domingo, 21 de janeiro de 2018

Cristianismo 243 até 20-01-2018

OITAVÁRIO 2018
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 

O Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos surgiu em 1908, por iniciativa de Thomas Watson, um convertido do anglicanismo ao catolicismo, que propôs a vários grupos de cristãos rezar pela unidade, entre os dias 18 de janeiro (Festa da Cátedra de São Pedro) e 25 de janeiro (Festa da Conversão de São Paulo). A partir dos anos 60 do séc. XX, passou a haver um subsídio comum para este Oitavário, elaborado com a colaboração da Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial das Igrejas e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Nas palavras de Padre Paul Couturier (1881-1953), esta Semana de Oração não pretende antecipar uma unidade institucional, mas antes rezar pela unidade plena que ultrapassa as limitações históricas e eclesiais e que "será como Deus quer, quando Ele quiser e através dos meios que Ele escolher".

Em 2018, o Oitavário tem como mote
"A tua mão direita, Senhor, resplandeceu de força" (Êxodo 15, 6)

O Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos
apresenta a seguinte reflexão sobre o tema:
A libertação e a salvação do povo de Deus vêm através do poder de Deus. A mão direita de Deus pode ser compreendida como a vitória de Deus sobre os seus adversários e também como a infalível protecção do próprio povo. Apesar das ordens do Faraó, Deus escutou o clamor do seu povo e não deixará o seu povo perecer porque Deus é o Deus da Vida. Com o seu domínio sobre o vento e o mar, Deus mostra o seu desejo de preservar a vida e destruir a violência (Êxodo 15,10). O objectivo dessa redenção era fazer dos israelitas um povo de louvor que reconhece o amor perseverante de Deus.
A libertação trouxe esperança e uma promessa para o povo. Foi esperança porque um novo dia havia despontado, em que o povo podia livremente adorar o seu Deus e pôr em acção o seu potencial. Era também uma promessa: o seu Deus os acompanharia por toda a caminhada e nenhuma força poderia derrotar o propósito de Deus para eles.

O capítulo 15 do Êxodo faz-nos ver como o caminho para a unidade precisa frequentemente de passar por uma experiência comunitária de sofrimento. A libertação dos israelitas da escravidão é o evento fundamental da constituição desse povo. Para os cristãos o processo tem o seu ponto alto na incarnação e no mistério pascal. Embora na libertação/salvação Deus tenha a iniciativa, Deus envolve forças humanas na realização do seu objectivo e nos planos para a redenção do seu povo. Os cristãos, pelo baptismo, participam do ministério divino de reconciliação, mas as nossas divisões restringem o nosso testemunho e a nossa missão num mundo necessitado da cura que vem de Deus.


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"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

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Domingo, dia 14 de Janeiro de 2018

2.º Domingo do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Pedro Donders, presbítero, +1887, São Félix de Nola, conf., +256, Beata Verónica de Milão, rel., +1497, Beato Odorico de Pordenone, viaj., +1330

Livro de 1.º Samuel 3,3b-10.19.
Naqueles dias, Samuel dormia no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou».
E correndo para junto de Heli, disse: «Aqui estou porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a deitar-te». E ele foi deitar-se.
O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te».
Samuel ainda não conhecia o Senhor porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou porque me chamaste». Então Heli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem.
Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-te e, se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel, Samuel!». E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
Samuel foi crescendo; o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.

Livro de Salmos 40(39),2.4ab.7-8a.8b-9.10.
Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.

1.ª Carta aos Coríntios 6,13c-15a.17-20.
Irmãos: O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor e o Senhor é para o corpo.
Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Jesus Cristo?
Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito.
Fugi da imoralidade (=relações anais). Qualquer outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo; mas o que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.
Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós e vos foi dado por Deus? Não pertenceis a vós mesmos
porque fostes resgatados por grande preço: glorificai a Deus no vosso corpo.

