» (Ap 4,7) e caracteriza o poder, a preeminência e a realeza do Filho; «o segundo, a um touro», manifestando a sua função de sacrificador e de sacerdote; «o terceiro tinha um rosto como que de homem», evocando claramente a sua face humana; «o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo», indicando o dom do Espírito que paira sobre a Igreja. Os evangelhos segundo João, Lucas, Mateus e Marcos estão, pois de acordo com estes seres vivos sobre os quais Cristo Jesus tem o seu trono. […]
Encontramos estes mesmos traços no próprio Verbo de Deus; aos patriarcas que existiram antes de Moisés, falava Ele segundo a sua divindade e a sua glória; aos homens que viveram sob a Lei, atribuiu uma função sacerdotal e ministerial; em seguida, fez-Se homem por nós; por fim, enviou o dom do Espírito a toda a terra, escondendo-os à sombra das suas asas (Sl 16,8). […] São, pois fúteis, ignorantes e presunçosos os que rejeitam a forma como se apresenta o evangelho ou nele introduzem um número de figuras maior ou menor do que as que referimos.

 

Terça-feira, dia 22 de Setembro de 2015

Terça-feira da 25ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Maurício e companheiros (soldados romanos), mártires, séc. III

Livro de Esdras 6,7-8.12b.14-20.
Naqueles dias, Dario, rei da Pérsia, escreveu às autoridades da província ocidental do Eufrates, dizendo: «Deixai o governador de Judá e os anciãos dos judeus prosseguir os trabalhos do templo de Deus.
Sobre o trabalho que os anciãos dos judeus estão a realizar para a reconstrução do templo de Deus no seu local primitivo, ordeno que se pague tudo o que esses homens gastarem, pontualmente e sem interrupção, usando para isso as rendas reais dos impostos recolhidos na província ocidental do Eufrates.
Fui eu, Dario, que dei esta ordem: deve ser fielmente cumprida».
Então os anciãos dos judeus retomaram com êxito a construção, encorajados pelas palavras dos profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido. Levaram a construção a bom termo, segundo a vontade do Deus de Israel e a ordem de Ciro e de Dario, reis da Pérsia.
O templo de Deus foi concluído no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado de Dario.
Os filhos de Israel __ os sacerdotes, os levitas e os outros exilados __ celebraram alegremente a dedicação do templo de Deus.
Para esta dedicação do templo de Deus, ofereceram cem touros, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros, e, como sacrifício pelo pecado de todo o Israel, doze cabritos, segundo o número das tribos de Israel.
Estabeleceram também os sacerdotes segundo as suas classes e os levitas segundo os seus turnos para o serviço divino em Jerusalém, conforme está escrito no livro de Moisés.
Os repatriados celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês.
Como todos os sacerdotes e os levitas, sem excepção, se tinham purificado, todos estavam puros e puderam imolar a Páscoa para todos os exilados, para os seus irmãos sacerdotes e para si próprios.

Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.

Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.


Evangelho segundo S. Lucas 8,19-21.
Naquele tempo, vieram ter com Jesus Cristo sua Mãe e seus irmãos, mas não podiam chegar junto d’Ele por causa da multidão.
Então disseram-Lhe: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-Te».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Porquê esta atitude? Porque a mãe e os irmãos vinham dissuadi-lo de ter a Sua Igreja e ser Mestre. Queriam que voltasse para casa e voltasse

à sua vida anterior).

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sobre a santa virgindade

Maria, Mãe de Jesus Cristo, mãe da Igreja

Aquele que é o fruto de uma única Virgem santa é a glória e a honra de todas as outras santas virgens porque elas próprias serão, como Maria, mães de Jesus Cristo, se fizerem a vontade de seu Pai. A glória e a felicidade da Maria como Mãe de Jesus Cristo exprimem-se sobretudo naquelas palavras do Senhor: «Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt 12,50).
Ele indica assim o parentesco espiritual que O liga ao povo que resgatou. Os seus irmãos e as suas irmãs são os homens santos e as mulheres santas que tomam parte com Ele na herança celeste. A sua mãe é toda a Igreja porque é ela quem, pela graça de Deus, gera os membros de Jesus Cristo, isto é, aqueles que Lhe são fiéis. A sua mãe é também toda a alma santa que faz a vontade do Pai e cuja caridade fecunda se manifesta naqueles que gera para Ele até que Ele mesmo neles seja formado (Ga 4,19).
Maria é certamente a mãe dos membros do Corpo de Jesus Cristo, isto é, nós próprios porque, pela sua caridade, Ela cooperou para gerar na Igreja os fiéis que são os membros desse divino chefe de quem Ela é verdadeiramente mãe segundo a carne.

