sábado, 30 de março de 2013

Cristianismo 105


=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos Amigos
Aproveitamos para vos anunciar a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
- a versão italiana no calendário ambrosiano: www.vangelodelgiorno.org.
A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com algumas especificidades particulares tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.
- a versão grega: evaggeliokathemera.org. Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que sofre. Não deixem se informar os vossos conhecidos deste novo serviço.
Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.
Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano, saúda-vos
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org


Domingo, dia 24 de Março de 2013

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano C

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam, mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.

Livro de Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.
Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
"Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve já que é seu amigo."

Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos.

Então anunciarei o Teu nome aos meus irmãos
e Te louvarei no meio da assembleia.
Vós, que adorais o Senhor, louvai-O!
Glorificai-O, descendentes de Jacob!
Reverenciai-O, descendentes de Israel!

Repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam a minha túnica.
Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!
És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-vos no meio da assembleia.

Carta aos Filipenses 2,6-11.
Cristo Jesus, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser semelhante a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na Terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!”, para glória de Deus (e do) Pai.

Evangelho segundo S. Lucas 22,14-71.23,1-56.
Quando chegou a hora, Jesus Cristo sentou-se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes:
«Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco antes de padecer, pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.»
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira até chegar o Reino de Deus.»
Tomou então o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue que vai ser derramado por vós.(os do mal perguntam para Jesus Cristo porque morreu para os salvar; mas a questão é diferente: Jesus Cristo não deu a Sua vida para os salvar, mas para salvar os do Bem que vivem atormentados pelo mal que os do Mal lhes fazem. Foi pelos do Bem que Jesus Cristo deu a Sua vida, para que fossem felizes cá na Terra que também é sua de direito cedido por Jesus Cristo. Os do mal não precisam de se apoquentar com Jesus Cristo; eles morrem e são destruídos pelo mal e destruição que eles fazem e Jesus Cristo não os vai tentar salvar. Fiquem descansados!)»
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa!
O Filho do Homem segue o seu caminho como está determinado; mas ai daquele por meio de quem vai ser entregue
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado o maior.
Jesus Cristo disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas exercem a autoridade são chamados benfeitores.
Convosco, não deve ser assim: o que for maior entre vós seja como o menor e aquele que mandar, como aquele que serve.
Pois quem é maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é o que está sentado à mesa? (na Terra, na democracia: a assembleia, a população. Estas são as regras do céu, do Bem.) Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve (= Aquele que governa a servir).
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações
e Eu disponho do Reino a vosso favor como meu Pai dispõe dele a meu favor
a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de sentar-vos em tronos para julgar as doze tribos de Israel.»
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo,
mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.»
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.»
Jesus Cristo disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.»
Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.»
E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome assim como o alforge e quem não tem espada, venda a capa e compre uma.
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura: Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente o que me diz respeito chega ao seu termo.»
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele respondeu-lhes: «Basta! (porque eles não O tinham compreendido. Seria depois d'Ele partir para o céu)»
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras e os discípulos seguiram também com Ele.
Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai para que não entreis em tentação.»
Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra aproximadamente e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava.
Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue que caíam na terra (devido à grande tensão psicológica em que estava).
Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza (a estarem tomados pelo mal).
Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai para que não entreis em tentação.»
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas (Iscariotes), caminhava à frente e aproximou-se de Jesus Cristo para o beijar.
Jesus Cristo disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?»
E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus Cristo interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o.
Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus como se fôsseis ao encontro de um salteador!
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»
Apoderando-se então de Jesus Cristo, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe.
Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles.
Ora uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitando-o, disse: «Este também estava com Ele.»
Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.»
Pouco depois, disse outro ao vê-lo: «Tu também és dos tais.», mas Pedro disse: «Homem, não sou.»
Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.»
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo.
Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro e Pedro recordou-se da palavra do Senhor quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.»
E vindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os que guardavam Jesus Cristo troçavam dele e maltratavam-no.
Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha quem te bateu?»
E proferiam muitos outros insultos contra Ele.
Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos Anciãos do povo, sumos sacerdotes e doutores da Lei que o levaram ao seu tribunal.
Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se vo-lo disser, não me acreditareis
e, se vos perguntar, não respondereis,
mas, doravante o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus todo-poderoso.»
Disseram todos: «Tu és então o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o dizeis: Eu sou.»
Então exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca.»
Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos
e começaram a acusá-lo nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o Messias Rei.»
Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus Cristo respondeu: «Tu o dizes.»
Pilatos disse então aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de culpável neste homem.»,
mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a Judeia desde a Galileia até aqui.»
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes que também se encontrava em Jerusalém nesses dias.
Ao ver Jesus Cristo, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei que lá estavam, acusavam-no com veemência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos.
Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do outro.
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo
e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais.
Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte.
Vou, portanto libertá-lo, depois de o castigar
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso.
E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!»
Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada na cidade e por homicídio.
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus Cristo.
Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!»
Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele então? Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso vou libertá-lo, depois de o castigar.»,
mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam.
Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus Cristo para o que eles queriam.
Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene que voltava do campo e carregaram-no com a cruz (Jesus Cristo carregava as cruzes de muitos) para a levar atrás de Jesus Cristo.
Seguiam Jesus Cristo uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele.
Jesus Cristo voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.'
Hão-de então dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' e às colinas: 'Cobri-nos!'
Porque, se tratam assim a árvore verde (Jesus Cristo), o que não acontecerá à seca(aos que não acreditaram n'Ele)?»
Levavam também dois malfeitores para serem executados com Ele.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Jesus Cristo dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
O povo permanecia ali a observar e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»
Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»
E por cima dele havia uma inscrição: «Este é Jesus de Nazaré, rei dos judeus.» Ora um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável
E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde.
O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.
Dando um forte grito, Jesus Cristo exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou.
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo
E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito.
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo,
não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus Cristo.
Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação e já começava o sábado.
Entretanto as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus Cristo fora depositado.
Ao regressar, prepararam aromas e perfumes e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito.

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja Homilia 13; PG 77, 1049
«Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)
Irmãos, celebremos hoje a vinda do nosso Rei; vamos ao Seu encontro porque Ele também é o Filho de Deus. [...] Elevemos o coração até Deus, não apaguemos o Espírito (1Ts 5,19), aprontemos alegremente as candeias (Mt 25,7), mudemos as vestes da alma. Quais vencedores, peguemos em palmas e, quais pessoas simples, aclamemo-Lo com o povo. Com as crianças, cantemos com um coração infantil: «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mt 21,15) [...] Hoje mesmo Ele entra em Jerusalém, de novo se prepara a cruz, o documento de acusação de Adão foi abolido (Col 2,14); de novo se abre o Paraíso e o ladrão nele entra (Lc 23,43); de novo a Igreja está em festa. […]
Ele não vem acompanhado pelas forças invisíveis do céu e pelas legiões de anjos; não está sentado num trono alto e sublime, protegido pelas asas dos serafins, por um carro de fogo e por seres vivos de múltiplos olhos que tudo fazem tremer com prodígios e com o som das trombetas (Ez 1,4ss). Ele vem escondido na natureza humana. É uma exaltação de bondade, não de justiça; de perdão, não de vingança. Ele não aparece na glória do Seu Pai (Ex 19,16ss), mas na humildade da Sua mãe. Já outrora o profeta Zacarias nos anunciara esta aparição e convidava toda a criação ao júbilo [...]: «Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9) As mesmas palavras que o anjo Gabriel pronunciara à Virgem: «Salvé, ó cheia de graça» (Lc 1,28) e a mesma mensagem que o Salvador anunciou às santas mulheres após a Sua ressurreição : «Salvé!» (Mt 28,9) […]
«Exulta de alegria, filha de Jerusalém! Aí vem o teu Rei ao teu encontro, manso e montado num jumentinho, filho de uma jumenta». [...] Que significa isto? Ele não não vem com pompa e esplendor como é próprio dos reis. Vem na condição de servo (Fl 2,7), de esposo cheio de ternura, de Cordeiro dulcíssimo (Jo 1,29), fresco orvalho no Seu velo (Jz 6,36ss), ovelha que é levada ao matadouro (Jr 11,19), manso cordeiro arrastado para o sacrifício (Is 53,7). [...] Hoje, os filhos dos hebreus correm à Sua frente, oferecendo ramos de oliveira Àquele que é misericordioso e, em júbilo, recebem com palmas o Vencedor da morte. «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!»