Evangelho segundo São João 1,35-42.
Naquele tempo, estava João Baptista com dois dos seus discípulos
e, vendo Jesus Cristo que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus».
Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus Cristo.
Entretanto, Jesus Cristo voltou-Se e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?» Eles responderam: «Rabi — que quer dizer ‘Mestre’ — onde moras?»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus Cristo.
Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o Messias» — que quer dizer ‘Cristo’ — e levou-o a Jesus. Fitando nele os olhos, Jesus Cristo disse-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» — que quer dizer ‘Pedro’.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Basílio de Selêucia (?-c. 468), bispo
Sermão em louvor de Santo André, 4; PG 28, 1105
«Encontrámos o Messias!»
Levando Pedro consigo, André conduziu ao Senhor o seu irmão segundo a natureza e o sangue, para que se tornasse discípulo como ele; é a primeira gesta de André. Ele fez crescer o número dos discípulos: juntou-lhe Pedro, em quem Jesus Cristo encontraria o chefe dos seus discípulos. Isto é de tal maneira verdade que, quando, mais tarde, Pedro tiver uma conduta admirável, devê-lo-á ao que André tinha semeado. O louvor dirigido a um recai igualmente sobre o outro, pois os bens de um pertencem ao outro e um glorifica-se com os méritos do outro.
Que alegria Pedro trouxe a todos quando respondeu de imediato à pergunta do Senhor, quebrando o silêncio embaraçado dos discípulos! [...] Só Pedro pronunciou estas palavras: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16). Falando em nome de todos, numa frase, proclamou o Salvador e o seu desígnio de salvação. Como esta proclamação se conjuga bem com a de André! As palavras que André tinha dito a Pedro, quando o conduzira a Jesus Cristo - «Encontrámos o Messias» - confirma-as o Pai celeste, ao inspirá-las a Pedro (Mt 16,17): «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.»


Segunda-feira, dia 15 de Janeiro de 2018

Segunda-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Luis Variara, presbítero, +1923, Santo Amaro ou Mauro, rel., +584, Santo Arnaldo Janssen, presbítero, fundador, +1909, São Paulo, eremita, conf., +342, São Franc. Fernandes de Capillas, presb., m., +1648, São Plácido, religioso, mártir, +546

Livro de 1.º Samuel 15,16-23.
Naqueles dias, o profeta Samuel disse a Saul: «Deixa-me dizer-te o que o Senhor me revelou esta noite». Saul respondeu-lhe: «Fala».
Samuel continuou: «Embora te sintas pequeno a teus próprios olhos, não és o chefe das tribos de Israel? O Senhor sagrou-te rei de Israel,
lançou-te nesta campanha e disse-te: ‘Vai e entrega à perdição esses malfeitores amalecitas; faz-lhes guerra até que sejam exterminados’.
Porque não obedeceste à voz do Senhor? Porque te precipitaste sobre os despojos e praticaste o que desagrada a seus olhos?».
Saul respondeu a Samuel: «Mas eu obedeci à voz do Senhor. Fiz a campanha a que Ele me enviou, trouxe Agag, rei de Amalec e entreguei à perdição os amalecitas.
O povo tirou de entre as ovelhas e bois dos despojos o melhor do que era destinado à perdição, para o oferecer em sacrifício ao Senhor, teu Deus, em Gálgala».
Disse-lhe Samuel: «Porventura agradam tanto ao Senhor os holocaustos e sacrifícios como a obediência à sua voz? A obediência vale mais do que os sacrifícios e a docilidade vale mais do que a gordura dos carneiros.
A rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como o crime da idolatria. Porque rejeitaste a palavra do Senhor, também Ele te rejeitou como rei».

Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu.
Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em rosto.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.

Evangelho segundo São Marcos 2,18-22.
Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o jejum. Vieram perguntar a Jesus Cristo: «Por que motivo jejuam os discípulos de João e os fariseus e os teus discípulos não jejuam?».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Podem os companheiros do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar.
Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho porque o remendo novo arranca parte do velho e o rasgão fica maior.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos porque o vinho acaba por romper os odres e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Odes de Salomão (texto cristão hebraico do início do século II)
n.º 2
«O noivo está com eles»
[Pelo baptismo] revesti-me do amor do Senhor (Gal 3,27) [...]
e Ele abraça-me.
Não saberia amar o Senhor,
se Ele não me tivesse amado primeiro.
Quem pode compreender o amor,
a não ser aquele que é amado?
Abraço-me ao Amado e minha alma ama-O.

Onde fica o seu repouso,
aí estou eu (cf Ct 1,7).
Não serei um estranho;
o Altíssimo é misericordioso. (para com os misericordiosos)
Estou unido a Ele
porque o Esposo encontrou aquele que ama.