Quarta-feira, dia 23 de Setembro de 2015

Quarta-feira da 25ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Pio de Petrelcina (Padre Pio), presbítero, +1968

Livro de Esdras 9,5-9.
Na hora da oblação da tarde, eu, Esdras, levantei-me da minha prostração e, com as vestes e o manto rasgados, pus-me de joelhos, estendi as mãos para o Senhor Deus
e disse: «Senhor Deus, tenho tanta vergonha e confusão que não posso levantar o rosto para Vós, Senhor Deus. Porque as nossas iniquidades multiplicaram-se acima das nossas cabeças e os nossos pecados acumularam-se até ao céu.
Desde o tempo dos nossos pais até ao dia de hoje, são grandes as nossas culpas. Por causa dos nossos pecados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis das nações, à espada, ao cativeiro, à rapina e à vergonha como acontece neste dia.
Mas agora, em pouco tempo, o Senhor Deus, concedeu-nos a graça de conservar entre nós um resto de sobreviventes e de nos dar asilo no seu lugar santo. Assim o Senhor Deus iluminou os nossos olhos e deu-nos um pouco de vida na nossa escravidão.
Porque nós éramos escravos, mas, na nossa escravidão, Deus não nos abandonou: atraiu sobre nós a benevolência dos reis da Pérsia, dando-nos a vida necessária para erguer a casa de Deus e restaurar as suas ruínas e concedendo-nos um abrigo seguro em Judá e Jerusalém».

Livro de Tobias 13,2.3-4a.4bcd.5.8.
Bendito seja Deus que vive eternamente:
o seu reino permanece por todos os séculos.
Nas suas mãos está o castigo e o perdão, a vida e a morte,
nada e ninguém escapa ao seu poder.
Agradecei-Lhe, filhos de Israel, diante das nações
porque Ele vos dispersou no meio dos gentios,

mas entre eles manifestou a sua grandeza:
Exaltai-O diante de todos os seres vivos
porque Ele é o nosso Senhor e Deus,
é o nosso Pai por todos os séculos dos séculos.
Por nossos pecados Ele nos castiga,
mas de novo usará de misericórdia

e vos reunirá de todas as nações,
entre as quais vos dispersastes.
Na terra do meu exílio louvarei o meu Senhor,
darei a conhecer o seu poder e a sua grandeza
a um povo de pecadores.
Vinde, pecadores, e praticai a justiça na sua presença: talvez vos mostre a sua benevolência e a sua misericórdia.


Evangelho segundo S. Lucas 9,1-6.
Naquele tempo, Jesus Cristo chamou os doze Apóstolos e deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios e para curarem todas as doenças.
Depois enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos.
E disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem alforge nem pão nem dinheiro e não leveis duas túnicas.
Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali.
Se alguns não vos receberem, ao sair dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles».
Os Apóstolos partiram e foram de terra em terra a anunciar a boa nova e a realizar curas por toda a parte.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Comentário ao salmo 65, §§ 19-29

«Foram de aldeia em aldeia, anunciando a Boa Nova»

Qual é «a palavra de louvor» (Sl 65,8) que é preciso proclamar? Seguramente esta: «Ele deu vida à alma» dos crentes (v.9) porque Deus atribuiu a constância e a perseverança na profissão da fé à pregação dos apóstolos e à confissão dos mártires e o anúncio do Reino dos céus percorreu a terra em todos os sentidos como que passo a passo. Com efeito, «a sua mensagem espalhou-se por toda a terra» (Sl 18,5) e o Espírito Santo proclama a glória desta corrida espiritual: «Como são belos os pés dos que anunciam a boa nova, dos que anunciam a paz» (Is 52,7). É pois esta palavra de louvor a Deus que é necessário proclamar, segundo o testemunho do salmista: «Deu a vida à minha alma e não deixou que os meus passos vacilassem.» Com efeito, os apóstolos não se deixaram desviar do curso espiritual da sua pregação pelo terror das ameaças humanas e a firmeza dos seus passos solidamente assentes impediu-os de se afastarem do caminho da fé. [...]
Contudo, depois de ter dito: «Ele não deixou que os meus passos vacilassem», o salmista acrescenta: «Ó Deus, tu provaste-nos, purificaste-nos pelo fogo como se purifica a prata» (v.10). Esta palavra, começada no singular, refere-se contudo a muitos, pois único é o Espírito e uma a fé dos crentes, segundo o que está dito nos Actos dos Apóstolos: «Os crentes tinham uma só alma e um só coração» (Act 4,32). [...]
Mas o que significa esta comparação: foram purificados «pelo fogo como se purifica a prata»? Para mim, purifica-se a prata para dela separar a escória que adere à matéria ainda em bruto. [...] É por isso que, quando Deus põe à prova os que crêem nele (na minha opinião de leiga, não se trata de pôr à prova, mas sim de fazê-los existir no ambiente onde estão e se é um ambiente onde abundam os maus, os de Deus são sofredores porque os das trevas não toleram os de Deus. Mas nós temos Deus e Jesus Cristo e os do Bem por nós que nos levam ao colo, isto é, somos maltratados, ultrajados, destruídos,… mas aguentamos e sobrevivemos porquê? Porque temos a Vida, a Fé, e todos os dons necessários para os ultrapassar e, pela lei universal «Faz aos outros o que queres para ti» eles vão receber tudo aquilo que enviaram aos do Bem e são destruídos sem compaixão porque não a tiveram por ninguém. As parábolas nos dizem que o universo do Bem é cada vez maior. Assim é!) não é porque ignore a sua fé, mas porque «a perseverança produz a virtude» como diz o apóstolo Paulo (Rom 5,4). Deus submete-os à prova, não para os conhecer, mas para os levar à consumação da virtude. Assim purificados pelo fogo e separados de qualquer ligação aos vícios da carne, poderão resplandecer no brilho da inocência que estas provas lhes proporcionaram.

