"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 22 de Janeiro de 2017
3.º
Domingo do Tempo Comum
Santo do dia : S.
Vicente, diác., m., +304, S.
Vicente Pallotti, presb., fundador, +1850,
Beata
Laura Vicunha, v., +1904
Livro de Isaías 8,23.9,1-3.
Assim como no tempo passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulão
e o país de Neftali; no futuro cobrirá de glória o caminho do mar, do outro
lado do Jordão, a Galileia dos gentios.
O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam
nas sombras da morte uma luz se levantou.
Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na
vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os
que repartem despojos.
Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o
madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor.
Livro de Salmos
27(26),1.4.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.
1.ª Carta aos Coríntios 1,10-13.17.
Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós,
permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir.
Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós,
que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro»,
«eu de Jesus Cristo».
Estará Jesus Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi
em nome de Paulo que recebestes o Baptismo?
Na verdade, Jesus Cristo não me enviou para baptizar, mas para anunciar o
Evangelho; não, porém com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a
cruz de Jesus Cristo.
Evangelho segundo S.
Mateus 4,12-23.
Quando Jesus Cristo ouviu dizer que João Baptista fora preso,
retirou-Se para a Galileia.
Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à beira-mar,
no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta Isaías
anunciara, ao dizer:
«Terra de Zabulão e terra de Neftali, caminho do mar, além do Jordão,
Galileia dos gentios:
o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na
sombria região da morte, uma luz se levantou».
Desde então, Jesus Cristo começou a pregar: «Arrependei-vos porque está
próximo o reino dos Céus».
Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado
Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de
homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu
irmão João que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar
as redes. Jesus Cristo chamou-os
e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.
Depois começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas,
proclamando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades
entre o povo.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Lansperge o Cartuxo (1489-1539),
religioso e teólogo
Sermão 5; Opera Omnia
«O povo que habitava nas trevas viu elevar-se uma grande luz»
(Is 9,1)
Meus irmãos,
ninguém ignora que todos nós nascemos nas trevas e que nelas vivemos outrora.
Mas façamos por não continuar nelas, agora que nasceu para nós o sol de
justiça (Mal 3,20). [...]
Jesus Cristo veio «iluminar aqueles que jazem nas trevas e nas sombras da
morte, para guiar os seus passos no caminho da paz» (Lc 1,79). De que trevas
falamos? Tudo aquilo que está na nossa inteligência, na nossa vontade ou na
nossa memória e que não é Deus ou não provém de Deus; melhor dizendo, tudo
aquilo que em nós não é para glória de Deus e causa separação entre Deus e a
alma é trevas. [...] É que Jesus Cristo, tendo em Si a luz, trouxe-a até nós
para que pudéssemos ver os nossos pecados e odiar as nossas trevas. Na
verdade, a pobreza que Ele escolheu quando não encontrou lugar na hospedaria
é para nós a luz pela qual podemos conhecer, a partir de então, a felicidade
dos pobres em espírito a quem pertence o Reino dos Céus (Mt 5,3).
O amor de que Jesus Cristo deu testemunho, consagrando-Se à nossa instrução e
expondo-Se a suportar por nós as vicissitudes, o exílio, a perseguição, as
chagas e a morte na cruz, o amor que finalmente O fez orar pelos seus
carrascos é para nós a luz graças
à qual também nós podemos aprender a amar os nossos inimigos.
Segunda-feira,
dia 23 de Janeiro de 2017
Segunda-feira da 3.ª
semana do Tempo Comum
Cristo é mediador de uma nova aliança para que, intervindo a
sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a primeira
aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida.
Jesus Cristo não entrou num santuário feito por mãos humanas, figura do
verdadeiro, mas no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de
Deus em nosso favor.
E não entrou para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote que entra
cada ano no Santuário, com sangue alheio;
nesse caso, Jesus Cristo deveria ter padecido muitas vezes, desde o
princípio do mundo. Mas Ele manifestou-Se uma só vez, na plenitude dos
tempos, para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo.
