=CRISTIANISMO=
«Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos
Amigos
A
ressurreição
de Jesus Cristo é a verdade culminante da nossa fé em Jesus
Cristo e está estreitamente ligada ao mistério da Incarnação
do Filho de Deus. É dele o cumprimento, segundo o desígnio
eterno de Deus: pela
sua morte, Jesus Cristo liberta-nos do pecado; pela sua
ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida.
A cruz triunfante vence a morte e o pecado e traz-nos a redenção
(CIC, §638, 653-655). Recordemos a homilia do nosso Santo Padre
Francisco no passado dia 14 de março :
«Tenhamos
a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com
a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor
que é derramado na Cruz e de confessar como nossa única glória
Jesus Cristo Crucificado»
e assim poderemos ir mais longe.
Desejamos-vos
santas festas pascais…
… e
é com alegria que vos anunciamos a extensão deste serviço a
mais uma língua: o gaélico (língua oficial da Irlanda).
Anunciamo-vos
a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à
versão grega recentemente iniciada:
A
liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com
algumas especificidades particulares tais como um calendário e
leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos
leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está
em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na
Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis
ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer
descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária
riqueza litúrgica da nossa Igreja.
a
versão grega: evaggeliokathemera.org.
Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que
sofre.
Com
toda a nossa amizade e esperando cooperar com cada um de vós na
caminhada para o Pai,
podem
contactar connosco através da página “contactos” do nosso
sítio internet:
http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact.
Obrigado.
Queremos
agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o
financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é
e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em
parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e
tradução diária dos comentários bem como para financiar o
material informático. É por esta relação entre a vida activa e
a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se
deseja fazer um donativo:
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Obrigado.
Criado
em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e
rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida
dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da
Igreja.
Fazemo-vos
uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase
tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org)
e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de
que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e
já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a
inscrição.
Um
por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O
serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e
suportes: por correio electrónico; no computador:
http://www.evangelhoquotidiano.org/;
em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone
“Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com
os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano,
saúda-vos
A
equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
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Da
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Domingo, dia 14 de Abril de 20133º Domingo da Páscoa - Ano C
Festa
da Igreja : Terceiro
Domingo do Tempo Pascal (semana III do saltério)
Santo do dia : S. Pedro Gonçalves Telmo, confessor, +1246, Santa Ludovina (Liduina), virgem, +1433, Santo Abôndio Livro dos Actos dos Apóstolos 5,27b-32.40b-41.
Naqueles
dias, o Sumo Sacerdote, falou aos apóstolos e
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.» Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro. Foi a Ele que Deus elevou com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. E nós somos testemunhas destas coisas juntamente com o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.» Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar no nome de Jesus e libertaram-nos. Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria, por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus Cristo. Livro de Salmos 30(29),2.4.5-6.11.12a.13b.
Senhor,
eu te enalteço porque me salvaste
e não permitiste que os inimigos se rissem de mim. Senhor, livraste a minha alma da mansão dos mortos, poupaste-me a vida para eu não descer ao túmulo. Cantai salmos ao Senhor, vós que o amais e agradecei-lhe, lembrando a sua santidade. A sua indignação dura apenas um instante, mas a sua benevolência é para toda a vida. Ao cair da noite, vem o pranto; e ao amanhecer, volta a alegria. Ouve-me, Senhor, tem compaixão de mim; Senhor, vem em meu auxílio. Tu converteste o meu pranto em festa, tiraste-me o luto e vestiste-me de júbilo. Livro do Apocalipse 5,11-14.
Eu,
João, na visão que tive, ouvi a voz de uma multidão angélica,
à volta do trono, dos seres viventes e dos anciãos; o seu número
era de miríades de miríades, milhares de milhares e
cantavam com voz forte: «O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor.» Ouvi também todas as criaturas do céu, da Terra e de debaixo da terra, do mar e de tudo quanto neles existe, que proclamavam: «Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, sejam dados o louvor, a honra, a glória e a fortaleza pelos séculos dos séculos.» E os quatro seres viventes diziam: «Ámen.» E os anciãos prostraram-se em adoração. Evangelho segundo S. João 21,1-19.
Naquele
tempo, Jesus Cristo apareceu outra vez aos discípulos, junto ao
lago de Tiberíades e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper do dia, Jesus Cristo apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus Cristo disse-lhes então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. Então o discípulo que Jesus Cristo amava (Jonas) disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa porque estava sem mais roupa e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. Jesus Cristo disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde almoçar.» e nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus Cristo aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Esta já foi a terceira vez que Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. Depois de terem comido, Jesus Cristo perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» (nestas perguntas do Senhor Jesus Cristo a Pedro se verifica como é fundamental o amor-comunhão no universo de Deus, no mundo de Jesus Cristo. Sem amor ninguém consegue lá entrar ou viver em comunhão com.) Pedro ficou triste por Jesus Cristo lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?', mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» e Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!» São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, n º 24
«Ao romper do dia, Jesus
Cristo apresentou-se na margem»
Que simboliza o mar senão o
mundo actual, batido pelas ondas tumultuosas das nossas ocupações
e pelos turbilhões de uma vida caduca? E o que representa a
margem firme senão a perpetuidade do descanso eterno? Portanto os
discípulos afadigam-se no lago porque ainda estão presos nas
ondas da vida mortal, mas o nosso Redentor, depois da Sua
ressurreição, fica na margem, uma vez que já ultrapassou a
condição da fragilidade da carne. É como se Ele tivesse querido
servir-Se dessas coisas para falar aos Seus discípulos do
mistério da Sua ressurreição, dizendo-lhes: «Já não vos
apareço no mar (Mt 14,25) porque já não estou entre vós no
meio da agitação das ondas.»
Foi no mesmo sentido que, noutro
lugar, disse a esses mesmos discípulos após a ressurreição:
«Disse-vos essas coisas quando ainda estava convosco» (Lc
24,44). Não lhes disse isto por já não estar com eles – pois
o Seu corpo estava presente e aparecia-lhes −, mas [...] porque
a Sua carne imortal Se distanciava muito dos seus corpos mortais:
Ele dizia que já não estava com eles e contudo estava no meio
deles. Na passagem que lemos hoje, diz-lhes a mesma coisa pela
localização do Seu corpo: enquanto os discípulos ainda navegam,
doravante Ele está firme na margem.
Segunda-feira,
dia 15 de Abril de 2013
Segunda-feira da 3ª semana da Páscoa
Naqueles
dias, cheio de graça e força, Estêvão fazia
extraordinários milagres e prodígios entre o povo.
Ora alguns membros da sinagoga, chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos e dos da Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão; mas era-lhes impossível resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então uns homens para dizerem: «Ouvimo-lo proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.» Provocaram assim a ira do povo, dos anciãos e dos escribas; depois, surgindo-lhe na frente, arrebataram-no e levaram-no ao Sinédrio. Aí apresentaram falsas testemunhas que declararam: «Este homem não cessa de falar contra este Lugar Santo e contra a Lei, pois ouvimo-lo afirmar que Jesus, o de Nazaré, destruiria este lugar e mudaria as regras que Moisés nos legou.» Todos os membros do Sinédrio tinham os olhos fixos nele e viram que o seu rosto era como o rosto de um Anjo. (Portugal e o Brasil têm lugares com os nomes de Belém, Nazaré precisamente porque são marcos na vida histórica de Jesus Cristo) Livro de Salmos 119(118),23-24.26-27.29-30.