Segunda-feira, dia 25 de Março de 2013

2a-FEIRA DA SEMANA SANTA

Santo do dia : S. Tarásio, patriarca de Constantinopla, séc. VIII Livro de Isaías 42,1-7.
«Eis o meu servo que Eu amparo, o meu eleito que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito para que leve às nações a verdadeira justiça. Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará nem desfalecerá até estabelecer na Terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus que criou os céus e os estendeu, que consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes e o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão, os que vivem nas trevas.

Livro de Salmos 27(26),1.2.3.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

Quando os malvados avançam contra mim
para me devorar,
são eles, meus opressores e inimigos,
que resvalam e caem.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é o protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Creio firmemente vir a contemplar
a bondade do Senhor na Terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte,
tem coragem e confia no Senhor.

Evangelho segundo S. João 12,1-11.
Seis dias antes da Páscoa, Jesus Cristo foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então Maria (a sua esposa) ungiu os pés de Jesus Cristo com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Nessa altura, disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários para os dar aos pobres?»
Ele, porém disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro (= era o administrador dos bens da comunidade), tirava o que nela se deitava.
Então Jesus Cristo disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco (= sempre haverá pobres), mas a mim não me tendes sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus Cristo, mas também para verem Lázaro que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus Cristo.

Beato João Paulo II (1920-2005), papa Exortação apostólica «Vita Consecrata», §§ 104-105 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«Uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço»
Diversos são aqueles que hoje se interrogam perplexos: Porquê a vida consagrada? Porquê abraçar este género de vida quando existem tantas urgências [...] às quais se pode responder igualmente sem assumir os compromissos peculiares da vida consagrada? A vida consagrada não será uma espécie de desperdício de energias humanas que podiam ser utilizadas, segundo critérios de eficiência, para um bem maior da humanidade e da Igreja? [...] Sempre existiram interrogações semelhantes como demonstra eloquentemente o episódio evangélico da unção de Betânia: «Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus Cristo e enxugou-os com os cabelos e a casa encheu-se com o cheiro do perfume» (Jo 12,3). A Judas que, tomando como pretexto as necessidades dos pobres, se lamentava por tão grande desperdício, Jesus Cristo respondeu: «Deixa-a fazer!» (Jo 12,7).
Esta é a resposta, sempre válida, à pergunta que tantos, mesmo de boa fé, colocam acerca da actualidade da vida consagrada: [...] «Deixa-a fazer!»
Para aqueles a quem foi concedido o dom de seguir mais de perto o Senhor Jesus Cristo, é óbvio que Ele pode e deve ser amado com coração indiviso, que se Lhe pode dedicar a vida toda e não apenas alguns gestos, alguns momentos ou algumas actividades. O perfume de alto preço, derramado como puro acto de amor e, por conseguinte, fora de qualquer consideração utilitária, é sinal de uma superabundância de gratuidade como a que transparece numa vida gasta a amar e a servir o Senhor, a dedicar-se à Sua Pessoa e ao Seu Corpo Místico, mas é desta vida derramada sem reservas que se difunde um perfume que enche toda a casa. A casa de Deus, a Igreja, é adornada e enriquecida hoje, não menos que outrora, pela presença da vida consagrada. [...] A vida consagrada é importante precisamente por ser superabundância de gratuidade e de amor, o que se torna ainda mais verdadeiro num mundo que se arrisca a ficar sufocado na vertigem do efémero.

Terça-feira, dia 26 de Março de 2013

3a-FEIRA DA SEMANA SANTA

Santo do dia : Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?, S. Ludgero, bispo, +809, S. Bráulio de Zaragoza, bispo, +651 Livro de Isaías 49,1-6.
«Terras de Além-Mar, escutai-me; prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de Jacob e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações para que a minha salvação chegue até aos confins da Terra

Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.
Em ti, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me;
inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.

Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio.
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.

Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.

A minha boca proclama a Vossa justiça
todos os dias, a Vossa salvação que é incontável.
Desde a juventude me ensinaste
e até hoje anunciei sempre os teus prodígios.

Evangelho segundo S. João 13,21-33.36-38.
Naquele tempo, estando Jesus Cristo à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus amava (Jonas), estava à mesa reclinado no seu peito.
Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus Cristo, perguntou: «Senhor, quem é?»
Jesus Cristo respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
Jesus Cristo disse-lhe então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém com que fim lho dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa (= era o administrador dos bewns da comunidade), Jesus Cristo lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa' ou que desse alguma coisa aos pobres (= a prática da caridade).
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus Cristo disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem e há-de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar e, assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir' também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!»
Replicou Jesus Cristo: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes de me teres negado três vezes!»

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja Obras Completas, vol. 10
«Não cantará o galo antes de Me teres negado três vezes!»
São Pedro, Apóstolo, foi muito injusto para com o seu Senhor porque O negou, jurando que não O conhecia e, não contente com isso, foi maldizente e blasfemo, asseverando não saber Quem Ele era (Mt 26,69 ss). Este incidente magistral partiu o coração de Nosso Senhor. Que fazeis e que dizeis vós, pobre São Pedro? Não sabeis quem Ele é, não O conheceis?, vós que fostes chamado pela Sua própria boca ao Apostolado e que haveis confessado ser Ele o Filho do Deus vivo? (Mt 16,16) Ah, homem miserável, como ousais dizer que não O conheceis? Não foi Ele Quem vos lavou outrora os pés (Jo 13,6), Ele Quem vos alimentou com o Seu Corpo e o Seu Sangue? […]
Portanto, que ninguém presuma das suas boas obras e pense não ter nada a temer, uma vez que São Pedro, que tantas graças recebeu, que prometeu acompanhar Nosso Senhor até à prisão e até à morte, se prontificou a negá-lo ao mais pequeno reparo duma criada.
Ao cantar do galo, São Pedro lembrou-se do que acabara de fazer e do que lhe havia dito o seu Bom Senhor; então, reconhecendo a sua falta, saiu a chorar tão amargamente que só por isso recebeu indulgência plenária e remissão de todos os seus pecados. Bem-aventurado São Pedro, que através de tal contrição recebestes o perdão de tão grande deslealdade [...] Bem sei que foi o sagrado olhar de Nosso Senhor que lhe calou fundo no coração e lhe abriu os olhos para reconhecer o seu pecado (Lc 22,61) [...], pois a partir daí não deixou jamais de chorar, em especial sempre que ouvia o galo cantar [...] Assim, de grande pecador, tornou-se um grande santo.

Quarta-feira, dia 27 de Março de 2013

4a-FEIRA DA SEMANA SANTA

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam, mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados como roupa velha, roída pela traça.»

Livro de Salmos 69(68),8-10.21bcd-22.31.33-34.
Por causa de ti, tenho sofrido insultos,
o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para meus irmãos,
um desconhecido para os filhos de minha mãe.

Porque o zelo da vossa casa me consumiu
e os insultos daqueles que vos ultrajam caíram sobre mim.
Esperei compaixão, mas em vão,
alguém que me consolasse,
mas não encontrei.

Por alimento servem-me veneno,
por bebida contra a minha sede dão-me vinagre.
Louvarei o vosso nome com cantares,
glorificar-vos-ei em acção de graças.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos
buscai o Senhor e o vosso coração reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.

Evangelho segundo S. Mateus 26,14-25.
Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus Cristo.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus Cristo e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’»
Os discípulos fizeram como Jesus Cristo lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»
Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus Cristo.