Quinta-feira, dia 24 de Setembro de 2015

Quinta-feira da 25ª semana do Tempo Comum

No segundo ano do rei Dario, no primeiro dia do sexto mês, foi dirigida a palavra do Senhor por meio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote:
«Assim fala o Senhor do Universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o tempo de se reconstruir o templo do Senhor’».
E a palavra do Senhor foi manifestada por meio do profeta Ageu:
«Para vós chegou o tempo de habitardes em casas confortáveis, enquanto este templo continua em ruínas».
Por isso, assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa situação.
Semeais muito e colheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não matais a sede; vestis-vos e não vos aqueceis e o operário mete o seu salário num saco roto». (“o pouco com Deus é tudo; o muito sem Deus é nada”)
Assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa sorte:
Subi ao monte, trazei madeira e reconstruí o meu templo; nele porei a minha complacência e manifestarei a minha glória» – diz o Senhor.

Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,

cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,

rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara

porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;

em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.


Evangelho segundo S. Lucas 9,7-9.
Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que Jesus Cristo fazia e andava perplexo porque alguns diziam: «É João Baptista que ressuscitou dos mortos».
Outros diziam: «É Elias que reapareceu». E outros diziam ainda: «É um dos antigos profetas que ressuscitou».
Mas Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar. Mas quem é este homem, de quem oiço dizer tais coisas?». E procurava ver Jesus Cristo


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Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o Génesis

E procurava vê-lo.

O sol (dia, luz) e a lua (noite, trevas, escuridão. A sua luz é a do sol. Esta a grande diferença entre os que têm calendário solar e os que têm calendário lunar) iluminam os nossos corpos; Jesus Cristo e a Sua Igreja iluminam os nossos espíritos. Isto é, iluminam-nos se não formos cegos espirituais. Porque, do mesmo modo que o sol e a lua não deixam de derramar a sua claridade sobre os cegos que, contudo, não podem acolher a luz, também Jesus Cristo envia a sua luz aos nossos espíritos, mas esta iluminação só tem lugar se a nossa cegueira não lhe puser obstáculos. Por isso, que os cegos comecem por seguir a Jesus Cristo gritando: «Tem piedade de nós, Filho de David!» (Mt 9,27); e, quando tiverem recuperado a vista graças a Ele, poderão ser iluminados com o esplendor da luz.
Mas nem todos os que vêem são iluminados de igual forma por Cristo; cada um o é na medida em que pode receber a luz (cf Lc 23,8 ss). [...] Não é da mesma maneira que todos vamos a Ele, mas «cada um segundo as suas próprias possibilidades» (Mt 25,15).

Sexta-feira, dia 25 de Setembro de 2015

Sexta-feira da 25ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Firmino, bispo, mártir, séc. III

Livro de Ageu 1,15b.2,1-9.
No segundo ano do rei Dario,
no dia vinte e um do sétimo mês, a palavra do Senhor foi manifestada por meio do profeta Ageu:
«Vai dizer a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, a Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote, e a todo o povo:
Haverá entre vós algum sobrevivente que tenha visto este templo na sua primeira glória? E em que estado o vedes agora? Não se apresenta ele a vossos olhos reduzido a nada?
Agora, coragem, Zorobabel! Coragem, Josué, filho de Josadac, sumo sacerdote! Coragem, povo todo da terra! – oráculo do Senhor. Mãos à obra porque Eu estou convosco! – oráculo Senhor.
Segundo a aliança que firmei convosco quando saístes do Egipto, o meu espírito está no meio de vós. Não temais.
Assim fala o Senhor do Universo: Dentro de pouco tempo, abalarei os céus e a terra, o mar e o continente.
Abalarei todas as nações; afluirão riquezas de todos os povos e encherei de glória este templo – diz o Senhor do Universo.
A Mim pertence a prata, a Mim pertence o ouro – oráculo do Senhor do Universo.
A glória deste novo templo será maior que a do antigo – oráculo do Senhor do Universo. E neste lugar farei reinar a paz – oráculo do Senhor do Universo».

Livro de Salmos 43(42),1.2.3.4.
Fazei-me justiça, Senhor Deus,
defendei a minha causa contra a gente sem piedade,
livrai-me do homem desleal e perverso.
Vós, ó Deus, sois o meu refúgio:

Porque me abandonastes?
Porque hei-de andar triste, sob a opressão do inimigo?
Enviai a vossa luz e verdade,
sejam elas o meu guia e me conduzam

à vossa montanha santa e ao vosso santuário.
E eu irei ao altar do Senhor Deus,
a Deus que é a minha alegria.
Ao som da cítara Vos louvarei, Senhor, meu Deus.


Evangelho segundo S. Lucas 9,18-22.
Um dia, Jesus Cristo orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns, João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou».
Disse-lhes Jesus Cristo: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus».
Ele, porém proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse
e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».


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Comentário do dia:
Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013)
«Der Gott Jesu Christi»

«O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado [...] morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.»

