domingo, 28 de janeiro de 2018

Cristianismo 244 até 27-01-2018



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

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Domingo, dia 21 de Janeiro de 2018

3.º Domingo do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Inês, v. m., +304

Livro de Jonas 3,1-5.10.
A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos:
«Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi».
Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar.
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída».
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno.
Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.

Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

1.ª Carta aos Coríntios 7,29-31.
O que tenho a dizer-vos, irmãos, é que o tempo é breve. Doravante, os que têm esposas procedam como se as não tivessem;
os que choram, como se não chorassem; os que andam alegres, como se não andassem; os que compram, como se não possuíssem;
os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem. De facto, o cenário deste mundo é passageiro.

Evangelho segundo São Marcos 1,14-20.
Depois de João ter sido preso, Jesus Cristo partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André que lançavam as redes ao mar porque eram pescadores.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus Cristo.
Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu e seu irmão João que estavam no barco a consertar as redes
e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus Cristo.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Homílias sobre o Evangelho de São Marcos
«Eles [...] seguiram Jesus Cristo»
«Disse-lhes Jesus Cristo: "Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens"». Feliz mutação da pesca: Simão e André são a pesca de Jesus Cristo. [...] Estes homens são comparados a peixes, pescados por Jesus Cristo, antes de irem eles próprios pescar outros homens. «Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus Cristo.» Uma fé verdadeira não conhece demora; quando O ouviram, acreditaram, seguiram-no e tornaram-se pescadores: «deixaram logo as redes». E com estas redes, foram todos os vícios da vida deste mundo que eles deixaram. [...]
«Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu e seu irmão João que estavam no barco a consertar as redes e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus Cristo.» Dir-me-eis: a fé é audaciosa; que indício tinham eles, que sinal sublime tinham observado para O seguirem assim que Ele os chamou? É evidente que alguma coisa de divino emanava do olhar de Jesus Cristo, da expressão do seu rosto que incitava os que O olhavam a aderirem a Ele. [...] Porque digo eu tudo isto? Para vos mostrar que a palavra do Senhor agia e que, através da menor das suas palavras, Ele realizava a sua obra: «ordenou e logo foram criados» (Sl 148,5). Com a mesma simplicidade, chamou e eles seguiram- no. «Ouve, filha, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai porque o rei se deixou prender da tua beleza» (Sl 44,11-12).
Presta atenção, irmão, e segue as pegadas dos apóstolos; escuta a voz do Salvador, ignora o teu pai pela carne e vê o verdadeiro Pai da tua alma e do teu espírito. [...] Os apóstolos deixam o pai, deixam o barco, deixam todas as suas riquezas; abandonam o mundo e as suas inumeráveis riquezas; renunciam a tudo o que possuem. Mas não é a quantidade das riquezas que Deus considera, é a alma daquele que a elas renuncia. Também os que deixaram poucas coisas renunciaram verdadeiramente a uma grande fortuna.


Segunda-feira, dia 22 de Janeiro de 2018

Segunda-feira da 3.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne.
Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’».
Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei de Israel.
David tinha trinta anos quando começou a reinar e reinou durante quarenta anos.
Em Hebron foi rei de Judá sete anos e seis meses e em Jerusalém foi rei de Israel e de Judá trinta e três anos.
David marchou com os seus homens sobre Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam na região e estes disseram-lhe: «Não entrarás aqui! Os coxos e os cegos te hão-de repelir». Queriam dizer: «David não entrará aqui».
Mas ele apoderou-se da fortaleza de Sião que é a «Cidade de David».
David tornava-se cada vez mais poderoso e o Senhor, Deus do Universo, estava com ele.

Livro de Salmos 89(88),20.21-22.25-26.
Falastes outrora aos vossos fiéis
e numa visão lhes dissestes:
«Impus uma coroa a um herói,
exaltei um eleito de entre o meu povo.

Encontrei a David, meu servo,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.

A minha fidelidade e minha bondade estarão com ele,
pelo meu nome será firmado o seu poder.
Estenderei a sua mão sobre o mar
e a sua direita sobre os rios».

Evangelho segundo São Marcos 3,22-30.
Naquele tempo, os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: «Está possesso de Belzebu» e ainda: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios».
Mas Jesus Cristo chamou-os e começou a falar-lhes em parábolas: «Como pode Satanás expulsar Satanás?
Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode aguentar-se.
E se uma casa estiver dividida contra si mesma, essa casa não pode durar.
Portanto, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode subsistir: está perdido.
Ninguém pode entrar em casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, sem primeiro o amarrar: só então poderá saquear a casa.
Em verdade vos digo: Tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e blasfémias que tiverem proferido;
mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: será réu de pecado para sempre» (condenado às trevas para sempre).
Referia-Se aos que diziam: «Está possesso de um espírito impuro». (considerando o Espírito Santo, ímpuro)

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Suma Teológica
O príncipe deste mundo vai ser lançado fora
Os milagres de Jesus Cristo visavam manifestar a sua divindade; ora esta devia ficar oculta aos demónios, senão o mistério da Paixão seria impedido: «Se eles tivessem conhecido o Senhor de glória, não O teriam crucificado» (1Cor 2,8). Parece, portanto, que Jesus Cristo não devia fazer milagres sobre os demónios. […] No entanto, o profeta Zacarias predissera esses prodígios, ao dizer: «Expulsarei do país o espírito de impureza» (Zac 13,2). De facto, os milagres de Jesus Cristo eram provas em favor da fé que Ele ensinava; desse modo, era natural que, pela força da sua divindade, Ele abolisse o poder dos demónios nos homens que iam crer em Si, segundo as palavras de São João: «Agora, o príncipe deste mundo vai ser lançado fora» (Jo 12,31).
Convinha, portanto, que, entre outros milagres, Jesus Cristo libertasse dos demónios os homens que estavam por eles possuídos. […] Por outro lado, escreve Santo Agostinho, «Jesus Cristo deu-Se a conhecer aos demónios tanto quanto quis e qui-lo quanto Lhe foi preciso, […] através de certos efeitos materiais do seu poder». Ao ver os seus milagres, o demónio acreditou por conjectura que Jesus Cristo era Filho de Deus: «Os demónios sabiam que Ele era Cristo», diz São Lucas; se reconheciam que Ele era o Filho (de Deus), «era mais por via da conjectura do que pela via da certeza», faz notar São Beda. Quanto aos milagres que Jesus Cristo realizou ao expulsar os demónios, não os fez para utilidade destes, mas para a dos homens, para que estes dessem glória a Deus. Era por isso que Ele impedia os demónios de dizerem fosse o que fosse em seu louvor. São João Crisóstomo observa : «Não convinha que os demónios se arrogassem a glória do papel desempenhado pelos apóstolos nem que línguas de mentira pregassem o mistério de Cristo».