Ainda
que os grandes conspirem contra mim,
o vosso servo meditará nas vossas leis. Os vossos preceitos são as minhas delícias; são eles os meus conselheiros. Exponho-vos os meus caminhos; Vós me atendeis ensinai-me as vossas vontades. Fazei-me compreender o caminho dos vossos preceitos para meditar nas vossas maravilhas. Afastai-me dos caminhos da mentira, fazei que seja fiel à vossa lei. Escolhi o caminho da verdade e decidi-me pelos vossos juízos. Evangelho segundo S. João 6,22-29.
Depois
de Jesus Cristo ter saciado os cinco mil homens, os seus
discípulos viram-n'O a caminhar sobre as águas. No dia seguinte,
a multidão que ficara do outro lado do lago reparou que ali não
estivera mais do que um barco e que Jesus Cristo não tinha
entrado no barco com os seus discípulos, mas que estes tinham
partido sozinhos.
Entretanto chegaram outros barcos de Tiberíades até ao lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. Quando viu que nem Jesus Cristo nem os seus discípulos estavam ali, a multidão subiu para os barcos e foi para Cafarnaúm à procura de Jesus Cristo. Ao encontrá-lo no outro lado do lago, perguntaram-lhe: «Rabi, quando chegaste cá?» Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: vós procurais-me, não por terdes visto sinais miraculosos, mas porque comestes dos pães e vos saciastes. Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que Deus, o Pai, confirma com o seu selo.» Disseram-lhe então: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» Jesus Cristo respondeu-lhes: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou.» São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho de Mateus, nº 82, 5
«O alimento que perdura e dá
a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará»
Os judeus comiam a refeição da
Páscoa em pé, com as sandálias nos pés e o cajado na mão;
comiam-na à pressa (cf Ex 12,11). Tu ainda tens mais razão para
te manteres vigilante! Eles apressavam-se para partir para a Terra
Prometida e comportavam-se como viajantes; tu encaminhas-te para o
céu. É por isso que temos de estar sempre em guarda. [...] Os
inimigos de Jesus Cristo bateram no Seu santíssimo corpo sem
saberem o que faziam (cf Lc 23,34) e tu recebê-Lo-ias com a alma
impura depois de tantos benefícios que Ele te fez? Pois Ele não
Se contentou em Se fazer homem, em ser flagelado e morto; no Seu
amor, quis também unir-Se a nós, identificar-Se connosco não
apenas pela fé, mas realmente pela participação no Seu próprio
corpo. […]
Considera a honra que recebes e
a que mesa és conviva. Aquele que os anjos não vêem sem tremer,
Aquele para Quem não ousam sequer olhar sem temor por causa do
esplendor da glória que Lhe irradia da face, é d'Esse que
fazemos nosso alimento, tornando-nos um só corpo e uma só carne
com Ele. «Quem poderá contar as obras do Senhor e anunciar todos
os Seus louvores?» (Sl 106,2) Que pastor alguma vez alimentou as
suas ovelhas com a sua própria carne? [...] Acontece muitas vezes
as mães confiarem os filhos a amas. Jesus Cristo não faz isso;
Ele alimenta-nos com o Seu próprio sangue, torna-nos um só corpo
com Ele.
Terça-feira,
dia 16 de Abril de 2013
Terça-feira da 3ª semana da Páscoa
Santo do dia
: S.
Bento José Labre, peregrino, +1783, Santa
Engrácia de Saragoça, virgem, mártir, +305, Santa
Bernadette, vidente de Lourdes, +1879 Livro
dos Actos dos Apóstolos 7,51-60.8,1a.
Naqueles
dias, Estevão disse ao povo, aos anciãos e aos escribas: «Homens
de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, sempre
vos opondes ao Espírito Santo; como foram os vossos pais assim
sois vós também. Qual foi o profeta que os vossos pais não
tenham perseguido? Mataram os que predisseram a vinda
do Justo, a quem traístes e assassinastes,
vós, que recebestes a Lei pelo ministério dos anjos, mas não a guardastes!» Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão. Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus Cristo de pé, à direita de Deus. «Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.» Eles então soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo. As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo. E enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.» Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu. Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja (cristã) de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria. Livro de Salmos 31(30),3cd-4.6ab.7b.8a.17.21ab.
Em
vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me. Em Vós, Senhor, ponho minha confiança: hei-de exultar e alegrar-me com a vossa misericórdia. Vós sois o meu rochedo e a minha fortaleza; por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me. Nas vossas mãos entrego o meu espírito, Vós me resgatais, Senhor, Deus da verdade. Brilhe sobre o vosso servo a vossa luz; salvai-me pela vossa misericórdia. Vós os escondeis sob o refúgio da vossa face, longe das intrigas dos homens. Vós os escondeis na tenda contra as línguas maldizentes. Evangelho segundo S. João 6,30-35.
Naquele
tempo, disse a multidão a Jesus Cristo: «Que sinal realizas Tu
então para nós vermos e crermos em ti? Que obra realizas Tu?
Os nossos pais comeram o maná no deserto, conforme está escrito: Ele deu-lhes a comer o pão vindo do Céu.» E Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu, mas é o meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do Céu (eucaristia), pois o pão de Deus é aquele que desce do Céu e dá a vida ao mundo.» Disseram-lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão!» Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede. Beato Jan van Ruysbroeck (1293-1381), cónego regular
«Dá-nos sempre desse pão»
O primeiro sinal do amor foi
Jesus Cristo ter-nos dado a Sua carne a comer e o Seu sangue a
beber: eis uma coisa inaudita que exige de nós admiração e
estupefacção.
O que é próprio do amor é dar sempre e sempre receber. Ora o amor de Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, pródigo e ávido: dá tudo o que tem e o que é e recebe tudo o que nós temos, tudo o que somos.
Ele tem uma fome imensa. [...]
Quanto mais o nosso amor O deixa agir mais O desfrutamos
amplamente. Ele tem uma fome imensa, insaciável. Ele bem sabe que
somos pobres, mas não tem isso em conta. Faz-Se a Si mesmo pão
em nós, fazendo desaparecer no Seu amor, antes de mais, as nossas
más inclinações, as nossas faltas e os nossos pecados. Depois,
quando nos vê puros, chega ávido de tomar a nossa vida e de a
transformar na Sua, a nossa cheia de pecados, a Sua cheia de graça
e de glória, totalmente preparada para nós, bastando para isso
que renunciemos a nós próprios (cf Mt 16,24). [...] Todos os que
amam, compreender-me-ão. Ele faz-nos o dom de uma fome e de uma
sede eternas.
A essa fome e essa sede, Ele dá
a comer o Seu corpo e o Seu sangue. Quando O recebemos com
dedicação interior, o Seu sangue, pleno de calor e de glória,
jorra de Deus para as nossas veias. O fogo pega dentro de nós e o
gosto espiritual penetra-nos a alma e o corpo, o gosto e o desejo.
Ele permite-nos assemelharmo-nos às Suas virtudes; vive em nós e
nós n'Ele.
