sábado, 20 de abril de 2013

Cristianismo 108


=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos Amigos
A ressurreição de Jesus Cristo é a verdade culminante da nossa fé em Jesus Cristo e está estreitamente ligada ao mistério da Incarnação do Filho de Deus. É dele o cumprimento, segundo o desígnio eterno de Deus: pela sua morte, Jesus Cristo liberta-nos do pecado; pela sua ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida. A cruz triunfante vence a morte e o pecado e traz-nos a redenção (CIC, §638, 653-655). Recordemos a homilia do nosso Santo Padre Francisco no passado dia 14 de março :
«Tenhamos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor que é derramado na Cruz e de confessar como nossa única glória Jesus Cristo Crucificado» e assim poderemos ir mais longe.
Desejamos-vos santas festas pascais…
e é com alegria que vos anunciamos a extensão deste serviço a mais uma língua: o gaélico (língua oficial da Irlanda).
Anunciamo-vos a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
- a versão italiana no calendário ambrosiano: www.vangelodelgiorno.org.
A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com algumas especificidades particulares tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.
a versão grega: evaggeliokathemera.org. Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que sofre.
Com toda a nossa amizade e esperando cooperar com cada um de vós na caminhada para o Pai,
podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
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Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano, saúda-vos
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 14 de Abril de 2013

3º Domingo da Páscoa - Ano C

Festa da Igreja : Terceiro Domingo do Tempo Pascal (semana III do saltério)
Santo do dia : S. Pedro Gonçalves Telmo, confessor, +1246, Santa Ludovina (Liduina), virgem, +1433, Santo Abôndio
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,27b-32.40b-41.
Naqueles dias, o Sumo Sacerdote, falou aos apóstolos e
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas juntamente com o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar no nome de Jesus e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus Cristo.

Livro de Salmos 30(29),2.4.5-6.11.12a.13b.
Senhor, eu te enalteço porque me salvaste
e não permitiste que os inimigos se rissem de mim.
Senhor, livraste a minha alma da mansão dos mortos,
poupaste-me a vida para eu não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós que o amais
e agradecei-lhe, lembrando a sua santidade.
A sua indignação dura apenas um instante,
mas a sua benevolência é para toda a vida.
Ao cair da noite, vem o pranto;
e ao amanhecer, volta a alegria.

Ouve-me, Senhor, tem compaixão de mim;
Senhor, vem em meu auxílio.
Tu converteste o meu pranto em festa,
tiraste-me o luto e vestiste-me de júbilo.

Livro do Apocalipse 5,11-14.
Eu, João, na visão que tive, ouvi a voz de uma multidão angélica, à volta do trono, dos seres viventes e dos anciãos; o seu número era de miríades de miríades, milhares de milhares e
cantavam com voz forte: «O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor.»
Ouvi também todas as criaturas do céu, da Terra e de debaixo da terra, do mar e de tudo quanto neles existe, que proclamavam: «Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, sejam dados o louvor, a honra, a glória e a fortaleza pelos séculos dos séculos.»
E os quatro seres viventes diziam: «Ámen.» E os anciãos prostraram-se em adoração.

Evangelho segundo S. João 21,1-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então o discípulo que Jesus Cristo amava (Jonas) disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa porque estava sem mais roupa e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus Cristo disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde almoçar.» e nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.
Depois de terem comido, Jesus Cristo perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.»
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.»
E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» (nestas perguntas do Senhor Jesus Cristo a Pedro se verifica como é fundamental o amor-comunhão no universo de Deus, no mundo de Jesus Cristo. Sem amor ninguém consegue lá entrar ou viver em comunhão com.) Pedro ficou triste por Jesus Cristo lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?', mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» e Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»
E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»

São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, n º 24
«Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem»
Que simboliza o mar senão o mundo actual, batido pelas ondas tumultuosas das nossas ocupações e pelos turbilhões de uma vida caduca? E o que representa a margem firme senão a perpetuidade do descanso eterno? Portanto os discípulos afadigam-se no lago porque ainda estão presos nas ondas da vida mortal, mas o nosso Redentor, depois da Sua ressurreição, fica na margem, uma vez que já ultrapassou a condição da fragilidade da carne. É como se Ele tivesse querido servir-Se dessas coisas para falar aos Seus discípulos do mistério da Sua ressurreição, dizendo-lhes: «Já não vos apareço no mar (Mt 14,25) porque já não estou entre vós no meio da agitação das ondas.»
Foi no mesmo sentido que, noutro lugar, disse a esses mesmos discípulos após a ressurreição: «Disse-vos essas coisas quando ainda estava convosco» (Lc 24,44). Não lhes disse isto por já não estar com eles – pois o Seu corpo estava presente e aparecia-lhes −, mas [...] porque a Sua carne imortal Se distanciava muito dos seus corpos mortais: Ele dizia que já não estava com eles e contudo estava no meio deles. Na passagem que lemos hoje, diz-lhes a mesma coisa pela localização do Seu corpo: enquanto os discípulos ainda navegam, doravante Ele está firme na margem.
Segunda-feira, dia 15 de Abril de 2013

Segunda-feira da 3ª semana da Páscoa

Santo do dia : Santas Anastácia e Basilissa, mártires, +68
Livro dos Actos dos Apóstolos 6,8-15.
Naqueles dias, cheio de graça e força, Estêvão fazia extraordinários milagres e prodígios entre o povo.
Ora alguns membros da sinagoga, chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão;
mas era-lhes impossível resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava.
Subornaram então uns homens para dizerem: «Ouvimo-lo proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.»
Provocaram assim a ira do povo, dos anciãos e dos escribas; depois, surgindo-lhe na frente, arrebataram-no e levaram-no ao Sinédrio.
Aí apresentaram falsas testemunhas que declararam: «Este homem não cessa de falar contra este Lugar Santo e contra a Lei,
pois ouvimo-lo afirmar que Jesus, o de Nazaré, destruiria este lugar e mudaria as regras que Moisés nos legou.»
Todos os membros do Sinédrio tinham os olhos fixos nele e viram que o seu rosto era como o rosto de um Anjo. (Portugal e o Brasil têm lugares com os nomes de Belém, Nazaré precisamente porque são marcos na vida histórica de Jesus Cristo)

Livro de Salmos 119(118),23-24.26-27.29-30.
Ainda que os grandes conspirem contra mim,
o vosso servo meditará nas vossas leis.
Os vossos preceitos são as minhas delícias;
são eles os meus conselheiros.