E como está determinado que os homens morram uma só vez e a seguir haja o
julgamento (é ao contrário: primeiro julgamento e penitência e a seguir a
morte)
assim também Jesus Cristo, depois de Se ter oferecido uma só vez para tomar
sobre Si os pecados da multidão, aparecerá segunda vez, sem a aparência do
pecado, para dar a salvação àqueles que O esperam.
Livro de Salmos
98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da Casa de Israel.
Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.
Evangelho segundo S. Marcos 3,22-30.
Naquele tempo, os escribas que tinham descido de Jerusalém
diziam: «Está possesso de Belzebu» e ainda: «É pelo chefe dos demónios que
Ele expulsa os demónios».
Mas Jesus Cristo chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode
Satanás expulsar Satanás?
Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode
aguentar-se.
E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar.
Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode
subsistir: está perdido.
Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem
primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa.
Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e
blasfémias que tiverem proferido;
mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de
pecado para sempre».
Referia-Se aos que diziam: «Está possesso de um espírito impuro».
Tradução
litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Homilias sobre o Êxodo, n.º 1, 5
«Ele expulsa os demónios»
Reconhecei-o:
«em ti se levantou um novo rei, um rei do Egipto» (Ex 1,8). Foi ele que te
requisitou para o trabalho, que te obrigou a fazer os tijolos e a
argamassa. É ele que te impõe capatazes e encarregados, que te força com a
vergasta e o chicote ao trabalho da terra e te obriga a construir cidades.
É ele que te incita a percorrer o mundo e a mover montanhas para
satisfazeres os teus apetites. [...]
Este rei do Egipto sabia que uma guerra assim era inevitável, pois
pressentiu a vinda daquele «que pode despojar poderes e autoridades e
triunfar deles com audácia, cravando-os na cruz» (Col 2,14-15). [...] Sente
próxima a hora da destruição do seu povo e por isso declara: «O povo de
Israel é mais poderoso do que nós!» (Ex 1,9). Pudesse ele dizer o mesmo de
nós e achar-nos mais fortes do que ele! Como? Se não acolhermos os maus
pensamentos e os apetites perversos que ele nos inspira, se repelirmos «as
suas setas incendiadas, com o escudo da fé» (Ef 6,16), se, de cada vez que ele fizer uma insinuação à
nossa alma (pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural), lhe
dissermos, lembrando-nos de Jesus Cristo, Nosso Senhor: «Fora, Satanás!
Está escrito: é ao Senhor, teu Deus, que adorarás e só a Ele servirás» (Dt
6,13/Mt 4,10).
Com efeito, o Senhor Jesus Cristo veio submeter a Si «poderes, autoridades
e dominações» (Col 1,16), veio poupar os filhos de Israel à violência dos
seus inimigos [...], para nos ensinar de novo a ver o Espírito do Senhor
[Is 61,1-2/Lc 4,18-22], a abandonar o trabalho do faraó, a sair da terra do
Egipto e renunciar aos seus bárbaros costumes, a «despojar-nos
completamente do homem velho e das suas obras e revestir-nos do homem novo
criado em conformidade com Deus» (Ef 4,22-24/Col 3,9-10), a «renovar-nos
sem cessar, dia após dia» (2Cor 4,16) à imagem daquele que nos criou,
Cristo Jesus, Nosso Senhor, a quem seja dada a glória e o poder pelos
séculos dos séculos, Ámen.
Terça-feira,
dia 24 de Janeiro de 2017
Terça-feira da 3.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: A Lei de Moisés contém apenas a sombra dos bens
futuros e não a expressão das realidades. Por isso nunca pode levar à
perfeição aqueles que se aproximam do altar com os mesmos sacrifícios que
indefinidamente se oferecem ano após ano.
