segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cristianismo 56


=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

No dia da Ascensão, Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?

O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparámo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica, mas como uma verdadeira «novidade» capaz de mudar as nossas vidas. Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus Cristo que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15).

Naquele belo poema que ouvimos na vigília pascal, o autor do livro do Génesis recorda-nos a obra da Criação e acaba-o contemplando: «Assim foram terminados os céus e a Terra… No sétimo dia, Deus repousou de todo o trabalho por Ele realizado» (Gn 2, 1-2). É o shabbat, o dia do Senhor, o dia em que, segundo a antiga Lei, ninguém deveria trabalhar, «nem tu, nem os teus filhos e filhas, nem o teu escravo ou escravo… nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas» (Dt 5,14). Todos somos chamados a parar, diante das maravilhas da obra do Senhor Deus.

E eis que Deus decide fazer novas todas as coisas (cf. Is 65,17). Na sua bondade infinita, na sua misericórdia, perante o homem infiel e esmagado pelos seus pecados, Deus decide enviar o Seu Filho, o Verbo eterno, Jesus Cristo, Filho do homem e Filho de Deus, incarnado, morto e ressuscitado por nós e para nossa salvação. É um novo “primeiro dia”, em que Deus diz outra vez «Faça-se luz!» (Gn 1,3), não a luz que destruiu o caos inicial mas a luz sem fim, a luz que brilhará para sempre (cf. Ap 21,23). É a nova Criação que se inicia.

«Este é o dia que o Senhor fez», diz o Salmo 118 (Sl 118-117,24) que cantamos ao longo de toda a semana pascal. Contudo, nesta nova Criação, nós não somos apenas a mais bela manifestação do poder do Criador («Deus viu que era muito bom», Gn 1,31), mas fazemos parte do projeto. «Corpo de Jesus Cristo» (1 Co 12,27), «mortos e ressuscitados» com Jesus Cristo (cf. Rm 6,4), somos também atores desta salvação universal.

A liturgia oferece-nos cinquenta dias “dos nossos” para contemplarmos este “dia do Senhor”, para meditarmos e vivermos esta pertença – cinquenta dias de Páscoa! Animemo-nos uns aos outros para encontrarmos a nossa resposta pessoal a viver este apelo de anunciarmos a luz da Ressurreição, de nos tornarmos caminho de paz e de salvação para todos os homens e mulheres «por Deus amados» (cf. Lc 2,14).

Com os votos de um tempo pascal muito fecundo,

a equipa de Evangelizo em língua portuguesa

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 15 de Abril de 2012


2º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia) - Ano B


Festa da Igreja : Segundo Domingo de Páscoa (da Divina Misericórdia)
Santo do dia : Santas Anastácia e Basilissa, mártires, +60, S. Máximo
Livro dos Actos dos Apóstolos 4,32-35.

A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum.
Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus Cristo e uma grande graça operava em todos eles.
Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda
e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a necessidade que tivesse.

Livro de Salmos 118(117),2-4.16ab-18.22-24.

Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que adoram o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.-
A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.-
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
1ª Carta de S. João 5,1-6.

Caríssimos:Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus e todo aquele que ama quem o gerou, ama também quem por Ele foi gerado.
É por isto que reconhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e cumprimos os seus mandamentos;
pois o amor de Deus consiste precisamente em que guardemos os seus mandamentos e os seus mandamentos não são uma carga
porque todo aquele que nasceu de Deus vence o mundo. E este é o poder vitorioso que venceu o mundo: a nossa fé.
E quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?
Este, Jesus Cristo, é aquele que veio com água e com sangue e não só com a água, mas com a água e com o sangue. E é o Espírito quem dá testemunho porque o Espírito é a verdade.

Evangelho segundo S. João 20,19-31.

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana (domingo), estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam com medo das autoridades judaicas, veio Jesus Cristo, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.
E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou também Eu vos envio a vós.»
Em seguida soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes, os pecados ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.» (isto passa-se também com cada um de nós e se não perdoamos, iremos viver situações idênticas, mas na posição daqueles a quem não perdoámos)
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus Crissto veio.
Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus Cristo veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!»
Depois disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.»
Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus Cristo: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto».
Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus Cristo na presença dos seus discípulos que não estão escritos neste livro.
Estes, porém foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus e, acreditando, terdes a vida nele.

Basílio da Selêucida (? – c. 468), bispo Sermão para a ressurreição

«Vimos o Senhor»

Escondidos numa casa, os apóstolos vêem Jesus Cristo; Ele entra com todas as portas fechadas. Mas Tomé, então ausente [...], fecha os ouvidos e quer abrir os olhos. [...] Ele deixa explodir a sua descrença, esperando que o seu desejo seja atendido. «As minhas dúvidas só desaparecerão quando O vir, diz ele. Meterei o meu dedo nas marcas dos pregos e ouvirei esse Senhor que tanto desejo. Não me importo que me acuse de falta de fé desde que me encha com a Sua visão. Agora sou incrédulo, mas assim que O vir, acreditarei. Acreditarei quando O apertar em meus braços e O contemplar. Quero ver essas mãos perfuradas que curaram as malfeitoras mãos de Adão. Quero ver esse lado que derrubou a morte do lado do homem. Quero ser eu próprio testemunha do Senhor e o testemunho doutro não me basta. As vossas histórias exasperam a minha impaciência. A feliz notícia que trazeis só aviva a minha dúvida. Não me curarei deste mal a não ser que toque o remédio das Suas mãos.»

O Senhor reapareceu e dissipou ao mesmo tempo a tristeza e a dúvida do Seu discípulo. Que digo? Ele não lhe dissipa a dúvida, ele preenche-lhe as expectativas. Ele entra com todas as portas fechadas.

Segunda-feira, dia 16 de Abril de 2012

Segunda-feira da 2ª semana da Páscoa



Naqueles dias, Pedro e João tendo sido postos em liberdade, foram ter com os seus e contaram-lhes tudo quanto os sumos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito.
Depois de tudo terem ouvido, ergueram a voz a Deus, numa só alma e disseram: «Senhor, Tu é que fizeste o Céu, a Terra, o mar e tudo o que neles se encontra.
Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca do nosso pai David, teu servo: ‘Porque bramiram as nações e os povos formaram vãos projectos?
Levantaram-se os reis da Terra e os chefes coligaram-se contra o Senhor e contra o seu Ungido.’
Sim, realmente Herodes e Pôncio Pilatos coligaram-se nesta cidade com as nações e os povos de Israel contra o teu Santo Servo Jesus Cristo a quem ungiste
para levarem a cabo tudo quanto determinaste antecipadamente pelo teu poder e sabedoria.
Agora, Senhor, (não se deve chamar a Deus 'Senhor' se queremos ser felizes, mas sim 'Deus'. Agora , se quisermos ser santos …) tem em conta as suas ameaças e concede aos teus servos poderem anunciar a tua palavra com todo o desassombro,
estendendo a tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios em nome do teu Santo Servo Jesus Cristo.»
Tinham acabado de orar quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a anunciar a palavra de Deus com desassombro.

Livro de Salmos 2,1-3.4-6.7-9.

Porque se amotinam as nações
e os povos fazem planos insensatos?
Revoltam-se os reis da Terra
e os príncipes conspiram juntos
contra o Senhor e contra o seu Ungido:
"Quebremos as algemas
e atiremos para longe de nós o seu jugo!"-
Aquele que habita nos céus sorri;
o Senhor escarnece deles.
Depois atemoriza-os com a sua ira
e com a sua cólera confunde-os:
"Fui Eu que consagrei o meu rei
sobre o meu monte santo de Sião!"-
Vou anunciar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: "Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e Eu te darei povos como herança
e os confins da Terra por domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro
e destruí-los como um vaso de barro."
Evangelho segundo S. João 3,1-8.

Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus.
Veio ter com Jesus Cristo de noite e disse-lhe: «Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus como Mestre porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes, se Deus não estiver com ele.»
Em resposta, Jesus Cristo declarou-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto, não pode ver o Reino de Deus.»
Perguntou-lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez e nascer?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
Aquilo que nasce da carne, é carne e aquilo que nasce do Espírito, é espírito. Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»

São João da Cruz (1542-1591), carmelita, doutor da Igreja A Subida do Monte Carmelo, livro 2, cap. 5

«Aquilo que nasce do Espírito é espírito»

Lemos em São João: «Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus». Renascer perfeitamente do Espírito Santo nesta vida é ter a alma muito parecida com Deus pela pureza, é não reter em si mesmo nenhuma mistura de imperfeição. É assim que se pode realizar a pura transformação da alma em Deus; ela participa da natureza de Deus pela sua união com Ele, embora essa união não seja a união das naturezas essenciais de ambos.

Para maior clareza, façamos uma comparação. Eis um raio de sol que cai sobre um vidro. Se o vidro estiver obscurecido por uma mancha ou embaciado, o raio não o poderá iluminar inteiramente nem transformá-lo totalmente na sua luz como aconteceria se ele estivesse perfeitamente límpido e livre de toda a mancha. [...] A culpa não será do feixe de luz, mas do vidro. Se este estivesse totalmente puro e livre de manchas, iluminá-lo-ia e transformá-lo-ia de modo que pareceria ser o próprio raio de sol e daria a mesma claridade que ele. Continua a ser verdade que o vidro, ainda que muito parecido com o raio, manteria a sua natureza distinta. E, no entanto, poderíamos dizer que o vidro se tornou raio de luz por participação.

Passa-se o mesmo com a alma. Está constantemente a ser invadida pela luz do ser de Deus ou por outra, esta habita nela por natureza. Desde que consinta em desfazer-se das névoas e das manchas que os objectos criados nela imprimem ou, por outras palavras, desde que tenha a sua vontade perfeitamente unida à de Deus — pois amar Deus é trabalhar, por Deus, para se despojar de tudo aquilo que não é Deus — encontra-se, desde logo, iluminada e transformada em Deus.

Terça-feira, dia 17 de Abril de 2012

Terça-feira da 2ª semana da Páscoa


Santo do dia : Beata Maria Ana de Jesus, virgem, +1624, Beata Catarina Tekakwitha, índia, mártir, +1680 Livro dos Actos dos Apóstolos 4,32-37.

A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum.
Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus Cristo e uma grande graça operava em todos eles.
Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda
e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a necessidade que tivesse.
Assim, um levita cipriota, de nome José, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé, isto é, «filho da consolação»,
possuía uma terra; vendeu-a e trouxe a importância que depositou aos pés dos Apóstolos.

Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.

O Senhor é rei,
vestido de majestade;
revestido e cingido de poder está o Senhor.
Firmou o universo que não vacilará.
O teu trono, Senhor, está firme desde sempre
e Tu existes desde a eternidade.-
São dignos de fé os teus testemunhos,
a tua casa está adornada de santidade
por todo o sempre, ó Senhor!
Evangelho segundo S. João 3,7b-15.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»
Nicodemos interveio e disse-lhe: «Como pode ser isso?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas?
Em verdade, em verdade te digo: nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei das coisas da Terra e não credes, como é que haveis de crer quando vos falar das coisas do Céu?
Pois ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem (figura humana masculina; homem celeste).
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto
a fim de que todo o que nele (Jesus Cristo) crê, tenha a vida eterna.

Santa Teresa Benedita da Cruz (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Poesia «Noite Santa»

«A fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna»

Meu Senhor e meu Deus,
Tu me guiaste por um longo e obscuro caminho, pedregoso e duro.
Estava quase já sem forças, tanto que não esperava mais ver a luz do dia.
O meu coração estava duro como pedra devido ao sofrimento
Quando diante dos meus olhos se levantou a claridade suave duma estrela
E me guiou, fiel e eu segui-a, primeiro com passos tímidos, depois mais seguros.
E cheguei por fim à porta da Igreja
Que se abriu e pedi para entrar.
Fui acolhida pela Tua bênção proferida pelo Teu sacerdote.
No seu interior sucedem-se as estrelas,
Estrelas de flores vermelhas que me indicam o caminho até Ti,
Que a Tua bondade permite que me conduzam no meu caminho até Ti.
O mistério que me faltava guardar, escondido no íntimo do coração,
Agora posso finalmente anunciá-lo em alta voz:
Eu creio e confesso a minha fé!
O sacerdote conduz-me aos degraus do altar,
Inclino a cabeça e a água santa escorre pela fronte abaixo.-
Senhor, será possível renascer uma vez passada metade da vida (Jo 3,4)?
Assim o disseste e para mim tornou-se realidade.
Já não sinto o peso das faltas e das minhas penas dessa vida longa.
De pé, recebi sobre os ombros o manto branco,
Símbolo luminoso da pureza.
Trouxe à mão o círio cuja chama anuncia a Tua vida santa a brilhar em mim.-
E o meu coração transformou-se na manjedoura que por Ti espera.
Por pouco tempo!
Maria, Tua Mãe, e também minha, deu-me o nome.
À meia-noite depõe no meu coração o seu bebé, recém-nascido.
Oh! Não há coração humano que possa imaginar
O que Tu preparas para aqueles que Te amam (1Cor 2,9).
És meu para sempre e nunca Te deixarei.
Seja qual for o caminho que venha a trilhar, estás sempre comigo.
E nada mais poderá separar-me do Teu amor (Rm 8,39).

Quarta-feira, dia 18 de Abril de 2012

Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa


Santo do dia : Beata Mafalda, virgem, Beata Sabina Petrilli, religiosa, +1923 Livro dos Actos dos Apóstolos 5,17-26.

Naqueles dias, surgiu o Sumo Sacerdote com todos os seus sequazes, isto é, o partido dos saduceus; encheram-se de inveja
e deitaram as mãos aos Apóstolos, metendo-os na prisão pública.
Mas durante a noite, o Anjo do Senhor abriu-lhes as portas da prisão e, depois de os ter conduzido para fora, disse-lhes:
«Ide para o templo e anunciai ao povo a Palavra da Vida.»
Obedientes a essas ordens, entraram no templo de manhã cedo e começaram a ensinar. Entretanto chegou o Sumo Sacerdote com os seus sequazes; convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos filhos de Israel e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram, declarando:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta, mas depois de a abrirmos, não encontrámos ninguém no interior.»
Esta notícia pôs os sumos sacerdotes e o comandante do templo numa grande perplexidade acerca dos Apóstolos e perguntavam a si próprios o que poderia significar tudo aquilo.
Veio então alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão agora no templo a ensinar o povo.»
O comandante do templo dirigiu-se imediatamente para lá com os guardas e trouxe os Apóstolos para o Sinédrio, mas não à força, pois receavam ser apedrejados pelo povo.

Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.

Em todo o tempo, bendirei o Senhor;
o seu louvor estará sempre nos meus lábios.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
escutem e alegrem-se os humildes.-
Enaltecei comigo o Senhor;
exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele respondeu-me,
livrou-me de todos os meus temores.-
Aqueles que o contemplam ficam radiantes,
não ficarão de semblante abatido.
Quando um pobre invoca o Senhor,
Ele atende-o e liberta-o das suas angústias.-
O anjo do Senhor protege os que o adoram
e livra-os do perigo.
Saboreai e vede como o Senhor é bom;
feliz o homem que n'Ele confia!-
A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.
Evangelho segundo S. João 3,16-21.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no Filho Unigénito de Deus.
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo e os homens preferiram as trevas à Luz porque as suas obras eram más.
De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»

Bem-aventurado João Paulo II Encíclica «Dives in misericordia», § 7

«Todo aquele que n'Ele crê não perece, mas tem a vida eterna»

Que nos ensina a cruz de Jesus Cristo que é, em certo sentido, a última palavra da Sua mensagem e da Sua missão messiânica? Em certo sentido — note-se bem — porque não é ela ainda a última palavra da Aliança de Deus. A última palavra seria pronunciada na madrugada quando, primeiro as mulheres e depois os Apóstolos, ao chegarem ao sepulcro de Jesus Cristo crucificado o vão encontrar vazio e ouvem pela primeira vez este anúncio: «Ressuscitou». Depois repetirão aos outros tal anúncio e serão testemunhas de Jesus Cristo Ressuscitado.

Mas mesmo na glorificação do Filho de Deus, continua a estar presente a Cruz que, através de todo o testemunho messiânico do Homem-Filho que nela morreu, fala e não cessa de falar de Deus-Pai que é absolutamente fiel ao Seu eterno amor para com o homem, pois que «amou tanto o mundo — e portanto, o homem no mundo — que lhe deu o Seu Filho unigénito para que todo aquele que n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna».
Crer no Filho crucificado significa «ver o Pai» (Jo 14,9), significa crer que o amor está presente no mundo e que o amor é mais forte do que toda a espécie de mal em que o homem, a humanidade e o mundo estão envolvidos. Crer neste amor significa acreditar na misericórdia. Esta é, de facto, a dimensão indispensável do amor, é como que o seu segundo nome e, ao mesmo tempo, é o modo específico da sua revelação e actuação perante a realidade do mal que existe no mundo, que assedia e atinge o homem, que se insinua mesmo no seu coração e o «pode fazer perecer, na Geena» (Mt 10,28).

Quinta-feira, dia 19 de Abril de 2012

Quinta-feira da 2ª semana da Páscoa



Naqueles dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote, interrogando-os,
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Enraivecidos com tal linguagem, pensaram a sério em matá-los.
Livro de Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.

Em todo o tempo, bendirei o Senhor;
o seu louvor estará sempre nos meus lábios.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
escutem e alegrem-se os humildes.-
A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.-
O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.
Muitas são as tribulações do justo,
mas o Senhor o livra de todas elas.
Evangelho segundo S. João 3,31-36.

Aquele que vem do Alto está acima de tudo. Quem é da terra à terra pertence e fala da terra. Aquele que vem do Céu está acima de tudo
e dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho.
Quem aceita o seu testemunho reconhece que Deus é verdadeiro;
pois aquele que Deus enviou transmite as palavras de Deus porque dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e tudo põe na sua mão.
Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus.

São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas Exercício espiritual de 19/01/1642

«Aquele que Deus enviou transmite as palavras de Deus, porque dá o Espírito sem medida»

Deus dá-nos as Suas graças segundo as necessidades que temos. Deus é uma fonte à qual todos vão buscar água segundo as suas necessidades. Como uma pessoa que precisa de seis baldes e traz seis; de três, três; um pássaro que não precise mais do que um golo e é isso que toma ou um peregrino que sacia a sede com uma mão cheia de água. Acontece-nos o mesmo em relação a Deus.

Devemos sentir uma profunda emoção quando nos fidelizamos à leitura de um capítulo do Novo Testamento e produzimos os correspondentes actos: de adoração, adorando a palavra de Deus e a Sua verdade; entrando nos sentimentos com os quais Nosso Senhor os pronunciou e aceitando essas verdades; decidindo praticar essas mesmas verdades. [...] Devemos sobretudo evitar ler por uma questão de estudo, dizendo: «Esta passagem vai servir-me para esta ou aquela prédica», mas ler apenas para nosso desenvolvimento.

Não nos devemos sentir desencorajados se, depois de o ler várias vezes, um mês, dois meses, seis meses, não nos sentimos tocados. Acontece que um dia veremos uma pequena luz, noutro dia uma maior e uma maior ainda quando tivermos necessidade dela. Uma só palavra é capaz de nos converter; basta uma.

Sexta-feira, dia 20 de Abril de 2012

Sexta-feira da 2ª semana da Páscoa



Naqueles dias, ergueu-se então um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. Mandou sair os acusados por alguns momentos
e, tomando a palavra, disse: «Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens!
Nos últimos tempos, apareceu Teudas que se dizia alguém e ao qual seguiram cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada.
Depois dele, apareceu também Judas, o galileu, nos dias do recenseamento e arrastou o povo atrás dele. Morreu igualmente e todos os seus adeptos foram dispersos.
E, agora, digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si própria;
mas, se vem de Deus, não conseguireis destruí-los, sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus.» Concordaram então com as suas palavras.
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar no nome de Jesus e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus.
E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias.
Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.

O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?-
Uma só coisa peço ao Senhor e ardentemente a desejo:
é habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida
para saborear o seu encanto
e ficar em vigília no seu templo.-
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no senhor.
Evangelho segundo S. João 6,1-15.