Exponho-vos os meus caminhos;
Vós me atendeis
ensinai-me as vossas vontades.
Fazei-me compreender o caminho dos vossos preceitos
para meditar nas vossas maravilhas.

Afastai-me dos caminhos da mentira,
fazei que seja fiel à vossa lei.
Escolhi o caminho da verdade
e decidi-me pelos vossos juízos.

Evangelho segundo S. João 6,22-29.
Depois de Jesus Cristo ter saciado os cinco mil homens, os seus discípulos viram-n'O a caminhar sobre as águas. No dia seguinte, a multidão que ficara do outro lado do lago reparou que ali não estivera mais do que um barco e que Jesus Cristo não tinha entrado no barco com os seus discípulos, mas que estes tinham partido sozinhos.
Entretanto chegaram outros barcos de Tiberíades até ao lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças.
Quando viu que nem Jesus Cristo nem os seus discípulos estavam ali, a multidão subiu para os barcos e foi para Cafarnaúm à procura de Jesus Cristo.
Ao encontrá-lo no outro lado do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste cá?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-me, não por terdes visto sinais miraculosos, mas porque comestes dos pães e vos saciastes.
Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o Pai, confirma com o seu selo.»
Disseram-lhe então: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Mateus, nº 82, 5
«O alimento que perdura e dá a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará»
Os judeus comiam a refeição da Páscoa em pé, com as sandálias nos pés e o cajado na mão; comiam-na à pressa (cf Ex 12,11). Tu ainda tens mais razão para te manteres vigilante! Eles apressavam-se para partir para a Terra Prometida e comportavam-se como viajantes; tu encaminhas-te para o céu. É por isso que temos de estar sempre em guarda. [...] Os inimigos de Jesus Cristo bateram no Seu santíssimo corpo sem saberem o que faziam (cf Lc 23,34) e tu recebê-Lo-ias com a alma impura depois de tantos benefícios que Ele te fez? Pois Ele não Se contentou em Se fazer homem, em ser flagelado e morto; no Seu amor, quis também unir-Se a nós, identificar-Se connosco não apenas pela fé, mas realmente pela participação no Seu próprio corpo. […]
Considera a honra que recebes e a que mesa és conviva. Aquele que os anjos não vêem sem tremer, Aquele para Quem não ousam sequer olhar sem temor por causa do esplendor da glória que Lhe irradia da face, é d'Esse que fazemos nosso alimento, tornando-nos um só corpo e uma só carne com Ele. «Quem poderá contar as obras do Senhor e anunciar todos os Seus louvores?» (Sl 106,2) Que pastor alguma vez alimentou as suas ovelhas com a sua própria carne? [...] Acontece muitas vezes as mães confiarem os filhos a amas. Jesus Cristo não faz isso; Ele alimenta-nos com o Seu próprio sangue, torna-nos um só corpo com Ele.

Terça-feira, dia 16 de Abril de 2013

Terça-feira da 3ª semana da Páscoa

Naqueles dias, Estevão disse ao povo, aos anciãos e aos escribas: «Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre vos opondes ao Espírito Santo; como foram os vossos pais assim sois vós também. Qual foi o profeta que os vossos pais não tenham perseguido? Mataram os que predisseram a vinda do Justo, a quem traístes e assassinastes,
vós, que recebestes a Lei pelo ministério dos anjos, mas não a guardastes
Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão.
Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus Cristo de pé, à direita de Deus.
«Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.»
Eles então soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele
e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo.
E enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.»
Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu.
Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja (cristã) de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria.

Livro de Salmos 31(30),3cd-4.6ab.7b.8a.17.21ab.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Em Vós, Senhor, ponho minha confiança:
hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia.

Vós sois o meu rochedo e a minha fortaleza;
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
Nas vossas mãos entrego o meu espírito,
Vós me resgatais, Senhor, Deus da verdade.

Brilhe sobre o vosso servo a vossa luz;
salvai-me pela vossa misericórdia.
Vós os escondeis sob o refúgio da vossa face,
longe das intrigas dos homens.

Vós os escondeis na tenda
contra as línguas maldizentes.

Evangelho segundo S. João 6,30-35.
Naquele tempo, disse a multidão a Jesus Cristo: «Que sinal realizas Tu então para nós vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu?
Os nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.»
E Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu (eucaristia),
pois o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo
Disseram-lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!»
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.

Beato Jan van Ruysbroeck (1293-1381), cónego regular
«Dá-nos sempre desse pão»
O primeiro sinal do amor foi Jesus Cristo ter-nos dado a Sua carne a comer e o Seu sangue a beber: eis uma coisa inaudita que exige de nós admiração e estupefacção.
O que é próprio do amor é dar sempre e sempre receber. Ora o amor de Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, pródigo e ávido: dá tudo o que tem e o que é e recebe tudo o que nós temos, tudo o que somos.
Ele tem uma fome imensa. [...] Quanto mais o nosso amor O deixa agir mais O desfrutamos amplamente. Ele tem uma fome imensa, insaciável. Ele bem sabe que somos pobres, mas não tem isso em conta. Faz-Se a Si mesmo pão em nós, fazendo desaparecer no Seu amor, antes de mais, as nossas más inclinações, as nossas faltas e os nossos pecados. Depois, quando nos vê puros, chega ávido de tomar a nossa vida e de a transformar na Sua, a nossa cheia de pecados, a Sua cheia de graça e de glória, totalmente preparada para nós, bastando para isso que renunciemos a nós próprios (cf Mt 16,24). [...] Todos os que amam, compreender-me-ão. Ele faz-nos o dom de uma fome e de uma sede eternas.
A essa fome e essa sede, Ele dá a comer o Seu corpo e o Seu sangue. Quando O recebemos com dedicação interior, o Seu sangue, pleno de calor e de glória, jorra de Deus para as nossas veias. O fogo pega dentro de nós e o gosto espiritual penetra-nos a alma e o corpo, o gosto e o desejo. Ele permite-nos assemelharmo-nos às Suas virtudes; vive em nós e nós n'Ele.
Quarta-feira, dia 17 de Abril de 2013

Quarta-feira da 3ª semana da Páscoa

No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria.
Entretanto homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grandes lamentações.
Quanto a Saulo, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão.
Os que tinham sido dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa-Nova.
Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria e aí começou a pregar Jesus Cristo.
Ao ouvi-lo falar e ao vê-lo realizar milagres, as multidões aderiam unanimemente à pregação de Filipe.
De facto, de muitos possessos saíam espíritos malignos, soltando grandes gritos e numerosos paralíticos e coxos foram curados.
E houve grande alegria naquela cidade.