Quarta-feira,
dia 17 de Abril de 2013
Quarta-feira da 3ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Beata
Maria Ana de Jesus, virgem, +1624, Beata
Catarina Tekakwitha, índia, mártir, +1680
Livro dos Actos dos Apóstolos 8,1b-8.
No
mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de
Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram
pelas terras da Judeia e da Samaria.
Entretanto homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grandes lamentações. Quanto a Saulo, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão. Os que tinham sido dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa-Nova. Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria e aí começou a pregar Jesus Cristo. Ao ouvi-lo falar e ao vê-lo realizar milagres, as multidões aderiam unanimemente à pregação de Filipe. De facto, de muitos possessos saíam espíritos malignos, soltando grandes gritos e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade. Livro de Salmos 66(65),1-3a.4-5.6-7a.
Aclamai
a Deus, Terra inteira,
cantai a glória do seu nome, tornai glorioso o seu louvor. Dizei a Deus: "São admiráveis as tuas obras! Toda a Terra te adora e canta louvores; entoa hinos ao teu nome." Vinde e admirai as obras de Deus, as obras admiráveis que Ele fez diante dos homens. Converteu o mar em terra firme e puderam atravessar a pé enxuto. Por isso nos alegramos n'Ele! Com o seu poder governa para sempre. Evangelho segundo S. João 6,35-40.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «Eu sou o pão da
vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim
jamais terá sede.
Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes. Todos os que o Pai me dá, virão a mim e quem vier a mim Eu não o rejeitarei porque desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia. Esta é, pois a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia.» Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade Carta a um sacerdote, 17/02/1978, in «Vem, sê a minha luz»
«Eu sou o pão da vida»
Pediu para passar três meses a
sós com Jesus Cristo [em retiro] e parece-me bem. Mas, se durante
esse período a fome de Jesus Cristo no coração dos membros do
Seu povo for maior do que a sua, não deve permanecer a sós com
Jesus Cristo; deve permitir que Jesus Cristo o transforme em pão
para ser comido por aqueles que o procuram. Permita que as pessoas
o devorem; proclame Jesus Cristo através da palavra e da
presença. [...] Nem Deus podia dar maior prova de amor do que
dar-Se como Pão de vida – para ser partido, para ser comigo a
fim de que possamos comê-Lo e viver, de que possamos comê-Lo e
satisfazer a nossa fome de amor.
E contudo, Ele não está
satisfeito porque também Ele tem fome de amor. Por isso
tomou a vez do que tem fome, do que tem sede, do nu e do que não
tem casa e não deixa de clamar: «Tive fome, estive nu, não
tinha onde morar. Foi a Mim que o fizestes» (Mt 25, 40). O Pão
da Vida e o faminto, mas um único amor: só Jesus Cristo.
Quinta-feira,
dia 18 de Abril de 2013
Quinta-feira da 3ª semana da Páscoa
Naqueles
dias, o Anjo do Senhor falou a Filipe e disse-lhe: «Põe-te
a caminho e dirige-te para o Sul, pela estrada que desce de
Jerusalém para Gaza, a qual se encontra deserta.»
Ele pôs-se a caminho e foi para lá. Ora um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia, e superintendente de todos os seus tesouros, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém, regressava, na mesma altura, sentado no seu carro, a ler o profeta Isaías. O Espírito disse a Filipe: «Vai e acompanha aquele carro.» Filipe, acorrendo, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe: «Compreendes verdadeiramente o que estás a ler?» Respondeu ele: «E como poderei compreender sem alguém que me oriente?» E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele. A passagem da Escritura que ele estava a ler era a seguinte: Como ovelha levada ao matadouro e como cordeiro sem voz diante daquele que o tosquia assim Ele não abre a sua boca. Na humilhação se consumou o seu julgamento e quem poderá contar a sua geração? Da face da Terra foi tirada a sua vida! Dirigindo-se a Filipe, o eunuco disse-lhe: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?» Então Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus Cristo. Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água e o eunuco disse: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?» Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.» E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco, e Filipe baptizou-o. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe (isto demonstra o quanto o Senhor Jesus Cristo estava presente e empenhado na construção da Sua Igreja) e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria. Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo dali, foi anunciando a Boa-Nova a todas as cidades até que chegou a Cesareia. Livro de Salmos 66(65),8-9.16-17.20.
Bendizei,
ó povos, o nosso Deus,
fazei ressoar a voz do seu louvor. Foi Ele quem salvou a nossa vida e não permitiu que os nossos pés resvalassem. Vinde e ouvi, todos os que adorais a Deus; vou narrar-vos o que Ele fez por mim. Meus lábios o invocaram e minha língua o louvou. Bendito seja Deus que não rejeitou a minha oração nem me retirou a Sua misericórdia. Evangelho segundo S. João 6,44-51.
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém pode vir a mim se o
Pai que me enviou o não atrair e Eu hei-de ressuscitá-lo no
último dia.
Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim. Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto, mas morreram. Este é o pão que desce do Céu; se alguém comer dele, não morrerá. Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu: se alguém comer deste pão, viverá eternamente e o pão que Eu hei-de dar, é a minha carne pela vida do mundo.» Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade Carta a um sacerdote, 17/02/1978, in «Vem, sê a minha luz»
«Este é o pão que desce do
Céu; se alguém comer dele, não morrerá.»
«Tive fome, estava nu, não
tinha casa. Foi a Mim que o fizestes» (Mt 25, 40). O Pão de vida
e o faminto, mas um único amor: Jesus Cristo somente. A
Sua humildade é tão maravilhosa. Compreendo a Sua majestade, a
Sua grandeza – mas a Sua humildade ultrapassa a minha
compreensão porque Ele faz-Se Pão da Vida a fim de que até uma
criança pequena como eu possa comê-Lo e viver.
Há uns dias, quando dava a
sagrada comunhão às nossas irmãs na casa-mãe, apercebi-me de
repente de que tinha Jesus Cristo entre os dedos. A grandeza da
humildade de Deus. É bem verdade que «não há maior amor», não
há amor maior que o amor de Jesus Cristo (Jo 15, 13). Calculo que
tenha muitas vezes esta impressão de que, à sua palavra, entre
as suas mãos, o pão se transforma no corpo de Jesus Cristo e o
vinho se transforma no sangue de Jesus Cristo. Que grande deve ser
o seu amor a Jesus Cristo! Não há amor maior que o amor do
sacerdote a Jesus Cristo, «seu Senhor e seu Mestre» (Jo 20, 28).
Sexta-feira,
dia 19 de Abril de 2013
Sexta-feira da 3ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Santo
Expedito, mártir, séc. III, S.
Leão IX, papa, +1054, Santa
Maria da Encarnação, viúva, religiosa, +1613
Livro dos Actos dos Apóstolos 9,1-20.