Porque amo o Filho,
torno-me filho.
Sim, quem adere Àquele que não morre
torna-se imortal.
Aquele que se maravilha com a Vida
está também vivo.

Tal é o verdadeiro espírito do Senhor
que ensina aos homens os seus caminhos.
Sede sábios, compreendei e estai vigilantes. Aleluia!


Terça-feira, dia 16 de Janeiro de 2018

Terça-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás por Saul, tendo-o Eu rejeitado, para que não reine mais sobre Israel? Enche a âmbula de óleo e parte. Vou enviar-te a Jessé de Belém porque escolhi um rei entre os seus filhos».
Samuel respondeu: «Como poderei ir? Se Saul o souber, mandará matar-me». O Senhor disse-lhe: «Levarás contigo uma novilha e dirás: ‘Vim oferecer um sacrifício ao Senhor’.
Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te mostrarei o que hás-de fazer: ungir-Me-ás aquele que Eu te indicar».
Samuel fez o que o Senhor lhe tinha dito e tomou o caminho de Belém. Os anciãos da cidade saíram alvoroçados ao seu encontro e perguntaram-lhe: «Vidente, é por bem a tua vinda?».
Ele respondeu: «Sim, é por bem. Vim oferecer um sacrifício ao Senhor. Purificai-vos e vinde comigo ao sacrifício». Samuel purificou Jessé e os seus filhos e convidou-os para o sacrifício.
Quando chegou, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor».
Mas o Senhor disse a Samuel: «Não te impressiones com o seu belo aspecto nem com a sua elevada estatura, pois não foi esse que Eu escolhi. Deus não vê como o homem: o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração».
Jessé chamou Aminabad e conduziu-o à presença de Samuel. Mas Samuel disse: «Também não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé trouxe Samá e Samuel disse: «Ainda não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé fez passar os sete filhos diante de Samuel, mas Samuel declarou-lhe: «O Senhor não escolheu nenhum destes».
E perguntou a Jessé: «Estão aqui todos os teus filhos?». Jessé respondeu-lhe: «Falta ainda o mais novo que anda a guardar o rebanho». Samuel ordenou: «Manda-o chamar porque não nos sentaremos à mesa, enquanto ele não chegar».
Então Jessé mandou-o chamar: era ruivo, de belos olhos e agradável presença. O Senhor disse a Samuel: «Levanta-te e unge-o porque é este mesmo».
Samuel pegou na âmbula do óleo e ungiu-o na presença dos irmãos. Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David. Então Samuel pôs-se a caminho e regressou a Ramá.

Livro de Salmos 89(88),20.21-22.27-28.
Falastes outrora aos vossos fiéis
e numa visão lhes dissestes:
«Impus uma coroa a um herói,
exaltei um eleito de entre o meu povo.

Encontrei a David, meu servidor,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da Terra.

Evangelho segundo São Marcos 2,23-28.
Passava Jesus Cristo através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar e comeu dos pães da proposição que só os sacerdotes podiam comer e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho (do homem) é também Senhor do sábado».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a 2013
Exortação apostólica «Sacramentum caritatis» §72 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana rev.)
«O Filho do homem é também Senhor do sábado»: a libertação trazida por Jesus Cristo
Esta novidade radical que a Eucaristia introduz na vida do homem revelou-se à consciência cristã desde o princípio; prontamente os fiéis compreenderam a influência profunda que a celebração eucarística exercia sobre o seu estilo de vida. Santo Inácio de Antioquia exprimia esta verdade designando os cristãos como «aqueles que chegaram à nova esperança» e apresentava-os como aqueles que vivem «segundo o domingo». Esta expressão do grande mártir antioqueno põe claramente em evidência a ligação entre a realidade eucarística e a vida cristã no seu dia a dia. O costume característico que os cristãos têm de se reunir no primeiro dia depois do sábado para celebrar a ressurreição de Jesus Cristo — conforme a narração do mártir São Justino — é também o dado que define a forma da vida renovada pelo encontro com Jesus Cristo.
Mas a expressão de Santo Inácio — viver «segundo o domingo» — sublinha também o valor paradigmático que este dia santo tem para os restantes dias da semana. De facto, o domingo não se distingue com base na simples suspensão das actividades habituais, como se fosse uma espécie de parêntesis dentro do ritmo normal dos dias; os cristãos sempre sentiram este dia como o primeiro da semana porque nele se faz memória da novidade radical trazida por Jesus Cristo. Por isso, o domingo é o dia em que o cristão reencontra a forma eucarística própria da sua existência, segundo a qual é chamado a viver constantemente; viver «segundo o domingo» significa viver consciente da libertação trazida por Jesus Cristo e realizar a própria existência como oferta de si mesmo a Deus, para que a sua vitória se manifeste plenamente a todos os homens através de uma conduta intimamente renovada.