Naquele tempo, Jesus Cristo foi para a outra margem do lago da Galileia ou de Tiberíades.
Seguia-o uma grande multidão porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes.
Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos.
Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus Cristo disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?»
Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe:
«Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.»
Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?»
Jesus Cristo disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora havia muita erva no local. Os homens (só homens, não contaram com as mulheres e as crianças) sentaram-se, pois em número de uns cinco mil.
Então Jesus Cristo tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados tal como os peixes e eles comeram quanto quiseram.
Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca».
Recolheram-nos então e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer.
Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que Jesus Cristo tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!»
Por isso, Jesus Cristo, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

Catecismo da Igreja Católica
§§1333-1335

«Era um pouco antes da Páscoa, que é a grande festa dos judeus»

Encontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Jesus Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em Sua memória, até à Sua volta gloriosa, o que Ele fez na véspera da Sua Paixão: «Tomou o pão», «Tomou o cálice cheio de vinho». Ao tornarem-se misteriosamente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Assim no ofertório agradecemos ao Criador pelo pão e pelo vinho, fruto «do trabalho do homem», mas antes «fruto da terra» e «da videira», dons do Criador. A Igreja vê neste gesto de Melquisedec, rei e sacerdote que «trouxe pão e vinho» (Gn 14,18), uma prefiguração de sua própria oferta.

Na antiga aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas eles recebem também um novo significado no contexto do êxodo: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egipto; a recordação do maná do deserto há-de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus. Finalmente o pão de todos os dias é o fruto da Terra Prometida, penhor da fidelidade de Deus às Suas promessas. O «cálice de bênção» (1Cor 10,16), no fim da refeição pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma dimensão escatológica: a da espera messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus Cristo instituiu a Sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do Pão e do Cálice.

O milagre da multiplicação dos pães quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a Seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de Sua Eucaristia. O sinal da água transformada em vinho em Caná já anuncia a hora da glorificação de Jesus Cristo. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Jesus Cristo.

Sábado, dia 21 de Abril de 2012

Sábado da 2ª semana da Páscoa



Naqueles dias, como o número de discípulos ia aumentando, houve queixas dos helenistas contra os hebreus porque as suas viúvas eram esquecidas no serviço diário.
Os Doze convocaram então a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos às mesas.
Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa.
Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.»
A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos.
A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé.

Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.

Exultai, ó justos, no Senhor;
louvai-o, rectos de coração.
Louvai o Senhor com a cítara;
cantai-lhe salmos com a harpa de dez cordas.-
As palavras do Senhor são verdadeiras,
as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a justiça e a rectidão:
A terra está cheia da bondade do Senhor.-
Os olhos do Senhor velam pelos seus fiéis,
por aqueles que esperam na sua bondade
para os libertar da morte
e os manter vivos no tempo da fome.
Evangelho segundo S. João 6,16-21.

Ao cair da tarde, os seus discípulos desceram até ao lago
e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em direcção a Cafarnaúm.
Já tinha escurecido e Jesus Cristo ainda não fora ter com eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se.
Depois de terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus Cristo que se aproximava do barco,
caminhando sobre o lago
e tiveram medo.
Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não tenhais medo!»
Quiseram recebê-lo logo no barco e o barco chegou imediatamente à terra para onde iam.
Santa Teresa-Benedita da Cruz [Édith Stein]
(1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Poesia: paráfrase ao Salmo 45

«O barco chegou imediatamente à terra para onde iam»

Quando as tempestades rebentam
Tu és, Senhor, a nossa força.
Louvar-Te-emos, Deus de fortaleza,
Nosso constante refúgio.
Aguentamos firme junto de Ti,
Em Ti pondo toda a nossa confiança,
Seja a terra abalada,
Esteja o mar encapelando.-
Podem as ondas altear e reventar
Podem as montanhas mover-se;
A alegria iluminar-nos-á,
A Cidade de Deus dá-Te graças,
Tens nela a Tua morada,
Preservas a sua santa paz.
E um poderoso rio protege
A sublime morada de Deus.-
Agitam-se os povos em loucura,
Desmorona-se o poder das nações,
Eis que Ele eleva a voz,
A terra ruge, estremecendo,
Mas o Senhor está connosco,
Deus, Senhor dos Exércitos,
Tu és para nós luz e salvação,
Nada temeremos.-
Vinde todos, vinde contemplar
Os prodígios do Seu poder:
Todas as guerras se dissipam,
A corda do arco afrouxa.
Lançai no braseiro de fogo
O escudo e a arma de guerra.
Deus, o Senhor dos Exércitos,
Está connosco e socorre-nos na tribulação.

Os meus filmes


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terça-feira, 17 de abril de 2012

Cristianismo 55


=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

No dia da Ascensão, Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?

O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparámo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica, mas como uma verdadeira «novidade» capaz de mudar as nossas vidas. Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus Cristo que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15).

Naquele belo poema que ouvimos na vigília pascal, o autor do livro do Génesis recorda-nos a obra da Criação e acaba-o contemplando: «Assim foram terminados os céus e a terra… No sétimo dia, Deus repousou de todo o trabalho por Ele realizado» (Gn 2, 1-2). É o shabbat, o dia do Senhor, o dia em que, segundo a antiga Lei, ninguém deveria trabalhar, «nem tu, nem os teus filhos e filhas, nem o teu escravo ou escravo… nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas» (Dt 5,14). Todos somos chamados a parar, diante das maravilhas da obra do Senhor Deus.

E eis que Deus decide fazer novas todas as coisas (cf. Is 65,17). Na sua bondade infinita, na sua misericórdia, perante o homem infiel e esmagado pelos seus pecados, Deus decide enviar o Seu Filho, o Verbo eterno, Jesus, Filho do homem e Filho de Deus, incarnado, morto e ressuscitado por nós e para nossa salvação. É um novo “primeiro dia”, em que Deus diz outra vez «Faça-se luz!» (Gn 1,3), não a luz que destruiu o caos inicial mas a luz sem fim, a luz que brilhará para sempre (cf. Ap 21,23). É a nova Criação que se inicia.

«Este é o dia que o Senhor fez», diz o Salmo 118 (Sl 118-117,24) que cantamos ao longo de toda a semana pascal. Contudo, nesta nova Criação, nós não somos apenas a mais bela manifestação do poder do Criador («Deus viu que era muito bom», Gn 1,31), mas fazemos parte do projeto. «Corpo de Jesus Cristo» (1 Co 12,27), «mortos e ressuscitados» com Jesus Cristo (cf. Rm 6,4), somos também atores desta salvação universal.

A liturgia oferece-nos cinquenta dias “dos nossos” para contemplarmos este “dia do Senhor”, para meditarmos e vivermos esta pertença – cinquenta dias de Páscoa! Animemo-nos uns aos outros para encontrarmos a nossa resposta pessoal a viver este apelo de anunciarmos a luz da Ressurreição, de nos tornarmos caminho de paz e de salvação para todos os homens e mulheres «por Deus amados» (cf. Lc 2,14).

Com os votos de um tempo pascal muito fecundo,

a equipa de Evangelizo em língua portuguesa

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

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Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 08 de Abril de 2012


DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR - Ano B


Festa da Igreja : Domingo de Páscoa da Ressurreição do SenhorS. Gualter (Valter) de Pontoise, abade, +1099
Santo do dia :
Santa Júlia Billiart, virgem, fundadora, +1816, Santa Cacilda, princesa moura, eremita, +1007 Livro dos Actos dos Apóstolos 10,34a.37-43.

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:«Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo porque Deus estava com Ele.
E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele que mataram, suspendendo-o de um madeiro,
Deus ressuscitou-o ao terceiro dia e permitiu-lhe manifestar-se,
não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele depois da sua ressurreição dos mortos.
E mandou-nos pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído por Deus, juiz dos vivos e dos mortos.
É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados.»

Livro de Salmos 118(117),1-2.16ab-17.22-23.

Louvai o Senhor porque Ele é bom
porque o seu amor é eterno.
Diga a casa de Israel:
«O seu amor é eterno.»-
A mão do Senhor foi magnífica;
a mão do Senhor fez maravilhas.
Não morrerei, antes viverei
para narrar as obras do Senhor.-
A pedra que os construtores rejeitaram
veio a tornar-se pedra angular.
Isto foi obra do Senhor
é um prodígio aos nossos olhos.-
Carta aos Colossenses 3,1-4.

Irmãos: Portanto já que fostes ressuscitados com Jesus Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Jesus Cristo, sentado à direita de Deus.
Aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra.
Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus.
Quando Jesus Cristo, a vossa vida, se manifestar então também vós vos manifestareis com Ele em glória.

Evangelho segundo S. João 20,1-9.

No primeiro dia da semana (sun/day - domingo), Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo (S. João Evangelista), o que Jesus Cristo amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo (S. João Evangelista) correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto chegou também Simão Pedro que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer,
pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus Cristo devia ressuscitar dos mortos. (Geralmente quando alguém falece, alguns dos seres/partes que faziam parte dele são destruídos pela sua conduta e outros que permanecem com vida regressam aos seus mundos. Portanto não é possível a reunificação. Acontece que, com Jesus Cristo nenhuma das suas partes foi condenada à destruição; todas se salvaram e isso deu-lhe direito a se reunificarem de volta (e para isso foram necessários três dias) e a Jesus Cristo voltar a ser ele mesmo. A morada é que passou a ser diferente; não a Terra, onde precisava de peso para poder cá viver; é essa a função dos ossos, mas o céu onde precisa de leveza para lá se manter e o corpo de Jesus Cristo foi preparado para esta diferença. Assim Jesus Cristo ressuscitou e, durante cinquenta dias, viveu a sua/nossa Páscoa entre a Terra e o céu porque estava preocupado com a sua Igreja e depois ascendeu ao céu; mas acredito que, de vez em quando, nos visita.)

Bem-aventurado Guerric d'Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense Sermão 1 para a Ressurreição; PL 185ª, 143; SC 202

«Porque buscais entre os mortos Aquele que vive?» (Lc 24,5)

Para mim, irmãos, «viver é Jesus Cristo e morrer é lucro» (Fil 1,21). Irei, pois para a Galileia, para o monte que Jesus Cristo nos indicou (Mt 28,16). Vê-l'O-ei e adorá-l'O-ei antes de morrer para não mais morrer depois porque «todo aquele que vê o Filho e acredita n'Ele tem a vida eterna»: «ainda que esteja morto, viverá»» (Jo 6,40; 11,25).