Naqueles
dias, Saulo, respirando sempre ameaças e mortes contra os
discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote
e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém. Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: «Saulo, Saulo, porque me persegues?» Ele perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» Respondeu: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer.» Os seus companheiros de viagem tinham-se detido, emudecidos, ouvindo a voz, mas sem verem ninguém. Saulo ergueu-se do chão, mas, embora tivesse os olhos abertos, não via nada. Foi necessário levá-lo pela mão e assim entrou em Damasco onde passou três dias sem ver, sem comer nem beber. Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor disse-lhe numa visão: «Ananias!» Respondeu: «Aqui estou, Senhor.» O Senhor prosseguiu: «Levanta-te, vai à casa de Judas, na rua Direita, e pergunta por um homem chamado Saulo de Tarso que está a orar neste momento.» Saulo entretanto viu numa visão um homem, de nome Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista. Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido muita gente falar desse homem e a contar todo o mal que ele tem feito aos teus santos, em Jerusalém. E agora está aqui com plenos poderes dos sumos sacerdotes para prender todos quantos invocam o teu nome.» Mas o Senhor disse-lhe: «Vai, pois esse homem é instrumento da minha escolha para levar o meu nome perante os pagãos, os reis e os filhos de Israel. Eu mesmo lhe hei-de mostrar quanto ele tem de sofrer pelo meu nome.» Então Ananias partiu, entrou na dita casa, impôs as mãos sobre ele e disse: «Saulo, meu irmão, foi o Senhor que me enviou, esse Jesus que te apareceu no caminho em que vinhas, para recobrares a vista e ficares cheio do Espírito Santo.» Nesse instante, caíram-lhe dos olhos uma espécie de escamas e recuperou a vista. Depois, levantou-se e recebeu o baptismo. Depois de se ter alimentado, voltaram-lhe as forças e passou alguns dias com os discípulos em Damasco. Começou então imediatamente a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus. Livro de Salmos 117(116),1.2.
Louvai
o Senhor, todas as nações!
Exaltai-o, todos os povos! Porque o seu amor para connosco não tem limites e a fidelidade do Senhor é eterna! Evangelho segundo S. João 6,52-59.
Naquele
tempo, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si,
dizendo: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?!»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue (a eucaristia), não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou, vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come, viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.» Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao ensinar na sinagoga. São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja Hino eucarístico «Adoro te devote»
«A Minha carne é uma
verdadeira comida e o meu sangue uma verdadeira bebida»
Adoro-Te com amor,Jesus
escondido,
Que sob estas espécies és presente. Dou-Te o meu coração inteiramente, Em Tua contemplação desfalecido. A vista, o tacto, o gosto nada sabem, Só no que o ouvido sabe se há-de crer. Creio em tudo o que o Filho de Deus veio dizer: Nada mais verdadeiro pode ser Do que a própria Palavra da Verdade. Na cruz estava oculta o divino, Aqui também o está a humanidade. E contudo, eu creio e o confesso Que ambas aqui estão na realidade, E o que pedia o bom ladrão, eu peço. Não vejo as chagas como Tomé, Mas confesso-Te meu Mestre e meu Senhor. Faz-me ter cada vez em Ti mais fé, Uma esperança maior e mais amor. Ó memorial da morte do Senhor! Ó vivo pão que ao homem dás a vida! Que a minha alma sempre de Ti viva! Que sempre lhe seja doce o Teu sabor!
Sábado,
dia 20 de Abril de 2013
Sábado da 3ª semana da Páscoa
Santo do dia
: S.
Teodoro, presbítero, +613, Santa
Inês de Montepulciano, virgem, +1312, Santa
Sara, padroeira do povo cigano, séc. I
Livro dos Actos dos Apóstolos 9,31-42.
Naqueles
dias, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e
Samaria, crescia como um edifício e caminhava no amor do Senhor
e, com a assistência do Espírito Santo, ia aumentando.
Pedro, que andava por toda a parte, desceu também até junto dos santos que habitavam em Lida. Encontrou lá, estendido num catre, havia oito anos, um homem chamado Eneias, que era paralítico. Pedro disse-lhe: «Eneias, Jesus Cristo vai curar-te! Levanta-te e arranja a enxerga.» e ele ergueu-se imediatamente. Todos os habitantes de Lida e da planície de Saron viram isso e converteram-se ao Senhor. Havia em Jope, entre os discípulos, uma mulher chamada Tabitá, que significa «Gazela.» Era rica em boas obras e nas esmolas que distribuía. Ora nesses dias, caiu doente e morreu. Depois de a terem lavado, depositaram-na na sala de cima. Como Lida era perto de Jope e ouvindo os discípulos dizer que Pedro estava lá, mandaram-lhe dois homens com o seguinte pedido: «Vem depressa ter connosco!» Pedro partiu imediatamente com eles. Logo que chegou, levaram-no à sala de cima e encontrou lá todas as viúvas que choravam e lhe mostravam as túnicas e mantos feitos por Dórcada enquanto ela estava na sua companhia. Pedro mandou sair toda a gente, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se depois para o corpo, disse: «Tabitá, levanta-te!» Ela abriu os olhos e, ao ver Pedro, sentou-se. Tomando-a pela mão, Pedro ajudou-a a erguer-se. Chamando então os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. Toda a cidade de Jope soube deste acontecimento e muitos acreditaram no Senhor. Livro de Salmos 116(115),12-13.14-15.16-17.
Como
retribuirei ao Senhor
todos os seus benefícios para comigo? Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor. Cumprirei com as minhas promessas ao Senhor na presença de todo o povo. É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva, quebrastes as minhas cadeias. Oferecer-vos-ei um sacrifício de louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Evangelho segundo S. João 6,60-69.
Naquele
tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus Cristo, disseram: «Que
palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?»
Mas Jesus Cristo, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos murmuravam a respeito disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida. Mas há alguns de vós que não crêem.» De facto, Jesus Cristo sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam e também quem era aquele que o havia de entregar. E dizia: «Por isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for concedido pelo Pai.» A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram para trás e já não andavam com Ele. Então Jesus Cristo disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-lhe Simão Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus.» Concílio Vaticano II Constituição dogmática sobre a Revelação divina, «Dei Verbum», §§ 24-26
«Tu tens palavras de vida
eterna!»
As Sagradas Escrituras contêm a
palavra de Deus e, pelo facto de serem inspiradas, são
verdadeiramente Palavra de Deus; por isso, o estudo destes
sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia.
Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral,
a catequese e toda a espécie de instrução cristã [...] com
proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da
Escritura.
O sagrado Concílio exorta com
ardor e insistência todos os fiéis [...] a que aprendam «a
sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil 3,8) com a leitura
frequente das divinas Escrituras porque «a ignorância das
Escrituras é ignorância de Jesus Cristo» (São Jerónimo).
Debrucem-se, pois gostosamente sobre o texto sagrado quer através
da sagrada liturgia, rica de palavras divinas quer pela leitura
espiritual quer por outros meios que se vão espalhando tão
louvavelmente por toda a parte com a aprovação e estímulo dos
pastores da Igreja. Lembrem-se, porém de que a leitura da Sagrada
Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja
possível o diálogo entre Deus e o homem porque «a Ele falamos
quando rezamos, a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos»
(Santo Ambrósio). […]
Deste modo, pois que com a
leitura e o estudo dos livros sagrados «a palavra de Deus se
difunda e resplandeça (2Tess 3,1) e o tesouro da revelação
confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens.
Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do
mistério eucarístico assim também é lícito esperar um novo
impulso de vida espiritual se fizermos crescer a veneração pela
palavra de Deus que «permanece para sempre» (Is 40,8; cf lPed
1,23-25).