Quarta-feira, dia 17 de Janeiro de 2018

Quarta-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Antão, abade, +356

Livro 1.º de Samuel 17,32-33.37.40-51.
Naqueles dias, David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime por causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu».
Mas Saul respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o combateres porque não passas de um rapazinho, ao passo que ele é homem de guerra desde a sua juventude».
David respondeu a Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das mãos desse filisteu». Então Saul disse a David: «Vai e que o Senhor esteja contigo».
David tomou o seu cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas e meteu-as no seu surrão de pastor. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu.
O filisteu foi-se aproximando pouco a pouco de David, levando à frente o seu escudeiro.
Quando olhou e viu David, desprezou-o porque era um rapaz novo; era loiro e de bela aparência.
Disse então a David: «Sou porventura algum cão, para vires contra mim de pau na mão?». E amaldiçoou David em nome dos seus deuses.
E acrescentou: «Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais do campo».
Mas David respondeu ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada, lança e azagaia e eu vou contra ti em nome do Senhor do Universo, o Deus dos exércitos de Israel que tu desafiaste.
O Senhor vai entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te cortarei a cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos filisteus às aves do céu e aos animais selvagens. Então saberá toda a Terra que há um Deus em Israel
e toda a gente há-de ver que não é pela espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é do Senhor e Ele vos entregará em nossas mãos».
Quando o filisteu avançou e veio ao encontro de David, também este correu velozmente contra o filisteu.
Meteu a mão no surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e atingiu o filisteu na fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu de bruços no chão.
Foi assim, com uma funda e uma pedra que David triunfou do filisteu e o feriu mortalmente, sem ter uma espada na mão.
David correu para o filisteu e parou junto dele, tirou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Ao verem morto o seu herói, os filisteus puseram-se em fuga.

Livro de Salmos 144(143),1.2.9-10.
Bendito seja o Senhor,
o rochedo do meu refúgio
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate.

O Senhor é meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador.
Ele é meu escudo e meu abrigo
e submete os povos ao seu poder.

Hei-de cantar-Vos, meu Deus, um cântico novo,
hei-de celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servidor.

Evangelho segundo São Marcos 3,1-6.
Jesus Cristo entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus Cristo para verem se Ele iria curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O.
Jesus Cristo disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, n.º 7
«Observavam Jesus Cristo para [...] poderem assim acusá-l’O.»
Na hora da oração, coloca-te na presença da paz e do amor [...]; ó paz de Deus que ultrapassas toda a inteligência (Fil 4,7), doce e agradável, suave e preferível a tudo, onde tu penetras reina uma segurança imperturbável. Só tu tens o poder de pôr freio à cólera do soberano; tu ornas o trono do rei com a tua clemência; iluminas o reino da glória com a piedade e a misericórdia. Pela tua graça, toma a teu cargo a minha causa, de mim que sou culpada e indigente. [...] Eis que já o credor bate à porta [...]; não é prudente da minha parte falar-lhe, pois não tenho maneira de pagar a minha dívida. Mui doce Jesus, minha paz, por quanto tempo permanecerás silencioso? [...] Pela tua graça, fala agora por mim, dizendo estas palavras caridosas: «Eu te resgatarei». Tu és seguramente o refúgio de todos os pobres e não passas ao pé de ninguém sem lhe dares a salvação. Tu não deixas partir aquele que se refugia junto de Ti sem que fique reconciliado. [...]
Por tua graça, meu amor, meu Jesus, nesta hora do dia foste flagelado por mim, coroado de espinhos, lamentavelmente coberto de sofrimentos. Tu és o meu verdadeiro rei, para além de Ti não conheço ninguém. Tu fizeste-Te opróbrio dos homens, abjecto e repugnante como um leproso (cf Is 53,3), a ponto de a própria Judeia se recusar a reconhecer-Te como seu rei (Jo 19,14-15). Por tua graça, que pelo menos eu Te reconheça como meu rei! Meu Deus, dá-me esse inocente, tão ternamente amado, o meu Jesus, que por mim «pagou» tão plenamente «aquilo que não tinha roubado» (Sl 68,5); dá-mo, para que Ele seja o apoio da minha alma. Que eu O receba no meu coração; que, pela amargura das suas dores e da sua Paixão, Ele reconforte o meu espírito. [...]
E tu, paz de Deus, sê a amarra querida que me acorrenta para sempre a Jesus Cristo. Sê o sustentáculo da minha força [...], para que eu não seja senão «um só coração e uma só alma» com Jesus Cristo (At 4,32). [...] Por ti, ficarei para sempre ligada ao meu Jesus.