Ser homem significa ser para a morte; ser homem significa ter de morrer. […] Viver neste mundo quer dizer morrer. «Fez-Se homem» (Credo) significa que também Jesus Cristo foi para a morte. A contradição que é própria da morte do homem atinge em Jesus Cristo a sua acuidade extrema porque, nele, que está em comunhão total com o Pai, o isolamento absoluto da morte é um puro absurdo. Por outro lado, nele, a morte tem também a sua necessidade; na verdade, o facto de estar com o Pai está na raiz da incompreensão que os homens Lhe testemunham, na raiz da sua solidão no meio das multidões. A sua condenação é o acto último da não-compreensão, da expulsão deste Incompreendido para uma zona de silêncio.
De igual forma, pode-se entrever alguma coisa da dimensão interior da sua morte. No homem, morrer é sempre um acontecimento simultaneamente biológico e espiritual. Em Jesus Cristo, a destruição dos suportes corporais da comunicação quebra o seu diálogo com o Pai. Portanto, o que se rompe na morte de Jesus Cristo é mais importante do que em qualquer morte humana; nela é destruído o diálogo que é o verdadeiro eixo do mundo inteiro.
Mas tal como este diálogo O tinha tornado solitário e estava na raiz da monstruosidade desta morte, assim em Jesus Cristo a ressurreição está já fundamentalmente presente. Por ela, a nossa condição humana insere-se na partilha trinitária do amor eterno. Ela jamais pode desaparecer; para lá do limiar da morte, ergue-se de novo e recria a sua plenitude. Só a Ressurreição revela, pois o carácter único e decisivo deste artigo da nossa fé: «Fez-Se homem.» […] Jesus Cristo é plenamente humano e sê-lo-á para sempre. Por Ele, a condição humana entrou no próprio ser do Senhor Deus; é esse o fruto da sua morte.      

Sábado, dia 26 de Setembro de 2015

Sábado da 25ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Cosme e S. Damião, médicos, mártires, +303, Beato Paulo VI, Papa, +1978

Livro de Zacarias 2,5-9.14-15a.
(numa visão) Levantei os olhos e vi um homem que tinha na mão um cordel de medir.
Eu perguntei-lhe: «Aonde vais?». Ele respondeu-me: «Vou medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e o seu comprimento».
Quando o Anjo que me falava se adiantou, outro Anjo veio ao seu encontro
e disse-lhe: «Corre e vai dizer a esse jovem: Jerusalém deverá ficar sem muros, por causa da multidão de homens e animais que haverá nela.
E Eu serei para ela __ diz o Senhor __ uma muralha de fogo à sua volta e no meio dela serei a sua glória.
Exulta e alegra-te, filha de Sião, porque Eu venho habitar no meio de ti – oráculo do Senhor.
Nesse dia, muitas nações hão-de aderir ao Senhor. Serão o meu povo e Eu habitarei no meio de ti».

Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.
Escutai, ó povos, a palavra do Senhor,
e anunciai-a às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho.

O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor.

A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo.


Evangelho segundo S. Lucas 9,43b-45.
Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus Cristo fazia. Então Ele disse aos discípulos:
«Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens».
Eles, porém não compreendiam aquelas palavras; eram misteriosas para eles e não as entendiam, mas tinham medo de O interrogar sobre tal assunto.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 108; PL 52, 499

«Eles, porém, não entendiam aquela linguagem»

Escutai o que o Senhor vos pede: «Se ignorais a minha divindade, reconhecei ao menos a minha humanidade. Vede em Mim o vosso corpo, os vossos membros, as vossas entranhas, os vossos ossos, o vosso sangue. E se o que pertence a Deus vos inspira temor, não vos agradará o que vos pertence a vós? [...] Mas talvez a enormidade da minha Paixão, da qual sois a causa, vos cubra de vergonha. Não temais. Esta cruz não foi mortal para Mim, mas para a morte. Estes pregos não Me penetram de dores, mas de um amor ainda mais profundo por vós. Estas feridas não provocam gemidos, mas fazem-vos entrar ainda mais no meu coração. O esquartejar do meu corpo abre-vos os meus braços como um refúgio, não aumenta o meu suplício. O meu sangue não está perdido por mim, mas guardado para vosso resgate (Mc 10,45).
Vinde, pois voltai para Mim e reconhecei o vosso Pai, vendo que Ele vos paga o mal com o bem, os insultos com o amor e tão grandes feridas com uma tão grande caridade.»
©



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sábado, 19 de setembro de 2015

Cristianismo 124 até 19-09-2015

 

http://www.evangelhoquotidiano.org

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 13 de Setembro de 2015

24º Domingo do Tempo Comum - Ano B

O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra e sei que não ficarei desiludido.
O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo? Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente!
O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?
Livro de Salmos 116(114),1-2.3-4.5-6.8-9.
Adoro o Senhor porque ouviu a voz da minha súplica.
Ele me atendeu,
no dia em que O invoquei.
Apertaram-me os laços da morte,
caíram sobre mim as angústias do além,
vi-me na aflição e na dor.
Então invoquei o Senhor:
«Senhor, salvai a minha alma».

Justo e compassivo é o Senhor,
o nosso Deus é misericordioso.
O Senhor guarda os simples:
estava sem forças e o Senhor salvou-me.

Livrou da morte a minha alma,
das lágrimas os meus olhos,
da queda os meus pés.

Andarei na presença do Senhor,
sobre a terra dos vivos.