De outro modo, não teriam deixado de os oferecer, se os que prestam esse
culto, purificados de uma vez para sempre, já não tivessem consciência de
qualquer pecado?
Ao contrário, por tais sacrifícios se evoca anualmente a lembrança dos
pecados
porque é impossível que o sangue de touros e cabritos perdoe os pecados
(em que é que isso converte o pecador, altera os seus actos? Os
discípulos do Senhor Jesus Cristo são convertidos no coração).
Por isso, ao entrar no mundo, Jesus Cristo disse: «Não quiseste
sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo.
Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado.
Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu
respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’».
Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram
holocaustos nem imolações pelo pecado». E no entanto, eles são oferecidos
segundo a Lei.
Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade».
Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo.
É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do
corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.
Livro de Salmos
40(39),2.4ab.7-8a.10.11.
Esperei no Senhor com toda a confiança,
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».
Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa bondade e fidelidade».
Evangelho segundo S. Marcos 3,31-35.
Naquele tempo, chegaram à casa (onde morava Jesus Cristo) onde
estava Jesus Cristo, sua Mãe e seus irmãos que, ficando fora, O mandaram
chamar.
A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e
teus irmãos estão lá fora à tua procura».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?».
Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac da Estrela (?-c. 1171),
monge cisterciense
Homilia 51, para a Assunção
«Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e
minha Mãe»
O Filho (de
Deus) é o primogénito de muitos irmãos (Rom 8,29) pois, sendo Filho único
por natureza, uma multidão de irmãos a Si próprio juntou pela graça, com
Ele formando um apenas: «A quantos O receberam, Ele deu-lhes o poder de
se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Ao ser filho de homem, fez da
multidão dos homens filhos de Deus. A eles Se juntou, Ele que é único no
seu amor e poder. Os homens, em si próprios, pelo nascimento na carne,
são uma multidão; mas pelo segundo nascimento, o nascimento divino, são
com Ele apenas um. Só Jesus Cristo, único e total, é a cabeça e o corpo
(Col 1,18).
E este Jesus Cristo único é o Filho de um só Deus no Céu e de uma só Mãe
na Terra. Há muitos filhos e há um único filho. E tal como a cabeça e o
corpo são um único filho e vários filhos também Maria e a Igreja são uma
única Mãe e várias mães, uma só Virgem e várias virgens. Uma e outra são
Mães; uma e outra, Virgens. Uma e outra conceberam do Espírito Santo, sem
desejo carnal. Uma e outra deram uma progenitura a Deus e Pai, sem pecado.
Uma gerou, sem pecado algum, uma cabeça para o corpo; a outra fez nascer,
na remissão dos pecados, um corpo para a cabeça. Uma e outra são Mães de Jesus
Cristo, mas nenhuma das duas O deu à luz completamente sem a outra. É
também com razão que, nas Escrituras divinamente inspiradas, o que é dito
em geral acerca da virgem mãe que é a Igreja se aplica em particular à
Virgem Maria. E o que é dito em particular acerca da Virgem Mãe que é
Maria compreende-se em geral acerca da virgem mãe que é a Igreja.
Quarta-feira,
dia 25 de Janeiro de 2017
Conversão de São
Paulo, apóstolo, festa
Calendário da
Igreja disponível este dia
Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.
Naqueles dias,
Paulo disse ao povo: «Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia. Fui,
porém educado nesta cidade de Jerusalém e recebi na escola de Gamaliel
uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais. Era tão zeloso no
serviço de Deus, como vós todos sois hoje.
Persegui até à morte esta nova religião, algemando e metendo na prisão
homens e mulheres
como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado. Recebi até, da
parte deles, cartas para os irmãos de Damasco e para lá me dirigi, com
a missão de trazer algemados os que lá estivessem, a fim de serem
castigados em Jerusalém.
Sucedeu, porém que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta
do meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda
do Céu.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me
persegues?’.
Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’. E Ele respondeu-me: ‘Eu sou Jesus
de Nazaré, a quem tu persegues’.
Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava.
Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. E o Senhor disse-me:
‘Levanta-te e vai a Damasco; lá te dirão tudo o que deves fazer’.
Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz, cheguei a
Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Entretanto, veio procurar-me certo Ananias, homem piedoso segundo a Lei
e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam.
Ele veio ao meu encontro e, ao chegar junto de mim, disse-me: ‘Saulo,
meu irmão, recupera a vista’. E no mesmo instante, pude vê-lo.
Ele acrescentou: ‘O Deus dos nossos pais destinou-te para conheceres a
sua vontade, para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.
Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste
e ouviste.
Agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos
teus pecados, invocando o seu nome’».
Livro de Salmos
117(116),1.2.
Louvai o Senhor,
todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.
Naquele tempo,
Jesus Cristo apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e
pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será
condenado.
Eis os milagres que acompanharão os
que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas
línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal e
quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 279
O perseguidor transformado em pregador
Vinda do
alto do Céu, a voz de Jesus fez com que Saulo caísse por terra: recebeu
ordem de não continuar com as suas perseguições e caiu por terra. Era
preciso que tombasse e, em seguida, se erguesse; primeiro caído e
depois curado. Porque Jesus não teria nunca vivido nele se Saulo não
tivesse abandonado a sua antiga vida de pecado. Caído por terra, que
ouve ele? «Saulo, Saulo, porque Me persegues? É duro para ti
recalcitrar contra o aguilhão» (At 26,14). Ao que ele respondeu: «Quem
és Tu, Senhor?» E a voz do alto continuou: «Sou Jesus de Nazaré, que tu
persegues». Os membros ainda estão na Terra, a cabeça grita do alto do
Céu e não diz: «Porque persegues os meus servidores?» mas: «Porque Me
persegues?»
E Paulo, que empregava todo o seu ardor nas perseguições, dispõe-se
desde logo a obedecer: «Que queres que eu faça?» Já o perseguidor se
transformou em pregador, o lobo em ovelha, o inimigo em defensor. Paulo
aprende o que deve fazer: se ficou cego, se a luz do mundo lhe foi
subtraída durante um certo tempo, foi para que no seu coração brilhasse
a luz interior. A luz é retirada ao perseguidor para ser dada ao
pregador; naquele momento em que não via nada deste mundo, viu Jesus.
Ele é um símbolo para os crentes: aqueles que crêem em Deus devem fixar
nele o olhar da sua alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa
natural), sem ter em consideração as coisas exteriores. [...]
Saulo é conduzido a Ananias; o lobo destruidor é levado à ovelha. Mas o
Pastor que tudo conduz do alto dos Céus, tranquiliza-o [...]: «Não te
preocupes. Eu lhe revelarei tudo o que ele tem de sofrer pelo meu nome»
(At 9,16). Que maravilha! O lobo é trazido à ovelha [...]. e o
Cordeiro, que foi morto pelas ovelhas, ensina-as a não temerem.
Quinta-feira, dia 26 de Janeiro de 2017
SS. Timóteo e
Tito, bispos (memória obrigatória)
Paulo, apóstolo
de Jesus Cristo por vontade de Deus, para anunciar a promessa da vida
que está em Cristo Jesus,
a Timóteo, meu filho caríssimo: a graça, a misericórdia e a paz da
parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Agradeço a Deus, a quem sirvo com pura consciência, a exemplo dos
meus antepassados, quando, noite e dia, sem cessar, me recordo de ti
nas minhas orações.
Ao lembrar-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de voltar a
ver-te para me encher de alegria.
Evoco a lembrança da tua fé sincera, que também foi a da tua avó
Lóide e da tua mãe Eunice (pelo coração) e não duvido que é a tua
também.
Por isso te exorto a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela
imposição das minhas mãos.
Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de
caridade e moderação.