Agora, irmãos, em que é que a alegria do vosso coração é uma prova do vosso amor a Jesus Cristo? Por mim, eis o que penso [...]: se chegastes um dia a amar Jesus Cristo, vivo, morto ou volvido à vida, neste dia em que os mensageiros proclamam a Sua ressurreição na Igreja [...], o vosso coração exulta e exclama: «Trouxeram-me esta notícia: Jesus Cristo vive! E a esta notícia, o meu coração que estava entorpecido de dor, que definhava de desânimo e estava prestes a sucumbir ao desespero, o meu coração recobrou vida.» Com efeito, o som desta alegre mensagem reanima os pecadores que jaziam na morte. Sem ela, não nos restaria senão desesperar e enterrar no esquecimento aqueles que Jesus Cristo, subindo dos infernos, teria deixado no abismo.

Mas tu reconhecerás que o teu espírito retomou plenamente vida em Jesus Cristo se puderes dizer do fundo do coração: «Se Jesus Cristo vive, isso me basta! [...] Se Ele vive, eu vivo porque a minha vida depende d'Ele. Mais ainda, Ele é a minha vida, Ele é meu tudo. Que pode então faltar-me se Jesus Cristo vive? Mesmo que tudo o resto me faltasse, isso não teria nenhuma importância para mim desde que Jesus Cristo esteja vivo!»

Segunda-feira, dia 09 de Abril de 2012

2ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : Santo Acácio de Amida, bispo, séc. V, Beata Celestina Faron, mártir, 1944 Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.22-33.

No dia de Pentecostes, Pedro de pé com os onze Apóstolos, ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis,
este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte.
David diz a seu respeito: ‘Eu via constantemente o Senhor diante de mim porque Ele está à minha direita a fim de eu não vacilar.
Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou e até a minha carne repousará na esperança
porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a tua presença.’
Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo por estas palavras: ‘Não foi abandonado na habitação dos mortos e a sua carne não conheceu a decomposição.’
Foi este Jesus Cristo que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas.
Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.

Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.

Senhor, minha herança e meu cálice,
a minha sorte está nas tuas mãos.
Tenho sempre o Senhor diante dos meus olhos;
com Ele a meu lado, jamais vacilarei.-
Por isso, o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos,
nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.-
Hás-de ensinar-me o caminho da vida,
saciar-me de alegria na tua presença
e de delícias eternas, à tua direita.
Evangelho segundo S. Mateus 28,8-15.

Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria e correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus Cristo saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Jesus Cristo disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»
Enquanto elas iam a caminho,
alguns dos guardas
foram à cidade participar aos sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido!
Eles reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado,
deram muito dinheiro aos soldados
,
recomendando-lhes: «Dizei isto: '
De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no
.’
E se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.»
Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E
esta mentira
divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.São Nersés Snorhali (1102-1173), patriarca arménio Jesus Cristo, Filho unigénito do Pai, §§ 765-770; SC 203

«Jesus Cristo saiu ao seu encontro»

Tu que ao nascer do dia foste chorado
Pelas mulheres que perfumes levavam
Concede agora que o meu coração verta
Lágrimas de fogo por Teu amor ardente.-
E graças à boa nova que o anjo
Sentado na pedra clamava (Mt 28,2),
Faz que eu ouça o som
Da trombeta final que

anuncia a ressurreição.-
Do sepulcro novo e virgem
Ressuscitaste com Teu corpo nascido da Virgem;
Foste para nós as primícias
E o primogénito de entre mortos.-
E a mim, a quem o Inimigo prendeu
Com o mal do corporal pecado
Digna-Te libertar-me de novo
Como o fizeste às almas prisioneiras dos mortos (1P 3,19).-
No jardim te revelaste
A Maria Madalena,
Mas não permitiste que de Ti se aproximasse
Aquela que pertencia ainda à raça dos que caíram.-
Revela-Te a mim também ao oitavo dia
Na grande e derradeira madrugada;
E que nesse momento permitas
À minha alma indigna que se aproxime de Ti.

Terça-feira, dia 10 de Abril de 2012

3ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA



No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado.»
Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo para a remissão dos seus pecados; recebereis então o dom do Espírito Santo.
Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos, assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.»
Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.»
Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.

Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.

As palavras do Senhor são verdadeiras,
as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça;
a Terra está cheia da sua bondade.-
Os olhos do SENHOR velam pelos seus fiéis,
por aqueles que esperam na sua bondade
para os libertar da morte
e os manter vivos no tempo da fome.-
A nossa alma espera no Senhor;
Ele é o nosso amparo e o nosso escudo.
Venha sobre nós, Senhor, o teu amor,
pois depositamos em ti a nossa confiança.
Evangelho segundo S. João 20,11-18.

Naquele tempo, Maria Madalena estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo,
e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus Cristo, um à cabeceira e o outro aos pés.
Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo, de pé, mas não se dava conta que era Ele. (seria muito difícil ela pensar que seria Jesus Cristo, pois ela o viu falecer na cruz e viu ser transportado morto para o túmulo)
E Jesus Cristo disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.»
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!»
Jesus Cristo disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai que é vosso Pai; para o meu Deus que é vosso Deus.'» (Aqui Jesus Cristo faz diferença entre Deus e o Pai)
Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.

São Máximo de Turim (? – c. 420), bispo Sermão 39 a

«Vai ter com os Meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o Meu Pai que é vosso Pai'»

Depois da Ressurreição, Maria Madalena, imaginando-O prisioneiro da Terra, vai ao sepulcro à procura do Senhor, esquecida da Sua promessa de regressar dos mortos ao terceiro dia. (1.º – 6.ª-feira; 2.º – sábado; 3.º - domingo) [...] A sua fé humilde, mas ignorante leva-a a procurar aquilo que não sabe e a esquecer aquilo que aprendeu; está pronta para a adoração, mas a sua fé é ainda imperfeita. Está mais preocupada com as feridas que o Senhor sofreu na Sua carne do que com a glória da Sua Ressurreição. Chora porque ama a Jesus Cristo e aflige-se por não encontrar o Seu corpo, pois imagina morto Aquele que já reinava. […]

Assim à bem-aventurada Madalena foi feita a censura de demorar a crer (Lc 24,5ss), pois tarde havia reconhecido o Senhor. Por isso lhe diz o Salvador: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai» [...], ou seja, porque queres tocar-Me, tu, que ao procurar-Me por entre os túmulos, não crês que Eu tenha subido para junto do Pai, tu, que ao procurar-Me nos infernos, duvidas de que Eu tenha regressado ao Céu, tu, que ao procurar-Me entre os mortos, não esperas ver-Me vivo à direita do Pai? E por isso lhe diz: «Ainda não subi para o Pai», quer dizer, para ti ainda não subiu para o Pai Aquele que a tua fé ainda retém no sepulcro. […]

Por isso, quem quiser tocar o Senhor deve de antemão, na sua fé, colocá-Lo à direita de Deus e o seu coração, em vez de O procurar entre os mortos, deve tê-Lo no Céu, uma vez que o Senhor subiu para o Pai e está sempre com o Pai: «o Verbo estava em Deus
e o Verbo era Deus» (Jo 1,1). São Paulo ensina-nos como procurar o Salvador no Céu, ao dizer: «procurai as coisas do alto, onde está Jesus Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3,1) e para que não façamos como Maria Madalena, acrescenta: «aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra» (Cl 3,2). Assim, se quisermos encontrar o Salvador e tocá-Lo, não é nem na terra nem debaixo dela, segundo a carne, que devemos indagar por Ele, mas na glória da divina majestade.

Quarta-feira, dia 11 de Abril de 2012

4ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : Nossa Senhora dos Prazeres, Santo Estanislau, bispo, mártir, +1097, Santa Gema Galgani, Beata Elena Guerra, virgem, +1914 Livro dos Actos dos Apóstolos 3,1-10.

Naqueles dias, Pedro e João subiam ao templo para a oração das três horas da tarde.
Era para ali levado um homem coxo desde o ventre materno que todos os dias colocavam à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola àqueles que entravam.
Ao ver Pedro e João entrarem no templo, pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João, olhando-o fixamente, disse-lhe: «Olha para nós.»
O coxo tinha os olhos nos dois, esperando receber alguma coisa deles.
Mas Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, levanta-te e anda!»
E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante, os pés e os artelhos se lhe tornaram firmes.
De um salto, pôs-se de pé, começou a andar e entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
Todo o povo o viu caminhar e louvar a Deus.
Bem o conheciam como sendo aquele que costumava sentar-se à Porta Formosa do templo a mendigar; ficaram cheios de assombro e estupefactos com o que lhe acabava de suceder.

Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.

Louvai o Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-lhe hinos e salmos,
proclamai as suas maravilhas.-
Orgulhai-vos do seu nome santo;
alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Recorrei ao Senhor e ao seu poder
e buscai sempre a sua face.-
Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.-
Ele recordará sempre a sua aliança,
a promessa que jurou manter por mil gerações,
o pacto que fez com Abraão
e aquele juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.

Dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.
Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus Cristo e pôs-se com eles a caminho;
os seus olhos, porém estavam impedidos de o reconhecer. (pelos mesmos motivos de Madalena)
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados porque foram ao sepulcro de madrugada
e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos que afirmavam que Ele vivia.
Então alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele, não o viram.»
Jesus Cristo disse-lhes então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?»
E começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante.
Os outros, porém insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles.
E quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho.
Então os seus olhos (dos discípulos) abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um ao outro: «Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros,
que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.

São Leão Magno (?-c. 461), Papa e Doutor da Igreja Primeiro Sermão para a Ascensão

«Então seus olhos abriram-se»«Então seus olhos abriram-se»

Os dias que decorreram entre a ressurreição do Senhor e a Sua ascensão não foram desprovidos de acontecimentos: houve grandes mistérios que foram confirmados, grandes verdades que foram reveladas. Foi então que foi abolido o medo amargo da morte e que foi manifestada a imortalidade, não apenas da alma, mas também da carne. […]

Naqueles dias, o Senhor junta-Se a dois discípulos e acompanha-os no caminho e, a fim de dissipar em nós todas as trevas da dúvida, censura estes homens amedrontados pela sua lentidão em compreender. Os corações que Ele ilumina vêem acender-se neles a chama da fé; estavam desalentados e enchem-se de ardor quando o Senhor os faz compreender as Escrituras. À fracção do pão abrem-se os olhos dos que estão à mesa com Ele: vêem a glorificação da sua natureza humana e sentem uma felicidade bem maior do que os nossos primeiros pais, cujos olhos se abriram sobre a vergonha da sua desobediência (Gn 3,7).