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa Diálogo, 37
O desespero de Judas
[«(Judas) foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: “Pequei, entregando sangue inocente”. Eles replicaram: "Que nos importa? Isso é lá contigo". Atirando as moedas para o santuário, ele saiu e foi enforcar-se» (Mt 27,3-5).
Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] O pecado que não tem perdão, nem neste mundo nem no outro, é o do homem que, desprezando a Minha misericórdia, não quis ser perdoado. É isso que considero mais grave e foi por isso que o desespero de Judas Me entristeceu mais e foi mais penoso para o Meu Filho do que a sua traição. Os homens serão, pois condenados por esse falso juízo que os leva a crer que o seu pecado é maior do que a Minha misericórdia. [...] São condenados pela sua injustiça quando lamentam mais a sua sorte do que a ofensa que Me fizeram, pois é então que eles são injustos: não Me dando o que Me pertence e não dando a si próprios o que lhes pertence. A Mim é-Me devido o amor, o arrependimento da falta e a contrição; é isso que devem oferecer-Me devido às suas ofensas, mas fazem o contrário. Não têm amor nem compaixão a não ser por si mesmos, uma vez que só sabem lamentar-se dos castigos que os esperam. Vês, portanto que cometem uma injustiça e é por isso que dão por si duplamente punidos, por terem desprezado a Minha misericórdia.

Quinta-feira, dia 28 de Março de 2013

5ª FEIRA SANTA (Missa Vespertina na Ceia do Senhor)

Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa.
Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer.
O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos.
Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês e toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá.
Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.
Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor.
E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite e ferirei todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais, e contra todos as divindades do Egipto farei justiça, Eu, o Senhor.
E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio quando Eu ferir a terra do Egipto.
Aquele dia será para vós um memorial e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua.

Livro de Salmos 116(115),12ab-13ab.15ab-16ab.17ab-18ab.
Como retribuirei ao SENHOR todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação
invocando o nome do Senhor.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva.
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Cumprirei com as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o seu povo.

1ª Carta aos Coríntios 11,23-26.
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo, na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.

Evangelho segundo S. João 13,1-15.
Antes da festa da Páscoa, Jesus Cristo, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai; Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a decisão de o entregar.
Enquanto celebravam a ceia, Jesus Cristo, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos e que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura.
Depois, deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou, pois a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.»
Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus Cristo: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.» (= se Eu não te sirvo, não ficarás comigo)
Disse-lhe então Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo e vós estais limpos, mas não todos.»
Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'.
Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e dizeis bem porque o sou.
Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja Oração para obter humildade
«Isto é o Meu corpo que é para vós» (1Co 11,24)
Ó Jesus, quando ereis peregrino nesta Terra (Heb 11,13) dissestes: «Aprendei de Mim porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito» (Mt 11,29). Oh poderoso monarca dos céus, sim, a minha alma encontra repouso ao ver-Vos revestido da forma e da natureza de um escravo (Fl 2,7), baixar-Vos ao ponto de lavardes os pés aos apóstolos. Lembro-me então das palavras que haveis pronunciado para me ensinar a praticar a humildade: «Dei-vos o exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também. [...] Não é o servo mais do que o seu Senhor nem o enviado mais do que aquele que o envia. Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática». Senhor, eu entendo essas palavras saídas do Vosso coração manso e humilde; quero praticá-las com a ajuda da Vossa graça. […]
Ninguém, oh meu bem-amado, tinha direitos sobre Vós e, no entanto, haveis obedecido, não somente à Virgem Santa e a São José, mas também aos Vossos algozes. Agora é na hóstia que Vos vejo, cúmulo da Vossa aniquilação. Que grande humildade, oh divino Rei da Glória, submeter-Vos a todos os Vossos sacerdotes sem fazer distinção entre os que Vos amam e os que são infelizmente tíbios ou frios no Vosso serviço. Ao seu chamamento, Vós desceis do céu. [...] Oh, meu Bem-Amado, que manso e humilde de coração me pareceis sob o véu da branca hóstia! Para me ensinar a humildade não poderíeis baixar-Vos mais. […]
Mas, Senhor, a minha fraqueza é por Vós conhecida; todas as manhãs tomo a resolução de praticar a humildade e à noite reconheço que ainda cometi muitas faltas por orgulho. Tendo isto em vista, sou tentada a desanimar; mas, sei-o bem, o desânimo também é orgulho. Assim sendo, quero, ó meu Deus, fundamentar apenas em Vós a minha esperança; uma vez que tudo podeis, dignai-Vos fazer nascer na minha alma a virtude que desejo. Para obter essa graça da Vossa infinita misericórdia, vou repetir-Vos muitas vezes: «Ó Jesus Cristo, manso e humilde de coração, tornai o meu coração semelhante ao Vosso!»

Sexta-feira, dia 29 de Março de 2013

6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos ao verem coisas inenarráveis e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR?
O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades (= não-equidades). O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador. Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum nem praticado qualquer fraude, mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida, verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos porque carregou com o crime deles.
Por isso, ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos porque ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos e sofreu pelos culpados.

Livro de Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.
Em Vós, Senhor, me refúgio; não seja eu confundido para sempre!
Livrai-me pela vossa justiça.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.
Tornei-me objecto de opóbrio para todos os meus inimigos,
especialmente para os meus vizinhos;
objecto de terror para os meus conhecidos;
fogem de mim os que me vêem na rua.

Caí no esquecimento dos corações como um morto:
fui (rejeitado) como um vaso abandonado.
Mas eu confio em ti, Senhor;
e digo: «Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.»

Brilhe sobre o teu servo a tua luz;
salva-me pela tua misericórdia.»
Sede corajosos e valentes no vosso coração,
todos quantos esperais no Senhor.

Carta aos Hebreus 4,14-16.5,7-9.
Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos então com grande confiança do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.

Evangelho segundo S. João 18,1-40.19,1-42.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio porque Jesus Cristo se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus Cristo, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o de Nazaré.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus Cristo lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o de Nazaré!»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus Cristo disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus Cristo e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus Cristo. Esse outro discípulo (S. João) era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus Cristo.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro. Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então o Sumo Sacerdote interrogou Jesus Cristo acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus Cristo disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus Cristo replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem porque me bates
Então Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus Cristo de novo e, nesse instante, cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus Cristo à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus,
em cumprimento do que Jesus Cristo tinha dito quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus Cristo e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Tu perguntas isso por ti mesmo ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu porventura judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus Cristo respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus Cristo: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou levar Jesus Cristo e flagelá-lo.
Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salvé! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação
Então saiu Jesus Cristo com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus Cristo, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer porque disse ser Filho de Deus.»
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus Cristo: «Donde és Tu?» Mas Jesus Cristo não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus Cristo para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo ou Gabatá, em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei senão César
Então entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus Cristo.
Jesus Cristo, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que, em hebraico, se diz Gólgota,
onde o crucificaram e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus Cristo no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus porque o lugar onde Jesus Cristo tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus Cristo, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sort, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus Cristo estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria de Magdala (vulgarmente conhecida por Madalena).
Então Jesus Cristo, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava (S. João), disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Depois disso, Jesus Cristo, sabendo que tudo se consumara (= tudo estava feito), para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus Cristo disse: «Tudo está consumado.» e, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus Cristo, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus Cristo, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus Cristo e Pilatos permitiu-lho. Veio, pois e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus Cristo de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus Cristo e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus Cristo.

