"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 25 de Outubro de 2015
30º Domingo do Tempo
Comum - Ano B
Eis o que diz o Senhor: «Soltai brados de alegria por causa de
Jacob, enaltecei a primeira das nações. Fazei ouvir os vossos louvores e
proclamai: ‘O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel’.
Vou trazê-los das terras do Norte e reuni-los dos confins do mundo. Entre
eles vêm o cego e o coxo, a mulher que vai ser mãe e a que já deu à luz. É
uma grande multidão que regressa.
Eles partiram com lágrimas nos olhos e Eu vou trazê-los no meio de
consolações. Levá-los-ei às águas correntes por caminho plano em que não
tropecem porque Eu sou um Pai para Israel e Efraim é o meu primogénito».
Livro de Salmos
126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor fez regressar os cativos
de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.
À ida, vão a chorar, levando as sementes;
à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas.
Carta aos Hebreus 5,1-6.
Todo o sumo sacerdote, escolhido de entre os homens, é
constituído em favor dos homens, nas suas relações com Deus para oferecer
dons e sacrifícios pelos pecados.
Ele pode ser compreensivo para com os ignorantes e os transviados porque
também ele está revestido de fraqueza
e, por isso, deve oferecer sacrifícios pelos próprios pecados e pelos do seu
povo.
Ninguém atribui a si próprio esta honra, senão quem foi chamado por Deus,
como Aarão.
Assim também não foi Jesus Cristo que tomou para Si a glória de Se tornar
sumo sacerdote; deu-Lha Aquele que Lhe disse: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te
gerei»
e como disse ainda noutro lugar: «Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem
de Melquisedec».
Evangelho segundo S.
Marcos 10,46-52.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo ia a sair de Jericó com os
discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de
Timeu, a pedir esmola à beira do caminho.
Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus,
Filho de David, tem piedade de mim».
Muitos repreendiam-no para que se calasse, mas ele gritava cada vez mais:
«Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus Cristo parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe:
«Coragem! Levanta-te que Ele está a chamar-te».
O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus Cristo.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». O cego respondeu-Lhe:
«Mestre, que eu veja».
Jesus Cristo disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista
e seguiu Jesus Cristo pelo caminho.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
A Vida de Moisés, II, 231-233, 251-253 (a partir da trad. de cf. SC Iter, pp.
265ss.)
«Logo ele recuperou a
vista e seguiu Jesus pelo caminho»
[No Monte Sinai,
Moisés disse ao Senhor: «Mostra-me a tua glória». Deus respondeu-lhe: «Farei
passar diante de ti toda a minha bondade [...], mas tu não poderás ver a
minha face» (Ex 33,18ss) (porque o Senhor Deus é invisível).] Experimentar
este desejo parece-me porvir de uma alma animada pelo amor à beleza
essencial, uma alma a quem a esperança não pára de conduzir da beleza que já
viu para aquela que está para além. [...] Este pedido audacioso que
ultrapassa os limites do desejo, almeja pela beleza que está para além do
espelho, do reflexo para a ver face a face. A voz divina satisfaz o pedido,
recusando-o simultaneamente [...]: a magnanimidade de Deus concede-lhe a
satisfação do desejo, mas, ao mesmo tempo, não lhe promete repouso nem
saciedade. [...] É nisto que consiste a verdadeira visão de Deus: quem para
Ele eleva os olhos nunca mais cessa de O desejar. É por isso que Ele diz:
«não poderás ver a minha face». [...]
O Senhor que tinha respondido a Moisés exprime-Se da mesma forma aos seus
discípulos, clarificando o sentido desta simbologia. Ele diz «Se alguém
quiser vir após Mim», (Lc 9,23) e não: «Se alguém quiser ir à minha frente».
Ao que Lhe faz um pedido a respeito da vida eterna, propõe o mesmo: «Vem e
segue-Me» (Lc 18,22). Ora aquele que segue, caminha virado para as costas
daquele que o guia. Portanto o ensinamento que Moisés recebe sobre a maneira
pela qual é possível ver a Deus é este: ver a Deus é segui-Lo para onde Ele
conduzir. [...]