Como os discípulos permanecessem perturbados perante estas e outras maravilhas, o Senhor apareceu no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco» (Lc 24,36, Jo 20,26). Para que não permanecessem nestes pensamentos que os perturbavam, [...] revelou aos seus olhos hesitantes os vestígios da cruz nas Suas mãos e nos Seus pés. [...] Deste modo, não seria com uma fé hesitante, mas com convicção segura que eles afirmariam que o corpo que ia sentar-Se no trono de Deus Pai era efectivamente Aquele que tinha descansado na sepultura. Eis o que a bondade de Deus ensinou tão cuidadosamente durante o tempo que mediou entre a ressurreição e a ascensão, eis o que mostrou aos olhos e ao coração dos Seus amigos: o Senhor Jesus Cristo que tinha nascido verdadeiramente, verdadeiramente sofreu e morreu e ressuscitou verdadeiramente.

Quinta-feira, dia 12 de Abril de 2012

5ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA



Naqueles dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro dirigiu a palavra ao povo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque nos olhais como se tivéssemos feito andar este homem por nosso próprio poder ou piedade?
O Deus de Abraão, de Isaac e Jacob, o Deus dos nossos pais, glorificou o seu servo Jesus Cristo que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a libertá-lo.

Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino.
Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos e disso nós somos testemunhas.
Pela fé no seu nome, este homem que vedes e conheceis, recobrou as forças. Foi a fé que dele (Jesus Cristo) nos vem que curou completamente este homem na vossa presença.
Agora, irmãos, sei que agistes por ignorância como também os vossos chefes.
Dessa forma, Deus cumpriu o que antecipadamente anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Arrependei-vos, portanto e convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados
e assim o Senhor vos conceda os tempos de conforto quando Ele enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus,
que deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas de que Deus falou outrora pela boca dos seus santos profetas.
Moisés disse: ‘O Senhor Deus suscitar-vos-á um Profeta como eu, de entre os vossos irmãos. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser.
Quem não escutar esse Profeta, será exterminado do meio do povo.’
E por outro lado, todos os profetas que falaram desde Samuel anunciaram igualmente estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus concluiu com os vossos pais quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra.’
Foi primeiramente para vós que Deus suscitou o seu Servo e o enviou para vos abençoar e para afastar cada um de vós as vossas más acções
Livro de Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.

Senhor, nosso Deus,
como é admirável o teu nome em toda a Terra!
Que é o homem para te lembrares dele,
o filho do homem para com ele te preocupares?-
Quase fizeste dele um ser divino;
de glória e de honra o coroaste;
deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos,
tudo submeteste a seus pés:-
Rebanhos e gado, sem excepção,
e até mesmo os animais bravios;
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que percorre os caminhos do oceano.
Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
Enquanto isto diziam, Jesus Cristo
apresentou-se no meio deles
e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» (sem abrir portas ou caminhar como nós porque todo o corpo de Jesus Cristo já estava preparado para viver no céu, no etéreo)Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes então: «Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos
como verificais que Eu tenho.»
Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?»
Deram-lhe um bocado de peixe assado
e, tomando-o,
comeu diante deles
.
Depois disse-lhes: «Estas foram as palavras que vos disse quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos.»
Abriu-lhes então o entendimento
para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia;
que havia de ser anunciada, em seu nome,
a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos
, começando por Jerusalém.
Vós sois as testemunhas destas coisas.
São Pedro Crisólogo
(c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 31, oitavo sobre a ressurreição do Senhor

«Tocai-Me e olhai»

Depois da ressurreição, como o Senhor entrou com todas as portas fechadas (cf. Jo 20,19), e os discípulos não acreditavam que Ele tivesse reencontrado a realidade do Seu corpo: supunham que apenas a Sua alma tivesse vindo, sob uma aparência corporal, como as imagens que aparecem àqueles que sonham durante o sono. «Eles julgavam ver um espírito». […]

«Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as Minhas mãos e os Meus pés». Vede, quer dizer: prestai atenção. Porquê? Porque não é um sonho que estais a ter. Vede as Minhas mãos e os Meus pés porque, com os vossos olhos acabrunhados, não podeis ainda contemplar o Meu rosto. Vede as feridas da Minha carne, uma vez que ainda não conseguis ver as obras de Deus. Contemplai as marcas feitas pelos Meus inimigos, uma vez que ainda não vedes as manifestações de Deus. Tocai-Me para que a vossas mãos vos dêem a prova, visto os vossos olhos estarem cegos a esse ponto. [...] Descobri os buracos nas Minhas mãos, analisai o Meu lado, reabri as Minhas feridas, pois não posso recusar aos Meus discípulos, tendo em vista a fé, o que não recusei aos Meus inimigos no suplício. Tocai, tocai [...], buscai até aos ossos para confirmar a realidade da carne e que estas feridas, ainda abertas, atestem que sou mesmo Eu […]

Porque não acreditais que ressuscitei, Eu que fiz reviver vários mortos à vossa vista? [...] Quando estava suspenso na cruz, insultavam-Me dizendo: «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo! Se és Filho de Deus, desce da cruz e acreditaremos!» (cf. Mt 27,40). O que é mais difícil: descer da cruz, arrancando os pregos ou subir dos infernos, calcando a morte sob os Meus pés? Eis que Me salvei a Mim mesmo e, destruindo as cadeias do inferno, subi para o mundo do alto.

Sexta-feira, dia 13 de Abril de 2012

6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : S. Martinho I, papa, +656, Santo Hermenegildo, rei visigótico, mártir, +585 Livro dos Actos dos Apóstolos 4,1-12.

Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém
com o Sumo Sacerdote Anás e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus de Nazaré, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»

Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.

Louvai o Senhor porque Ele é bom
porque o seu amor é eterno.
O Senhor é o meu refúgio e a minha força;
Ele é a minha salvação.
Ouvem-se vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos:-
Digam os que crêem no Senhor:
«O seu amor é eterno.»
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular.-
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
Evangelho segundo S. João 21,1-14.

Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então o discípulo que Jesus Cristo amava (S. João Evangelista) disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa porque estava sem mais roupa e lançou-se à água. (nadando para a margem)
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus Cristo disse-lhes: «Trazei os peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Papa Bento XVI Homilia da missa inaugural do pontificado, 24/04/05

«De futuro, serás pescador de homens»

A chamada de Pedro para ser pastor (Jo 21,15-17) [...] acontece depois de uma pesca abundante: depois de uma noite durante a qual tinham lançado as redes sem pescar nada, os discípulos vêem na margem do lago o Senhor Ressuscitado. Ele diz-lhes que voltem a pescar mais uma vez e eis que a rede se enche tanto que eles não conseguem tirá-la para fora da água: cento e cinquenta e três peixes grandes. «E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu» (Jo 21,11).

Esta narração do final do caminho terreno de Jesus Cristo com os Seus discípulos corresponde a uma narração do início: também então os discípulos não tinham pescado nada durante toda a noite; também então Jesus Cristo tinha convidado Simão a fazer-se ao largo mais uma vez. E Simão, que ainda não era chamado Pedro, deu esta admirável resposta: Mestre, porque Tu o dizes, lançarei as redes! E eis que Jesus Cristo lhe confere a sua missão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens» (Lc 5,1-11).

Também hoje é dito à Igreja e aos sucessores dos apóstolos que se façam ao largo no mar da história e que lancem as redes para conquistar os homens (mulheres e crianças) para o Evangelho, para Deus, para Jesus Cristo, para a vida. Os Padres dedicaram um comentário muito particular a esta tarefa. Dizem eles: para o peixe, criado para a água, é mortal ser tirado para fora do mar; ele é privado do seu elemento vital para servir de alimento ao homem. Mas na missão do pescador de homens acontece o contrário: nós, homens, vivemos alienados nas águas salgadas do sofrimento e da morte, num mar de obscuridade sem luz; a rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim na missão de pescador de homens, no seguimento de Jesus Cristo: é necessário conduzir os homens para fora do mar salgado de todas as alienações, rumo à Terra da vida, rumo à luz de Deus. É precisamente assim: nós existimos para mostrar Deus aos homens.

Sábado, dia 14 de Abril de 2012

SÁBADO NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : S. Pedro Gonçalves Telmo, confessor, +1246, Santa Ludovina (Liduina), virgem, +1433, Santo Abôndio Livro dos Actos dos Apóstolos 4,13-21.

Naqueles dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas ao verem a firmeza de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado com Jesus Cristo,
mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar.
Mandaram-nos então sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar:
«Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo.
No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamo-los com ameaças, de falar doravante a quem quer que seja nesse nome (de Jesus Cristo).»
Chamaram-nos então e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus Cristo.
Mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus.
Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos
Eles então com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido.

Livro de Salmos 118(117),1.14-15.16ab-18.19-21.

Louvai o Senhor porque Ele é bom
porque o seu amor é eterno.
O Senhor é o meu refúgio e a minha força;
Ele é a minha salvação.
Ouvem-se vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos:-
A mão do Senhor fez maravilhas,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.-

Abri-me as portas da justiça:
quero entrar para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu te agradecerei porque me respondeste,
porque foste o meu salvador.
Evangelho segundo S. Marcos 16,9-15.

Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus Cristo apareceu primeiramente a Maria de Magdala (Madalena), da qual expulsara sete demónios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto.
Mas eles, ouvindo dizer que Jesus Cristo estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, Jesus Cristo apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo (de Emaús).
Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.
Apareceu finalmente aos próprios Onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.

São Romano (? -c. 560), compositor de hinos Hino «A Missão dos Apóstolos», 13ss.

«Proclamai o Evangelho a toda a criatura»

«De uma vez por todas digo aos Meus santos: ide pelo mundo inteiro, pelas nações e pelos reinos e fazei discípulos porque tudo Me foi entregue por Aquele que Me gerou (cf. Mt 28,18-19), tanto o mundo superior como o inferior, dos quais Eu era o Senhor antes mesmo de ter tomado a carne. Agora tomei posse do Meu reinado sobre todo o Universo e tenho em vós um conselho de ministros sagrados, Eu, que sou o único que conhece as profundezas dos corações.

«Ide a todas as nações. Tendo lançado à terra a semente do arrependimento, irrigai-a com os vossos ensinamentos.» Escutando estas palavras, os apóstolos olhavam uns para os outros, meneando a cabeça: «De onde nos virão a voz e a língua para falar a todos? Quem nos dará forças para lutar com os povos e as nações como Tu nos ordenaste, a nós que nem temos letras nem cultura, humildes pecadores que somos, sendo Tu o único a conhecer as profundezas dos corações?»