Livro de Salmos 66(65),1-3a.4-5.6-7a.
Aclamai a Deus, Terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
tornai glorioso o seu louvor.
Dizei a Deus: "São admiráveis as tuas obras!

Toda a Terra te adora e canta louvores;
entoa hinos ao teu nome."
Vinde e admirai as obras de Deus,
as obras admiráveis que Ele fez diante dos homens.

Converteu o mar em terra firme
e puderam atravessar a pé enxuto.
Por isso nos alegramos n'Ele!
Com o seu poder governa para sempre.

Evangelho segundo S. João 6,35-40.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede.
Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes.
Todos os que o Pai me dá, virão a mim e quem vier a mim Eu não o rejeitarei porque desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
E a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia.
Esta é, pois a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade Carta a um sacerdote, 17/02/1978, in «Vem, sê a minha luz»
«Eu sou o pão da vida»
Pediu para passar três meses a sós com Jesus Cristo [em retiro] e parece-me bem. Mas, se durante esse período a fome de Jesus Cristo no coração dos membros do Seu povo for maior do que a sua, não deve permanecer a sós com Jesus Cristo; deve permitir que Jesus Cristo o transforme em pão para ser comido por aqueles que o procuram. Permita que as pessoas o devorem; proclame Jesus Cristo através da palavra e da presença. [...] Nem Deus podia dar maior prova de amor do que dar-Se como Pão de vida – para ser partido, para ser comigo a fim de que possamos comê-Lo e viver, de que possamos comê-Lo e satisfazer a nossa fome de amor.
E contudo, Ele não está satisfeito porque também Ele tem fome de amor. Por isso tomou a vez do que tem fome, do que tem sede, do nu e do que não tem casa e não deixa de clamar: «Tive fome, estive nu, não tinha onde morar. Foi a Mim que o fizestes» (Mt 25, 40). O Pão da Vida e o faminto, mas um único amor: só Jesus Cristo.

Quinta-feira, dia 18 de Abril de 2013

Quinta-feira da 3ª semana da Páscoa

Santo do dia : Beata Sabina Petrilli, religiosa, +1923
Livro dos Actos dos Apóstolos 8,26-40.
Naqueles dias, o Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.»
Ele pôs-se a caminho e foi para lá. Ora um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém,
regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o profeta Isaías.
O Espírito disse a Filipe: «Vai e acompanha aquele carro.»
Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe: «Compreendes verdadeiramente o que estás a ler?»
Respondeu ele: «E como poderei compreender sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele.
A passagem da Escritura que ele estava a ler era a seguinte: Como ovelha levada ao matadouro e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia assim Ele não abre a sua boca.
Na humilhação se consumou o seu julgamento e quem poderá contar a sua geração? Da face da Terra foi tirada a sua vida!
Dirigindo-se a Filipe, o eunuco disse-lhe: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?»
Então Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus Cristo.
Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água e o eunuco disse: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?»
Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus
E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco, e Filipe baptizou-o.
Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe (isto demonstra o quanto o Senhor Jesus Cristo estava presente e empenhado na construção da Sua Igreja) e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria.
Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo dali, foi anunciando a Boa-Nova a todas as cidades até que chegou a Cesareia.

Livro de Salmos 66(65),8-9.16-17.20.
Bendizei, ó povos, o nosso Deus,
fazei ressoar a voz do seu louvor.
Foi Ele quem salvou a nossa vida
e não permitiu que os nossos pés resvalassem.

Vinde e ouvi, todos os que adorais a Deus;
vou narrar-vos o que Ele fez por mim.
Meus lábios o invocaram e minha língua o louvou.

Bendito seja Deus que não rejeitou a minha oração
nem me retirou a Sua misericórdia.

Evangelho segundo S. João 6,44-51.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou o não atrair e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.
Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim.
Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram.
Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá.
Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente e o pão que Eu hei-de dar, é a minha carne pela vida do mundo.»

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade Carta a um sacerdote, 17/02/1978, in «Vem, sê a minha luz»
«Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá.»
«Tive fome, estava nu, não tinha casa. Foi a Mim que o fizestes» (Mt 25, 40). O Pão de vida e o faminto, mas um único amor: Jesus Cristo somente. A Sua humildade é tão maravilhosa. Compreendo a Sua majestade, a Sua grandeza – mas a Sua humildade ultrapassa a minha compreensão porque Ele faz-Se Pão da Vida a fim de que até uma criança pequena como eu possa comê-Lo e viver.
Há uns dias, quando dava a sagrada comunhão às nossas irmãs na casa-mãe, apercebi-me de repente de que tinha Jesus Cristo entre os dedos. A grandeza da humildade de Deus. É bem verdade que «não há maior amor», não há amor maior que o amor de Jesus Cristo (Jo 15, 13). Calculo que tenha muitas vezes esta impressão de que, à sua palavra, entre as suas mãos, o pão se transforma no corpo de Jesus Cristo e o vinho se transforma no sangue de Jesus Cristo. Que grande deve ser o seu amor a Jesus Cristo! Não há amor maior que o amor do sacerdote a Jesus Cristo, «seu Senhor e seu Mestre» (Jo 20, 28).