O meu clube de leituraOs meus filmes
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sábado, 20 de abril de 2013
Cristianismo 108
sábado, 13 de abril de 2013
Cristianismo 107
=CRISTIANISMO=
«Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Queridos
Amigos
A
ressurreição
de Jesus Cristo é a verdade culminante da nossa fé em Jesus
Cristo e está estreitamente ligada ao mistério da Incarnação
do Filho de Deus. É dele o cumprimento, segundo o desígnio
eterno de Deus: pela
sua morte, Jesus Cristo liberta-nos do pecado; pela sua
ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida.
A cruz triunfante vence a morte e o pecado e traz-nos a redenção
(CIC, §638, 653-655). Recordemos a homilia do nosso Santo Padre
Francisco no passado dia 14 de março :
«Tenhamos
a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com
a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor
que é derramado na Cruz e de confessar como nossa única glória
Jesus Cristo Crucificado»
e assim poderemos ir mais longe.
Desejamos-vos
santas festas pascais…
… e
é com alegria que vos anunciamos a extensão deste serviço a
mais uma língua: o gaélico (língua oficial da Irlanda).
Anunciamo-vos
a abertura de duas novas versões de Evangelizo, a acrescentar à
versão grega recentemente iniciada:
A
liturgia ambrosiana é bastante próxima da romana tradicional com
algumas especificidades particulares tais como um calendário e
leituras próprias. Abrimos esta versão a pedido de numerosos
leitores de língua italiana e de um bispo. O rito ambrosiano está
em vigor na diocese de Milão e em três vales do Tessino (na
Suíça), o que representa 51 paróquias.
Fiéis
ao espírito do serviço Evangelizo, estamos felizes por vos fazer
descobrir, através deste rito ambrosiano, a extraordinária
riqueza litúrgica da nossa Igreja.
a
versão grega: evaggeliokathemera.org.
Que ela possa ser um apoio diário aos membros deste povo que
sofre.
Com
toda a nossa amizade e esperando cooperar com cada um de vós na
caminhada para o Pai,
podem
contactar connosco através da página “contactos” do nosso
sítio internet:
http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact.
Obrigado.
Queremos
agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o
financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é
e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em
parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e
tradução diária dos comentários bem como para financiar o
material informático. É por esta relação entre a vida activa e
a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.
Se
deseja fazer um donativo:
http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus.
Obrigado.
Criado
em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e
rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida
dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da
Igreja.
Fazemo-vos
uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase
tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org)
e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de
que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e
já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a
inscrição.
Um
por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.
O
serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e
suportes: por correio electrónico; no computador:
http://www.evangelhoquotidiano.org/;
em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone
“Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.
Com
os votos renovados de uma boa caminhada ao longo deste ano,
saúda-vos
A
equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano
---------------------------------------
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org
Domingo, dia 07 de Abril de 20132º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia) - Ano C
Santo
do dia : S.
João Baptista de la Salle, presbítero, fundador, +1719,
S.
Pedro Nguyen Van Luu, presbítero, mártir, +1861
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,12-16.
Pelas
mãos dos Apóstolos, realizavam-se muitos milagres e prodígios
entre o povo. Unidos pelos mesmos sentimentos, reuniam-se todos no
Pórtico de Salomão
e, dos restantes, ninguém se atrevia a juntar-se a eles, mas o povo não cessava de os enaltecer. Sempre em maior número, juntavam-se, em massa, homens e mulheres, acreditando no Senhor a tal ponto que traziam os doentes para as ruas e colocavam-nos em enxergas e catres a fim de que, à passagem de Pedro, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. A multidão vinha também das cidades próximas de Jerusalém, transportando enfermos e atormentados por espíritos malignos e todos eram curados. Livro de Salmos 118(117),2-4.22-24.25-27a.
Diga
a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia. Diga a casa de Aarão: é eterna a sua misericórdia. Digam os que adoram o Senhor: é eterna a sua misericórdia. A pedra que os construtores rejeitaram, tornou-se pedra angular. Isto se fez por obra do Senhor e é um prodígio aos nossos olhos. O Senhor actuou neste dia cantemos e alegremo-nos n'Ele. Senhor, salvai os vossos servos, Senhor, dai-nos a vitória. Bendito o que vem em nome do Senhor, da casa do Senhor, nós vos bendizemos. Deus, o Senhor, é quem nos alumia. Livro do Apocalipse (= fim dos tempos) 1,9-11a.12-13.17-19.
Eu,
João, (S. João Evangelista) que sou vosso irmão e companheiro
na perseguição, (perseguição às igrejas cristãs
da Ásia no tempo do imperador Domiciano cerca do ano 95 e
perseguições internas devido a heresias) no Reino e na
constância cristã, encontrava-me na ilha de Patmos por causa da
Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo.
No dia do Senhor (= domingo), o Espírito arrebatou-me e ouvi atrás de mim uma voz potente como de trombeta, que dizia: «O que vais ver, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas: à de Éfeso, de Esmirna, de Pérgamo, de Tiatira, de Sardes, de Filadélfia e de Laodiceia.» Voltei-me para ver de quem era a voz que me falava. E, ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro; no meio dos candelabros, vi alguém com aparência humana; estava vestido de uma túnica comprida até aos pés e cingido com um cinto de ouro em torno do peito; Ao vê-lo, caí como morto, a seus pés. Mas Ele colocou a mão direita sobre mim, dizendo: «Não tenhas medo! Eu sou o Primeiro e o Último; Aquele que vive. Estive morto; mas, como vês, estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da Morte e do Abismo! Escreve, pois as coisas que vês, as que estão a acontecer e as que vão acontecer depois destas. Evangelho segundo S. João 20,19-31.
Na
tarde daquele dia, o primeiro da semana (= domingo), estando
fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam com
medo das autoridades judaicas, veio Jesus Cristo, pôs-se no meio
deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.» Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus Cristo veio. Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.» Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus Cristo veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!» Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus Cristo: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto». Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus Cristo na presença dos seus discípulos que não estão escritos neste livro. Estes, porém foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus e, acreditando, terdes a vida nele. Beato João Paulo II (1920-2005), Papa Encíclica «Dominum et vivificantem» §2
«Recebei o Espírito Santo»
Os eventos pascais — a paixão,
a morte e a ressurreição de Jesus Cristo — são também o
tempo da nova vinda do Espírito Santo como Paráclito e
Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Eles constituem o tempo do
«novo princípio» da comunicação de Si mesmo da parte de Deus
uno e trino à humanidade, no Espírito Santo, por obra de Jesus
Cristo Redentor. Este novo princípio é a Redenção do mundo:
«Com efeito, Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu
Filho unigénito». (Jo 3,16). Ao «dar» o Filho, no dom do
Filho, já se exprime a essência mais profunda de Deus, o qual,
sendo Amor(-Comunhão), é uma fonte inexaurível de generosidade.
No dom concedido pelo Filho completam-se a revelação e a
prodigalidade do Amor eterno: o Espírito Santo, que nas
profundezas imperscrutáveis da divindade é uma Pessoa-Dom, por
obra do Filho, isto é, mediante o mistério pascal de Jesus
Cristo, é dado de uma maneira nova aos Apóstolos e à Igreja e,
por intermédio deles, à humanidade e ao mundo inteiro.