«Não atormenteis o vosso coração, que o Inimigo não vos perturbe o espírito. Não penseis mais como criancinhas. [...] Não quero vencer pela força, é através dos fracos que opero. Não procuro os que gostam de filosofar: escolhi 'aquilo que é louco aos olhos do mundo' (cf. 1Co 1,27), Eu, que sou o único a conhecer as profundezas dos corações.

«Ide, portanto, a toda a Criação. Regai com os vossos ensinamentos a semente do arrependimento que semeastes. Velai para que nenhuma alma penitente se quede fora da vossa rede. Comprazo-Me naqueles que voltam para Mim como vós também sabeis. Ah, até aquele que Me traiu, se tivesse voltado para Mim depois de Me ter vendido! Apagando o seu pecado, tê-lo-ia reunido a vós, Eu que sou o único que conhece as profundezas dos corações. […]

«Dizei-lhes que sou Deus e que Eu, o Inexprimível, tomei a condição de servo (Fl 2,7). Mostrai-lhes como fiz Minhas as feridas da carne. [...] Enterrado por ter sido condenado, pilhei o inferno porque Eu sou o Senhor.» Fortalecidos pelas Suas palavras, os Apóstolos disseram ao Criador: «Tu és o Deus que era antes dos séculos e jamais terás fim. [...] Proclamar-Te-emos como nos ordenaste. Fica connosco, sê o nosso defensor, Tu que és o único que conhece as profundezas dos corações.»

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=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

No dia da Ascensão, Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?

O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparámo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica, mas como uma verdadeira «novidade» capaz de mudar as nossas vidas. Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus Cristo que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15).

Naquele belo poema que ouvimos na vigília pascal, o autor do livro do Génesis recorda-nos a obra da Criação e acaba-o contemplando: «Assim foram terminados os céus e a terra… No sétimo dia, Deus repousou de todo o trabalho por Ele realizado» (Gn 2, 1-2). É o shabbat, o dia do Senhor, o dia em que, segundo a antiga Lei, ninguém deveria trabalhar, «nem tu, nem os teus filhos e filhas, nem o teu escravo ou escravo… nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas» (Dt 5,14). Todos somos chamados a parar, diante das maravilhas da obra do Senhor Deus.

E eis que Deus decide fazer novas todas as coisas (cf. Is 65,17). Na sua bondade infinita, na sua misericórdia, perante o homem infiel e esmagado pelos seus pecados, Deus decide enviar o Seu Filho, o Verbo eterno, Jesus, Filho do homem e Filho de Deus, incarnado, morto e ressuscitado por nós e para nossa salvação. É um novo “primeiro dia”, em que Deus diz outra vez «Faça-se luz!» (Gn 1,3), não a luz que destruiu o caos inicial mas a luz sem fim, a luz que brilhará para sempre (cf. Ap 21,23). É a nova Criação que se inicia.

«Este é o dia que o Senhor fez», diz o Salmo 118 (Sl 118-117,24) que cantamos ao longo de toda a semana pascal. Contudo, nesta nova Criação, nós não somos apenas a mais bela manifestação do poder do Criador («Deus viu que era muito bom», Gn 1,31), mas fazemos parte do projeto. «Corpo de Jesus Cristo» (1 Co 12,27), «mortos e ressuscitados» com Jesus Cristo (cf. Rm 6,4), somos também atores desta salvação universal.

A liturgia oferece-nos cinquenta dias “dos nossos” para contemplarmos este “dia do Senhor”, para meditarmos e vivermos esta pertença – cinquenta dias de Páscoa! Animemo-nos uns aos outros para encontrarmos a nossa resposta pessoal a viver este apelo de anunciarmos a luz da Ressurreição, de nos tornarmos caminho de paz e de salvação para todos os homens e mulheres «por Deus amados» (cf. Lc 2,14).

Com os votos de um tempo pascal muito fecundo,

a equipa de Evangelizo em língua portuguesa

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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 08 de Abril de 2012


DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR - Ano B


Festa da Igreja : Domingo de Páscoa da Ressurreição do SenhorS. Gualter (Valter) de Pontoise, abade, +1099
Santo do dia :
Santa Júlia Billiart, virgem, fundadora, +1816, Santa Cacilda, princesa moura, eremita, +1007 Livro dos Actos dos Apóstolos 10,34a.37-43.

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:«Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: como Deus ungiu com o Espírito Santo e com o poder a Jesus de Nazaré, o qual andou de lugar em lugar, fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo diabo porque Deus estava com Ele.
E nós somos testemunhas do que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. A Ele que mataram, suspendendo-o de um madeiro,
Deus ressuscitou-o ao terceiro dia e permitiu-lhe manifestar-se,
não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele depois da sua ressurreição dos mortos.
E mandou-nos pregar ao povo e confirmar que Ele é que foi constituído por Deus, juiz dos vivos e dos mortos.
É dele que todos os profetas dão testemunho: quem acredita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados.»

Livro de Salmos 118(117),1-2.16ab-17.22-23.

Louvai o Senhor porque Ele é bom
porque o seu amor é eterno.
Diga a casa de Israel:
«O seu amor é eterno.»-
A mão do Senhor foi magnífica;
a mão do Senhor fez maravilhas.
Não morrerei, antes viverei
para narrar as obras do Senhor.-
A pedra que os construtores rejeitaram
veio a tornar-se pedra angular.
Isto foi obra do Senhor
é um prodígio aos nossos olhos.-
Carta aos Colossenses 3,1-4.

Irmãos: Portanto já que fostes ressuscitados com Jesus Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Jesus Cristo, sentado à direita de Deus.
Aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra.
Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus.
Quando Jesus Cristo, a vossa vida, se manifestar então também vós vos manifestareis com Ele em glória.

Evangelho segundo S. João 20,1-9.

No primeiro dia da semana (sun/day - domingo), Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo (S. João Evangelista), o que Jesus Cristo amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo (S. João Evangelista) correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou.
Entretanto chegou também Simão Pedro que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer,
pois ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus Cristo devia ressuscitar dos mortos. (Geralmente quando alguém falece, alguns dos seres/partes que faziam parte dele são destruídos pela sua conduta e outros que permanecem com vida regressam aos seus mundos. Portanto não é possível a reunificação. Acontece que, com Jesus Cristo nenhuma das suas partes foi condenada à destruição; todas se salvaram e isso deu-lhe direito a se reunificarem de volta (e para isso foram necessários três dias) e a Jesus Cristo voltar a ser ele mesmo. A morada é que passou a ser diferente; não a Terra, onde precisava de peso para poder cá viver; é essa a função dos ossos, mas o céu onde precisa de leveza para lá se manter e o corpo de Jesus Cristo foi preparado para esta diferença. Assim Jesus Cristo ressuscitou e, durante cinquenta dias, viveu a sua/nossa Páscoa entre a Terra e o céu porque estava preocupado com a sua Igreja e depois ascendeu ao céu; mas acredito que, de vez em quando, nos visita.)

Bem-aventurado Guerric d'Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense Sermão 1 para a Ressurreição; PL 185ª, 143; SC 202

«Porque buscais entre os mortos Aquele que vive?» (Lc 24,5)

Para mim, irmãos, «viver é Jesus Cristo e morrer é lucro» (Fil 1,21). Irei, pois para a Galileia, para o monte que Jesus Cristo nos indicou (Mt 28,16). Vê-l'O-ei e adorá-l'O-ei antes de morrer para não mais morrer depois porque «todo aquele que vê o Filho e acredita n'Ele tem a vida eterna»: «ainda que esteja morto, viverá»» (Jo 6,40; 11,25).

Agora, irmãos, em que é que a alegria do vosso coração é uma prova do vosso amor a Jesus Cristo? Por mim, eis o que penso [...]: se chegastes um dia a amar Jesus Cristo, vivo, morto ou volvido à vida, neste dia em que os mensageiros proclamam a Sua ressurreição na Igreja [...], o vosso coração exulta e exclama: «Trouxeram-me esta notícia: Jesus Cristo vive! E a esta notícia, o meu coração que estava entorpecido de dor, que definhava de desânimo e estava prestes a sucumbir ao desespero, o meu coração recobrou vida.» Com efeito, o som desta alegre mensagem reanima os pecadores que jaziam na morte. Sem ela, não nos restaria senão desesperar e enterrar no esquecimento aqueles que Jesus Cristo, subindo dos infernos, teria deixado no abismo.

Mas tu reconhecerás que o teu espírito retomou plenamente vida em Jesus Cristo se puderes dizer do fundo do coração: «Se Jesus Cristo vive, isso me basta! [...] Se Ele vive, eu vivo porque a minha vida depende d'Ele. Mais ainda, Ele é a minha vida, Ele é meu tudo. Que pode então faltar-me se Jesus Cristo vive? Mesmo que tudo o resto me faltasse, isso não teria nenhuma importância para mim desde que Jesus Cristo esteja vivo!»

Segunda-feira, dia 09 de Abril de 2012

2ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : Santo Acácio de Amida, bispo, séc. V, Beata Celestina Faron, mártir, 1944 Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.22-33.

No dia de Pentecostes, Pedro de pé com os onze Apóstolos, ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras: «Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.
Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis,
este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte.
David diz a seu respeito: ‘Eu via constantemente o Senhor diante de mim porque Ele está à minha direita a fim de eu não vacilar.
Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou e até a minha carne repousará na esperança
porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a tua presença.’
Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo por estas palavras: ‘Não foi abandonado na habitação dos mortos e a sua carne não conheceu a decomposição.’
Foi este Jesus Cristo que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas.
Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.

Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.

Senhor, minha herança e meu cálice,
a minha sorte está nas tuas mãos.
Tenho sempre o Senhor diante dos meus olhos;
com Ele a meu lado, jamais vacilarei.-
Por isso, o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos,
nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.-
Hás-de ensinar-me o caminho da vida,
saciar-me de alegria na tua presença
e de delícias eternas, à tua direita.
Evangelho segundo S. Mateus 28,8-15.

Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria e correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus Cristo saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele.
Jesus Cristo disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»
Enquanto elas iam a caminho,
alguns dos guardas
foram à cidade participar aos sumos sacerdotes tudo o que tinha acontecido!
Eles reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado,
deram muito dinheiro aos soldados
,
recomendando-lhes: «Dizei isto: '
De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no
.’
E se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.»
Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E
esta mentira
divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.São Nersés Snorhali (1102-1173), patriarca arménio Jesus Cristo, Filho unigénito do Pai, §§ 765-770; SC 203

«Jesus Cristo saiu ao seu encontro»

Tu que ao nascer do dia foste chorado
Pelas mulheres que perfumes levavam
Concede agora que o meu coração verta
Lágrimas de fogo por Teu amor ardente.-
E graças à boa nova que o anjo
Sentado na pedra clamava (Mt 28,2),
Faz que eu ouça o som
Da trombeta final que

anuncia a ressurreição.-
Do sepulcro novo e virgem
Ressuscitaste com Teu corpo nascido da Virgem;
Foste para nós as primícias
E o primogénito de entre mortos.-
E a mim, a quem o Inimigo prendeu
Com o mal do corporal pecado
Digna-Te libertar-me de novo
Como o fizeste às almas prisioneiras dos mortos (1P 3,19).-
No jardim te revelaste
A Maria Madalena,
Mas não permitiste que de Ti se aproximasse
Aquela que pertencia ainda à raça dos que caíram.-
Revela-Te a mim também ao oitavo dia
Na grande e derradeira madrugada;
E que nesse momento permitas
À minha alma indigna que se aproxime de Ti.

Terça-feira, dia 10 de Abril de 2012

3ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA



No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado.»
Ouvindo estas palavras, ficaram emocionados até ao fundo do coração e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um o baptismo em nome de Jesus Cristo para a remissão dos seus pecados; recebereis então o dom do Espírito Santo.
Na verdade, a promessa de Deus é para vós, para os vossos filhos, assim como para todos os que estão longe: para todos os que o Senhor nosso Deus quiser chamar.»
Com estas e muitas outras palavras, Pedro exortava-os e dizia-lhes: «Afastai-vos desta geração perversa.»
Os que aceitaram a sua palavra receberam o baptismo e, naquele dia, juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas.

Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.

As palavras do Senhor são verdadeiras,
as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a rectidão e a justiça;
a Terra está cheia da sua bondade.-
Os olhos do SENHOR velam pelos seus fiéis,
por aqueles que esperam na sua bondade
para os libertar da morte
e os manter vivos no tempo da fome.-
A nossa alma espera no Senhor;
Ele é o nosso amparo e o nosso escudo.
Venha sobre nós, Senhor, o teu amor,
pois depositamos em ti a nossa confiança.
Evangelho segundo S. João 20,11-18.

Naquele tempo, Maria Madalena estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo,
e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus Cristo, um à cabeceira e o outro aos pés.
Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo, de pé, mas não se dava conta que era Ele. (seria muito difícil ela pensar que seria Jesus Cristo, pois ela o viu falecer na cruz e viu ser transportado morto para o túmulo)
E Jesus Cristo disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.»
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!»
Jesus Cristo disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai que é vosso Pai; para o meu Deus que é vosso Deus.'» (Aqui Jesus Cristo faz diferença entre Deus e o Pai)
Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito.

São Máximo de Turim (? – c. 420), bispo Sermão 39 a

«Vai ter com os Meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o Meu Pai que é vosso Pai'»

Depois da Ressurreição, Maria Madalena, imaginando-O prisioneiro da Terra, vai ao sepulcro à procura do Senhor, esquecida da Sua promessa de regressar dos mortos ao terceiro dia. (1.º – 6.ª-feira; 2.º – sábado; 3.º - domingo) [...] A sua fé humilde, mas ignorante leva-a a procurar aquilo que não sabe e a esquecer aquilo que aprendeu; está pronta para a adoração, mas a sua fé é ainda imperfeita. Está mais preocupada com as feridas que o Senhor sofreu na Sua carne do que com a glória da Sua Ressurreição. Chora porque ama a Jesus Cristo e aflige-se por não encontrar o Seu corpo, pois imagina morto Aquele que já reinava. […]

Assim à bem-aventurada Madalena foi feita a censura de demorar a crer (Lc 24,5ss), pois tarde havia reconhecido o Senhor. Por isso lhe diz o Salvador: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai» [...], ou seja, porque queres tocar-Me, tu, que ao procurar-Me por entre os túmulos, não crês que Eu tenha subido para junto do Pai, tu, que ao procurar-Me nos infernos, duvidas de que Eu tenha regressado ao Céu, tu, que ao procurar-Me entre os mortos, não esperas ver-Me vivo à direita do Pai? E por isso lhe diz: «Ainda não subi para o Pai», quer dizer, para ti ainda não subiu para o Pai Aquele que a tua fé ainda retém no sepulcro. […]

Por isso, quem quiser tocar o Senhor deve de antemão, na sua fé, colocá-Lo à direita de Deus e o seu coração, em vez de O procurar entre os mortos, deve tê-Lo no Céu, uma vez que o Senhor subiu para o Pai e está sempre com o Pai: «o Verbo estava em Deus
e o Verbo era Deus» (Jo 1,1). São Paulo ensina-nos como procurar o Salvador no Céu, ao dizer: «procurai as coisas do alto, onde está Jesus Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3,1) e para que não façamos como Maria Madalena, acrescenta: «aspirai às coisas do alto e não às coisas da Terra» (Cl 3,2). Assim, se quisermos encontrar o Salvador e tocá-Lo, não é nem na terra nem debaixo dela, segundo a carne, que devemos indagar por Ele, mas na glória da divina majestade.

Quarta-feira, dia 11 de Abril de 2012

4ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : Nossa Senhora dos Prazeres, Santo Estanislau, bispo, mártir, +1097, Santa Gema Galgani, Beata Elena Guerra, virgem, +1914 Livro dos Actos dos Apóstolos 3,1-10.

Naqueles dias, Pedro e João subiam ao templo para a oração das três horas da tarde.
Era para ali levado um homem coxo desde o ventre materno que todos os dias colocavam à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola àqueles que entravam.
Ao ver Pedro e João entrarem no templo, pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João, olhando-o fixamente, disse-lhe: «Olha para nós.»
O coxo tinha os olhos nos dois, esperando receber alguma coisa deles.
Mas Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, levanta-te e anda!»
E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o. No mesmo instante, os pés e os artelhos se lhe tornaram firmes.
De um salto, pôs-se de pé, começou a andar e entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
Todo o povo o viu caminhar e louvar a Deus.
Bem o conheciam como sendo aquele que costumava sentar-se à Porta Formosa do templo a mendigar; ficaram cheios de assombro e estupefactos com o que lhe acabava de suceder.

Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.

Louvai o Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-lhe hinos e salmos,
proclamai as suas maravilhas.-
Orgulhai-vos do seu nome santo;
alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Recorrei ao Senhor e ao seu poder
e buscai sempre a sua face.-
Descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu eleito,
O Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.-
Ele recordará sempre a sua aliança,
a promessa que jurou manter por mil gerações,
o pacto que fez com Abraão
e aquele juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.

Dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém
e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.
Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus Cristo e pôs-se com eles a caminho;
os seus olhos, porém estavam impedidos de o reconhecer. (pelos mesmos motivos de Madalena)
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!»
Perguntou-lhes Ele: «Que foi?» Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados porque foram ao sepulcro de madrugada
e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos que afirmavam que Ele vivia.
Então alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele, não o viram.»
Jesus Cristo disse-lhes então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para crer em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?»
E começando por Moisés e seguindo por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para diante.
Os outros, porém insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles.
E quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir, entregou-lho.
Então os seus olhos (dos discípulos) abriram-se e reconheceram-no; mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um ao outro: «Não nos ardia o coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Levantando-se, voltaram imediatamente para Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os seus companheiros,
que lhes disseram: «Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão
E eles contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.

São Leão Magno (?-c. 461), Papa e Doutor da Igreja Primeiro Sermão para a Ascensão

«Então seus olhos abriram-se»«Então seus olhos abriram-se»

Os dias que decorreram entre a ressurreição do Senhor e a Sua ascensão não foram desprovidos de acontecimentos: houve grandes mistérios que foram confirmados, grandes verdades que foram reveladas. Foi então que foi abolido o medo amargo da morte e que foi manifestada a imortalidade, não apenas da alma, mas também da carne. […]

Naqueles dias, o Senhor junta-Se a dois discípulos e acompanha-os no caminho e, a fim de dissipar em nós todas as trevas da dúvida, censura estes homens amedrontados pela sua lentidão em compreender. Os corações que Ele ilumina vêem acender-se neles a chama da fé; estavam desalentados e enchem-se de ardor quando o Senhor os faz compreender as Escrituras. À fracção do pão abrem-se os olhos dos que estão à mesa com Ele: vêem a glorificação da sua natureza humana e sentem uma felicidade bem maior do que os nossos primeiros pais, cujos olhos se abriram sobre a vergonha da sua desobediência (Gn 3,7).

Como os discípulos permanecessem perturbados perante estas e outras maravilhas, o Senhor apareceu no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco» (Lc 24,36, Jo 20,26). Para que não permanecessem nestes pensamentos que os perturbavam, [...] revelou aos seus olhos hesitantes os vestígios da cruz nas Suas mãos e nos Seus pés. [...] Deste modo, não seria com uma fé hesitante, mas com convicção segura que eles afirmariam que o corpo que ia sentar-Se no trono de Deus Pai era efectivamente Aquele que tinha descansado na sepultura. Eis o que a bondade de Deus ensinou tão cuidadosamente durante o tempo que mediou entre a ressurreição e a ascensão, eis o que mostrou aos olhos e ao coração dos Seus amigos: o Senhor Jesus Cristo que tinha nascido verdadeiramente, verdadeiramente sofreu e morreu e ressuscitou verdadeiramente.

Quinta-feira, dia 12 de Abril de 2012

5ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA



Naqueles dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro dirigiu a palavra ao povo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque nos olhais como se tivéssemos feito andar este homem por nosso próprio poder ou piedade?
O Deus de Abraão, de Isaac e Jacob, o Deus dos nossos pais, glorificou o seu servo Jesus Cristo que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a libertá-lo.

Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino.
Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos e disso nós somos testemunhas.
Pela fé no seu nome, este homem que vedes e conheceis, recobrou as forças. Foi a fé que dele (Jesus Cristo) nos vem que curou completamente este homem na vossa presença.
Agora, irmãos, sei que agistes por ignorância como também os vossos chefes.
Dessa forma, Deus cumpriu o que antecipadamente anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Arrependei-vos, portanto e convertei-vos para que os vossos pecados sejam apagados
e assim o Senhor vos conceda os tempos de conforto quando Ele enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus,
que deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas de que Deus falou outrora pela boca dos seus santos profetas.
Moisés disse: ‘O Senhor Deus suscitar-vos-á um Profeta como eu, de entre os vossos irmãos. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser.
Quem não escutar esse Profeta, será exterminado do meio do povo.’
E por outro lado, todos os profetas que falaram desde Samuel anunciaram igualmente estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus concluiu com os vossos pais quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra.’
Foi primeiramente para vós que Deus suscitou o seu Servo e o enviou para vos abençoar e para afastar cada um de vós as vossas más acções
Livro de Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.