Com efeito, aquele que não conhece o caminho não pode viajar em segurança se
não seguir o guia. Este precede-o, mostrando-lhe o caminho; por isso, quem o
segue não se desviará do caminho se se mantiver virado para as costas daquele
que o conduz. Com efeito, se se deixar ir ao lado ou de frente para o guia
tomará uma via diferente da indicada. Por isso, Deus diz àquele a quem
conduz: «Não poderás ver a minha face», o que significa: «Não olhes de frente
o teu guia» porque, se assim fizesses, correrias num sentido que Lhe é
contrário. [...] Como vês, é importante aprender a seguir a Deus: para aquele
que assim O segue nenhuma contradição do mal se poderá opor ao seu caminhar.
Segunda-feira,
dia 26 de Outubro de 2015
Segunda-feira da 30ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Já não somos devedores à carne para vivermos segundo a
carne.
Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo Espírito fizerdes
morrer as obras da carne, vivereis
porque todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o
Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: «Abba, Pai».
O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de
que somos filhos de Deus.
Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Jesus
Cristo; Se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.
Livro de Salmos
68(67),2.4.6-7ab.20-21.
Levanta-Se Deus, dispersam-se os inimigos
e fogem diante d’Ele os que O odeiam.
Os justos, porém alegram-se
e exultam na presença de Deus
e transbordam de alegria.
Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados, Deus prepara uma casa,
conduz os cativos à liberdade.
Bendito seja o Senhor, dia após dia:
preocupa-Se connosco o Deus, nosso Salvador.
O nosso Deus é um Deus que salva,
da morte nos livra o Senhor.
Evangelho segundo S. Lucas 13,10-17.
Naquele tempo, estava Jesus Cristo a ensinar ao sábado numa
sinagoga.
Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito
anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se.
Ao vê-la, Jesus Cristo chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua
enfermidade»
e impôs-lhe as mãos. Ela endireitou-se logo e começou a dar glória a Deus,
mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus Cristo ter feito uma cura ao
sábado, tomou a palavra e disse à multidão: «Há seis dias para trabalhar.
Portanto vinde curar-vos nesses dias e não no dia de sábado».
O Senhor respondeu: «Hipócritas! Não solta cada um de vós do estábulo o seu
boi ou o seu jumento ao sábado para o levar a beber?
E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não
devia libertar-se desse jugo no dia de sábado?».
Enquanto Jesus Cristo assim falava, todos os seus adversários ficaram
envergonhados e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele
realizava.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Homilia atribuída a Eusébio de Alexandria (século V)
Sermões sobre o domingo, 16, 1-2; PG 86, 416-421
O Sábado torna-se o
primeiro dia da nova criação
A semana
comporta evidentemente sete dias: Deus deu-nos seis para trabalharmos e
deu-nos um para rezarmos, repousarmos e nos libertarmos dos nossos pecados.
[...]
Vou expor-te as razões pelas quais a tradição de guardarmos o domingo e de
nos abstermos de trabalhar nos foi transmitida. Quando o Senhor confiou o
sacramento aos discípulos, «tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-o aos
seus discípulos, dizendo: "Tomai e comei, este é o meu corpo entregue
por vós em remissão dos pecados." Da mesma forma, deu-lhes o cálice
dizendo: "Bebei todos, este é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança,
derramado por vós e pela multidão em remissão dos pecados. Fazei isto em
memória de mim."» (Mt 26,26ss; 1Cor 11,24). O dia santo de domingo é,
pois aquele em que se faz memória do Senhor. Por isso é que se lhe chama
«dia do Senhor». E ele é como o senhor dos dias. Com efeito, antes da
Paixão do Senhor, não era chamado «dia do Senhor», mas «primeiro dia».
Nesse dia, o Senhor estabeleceu o fundamento da ressurreição, quer dizer,
empreendeu a criação; nesse dia, deu ao mundo as primícias da ressurreição;
nesse dia, como dissemos, mandou celebrar os santos mistérios. Esse dia
foi, pois o começo de toda a graça: início da criação do mundo, início da
ressurreição, início da semana. Esse dia, que comporta em si próprio três
começos, prefigura a primazia da Santíssima Trindade.