Quinta-feira, dia 18 de Janeiro de 2018

Quinta-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Margarida da Hungria, v., +1270, Santa Prisca ou Priscila, v. m., +séc. I(?)

Livro 1.º de  Samuel 18,6-9.19,1-7.
Naqueles dias, quando David regressava, depois de ter matado o filisteu, saíram as mulheres de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul, a cantar e a dançar alegremente, ao som de sistros e tamborins.
Iam dançando e cantando em coro: «Saul matou mil, David matou dez mil».
Saul ficou muito irritado. Levou a mal estas palavras e exclamou: «Dão dez mil a David e a mim apenas mil. Só lhe falta ser rei».
E a partir desse dia, Saul começou a ver David com maus olhos.
Falou então a seu filho Jónatas e a todos os seus oficiais em dar a morte a David. Mas Jónatas, filho de Saul, era muito amigo de David
e foi preveni-lo, dizendo-lhe: «Saul, meu pai, quer matar-te. Toma cuidado; amanhã cedo procura fugir e esconde-te em lugar seguro.
Eu sairei e estarei junto de meu pai, no campo onde estiveres e então lhe falarei em teu favor. Verei o que se passa e depois te avisarei».
Jónatas falou em favor de David a seu pai, dizendo-lhe: «Não queira o rei fazer mal ao seu servo David. Ele não te fez nenhum mal; pelo contrário, tudo o que ele fez foi muito vantajoso para ti.
Arriscou a vida e matou o filisteu e o Senhor deu assim uma grande vitória a Israel. Tu próprio o viste e ficaste contente. Porque irias pecar, derramando sangue inocente, ao dares a morte a David sem razão?».
Saul atendeu às palavras de Jónatas e fez este juramento: «Tão certo como o Senhor estar vivo, David não morrerá».
Então Jónatas falou a David, referindo-lhe as palavras do rei. Depois trouxe David para junto de Saul e David continuou ao serviço do rei como antes.

Livro de Salmos 56(55),2-3.9-10ab.10c-11.12-13.
Compadecei-Vos de mim, Senhor,
porque os homens me calcam aos pés
e lutam sem descanso para me oprimir.
Os meus inimigos esmagam-me sem tréguas

são tantos, ó Altíssimo, os que me fazem guerra.
Vós contastes os passos da minha vida errante
e recolhestes as minhas lágrimas.
Recuarão os meus inimigos,

no dia em que eu Vos invocar.
Bem sei que Deus está por mim;
Enalteço a palavra do Senhor, enalteço a promessa do Senhor.
Em Deus confio e nada temo: que poderão fazer-me os homens?

Oferecer-Vos-ei sacrifícios de acção de graças.