A expressão definitiva deste
mistério surge no dia da Ressurreição. Neste dia, Jesus
de Nazaré, «nascido da descendência de David segundo a carne»
— como escreve o apóstolo São Paulo — é «constituído
Filho de Deus com todo o poder, segundo o Espírito de
santificação, mediante a ressurreição dos mortos» (Rm 1,3-4).
Pode-se dizer assim que a «elevação» messiânica de Jesus
Cristo no Espírito Santo atingiu o auge na Ressurreição quando
Ele Se revelou como Filho de Deus, «cheio de poder» e este
poder, cujas fontes jorram da imperscrutável comunhão
trinitária, manifesta-se, antes de mais nada, pelo duplo feito de
Jesus Cristo Ressuscitado: realizar, por um lado, a promessa de
Deus já expressa pela boca do Profeta: «Dar-vos-ei um coração
novo. [...] Porei dentro de vós um espírito novo, o Meu
espírito»; (Ez 36,26-27) e cumprir, por outro lado, a Sua
própria promessa, feita aos Apóstolos com estas palavras:
«Quando Eu for, vo-Lo enviarei» (Jo 16,7). É Ele: o Espírito
da Verdade, o Paráclito enviado por Jesus Cristo Ressuscitado
para nos transformar e fazer de nós a própria imagem do
Ressuscitado.
Segunda-feira,
dia 08 de Abril de 2013
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidade
Festa da
Igreja : Anunciação
do Senhor (ofício próprio)
Santo do dia : Santa Júlia Billiart, virgem, fundadora, +1816, Santa Cacilda, princesa moura, eremita, +1007 Livro de Isaías 7,10-14.8,10b.
Naqueles
dias, o Senhor mandou dizer ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede ao SENHOR teu Deus um sinal quer no fundo dos abismos quer lá no alto dos céus.» Acaz respondeu: «Não pedirei tal coisa, não tentarei o SENHOR.» Isaías respondeu: «Escuta, pois casa de David: Não vos basta já ser molestos para os homens senão que também ousais sê-lo para o meu Deus? Por isso o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel. Traçai planos que serão frustrados; ordenai ameaças que não serão executadas, pois temos o Emanuel: «Deus-connosco.» Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.
Não
quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar; não pediste holocaustos nem vítimas. Então eu disse: «Aqui estou!» No Livro da Lei está escrito aquilo que devo fazer. Esse é o meu desejo, ó meu Deus; a tua lei está dentro do meu coração. Anunciei a tua justiça na grande assembleia; Tu bem sabes, Senhor, que não fechei os meus lábios. Não escondi a tua justiça no fundo do coração; proclamei a tua fidelidade e a tua salvação. Não ocultei à grande assembleia a tua bondade e a tua verdade. Carta aos Hebreus 10,4-10.
Irmãos:
Uma vez que é impossível que o sangue dos touros e dos bodes
apague os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Jesus Cristo diz: Tu não quiseste sacrifício nem oferenda, mas preparaste-me um corpo. Não te agradaram holocaustos nem sacrifícios pelos pecados. Então Eu disse: Eis que venho – como está escrito no livro a meu respeito – para fazer, ó Deus, a tua vontade. Disse primeiro: Não quiseste nem te agradaram sacrifícios, oferendas e holocaustos pelos pecados – e, no entanto, eram oferecidos segundo a Lei. Disse em seguida: Eis que venho para fazer a tua vontade. Suprime assim o primeiro culto para instaurar o segundo. E foi por essa vontade que nós fomos santificados, pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre. Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.
Naquele
tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da
Galileia, chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salvé, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria a si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» Maria disse ao anjo: «Como será isso se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril porque nada é impossível a Deus.» Maria disse então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» e o anjo retirou-se de junto dela. Concílio Vaticano II Constituição dogmática sobre a Igreja «Lumen gentium», § 56
«Eis a serva do Senhor»
O Pai das misericórdias quis
que a Incarnação fosse precedida de uma aceitação por parte
daquela que Ele predestinara para ser a Mãe. Ele quis assim que
como uma mulher contribuiu para a morte (Gn 3) também outra
mulher contribuísse para a vida. É o que se verifica de modo
sublime na Mãe de Jesus Cristo: dando à luz ao mundo a própria
Vida que tudo renova, Deus adornou-a com dons dignos de uma tão
grande missão e, por isso, não é de admirar que os santos
Padres chamem com frequência à Mãe de Deus «toda santa» e
«imune de toda a mancha de pecado», visto que o próprio
Espírito Santo a modelou e dela fez uma nova criatura.
Enriquecida, desde o primeiro instante da sua conceição com os
esplendores de uma santidade singular, a Virgem é saudada pelo
Anjo, da parte de Deus, como «cheia de graça» e responde ao
mensageiro celeste: «Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra».
Deste modo, Maria, filha de
Adão, dando o seu consentimento à palavra divina, tornou-se Mãe
de Jesus Cristo e, não retida por qualquer pecado, abraçou de
todo o coração o desígnio salvador de Deus, consagrou-se
totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu
Filho, subordinada a Ele e juntamente com Ele, servindo pela graça
de Deus omnipotente o mistério da Redenção. Por isso,
consideram com razão os Santos Padres que Maria não foi
utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas que
cooperou livremente, pela fé e a obediência, na salvação dos
homens (e mulheres). Como diz Santo Ireneu, «obedecendo, Ela
tornou-se causa de salvação para si e para todo o género
humano».
Terça-feira,
dia 09 de Abril de 2013
Terça-feira da 2ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Santo
Acácio de Amida, bispo, séc. V,
Beata
Celestina Faron, mártir, 1944
Livro dos Actos dos Apóstolos 4,32-37.
A
multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e
uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre
eles tudo era comum.
Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus Cristo e uma grande graça operava em todos eles. Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se então a cada um conforme a necessidade que tivesse. Assim um levita cipriota, de nome José, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé, isto é, «filho da consolação», possuía uma terra; vendeu-a e trouxe a importância que depositou aos pés dos Apóstolos. Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O
Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade. Revestido e cingido de poder está o Senhor. Firmou o universo que não vacilará. Firmou o universo que não vacilará. O teu trono, Senhor, está firme desde sempre e Tu existes desde a eternidade. São dignos de fé os teus testemunhos, a tua casa está adornada de santidade por todo o sempre, ó Senhor! Evangelho segundo S. João 3,7b-15.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Não te admires por Eu
te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.» Nicodemos interveio e disse-lhe: «Como pode ser isso?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo: nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei das coisas da Terra e não credes, como é que haveis de crer quando vos falar das coisas do Céu? Pois ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem. Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto a fim de que todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna. Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja Hino 1 sobre a Ressurreição
«Pois ninguém subiu ao Céu
a não ser Aquele que desceu do Céu»
O Pastor de todos desceu,
Procurou Adão, ovelha perdida, Levou-o aos ombros e subiu. Fez de Si mesmo sacrifício oferecido
ao Senhor do rebanho (cf Lc
15,4; Jo 10,11).