Terça-feira,
dia 27 de Outubro de 2015
Terça-feira da 30ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm
comparação com a glória que se há-de manifestar em nós.
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de
Deus.
Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por
vontade d’Aquele que as submeteu
com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da
corrupção que escraviza para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de
Deus.
Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da
maternidade.
E não só ela, mas também nós que possuímos as primícias do Espírito,
gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso
corpo.
É em esperança que estamos salvos, pois ver o que se espera não é
esperança: quem espera o que já vê?
Mas esperar o que não vemos é esperá-lo com perseverança.
Livro de Salmos
126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.
Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.
Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.
À ida, vão a chorar, levando as sementes;
à volta, vêm a cantar, trazendo os
molhos de espigas.
Evangelho segundo S. Lucas 13,18-21.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo: «A que é semelhante o
reino de Deus, a que hei-de compará-lo?
É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua
horta. Cresceu, tornou-se árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos
seus ramos».
Jesus Cristo disse ainda: «A que hei-de comparar o reino de Deus?
É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas
de farinha até ficar tudo levedado».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
Sermão 26
«É semelhante a um
grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal»
A
propósito do que diz o Evangelho: «Um homem tomou-o e deitou-o no seu
quintal», que homem é esse, em vossa opinião, que semeou o grão que
recebeu como um grão de mostarda no seu pequeno jardim? Penso que é
aquele sobre o qual o Evangelho diz: «Um membro do Conselho, chamado
José, natural de Arimateia [...], foi ter com Pilatos, pediu-lhe o corpo
de Jesus Cristo e, descendo-O da cruz, envolveu-O num lençol e
depositou-O num sepulcro preparado no seu jardim» (Lc 23,50-53). É por
essa razão que as Escrituras dizem: «Um homem tomou-o e deitou-o no seu
jardim».
No jardim de José misturavam-se perfumes de diversas flores, mas um grão
como aquele nunca lá tinha sido deitado. O jardim espiritual da sua alma
rescendia ao perfume das suas virtudes, mas Jesus Cristo ainda não tinha
sido aí colocado. Ao sepultar o Salvador no monumento do seu jardim, ele
acolheu-O mais profundamente no fundo do seu coração.
Quarta-feira,
dia 28 de Outubro de 2015
S. Simão e S.
Judas, Apóstolos – Festa
Irmãos: Já não
sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e
membros da casa de Deus,
edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por
pedra angular o próprio Cristo Jesus.
É nele que toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um
templo santo, no Senhor.
É nele que também vós sois integrados na construção para formardes uma
habitação de Deus, pelo Espírito.
Livro de Salmos
19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam
a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.
Naqueles dias,
Jesus Cristo subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a
Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a
quem deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e
João; Filipe e Bartolomeu,
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano com
numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia,
de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus Cristo e serem curados das suas doenças.
Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus Cristo porque saía d’Ele uma
força que a todos sarava (a Vida, a presença do Senhor Deus em nós).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentários sobre o evangelho de João
«Escolheu doze
entre eles, a quem deu o nome de apóstolos»
Nosso
Senhor Jesus Cristo instituiu guias e mestres para o mundo inteiro e
«dispensadores dos mistérios divinos» (1Cor 4,1). E ordenou-lhes que
brilhassem e iluminassem como archotes (a Vida), não só os judeus […],
mas os homens que habitam em toda a superfície da terra. É, portanto
verdadeira esta palavra de São Paulo: «Ninguém atribui esta honra a si
mesmo; recebemo-la por vocação de Deus» (Heb 5,4). […]
Se Ele achava que devia enviar os seus discípulos como o Pai o tinha
enviado a Ele (Jo 20,21), era necessário que estes, chamados a ser seus
seguidores, descobrissem para que tarefa tinha o Pai enviado o Filho.
Por isso nos explicou de diversas maneiras o carácter da sua própria
missão. Disse um dia: «Não vim chamar os justos, mas os pecadores para
que eles se convertam
(deixem de praticar o mal e assim há mais gente feliz na Terra)» (Lc
5,32). E também: «Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas
a vontade daquele que me enviou» (Jo 6,38). E de outra vez: «Deus não
enviou o seu Filho ao mundo para o julgar, mas para que o mundo seja
salvo por Ele» (Jo 3,17).