Sexta-feira, dia 19 de Abril de 2013

Sexta-feira da 3ª semana da Páscoa

Naqueles dias, Saulo, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote
e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém.
Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu.
Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque me persegues?»
Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» Respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues.
Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.»
Os seus companheiros de viagem tinham-se detido, emudecidos, ouvindo a voz, mas sem verem ninguém.
Saulo ergueu-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Foi necessário levá-lo pela mão e assim entrou em Damasco
onde passou três dias sem ver, sem comer nem beber.
Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor disse-lhe numa visão: «Ananias!» Respondeu: «Aqui estou, Senhor.»
O Senhor prosseguiu: «Levanta-te, vai à casa de Judas, na rua Direita, e pergunta por um homem chamado Saulo de Tarso que está a orar neste momento.»
Saulo entretanto viu numa visão um homem, de nome Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista.
Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido muita gente falar desse homem e a contar todo o mal que ele tem feito aos teus santos, em Jerusalém.
E agora está aqui com plenos poderes dos sumos sacerdotes para prender todos quantos invocam o teu nome.»
Mas o Senhor disse-lhe: «Vai, pois esse homem é instrumento da minha escolha para levar o meu nome perante os pagãos, os reis e os filhos de Israel. Eu mesmo lhe hei-de mostrar quanto ele tem de sofrer pelo meu nome.»
Então Ananias partiu, entrou na dita casa, impôs as mãos sobre ele e disse: «Saulo, meu irmão, foi o Senhor que me enviou, esse Jesus que te apareceu no caminho em que vinhas, para recobrares a vista e ficares cheio do Espírito Santo.»
Nesse instante, caíram-lhe dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois, levantou-se e recebeu o baptismo.
Depois de se ter alimentado, voltaram-lhe as forças e passou alguns dias com os discípulos em Damasco.
Começou então imediatamente a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus.

Livro de Salmos 117(116),1.2.
Louvai o Senhor, todas as nações!
Exaltai-o, todos os povos!
Porque o seu amor para connosco não tem limites
e a fidelidade do Senhor é eterna!

Evangelho segundo S. João 6,52-59.
Naquele tempo, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?!»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue (a eucaristia), não tereis a vida em vós.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia
porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida.
Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele.
Assim como o Pai que me enviou, vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come, viverá por mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.»
Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao ensinar na sinagoga.

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja Hino eucarístico «Adoro te devote»
«A Minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue uma verdadeira bebida»
Adoro-Te com amor,Jesus escondido,
Que sob estas espécies és presente.
Dou-Te o meu coração inteiramente,
Em Tua contemplação desfalecido.

A vista, o tacto, o gosto nada sabem,
Só no que o ouvido sabe se há-de crer.
Creio em tudo o que o Filho de Deus veio dizer:
Nada mais verdadeiro pode ser
Do que a própria Palavra da Verdade.

Na cruz estava oculta o divino,
Aqui também o está a humanidade.
E contudo, eu creio e o confesso
Que ambas aqui estão na realidade,
E o que pedia o bom ladrão, eu peço.

Não vejo as chagas como Tomé,
Mas confesso-Te meu Mestre e meu Senhor.
Faz-me ter cada vez em Ti mais fé,
Uma esperança maior e mais amor.

Ó memorial da morte do Senhor!
Ó vivo pão que ao homem dás a vida!
Que a minha alma sempre de Ti viva!
Que sempre lhe seja doce o Teu sabor!

Sábado, dia 20 de Abril de 2013

Sábado da 3ª semana da Páscoa

Naqueles dias, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, crescia como um edifício e caminhava no amor do Senhor e, com a assistência do Espírito Santo, ia aumentando.
Pedro, que andava por toda a parte, desceu também até junto dos santos que habitavam em Lida.
Encontrou lá, estendido num catre, havia oito anos, um homem chamado Eneias, que era paralítico.
Pedro disse-lhe: «Eneias, Jesus Cristo vai curar-te! Levanta-te e arranja a enxerga.» e ele ergueu-se imediatamente.
Todos os habitantes de Lida e da planície de Saron viram isso e converteram-se ao Senhor.
Havia em Jope, entre os discípulos, uma mulher chamada Tabitá, que significa «Gazela.» Era rica em boas obras e nas esmolas que distribuía.
Ora nesses dias, caiu doente e morreu. Depois de a terem lavado, depositaram-na na sala de cima.
Como Lida era perto de Jope e ouvindo os discípulos dizer que Pedro estava lá, mandaram-lhe dois homens com o seguinte pedido: «Vem depressa ter connosco!»
Pedro partiu imediatamente com eles. Logo que chegou, levaram-no à sala de cima e encontrou lá todas as viúvas que choravam e lhe mostravam as túnicas e mantos feitos por Dórcada enquanto ela estava na sua companhia.
Pedro mandou sair toda a gente, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se depois para o corpo, disse: «Tabitá, levanta-te!» Ela abriu os olhos e, ao ver Pedro, sentou-se.
Tomando-a pela mão, Pedro ajudou-a a erguer-se. Chamando então os santos e as viúvas, apresentou-lha viva.
Toda a cidade de Jope soube deste acontecimento e muitos acreditaram no Senhor.

Livro de Salmos 116(115),12-13.14-15.16-17.
Como retribuirei ao Senhor
todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.

Cumprirei com as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva,
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Evangelho segundo S. João 6,60-69.
Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus Cristo, disseram: «Que palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?»
Mas Jesus Cristo, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos murmuravam a respeito disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos?
E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes?
É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida.
Mas há alguns de vós que não crêem.» De facto, Jesus Cristo sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam e também quem era aquele que o havia de entregar.
E dizia: «Por isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for concedido pelo Pai.»
A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram para trás e já não andavam com Ele.
Então Jesus Cristo disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?»
Respondeu-lhe Simão Pedro: «
A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!
Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus

Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Revelação divina, «Dei Verbum», §§ 24-26
«Tu tens palavras de vida eterna!»
As Sagradas Escrituras contêm a palavra de Deus e, pelo facto de serem inspiradas, são verdadeiramente Palavra de Deus; por isso, o estudo destes sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia. Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese e toda a espécie de instrução cristã [...] com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura.
O sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis [...] a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil 3,8) com a leitura frequente das divinas Escrituras porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Jesus Cristo» (São Jerónimo). Debrucem-se, pois gostosamente sobre o texto sagrado quer através da sagrada liturgia, rica de palavras divinas quer pela leitura espiritual quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem porque «a Ele falamos quando rezamos, a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos» (Santo Ambrósio). […]
Deste modo, pois que com a leitura e o estudo dos livros sagrados «a palavra de Deus se difunda e resplandeça (2Tess 3,1) e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens. Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do mistério eucarístico assim também é lícito esperar um novo impulso de vida espiritual se fizermos crescer a veneração pela palavra de Deus que «permanece para sempre» (Is 40,8; cf lPed 1,23-25).