Bendita seja a Sua descida até nós! Ele veio, orvalho e chuva vivificante, A Maria, essa terra sedenta. O grão de trigo desceu à terra E dela voltou a subir, ramo e pão novo (Jo 12,24). Bendita seja a Sua oferenda! [...] Do alto, o poder desceu para nós; Do seio da Virgem, a esperança brilhou para nós; Do sepulcro, a vida surgiu para nós, À direita do Pai, Ele Se senta como Rei para nós. Bendita seja a Sua honra! Do alto jorrou como um rio; De Maria saiu como um rebento; Do bosque suspendeu-Se como um fruto, E subiu ao céu, oferenda das primícias. Bendita seja a Sua vontade!
Quarta-feira,
dia 10 de Abril de 2013
Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Ezequiel,
profeta,
Santo
António Neyrot, mártir, +1460,
Beato
Bonifácio Zukowski, presbítero, mártir, 1942
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,17-26.
Naqueles
dias, surgiu o Sumo Sacerdote com todos os seus sequazes, isto é,
o partido dos saduceus; encheram-se de inveja
e deitaram as mãos aos Apóstolos, metendo-os na prisão pública. Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, depois de os ter conduzido para fora, disse-lhes: «Ide para o templo e anunciai ao povo a Palavra da Vida.» Obedientes a essas ordens, entraram no templo de manhã cedo e começaram a ensinar. Entretanto chegou o Sumo Sacerdote com os seus sequazes; convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos filhos de Israel e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia. Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram, declarando: «Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta, mas, depois de a abrirmos, não encontrámos ninguém no interior.» Esta notícia pôs os sumos sacerdotes e o comandante do templo numa grande perplexidade acerca dos Apóstolos e perguntavam a si próprios o que poderia significar tudo aquilo. Veio então alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão agora no templo a ensinar o povo.» O comandante do templo dirigiu-se imediatamente para lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas não à força, pois receavam ser apedrejados pelo povo. Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.
A
toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca. A minha alma gloria-se no Senhor, escutem e alegrem-se os humildes. Enaltecei comigo o Senhor e exaltemos juntos o seu nome. Procurei o Senhor e Ele atendeu-me, libertou-me de toda a ansiedade. Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as angústias. O anjo do Senhor protege os que O adoram e defende-os dos perigos. Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n'Ele se refugia. Evangelho segundo S. João 3,16-21.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Tanto amou Deus o mundo
que lhe entregou o seu Filho Unigénito a fim de que todo o que
nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no Filho Unigénito de Deus. E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo e os homens preferiram as trevas à Luz porque as suas obras eram más. De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.» Santo Isaac, o Sírio (século VII), monge em Nínive, perto de Mossul Capítulos sobre o conhecimento, IV, 77-78
«Tanto amou Deus o mundo que
lhe entregou o Seu Filho Unigénito»
O homem que se inflama por causa
da verdade ainda não conheceu a verdade tal como ela é. Quando a
conhecer verdadeiramente, deixará de se inflamar por causa dela.
O dom de Deus e o conhecimento adquirido com esse dom nunca são
motivos para nos perturbarmos ou elevarmos a voz, pois o lugar
onde o Espírito mora com amor e humildade é um lugar onde só
reina a paz. […]
Se o zelo fosse útil para a
correcção dos homens porque Se teria Deus revestido de um corpo
e empregado a suavidade e modos humildes para converter o mundo a
Seu Pai? E porque Se teria Ele deixado pregar na cruz pelos
pecadores e porque teria entregado o Seu santíssimo corpo ao
sofrimento em favor do mundo? Digo que Deus o fez por uma única
razão: dar a conhecer ao
mundo o Seu amor para que a nossa capacidade de amar,
aumentada por tal constatação, se fizesse cativa de amor por
Ele. Assim o poder eminente do Reino dos Céus, que consiste no
amor, encontrou modo de Se exprimir na morte de Seu Filho, [...]
para que o mundo sinta o amor de Deus pela Sua Criação. Se esse
gesto admirável tivesse como única razão de ser a remissão dos
nossos pecados, teria sido suficiente outro modo de a realizar;
pois quem a teria recusado se Ele tivesse morrido de uma morte
simples, sem mais? Mas Ele não quis uma morte simples para que tu
pudesses compreender qual é o mistério. […]
Para que foram necessários os
insultos e os escarros? [...] Oh sabedoria vivificante!
Compreendeste agora e sentiste qual a razão da vinda de Nosso
Senhor e tudo o que se lhe seguiu antes mesmo de a Sua santa
boca no-lo explicar claramente na Sua Pessoa. Com efeito está
escrito: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho
Unigénito».
Quinta-feira,
dia 11 de Abril de 2013
Quinta-feira da 2ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Santo
Estanislau, bispo, mártir, +1097,
Santa
Gema Galgani,
Beata
Elena Guerra, virgem, +1914
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,27-33.
Naqueles
dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos
e levaram-nos à presença do Sinédrio. O Sumo Sacerdote,
interrogando-os,
disse: «Proibimo-vos formalmente de ensinardes nesse nome, mas vós enchestes Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.» Mas Pedro e os Apóstolos responderam: «Importa mais obedecer a Deus do que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o num madeiro. Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.» Enraivecidos com tal linguagem, pensaram a sério em matá-los. Livro de Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.
A
toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca. Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n'Ele se refugia. A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores para apagar da Terra a sua memória. Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os e livrou-os das suas angústias. O Senhor está perto dos corações contritos e salva os espíritos abatidos. Muitas são as tribulações do Justo, mas o Senhor O livra de todas elas. Evangelho segundo S. João 3,31-36.
«Aquele que vem do Alto está
acima de tudo. Quem é da terra à terra pertence e fala da terra.
Aquele que vem do Céu está acima de tudo
e dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. Quem aceita o seu testemunho reconhece que Deus é verdadeiro; pois aquele que Deus enviou transmite as palavras de Deus porque dá o Espírito sem medida. O Pai ama o Filho e tudo põe na sua mão. Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus. Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja Confissões IX, 10
«Aquele que vem do Céu
[...] dá testemunho daquilo que viu e ouviu»
Suponhamos uma alma onde se
calaram as agitações da carne, onde se calaram todas as ilusões
da terra, do mar, do ar e até do céu. Suponhamos que essa alma
faz silêncio – silêncio dos sonhos e dos devaneios da
imaginação – e se suplanta a si mesma, não pensando mais em
si.
Suponhamos que nela se cala
igualmente qualquer língua, qualquer signo passageiro, em suma,
que tudo nela é silêncio uma vez que, ouvindo todas as coisas
lhe dizem: «Não fomos nós que nos fizemos a nós mesmas, mas
fez-nos Aquele que permanece para sempre» (cf Sl 99,3.5) e, tendo
dito isto, se calam de imediato porque despertam os nossos ouvidos
para Aquele que as fez.
Suponhamos que Deus Se põe a
falar só Ele, já não através dessas criaturas, mas através de
Si mesmo, de modo a ouvirmos o Seu Verbo não por meio da língua
da carne nem da voz de um anjo nem do estrondo de uma nuvem (Ex
19,16) nem dos enigmas das parábolas, mas para O ouvirmos a Ele
próprio que amamos em todas estas coisas [...] e assim o nosso
pensamento atinge [...] a eterna Sabedoria que permanece acima de
todas as coisas: [...] porventura não será isto que significa
«Entra na alegria do teu Senhor»? (Mt 25,21)
Sexta-feira,
dia 12 de Abril de 2013
Sexta-feira da 2ª semana da Páscoa
Santo do dia
: Nossa Senhora dos Prazeres, S.