Evangelho segundo São Marcos 3,7-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo retirou-Se com os seus discípulos a caminho do mar e acompanhou-O uma numerosa multidão que tinha vindo da Galileia.
Também da Judeia e de Jerusalém, da Idumeia e da Transjordânia e dos arredores de Tiro e de Sidónia, veio ter com Jesus Cristo uma grande multidão, por ouvir contar tudo o que Ele fazia.
Disse então aos seus discípulos que Lhe preparassem uma barca, para que a multidão não O apertasse.
Como tinha curado muita gente, todos os que sofriam de algum padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem.
Os espíritos impuros, quando viam Jesus Cristo, caíam a seus pés e gritavam: «Tu és o Filho de Deus».
Ele, porém, proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Afonso-Maria de Ligório (1696-1787), bispo, doutor da Igreja
5.º Discurso para a Novena do Natal
«Todos os que sofriam de algum padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem»
«Dizei a todos os que têm o coração despedaçado: Tomai coragem e não tenhais medo. [...] O próprio Deus virá salvar-vos» (Is 35, 4). Esta profecia realizou-se. Seja-me, pois permitido gritar de júbilo: Alegrai-vos, filhos de Adão, alegrai-vos; deixai para trás todo o desalento! Perante a vossa fraqueza e a vossa incapacidade de resistir a tantos inimigos, «não tenhais medo, o próprio Deus virá salvar-vos». Como é que Ele veio salvar-vos? Dando-vos a força necessária para enfrentar e ultrapassar todos os obstáculos que se opõem à vossa salvação. E como é que o Redentor vos deu essa força? Fazendo-Se fraco, de forte e todo-poderoso que era; Ele tomou sobre Si toda a nossa fraqueza e comunicou-nos a sua força. [...]
Deus é todo-poderoso: «Senhor», clamava Isaías, «quem resistirá à força do teu braço?» (40, 10). [...] Mas as feridas feitas no homem pelo pecado tinham-no enfraquecido tanto que ele era incapaz de resistir aos seus inimigos. O que fez o Verbo eterno, o que fez a palavra de Deus? De forte e todo-poderoso que era, tornou-Se fraco; revestiu-Se da fraqueza corporal do homem para dar ao homem, pelos seus méritos, a força de alma necessária [...]; tornou-Se criança [...] e, no fim da sua vida, no Jardim das Oliveiras, foi carregado de laços, dos quais não Se pode libertar. No Sinédrio, foi preso à coluna para ser flagelado. Depois, com a cruz aos ombros, caiu várias vezes no caminho por falta de forças. Pregado na cruz, não conseguiu libertar-Se. [...] E nós somos fracos? Ponhamos a nossa confiança em Jesus Cristo e seremos todo-poderosos: «Tudo posso naquele que me dá força» dizia o apóstolo Paulo (Fil 4,13). Eu sou todo-poderoso, não pelas minhas forças, mas pelas forças que me foram dadas pelos méritos do meu Redentor.

Sexta-feira, dia 19 de Janeiro de 2018

Sexta-feira da 2.ª semana do Tempo Comum

Santos do dia : Beatos Tiago Sales, presbítero e Guilherme Saultemouche, religioso, mártires da Eucaristia, +1593, Beatos José Imbert, João-Nicolau Cordier,Tiago Bonnaud e companheiros, mártires da Revolução Francesa (séc. XVIII), São Canuto, rei, m., +1086, Santos Mário, Marta e filhos, mm., +270

Livro 1.º de  Samuel 24,3-21.
Naqueles dias, Saul tomou consigo três mil homens escolhidos de todo o Israel e foi à procura de David e da sua gente, junto ao Rochedo-dos-Cabritos-Monteses.
Chegou a uns currais de ovelhas que se encontram à beira do caminho e entrou numa gruta para satisfazer uma necessidade. David e os seus homens estavam sentados ao fundo da gruta.
Os seus homens disseram-lhe: «Hoje é o dia em que o Senhor te diz: ‘Entrego-te nas mãos o teu inimigo: faz dele o que quiseres’». David levantou-se e, sem ser pressentido, cortou um pedaço da orla do manto de Saul.
Mas depois, David sentiu o coração a bater forte por ter cortado um pedaço da orla do manto de Saul.
Disse então aos seus homens: «O Senhor me livre de fazer ao meu soberano uma coisa dessas, de levantar a mão contra ele porque é o ungido do Senhor».
Com estas palavras, David conteve os seus homens e não os deixou atacar Saul. Saul abandonou a gruta e seguiu o seu caminho.
Então David levantou-se, saiu da gruta e gritou a Saul: «Senhor, meu rei!». Saul olhou para trás e David inclinou a face até ao chão e prostrou-se.
Depois David falou a Saul: «Porque dás ouvidos àqueles que te dizem: ‘David quer fazer-te mal’?
Hoje viste com os teus próprios olhos como o Senhor te entregou em minhas mãos, dentro da gruta e como eu te poupei, recusando matar-te. Eu disse: Não levantarei a mão contra o meu soberano porque ele é o ungido do Senhor.
Meu pai, vê na minha mão um pedaço do teu manto. Se cortei a orla do teu manto e não te matei, deves reconhecer que em mim não há maldade nem traição. Enquanto atentas contra mim, para me tirares a vida, eu não pratiquei qualquer falta contra ti.
O Senhor seja nosso juiz, Ele me faça justiça contra ti; mas eu não porei em ti as minhas mãos.
Como diz o antigo ditado: ‘Dos maus vem a maldade’; por isso não porei em ti as minhas mãos.
Contra quem se pôs em campo o rei de Israel? Quem é que tu persegues? Um cão morto? Uma pulga?
Seja o Senhor o juiz e decida entre nós; Ele examine e defenda a minha causa, me faça justiça e me livre das tuas mãos».
Quando David acabou de dizer estas palavras, Saul perguntou: «És realmente tu que estás a falar, meu filho David?». E em altos brados, começou a chorar.
Depois disse a David: «Tu és mais justo do que eu porque me tens feito bem e eu tenho-te feito mal.
Hoje mostraste a tua bondade para comigo, pois o Senhor entregou-me nas tuas mãos e tu não quiseste matar-me.
Quando um homem encontra o seu inimigo, porventura o deixa seguir em paz o seu caminho? O Senhor te recompense pelo bem que hoje me fizeste.
Agora sei que certamente serás rei e que o poder real em Israel ficará consolidado em tuas mãos».