Terça-feira, dia 23 de Janeiro de 2018

Terça-feira da 3.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beata Josefa Maria de Benigánim, virgem, +1696, São João Esmoler, b., +616, Santo Ildefonso, b., +667

Livro de 2.º Samuel 6,12-15.17-19.
>Naqueles dias, David foi buscar a arca de Deus da casa de Obededom para a Cidade de David, com grande regozijo. 
Quando os que levavam a arca do Senhor deram seis passos, imolou um boi e um vitelo cevado.
David, cingido de umeral de linho, dançava com todo o entusiasmo diante do Senhor.
Assim David e toda a casa de Israel transportaram a arca do Senhor, com brados de alegria e ao som da trombeta.
Introduziram a arca do Senhor e colocaram-na no seu lugar, no meio da tenda que David mandara construir para ela. Depois David ofereceu holocaustos e sacrifícios de comunhão na presença do Senhor.
Quando acabou de oferecer os holocaustos e os sacrifícios, David abençoou o povo em nome do Senhor do Universo.
Mandou então distribuir a todo o povo, a toda a multidão de Israel, homens e mulheres, uma fogaça de pão, um pedaço de carne e um bolo de uvas. E em seguida todo o povo se retirou, cada um para sua casa.

Livro de Salmos 24(23),7.8.9.10.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos
e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?

O Senhor forte e poderoso,
o Senhor poderoso nas batalhas.
Levantai, ó portas, os vossos umbrais,
alteai-vos, pórticos antigos

e entrará o Rei da glória.
Quem é esse Rei da glória?
O Senhor dos Exércitos,
é Ele o Rei da glória.

Evangelho segundo São Marcos 3,31-35.
Naquele tempo, chegaram à casa onde estava Jesus Cristo, sua Mãe e seus irmãos que, ficando fora, O mandaram chamar.
A multidão estava sentada em volta d’Ele, quando Lhe disseram: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura».
Mas Jesus Cristo respondeu-lhes: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?».
Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».
Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Beato Columba Marmion (1858-1923), abade
A união com Deus em Jesus Cristo segundo as cartas de direcção espiritual de Dom Marmion
Fazer a vontade de Deus
Sabeis que, quando nos encontramos em estado de graça, Jesus Cristo permanece no nosso coração. O seu maior desejo é ser tudo para nós. Parece um sonho bom demais para ser verdade, que Jesus Cristo, que é tão bom, tão poderoso e tão terno, queira ser nosso irmão e, contudo, é Ele próprio que nos diz: «Quem fizer a vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe»: são palavras do próprio Jesus Cristo.
Assim, pois, para chegarmos à felicidade de ter Jesus Cristo como nosso irmão, como nosso amigo mais íntimo, temos de fazer a vontade de seu Pai. Pois bem, em que consiste esta vontade? Antes de mais, em evitar o pecado e se, por fraqueza, cairmos, em pedir imediatamente perdão. Em seguida, em fazer todas as coisas por Ele; Ele é tão bom que aceita as nossas mais pequenas acções feitas por Ele. Conheceis os vossos deveres; basta que os santifiqueis, consagrando-os a Deus.


Quarta-feira, dia 24 de Janeiro de 2018

Quarta-feira da 3.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : São Francisco de Sales, b., Doutor da Igreja, +1622

Livro de 2.º Samuel 7,4-17.
Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servidor David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Desde o dia em que tirei Israel do Egipto até hoje, nunca habitei numa casa, mas andava de um lado para o outro numa tenda e num tabernáculo.
Durante o tempo em que peregrinei com todos os filhos de Israel, perguntei porventura a alguns dos juízes de Israel, a quem estabeleci como pastores do meu povo: ‘Porque não Me construís uma casa de cedro?’
Eis o que dirás ao meu servidor David: Assim fala o Senhor do Universo: Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome dos grandes da Terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel e nele o instalarei para que habite nesse lugar sem que jamais tenha receio e sem que os maus tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos. E o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho. Se praticar o mal, corrigi-lo-ei com varas de homens, com castigo de homens.
Mas não retirarei dele a minha misericórdia, como fiz a Saul que afastei da minha presença.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».
Natã comunicou fielmente a David todas as palavras desta revelação.

Livro de Salmos 89(88),4-5.27-28.29-30.
Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servidor:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da Terra.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,

a minha aliança com ele será irrevogável.
Conservarei a sua descendência eternamente
e o seu trono terá a duração dos céus.

Evangelho segundo São Marcos 4,1-20.
Naquele tempo, Jesus Cristo começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se junto d’Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.
Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no seu ensino:
«Escutai: Saiu o semeador a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo brotou porque a terra não era funda.
Mas, quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou.
Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto.
Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto que vingou e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um».
E Jesus Cristo acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l’O acerca das parábolas.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «A vós foi dado a conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas
para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam; senão, convertiam-se e seriam perdoados».
Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de compreender as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.
Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria;
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente.
Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras ambições entram neles e sufocam a palavra que fica sem dar fruto.
E os que receberam a palavra em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
Homilia de 28 de Maio de 1964, festa do Corpo de Deus, «Cristo que passa», n.º 150
Semear no mundo inteiro
«Saiu o semeador a semear.» [...] A cena é actual. O semeador divino lança, também agora, a sua semente. A obra da salvação continua a cumprir-se e o Senhor quer servir-Se de nós: deseja que nós, os cristãos, abramos ao seu amor todos os caminhos da Terra; convida-nos a propagar a mensagem divina, com a doutrina e com o exemplo, até aos últimos recantos do mundo. Pede-nos que, sendo cidadãos da sociedade eclesial e da civil, ao desempenhar com fidelidade os nossos deveres, sejamos, cada um de nós, outro Cristo, santificando o trabalho profissional e as obrigações do próprio estado.
Se olharmos à nossa volta, para este mundo que amamos porque foi feito por Deus, veremos que a parábola se realiza: a palavra de Jesus Cristo é fecunda, suscita em muitas almas desejos de entrega e de fidelidade. A vida e o comportamento dos que servem a Deus mudaram a história e mesmo muitos dos que não conhecem o Senhor regem-se - talvez sem sequer disso se aperceberem - por ideais nascidos do cristianismo.
Vemos também que parte da semente cai em terra estéril ou entre espinhos e abrolhos: há corações que se fecham à luz da . Os ideais de paz, de reconciliação, de fraternidade são aceites e proclamados, mas - não poucas vezes - são desmentidos com os factos. Alguns homens empenham-se inutilmente em afogar a voz de Deus, impedindo a sua difusão com a força bruta ou então com uma arma menos ruidosa, mas talvez mais cruel porque insensibiliza o espírito: a indiferença.


Quinta-feira, dia 25 de Janeiro de 2018

Conversão de São Paulo, apóstolo, festa


Calendário da Igreja disponível este dia

Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.
Naqueles dias, Paulo disse ao povo: «Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia. Fui, porém, educado nesta cidade de Jerusalém e recebi na escola de Gamaliel uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais. Era tão zeloso no serviço de Deus, como vós todos sois hoje.
Persegui até à morte esta nova religião, algemando e metendo na prisão homens e mulheres,
como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco e para lá me dirigi, com a missão de trazer algemados os que lá estivessem, a fim de serem castigados em Jerusalém.
Sucedeu, porém, que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’.
Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’. E Ele respondeu-me: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues’.
Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava.
Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. E o Senhor disse-me: ‘Levanta-te e vai a Damasco; lá te dirão tudo o que deves fazer’.
Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Entretanto, veio procurar-me certo Ananias, homem piedoso segundo a Lei e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam.
Ele veio ao meu encontro e, ao chegar junto de mim, disse-me: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’. E, no mesmo instante, pude vê-lo.
Ele acrescentou: ‘O Deus dos nossos pais destinou-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.
Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste.
Agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’».