São Germano de Constantinopla (?-733), bispo In Domini corporis supulturam; PG 98, 251-260
O trono da cruz
«O povo que andava em trevas viu uma grande luz e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz» (Is 9,1), a luz da redenção. Vendo a morte que o tiranizava, ferindo-o de morte, este povo regressa das trevas para a luz; da morte, passa para a vida.
A madeira da cruz sustenta Aquele que fez o universo. Sofrendo a morte pela minha vida, Aquele que conduz o universo é fixado à madeira como um morto; Aquele que infunde a vida aos mortos rende a vida sobre o madeiro. A cruz não O envergonha; antes, qual troféu, demonstra a Sua vitória total. Ele senta-Se como justo juiz no trono da cruz. A coroa de espinhos que usa na fronte confirma a Sua vitória: «Tende confiança, Eu venci o mundo e o príncipe deste mundo, suportando o pecado do mundo» (Jo 16,33; 1,29).
Que a cruz é um triunfo, as próprias pedras o proclamam (cf Lc 19,40), essas pedras do Calvário onde Adão, nosso primeiro pai, foi enterrado, segundo uma antiga tradição dos padres. «Adão, onde estás?» (Gn 3,9), grita de novo Jesus Cristo na cruz. «Vim procurar-te e, para poder encontrar-te, estendi as mãos sobre a cruz. De mãos estendidas, volto-Me para o Pai para dar graças por te ter encontrado, depois volto-as para ti para te beijar. Não vim para julgar o teu pecado, mas salvar-te pelo amor que tenho aos homens (cf Jo 3,17). Não vim amaldiçoar-te pela tua desobediência, mas abençoar-te pela Minha obediência. Cobrir-te-ei com as Minhas asas, encontrarás refúgio à Minha sombra, a Minha fidelidade te cobrirá com o escudo da cruz e não temerás os terrores da noite (Sl 90,1-5) porque verás o dia sem declínio (Sb 7,10). Vou buscar a tua vida, escondida nas trevas e na sombra da morte (Lc 1,79) e não descansarei até que, humilhado e descido aos infernos para te procurar, te tenha reconduzido ao céu.»

Sábado, dia 30 de Março de 2013

VIGILIA PASCAL

No princípio, quando Deus criou os céus e a Terra,
a Terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.
Deus disse: «Faça-se a luz.» e a luz foi feita.
Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas.
Deus chamou dia à luz e às trevas, noite. Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia.
Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas para as manter separadas umas das outras.» e assim aconteceu.
Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento das que estavam por cima do firmamento.
Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.
Deus disse: «Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus num único lugar a fim de aparecer a terra seca.» e assim aconteceu.
Deus chamou terra à parte sólida e mar, ao conjunto das águas e Deus viu que isto era bom.
Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies e contendo semente.» e assim aconteceu.
A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom.
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.
Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos;
servirão também de luzeiros no firmamento dos céus para iluminarem a Terra.» e assim aconteceu.
Deus fez dois grandes luzeiros: o maior (o sol) para presidir ao dia e o menor (estrela polar) para presidir à noite; fez também as estrelas.
Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a Terra,
para presidirem ao dia e à noite e para separarem a luz das trevas e Deus viu que isto era bom.
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
Deus disse: «Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos e que por cima da terra voem aves, sob o firmamento dos céus.»
Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas e todas as aves aladas, segundo as suas espécies e Deus viu que isto era bom.
Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas do mar e multipliquem-se as aves sobre a Terra.»
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia.
Deus disse: «Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies.» e assim aconteceu.
Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies e Deus viu que isto era bom.
Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.» Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher.
Abençoando-os, Deus disse-lhes: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e administrai a Terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.»
Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra assim como todas as árvores de fruto com semente para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» e assim aconteceu.
Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.
Foram assim terminados os céus e a Terra e todo o seu conjunto.
Concluída, no sétimo dia, toda a obra que tinha feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele realizado.

Livro de Salmos 104(103),1-2.5-6.10.12-14.24.35.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor!

Senhor, meu Deus, como Tu és grande!
Estás revestido de esplendor e majestade!
Estás envolto num manto de luz
e estendeste os céus como um véu.

Fundaste a Terra sobre bases sólidas,
ela mantém-se inabalável para sempre.
Tu a cobriste com o manto do abismo
e as águas cobriram as montanhas.

Transformas as fontes em rios
que serpenteiam entre as montanhas.
Os pássaros do céu vêm morar nas suas margens;
ali chilreiam entre a folhagem.

Das tuas altas moradas regas as montanhas;
com a bênção da chuva sacias a terra.
Fazes germinar a erva para o gado
e as plantas úteis para o homem,
para que da terra possa tirar o seu alimento.

Senhor, como são grandes as tuas obras!
Todas elas são fruto da tua sabedoria!
A Terra está cheia das tuas criaturas!
Desapareçam da terra os pecadores!
Os ímpios deixem de existir!
Bendiz, ó minha alma, o Senhor! Aleluia!

Carta aos Romanos 6,3-11.
Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois sepultados com Ele na morte para que, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado (o egoísmo) e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele,
pois, na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Evangelho segundo S. Lucas 24,1-12.
No primeiro dia da semana, ao romper da alva, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que haviam preparado.
Encontraram removida a pedra da porta do sepulcro
e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus Cristo.
Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes (= anjos).
Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes: «Porque buscais O que vive entre os mortos?
Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou quando ainda estava na Galileia,
dizendo que o Filho do Homem havia de ser entregue às mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia.»
Recordaram-se então das suas palavras.
Voltando do sepulcro, foram contar tudo isto aos Onze e a todos os restantes.
Eram elas Maria de Magdala (vila perto do Lago de Tiberíades), Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas diziam isto aos Apóstolos;
mas as suas palavras pareceram-lhes um desvario e eles não acreditaram nelas.
Pedro, no entanto, pôs-se a caminho e correu ao sepulcro. Debruçando-se, apenas viu as ligaduras e voltou para casa, admirado com o sucedido.

Bento XVI, Papa de 2005 a 2013 Homilia de 7/4/2012 [da Vigília Pascal] (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«A luz brilha nas trevas» (Jo 1,5)
Na Vigília Pascal, a Igreja fixa as suas atenções sobretudo na primeira frase da narração da Criação: «Deus disse: “Faça-se a luz”!» (Gn 1, 3). Emblematicamente a narração da Criação começa pela criação da luz. [...] O facto de Deus ter criado a luz significa que criou o mundo como espaço de conhecimento e de verdade, espaço de encontro e de liberdade, espaço do bem e do amor. A matéria-prima do mundo é boa; o próprio ser é bom e o mal não vem do ser que é criado por Deus, mas existe só em virtude da sua negação. É o «não». (As trevas, o Espírito Universal também cria as suas criaturas, das trevas.)
Na Páscoa, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Deus disse novamente: «Faça-se a luz!». Antes tinham vindo a noite do Monte das Oliveiras, o eclipse solar da paixão e morte de Jesus Cristo, a noite do sepulcro. Mas agora é de novo o primeiro dia; a criação recomeça inteiramente nova. «Faça-se a luz!», disse Deus. «E a luz foi feita». Jesus Cristo ressuscita do sepulcro. A vida é mais forte do que a morte. O bem é mais forte do que o mal. O amor é mais forte do que o ódio. A verdade é mais forte do que a mentira. A escuridão dos dias anteriores dissipou-se no momento em que Jesus Cristo ressuscita do sepulcro e Se torna, Ele mesmo, pura luz de Deus.
Isto, porém não se refere somente a Ele nem se refere apenas à escuridão daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus Cristo, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de Si para a nova vida da Ressurreição e vence toda a forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus que vale para todos nós. Mas como pode isto acontecer? Como é possível tudo isto chegar até nós de tal modo que não se reduza a meras palavras, mas se torne uma realidade que nos envolve? Por meio do sacramento do Baptismo e da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, uma ponte pela qual o novo dia nos alcança. No Baptismo, o Senhor diz a quem o recebe: Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega também a nós. Jesus Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira.

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Os meus blogues


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=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos Amigos
Aproveitamos para vos anunciar a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
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A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com algumas especificidades particulares tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.
- a versão grega: evaggeliokathemera.org. Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que sofre. Não deixem se informar os vossos conhecidos deste novo serviço.
Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
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Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
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Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano, saúda-vos
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Domingo, dia 24 de Março de 2013

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano C

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam, mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.

Livro de Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.
Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
"Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve já que é seu amigo."

Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos.

Então anunciarei o Teu nome aos meus irmãos
e Te louvarei no meio da assembleia.
Vós, que adorais o Senhor, louvai-O!
Glorificai-O, descendentes de Jacob!
Reverenciai-O, descendentes de Israel!

Repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam a minha túnica.
Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!
És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-vos no meio da assembleia.