Senhor, nosso Deus,
como é admirável o teu nome em toda a Terra!
Que é o homem para te lembrares dele,
o filho do homem para com ele te preocupares?-
Quase fizeste dele um ser divino;
de glória e de honra o coroaste;
deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos,
tudo submeteste a seus pés:-
Rebanhos e gado, sem excepção,
e até mesmo os animais bravios;
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que percorre os caminhos do oceano.
Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus Cristo se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
Enquanto isto diziam, Jesus Cristo
apresentou-se no meio deles
e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» (sem abrir portas ou caminhar como nós porque todo o corpo de Jesus Cristo já estava preparado para viver no céu, no etéreo)Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes então: «Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos
como verificais que Eu tenho.»
Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?»
Deram-lhe um bocado de peixe assado
e, tomando-o,
comeu diante deles
.
Depois disse-lhes: «Estas foram as palavras que vos disse quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos.»
Abriu-lhes então o entendimento
para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia;
que havia de ser anunciada, em seu nome,
a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos
, começando por Jerusalém.
Vós sois as testemunhas destas coisas.
São Pedro Crisólogo
(c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja Sermão 31, oitavo sobre a ressurreição do Senhor

«Tocai-Me e olhai»

Depois da ressurreição, como o Senhor entrou com todas as portas fechadas (cf. Jo 20,19), e os discípulos não acreditavam que Ele tivesse reencontrado a realidade do Seu corpo: supunham que apenas a Sua alma tivesse vindo, sob uma aparência corporal, como as imagens que aparecem àqueles que sonham durante o sono. «Eles julgavam ver um espírito». […]

«Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as Minhas mãos e os Meus pés». Vede, quer dizer: prestai atenção. Porquê? Porque não é um sonho que estais a ter. Vede as Minhas mãos e os Meus pés porque, com os vossos olhos acabrunhados, não podeis ainda contemplar o Meu rosto. Vede as feridas da Minha carne, uma vez que ainda não conseguis ver as obras de Deus. Contemplai as marcas feitas pelos Meus inimigos, uma vez que ainda não vedes as manifestações de Deus. Tocai-Me para que a vossas mãos vos dêem a prova, visto os vossos olhos estarem cegos a esse ponto. [...] Descobri os buracos nas Minhas mãos, analisai o Meu lado, reabri as Minhas feridas, pois não posso recusar aos Meus discípulos, tendo em vista a fé, o que não recusei aos Meus inimigos no suplício. Tocai, tocai [...], buscai até aos ossos para confirmar a realidade da carne e que estas feridas, ainda abertas, atestem que sou mesmo Eu […]

Porque não acreditais que ressuscitei, Eu que fiz reviver vários mortos à vossa vista? [...] Quando estava suspenso na cruz, insultavam-Me dizendo: «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo! Se és Filho de Deus, desce da cruz e acreditaremos!» (cf. Mt 27,40). O que é mais difícil: descer da cruz, arrancando os pregos ou subir dos infernos, calcando a morte sob os Meus pés? Eis que Me salvei a Mim mesmo e, destruindo as cadeias do inferno, subi para o mundo do alto.

Sexta-feira, dia 13 de Abril de 2012

6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : S. Martinho I, papa, +656, Santo Hermenegildo, rei visigótico, mártir, +585 Livro dos Actos dos Apóstolos 4,1-12.

Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus Cristo, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém
com o Sumo Sacerdote Anás e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus de Nazaré, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»

Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.

Louvai o Senhor porque Ele é bom
porque o seu amor é eterno.
O Senhor é o meu refúgio e a minha força;
Ele é a minha salvação.
Ouvem-se vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos:-
Digam os que crêem no Senhor:
«O seu amor é eterno.»
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular.-
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
Evangelho segundo S. João 21,1-14.

Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então o discípulo que Jesus Cristo amava (S. João Evangelista) disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa porque estava sem mais roupa e lançou-se à água. (nadando para a margem)
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus Cristo disse-lhes: «Trazei os peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Papa Bento XVI Homilia da missa inaugural do pontificado, 24/04/05

«De futuro, serás pescador de homens»

A chamada de Pedro para ser pastor (Jo 21,15-17) [...] acontece depois de uma pesca abundante: depois de uma noite durante a qual tinham lançado as redes sem pescar nada, os discípulos vêem na margem do lago o Senhor Ressuscitado. Ele diz-lhes que voltem a pescar mais uma vez e eis que a rede se enche tanto que eles não conseguem tirá-la para fora da água: cento e cinquenta e três peixes grandes. «E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu» (Jo 21,11).

Esta narração do final do caminho terreno de Jesus Cristo com os Seus discípulos corresponde a uma narração do início: também então os discípulos não tinham pescado nada durante toda a noite; também então Jesus Cristo tinha convidado Simão a fazer-se ao largo mais uma vez. E Simão, que ainda não era chamado Pedro, deu esta admirável resposta: Mestre, porque Tu o dizes, lançarei as redes! E eis que Jesus Cristo lhe confere a sua missão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens» (Lc 5,1-11).

Também hoje é dito à Igreja e aos sucessores dos apóstolos que se façam ao largo no mar da história e que lancem as redes para conquistar os homens (mulheres e crianças) para o Evangelho, para Deus, para Jesus Cristo, para a vida. Os Padres dedicaram um comentário muito particular a esta tarefa. Dizem eles: para o peixe, criado para a água, é mortal ser tirado para fora do mar; ele é privado do seu elemento vital para servir de alimento ao homem. Mas na missão do pescador de homens acontece o contrário: nós, homens, vivemos alienados nas águas salgadas do sofrimento e da morte, num mar de obscuridade sem luz; a rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim na missão de pescador de homens, no seguimento de Jesus Cristo: é necessário conduzir os homens para fora do mar salgado de todas as alienações, rumo à Terra da vida, rumo à luz de Deus. É precisamente assim: nós existimos para mostrar Deus aos homens.

Sábado, dia 14 de Abril de 2012

SÁBADO NA OITAVA DA PÁSCOA


Santo do dia : S. Pedro Gonçalves Telmo, confessor, +1246, Santa Ludovina (Liduina), virgem, +1433, Santo Abôndio Livro dos Actos dos Apóstolos 4,13-21.

Naqueles dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas ao verem a firmeza de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado com Jesus Cristo,
mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar.
Mandaram-nos então sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar:
«Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo.
No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamo-los com ameaças, de falar doravante a quem quer que seja nesse nome (de Jesus Cristo).»
Chamaram-nos então e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus Cristo.
Mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus.
Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos
Eles então com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido.

Livro de Salmos 118(117),1.14-15.16ab-18.19-21.

Louvai o Senhor porque Ele é bom
porque o seu amor é eterno.
O Senhor é o meu refúgio e a minha força;
Ele é a minha salvação.
Ouvem-se vozes de alegria e de vitória
nas tendas dos justos:-
A mão do Senhor fez maravilhas,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.-

Abri-me as portas da justiça:
quero entrar para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu te agradecerei porque me respondeste,
porque foste o meu salvador.
Evangelho segundo S. Marcos 16,9-15.

Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus Cristo apareceu primeiramente a Maria de Magdala (Madalena), da qual expulsara sete demónios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto.
Mas eles, ouvindo dizer que Jesus Cristo estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, Jesus Cristo apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo (de Emaús).
Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.
Apareceu finalmente aos próprios Onze quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.

São Romano (? -c. 560), compositor de hinos Hino «A Missão dos Apóstolos», 13ss.

«Proclamai o Evangelho a toda a criatura»

«De uma vez por todas digo aos Meus santos: ide pelo mundo inteiro, pelas nações e pelos reinos e fazei discípulos porque tudo Me foi entregue por Aquele que Me gerou (cf. Mt 28,18-19), tanto o mundo superior como o inferior, dos quais Eu era o Senhor antes mesmo de ter tomado a carne. Agora tomei posse do Meu reinado sobre todo o Universo e tenho em vós um conselho de ministros sagrados, Eu, que sou o único que conhece as profundezas dos corações.

«Ide a todas as nações. Tendo lançado à terra a semente do arrependimento, irrigai-a com os vossos ensinamentos.» Escutando estas palavras, os apóstolos olhavam uns para os outros, meneando a cabeça: «De onde nos virão a voz e a língua para falar a todos? Quem nos dará forças para lutar com os povos e as nações como Tu nos ordenaste, a nós que nem temos letras nem cultura, humildes pecadores que somos, sendo Tu o único a conhecer as profundezas dos corações?»

«Não atormenteis o vosso coração, que o Inimigo não vos perturbe o espírito. Não penseis mais como criancinhas. [...] Não quero vencer pela força, é através dos fracos que opero. Não procuro os que gostam de filosofar: escolhi 'aquilo que é louco aos olhos do mundo' (cf. 1Co 1,27), Eu, que sou o único a conhecer as profundezas dos corações.

«Ide, portanto, a toda a Criação. Regai com os vossos ensinamentos a semente do arrependimento que semeastes. Velai para que nenhuma alma penitente se quede fora da vossa rede. Comprazo-Me naqueles que voltam para Mim como vós também sabeis. Ah, até aquele que Me traiu, se tivesse voltado para Mim depois de Me ter vendido! Apagando o seu pecado, tê-lo-ia reunido a vós, Eu que sou o único que conhece as profundezas dos corações. […]

«Dizei-lhes que sou Deus e que Eu, o Inexprimível, tomei a condição de servo (Fl 2,7). Mostrai-lhes como fiz Minhas as feridas da carne. [...] Enterrado por ter sido condenado, pilhei o inferno porque Eu sou o Senhor.» Fortalecidos pelas Suas palavras, os Apóstolos disseram ao Criador: «Tu és o Deus que era antes dos séculos e jamais terás fim. [...] Proclamar-Te-emos como nos ordenaste. Fica connosco, sê o nosso defensor, Tu que és o único que conhece as profundezas dos corações.»

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