Livro de Salmos 117(116),1.2.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.

Evangelho segundo São Marcos 16,15-18.
Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo no Norte de África
Sermão atribuído, n.º 59; PL 65, 929
«Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu» (At 9,3)
Saulo foi enviado pelo caminho de Damasco para se tornar cego, pois se ele cegou, foi para ver o verdadeiro Caminho (Jo 14,6). [...] Perdeu a vista do corpo, mas o seu coração foi iluminado para que a verdadeira luz brilhasse quer aos olhos do seu coração quer aos do corpo. [...] Foi enviado para dentro de si mesmo para se procurar a si mesmo. Andava errante na sua própria companhia, viajante inconsciente e não se encontrava porque interiormente tinha perdido o caminho.
Foi por isso que ouviu uma voz que lhe dizia [...]: «Desvia os teus passos do caminho de Saulo para encontrares a fé de Paulo. Despe a túnica da tua cegueira e reveste-te das vestes do teu Salvador (Gal 3,27). [...] Eu quis manifestar na tua carne a cegueira do teu coração para que pudesses ver o que não vias e não te parecesses com aqueles que "têm olhos mas não vêem e ouvidos mas não ouvem" (Sl 115,5-6). Que Saulo se afaste deles com as suas cartas inúteis (At 22,5) para que Paulo escreva as suas tão necessárias epístolas. Que Saulo, o cego, desapareça [...] para que Paulo se torne a luz dos crentes.» [...]
Paulo, quem te transformou assim? «Ele respondeu: Esse homem que Se chama Jesus Cristo, fez lama, ungiu-me os olhos e disse-me: "Vai à piscina de Siloé e lava-te.'" Então eu fui, lavei-me e comecei a ver!» (Jo 9,11). Porquê esse espanto? Eis que Aquele que me criou me recriou; com o poder com que me criou, agora curou-me; eu tinha pecado mas Ele purificou-me».
Portanto, Paulo, vem, deixa o velho Saulo, em breve também verás Pedro. [...] Ananias, toca em Saulo e dá-nos Paulo; afasta para longe o perseguidor, envia em missão o pregador: os cordeiros já não terão medo, as ovelhas de Jesus Cristo viverão na alegria. Toca no lobo que perseguia Jesus Cristo para que agora, com Pedro, ele leve a pastar as ovelhas.


Sexta-feira, dia 26 de Janeiro de 2018

Santos Timóteo e Tito, bispos (memória obrigatória)

Santo do dia : Santos Roberto, Alberico e Estêvão, abades cistercienses (séc. XI-XII), São Tito, b., séc. I, São Timóteo, b., séc. I

2.ª Carta a Timóteo 1,1-8.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, para anunciar a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
a Timóteo, meu filho caríssimo: a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Agradeço a Deus, a quem sirvo com pura consciência, a exemplo dos meus antepassados, quando, noite e dia, sem cessar, me recordo de ti nas minhas orações.
Ao lembrar-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de voltar a ver-te para me encher de alegria.
Evoco a lembrança da tua fé sincera que também foi a da tua avó Lóide e da tua mãe Eunice e não duvido que é a tua também.
Por isso te exorto a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos.
Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação.
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro. Mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus.

Livro de Salmos 96(95),1-2a.2b-3.7-8a.10.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira.
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,

Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder.

dai ao Senhor a glória do seu nome.
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.

Evangelho segundo São Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 863-865
Timóteo e Tito, sucessores dos apóstolos
Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Jesus Cristo à Terra inteira» (Vaticano II).
«Sendo Jesus Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital com Jesus Cristo. Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas. Mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (Vaticano II).
A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última porque é nela que existe desde já e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus» que veio até nós na Pessoa de Jesus Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que nele estão incorporados até à sua plena manifestação escatológica. Então todos os homens por Ele resgatados e nele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (Ef 1,4) serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro», «a Cidade santa descida do Céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus» e «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21,14).


Sábado, dia 27 de Janeiro de 2018

Sábado da 3.a semana do Tempo Comum

Naqueles dias, o Senhor enviou a David o profeta Natã. O profeta foi ter com ele e disse-lhe: «Em certa cidade havia dois homens, um era rico e o outro era pobre.
O rico tinha grande quantidade de ovelhas e bois.
O pobre possuía apenas uma ovelhinha que tinha comprado. Foi-a criando e ela cresceu junto dele com os seus filhos. Comia do seu pão, bebia do seu copo, dormia ao seu colo: era como se fosse filha.
Chegou então um hóspede à casa do rico, mas este não quis tirar uma das suas ovelhas ou dos seus bois, para dar de comer ao hóspede que chegara. Tomou a ovelha do pobre e mandou-a preparar para o seu hóspede».
David inflamou-se de cólera contra aquele homem e disse a Natã: «Tão certo como o Senhor estar vivo, aquele que assim procedeu é digno de morte.
Pagará quatro vezes a ovelha, por ter feito semelhante coisa e não ter tido coração».
Então Natã disse a David: «Esse homem és tu. Assim fala o Senhor, Deus de Israel:
‘Agora a espada nunca se afastará da tua casa porque Me desprezaste e tomaste a esposa de Urias, o hitita, para fazeres dela tua esposa’.
Assim fala o Senhor: ‘Na tua própria casa, farei vir a desgraça sobre ti. Tomarei as tuas mulheres diante dos teus olhos e dá-las-ei a outro que se deitará com elas à luz do sol.
Tu procedeste às ocultas, mas Eu farei tudo isto na presença de todo o Israel e à luz do dia’».
Então David disse a Natã: «Pequei contra o Senhor». Natã respondeu-lhe: «O Senhor perdoa o teu pecado: não morrerás.
Mas porque tanto ofendeste o Senhor com esta acção, o filho que te nasceu vai morrer».
E Natã voltou para sua casa. O Senhor atingiu o menino que a mulher de Urias dera a David e ele caiu gravemente doente.
David orou a Deus pela criança; jejuava rigorosamente, isolava-se e passava as noites deitado no chão.
Os anciãos da sua casa insistiram com ele para que se levantasse, mas David recusou e não quis tomar alimento com eles.

Livro de Salmos 51(50),12-13.14-15.16-17.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós.

Meu Deus e meu Salvador, livrai-me do sangue derramado
e a minha língua proclamará a vossa justiça.
Abri, Senhor, os meus lábios e a minha boca cantará o vosso louvor.