O meu clube de leitura

Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

Os meus blogues

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Clique aqui para ler o Página 1 19/04/2013 (novo jornal online)
http://www.livestream.com/stantonius 16h20 – terço; 17h00 – missa (hora de Lisboa) http://www.santo-antonio.webnode.pt/

sábado, 13 de abril de 2013

Cristianismo 107


=CRISTIANISMO=

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos Amigos
A ressurreição de Jesus Cristo é a verdade culminante da nossa fé em Jesus Cristo e está estreitamente ligada ao mistério da Incarnação do Filho de Deus. É dele o cumprimento, segundo o desígnio eterno de Deus: pela sua morte, Jesus Cristo liberta-nos do pecado; pela sua ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida. A cruz triunfante vence a morte e o pecado e traz-nos a redenção (CIC, §638, 653-655). Recordemos a homilia do nosso Santo Padre Francisco no passado dia 14 de março :
«Tenhamos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor que é derramado na Cruz e de confessar como nossa única glória Jesus Cristo Crucificado» e assim poderemos ir mais longe.
Desejamos-vos santas festas pascais…
e é com alegria que vos anunciamos a extensão deste serviço a mais uma língua: o gaélico (língua oficial da Irlanda).
Anunciamo-vos a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à versão grega recentemente iniciada:
- a versão malgaxe: www.evanjelyanio.org;
- a versão italiana no calendário ambrosiano: www.vangelodelgiorno.org.
A liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com algumas especificidades particulares tais como um calendário e leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária riqueza litúrgica da nossa Igreja.
a versão grega: evaggeliokathemera.org. Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que sofre.
Com toda a nossa amizade e esperando cooperar com cada um de vós na caminhada para o Pai,
podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.
Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.
Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.
Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.
Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano, saúda-vos
A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 07 de Abril de 2013

2º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia) - Ano C

Pelas mãos dos Apóstolos, realizavam-se muitos milagres e prodígios entre o povo. Unidos pelos mesmos sentimentos, reuniam-se todos no Pórtico de Salomão
e, dos restantes, ninguém se atrevia a juntar-se a eles, mas o povo não cessava de os enaltecer.
Sempre em maior número, juntavam-se, em massa, homens e mulheres, acreditando no Senhor
a tal ponto que traziam os doentes para as ruas e colocavam-nos em enxergas e catres a fim de que, à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles.
A multidão vinha também das cidades próximas de Jerusalém, transportando enfermos e atormentados por espíritos malignos e todos eram curados.

Livro de Salmos 118(117),2-4.22-24.25-27a.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.

Digam os que adoram o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
A pedra que os construtores rejeitaram,
tornou-se pedra angular.

Isto se fez por obra do Senhor
e é um prodígio aos nossos olhos.
O Senhor actuou neste dia
cantemos e alegremo-nos n'Ele.

Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor, nós vos bendizemos.

Deus, o Senhor, é quem nos alumia.

Livro do Apocalipse (= fim dos tempos) 1,9-11a.12-13.17-19.
Eu, João, (S. João Evangelista) que sou vosso irmão e companheiro na perseguição, (perseguição às igrejas cristãs da Ásia no tempo do imperador Domiciano cerca do ano 95 e perseguições internas devido a heresias) no Reino e na constância cristã, encontrava-me na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo.
No dia do Senhor (= domingo), o Espírito arrebatou-me e ouvi atrás de mim uma voz potente como de trombeta,
que dizia: «O que vais ver, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas: à de Éfeso, de Esmirna, de Pérgamo, de Tiatira, de Sardes, de Filadélfia e de Laodiceia.»
Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava. E, ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro;
no meio dos candelabros, vi alguém com aparência humana; estava vestido de uma túnica comprida até aos pés e cingido com um cinto de ouro em torno do peito;
Ao vê-lo, caí como morto, a seus pés. Mas Ele colocou a mão direita sobre mim, dizendo: «Não tenhas medo! Eu sou o Primeiro e o Último;
Aquele que vive. Estive morto; mas, como vês, estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da Morte e do Abismo!
Escreve, pois as coisas que vês, as que estão a acontecer e as que vão acontecer depois destas.

Evangelho segundo S. João 20,19-31.
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana (= domingo), estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam com medo das autoridades judaicas, veio Jesus Cristo, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.
E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.»
Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus Cristo veio.
Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus Cristo veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!»
Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.»
Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!»
Disse-lhe Jesus Cristo: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto».
Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus Cristo na presença dos seus discípulos que não estão escritos neste livro.
Estes, porém foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus e, acreditando, terdes a vida nele.

Beato João Paulo II (1920-2005), Papa Encíclica «Dominum et vivificantem» §2
«Recebei o Espírito Santo»
Os eventos pascais — a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo — são também o tempo da nova vinda do Espírito Santo como Paráclito e Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Eles constituem o tempo do «novo princípio» da comunicação de Si mesmo da parte de Deus uno e trino à humanidade, no Espírito Santo, por obra de Jesus Cristo Redentor. Este novo princípio é a Redenção do mundo: «Com efeito, Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho unigénito». (Jo 3,16). Ao «dar» o Filho, no dom do Filho, já se exprime a essência mais profunda de Deus, o qual, sendo Amor(-Comunhão), é uma fonte inexaurível de generosidade. No dom concedido pelo Filho completam-se a revelação e a prodigalidade do Amor eterno: o Espírito Santo, que nas profundezas imperscrutáveis da divindade é uma Pessoa-Dom, por obra do Filho, isto é, mediante o mistério pascal de Jesus Cristo, é dado de uma maneira nova aos Apóstolos e à Igreja e, por intermédio deles, à humanidade e ao mundo inteiro.
A expressão definitiva deste mistério surge no dia da Ressurreição. Neste dia, Jesus de Nazaré, «nascido da descendência de David segundo a carne» — como escreve o apóstolo São Paulo — é «constituído Filho de Deus com todo o poder, segundo o Espírito de santificação, mediante a ressurreição dos mortos» (Rm 1,3-4). Pode-se dizer assim que a «elevação» messiânica de Jesus Cristo no Espírito Santo atingiu o auge na Ressurreição quando Ele Se revelou como Filho de Deus, «cheio de poder» e este poder, cujas fontes jorram da imperscrutável comunhão trinitária, manifesta-se, antes de mais nada, pelo duplo feito de Jesus Cristo Ressuscitado: realizar, por um lado, a promessa de Deus já expressa pela boca do Profeta: «Dar-vos-ei um coração novo. [...] Porei dentro de vós um espírito novo, o Meu espírito»; (Ez 36,26-27) e cumprir, por outro lado, a Sua própria promessa, feita aos Apóstolos com estas palavras: «Quando Eu for, vo-Lo enviarei» (Jo 16,7). É Ele: o Espírito da Verdade, o Paráclito enviado por Jesus Cristo Ressuscitado para nos transformar e fazer de nós a própria imagem do Ressuscitado.
Segunda-feira, dia 08 de Abril de 2013