Carta de S. Tiago 2,14-18.
Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação?
Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia
e um de vós lhes disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos» sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras?
Assim também a fé sem obras está completamente morta.
Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé.
Evangelho segundo S. Marcos 8,27-35.
Naquele tempo, Jesus Cristo partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias e outros, um dos profetas».
Jesus Cristo então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém.
Depois começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois.
E Jesus Cristo dizia-lhes claramente estas coisas. Então Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O,
mas Jesus Cristo, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens».
E chamando a multidão com os seus discípulos (a Sua Igreja), disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida (do homem natural) perdê-la-á (a vida eterna); mas quem perder a vida (do homem natural) por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á (a vida eterna)».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo
Sermão 159, 1, 4-6
«Siga-Me.»
Quando o Senhor nos diz no evangelho: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo», achamos que Ele nos manda fazer uma coisa difícil e consideramos que nos impõe um fardo pesado. Mas quando Aquele que manda, nos ajudar a realizar aquilo que manda, deixa de ser difícil cumpri-lo. […]
Para onde devemos seguir a Jesus Cristo senão para onde Ele foi? Ora nós sabemos que Ele ressuscitou e subiu aos céus; é para aí que temos de O seguir. Não devemos deixar-nos tomar pelo desespero porque, se é verdade que nada podemos por nós mesmos, também é certo que contamos com a promessa de Jesus Cristo. O céu estava longe de nós antes de a nossa Cabeça ter ascendido até ele. A partir de agora, se somos membros do corpo a que esta Cabeça pertence (Col 1,18), porque havemos de desesperar de chegar ao céu? Se nesta terra são muitas as preocupações e os sofrimentos que nos afligem, sigamos a Jesus Cristo, em quem se encontram a felicidade perfeita, a paz suprema e a tranquilidade eterna.
Mas o homem desejoso de seguir a Jesus Cristo tem de ouvir esta palavra do apóstolo João: «Aquele que diz que está nele deve também andar como Ele andou» (1Jo 2,6). Queres seguir a Jesus Cristo? Sê humilde, como Ele foi humilde. Queres juntar-te a Ele nas alturas? Não desprezes o seu abatimento.

Segunda-feira, dia 14 de Setembro de 2015

Exaltação da Santa Cruz – Festa


Festa da Igreja :
Exaltação da Santa Cruz
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Números 21,4b-
9.
Naqueles dias, o povo de Israel impacientou-se
e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto, para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável».
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel.
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as serpentes» e Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado».
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.
Livro de Salmos 78(77),1-2.34-35.36-37.38.
Escuta, meu povo, a minha instrução,
presta ouvidos às palavras da minha boca.
Vou falar em forma de provérbio,
vou revelar os mistérios dos tempos antigos.
Quando Deus castigava os antigos,
eles O procuravam,
tornavam a voltar-se para Ele
e recordavam-se de que Deus era o seu protector,
o Altíssimo o seu redentor.

Eles, porém enganavam-n’O com a boca
e mentiam-Lhe com a língua;
o seu coração não era sincero,
nem eram fiéis à sua aliança.

Mas Deus, compadecido, perdoava o pecado
e não os exterminava.
Muitas vezes reprimia a sua cólera
e não executava toda a sua ira.

Evangelho segundo S. João 3,13-17.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Ninguém subiu ao Céu senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem.
Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado
para que todo aquele que acredita, tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a Cruz e o Ladrão 1; PG 49, 399-401
«Também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha nele a vida eterna»
Hoje Nosso Senhor Jesus Cristo está na cruz e nós estamos em festa para que saibais que a cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Antigamente a cruz designava um castigo; hoje, tornou-se objecto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la, hoje, princípio de salvação. Porque para nós ela é a causa de inumeráveis bens: libertou-nos do erro, iluminou-nos nas trevas e reconciliou-nos com Deus; fôramos para Ele inimigos e longínquos estrangeiros e ela deu-nos a sua amizade e fez-nos aproximar-nos dele. A cruz é para nós a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens.
Graças a ela, deixámos de errar pelos desertos porque conhecemos agora o verdadeiro caminho. Não ficamos do lado de fora do palácio real porque encontrámos a porta. Já não tememos as armas inflamadas do diabo porque descobrimos a fonte. Graças a ela, saímos do estado de viuvez porque reencontrámos o Esposo. Não tememos o lobo porque temos o bom pastor. Graças à cruz, não receamos o usurpador porque moramos  ao lado do Rei.
Eis porque estamos em festa ao celebrar a memória da cruz. O próprio São Paulo nos convida à festa em honra da cruz: «Celebremos, pois a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). E deu ainda a razão para tal honra, dizendo: «Pois Jesus Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós» (v.7).

Terça-feira, dia 15 de Setembro de 2015

Nossa Senhora das Dores – Memória Obrigatória


Festa da Igreja :
Nossa Senhora das Dores
Santo do dia :
Santa Catarina de Génova, viúva, +1510

Carta aos Hebreus 5,7-9.
Nos dias da sua vida mortal, Jesus Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento
e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.
Livro de Salmos 31(30),2-3a.3bc-4.5-6.15-16.20.
Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.

Inclinai para mim os vossos ouvidos,
apressai-vos em me libertar.
Sede a rocha do meu refúgio
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.

Livrai-me da armadilha que me prepararam
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.

Eu, porém, confio no Senhor:
Disse: «Vós sois o meu Deus,
nas vossas mãos está o meu destino».
Livrai-me das mãos dos meus inimigos
e de quantos me perseguem.