Carta aos Filipenses 2,6-11.
Cristo Jesus, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser semelhante a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na Terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!”, para glória de Deus (e do) Pai.

Evangelho segundo S. Lucas 22,14-71.23,1-56.
Quando chegou a hora, Jesus Cristo sentou-se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes:
«Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco antes de padecer, pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.»
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira até chegar o Reino de Deus.»
Tomou então o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue que vai ser derramado por vós.(os do mal perguntam para Jesus Cristo porque morreu para os salvar; mas a questão é diferente: Jesus Cristo não deu a Sua vida para os salvar, mas para salvar os do Bem que vivem atormentados pelo mal que os do Mal lhes fazem. Foi pelos do Bem que Jesus Cristo deu a Sua vida, para que fossem felizes cá na Terra que também é sua de direito cedido por Jesus Cristo. Os do mal não precisam de se apoquentar com Jesus Cristo; eles morrem e são destruídos pelo mal e destruição que eles fazem e Jesus Cristo não os vai tentar salvar. Fiquem descansados!)»
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa!
O Filho do Homem segue o seu caminho como está determinado; mas ai daquele por meio de quem vai ser entregue
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa.
Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado o maior.
Jesus Cristo disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas exercem a autoridade são chamados benfeitores.
Convosco, não deve ser assim: o que for maior entre vós seja como o menor e aquele que mandar, como aquele que serve.
Pois quem é maior: o que está sentado à mesa ou o que serve? Não é o que está sentado à mesa? (na Terra, na democracia: a assembleia, a população. Estas são as regras do céu, do Bem.) Ora Eu estou no meio de vós como aquele que serve (= Aquele que governa a servir).
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações
e Eu disponho do Reino a vosso favor como meu Pai dispõe dele a meu favor
a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de sentar-vos em tronos para julgar as doze tribos de Israel.»
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo,
mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.»
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.»
Jesus Cristo disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.»
Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.»
E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome assim como o alforge e quem não tem espada, venda a capa e compre uma.
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura: Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente o que me diz respeito chega ao seu termo.»
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele respondeu-lhes: «Basta! (porque eles não O tinham compreendido. Seria depois d'Ele partir para o céu)»
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras e os discípulos seguiram também com Ele.
Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai para que não entreis em tentação.»
Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra aproximadamente e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava.
Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue que caíam na terra (devido à grande tensão psicológica em que estava).
Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza (a estarem tomados pelo mal).
Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai para que não entreis em tentação.»
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas (Iscariotes), caminhava à frente e aproximou-se de Jesus Cristo para o beijar.
Jesus Cristo disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?»
E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
Mas Jesus Cristo interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o.
Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus como se fôsseis ao encontro de um salteador!
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»
Apoderando-se então de Jesus Cristo, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe.
Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles.
Ora uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitando-o, disse: «Este também estava com Ele.»
Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.»
Pouco depois, disse outro ao vê-lo: «Tu também és dos tais.», mas Pedro disse: «Homem, não sou.»
Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.»
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo.
Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro e Pedro recordou-se da palavra do Senhor quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.»
E vindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os que guardavam Jesus Cristo troçavam dele e maltratavam-no.
Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha quem te bateu?»
E proferiam muitos outros insultos contra Ele.
Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos Anciãos do povo, sumos sacerdotes e doutores da Lei que o levaram ao seu tribunal.
Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se vo-lo disser, não me acreditareis
e, se vos perguntar, não respondereis,
mas, doravante o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus todo-poderoso.»
Disseram todos: «Tu és então o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o dizeis: Eu sou.»
Então exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca.»
Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos
e começaram a acusá-lo nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o Messias Rei.»
Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus Cristo respondeu: «Tu o dizes.»
Pilatos disse então aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de culpável neste homem.»,
mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a Judeia desde a Galileia até aqui.»
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes que também se encontrava em Jerusalém nesses dias.
Ao ver Jesus Cristo, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei que lá estavam, acusavam-no com veemência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos.
Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do outro.
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo
e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais.
Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte.
Vou, portanto libertá-lo, depois de o castigar
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso.
E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!»
Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada na cidade e por homicídio.
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus Cristo.
Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!»
Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele então? Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso vou libertá-lo, depois de o castigar.»,
mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado e os seus clamores aumentavam de violência.
Então Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam.
Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus Cristo para o que eles queriam.
Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene que voltava do campo e carregaram-no com a cruz (Jesus Cristo carregava as cruzes de muitos) para a levar atrás de Jesus Cristo.
Seguiam Jesus Cristo uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele.
Jesus Cristo voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.'
Hão-de então dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' e às colinas: 'Cobri-nos!'
Porque, se tratam assim a árvore verde (Jesus Cristo), o que não acontecerá à seca(aos que não acreditaram n'Ele)?»
Levavam também dois malfeitores para serem executados com Ele.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Jesus Cristo dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
O povo permanecia ali a observar e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»
Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»
E por cima dele havia uma inscrição: «Este é Jesus de Nazaré, rei dos judeus.» Ora um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável
E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde.
O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.
Dando um forte grito, Jesus Cristo exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou.
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo
E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito.
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo,
não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus Cristo.
Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação e já começava o sábado.
Entretanto as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus Cristo fora depositado.
Ao regressar, prepararam aromas e perfumes e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito.

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja Homilia 13; PG 77, 1049
«Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)
Irmãos, celebremos hoje a vinda do nosso Rei; vamos ao Seu encontro porque Ele também é o Filho de Deus. [...] Elevemos o coração até Deus, não apaguemos o Espírito (1Ts 5,19), aprontemos alegremente as candeias (Mt 25,7), mudemos as vestes da alma. Quais vencedores, peguemos em palmas e, quais pessoas simples, aclamemo-Lo com o povo. Com as crianças, cantemos com um coração infantil: «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mt 21,15) [...] Hoje mesmo Ele entra em Jerusalém, de novo se prepara a cruz, o documento de acusação de Adão foi abolido (Col 2,14); de novo se abre o Paraíso e o ladrão nele entra (Lc 23,43); de novo a Igreja está em festa. […]
Ele não vem acompanhado pelas forças invisíveis do céu e pelas legiões de anjos; não está sentado num trono alto e sublime, protegido pelas asas dos serafins, por um carro de fogo e por seres vivos de múltiplos olhos que tudo fazem tremer com prodígios e com o som das trombetas (Ez 1,4ss). Ele vem escondido na natureza humana. É uma exaltação de bondade, não de justiça; de perdão, não de vingança. Ele não aparece na glória do Seu Pai (Ex 19,16ss), mas na humildade da Sua mãe. Já outrora o profeta Zacarias nos anunciara esta aparição e convidava toda a criação ao júbilo [...]: «Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9) As mesmas palavras que o anjo Gabriel pronunciara à Virgem: «Salvé, ó cheia de graça» (Lc 1,28) e a mesma mensagem que o Salvador anunciou às santas mulheres após a Sua ressurreição : «Salvé!» (Mt 28,9) […]
«Exulta de alegria, filha de Jerusalém! Aí vem o teu Rei ao teu encontro, manso e montado num jumentinho, filho de uma jumenta». [...] Que significa isto? Ele não não vem com pompa e esplendor como é próprio dos reis. Vem na condição de servo (Fl 2,7), de esposo cheio de ternura, de Cordeiro dulcíssimo (Jo 1,29), fresco orvalho no Seu velo (Jz 6,36ss), ovelha que é levada ao matadouro (Jr 11,19), manso cordeiro arrastado para o sacrifício (Is 53,7). [...] Hoje, os filhos dos hebreus correm à Sua frente, oferecendo ramos de oliveira Àquele que é misericordioso e, em júbilo, recebem com palmas o Vencedor da morte. «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!»

Segunda-feira, dia 25 de Março de 2013

2a-FEIRA DA SEMANA SANTA

Santo do dia : S. Tarásio, patriarca de Constantinopla, séc. VIII Livro de Isaías 42,1-7.
«Eis o meu servo que Eu amparo, o meu eleito que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito para que leve às nações a verdadeira justiça. Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará nem desfalecerá até estabelecer na Terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus que criou os céus e os estendeu, que consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes e o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão, os que vivem nas trevas.