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidade

Naqueles dias, o Senhor mandou dizer ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede ao SENHOR teu Deus um sinal quer no fundo dos abismos quer lá no alto dos céus.»
Acaz respondeu: «Não pedirei tal coisa, não tentarei o SENHOR.»
Isaías respondeu: «Escuta, pois casa de David: Não vos basta já ser molestos para os homens senão que também ousais sê-lo para o meu Deus?
Por isso o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel.
Traçai planos que serão frustrados; ordenai ameaças que não serão executadas, pois temos o Emanuel: «Deus-connosco.»

Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.
Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: «Aqui estou!»

No Livro da Lei está escrito
aquilo que devo fazer.
Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a tua lei está dentro do meu coração.

Anunciei a tua justiça na grande assembleia;
Tu bem sabes, Senhor, que não fechei os meus lábios.
Não escondi a tua justiça no fundo do coração;
proclamei a tua fidelidade e a tua salvação.
Não ocultei à grande assembleia
a tua bondade e a tua verdade.

Carta aos Hebreus 10,4-10.
Irmãos: Uma vez que é impossível que o sangue dos touros e dos bodes apague os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Jesus Cristo diz: Tu não quiseste sacrifício nem oferenda, mas preparaste-me um corpo.
Não te agradaram holocaustos nem sacrifícios pelos pecados.
Então Eu disse: Eis que venho – como está escrito no livro a meu respeito – para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Disse primeiro: Não quiseste nem te agradaram sacrifícios, oferendas e holocaustos pelos pecados – e, no entanto, eram oferecidos segundo a Lei.
Disse em seguida: Eis que venho para fazer a tua vontade. Suprime assim o primeiro culto para instaurar o segundo.
E foi por essa vontade que nós fomos santificados, pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.

Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David e o nome da virgem era Maria.
Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salvé, ó cheia de graça, o Senhor está contigo
Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria a si própria o que significava tal saudação.
Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus.
Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David,
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim
Maria disse ao anjo: «Como será isso se eu não conheço homem?»
O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus.
Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril
porque nada é impossível a Deus
Maria disse então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» e o anjo retirou-se de junto dela.

Concílio Vaticano II Constituição dogmática sobre a Igreja «Lumen gentium», § 56
«Eis a serva do Senhor»
O Pai das misericórdias quis que a Incarnação fosse precedida de uma aceitação por parte daquela que Ele predestinara para ser a Mãe. Ele quis assim que como uma mulher contribuiu para a morte (Gn 3) também outra mulher contribuísse para a vida. É o que se verifica de modo sublime na Mãe de Jesus Cristo: dando à luz ao mundo a própria Vida que tudo renova, Deus adornou-a com dons dignos de uma tão grande missão e, por isso, não é de admirar que os santos Padres chamem com frequência à Mãe de Deus «toda santa» e «imune de toda a mancha de pecado», visto que o próprio Espírito Santo a modelou e dela fez uma nova criatura. Enriquecida, desde o primeiro instante da sua conceição com os esplendores de uma santidade singular, a Virgem é saudada pelo Anjo, da parte de Deus, como «cheia de graça» e responde ao mensageiro celeste: «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra».
Deste modo, Maria, filha de Adão, dando o seu consentimento à palavra divina, tornou-se Mãe de Jesus Cristo e, não retida por qualquer pecado, abraçou de todo o coração o desígnio salvador de Deus, consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu Filho, subordinada a Ele e juntamente com Ele, servindo pela graça de Deus omnipotente o mistério da Redenção. Por isso, consideram com razão os Santos Padres que Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas que cooperou livremente, pela fé e a obediência, na salvação dos homens (e mulheres). Como diz Santo Ireneu, «obedecendo, Ela tornou-se causa de salvação para si e para todo o género humano».

Terça-feira, dia 09 de Abril de 2013

Terça-feira da 2ª semana da Páscoa

Santo do dia : Santo Acácio de Amida, bispo, séc. V, Beata Celestina Faron, mártir, 1944
Livro dos Actos dos Apóstolos 4,32-37.
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum.
Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus Cristo e uma grande graça operava em todos eles.
Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda
e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a necessidade que tivesse.
Assim um levita cipriota, de nome José, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé, isto é, «filho da consolação»,
possuía uma terra; vendeu-a e trouxe a importância que depositou aos pés dos Apóstolos.

Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade.
Revestido e cingido de poder está o Senhor.
Firmou o universo que não vacilará.

Firmou o universo que não vacilará.
O teu trono, Senhor, está firme desde sempre
e Tu existes desde a eternidade.
São dignos de fé os teus testemunhos,
a tua casa está adornada de santidade
por todo o sempre, ó Senhor!

Evangelho segundo S. João 3,7b-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»
Nicodemos interveio e disse-lhe: «Como pode ser isso?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo: nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei das coisas da Terra e não credes, como é que haveis de crer quando vos falar das coisas do Céu?
Pois ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem.
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto
a fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna.

Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja Hino 1 sobre a Ressurreição
«Pois ninguém subiu ao Céu a não ser Aquele que desceu do Céu»
O Pastor de todos desceu,
Procurou Adão, ovelha perdida,
Levou-o aos ombros e subiu.
Fez de Si mesmo sacrifício oferecido
ao Senhor do rebanho (cf Lc 15,4; Jo 10,11).

Bendita seja a Sua descida até nós!