Como é grande, Senhor, a vossa bondade
que tendes reservada para os que Vos adoram:
Vós a concedeis àqueles que em Vós confiam.


Evangelho segundo S. João 19,25-27.
Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus Cristo sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria de Magdala.
Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus Cristo disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho».
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Os sete dons do Espírito Santo
«Eis aí a tua mãe»
A gloriosa Virgem Maria pagou o nosso resgate como mulher corajosa, com amor de compaixão por Jesus Cristo. Diz o Evangelho de São João: «A mulher, quando está para dar à luz, sente angústia porque chegou a sua hora» (16,21). A bem-aventurada Virgem Maria não experimentou as dores que precedem o parto porque não concebeu em pecado, como Eva, contra quem foi pronunciada aquela maldição; a sua dor veio-lhe depois: Ela deu à luz na cruz. As outras mulheres conhecem a dor corporal, Ela experimentou a dor do coração. As outras sofrem uma alteração física, Ela sofreu a compaixão e a caridade.
A bem-aventurada Virgem Maria pagou o nosso resgate como mulher corajosa, com amor de misericórdia pelo mundo e, sobretudo pelo povo cristão: «Pode a mãe esquecer-se do seu filhinho, pode deixar de ter amor pelo filho das suas entranhas?» (Is 49,15) Isto pode ajudar-nos a compreender que todo o povo cristão saiu das entranhas da Virgem gloriosa. Que Mãe a nossa! Imitemo-la e sigamo-la no seu amor. Ela sentiu uma tal compaixão pelas almas que teve em nada qualquer perda material e qualquer sofrimento físico. «Fomos resgatados a alto preço!» (1Cor 6,20)

Quarta-feira, dia 16 de Setembro de 2015

Quarta-feira da 24ª semana do Tempo Comum


Santo do dia :
S. Cornélio, papa, mártir, +253, S. Cipriano, bispo, mártir, +258

1ª Carta a Timóteo 3,14-16.
Caríssimo: Escrevo-te estas coisas na esperança de ir ter contigo muito em breve.
Mas se eu tardar, já sabes como deves proceder na casa do Senhor Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.
É realmente grande o mistério da piedade: Ele foi manifestado na carne, justificado pelo Espírito, contemplado pelos Anjos, anunciado entre os gentios, acreditado no mundo, exaltado na glória.


Livro de Salmos 111(110),1-2.3-4.5-6.
Louvarei o Senhor de todo o coração
no conselho dos justos e na assembleia.
São grandes as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.

A sua obra é esplendor e majestade
e a sua justiça permanece eternamente.
Instituiu um memorial das suas maravilhas:
o Senhor é misericordioso e compassivo.

Deu sustento àqueles que O adoram
e jamais se esquecerá da sua aliança.
Fez ver ao seu povo a força das suas obras
para lhe dar a herança das nações.


Evangelho segundo S. Lucas 7,31-35.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «A quem, pois compararei os homens desta geração? A quem são semelhantes?
Assemelham-se a crianças que, sentadas na praça, se interpelam umas às outras, dizendo: 'Tocámos flauta para vós e não dançastes! Entoámos lamentações e não chorastes!'
Veio João Baptista que não come pão nem bebe vinho e dizeis: 'Está possesso do demónio!'
Veio o Filho do Homem que come e bebe, e dizeis: 'Aí está um glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e de pecadores!'
Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Grandes Regras monásticas, Prólogo
Deus não Se cansa de nos chamar à conversão
Até quando deixaremos de obedecer a Jesus Cristo que nos chama para o seu Reino celeste? Até quando deixaremos de nos purificar? Não decidiremos abandonar o nosso género habitual de vida para seguir a fundo o Evangelho? Afirmamos desejar o Reino de Deus, mas não nos preocupamos excessivamente com os meios para o alcançar.
Pelo contrário, não nos preocupando minimamente com a observância dos mandamentos do Senhor, estamos convencidos, na vaidade do nosso espírito, de que somos dignos de receber a mesma recompensa que recebem aqueles que resistiram ao pecado até à morte. Mas quem é o homem que, tendo-se deitado em sua casa a dormir no tempo da sementeira, pode recolher braços cheios de espigas no tempo da colheita? Quem poderá fazer a vindima sem ter plantado e cultivado a vinha? Os frutos são para aqueles que trabalharam; as recompensas e as coroas para aqueles que venceram. Foi jamais coroado atleta algum que não se tenha sequer despido para combater o adversário? E nem sequer basta vencer, é também necessário «lutar segundo as regras» (2Tim 2,5) como diz o apóstolo Paulo, isto é, segundo os mandamentos que nos foram dados.
Deus é bom, mas também é justo: o Senhor «ama a equidade e a justiça» (Sl 32,5); por isso «celebrarei o amor e a justiça: para Vós, Senhor, hei-de cantar» (Sl 100,1). Vê com que discernimento usa o Senhor de misericórdia. Não é misericordioso sem examinar como não julga sem piedade porque «o Senhor é bondoso e previdente, o nosso Deus é misericordioso» (Sl 114,5). Não tenhamos, pois uma ideia truncada do Senhor Deus; o seu amor por nós não deve ser um pretexto para sermos negligentes.

