"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna".
João 6, 68
Domingo,
dia 17 de Setembro de 2017
24.º
Domingo do Tempo Comum
A ira e o furor são duas coisas execráveis; só o
homem pecador os nutre no coração.
Quem se vinga sofrerá a vingança do Senhor que pedirá minuciosa
conta de seus pecados.
Perdoa a ofensa do teu próximo e, quando o pedires, as tuas ofensas
serão perdoadas.
Um homem guarda rancor contra outro e pede a Deus que o cure?
Não tem compaixão do seu semelhante e pede perdão para os seus próprios
pecados?
Se ele, que é um ser de carne, guarda rancor, quem lhe alcançará o perdão das
suas faltas?
Lembra-te do teu fim e deixa de ter ódio;
pensa na corrupção e na morte e guarda
os mandamentos.
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.9-10.11-12.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.
Não está sempre a repreender,
nem guarda ressentimento.
Não nos tratou segundo os nossos pecados
nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Como a distância da Terra aos céus,
assim é grande a sua misericórdia
para os que O adoram.
Como o Oriente dista do Ocidente,
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
Carta aos Romanos 14,7-9.
Irmãos: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre
para si mesmo.
Se vivemos, vivemos para o Senhor e se morremos, morremos para o Senhor.
Portanto, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor.
Na verdade, Jesus Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos vivos e dos mortos.
Evangelho segundo São Mateus 18,21-35.
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus Cristo e
perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe?
Até sete vezes?».
Jesus Cristo respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes
sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas
com os seus servidores.
Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os
filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida.
Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e
tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe
a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem
denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que
me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um
prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender até que pagasse tudo quanto
devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram
contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me
devias porque mo pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro como eu tive
compaixão de ti?’.
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que lhe
devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu
irmão de todo o coração».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005),
papa
Encíclica «Dives in misericordia», § 14
«Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro?»
Em todas as
fases da história, mas especialmente na época actual, a Igreja deve
considerar como um dos seus principais deveres proclamar e introduzir na vida
o mistério da misericórdia,
revelado no mais alto grau em Jesus Cristo. Este mistério é, não só para a
própria Igreja, como comunidade dos fiéis, mas também, em certo sentido, para
todos os homens, fonte de vida diferente daquela que o homem é capaz de
construir quando exposto às forças prepotentes da tríplice concupiscência que
nele operam. É precisamente em nome deste mistério que Jesus Cristo nos
ensina a perdoar sempre. Quantas
vezes repetimos as palavras da oração que Ele próprio nos ensinou, pedindo:
«Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido» (Mt 6,12), isto é, aos que são culpados em relação a nós!
É realmente difícil expressar o valor profundo da atitude que tais palavras
designam e inculcam. Quantas coisas dizem a cada homem acerca do seu
semelhante e também acerca de si próprio! A consciência de sermos devedores
uns para com os outros anda a par com o apelo à solidariedade fraterna, que São
Paulo exprimiu concisamente, convidando-nos a suportar-nos «uns aos outros
com caridade» (Ef 4,2). Que lição de humildade não está encerrada aqui, em
relação ao homem, ao próximo e também a nós mesmos! Que escola de boa vontade
para a vida comum de cada dia, nas várias condições da nossa existência!
Segunda-feira,
dia 18 de Setembro de 2017
Segunda-feira da 24.ª
semana do Tempo Comum
Caríssimo: Recomendo, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de louvor por todos os
homens,
pelos reis e por todas as autoridades, para que possamos levar uma vida
tranquila e pacífica, com toda a piedade
e dignidade.
Isto é bom e agradável aos olhos de Deus, nosso Salvador;
Ele quer que todos os homens se salvem
e cheguem ao conhecimento da verdade.
Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo
que Se entregou à morte pela redenção de todos. Tal é o testemunho que foi
dado a seu tempo
e do qual fui constituído arauto e apóstolo – digo a verdade, não minto –
mestre dos gentios na fé e na verdade.
Quero, portanto, que os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu
as mãos santas, sem ira nem contenda.