Livro de Salmos 57(56),2.3-4.6.11.
Tende piedade de mim, ó Deus, tende piedade,
porque em Vós eu procuro refúgio
e me abrigo à sombra das vossas asas,
até que passe a tormenta.

Clamo ao Deus Altíssimo,
a Deus que me enche de benefícios.
Do Céu me enviará a salvação,
Deus me enviará a sua bondade e fidelidade.

Meu Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza
e sobre a Terra fazei brilhar a vossa glória
porque aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade.

Evangelho segundo São Marcos 3,13-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles que entendeu e eles aproximaram-se.
Escolheu doze, para andarem com Ele e para os enviar a pregar,
com poder de expulsar demónios.
Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
Tiago, filho de Zebedeu e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»;
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananeu
e Judas Iscariotes que depois O traiu.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», §§ 18-20
«Chamou [...] aqueles que entendeu»
Este sagrado Concílio, seguindo os passos do Concílio Vaticano I, com ele ensina e declara que Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja enviando os apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (Jo 20,21) e quis que os sucessores deles, os bispos, fossem pastores na sua Igreja até ao fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão. [...]
O Senhor Jesus, depois de ter orado ao Pai, chamando a Si os que Ele quis, elegeu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar o Reino de Deus (Mc 3,13-19; Mt 10,1-42); constituiu estes apóstolos em colégio, ou grupo estável, e deu-lhes como chefe Pedro, escolhido de entre eles (Jo 21,15-17). Enviou-os primeiro aos filhos de Israel e, depois, a todos os povos (Rom 1,16) para que, participando do seu poder, fizessem de todas as gentes discípulos seus e as santificassem e governassem (Mt 28,16-20; Mc 16,15; Lc 24,45-48; Jo 20,21-23), e deste modo propagassem e apascentassem a Igreja, servindo-a, sob a direcção do Senhor, todos os dias até ao fim dos tempos (Mt 28,20). No dia de Pentecostes, foram plenamente confirmados nesta missão (At 2,1-26), segundo a promessa do Senhor: «Recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da Terra» (At 1,8).
E os apóstolos, pregando por toda a parte o Evangelho (Mc 16,20), recebidos pelos ouvintes graças à acção do Espírito Santo, reúnem a Igreja universal que o Senhor fundou sobre os apóstolos e levantou sobre o bem-aventurado Pedro, seu chefe, sendo Jesus Cristo a suma pedra angular (Ap 21,14; Mt 16,18; Ef 2,20). A missão divina confiada por Jesus Cristo aos apóstolos durará até ao fim dos tempos (Mt 28,20), uma vez que o Evangelho que eles devem anunciar é em todo o tempo o princípio de toda a vida na Igreja.