Quinta-feira, dia 17 de Setembro de 2015

Quinta-feira da 24ª semana do Tempo Comum


Santo do dia :
S. Roberto Belarmino, bispo, Doutor da Igreja, +1621, Santa Hildegarda, monja, +1179

1ª Carta a Timóteo 4,12-16.
Caríssimo: Ninguém te despreze por seres jovem. Sê, porém um modelo para os fiéis na palavra, na maneira de proceder, na caridade, na fé e na pureza.
Enquanto não chego, consagra-te à proclamação da Escritura, à exortação e ao ensino.
Não descuides o dom espiritual que recebeste e te foi concedido pela intervenção profética com a imposição das mãos do presbitério.
Atende a estas coisas e persevera nelas para que o teu progresso seja manifesto a todos.
Tem cuidado contigo e com o teu ensino e sê perseverante. Se assim procederes, salvar-te-ás a ti e àqueles que te ouvem.


Livro de Salmos 111(110),7-8.9.10.
Fiéis e justas são as obras das suas mãos,
imutáveis todos os seus preceitos,
irrevogáveis pelos séculos dos séculos,
estabelecidos na rectidão e na verdade.

Enviou a redenção ao seu povo,
firmou com ele uma aliança eterna:
santo e venerável é o seu nome.

O Amor do Senhor é o princípio da sabedoria,
são prudentes todos os que a praticam.
O louvor do Senhor permanece eternamente.


Evangelho segundo S. Lucas 7,36-50.
Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus Cristo para comer com ele. Jesus Cristo entrou em casa do fariseu e pôs-se à mesa.
Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro com perfume.
Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume.
Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar porque é uma pecadora!»
Então Jesus Cristo disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa para te dizer.» «Fala, Mestre» respondeu ele.
«Um prestamista tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta.
Não tendo eles com que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?»
Simão respondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus Cristo disse-lhe: «Julgaste bem.»
E voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos.
Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés.
Não me ungiste a cabeça com óleo e ela ungiu-me os pés com perfume.
Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.»
Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados.»
Começaram então os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até perdoa os pecados?»
E Jesus Cristo disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 21
«São-lhe perdoados os seus muitos pecados.»
Quando viu as palavras de Jesus Cristo espalharem-se por toda a parte como aromas, a pecadora começou a detestar o fedor que saía dos seus próprios actos: «Não fiz caso da misericórdia que Jesus Cristo tem para comigo, procurando-me quando, por minha culpa, me perdi. Porque é a mim que Ele procura em todo o lado; é por mim que janta em casa do fariseu, Ele que dá alimento ao mundo inteiro. Faz da mesa um altar de sacrifício onde Se oferece, perdoando as dívidas aos devedores para que estes se aproximem com confiança dizendo: "Senhor, salva-me do abismo das minhas más obras."»
Ali acorreu avidamente e, desprezando as migalhas, tomou o pão; mais faminta que a cananeia (Mc 7,24 ss), saciou a sua alma vazia com igual fé. Não foi um apelo que a remiu, mas o silêncio, pois disse num soluço: «Senhor, salva-me do abismo das minhas más obras.»


Correu até casa do fariseu, precipitando-se na penitência. «Vamos, alma minha» disse, «chegou o momento que tanto pedias! Aquele que purifica está aqui, porque permaneces no abismo das tuas más obras? Vou ao seu encontro, pois foi por mim que Ele veio. Deixo os amigos do passado porque desejo apaixonadamente Este que aqui está hoje e, como Ele me ama, dou-Lhe o perfume e as lágrimas que trago. […] O desejo pelo Desejado transfigura-me e eu amo Aquele que me ama da maneira que Ele quer ser amado. Arrependo-me e a seus pés me rojo como Ele espera; procuro o silêncio e o retiro como Lhe agrada. Rompo com o passado, renunciando ao abismo das minhas más obras.»

Sexta-feira, dia 18 de Setembro de 2015

Sexta-feira da 24ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. José de Cupertino, religioso, +1663

1ª Carta a Timóteo 6,2c-12.
Caríssimo: Eis o que deves ensinar e recomendar:
Se alguém ensinar outra doutrina e não seguir as palavras salutares de Nosso Senhor Jesus Cristo e a doutrina conforme à piedade,
é um homem orgulhoso, um ignorante, um doente que se ocupa com questões e contendas de palavras. Daí nasce a inveja, a discórdia, os insultos, as suspeitas malévolas,
as altercações entre homens de espírito perverso que perderam o sentido da verdade e vêem na piedade uma fonte de lucro.
A piedade é realmente uma fonte de lucro para quem se contenta com o que tem.
Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele.
Se tivermos que comer e que vestir, estaremos contentes.
Mas aqueles que querem enriquecer caem em ciladas e tentações e em muitos desejos insensatos e funestos que mergulham os homens na ruína e na perdição.
O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; alguns, ao tentarem alcançá-lo, transviaram-se da fé e atraíram sobre si muitos sofrimentos.
Mas tu, homem de Deus, evita tudo isso. Pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão.
Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas.

Livro de Salmos 49(48),6-7.8-10.17-18.19-20.
Porque hei-de inquietar-me nos dias maus
quando me cerca a iniquidade dos perseguidores,
dos que confiam na sua opulência
e se vangloriam na sua grande riqueza?
O homem não pode pagar o seu resgate,
não pode pagar a Deus a sua redenção.