Livro de Salmos 28(27),2.7.8-9.
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica,
quando Vos invoco,
quando ergo as minhas mãos
para o vosso templo santo.
O Senhor é a minha força e o meu protector,
meu coração pôs n’Ele a sua confiança e fui ajudado.
O meu coração exultou
e entoei-Lhe um cântico de louvor.
O Senhor é a fortaleza do seu povo,
a fortaleza de salvação do seu Ungido.
Salvai o vosso povo e abençoai a vossa herança,
sede o seu protector e guia através dos tempos.
Evangelho segundo São Lucas 7,1-10.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo acabou de falar ao povo,
entrou em Cafarnaum.
Um centurião tinha um servo a quem estimava muito e que estava doente,
quase a morrer.
Tendo ouvido falar de Jesus Cristo, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus
para Lhe pedir que fosse salvar aquele servo.
Quando chegaram à presença de Jesus Cristo, os anciãos suplicaram-Lhe insistentemente:
«Ele é digno de que lho concedas,
pois estima a nossa gente e foi ele que nos construiu a sinagoga».
Jesus Cristo acompanhou-os. Já não estava longe da casa, quando o centurião
Lhe mandou dizer por uns amigos: «Não Te incomodes, Senhor, pois não mereço
que entres em minha casa
nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma palavra e o meu servo
será curado.
Porque também eu, que sou um subalterno, tenho soldados sob as minhas
ordens. Digo a um ‘Vai’ e ele vai e a outro ‘Vem’ e ele vem e ao meu servo
‘Faz isto’ e ele faz».
Ao ouvir estas palavras, Jesus Cristo sentiu admiração por ele e,
voltando-se para a multidão que O seguia, exclamou: «Digo-vos que nem mesmo
em Israel encontrei tão grande fé».
Ao regressarem a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo
de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 62
«Senhor, não mereço que entres em minha casa»
Na leitura do
Evangelho, ouvimos Jesus Cristo louvar a nossa fé, associada à humildade.
Quando prometeu ir a casa do centurião curar-lhe o servo, este respondeu:
«Não mereço que entres em minha casa [...]. Mas diz uma palavra e o meu
servo será curado». Ao considerar-se indigno, revela-se digno – digno não
só de que Jesus Cristo entre em sua casa, mas também no seu coração. [...]
Pois não teria sido para ele grande alegria se o Senhor Jesus Cristo tivesse
entrado em sua casa sem entrar no seu coração. Com efeito, Jesus Cristo,
Mestre de humildade pelo seu exemplo e pelas suas palavras, sentou-Se à
mesa em casa de um fariseu orgulhoso chamado Simão (Lc 7,36ss.); mas,
embora Se sentasse à sua mesa, não entrou no seu coração: aí, «o Filho (do
Homem) não tinha onde reclinar a cabeça» (Lc 9,58). Pelo contrário, não
entra em casa do centurião, mas entra no seu coração. [...]
Por conseguinte, é a fé unida à humildade que o Senhor elogia neste
centurião. Quando este diz: «Não mereço que entres em minha casa», o Senhor
responde: «Digo-vos que nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé». [...]
O Senhor veio ao povo de Israel segundo a carne, para procurar
primeiramente neste povo a sua ovelha perdida (cf Lc 15,4). [...] Nós, como
homens, não podemos medir a fé dos homens. Foi Aquele que vê o fundo dos
corações, Aquele a quem ninguém
engana que testemunhou como era o coração deste homem; ao ouvir as suas
palavras repletas de humildade, responde-lhe com uma palavra que cura.
Terça-feira,
dia 19 de Setembro de 2017
Terça-feira da 24.ª
semana do Tempo Comum
Caríssimo: É digna de fé esta palavra: Quem aspira a um cargo
de governo na Igreja aspira a uma nobre função.
Mas quem exerce esse cargo deve ser irrepreensível, casado uma só vez,
sóbrio, ponderado, digno, hospitaleiro, capaz de ensinar,
não dado ao vinho nem violento, mas condescendente, pacífico e
desinteressado.