Evangelho segundo São Marcos 4,35-41.
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus Cristo disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão e levaram Jesus Cristo consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.
Jesus Cristo, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?».
Jesus Cristo levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança.
Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes ?».
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem que até o vento e o mar Lhe obedecem?».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João-Maria Vianney (1786-1859), presbítero, Cura de Ars
Pensées choisies du Curé d'Ars
Sobre o bom uso das tentações
Assim como o bom soldado não tem medo do combate assim também o bom cristão não tem medo da tentação. [...] A maior tentação consiste em não ter tentações! Quase podemos considerar feliz aquele que tem tentações, pois esse é o momento da colheita espiritual, onde amontoamos bens para o Céu. [...] Se estivéssemos bem penetrados da santa presença de Deus, teríamos grande facilidade em resistir ao inimigo. Com o pensamento: “Deus está a ver-te!” nunca pecaríamos.
Houve uma santa que se queixou a Nosso Senhor depois de uma tentação, dizendo-Lhe: «Onde estáveis Vós, meu Jesus amabilíssimo, durante esta horrível tempestade?» E Nosso Senhor respondeu-lhe: «Estava dentro do teu coração.»
©

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domingo, 21 de janeiro de 2018

Cristianismo 243 até 20-01-2018

OITAVÁRIO 2018
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 

O Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos surgiu em 1908, por iniciativa de Thomas Watson, um convertido do anglicanismo ao catolicismo, que propôs a vários grupos de cristãos rezar pela unidade, entre os dias 18 de janeiro (Festa da Cátedra de São Pedro) e 25 de janeiro (Festa da Conversão de São Paulo). A partir dos anos 60 do séc. XX, passou a haver um subsídio comum para este Oitavário, elaborado com a colaboração da Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial das Igrejas e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Nas palavras de Padre Paul Couturier (1881-1953), esta Semana de Oração não pretende antecipar uma unidade institucional, mas antes rezar pela unidade plena que ultrapassa as limitações históricas e eclesiais e que "será como Deus quer, quando Ele quiser e através dos meios que Ele escolher".

Em 2018, o Oitavário tem como mote
"A tua mão direita, Senhor, resplandeceu de força" (Êxodo 15, 6)

O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos
apresenta a seguinte reflexão sobre o tema:
A libertação e a salvação do povo de Deus vêm através do poder de Deus. A mão direita de Deus pode ser compreendida como a vitória de Deus sobre os seus adversários e também como a infalível protecção do próprio povo. Apesar das ordens do Faraó, Deus escutou o clamor do seu povo e não deixará o seu povo perecer porque Deus é o Deus da Vida. Com o seu domínio sobre o vento e o mar, Deus mostra o seu desejo de preservar a vida e destruir a violência (Êxodo 15,10). O objectivo dessa redenção era fazer dos israelitas um povo de louvor que reconhece o amor perseverante de Deus.
A libertação trouxe esperança e uma promessa para o povo. Foi esperança porque um novo dia havia despontado, em que o povo podia livremente adorar o seu Deus e pôr em acção o seu potencial. Era também uma promessa: o seu Deus os acompanharia por toda a caminhada e nenhuma força poderia derrotar o propósito de Deus para eles.

O capítulo 15 do Êxodo faz-nos ver como o caminho para a unidade precisa frequentemente de passar por uma experiência comunitária de sofrimento. A libertação dos israelitas da escravidão é o evento fundamental da constituição desse povo. Para os cristãos o processo tem o seu ponto alto na incarnação e no mistério pascal. Embora na libertação/salvação Deus tenha a iniciativa, Deus envolve forças humanas na realização do seu objectivo e nos planos para a redenção do seu povo. Os cristãos, pelo baptismo, participam do ministério divino de reconciliação, mas as nossas divisões restringem o nosso testemunho e a nossa missão num mundo necessitado da cura que vem de Deus.


INSCREVA-SE NA CAMPANHA E RECEBA, NO SEU EMAIL, ATÉ 25 DE JANEIRO, AS REFLEXÕES E AS ORAÇÕES PROPOSTAS PELO CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Para nos contactar  

Domingo, dia 14 de Janeiro de 2018

2.º Domingo do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Pedro Donders, presbítero, +1887, São Félix de Nola, conf., +256, Beata Verónica de Milão, rel., +1497, Beato Odorico de Pordenone, viaj., +1330

Livro de 1.º Samuel 3,3b-10.19.
Naqueles dias, Samuel dormia no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou».
E correndo para junto de Heli, disse: «Aqui estou porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a deitar-te». E ele foi deitar-se.
O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te».
Samuel ainda não conhecia o Senhor porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou porque me chamaste». Então Heli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem.
Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-te e, se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel, Samuel!». E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
Samuel foi crescendo; o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.

Livro de Salmos 40(39),2.4ab.7-8a.8b-9.10.
Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.

1.ª Carta aos Coríntios 6,13c-15a.17-20.
Irmãos: O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor e o Senhor é para o corpo.
Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Jesus Cristo?
Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito.
Fugi da imoralidade (=relações anais). Qualquer outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo; mas o que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.
Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós e vos foi dado por Deus? Não pertenceis a vós mesmos
porque fostes resgatados por grande preço: glorificai a Deus no vosso corpo.

Evangelho segundo São João 1,35-42.
Naquele tempo, estava João Baptista com dois dos seus discípulos
e, vendo Jesus Cristo que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus».
Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus Cristo.
Entretanto, Jesus Cristo voltou-Se e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?» Eles responderam: «Rabi — que quer dizer ‘Mestre’ — onde moras?»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus Cristo.
Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o Messias» — que quer dizer ‘Cristo’ — e levou-o a Jesus. Fitando nele os olhos, Jesus Cristo disse-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» — que quer dizer ‘Pedro’.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Basílio de Selêucia (?-c. 468), bispo
Sermão em louvor de Santo André, 4; PG 28, 1105
«Encontrámos o Messias!»
Levando Pedro consigo, André conduziu ao Senhor o seu irmão segundo a natureza e o sangue, para que se tornasse discípulo como ele; é a primeira gesta de André. Ele fez crescer o número dos discípulos: juntou-lhe Pedro, em quem Jesus Cristo encontraria o chefe dos seus discípulos. Isto é de tal maneira verdade que, quando, mais tarde, Pedro tiver uma conduta admirável, devê-lo-á ao que André tinha semeado. O louvor dirigido a um recai igualmente sobre o outro, pois os bens de um pertencem ao outro e um glorifica-se com os méritos do outro.
Que alegria Pedro trouxe a todos quando respondeu de imediato à pergunta do Senhor, quebrando o silêncio embaraçado dos discípulos! [...] Só Pedro pronunciou estas palavras: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16). Falando em nome de todos, numa frase, proclamou o Salvador e o seu desígnio de salvação. Como esta proclamação se conjuga bem com a de André! As palavras que André tinha dito a Pedro, quando o conduzira a Jesus Cristo - «Encontrámos o Messias» - confirma-as o Pai celeste, ao inspirá-las a Pedro (Mt 16,17): «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»