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor nem te
envergonhes de mim, seu prisioneiro. Mas sofre comigo pelo Evangelho,
confiando no poder de Deus.
Livro de
Salmos 96(95),1-2a.2b-3.7-8a.10.
Cantai ao Senhor
um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo,
designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à
sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar
alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão
ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu
salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos
servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o
reino de Deus’.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a
2013
Audiência geral de 03/05/2006 (trad. © copyright Libreria Editrice
Vaticana)
São Timóteo e São Tito, sucessores dos apóstolos
A
comunidade que surgiu do anúncio evangélico reconhece-se convocada
pela palavra daqueles que foram os primeiros a fazer a experiência do
Senhor e por Ele foram enviados. Ela sabe que pode contar com a
orientação dos Doze como também com a de quantos a eles se associam
pouco a pouco como sucessores no ministério da Palavra e no serviço à
comunhão. Por conseguinte, a comunidade sente-se comprometida a
transmitir aos outros a «feliz notícia» da presença actual do Senhor
e do seu mistério pascal, que age no Espírito.
Isto é bem evidenciado nalguns textos das Epístolas de São Paulo:
«Transmiti-vos o que eu próprio recebi» (1Cor 15,3). E isto é
importante. São Paulo sabe que foi originariamente chamado por Jesus
com uma vocação pessoal, que é um verdadeiro Apóstolo e, contudo,
também para ele o que conta sobretudo é a fidelidade ao que recebeu.
Ele não queria «inventar» um novo cristianismo, por assim dizer
«paulino». Por isso insiste: «Transmiti-vos o que eu próprio recebi.»
Transmitiu o dom inicial que vem do Senhor e é a verdade que salva.
Depois, no fim da vida, escreve a Timóteo: «Tu és o depositário do
Evangelho. Guarda, pelo Espírito Santo que habita em nós, o precioso
bem que te foi confiado» (2Tim 1,14).
Mostra-o também com eficiência este antigo testemunho da fé cristã,
escrito por Tertuliano por volta do ano 200: «[Os Apóstolos,] no
princípio, afirmaram a fé em Jesus Cristo e estabeleceram Igrejas pela
Judeia; logo a seguir, espalhados pelo mundo, anunciaram a mesma
doutrina e uma mesma fé às nações e, por conseguinte, fundaram a
Igreja em cada cidade. A partir destas, as outras Igrejas procederam
à ramificação da sua fé e das sementes da doutrina e continuamente o
fazem, para serem verdadeiras Igrejas. Desta forma, também elas são
consideradas apostólicas porque descendentes das Igrejas dos
apóstolos» (De praescriptione haereticorum, 20; PL 2, 32).
Sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2017
Sexta-feira
da 3.ª semana do Tempo Comum
Irmãos:
Lembrai-vos dos primeiros dias, em que, depois de terdes sido
iluminados, suportastes tão grandes e dolorosos combates
ora expostos publicamente aos insultos e tribulações ora
tornando-vos solidários com os que eram assim tratados.
De facto, compartilhastes o sofrimento dos prisioneiros e
aceitastes com alegria a espoliação dos vossos bens, sabendo que
possuís riqueza melhor e duradoira.
Não queirais, portanto, perder a vossa confiança que terá uma
grande recompensa.
Vós tendes necessidade de perseverança, para cumprir a vontade de
Deus e alcançar os bens prometidos.
Porque "ainda um pouco e bem pouco tempo e Aquele que há-de
vir não tardará".
Ora "o meu justo viverá pela fé, mas se retroceder, não
agradará à minha alma".
Nós não somos daqueles que retrocedem para a sua perdição, mas
daqueles que perseveram na fé para salvar a sua alma (e pessoa
celeste, pessoa espiritual, pessoa natural).
Livro de
Salmos 37(36),3-4.5-6.23-24.39-40.
Confia no
Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.
Confia ao Senhor o teu destino
e tem confiança, que Ele actuará.