É muito caro o resgate da sua vida
e ele nunca pagará o suficiente
para prolongar indefinidamente a sua vida
e não experimentar a corrupção da morte.
Não te irrites se alguém enriquece
e aumenta a riqueza da sua casa.

Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não o acompanhará.
Ainda que em vida se felicitasse:
«Louvar-te-ão porque trataste bem de ti»,
não deixará de ir para a companhia de seus pais
que jamais verão a luz.


Evangelho segundo S. Lucas 8,1-3.
Naqueles tempo, Jesus Cristo ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a boa nova do Reino de Deus. Acompanhavam-n'O os Doze
e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios;
Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens. (a Sua Igreja. Era uma Igreja ambulante, mas Igreja; afinal de todos os tempos e afinal Jesus Cristo está sempre com a Sua Igreja)


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Mulieris Dignitatem, § 16

«Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres»

O facto de ser homem ou mulher não comporta nenhuma limitação tal como não limita em absoluto a acção salvífica e santificante do Espírito no homem o facto de ser judeu ou grego, escravo ou livre, segundo as palavras bem conhecidas do apóstolo: «todos vós sois um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28).
Esta unidade não anula a diversidade. O Espírito Santo, que opera essa unidade na ordem sobrenatural da graça santificante, contribui em igual medida para o facto de que se «tornem profetas os vossos filhos» e se tornem profetas «as vossas filhas» (Jl 3,1). «Profetizar» significa exprimir com a palavra e com a vida «as grandes obras de Deus» (cf Act 2,11), conservando a verdade e a originalidade de cada pessoa, seja homem ou mulher. A «igualdade» evangélica, a «paridade» da mulher e do homem no que se refere às «grandes obras de Deus», tal como se manifestou de modo tão límpido nas obras e nas palavras de Jesus de Nazaré, constitui a base mais evidente da dignidade e da vocação da mulher na Igreja e no mundo. Toda a vocação tem um sentido profundamente pessoal e profético. Na vocação assim entendida, a personalidade da mulher atinge uma nova medida: a medida das «grandes obras de Deus», das quais a mulher se torna sujeito vivo e testemunha insubstituível.

Sábado, dia 19 de Setembro de 2015

Sábado da 24ª semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Nossa Senhora da Salette
Santo do dia : S. Januário, bispo, mártir, +305

1ª Carta a Timóteo 6,13-16.
Caríssimo: Ordeno-te na presença do Senhor Deus que dá a vida a todas as coisas e de Cristo Jesus que deu testemunho da verdade diante de Pôncio Pilatos:
Guarda o mandamento do Senhor, sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo,
a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores,
o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder eterno. Amen.
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, toda a Terra;
Servi ao Senhor com alegria,  
vinde à sua presença com cânticos de júbilo!

Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.

Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.


Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15.
Naquele tempo, como estivesse reunida uma grande multidão e de todas as cidades viessem ter com Ele, disse esta parábola:
«Saiu o semeador para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, foi pisada e as aves do céu comeram-na.
Outra caiu sobre a rocha e, depois de ter germinado, secou por falta de humidade.
Outra caiu no meio de espinhos e os espinhos, crescendo com ela, sufocaram-na.
Uma outra caiu em boa terra e, uma vez nascida, deu fruto centuplicado.» Dizendo isto, clamava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça!»
Os discípulos perguntaram-lhe o significado desta parábola.
Disse-lhes: «A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus; mas aos outros fala-se-lhes em parábolas a fim de que, vendo, não vejam e, ouvindo, não entendam.»
«O significado da parábola é este: a semente é a Palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas em seguida vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração para não se salvarem, acreditando.
Os que estão sobre a rocha são os que, ao ouvirem, recebem a palavra com alegria; mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da provação.
A que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, indo pelo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, pela riqueza, pelos prazeres da vida e não chegam a dar fruto.
E a que caiu em terra boa são aqueles que, tendo ouvido a palavra, com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto com a sua perseverança.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho
Dar fruto pela perseverança
Vigiai para que a palavra que recebestes ressoe no fundo do vosso coração e aí permaneça. Tende cuidado para que a semente não caia ao longo do caminho e o espírito mau não venha apagar a palavra da vossa memória. [...] Tende cuidado para que o chão pedregoso não receba a semente e não produza uma boa acção desprovida das raízes da perseverança. Com efeito, muitos se alegram ao ouvir a palavra e se dispõem a empreender boas obras. Mas mal as provações começaram a apertar, renunciam ao que tinham empreendido. Assim é o solo pedregoso ao qual faltou a água, de tal forma que o germe da semente não chegou a dar o fruto da perseverança.
Mas a terra boa dá fruto pela paciência: entendamos por isso que as nossas boas obras podem ter valor se suportarmos pacientemente os inconvenientes que o nosso próximo nos provoca. Aliás quanto mais avançamos para a perfeição, mais provas temos de suportar; uma vez que a nossa alma abandonou o amor do mundo presente, cresce a hostilidade desse mundo. É por isso que vemos muitos que penam sob um pesado fardo (Mt 11,28), embora as suas obras sejam boas. […] Mas, de acordo com a palavra do Senhor, «produzem fruto pela perseverança» suportando humildemente essas provas, de tal forma que, após terem penado, serão convidados a entrar na paz do céu.
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