Segunda-feira, dia 15 de Janeiro de 2018

Segunda-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Luis Variara, presbítero, +1923, Santo Amaro ou Mauro, rel., +584, Santo Arnaldo Janssen, presbítero, fundador, +1909, São Paulo, eremita, conf., +342, São Franc. Fernandes de Capillas, presb., m., +1648, São Plácido, religioso, mártir, +546

Livro de 1.º Samuel 15,16-23.
Naqueles dias, o profeta Samuel disse a Saul: «Deixa-me dizer-te o que o Senhor me revelou esta noite». Saul respondeu-lhe: «Fala».
Samuel continuou: «Embora te sintas pequeno a teus próprios olhos, não és o chefe das tribos de Israel? O Senhor sagrou-te rei de Israel,
lançou-te nesta campanha e disse-te: ‘Vai e entrega à perdição esses malfeitores amalecitas; faz-lhes guerra até que sejam exterminados’.
Porque não obedeceste à voz do Senhor? Porque te precipitaste sobre os despojos e praticaste o que desagrada a seus olhos?».
Saul respondeu a Samuel: «Mas eu obedeci à voz do Senhor. Fiz a campanha a que Ele me enviou, trouxe Agag, rei de Amalec e entreguei à perdição os amalecitas.
O povo tirou de entre as ovelhas e bois dos despojos o melhor do que era destinado à perdição, para o oferecer em sacrifício ao Senhor, teu Deus, em Gálgala».
Disse-lhe Samuel: «Porventura agradam tanto ao Senhor os holocaustos e sacrifícios como a obediência à sua voz? A obediência vale mais do que os sacrifícios e a docilidade vale mais do que a gordura dos carneiros.
A rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como o crime da idolatria. Porque rejeitaste a palavra do Senhor, também Ele te rejeitou como rei».

Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu.
Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em rosto.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.

Evangelho segundo São Marcos 2,18-22.
Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o jejum. Vieram perguntar a Jesus Cristo: «Por que motivo jejuam os discípulos de João e os fariseus e os teus discípulos não jejuam?».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Podem os companheiros do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar.
Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho porque o remendo novo arranca parte do velho e o rasgão fica maior.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos porque o vinho acaba por romper os odres e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Odes de Salomão (texto cristão hebraico do início do século II)
n.º 2
«O noivo está com eles»
[Pelo baptismo] revesti-me do amor do Senhor (Gal 3,27) [...]
e Ele abraça-me.
Não saberia amar o Senhor,
se Ele não me tivesse amado primeiro.
Quem pode compreender o amor,
a não ser aquele que é amado?
Abraço-me ao Amado e minha alma ama-O.

Onde fica o seu repouso,
aí estou eu (cf Ct 1,7).
Não serei um estranho;
o Altíssimo é misericordioso. (para com os misericordiosos)
Estou unido a Ele
porque o Esposo encontrou aquele que ama.

Porque amo o Filho,
torno-me filho.
Sim, quem adere Àquele que não morre
torna-se imortal.
Aquele que se maravilha com a Vida
está também vivo.

Tal é o verdadeiro espírito do Senhor
que ensina aos homens os seus caminhos.
Sede sábios, compreendei e estai vigilantes. Aleluia!


Terça-feira, dia 16 de Janeiro de 2018

Terça-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás por Saul, tendo-o Eu rejeitado, para que não reine mais sobre Israel? Enche a âmbula de óleo e parte. Vou enviar-te a Jessé de Belém porque escolhi um rei entre os seus filhos».
Samuel respondeu: «Como poderei ir? Se Saul o souber, mandará matar-me». O Senhor disse-lhe: «Levarás contigo uma novilha e dirás: ‘Vim oferecer um sacrifício ao Senhor’.
Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te mostrarei o que hás-de fazer: ungir-Me-ás aquele que Eu te indicar».
Samuel fez o que o Senhor lhe tinha dito e tomou o caminho de Belém. Os anciãos da cidade saíram alvoroçados ao seu encontro e perguntaram-lhe: «Vidente, é por bem a tua vinda?».
Ele respondeu: «Sim, é por bem. Vim oferecer um sacrifício ao Senhor. Purificai-vos e vinde comigo ao sacrifício». Samuel purificou Jessé e os seus filhos e convidou-os para o sacrifício.
Quando chegou, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor».
Mas o Senhor disse a Samuel: «Não te impressiones com o seu belo aspecto nem com a sua elevada estatura, pois não foi esse que Eu escolhi. Deus não vê como o homem: o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração».
Jessé chamou Aminabad e conduziu-o à presença de Samuel. Mas Samuel disse: «Também não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé trouxe Samá e Samuel disse: «Ainda não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé fez passar os sete filhos diante de Samuel, mas Samuel declarou-lhe: «O Senhor não escolheu nenhum destes».
E perguntou a Jessé: «Estão aqui todos os teus filhos?». Jessé respondeu-lhe: «Falta ainda o mais novo que anda a guardar o rebanho». Samuel ordenou: «Manda-o chamar porque não nos sentaremos à mesa, enquanto ele não chegar».
Então Jessé mandou-o chamar: era ruivo, de belos olhos e agradável presença. O Senhor disse a Samuel: «Levanta-te e unge-o porque é este mesmo».
Samuel pegou na âmbula do óleo e ungiu-o na presença dos irmãos. Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David. Então Samuel pôs-se a caminho e regressou a Ramá.

Livro de Salmos 89(88),20.21-22.27-28.
Falastes outrora aos vossos fiéis
e numa visão lhes dissestes:
«Impus uma coroa a um herói,
exaltei um eleito de entre o meu povo.

Encontrei a David, meu servidor,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da Terra.

Evangelho segundo São Marcos 2,23-28.
Passava Jesus Cristo através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar e comeu dos pães da proposição que só os sacerdotes podiam comer e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho (do homem) é também Senhor do sábado».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a 2013
Exortação apostólica «Sacramentum caritatis» §72 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana rev.)
«O Filho do homem é também Senhor do sábado»: a libertação trazida por Jesus Cristo
Esta novidade radical que a Eucaristia introduz na vida do homem revelou-se à consciência cristã desde o princípio; prontamente os fiéis compreenderam a influência profunda que a celebração eucarística exercia sobre o seu estilo de vida. Santo Inácio de Antioquia exprimia esta verdade designando os cristãos como «aqueles que chegaram à nova esperança» e apresentava-os como aqueles que vivem «segundo o domingo». Esta expressão do grande mártir antioqueno põe claramente em evidência a ligação entre a realidade eucarística e a vida cristã no seu dia a dia. O costume característico que os cristãos têm de se reunir no primeiro dia depois do sábado para celebrar a ressurreição de Jesus Cristo — conforme a narração do mártir São Justino — é também o dado que define a forma da vida renovada pelo encontro com Jesus Cristo.
Mas a expressão de Santo Inácio — viver «segundo o domingo» — sublinha também o valor paradigmático que este dia santo tem para os restantes dias da semana. De facto, o domingo não se distingue com base na simples suspensão das actividades habituais, como se fosse uma espécie de parêntesis dentro do ritmo normal dos dias; os cristãos sempre sentiram este dia como o primeiro da semana porque nele se faz memória da novidade radical trazida por Jesus Cristo. Por isso, o domingo é o dia em que o cristão reencontra a forma eucarística própria da sua existência, segundo a qual é chamado a viver constantemente; viver «segundo o domingo» significa viver consciente da libertação trazida por Jesus Cristo e realizar a própria existência como oferta de si mesmo a Deus, para que a sua vitória se manifeste plenamente a todos os homens através de uma conduta intimamente renovada.