Livro de Salmos 27(26),1.2.3.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

Quando os malvados avançam contra mim
para me devorar,
são eles, meus opressores e inimigos,
que resvalam e caem.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é o protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Creio firmemente vir a contemplar
a bondade do Senhor na Terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte,
tem coragem e confia no Senhor.

Evangelho segundo S. João 12,1-11.
Seis dias antes da Páscoa, Jesus Cristo foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então Maria (a sua esposa) ungiu os pés de Jesus Cristo com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Nessa altura, disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários para os dar aos pobres?»
Ele, porém disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro (= era o administrador dos bens da comunidade), tirava o que nela se deitava.
Então Jesus Cristo disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco (= sempre haverá pobres), mas a mim não me tendes sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus Cristo, mas também para verem Lázaro que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus Cristo.

Beato João Paulo II (1920-2005), papa Exortação apostólica «Vita Consecrata», §§ 104-105 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«Uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço»
Diversos são aqueles que hoje se interrogam perplexos: Porquê a vida consagrada? Porquê abraçar este género de vida quando existem tantas urgências [...] às quais se pode responder igualmente sem assumir os compromissos peculiares da vida consagrada? A vida consagrada não será uma espécie de desperdício de energias humanas que podiam ser utilizadas, segundo critérios de eficiência, para um bem maior da humanidade e da Igreja? [...] Sempre existiram interrogações semelhantes como demonstra eloquentemente o episódio evangélico da unção de Betânia: «Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus Cristo e enxugou-os com os cabelos e a casa encheu-se com o cheiro do perfume» (Jo 12,3). A Judas que, tomando como pretexto as necessidades dos pobres, se lamentava por tão grande desperdício, Jesus Cristo respondeu: «Deixa-a fazer!» (Jo 12,7).
Esta é a resposta, sempre válida, à pergunta que tantos, mesmo de boa fé, colocam acerca da actualidade da vida consagrada: [...] «Deixa-a fazer!»
Para aqueles a quem foi concedido o dom de seguir mais de perto o Senhor Jesus Cristo, é óbvio que Ele pode e deve ser amado com coração indiviso, que se Lhe pode dedicar a vida toda e não apenas alguns gestos, alguns momentos ou algumas actividades. O perfume de alto preço, derramado como puro acto de amor e, por conseguinte, fora de qualquer consideração utilitária, é sinal de uma superabundância de gratuidade como a que transparece numa vida gasta a amar e a servir o Senhor, a dedicar-se à Sua Pessoa e ao Seu Corpo Místico, mas é desta vida derramada sem reservas que se difunde um perfume que enche toda a casa. A casa de Deus, a Igreja, é adornada e enriquecida hoje, não menos que outrora, pela presença da vida consagrada. [...] A vida consagrada é importante precisamente por ser superabundância de gratuidade e de amor, o que se torna ainda mais verdadeiro num mundo que se arrisca a ficar sufocado na vertigem do efémero.

Terça-feira, dia 26 de Março de 2013

3a-FEIRA DA SEMANA SANTA

Santo do dia : Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?, S. Ludgero, bispo, +809, S. Bráulio de Zaragoza, bispo, +651 Livro de Isaías 49,1-6.
«Terras de Além-Mar, escutai-me; prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo, só para restaurares as tribos de Jacob e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações para que a minha salvação chegue até aos confins da Terra

Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.
Em ti, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me;
inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.

Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio.
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.

Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.

A minha boca proclama a Vossa justiça
todos os dias, a Vossa salvação que é incontável.
Desde a juventude me ensinaste
e até hoje anunciei sempre os teus prodígios.

Evangelho segundo S. João 13,21-33.36-38.
Naquele tempo, estando Jesus Cristo à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus amava (Jonas), estava à mesa reclinado no seu peito.
Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus Cristo, perguntou: «Senhor, quem é?»
Jesus Cristo respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
Jesus Cristo disse-lhe então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém com que fim lho dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa (= era o administrador dos bewns da comunidade), Jesus Cristo lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa' ou que desse alguma coisa aos pobres (= a prática da caridade).
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus Cristo disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem e há-de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar e, assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir' também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!»
Replicou Jesus Cristo: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes de me teres negado três vezes!»

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja Obras Completas, vol. 10
«Não cantará o galo antes de Me teres negado três vezes!»
São Pedro, Apóstolo, foi muito injusto para com o seu Senhor porque O negou, jurando que não O conhecia e, não contente com isso, foi maldizente e blasfemo, asseverando não saber Quem Ele era (Mt 26,69 ss). Este incidente magistral partiu o coração de Nosso Senhor. Que fazeis e que dizeis vós, pobre São Pedro? Não sabeis quem Ele é, não O conheceis?, vós que fostes chamado pela Sua própria boca ao Apostolado e que haveis confessado ser Ele o Filho do Deus vivo? (Mt 16,16) Ah, homem miserável, como ousais dizer que não O conheceis? Não foi Ele Quem vos lavou outrora os pés (Jo 13,6), Ele Quem vos alimentou com o Seu Corpo e o Seu Sangue? […]
Portanto, que ninguém presuma das suas boas obras e pense não ter nada a temer, uma vez que São Pedro, que tantas graças recebeu, que prometeu acompanhar Nosso Senhor até à prisão e até à morte, se prontificou a negá-lo ao mais pequeno reparo duma criada.
Ao cantar do galo, São Pedro lembrou-se do que acabara de fazer e do que lhe havia dito o seu Bom Senhor; então, reconhecendo a sua falta, saiu a chorar tão amargamente que só por isso recebeu indulgência plenária e remissão de todos os seus pecados. Bem-aventurado São Pedro, que através de tal contrição recebestes o perdão de tão grande deslealdade [...] Bem sei que foi o sagrado olhar de Nosso Senhor que lhe calou fundo no coração e lhe abriu os olhos para reconhecer o seu pecado (Lc 22,61) [...], pois a partir daí não deixou jamais de chorar, em especial sempre que ouvia o galo cantar [...] Assim, de grande pecador, tornou-se um grande santo.

Quarta-feira, dia 27 de Março de 2013

4a-FEIRA DA SEMANA SANTA

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam, mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados como roupa velha, roída pela traça.»

Livro de Salmos 69(68),8-10.21bcd-22.31.33-34.
Por causa de ti, tenho sofrido insultos,
o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para meus irmãos,
um desconhecido para os filhos de minha mãe.

Porque o zelo da vossa casa me consumiu
e os insultos daqueles que vos ultrajam caíram sobre mim.
Esperei compaixão, mas em vão,
alguém que me consolasse,
mas não encontrei.

Por alimento servem-me veneno,
por bebida contra a minha sede dão-me vinagre.
Louvarei o vosso nome com cantares,
glorificar-vos-ei em acção de graças.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos
buscai o Senhor e o vosso coração reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.

Evangelho segundo S. Mateus 26,14-25.
Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus Cristo.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus Cristo e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’»
Os discípulos fizeram como Jesus Cristo lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»
Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus Cristo.

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa Diálogo, 37
O desespero de Judas
[«(Judas) foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: “Pequei, entregando sangue inocente”. Eles replicaram: "Que nos importa? Isso é lá contigo". Atirando as moedas para o santuário, ele saiu e foi enforcar-se» (Mt 27,3-5).
Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] O pecado que não tem perdão, nem neste mundo nem no outro, é o do homem que, desprezando a Minha misericórdia, não quis ser perdoado. É isso que considero mais grave e foi por isso que o desespero de Judas Me entristeceu mais e foi mais penoso para o Meu Filho do que a sua traição. Os homens serão, pois condenados por esse falso juízo que os leva a crer que o seu pecado é maior do que a Minha misericórdia. [...] São condenados pela sua injustiça quando lamentam mais a sua sorte do que a ofensa que Me fizeram, pois é então que eles são injustos: não Me dando o que Me pertence e não dando a si próprios o que lhes pertence. A Mim é-Me devido o amor, o arrependimento da falta e a contrição; é isso que devem oferecer-Me devido às suas ofensas, mas fazem o contrário. Não têm amor nem compaixão a não ser por si mesmos, uma vez que só sabem lamentar-se dos castigos que os esperam. Vês, portanto que cometem uma injustiça e é por isso que dão por si duplamente punidos, por terem desprezado a Minha misericórdia.