Sábado, dia 20 de Janeiro de 2018

Sábado da 2.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : São Fabião (ou Fabiano), p., m., +250, São Sebastião, m., +288

Livro 2.º de  Samuel 1,1-4.11-12.19.23-27.
Naqueles dias, David, ao voltar da vitória sobre os amalecitas, ficou dois dias em Siclag.
Ao terceiro dia, chegou um homem que vinha do acampamento de Saul: trazia as vestes rasgadas e a cabeça coberta de poeira. Ao chegar à presença de David, prostrou-se por terra em profunda reverência.
David perguntou-lhe: «De onde vens?». Ele respondeu: «Escapei-me do acampamento de Israel».
Disse David: «Que aconteceu? Conta-me tudo». O homem respondeu: «O exército fugiu do campo de batalha, muitos homens tombaram e o próprio Saul e seu filho Jónatas também pereceram».
Então David agarrou nas suas vestes e rasgou-as e o mesmo fizeram todos os que estavam com ele.
Depois lamentaram-se, choraram e jejuaram até à tarde por Saul e seu filho Jónatas, pelo povo do Senhor e pela casa de Israel porque tinham sucumbido ao fio da espada.
E David exclamou: «Como pereceram nos altos montes os que eram o teu esplendor, Israel! Como sucumbiram os heróis!
Saul e Jónatas, tão amados e queridos, nem na vida nem na morte foram separados. Eram mais velozes do que as águias, mais valentes do que os leões.
Filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestiu de púrpura e linho e enfeitava de ouro os vossos vestidos.
Como sucumbiram os heróis no combate! Como pereceu Jónatas nos altos montes!
Choro por ti, Jónatas, meu irmão. Eras o meu melhor amigo e para mim a tua amizade era mais maravilhosa que o amor de uma mulher.
Como sucumbiram os heróis, como pereceram estes valentes guerreiros!».

Livro de Salmos 80(79),2-3.5-7.
Pastor de Israel, escutai,
Vós que conduzis José como um rebanho.
Vós que estais sobre os Querubins, aparecei
à frente de Efraim, Benjamim e Manassés.

Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.
Senhor, Deus do universo, até quando ardereis em cólera,
apesar da oração do vosso povo?

Destes-nos a comer o pão das lágrimas
e a beber copioso pranto.
Fizestes de nós objecto de contenda entre vizinhos
e os inimigos zombam de nós.

Evangelho segundo São Marcos 3,20-21.
Naquele tempo, Jesus Cristo chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente que eles nem sequer podiam comer.
Ao saberem disto, os parentes de Jesus Cristo puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Imitação de Jesus Cristo, tratado espiritual do século XV, Livraria Moraes, 1959
Livro IV, capítulo 11, 3-5
Entregue aos homens e a seu Pai, Jesus Cristo alimenta-nos com a Palavra e o Pão da Vida
Tu me és testemunha, ó Deus, de que nenhuma coisa me pode consolar, nenhuma criatura dar repouso, senão Tu, meu Deus, a quem desejo contemplar eternamente. Mas tal não é possível enquanto eu viver neste estado mortal. [...] Até lá, terei os livros sagrados por consolação e espelho de vida e, sobre tudo isto, o teu santíssimo Corpo por único remédio e refúgio.
Na verdade, sinto que duas coisas me são sobretudo necessárias neste mundo, sem as quais esta vida miserável se me tornaria impossível. Prisioneiro no cárcere deste corpo, confesso faltarem-me duas coisas: alimento e luz. E assim me deste, a mim, fraco, o teu sagrado Corpo, para refeição do espírito e do corpo e «a tua palavra é qual farol para os meus passos e uma luz para meus caminhos» (Sl 118,105). Sem estas duas coisas, não poderia viver bem: a Palavra de Deus, luz da minha alma e o teu sacramento, Pão da Vida.
Ambos se podem comparar também a duas mesas, postas de um e do outro lado do tesouro da Santa Igreja. Uma das mesas é a do altar sagrado, que tem o Pão santo, ou seja, o precioso Corpo de Jesus Cristo; a outra é a da Lei divina, que contém a doutrina santa, instruindo na verdadeira fé e conduzindo com firmeza para além do último véu, onde está o Santo dos Santos. [...]
Graças a Ti, Criador e Redentor dos homens, que, para mostrares a todo o mundo a tua caridade, preparaste a grande ceia, na qual deste a comer, não o cordeiro simbólico, mas o teu santíssimo Corpo e Sangue e que alegras todos os fiéis com o sagrado banquete, inebriando-os com o cálice da salvação, onde se encontram todas as delícias do paraíso.
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