Quarta-feira, dia 17 de Janeiro de 2018

Quarta-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Antão, abade, +356

Livro 1.º de Samuel 17,32-33.37.40-51.
Naqueles dias, David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime por causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu».
Mas Saul respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o combateres porque não passas de um rapazinho, ao passo que ele é homem de guerra desde a sua juventude».
David respondeu a Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das mãos desse filisteu». Então Saul disse a David: «Vai e que o Senhor esteja contigo».
David tomou o seu cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas e meteu-as no seu surrão de pastor. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu.
O filisteu foi-se aproximando pouco a pouco de David, levando à frente o seu escudeiro.
Quando olhou e viu David, desprezou-o porque era um rapaz novo; era loiro e de bela aparência.
Disse então a David: «Sou porventura algum cão, para vires contra mim de pau na mão?». E amaldiçoou David em nome dos seus deuses.
E acrescentou: «Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais do campo».
Mas David respondeu ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada, lança e azagaia e eu vou contra ti em nome do Senhor do Universo, o Deus dos exércitos de Israel que tu desafiaste.
O Senhor vai entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te cortarei a cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos filisteus às aves do céu e aos animais selvagens. Então saberá toda a Terra que há um Deus em Israel
e toda a gente há-de ver que não é pela espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é do Senhor e Ele vos entregará em nossas mãos».
Quando o filisteu avançou e veio ao encontro de David, também este correu velozmente contra o filisteu.
Meteu a mão no surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e atingiu o filisteu na fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu de bruços no chão.
Foi assim, com uma funda e uma pedra que David triunfou do filisteu e o feriu mortalmente, sem ter uma espada na mão.
David correu para o filisteu e parou junto dele, tirou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Ao verem morto o seu herói, os filisteus puseram-se em fuga.

Livro de Salmos 144(143),1.2.9-10.
Bendito seja o Senhor,
o rochedo do meu refúgio
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate.

O Senhor é meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador.
Ele é meu escudo e meu abrigo
e submete os povos ao seu poder.

Hei-de cantar-Vos, meu Deus, um cântico novo,
hei-de celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servidor.

Evangelho segundo São Marcos 3,1-6.
Jesus Cristo entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus Cristo para verem se Ele iria curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O.
Jesus Cristo disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, n.º 7
«Observavam Jesus Cristo para [...] poderem assim acusá-l’O.»
Na hora da oração, coloca-te na presença da paz e do amor [...]; ó paz de Deus que ultrapassas toda a inteligência (Fil 4,7), doce e agradável, suave e preferível a tudo, onde tu penetras reina uma segurança imperturbável. Só tu tens o poder de pôr freio à cólera do soberano; tu ornas o trono do rei com a tua clemência; iluminas o reino da glória com a piedade e a misericórdia. Pela tua graça, toma a teu cargo a minha causa, de mim que sou culpada e indigente. [...] Eis que já o credor bate à porta [...]; não é prudente da minha parte falar-lhe, pois não tenho maneira de pagar a minha dívida. Mui doce Jesus, minha paz, por quanto tempo permanecerás silencioso? [...] Pela tua graça, fala agora por mim, dizendo estas palavras caridosas: «Eu te resgatarei». Tu és seguramente o refúgio de todos os pobres e não passas ao pé de ninguém sem lhe dares a salvação. Tu não deixas partir aquele que se refugia junto de Ti sem que fique reconciliado. [...]
Por tua graça, meu amor, meu Jesus, nesta hora do dia foste flagelado por mim, coroado de espinhos, lamentavelmente coberto de sofrimentos. Tu és o meu verdadeiro rei, para além de Ti não conheço ninguém. Tu fizeste-Te opróbrio dos homens, abjecto e repugnante como um leproso (cf Is 53,3), a ponto de a própria Judeia se recusar a reconhecer-Te como seu rei (Jo 19,14-15). Por tua graça, que pelo menos eu Te reconheça como meu rei! Meu Deus, dá-me esse inocente, tão ternamente amado, o meu Jesus, que por mim «pagou» tão plenamente «aquilo que não tinha roubado» (Sl 68,5); dá-mo, para que Ele seja o apoio da minha alma. Que eu O receba no meu coração; que, pela amargura das suas dores e da sua Paixão, Ele reconforte o meu espírito. [...]
E tu, paz de Deus, sê a amarra querida que me acorrenta para sempre a Jesus Cristo. Sê o sustentáculo da minha força [...], para que eu não seja senão «um só coração e uma só alma» com Jesus Cristo (At 4,32). [...] Por ti, ficarei para sempre ligada ao meu Jesus.


Quinta-feira, dia 18 de Janeiro de 2018

Quinta-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Margarida da Hungria, v., +1270, Santa Prisca ou Priscila, v. m., +séc. I(?)

Livro 1.º de  Samuel 18,6-9.19,1-7.
Naqueles dias, quando David regressava, depois de ter matado o filisteu, saíram as mulheres de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul, a cantar e a dançar alegremente, ao som de sistros e tamborins.
Iam dançando e cantando em coro: «Saul matou mil, David matou dez mil».
Saul ficou muito irritado. Levou a mal estas palavras e exclamou: «Dão dez mil a David e a mim apenas mil. Só lhe falta ser rei».
E a partir desse dia, Saul começou a ver David com maus olhos.
Falou então a seu filho Jónatas e a todos os seus oficiais em dar a morte a David. Mas Jónatas, filho de Saul, era muito amigo de David
e foi preveni-lo, dizendo-lhe: «Saul, meu pai, quer matar-te. Toma cuidado; amanhã cedo procura fugir e esconde-te em lugar seguro.
Eu sairei e estarei junto de meu pai, no campo onde estiveres e então lhe falarei em teu favor. Verei o que se passa e depois te avisarei».
Jónatas falou em favor de David a seu pai, dizendo-lhe: «Não queira o rei fazer mal ao seu servo David. Ele não te fez nenhum mal; pelo contrário, tudo o que ele fez foi muito vantajoso para ti.
Arriscou a vida e matou o filisteu e o Senhor deu assim uma grande vitória a Israel. Tu próprio o viste e ficaste contente. Porque irias pecar, derramando sangue inocente, ao dares a morte a David sem razão?».
Saul atendeu às palavras de Jónatas e fez este juramento: «Tão certo como o Senhor estar vivo, David não morrerá».
Então Jónatas falou a David, referindo-lhe as palavras do rei. Depois trouxe David para junto de Saul e David continuou ao serviço do rei como antes.