Victor de Braga, mártir, +300,
Beato
Lourenço Mendes, religioso, séc. XIII,
Santa
Teresa de Jesus Fernandez Solar, religiosa, +1920
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,34-42.
Naqueles
dias, ergueu-se então um homem no Sinédrio, um fariseu chamado
Gamaliel, doutor da Lei, respeitado por todo o povo. Mandou sair
os acusados por alguns momentos
e, tomando a palavra, disse: «Homens de Israel, tende cuidado com o que ides fazer a esses homens! Nos últimos tempos, apareceu Teudas que se dizia alguém e ao qual seguiram cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada. Depois dele, apareceu também Judas, o galileu, nos dias do recenseamento e arrastou o povo atrás dele. Morreu igualmente e todos os seus adeptos foram dispersos. E agora digo-vos: não vos metais com esses homens, deixai-os. Se o seu empreendimento é dos homens, esta obra acabará por si própria; mas se vem de Deus, não conseguireis destruí-los sem correrdes o risco de entrardes em guerra contra Deus.» Concordaram então com as suas palavras. Trouxeram novamente os Apóstolos e, depois de os mandarem açoitar, proibiram-lhes de falar em nome de Jesus Cristo e libertaram-nos. Quanto a eles, saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus Cristo e todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias. Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O
Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo? O Senhor é o baluarte da minha vida: quem me assustará? O Senhor é minha luz e salvação: de quem terei medo? O Senhor é o baluarte da minha vida: quem me assustará? Creio firmemente vir a contemplar a bondade do Senhor na Terra dos vivos. Confia no Senhor, sê forte, tem coragem e confia no Senhor. Evangelho segundo S. João 6,1-15.
Naquele
tempo, Jesus Cristo foi para a outra margem do lago da Galileia ou
de Tiberíades.
Seguia-o uma grande multidão porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes. Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus Cristo disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?» Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe: «Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.» Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Jesus Cristo disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora havia muita erva no local. Os homens sentaram-se, pois em número de uns cinco mil. Então Jesus Cristo tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os peixes, e eles comeram quanto quiseram. Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca». Recolheram-nos então e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer. Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que Jesus Cristo tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!» Por isso, Jesus Cristo, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte. Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013) Meditationen zur Karwoche, 1969
«Dai-lhes vós de comer»
(Mt 14,16)
No pão da Eucaristia recebemos
a multiplicação inesgotável dos pães do amor de Jesus Cristo
que é suficientemente rico para saciar a fome de todos os séculos
e que procura assim colocar-nos, também a nós, ao serviço desta
multiplicação dos pães. Os poucos pães de cevada da nossa vida
poderão parecer inúteis, mas o Senhor precisa deles e
pede-no-los.
Tal como a própria Igreja,
também os sacramentos são fruto do grão de trigo que morre (Jo
12,24). Para os receber, temos de entrar no movimento de onde eles
provêm. Este movimento consiste em nos perdermos a nós próprios
sem o que não nos podemos encontrar: «Quem quiser salvar a sua
vida (material), perdê-la-á (porque nascemos para falecer) e
quem perder a sua vida (material) por Mim e pelo Evangelho,
salvá-la-á (a vida, corpo, celeste)» (Mc 8,35). Esta palavra do
Senhor é a fórmula fundamental da vida cristã [...]; a forma
característica da vida cristã vem-lhe da cruz. A abertura cristã
ao mundo, tão enaltecida actualmente, só pode encontrar o seu
verdadeiro modelo no lado aberto do Senhor (Jo 19,34), expressão
deste amor radical, que é o único capaz de salvar.
Do lado perfurado de Jesus
Cristo crucificado saíram sangue e água. O que, à primeira
vista, é sinal de morte, sinal do mais completo fracasso,
constitui ao mesmo tempo um começo novo: o Crucificado ressuscita
(depois de falecer) e não morre. Das profundezas da morte surgiu
a promessa da vida eterna. Por cima da cruz de Jesus Cristo
resplandece já a claridade vitoriosa da manhã de Páscoa. É por
isso que viver com Ele sob o signo da cruz é sinónimo de viver
sob a promessa da alegria pascal.
Sábado,
dia 13 de Abril de 2013
Sábado da 2ª semana da Páscoa
Santo do dia
: S.
Martinho I, Papa, +656,
Santo
Hermenegildo, rei visigótico, mártir, +585
Livro dos Actos dos Apóstolos 6,1-7.
Naqueles
dias, como o número de discípulos ia aumentando, houve queixas
dos helenistas contra os hebreus porque as suas
viúvas eram esquecidas no serviço diário.
Os Doze convocaram então a assembleia dos discípulos e disseram: «Não convém deixarmos a palavra de Deus para servirmos às mesas. Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa. Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.» A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócuro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Foram apresentados aos Apóstolos que, depois de orarem, lhes impuseram as mãos. A palavra de Deus ia-se espalhando cada vez mais; o número dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e grande número de sacerdotes obedeciam à Fé. Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.
Exultai,
ó justos, no Senhor;
louvai-o, rectos de coração. Louvai o Senhor com a cítara; cantai-lhe salmos com a harpa de dez cordas. As palavras do Senhor são verdadeiras, as suas obras nascem da fidelidade. Ele ama a justiça e a rectidão: a Terra está cheia da bondade do Senhor. Os olhos do Senhor velam pelos seus fiéis, por aqueles que esperam na sua bondade para os libertar da morte e os manter vivos no tempo da fome. Evangelho segundo S. João 6,16-21.
Ao
cair da tarde, os seus discípulos desceram até ao lago
e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em direcção a Cafarnaúm. Já tinha escurecido e Jesus Cristo ainda não fora ter com eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se. Depois de terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus Cristo que se aproximava do barco, caminhando sobre o lago e tiveram medo. Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não tenhais medo!» Quiseram recebê-lo logo no barco e o barco chegou imediatamente à terra para onde iam. Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa Poesia «Salmo 45», 28/04/1936; paráfrase do salmo 45/46
«E o barco chegou
imediatamente à terra para onde iam»
Quando as tempestades rebentam
Tu és, Senhor, a nossa força. Louvar-Te-emos, a Ti, Deus forte, Nosso constante socorro. Perto de Ti aguentamos firmes, Em Ti pondo a nossa confiança, Ainda que seja sacudida a Terra E que se encapele o mar. Podem as ondas enrolar-se e desenrolar-se, Podem as montanhas vacilar, A alegria há-de iluminar-nos, A cidade de Deus louva-Te. Tens nela a Tua morada, Preservas a sua paz santa. E um poderoso rio protege A sublime morada de Deus. Sublevam-se em loucura as multidões, Colapsa o poder dos Estados. Eis que Ele levanta a voz, A Terra brame, sacudida. Mas o Senhor está connosco, O Senhor, o Deus Sabaoth. Tu és para nós luz e salvação, Contigo, jamais experimentaremos o medo. Vinde todos, vinde contemplar Os prodígios do Seu poder: Todas as guerras se extinguem, A corda do arco desentesa. Lançai para o braseiro de fogo Escudo e arma de guerra. O Senhor, o Deus Sabaoth, Socorre-nos na tribulação. O meu clube de leituraOs meus filmes
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