Resumia em algumas palavras a função dos apóstolos, dizendo que os
tinha enviado como o Pai O tinha enviado a Ele; saberiam assim que lhes
competia chamar os pecadores à conversão, cuidar dos doentes, corporal
e espiritualmente e, nas suas funções de dispensadores, não procurar de
modo algum fazer a sua própria vontade, mas a vontade daquele que os
tinha enviado a fim de salvarem o mundo na medida em que ele aceitasse
os ensinamentos do Senhor.
Quinta-feira, dia 29 de Outubro de 2015
Quinta-feira
da 30ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Se Deus
está por nós, quem estará contra nós?
Deus, que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou à morte por
todos nós, como não havia de nos dar, com Ele, todas as coisas?
Quem acusará os eleitos de Deus, se Deus os justifica?
E quem os condenará, se Cristo Jesus morreu e, mais ainda,
ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por nós?
Quem poderá separar-nos do amor de Jesus Cristo? A tribulação, a angústia,
a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada?
Assim está escrito: «Por tua causa somos sujeitos à morte o dia
inteiro; somos tomados como ovelhas para o matadouro».
Mas em tudo isto somos vencedores, graças Àquele que nos amou.
Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida, nem os
Anjos nem os Principados, nem o presente nem o futuro, nem as
Potestades
nem a altura nem a profundidade nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo Jesus, nosso
Senhor.
Livro de
Salmos 109(108),21-22.26-27.30-31.
Senhor, vinde
em meu auxílio,
por amor do vosso nome,
livrai-me,
pela vossa grande misericórdia,
porque sou pobre e indigente
e tenho o coração amargurado.
Socorrei-me, Senhor Deus,
salvai-me pela vossa bondade
e reconheçam que isto é obra das vossas mãos,
que fostes Vós, Senhor, que assim fizestes.
Agradecerei bem alto ao Senhor,
louvá-l’O-ei no meio da multidão,
porque Ele Se coloca à direita do pobre
para o salvar dos que o condenam.
Evangelho segundo S. Lucas 13,31-35.
Naquele dia,
aproximaram-se alguns fariseus que disseram a Jesus Cristo: «Vai-te
daqui porque Herodes quer matar-te».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eu expulso
demónios e realizo curas hoje e amanhã; ao terceiro dia chego ao meu
fim.
Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo seguir o meu caminho porque
não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém.
Jerusalém, Jerusalém que matas os profetas e apedrejas aqueles que te
são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos como a
galinha recolhe os pintainhos debaixo das suas asas! Mas vós não
quisestes.
Pois bem. A vossa casa vai ficar abandonada. E Eu vos digo: Não
voltareis a ver-Me até chegar o dia em que direis: ‘Bendito o que vem
em nome do Senhor!’».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da
Igreja
Carta 58, 2-4
«A Jerusalém
do alto é livre e ela é nossa mãe» (Gal 4, 26)
Não é
por termos estado em Jerusalém que devemos felicitar-nos, mas por
termos vivido bem. A cidade que é preciso procurar não é aquela que
matou os profetas e verteu o sangue de Jesus Cristo, mas aquela que
um rio impetuoso enche de júbilo, aquela que, construída sobre uma
montanha, não pode ser escondida, aquela que o apóstolo Paulo
proclama ser mãe dos santos e na qual os justos se regozijam de
habitar (Sl 45,5; Mt 5,14; Gal 4,26) [...]. Não ousarei limitar o
poder de Deus a uma região ou confinar num recanto da terra Aquele
que o céu não pode conter. Cada crente é apreciado pelo mérito da sua
fé e não pelo lugar em que habita e os verdadeiros adoradores não têm
necessidade de Jerusalém ou do monte Garizim para adorar o Pai porque
«Deus é espírito» e os seus adoradores devem «adorá-Lo em espírito e
verdade» (Jo 4,21-23). Ora «o Espírito sopra onde quer» (Jo 3,8) e «a
terra é do Senhor assim como tudo o que ela contém» (Sl 23,1). [...]