Ele veio, orvalho e chuva vivificante,
A Maria, essa terra sedenta.
O grão de trigo desceu à terra
E dela voltou a subir, ramo e pão novo (Jo 12,24).

Bendita seja a Sua oferenda! [...]

Do alto, o poder desceu para nós;
Do seio da Virgem, a esperança brilhou para nós;
Do sepulcro, a vida surgiu para nós,
À direita do Pai, Ele Se senta como Rei para nós.

Bendita seja a Sua honra!

Do alto jorrou como um rio;
De Maria saiu como um rebento;
Do bosque suspendeu-Se como um fruto,
E subiu ao céu, oferenda das primícias.

Bendita seja a Sua vontade!

Quarta-feira, dia 10 de Abril de 2013

Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa

Naqueles dias, surgiu o Sumo Sacerdote com todos os seus sequazes, isto é, o partido dos saduceus; encheram-se de inveja
e deitaram as mãos aos Apóstolos, metendo-os na prisão pública.
Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, depois de os ter conduzido para fora, disse-lhes:
«Ide para o templo e anunciai ao povo a Palavra da Vida
Obedientes a essas ordens, entraram no templo de manhã cedo e começaram a ensinar. Entretanto chegou o Sumo Sacerdote com os seus sequazes; convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos filhos de Israel e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram, declarando:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta, mas, depois de a abrirmos, não encontrámos ninguém no interior.»
Esta notícia pôs os sumos sacerdotes e o comandante do templo numa grande perplexidade acerca dos Apóstolos e perguntavam a si próprios o que poderia significar tudo aquilo.
Veio então alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão agora no templo a ensinar o povo.»
O comandante do templo dirigiu-se imediatamente para lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas não à força, pois receavam ser apedrejados pelo povo.

Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor,
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n'Ele se refugia.

Evangelho segundo S. João 3,16-21.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no Filho Unigénito de Deus.
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo e os homens preferiram as trevas à Luz porque as suas obras eram más.
De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»

Santo Isaac, o Sírio (século VII), monge em Nínive, perto de Mossul Capítulos sobre o conhecimento, IV, 77-78
«Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigénito»
O homem que se inflama por causa da verdade ainda não conheceu a verdade tal como ela é. Quando a conhecer verdadeiramente, deixará de se inflamar por causa dela. O dom de Deus e o conhecimento adquirido com esse dom nunca são motivos para nos perturbarmos ou elevarmos a voz, pois o lugar onde o Espírito mora com amor e humildade é um lugar onde só reina a paz. […]
Se o zelo fosse útil para a correcção dos homens porque Se teria Deus revestido de um corpo e empregado a suavidade e modos humildes para converter o mundo a Seu Pai? E porque Se teria Ele deixado pregar na cruz pelos pecadores e porque teria entregado o Seu santíssimo corpo ao sofrimento em favor do mundo? Digo que Deus o fez por uma única razão: dar a conhecer ao mundo o Seu amor para que a nossa capacidade de amar, aumentada por tal constatação, se fizesse cativa de amor por Ele. Assim o poder eminente do Reino dos Céus, que consiste no amor, encontrou modo de Se exprimir na morte de Seu Filho, [...] para que o mundo sinta o amor de Deus pela Sua Criação. Se esse gesto admirável tivesse como única razão de ser a remissão dos nossos pecados, teria sido suficiente outro modo de a realizar; pois quem a teria recusado se Ele tivesse morrido de uma morte simples, sem mais? Mas Ele não quis uma morte simples para que tu pudesses compreender qual é o mistério. […]
Para que foram necessários os insultos e os escarros? [...] Oh sabedoria vivificante! Compreendeste agora e sentiste qual a razão da vinda de Nosso Senhor e tudo o que se lhe seguiu antes mesmo de a Sua santa boca no-lo explicar claramente na Sua Pessoa. Com efeito está escrito: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigénito».

Quinta-feira, dia 11 de Abril de 2013

Quinta-feira da 2ª semana da Páscoa

Santo do dia : Santo Estanislau, bispo, mártir, +1097, Santa Gema Galgani, Beata Elena Guerra, virgem, +1914
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,27-33.
Naqueles dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote, interrogando-os,
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»
Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.»
Enraivecidos com tal linguagem, pensaram a sério em matá-los.

Livro de Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n'Ele se refugia.

A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.

O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.
Muitas são as tribulações do Justo,
mas o Senhor O livra de todas elas.

Evangelho segundo S. João 3,31-36.
«Aquele que vem do Alto está acima de tudo. Quem é da terra à terra pertence e fala da terra. Aquele que vem do Céu está acima de tudo
e dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho.
Quem aceita o seu testemunho reconhece que Deus é verdadeiro;
pois aquele que Deus enviou transmite as palavras de Deus porque dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e tudo põe na sua mão.
Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja Confissões IX, 10
«Aquele que vem do Céu [...] dá testemunho daquilo que viu e ouviu»
Suponhamos uma alma onde se calaram as agitações da carne, onde se calaram todas as ilusões da terra, do mar, do ar e até do céu. Suponhamos que essa alma faz silêncio – silêncio dos sonhos e dos devaneios da imaginação – e se suplanta a si mesma, não pensando mais em si.
Suponhamos que nela se cala igualmente qualquer língua, qualquer signo passageiro, em suma, que tudo nela é silêncio uma vez que, ouvindo todas as coisas lhe dizem: «Não fomos nós que nos fizemos a nós mesmas, mas fez-nos Aquele que permanece para sempre» (cf Sl 99,3.5) e, tendo dito isto, se calam de imediato porque despertam os nossos ouvidos para Aquele que as fez.
Suponhamos que Deus Se põe a falar só Ele, já não através dessas criaturas, mas através de Si mesmo, de modo a ouvirmos o Seu Verbo não por meio da língua da carne nem da voz de um anjo nem do estrondo de uma nuvem (Ex 19,16) nem dos enigmas das parábolas, mas para O ouvirmos a Ele próprio que amamos em todas estas coisas [...] e assim o nosso pensamento atinge [...] a eterna Sabedoria que permanece acima de todas as coisas: [...] porventura não será isto que significa «Entra na alegria do teu Senhor»? (Mt 25,21)

Sexta-feira, dia 12 de Abril de 2013

Sexta-feira da 2ª semana da Páscoa

Santo do dia : Nossa Senhora dos Prazeres, S. Victor de Braga, mártir, +300, Beato Lourenço Mendes, religioso, séc. XIII, Santa Teresa de Jesus Fernandez Solar, religiosa, +1920
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,34-42.
Naqueles dias, ergueu-se então um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. Mandou sair os acusados por alguns momentos
e, tomando a palavra, disse: «Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens!
Nos últimos tempos, apareceu Teudas que se dizia alguém e ao qual seguiram cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada.
Depois dele, apareceu também Judas, o galileu, nos dias do recenseamento e arrastou o povo atrás dele. Morreu igualmente e todos os seus adeptos foram dispersos.
E agora digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si própria;
mas se vem de Deus, não conseguireis destruí-los sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus.» Concordaram então com as suas palavras.
Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar em nome de Jesus Cristo e libertaram-nos.
Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus Cristo
e todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias.

Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

Creio firmemente vir a contemplar
a bondade do Senhor na Terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte,
tem coragem e confia no Senhor.

Evangelho segundo S. João 6,1-15.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi para a outra margem do lago da Galileia ou de Tiberíades.
Seguia-o uma grande multidão porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes.
Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos.
Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus Cristo disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?»
Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe:
«Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.»
Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?»
Jesus Cristo disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora havia muita erva no local. Os homens sentaram-se, pois em número de uns cinco mil.
Então Jesus Cristo tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os peixes, e eles comeram quanto quiseram.
Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca».
Recolheram-nos então e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer.
Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que Jesus Cristo tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!»
Por isso, Jesus Cristo, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013) Meditationen zur Karwoche, 1969
«Dai-lhes vós de comer» (Mt 14,16)
No pão da Eucaristia recebemos a multiplicação inesgotável dos pães do amor de Jesus Cristo que é suficientemente rico para saciar a fome de todos os séculos e que procura assim colocar-nos, também a nós, ao serviço desta multiplicação dos pães. Os poucos pães de cevada da nossa vida poderão parecer inúteis, mas o Senhor precisa deles e pede-no-los.
Tal como a própria Igreja, também os sacramentos são fruto do grão de trigo que morre (Jo 12,24). Para os receber, temos de entrar no movimento de onde eles provêm. Este movimento consiste em nos perdermos a nós próprios sem o que não nos podemos encontrar: «Quem quiser salvar a sua vida (material), perdê-la-á (porque nascemos para falecer) e quem perder a sua vida (material) por Mim e pelo Evangelho, salvá-la-á (a vida, corpo, celeste)» (Mc 8,35). Esta palavra do Senhor é a fórmula fundamental da vida cristã [...]; a forma característica da vida cristã vem-lhe da cruz. A abertura cristã ao mundo, tão enaltecida actualmente, só pode encontrar o seu verdadeiro modelo no lado aberto do Senhor (Jo 19,34), expressão deste amor radical, que é o único capaz de salvar.
Do lado perfurado de Jesus Cristo crucificado saíram sangue e água. O que, à primeira vista, é sinal de morte, sinal do mais completo fracasso, constitui ao mesmo tempo um começo novo: o Crucificado ressuscita (depois de falecer) e não morre. Das profundezas da morte surgiu a promessa da vida eterna. Por cima da cruz de Jesus Cristo resplandece já a claridade vitoriosa da manhã de Páscoa. É por isso que viver com Ele sob o signo da cruz é sinónimo de viver sob a promessa da alegria pascal.

Sábado, dia 13 de Abril de 2013

Sábado da 2ª semana da Páscoa

Santo do dia : S. Martinho I, Papa, +656, Santo Hermenegildo, rei visigótico, mártir, +585
Livro dos Actos dos Apóstolos 6,1-7.
Naqueles dias, como o número de discípulos ia aumentando, houve queixas dos helenistas contra os hebreus porque as suas viúvas eram esquecidas no serviço diário.
Os Doze convocaram então a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos às mesas.
Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa.
Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra
A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos.
A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé.

Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.
Exultai, ó justos, no Senhor;
louvai-o, rectos de coração.
Louvai o Senhor com a cítara;
cantai-lhe salmos com a harpa de dez cordas.

As palavras do Senhor são verdadeiras,
as suas obras nascem da fidelidade.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a Terra está cheia da bondade do Senhor.

Os olhos do Senhor velam pelos seus fiéis,
por aqueles que esperam na sua bondade
para os libertar da morte
e os manter vivos no tempo da fome.

Evangelho segundo S. João 6,16-21.
Ao cair da tarde, os seus discípulos desceram até ao lago
e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em direcção a Cafarnaúm.
Já tinha escurecido e Jesus Cristo ainda não fora ter com eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se.
Depois de terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus Cristo que se aproximava do barco, caminhando sobre o lago e tiveram medo.
Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não tenhais medo!»
Quiseram recebê-lo logo no barco e o barco chegou imediatamente à terra para onde iam.

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Poesia «Salmo 45», 28/04/1936; paráfrase do salmo 45/46
«E o barco chegou imediatamente à terra para onde iam»
Quando as tempestades rebentam
Tu és, Senhor, a nossa força.
Louvar-Te-emos, a Ti, Deus forte,
Nosso constante socorro.
Perto de Ti aguentamos firmes,
Em Ti pondo a nossa confiança,
Ainda que seja sacudida a Terra
E que se encapele o mar.

Podem as ondas enrolar-se e desenrolar-se,
Podem as montanhas vacilar,
A alegria há-de iluminar-nos,
A cidade de Deus louva-Te.
Tens nela a Tua morada,
Preservas a sua paz santa.
E um poderoso rio protege
A sublime morada de Deus.

Sublevam-se em loucura as multidões,
Colapsa o poder dos Estados.
Eis que Ele levanta a voz,
A Terra brame, sacudida.
Mas o Senhor está connosco,
O Senhor, o Deus Sabaoth.
Tu és para nós luz e salvação,
Contigo, jamais experimentaremos o medo.


Vinde todos, vinde contemplar
Os prodígios do Seu poder:
Todas as guerras se extinguem,
A corda do arco desentesa.
Lançai para o braseiro de fogo
Escudo e arma de guerra.
O Senhor, o Deus Sabaoth,
Socorre-nos na tribulação.

O meu clube de leitura

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1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
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3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
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