Fará brilhar a tua luz como a justiça
e como o sol do meio-dia os teus direitos.
O Senhor consolida os passos do homem
e aprova os seus caminhos.
Se cair, não ficará por terra
porque o Senhor o tomará pela mão.
A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende
porque n’Ele procuraram refúgio.
Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo à multidão: «O reino de Deus é como um homem que
lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e
cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim
o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo se mete a foice porque já chegou o
tempo da colheita».
Jesus Cristo dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de
Deus? Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor
de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de
todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos
que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus Cristo pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas
como estas, conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo
explicava aos seus discípulos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c.
340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário sobre o Evangelho de S. Lucas
«As aves do céu podem abrigar-se à
sua sombra»
O
próprio Senhor é um grão de mostarda. [...] Se Jesus Cristo é um
grão de mostarda, como é Ele o mais pequeno e como cresce? Não é na
sua natureza, mas segundo a aparência, que Ele Se torna grande.
Quereis saber de que forma é o menor? «Vimo-lo sem aspecto
atraente» (Is 53,2). Aprendei também como é Ele o maior: «És o mais
belo de entre os filhos do homem» (Sl 44,3). Com efeito, Aquele que
não tinha atractivo nem beleza tornou-Se superior aos anjos (Heb
1,4), ultrapassando toda a glória dos profetas de Israel. [...] Ele
é a menor de todas as sementes porque não Se apresentou com a
realeza nem com as riquezas nem com a sabedoria deste mundo. E
subitamente, como uma árvore, fez dilatar o cume elevado do seu
poder, de tal maneira que nós dizemos: «Anelo sentar-me à sua
sombra» (Cant 2,3).
Muitas vezes me pareceu, em simultâneo, árvore e semente. É semente
quando dizem dele: «Não é este o filho do carpinteiro?» (Mt 13,55).
Mas foi no decurso da sua própria pregação que Ele cresceu: «De
onde Lhe vem esta sabedoria?» (v. 54). Ele é, pois semente na
aparência, árvore pela sabedoria. Na folhagem dos seus ramos
poderão repousar com segurança a ave nocturna na sua morada, o pássaro
solitário sobre o telhado (Sl 101,8), aquele que foi arrebatado até
ao paraíso (2Cor 12,4) assim como aquele que será «arrebatado
juntamente com eles sobre as nuvens» (1Tes 4,17). Aí repousam
também as potências e os anjos do Céu e todos aqueles cujas acções
espirituais lhes permitiram levantar voo. Foi aí que repousou São
João, quando se apoiou no peito de Jesus Cristo (Jo 13,25). [...]
E nós, que estávamos longe (Ef 2,13), espalhados por entre as
nações, que fomos durante muito tempo agitados no vazio do mundo
pelas tempestades do espírito do mal, abrindo as asas da virtude,
dirijamos o nosso voo para que esta sombra dos santos nos abrigue
do calor escaldante deste mundo. Já recuperámos a vida na paz e na
segurança desta morada, a partir do momento em que a nossa alma,
outrora curvada sob o peso dos pecados, escapou «como um pássaro do
laço do caçador» (Sl 123,7) e foi transportada para os ramos altos
e as montanhas do Senhor (Sl 10,1).
Sábado, dia 28 de Janeiro de 2017
Sábado da
3.a semana do Tempo Comum
Irmãos: A fé
é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades
que não se vêem.
Ela valeu aos antigos um bom testemunho.
Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento e partiu para uma terra
que viria a receber como herança; e partiu sem saber para onde
ia.
Pela fé, morou como estrangeiro na terra prometida, habitando em
tendas, com Isaac e Jacob, herdeiros, como ele, da mesma promessa
porque esperava a cidade de sólidos fundamentos, cujo arquitecto
e construtor é Deus.
Pela fé, também Sara recebeu o poder de ser mãe já depois de
passada a idade porque acreditou na fidelidade d’Aquele que lho
prometeu.