Os lugares santos da cruz e da ressurreição só são úteis aos que
levam a sua cruz, ressuscitam com Jesus Cristo cada dia e se mostram
dignos de habitar em tais lugares. Quanto aos que dizem: «Templo do
Senhor, Templo do Senhor, Templo do Senhor» (Jer 7,4), ouçam esta
palavra do apóstolo: «Vós é que sois
o templo de Deus, se o Espírito Santo habita em vós» (1Cor 3,16).
[...]
Não creio que falte alguma coisa à tua fé por não teres visto
Jerusalém nem não me julgo melhor por habitar neste lugar. Mas, aqui
ou noutro sítio, receberás igual recompensa segundo as tuas obras
perante Deus.
Sexta-feira, dia 30 de Outubro de 2015
Sexta-feira da 30ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Em Jesus
Cristo digo a verdade, não minto e disso me dá testemunho a
consciência no Espírito Santo:
Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração.
Quisera eu próprio ser anátema, separado de Jesus Cristo, para bem
dos meus irmãos que são do mesmo sangue que eu,
que são israelitas, a quem pertencem a adopção filial, a glória, as
alianças, a legislação, o culto e as promessas,
a quem pertencem os Patriarcas e de quem procede Jesus Cristo
segundo a carne, Ele que está acima de todas as coisas, Deus
bendito por todos os séculos. Amen.
Livro de
Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica,
Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.
Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.
Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.
Evangelho segundo S. Lucas 14,1-6.
Naquele
tempo, Jesus Cristo entrou, num sábado, em casa de um dos
principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam (com
olhar crítico - como isto é terrível para o observado).
Diante d’Ele encontrava-se um hidrópico.
Jesus Cristo tomou a palavra e disse aos doutores da lei e aos
fariseus: «É lícito ou não curar ao sábado?».
Mas eles ficaram calados. Então Jesus Cristo tomou o homem pela
mão, curou-o e mandou-o embora.
Depois disse-lhes: «Se um filho vosso ou um boi cair num poço, qual
de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?».
E eles não puderam replicar a estas palavras.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica «Dies Domini», 61 (trad. © copyright Libreria
Editrice Vaticana, rev.)
«O sábado
foi feito para o homem» (Mc 2,27)
O
shabbat, o sétimo dia abençoado e consagrado por Deus, ao mesmo
tempo que encerra toda a obra da criação, está em ligação imediata
com a obra do sexto dia quando Deus fez o homem «à sua imagem e
semelhança» (cf Gn 1,26). Esta relação directa entre o «dia de
Deus» e o «dia do homem» não passou despercebida aos Padres, na sua
meditação sobre o relato bíblico da criação. A este propósito, diz
Santo Ambrósio: «Agradecemos, pois ao Senhor nosso Deus, que fez
uma obra onde Ele pudesse encontrar descanso. Fez o céu, mas não
leio que aí tenha repousado; fez as estrelas, a lua, o sol e também
não leio que tenha descansado neles. Mas, ao contrário, leio que
fez o homem e que então Se repousou, tendo nele alguém a quem podia
perdoar os pecados.»
Assim, o «dia de Deus» estará sempre directamente relacionado com o
«dia do homem». Quando o mandamento de Deus diz: «Recorda-te do dia
de sábado para o santificares» (Ex 20,8), a pausa prescrita para
honrar o dia a Ele dedicado não constitui de modo algum uma
imposição gravosa para o homem, mas antes uma ajuda para que se
consciencialize da sua dependência vital e libertadora do Criador e
simultaneamente da vocação para colaborar na sua obra e acolher a
sua graça. Deste modo, honrando o «repouso» de Deus, o homem
encontra-se plenamente a si próprio e assim o dia do Senhor fica
profundamente marcado pela bênção divina (cf Gn 2,3) e graças a
ela, dir-se-ia dotado, como acontece com os animais e com os homens
(cf Gn 1,22.28), de uma espécie de «fecundidade». Esta exprime-se
não só no constante acompanhamento do ritmo do tempo, mas sobretudo
no reanimar e, de certo modo, «multiplicar» do próprio tempo,
aumentando no homem, com a lembrança do Deus vivo, a alegria de
viver e o desejo de promover e dar a vida.