Livro de Salmos 56(55),2-3.9-10ab.10c-11.12-13.
Compadecei-Vos de mim, Senhor,
porque os homens me calcam aos pés
e lutam sem descanso para me oprimir.
Os meus inimigos esmagam-me sem tréguas

são tantos, ó Altíssimo, os que me fazem guerra.
Vós contastes os passos da minha vida errante
e recolhestes as minhas lágrimas.
Recuarão os meus inimigos,

no dia em que eu Vos invocar.
Bem sei que Deus está por mim;
Enalteço a palavra do Senhor, enalteço a promessa do Senhor.
Em Deus confio e nada temo: que poderão fazer-me os homens?

Oferecer-Vos-ei sacrifícios de acção de graças.

Evangelho segundo São Marcos 3,7-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo retirou-Se com os seus discípulos a caminho do mar e acompanhou-O uma numerosa multidão que tinha vindo da Galileia.
Também da Judeia e de Jerusalém, da Idumeia e da Transjordânia e dos arredores de Tiro e de Sidónia, veio ter com Jesus Cristo uma grande multidão, por ouvir contar tudo o que Ele fazia.
Disse então aos seus discípulos que Lhe preparassem uma barca, para que a multidão não O apertasse.
Como tinha curado muita gente, todos os que sofriam de algum padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem.
Os espíritos impuros, quando viam Jesus Cristo, caíam a seus pés e gritavam: «Tu és o Filho de Deus».
Ele, porém, proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Afonso-Maria de Ligório (1696-1787), bispo, doutor da Igreja
5.º Discurso para a Novena do Natal
«Todos os que sofriam de algum padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem»
«Dizei a todos os que têm o coração despedaçado: Tomai coragem e não tenhais medo. [...] O próprio Deus virá salvar-vos» (Is 35, 4). Esta profecia realizou-se. Seja-me, pois permitido gritar de júbilo: Alegrai-vos, filhos de Adão, alegrai-vos; deixai para trás todo o desalento! Perante a vossa fraqueza e a vossa incapacidade de resistir a tantos inimigos, «não tenhais medo, o próprio Deus virá salvar-vos». Como é que Ele veio salvar-vos? Dando-vos a força necessária para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à vossa salvação. E como é que o Redentor vos deu essa força? Fazendo-Se fraco, de forte e todo-poderoso que era; Ele tomou sobre Si toda a nossa fraqueza e comunicou-nos a sua força. [...]
Deus é todo-poderoso: «Senhor», clamava Isaías, «quem resistirá à força do teu braço?» (40, 10). [...] Mas as feridas feitas no homem pelo pecado tinham-no enfraquecido tanto que ele era incapaz de resistir aos seus inimigos. O que fez o Verbo eterno, o que fez a palavra de Deus? De forte e todo-poderoso que era, tornou-Se fraco; revestiu-Se da fraqueza corporal do homem para dar ao homem, pelos seus méritos, a força de alma necessária [...]; tornou-Se criança [...] e, no fim da sua vida, no Jardim das Oliveiras, foi carregado de laços, dos quais não Se pode libertar. No Sinédrio, foi preso à coluna para ser flagelado. Depois, com a cruz aos ombros, caiu várias vezes no caminho por falta de forças. Pregado na cruz, não conseguiu libertar-Se. [...] E nós somos fracos? Ponhamos a nossa confiança em Jesus Cristo e seremos todo-poderosos: «Tudo posso naquele que me dá força» dizia o apóstolo Paulo (Fil 4,13). Eu sou todo-poderoso, não pelas minhas forças, mas pelas forças que me foram dadas pelos méritos do meu Redentor.

Sexta-feira, dia 19 de Janeiro de 2018

Sexta-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santos do dia : Beatos Tiago Sales, presbítero e Guilherme Saultemouche, religioso, mártires da Eucaristia, +1593, Beatos José Imbert, João-Nicolau Cordier,Tiago Bonnaud e companheiros, mártires da Revolução Francesa (séc. XVIII), São Canuto, rei, m., +1086, Santos Mário, Marta e filhos, mm., +270

Livro 1.º de  Samuel 24,3-21.
Naqueles dias, Saul tomou consigo três mil homens escolhidos de todo o Israel e foi à procura de David e da sua gente, junto ao Rochedo-dos-Cabritos-Monteses.
Chegou a uns currais de ovelhas que se encontram à beira do caminho e entrou numa gruta para satisfazer uma necessidade. David e os seus homens estavam sentados ao fundo da gruta.
Os seus homens disseram-lhe: «Hoje é o dia em que o Senhor te diz: ‘Entrego-te nas mãos o teu inimigo: faz dele o que quiseres’». David levantou-se e, sem ser pressentido, cortou um pedaço da orla do manto de Saul.
Mas depois, David sentiu o coração a bater forte por ter cortado um pedaço da orla do manto de Saul.
Disse então aos seus homens: «O Senhor me livre de fazer ao meu soberano uma coisa dessas, de levantar a mão contra ele porque é o ungido do Senhor».
Com estas palavras, David conteve os seus homens e não os deixou atacar Saul. Saul abandonou a gruta e seguiu o seu caminho.
Então David levantou-se, saiu da gruta e gritou a Saul: «Senhor, meu rei!». Saul olhou para trás e David inclinou a face até ao chão e prostrou-se.
Depois David falou a Saul: «Porque dás ouvidos àqueles que te dizem: ‘David quer fazer-te mal’?
Hoje viste com os teus próprios olhos como o Senhor te entregou em minhas mãos, dentro da gruta e como eu te poupei, recusando matar-te. Eu disse: Não levantarei a mão contra o meu soberano porque ele é o ungido do Senhor.
Meu pai, vê na minha mão um pedaço do teu manto. Se cortei a orla do teu manto e não te matei, deves reconhecer que em mim não há maldade nem traição. Enquanto atentas contra mim, para me tirares a vida, eu não pratiquei qualquer falta contra ti.
O Senhor seja nosso juiz, Ele me faça justiça contra ti; mas eu não porei em ti as minhas mãos.
Como diz o antigo ditado: ‘Dos maus vem a maldade’; por isso não porei em ti as minhas mãos.
Contra quem se pôs em campo o rei de Israel? Quem é que tu persegues? Um cão morto? Uma pulga?
Seja o Senhor o juiz e decida entre nós; Ele examine e defenda a minha causa, me faça justiça e me livre das tuas mãos».
Quando David acabou de dizer estas palavras, Saul perguntou: «És realmente tu que estás a falar, meu filho David?». E em altos brados, começou a chorar.
Depois disse a David: «Tu és mais justo do que eu porque me tens feito bem e eu tenho-te feito mal.
Hoje mostraste a tua bondade para comigo, pois o Senhor entregou-me nas tuas mãos e tu não quiseste matar-me.
Quando um homem encontra o seu inimigo, porventura o deixa seguir em paz o seu caminho? O Senhor te recompense pelo bem que hoje me fizeste.
Agora sei que certamente serás rei e que o poder real em Israel ficará consolidado em tuas mãos».