Deve governar bem a sua casa, mantendo os filhos submissos com toda a
dignidade,
pois quem não sabe governar a própria casa, como poderá cuidar da Igreja
de Deus?
Não deve ser um recém-convertido, não aconteça que se encha de orgulho e
venha a incorrer na mesma condenação do diabo.
Além disso, deve gozar de boa fama entre os de fora, para não cair no
descrédito e em alguma cilada do diabo.
Os diáconos devem igualmente ser dignos, homens de palavra, não propensos
ao excesso de bebidas nem a lucros desonestos
e conservem o mistério da fé numa consciência pura.
Sejam primeiro postos à prova; depois, se não houver nada a
censurar-lhes, poderão exercer o diaconado.
As suas mulheres devem igualmente ser dignas, não maldizentes, mas
sóbrias e fiéis em tudo.
Não se casem os diáconos mais do que uma vez; governem bem os filhos e a
própria casa.
Porque aqueles que exercem bem o seu ministério alcançam uma posição
honrosa e uma firme confiança, fundada sobre a fé em Cristo Jesus.
Livro de Salmos 101(100),1-2ab.2cd-3ab.5.6.
Quero cantar a bondade e a justiça:
a Vós, Senhor, entoarei salmos.
Quero seguir o caminho perfeito:
quando vireis ao meu encontro?
Viverei na inocência do coração
no interior da minha casa.
Não porei diante de meus olhos
qualquer acção perversa.
Quem às ocultas calunia o seu próximo,
hei-de reduzi-lo ao silêncio.
Ao de olhar altivo e coração soberbo,
não o poderei suportar.
Tenho os olhos postos na gente leal da minha terra,
para que esteja sempre ao meu lado.
Só aquele que segue o caminho perfeito
poderá ser meu servidor.
Evangelho segundo São Lucas 7,11-17.
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus Cristo para uma cidade
chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão.
Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho
único de sua mãe que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade.
Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores».
Jesus Cristo aproximou-Se e tocou no caixão e os que o transportavam
pararam. Disse Jesus Cristo: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te».
O morto sentou-se e começou a falar e Jesus Cristo entregou-o à sua mãe.
Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no
meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo».
E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas
regiões vizinhas.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397),
bispo de Milão, doutor da Igreja
«Tratado sobre o Evangelho de São Lucas», 5, 89, 91-92
«Jovem, Eu te ordeno, levanta-te»
Mesmo que
os sintomas da morte tenham afastado por completo a esperança de vida,
mesmo que os corpos dos defuntos jazam perto do túmulo, ainda assim, à
voz de Deus, os cadáveres preparados para a decomposição voltam a
erguer-se, recuperam a fala; o filho é devolvido a sua mãe, é chamado do
túmulo, é arrancado ao túmulo. Qual é o teu túmulo? São os teus maus
hábitos, é a tua falta de fé.
É deste túmulo que Jesus Cristo te liberta, é deste túmulo que
ressuscitarás, se ouvires a Palavra de Deus. Ainda que o teu pecado seja
tão grave que não consigas lavar-te a ti mesmo pelas lágrimas do
arrependimento, a Igreja tua Mãe chorará por ti, ela que intervém a favor
de todos os seus filhos, qual mãe viúva por seu único filho. Porque se
compadece, por uma espécie de dor espiritual que lhe é natural, ao ver os
seus filhos serem conduzidos à morte por pecados fatais. […]
Que ela chore, pois esta Mãe piedosa e que a multidão a acompanhe; que
não seja apenas uma multidão, mas uma multidão considerável, a
compadecer-se desta Mãe terna. Então ressuscitarás do túmulo, dele serás
libertado; os carregadores deter-se-ão, começarás a falar como um vivo e
todos ficarão estupefactos. O exemplo de um só servirá para corrigir
muitos que louvarão a Deus por nos ter concedido tais remédios para
evitarmos a morte.
Quarta-feira,
dia 20 de Setembro de 2017
Quarta-feira da
24.ª semana do Tempo Comum
Caríssimo:
Escrevo-te estas coisas na esperança de ir ter contigo muito em breve.