É por isso também que de um só homem – um homem que a morte já
espreitava – nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas
do céu e como a areia que há na praia do mar.
Todos eles morreram na fé, sem terem obtido a realização das
promessas. Mas vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que
eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
Aqueles que assim falam, mostram claramente que procuram uma
pátria.
Se pensassem na pátria de onde tinham saído, teriam tempo de
voltar para lá.
Mas eles aspiravam a uma pátria melhor que era a pátria celeste.
E como Deus lhes tinha preparado uma cidade, não Se envergonha de
Se chamar seu Deus.
Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu o seu filho único
Isaac que era o depositário das promessas
como lhe tinha sido dito: «Por Isaac será assegurada a tua
descendência».
Ele considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso,
numa espécie de prefiguração, ele recuperou o seu filho.
Evangelho
segundo S. Lucas 1,69-70.71-72.73-75.
O Senhor nos
deu um Salvador poderoso,
na casa de David, seu servidor,
como prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;
Para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos daqueles que nos odeiam;
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança:
O juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de O servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça na sua presença,
todos os dias da nossa vida.
Evangelho
segundo S. Marcos 4,35-41.
Naquele dia,
ao cair da tarde, Jesus Cristo disse aos seus discípulos:
«Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão e levaram Jesus Cristo consigo na barca
em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas
que enchiam a barca de água.
Jesus Cristo, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles
acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que
pereçamos?».
Jesus Cristo levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse
ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande
bonança.
Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda
não tendes fé?».
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é
este homem que até o vento e o mar Lhe obedecem?».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo António de Lisboa
(c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para domingo e dias santos
«E fez-se grande bonança»
Jesus
Cristo subiu para uma barca. Quando alguém sobe para a barca da
penitência, dá-se uma grande perturbação no mar. O mar é o nosso
coração. «O coração do homem é complicado e doente: quem poderá
conhecê-lo?» diz Jeremias (17,9); «espantosas são as agitações
desse mar» (Sl 92,4). O orgulho incha-o, a ambição leva-o para lá
dos seus limites, a tristeza cobre-o de nuvens, os pensamentos
vãos lançam nele a perturbação, a luxúria e a gula fazem-no
espumar. Mas só aqueles que sobem para a barca da penitência
sentem esses movimentos do mar, essa violência do vento, essa
agitação das ondas. Os que ficam em terra não se apercebem de
nada. [...] O diabo, quando se sente desprezado pelo penitente,
rebenta em escândalos e levanta uma tempestade e só se vai embora
«gritando e abanando violentamente» (Mt 9,26).
«Jesus Cristo levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse
ao mar: 'Cala-te e está quieto'». Deus disse a Job: «Quem é que
fixou limites ao mar? [...] Eu disse-lhe: Tu virás até aqui, sem
ires mais longe; aqui rebentarás as tuas ondas tumultuosas»
(38,8-11). Só o Senhor pode fixar limites à amargura da
perseguição e da tentação. [...] Quando faz cessar a tentação,
diz: « Aqui rebentarás as tuas ondas tumultuosas»: a tentação
cederá diante da misericórdia de Jesus Cristo. Quando o diabo nos
tenta, devemos dizer, com toda a devoção da nossa alma: «Em nome
de Jesus de Nazaré, que ordenou aos ventos e ao mar, ordeno-te
que te afastes de mim» (cf At 16,18).
«E fez-se grande bonança». É o que lemos no livro de Tobias: «Eu
sei, Senhor: aquele que Te honra, depois de ter sido
experimentado nesta vida, será coroado; se sofrer a tentação,
será libertado; se tiver de sofrer, encontrará misericórdia, pois
Tu não Te alegras com a nossa perda. Depois da tempestade,
dás-nos a calma; depois das lágrimas e dos choros, dás-nos a
alegria» (3,21-22 Vulg).©
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D. Rodrigo
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