Sábado, dia 31 de Outubro de 2015
Sábado da 30ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Eu
pergunto: Teria Deus rejeitado o seu povo? De modo nenhum. Porque
eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de
Benjamim.
Deus não rejeitou o seu povo que de antemão conheceu.
Pergunto ainda: Teria Israel tropeçado para cair definitivamente?
De modo nenhum. Mas da sua queda resultou a salvação dos gentios
para provocar a emulação de Israel.
Se a sua queda se tornou riqueza para o mundo e o seu declínio
riqueza para os gentios, que não fará a sua participação plena na
salvação?
Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério para não pensardes
que sois sábios: O endurecimento de uma parte de Israel durará
até que chegue à salvação a plenitude dos gentios.
Então todo Israel será salvo, como diz a Escritura: «De Sião virá
o Libertador que afastará as iniquidades de Jacob.
E esta será a aliança que farei com eles quando perdoar os seus
pecados».
Quanto ao Evangelho, eles são inimigos de Deus para vossa
utilidade; mas quanto à escolha divina, são por Ele amados por
causa dos seus pais.
Porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.
Livro de
Salmos 94(93),12-13a.14-15.17-18.
Afortunado
o homem a quem Vós ensinais, Senhor, e instruís na vossa lei
para lhe dar a paz nos dias de angústia.
O Senhor não rejeita o seu povo nem abandona a sua herança,
mas há-de julgar com justiça e hão-de segui-la todos os corações
rectos.
Se o Senhor não viesse em meu auxílio, em breve a minha alma
habitaria no silêncio.
Quando digo: «Os meus pés vacilam», a vossa bondade, Senhor, me
sustenta.
Evangelho segundo S. Lucas 14,1.7-11.
Naquele
tempo, Jesus Cristo entrou, num sábado, em casa de um dos
principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam.
Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus
Cristo disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o
primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém
mais importante do que tu;
então aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o
lugar a este’ e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar
o último lugar.
Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar e
quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para
cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão 37 sobre o Cântico dos Cânticos
O segredo
do último lugar
Se soubéssemos claramente em que lugar Deus coloca
cada um de nós, aceitaríamos tal decisão sem nunca nos colocarmos
nem acima nem abaixo desse lugar. Mas, no nosso estado presente,
os decretos de Deus estão-nos vedados (porque temos o livre
arbítrio e fazemos caminho; só no fim são tomadas as decisões
celestes) e a sua vontade está-nos oculta. Por isso, o mais
seguro, de acordo com o conselho da própria Verdade, é
escolhermos o último lugar, de onde nos tirarão depois com honra
para nos darem um melhor. Ao passarmos debaixo de uma porta muito
baixa, podemos baixar-nos tanto quanto quisermos sem nada temer;
mas, se nos levantarmos um dedo que seja acima da altura da
porta, bateremos com a cabeça. É por isso que não devemos recear
nenhuma humilhação, mas antes temer e reprimir o menor movimento
de autossuficiência.
Não vos compareis nem com os que são maiores do que vós nem com
os vossos inferiores nem com quaisquer outros nem sequer com um
só. Que sabeis sobre eles? Imaginemos um homem que parece o mais
vil e desprezível de todos, cuja vida infame nos horroriza.
Pensais que o podeis desprezar, não só por comparação convosco
mesmos, que aparentemente viveis em sobriedade, justiça e
piedade, mas até por comparação com outros malfeitores, dizendo
que ele é o pior de todos. Mas sabeis se ele não será um dia
melhor do que vós e se o não é já aos olhos do Senhor? Por isso é
que Deus não quis que ocupássemos um lugar intermédio nem o
penúltimo nem sequer um dos últimos, mas disse: «Toma o último
lugar» a fim de ficarmos verdadeiramente sós na última fila.
Desse modo não pensareis, já não digo em preferir-vos, mas
simplesmente em comparar-vos com quem quer que seja. ©
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