Mas se eu tardar, já sabes como deves proceder na casa de Deus que é a Igreja
do Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade.
É realmente grande o mistério da piedade: Ele foi manifestado na carne,
justificado pelo Espírito, contemplado pelos Anjos, anunciado entre os
gentios, acreditado no mundo, exaltado na glória.
Livro de Salmos 111(110),1-2.3-4.5-6.
Louvarei o Senhor
de todo o coração
no conselho dos justos e na assembleia.
São grandes as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.
A sua obra é esplendor e majestade
e a sua justiça permanece eternamente.
Instituiu um memorial das suas maravilhas:
o Senhor é misericordioso e compassivo.
Deu sustento àqueles que O adoram
e jamais se esquecerá da sua aliança.
Fez ver ao seu povo a força das suas obras
para lhe dar a herança das nações.
Evangelho segundo São Lucas 7,31-35.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo à multidão: «A quem hei-de comparar os homens desta
geração? Com quem se parecem?
Assemelham-se a crianças que, sentadas na praça, se interpelam umas às
outras, dizendo: 'Tocámos flauta para vós e não dançastes! Entoámos
lamentações e não chorastes!'
Porque veio João Baptista que não comia nem bebia vinho e vós dizeis:
‘Tem o demónio com ele’.
Veio o Filho (do homem) que come e bebe e vós dizeis: ‘É um glutão e um
ébrio, amigo de publicanos e pecadores’.
Mas a Sabedoria é justificada por todos os seus filhos».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379),
monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
«Prólogo às Regras Maiores»
Deus convida-nos incansavelmente à conversão
Irmãos,
não nos deixemos ficar na indiferença e no desleixo; não adiemos sempre
para amanhã ou para mais tarde, com ligeireza, o momento de pormos mãos
à obra. «É este o tempo favorável, é este o dia da salvação», diz o
apóstolo Paulo (2Cor 6,2). Agora é o tempo da penitência, mais tarde
será o da recompensa; o presente é o tempo da perseverança e um dia
virá o da consolação. Agora, Deus
vem em auxílio daqueles que se
afastam do mal; mais tarde, Ele será o juiz dos actos, das palavras e dos pensamentos dos homens.
Hoje, usufruímos da sua paciência; conheceremos a justiça dos seus
julgamentos no momento da ressurreição,
quando cada um de nós receber
consoante as obras realizadas.
Até quando adiaremos a nossa obediência a Jesus Cristo que do seu Reino
celeste nos interpela? Não desejamos a nossa purificação? Quando nos
decidiremos a abandonar o tipo de vida que levamos para seguirmos o
Evangelho até ao extremo?
Quinta-feira, dia 21 de Setembro de 2017
São Mateus,
Apóstolo e Evangelista – Festa
Irmãos: Eu,
prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis
segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade,
mansidão e paciência; suportai-vos uns
aos outros com caridade (= afectos);
empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo.
Há um só Deus e Pai de
todos que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra.
A cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o
dom de Jesus Cristo.
Foi Ele também que a uns constituiu apóstolos, a outros evangelistas
e a outros pastores e mestres,
para o aperfeiçoamento dos cristãos em ordem ao trabalho do ministério
e à edificação do Corpo de Jesus Cristo,
até que cheguemos todos à unidade
da fé e do conhecimento do Filho (de Deus), ao estado de homem
perfeito, à medida de Jesus Cristo na sua plenitude.
Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam
a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a Terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
Evangelho segundo São Mateus 9,9-13.
Naquele tempo,
Jesus Cristo ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado
no posto de cobrança dos impostos e disse-lhe: «Segue-Me». Ele
levantou-se e seguiu Jesus Cristo.
Um dia em que Jesus Cristo estava à mesa em casa de Mateus, muitos
publicanos e pecadores vieram sentar-se com Ele e os seus discípulos.
Vendo isto, os fariseus diziam aos discípulos: «Por que motivo é que
o vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?».