Quinta-feira, dia 28 de Março de 2013

5ª FEIRA SANTA (Missa Vespertina na Ceia do Senhor)

Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa.
Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer.
O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos.
Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês e toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá.
Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.
Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor.
E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite e ferirei todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais, e contra todos as divindades do Egipto farei justiça, Eu, o Senhor.
E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio quando Eu ferir a terra do Egipto.
Aquele dia será para vós um memorial e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua.

Livro de Salmos 116(115),12ab-13ab.15ab-16ab.17ab-18ab.
Como retribuirei ao SENHOR todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação
invocando o nome do Senhor.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva.
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Cumprirei com as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o seu povo.

1ª Carta aos Coríntios 11,23-26.
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo, na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.

Evangelho segundo S. João 13,1-15.
Antes da festa da Páscoa, Jesus Cristo, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai; Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a decisão de o entregar.
Enquanto celebravam a ceia, Jesus Cristo, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos e que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura.
Depois, deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou, pois a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.»
Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus Cristo: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.» (= se Eu não te sirvo, não ficarás comigo)
Disse-lhe então Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo e vós estais limpos, mas não todos.»
Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'.
Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e dizeis bem porque o sou.
Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja Oração para obter humildade
«Isto é o Meu corpo que é para vós» (1Co 11,24)
Ó Jesus, quando ereis peregrino nesta Terra (Heb 11,13) dissestes: «Aprendei de Mim porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito» (Mt 11,29). Oh poderoso monarca dos céus, sim, a minha alma encontra repouso ao ver-Vos revestido da forma e da natureza de um escravo (Fl 2,7), baixar-Vos ao ponto de lavardes os pés aos apóstolos. Lembro-me então das palavras que haveis pronunciado para me ensinar a praticar a humildade: «Dei-vos o exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também. [...] Não é o servo mais do que o seu Senhor nem o enviado mais do que aquele que o envia. Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática». Senhor, eu entendo essas palavras saídas do Vosso coração manso e humilde; quero praticá-las com a ajuda da Vossa graça. […]
Ninguém, oh meu bem-amado, tinha direitos sobre Vós e, no entanto, haveis obedecido, não somente à Virgem Santa e a São José, mas também aos Vossos algozes. Agora é na hóstia que Vos vejo, cúmulo da Vossa aniquilação. Que grande humildade, oh divino Rei da Glória, submeter-Vos a todos os Vossos sacerdotes sem fazer distinção entre os que Vos amam e os que são infelizmente tíbios ou frios no Vosso serviço. Ao seu chamamento, Vós desceis do céu. [...] Oh, meu Bem-Amado, que manso e humilde de coração me pareceis sob o véu da branca hóstia! Para me ensinar a humildade não poderíeis baixar-Vos mais. […]
Mas, Senhor, a minha fraqueza é por Vós conhecida; todas as manhãs tomo a resolução de praticar a humildade e à noite reconheço que ainda cometi muitas faltas por orgulho. Tendo isto em vista, sou tentada a desanimar; mas, sei-o bem, o desânimo também é orgulho. Assim sendo, quero, ó meu Deus, fundamentar apenas em Vós a minha esperança; uma vez que tudo podeis, dignai-Vos fazer nascer na minha alma a virtude que desejo. Para obter essa graça da Vossa infinita misericórdia, vou repetir-Vos muitas vezes: «Ó Jesus Cristo, manso e humilde de coração, tornai o meu coração semelhante ao Vosso!»

Sexta-feira, dia 29 de Março de 2013

6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos ao verem coisas inenarráveis e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR?
O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades (= não-equidades). O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador. Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum nem praticado qualquer fraude, mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida, verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos porque carregou com o crime deles.
Por isso, ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos porque ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos e sofreu pelos culpados.

Livro de Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.
Em Vós, Senhor, me refúgio; não seja eu confundido para sempre!
Livrai-me pela vossa justiça.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.
Tornei-me objecto de opóbrio para todos os meus inimigos,
especialmente para os meus vizinhos;
objecto de terror para os meus conhecidos;
fogem de mim os que me vêem na rua.

Caí no esquecimento dos corações como um morto:
fui (rejeitado) como um vaso abandonado.
Mas eu confio em ti, Senhor;
e digo: «Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.»

Brilhe sobre o teu servo a tua luz;
salva-me pela tua misericórdia.»
Sede corajosos e valentes no vosso coração,
todos quantos esperais no Senhor.

Carta aos Hebreus 4,14-16.5,7-9.
Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos então com grande confiança do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.

Evangelho segundo S. João 18,1-40.19,1-42.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio porque Jesus Cristo se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus Cristo, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o de Nazaré.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus Cristo lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o de Nazaré!»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus Cristo disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus Cristo e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus Cristo. Esse outro discípulo (S. João) era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus Cristo.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro. Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então o Sumo Sacerdote interrogou Jesus Cristo acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus Cristo disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus Cristo replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem porque me bates
Então Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus Cristo de novo e, nesse instante, cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus Cristo à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus,
em cumprimento do que Jesus Cristo tinha dito quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus Cristo e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Tu perguntas isso por ti mesmo ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu porventura judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus Cristo respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus Cristo: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou levar Jesus Cristo e flagelá-lo.
Depois, os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e, aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salvé! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação
Então saiu Jesus Cristo com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus Cristo, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer porque disse ser Filho de Deus.»
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus Cristo: «Donde és Tu?» Mas Jesus Cristo não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus Cristo para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo ou Gabatá, em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei senão César
Então entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus Cristo.
Jesus Cristo, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que, em hebraico, se diz Gólgota,
onde o crucificaram e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus Cristo no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus porque o lugar onde Jesus Cristo tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus Cristo, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sort, para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus Cristo estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria de Magdala (vulgarmente conhecida por Madalena).
Então Jesus Cristo, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava (S. João), disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Depois disso, Jesus Cristo, sabendo que tudo se consumara (= tudo estava feito), para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus Cristo disse: «Tudo está consumado.» e, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus Cristo, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus Cristo, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus Cristo e Pilatos permitiu-lho. Veio, pois e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus Cristo de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus Cristo e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus Cristo.

São Germano de Constantinopla (?-733), bispo In Domini corporis supulturam; PG 98, 251-260
O trono da cruz
«O povo que andava em trevas viu uma grande luz e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz» (Is 9,1), a luz da redenção. Vendo a morte que o tiranizava, ferindo-o de morte, este povo regressa das trevas para a luz; da morte, passa para a vida.
A madeira da cruz sustenta Aquele que fez o universo. Sofrendo a morte pela minha vida, Aquele que conduz o universo é fixado à madeira como um morto; Aquele que infunde a vida aos mortos rende a vida sobre o madeiro. A cruz não O envergonha; antes, qual troféu, demonstra a Sua vitória total. Ele senta-Se como justo juiz no trono da cruz. A coroa de espinhos que usa na fronte confirma a Sua vitória: «Tende confiança, Eu venci o mundo e o príncipe deste mundo, suportando o pecado do mundo» (Jo 16,33; 1,29).
Que a cruz é um triunfo, as próprias pedras o proclamam (cf Lc 19,40), essas pedras do Calvário onde Adão, nosso primeiro pai, foi enterrado, segundo uma antiga tradição dos padres. «Adão, onde estás?» (Gn 3,9), grita de novo Jesus Cristo na cruz. «Vim procurar-te e, para poder encontrar-te, estendi as mãos sobre a cruz. De mãos estendidas, volto-Me para o Pai para dar graças por te ter encontrado, depois volto-as para ti para te beijar. Não vim para julgar o teu pecado, mas salvar-te pelo amor que tenho aos homens (cf Jo 3,17). Não vim amaldiçoar-te pela tua desobediência, mas abençoar-te pela Minha obediência. Cobrir-te-ei com as Minhas asas, encontrarás refúgio à Minha sombra, a Minha fidelidade te cobrirá com o escudo da cruz e não temerás os terrores da noite (Sl 90,1-5) porque verás o dia sem declínio (Sb 7,10). Vou buscar a tua vida, escondida nas trevas e na sombra da morte (Lc 1,79) e não descansarei até que, humilhado e descido aos infernos para te procurar, te tenha reconduzido ao céu.»