Livro de Salmos 57(56),2.3-4.6.11.
Tende piedade de mim, ó Deus, tende piedade,
porque em Vós eu procuro refúgio
e me abrigo à sombra das vossas asas,
até que passe a tormenta.

Clamo ao Deus Altíssimo,
a Deus que me enche de benefícios.
Do Céu me enviará a salvação,
Deus me enviará a sua bondade e fidelidade.

Meu Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza
e sobre a Terra fazei brilhar a vossa glória
porque aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade.

Evangelho segundo São Marcos 3,13-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles que entendeu e eles aproximaram-se.
Escolheu doze, para andarem com Ele e para os enviar a pregar,
com poder de expulsar demónios.
Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
Tiago, filho de Zebedeu e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»;
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananeu
e Judas Iscariotes que depois O traiu.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», §§ 18-20
«Chamou [...] aqueles que entendeu»
Este sagrado Concílio, seguindo os passos do Concílio Vaticano I, com ele ensina e declara que Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja enviando os apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20,21) e quis que os sucessores deles, os bispos, fossem pastores na sua Igreja até ao fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão. [...]
O Senhor Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamando a Si os que Ele quis, elegeu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar o Reino de Deus (Mc 3,13-19; Mt 10,1-42); constituiu estes apóstolos em colégio, ou grupo estável, e deu-lhes como chefe Pedro, escolhido de entre eles (Jo 21,15-17). Enviou-os primeiro aos filhos de Israel e, depois, a todos os povos (Rom 1,16) para que, participando do seu poder, fizessem de todas as gentes discípulos seus e as santificassem e governassem (Mt 28,16-20; Mc 16,15; Lc 24,45-48; Jo 20,21-23), e deste modo propagassem e apascentassem a Igreja, servindo-a, sob a direcção do Senhor, todos os dias até ao fim dos tempos (Mt 28,20). No dia de Pentecostes, foram plenamente confirmados nesta missão (At 2,1-26), segundo a promessa do Senhor: «Recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra» (At 1,8).
E os apóstolos, pregando por toda a parte o Evangelho (Mc 16,20), recebidos pelos ouvintes graças à acção do Espírito Santo, reúnem a Igreja universal que o Senhor fundou sobre os apóstolos e levantou sobre o bem-aventurado Pedro, seu chefe, sendo Jesus Cristo a suma pedra angular (Ap 21,14; Mt 16,18; Ef 2,20). A missão divina confiada por Jesus Cristo aos apóstolos durará até ao fim dos tempos (Mt 28,20), uma vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o tempo o princípio de toda a vida na Igreja.

Sábado, dia 20 de Janeiro de 2018

Sábado da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : São Fabião (ou Fabiano), p., m., +250, São Sebastião, m., +288

Livro 2.º de  Samuel 1,1-4.11-12.19.23-27.
Naqueles dias, David, ao voltar da vitória sobre os amalecitas, ficou dois dias em Siclag.
Ao terceiro dia, chegou um homem que vinha do acampamento de Saul: trazia as vestes rasgadas e a cabeça coberta de poeira. Ao chegar à presença de David, prostrou-se por terra em profunda reverência.
David perguntou-lhe: «De onde vens?». Ele respondeu: «Escapei-me do acampamento de Israel».
Disse David: «Que aconteceu? Conta-me tudo». O homem respondeu: «O exército fugiu do campo de batalha, muitos homens tombaram e o próprio Saul e seu filho Jónatas também pereceram».
Então David agarrou nas suas vestes e rasgou-as e o mesmo fizeram todos os que estavam com ele.
Depois lamentaram-se, choraram e jejuaram até à tarde por Saul e seu filho Jónatas, pelo povo do Senhor e pela casa de Israel porque tinham sucumbido ao fio da espada.
E David exclamou: «Como pereceram nos altos montes os que eram o teu esplendor, Israel! Como sucumbiram os heróis!
Saul e Jónatas, tão amados e queridos, nem na vida nem na morte foram separados. Eram mais velozes do que as águias, mais valentes do que os leões.
Filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestiu de púrpura e linho e enfeitava de ouro os vossos vestidos.
Como sucumbiram os heróis no combate! Como pereceu Jónatas nos altos montes!
Choro por ti, Jónatas, meu irmão. Eras o meu melhor amigo e para mim a tua amizade era mais maravilhosa que o amor de uma mulher.
Como sucumbiram os heróis, como pereceram estes valentes guerreiros!».

Livro de Salmos 80(79),2-3.5-7.
Pastor de Israel, escutai,
Vós que conduzis José como um rebanho.
Vós que estais sobre os Querubins, aparecei
à frente de Efraim, Benjamim e Manassés.

Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.
Senhor, Deus do universo, até quando ardereis em cólera,
apesar da oração do vosso povo?

Destes-nos a comer o pão das lágrimas
e a beber copioso pranto.
Fizestes de nós objecto de contenda entre vizinhos
e os inimigos zombam de nós.

Evangelho segundo São Marcos 3,20-21.
Naquele tempo, Jesus Cristo chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente que eles nem sequer podiam comer.
Ao saberem disto, os parentes de Jesus Cristo puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Imitação de Jesus Cristo, tratado espiritual do século XV, Livraria Moraes, 1959
Livro IV, capítulo 11, 3-5
Entregue aos homens e a seu Pai, Jesus Cristo alimenta-nos com a Palavra e o Pão da Vida
Tu me és testemunha, ó Deus, de que nenhuma coisa me pode consolar, nenhuma criatura dar repouso, senão Tu, meu Deus, a quem desejo contemplar eternamente. Mas tal não é possível enquanto eu viver neste estado mortal. [...] Até lá, terei os livros sagrados por consolação e espelho de vida e, sobre tudo isto, o teu santíssimo Corpo por único remédio e refúgio.
Na verdade, sinto que duas coisas me são sobretudo necessárias neste mundo, sem as quais esta vida miserável se me tornaria impossível. Prisioneiro no cárcere deste corpo, confesso faltarem-me duas coisas: alimento e luz. E assim me deste, a mim, fraco, o teu sagrado Corpo, para refeição do espírito e do corpo e «a tua palavra é qual farol para os meus passos e uma luz para meus caminhos» (Sl 118,105). Sem estas duas coisas, não poderia viver bem: a Palavra de Deus, luz da minha alma e o teu sacramento, Pão da Vida.
Ambos se podem comparar também a duas mesas, postas de um e do outro lado do tesouro da Santa Igreja. Uma das mesas é a do altar sagrado, que tem o Pão santo, ou seja, o precioso Corpo de Jesus Cristo; a outra é a da Lei divina, que contém a doutrina santa, instruindo na verdadeira fé e conduzindo com firmeza para além do último véu, onde está o Santo dos Santos. [...]
Graças a Ti, Criador e Redentor dos homens, que, para mostrares a todo o mundo a tua caridade, preparaste a grande ceia, na qual deste a comer, não o cordeiro simbólico, mas o teu santíssimo Corpo e Sangue e que alegras todos os fiéis com o sagrado banquete, inebriando-os com o cálice da salvação, onde se encontram todas as delícias do paraíso.
©

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