Sábado, dia 30 de Março de 2013

VIGILIA PASCAL

No princípio, quando Deus criou os céus e a Terra,
a Terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.
Deus disse: «Faça-se a luz.» e a luz foi feita.
Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas.
Deus chamou dia à luz e às trevas, noite. Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia.
Deus disse: «Haja um firmamento entre as águas para as manter separadas umas das outras.» e assim aconteceu.
Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam sob o firmamento das que estavam por cima do firmamento.
Deus chamou céus ao firmamento. Assim, surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o segundo dia.
Deus disse: «Reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus num único lugar a fim de aparecer a terra seca.» e assim aconteceu.
Deus chamou terra à parte sólida e mar, ao conjunto das águas e Deus viu que isto era bom.
Deus disse: «Que a terra produza verdura, erva com semente, árvores frutíferas que dêem fruto sobre a terra, segundo as suas espécies e contendo semente.» e assim aconteceu.
A terra produziu verdura, erva com semente, segundo a sua espécie e árvores de fruto, segundo as suas espécies, com a respectiva semente. Deus viu que isto era bom.
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o terceiro dia.
Deus disse: «Haja luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite e servirem de sinais, determinando as estações, os dias e os anos;
servirão também de luzeiros no firmamento dos céus para iluminarem a Terra.» e assim aconteceu.
Deus fez dois grandes luzeiros: o maior (o sol) para presidir ao dia e o menor (estrela polar) para presidir à noite; fez também as estrelas.
Deus colocou-os no firmamento dos céus para iluminarem a Terra,
para presidirem ao dia e à noite e para separarem a luz das trevas e Deus viu que isto era bom.
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quarto dia.
Deus disse: «Que as águas sejam povoadas de inúmeros seres vivos e que por cima da terra voem aves, sob o firmamento dos céus.»
Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas e todas as aves aladas, segundo as suas espécies e Deus viu que isto era bom.
Deus abençoou-os, dizendo: «Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas do mar e multipliquem-se as aves sobre a Terra.»
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o quinto dia.
Deus disse: «Que a terra produza seres vivos, segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais ferozes, segundo as suas espécies.» e assim aconteceu.
Deus fez os animais ferozes, segundo as suas espécies, os animais domésticos, segundo as suas espécies e todos os répteis da terra, segundo as suas espécies e Deus viu que isto era bom.
Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.» Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e mulher.
Abençoando-os, Deus disse-lhes: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e administrai a Terra. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se movem na terra.»
Deus disse: «Também vos dou todas as ervas com semente que existem à superfície da terra assim como todas as árvores de fruto com semente para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que existem e se movem sobre a terra, igualmente dou por alimento toda a erva verde que a terra produzir.» e assim aconteceu.
Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa. Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o sexto dia.
Foram assim terminados os céus e a Terra e todo o seu conjunto.
Concluída, no sétimo dia, toda a obra que tinha feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho por Ele realizado.

Livro de Salmos 104(103),1-2.5-6.10.12-14.24.35.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor!

Senhor, meu Deus, como Tu és grande!
Estás revestido de esplendor e majestade!
Estás envolto num manto de luz
e estendeste os céus como um véu.

Fundaste a Terra sobre bases sólidas,
ela mantém-se inabalável para sempre.
Tu a cobriste com o manto do abismo
e as águas cobriram as montanhas.

Transformas as fontes em rios
que serpenteiam entre as montanhas.
Os pássaros do céu vêm morar nas suas margens;
ali chilreiam entre a folhagem.

Das tuas altas moradas regas as montanhas;
com a bênção da chuva sacias a terra.
Fazes germinar a erva para o gado
e as plantas úteis para o homem,
para que da terra possa tirar o seu alimento.

Senhor, como são grandes as tuas obras!
Todas elas são fruto da tua sabedoria!
A Terra está cheia das tuas criaturas!
Desapareçam da terra os pecadores!
Os ímpios deixem de existir!
Bendiz, ó minha alma, o Senhor! Aleluia!

Carta aos Romanos 6,3-11.
Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois sepultados com Ele na morte para que, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado (o egoísmo) e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele,
pois, na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Evangelho segundo S. Lucas 24,1-12.
No primeiro dia da semana, ao romper da alva, as mulheres foram ao sepulcro, levando os perfumes que haviam preparado.
Encontraram removida a pedra da porta do sepulcro
e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus Cristo.
Estando elas perplexas com o caso, apareceram-lhes dois homens em trajes resplandecentes (= anjos).
Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, eles disseram-lhes: «Porque buscais O que vive entre os mortos?
Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou quando ainda estava na Galileia,
dizendo que o Filho do Homem havia de ser entregue às mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia.»
Recordaram-se então das suas palavras.
Voltando do sepulcro, foram contar tudo isto aos Onze e a todos os restantes.
Eram elas Maria de Magdala (vila perto do Lago de Tiberíades), Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas diziam isto aos Apóstolos;
mas as suas palavras pareceram-lhes um desvario e eles não acreditaram nelas.
Pedro, no entanto, pôs-se a caminho e correu ao sepulcro. Debruçando-se, apenas viu as ligaduras e voltou para casa, admirado com o sucedido.

Bento XVI, Papa de 2005 a 2013 Homilia de 7/4/2012 [da Vigília Pascal] (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«A luz brilha nas trevas» (Jo 1,5)
Na Vigília Pascal, a Igreja fixa as suas atenções sobretudo na primeira frase da narração da Criação: «Deus disse: “Faça-se a luz”!» (Gn 1, 3). Emblematicamente a narração da Criação começa pela criação da luz. [...] O facto de Deus ter criado a luz significa que criou o mundo como espaço de conhecimento e de verdade, espaço de encontro e de liberdade, espaço do bem e do amor. A matéria-prima do mundo é boa; o próprio ser é bom e o mal não vem do ser que é criado por Deus, mas existe só em virtude da sua negação. É o «não». (As trevas, o Espírito Universal também cria as suas criaturas, das trevas.)
Na Páscoa, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Deus disse novamente: «Faça-se a luz!». Antes tinham vindo a noite do Monte das Oliveiras, o eclipse solar da paixão e morte de Jesus Cristo, a noite do sepulcro. Mas agora é de novo o primeiro dia; a criação recomeça inteiramente nova. «Faça-se a luz!», disse Deus. «E a luz foi feita». Jesus Cristo ressuscita do sepulcro. A vida é mais forte do que a morte. O bem é mais forte do que o mal. O amor é mais forte do que o ódio. A verdade é mais forte do que a mentira. A escuridão dos dias anteriores dissipou-se no momento em que Jesus Cristo ressuscita do sepulcro e Se torna, Ele mesmo, pura luz de Deus.
Isto, porém não se refere somente a Ele nem se refere apenas à escuridão daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus Cristo, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de Si para a nova vida da Ressurreição e vence toda a forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus que vale para todos nós. Mas como pode isto acontecer? Como é possível tudo isto chegar até nós de tal modo que não se reduza a meras palavras, mas se torne uma realidade que nos envolve? Por meio do sacramento do Baptismo e da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, uma ponte pela qual o novo dia nos alcança. No Baptismo, o Senhor diz a quem o recebe: Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega também a nós. Jesus Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira.

O meu clube de leitura

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1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012

Os meus blogues


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