Jesus Cristo ouviu-os e respondeu: «Não são os que têm saúde que
precisam do médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. Porque Eu não vim chamar os
justos, mas os pecadores».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Bento XVI, Papa de 2005 a
2013
Audiência geral de 30/08/06 (© Libreria Editrice Vaticana)
São Mateus: convertido, apóstolo, evangelista
«Levantou-se
e seguiu Jesus». A concisão da frase põe claramente em evidência a
prontidão com que Mateus respondeu à chamada. Para ele, tal
significava tudo abandonar, sobretudo aquilo que lhe garantia uma
fonte segura de rendimentos, embora fosse desonrosa e muitas vezes
injusta. Mateus compreendeu que a intimidade com Jesus Cristo o
impedia de manter uma actividade desaprovada por Deus. Facilmente se
tira daqui uma lição para o presente: também hoje é inadmissível o
apego a coisas incompatíveis com a caminhada de seguir Jesus Cristo,
como é o caso das riquezas desonestas. Ele próprio o disse sem
rodeios: «Se queres ser perfeito,
vai, vende tudo o que possuis, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos
céus. Depois vem e segue-Me» (Mt,19,21). Foi o que fez Mateus:
«Levantou-se e seguiu Jesus». Neste «levantou-se», conseguimos ler um
nítido repúdio pela situação de pecado e simultaneamente a adesão
consciente a uma existência nova, recta, em comunhão com Jesus Cristo.
Recordemos que a tradição da Igreja atribui unanimemente a Mateus a
paternidade do primeiro Evangelho. Já Papias, bispo de Hierápoles, na
Frígia, o tinha dito, cerca do ano 130: «Mateus verteu as palavras
[do Senhor] em língua hebraica e cada um as interpretou como podia»
(Eusébio de Cesareia, «Hist. Ecl.» III, 39, 16). O historiador
Eusébio acrescenta esta informação: «Mateus, que primeiro pregara
entre os judeus, quando a certa altura decidiu ir também evangelizar
outros povos, escreveu na língua materna o Evangelho que anunciava;
procurou deste modo recompensar aqueles de quem se separava,
substituindo pela escrita o que perdiam com a sua partida» (III, 24,
6). Já não possuímos o Evangelho escrito por Mateus em hebraico ou
aramaico, mas no Evangelho grego que chegou até nós continuamos a
ouvir, de alguma maneira, a voz persuasora do publicano Mateus que,
tornado apóstolo, continua a anunciar-nos a misericórdia salvífica de
Deus e escutamos essa mensagem, nela meditando sempre de novo, para
aprendermos, também nós, a levantarmo-nos e a seguir Jesus Cristo com
determinação.
Sexta-feira, dia 22 de Setembro de 2017
Sexta-feira
da 24.ª semana do Tempo Comum
Caríssimo: Eis
o que deves ensinar e recomendar:
Se alguém ensinar outra doutrina e não seguir as palavras salutares
de Nosso Senhor Jesus Cristo e a doutrina conforme à piedade,
é um homem orgulhoso, um ignorante, um doente que se ocupa com
questões e contendas de palavras. Daí nasce a inveja, a discórdia,
os insultos, as suspeitas malévolas,
as altercações entre homens de espírito perverso que perderam o
sentido da verdade e vêem na piedade
uma fonte de lucro.
A piedade é realmente uma fonte de lucro para quem se contenta com
o que tem.
Nada trouxemos para este mundo e nada podemos levar dele.
Se tivermos que comer e que vestir, estaremos contentes.
Mas aqueles que querem enriquecer caem em ciladas e tentações e em
muitos desejos insensatos e funestos que mergulham os homens na
ruína e na perdição.
O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; alguns, ao tentarem
alcançá-lo, transviaram-se da fé e atraíram sobre si
muitos sofrimentos.
Mas tu, homem de Deus, evita tudo isso. Pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança
e a mansidão.
Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual
foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé
perante numerosas testemunhas.
Livro de Salmos 49(48),6-7.8-10.17-18.19-20.
Porque hei-de
inquietar-me nos dias maus,
quando me cerca a iniquidade (= não-equidade) dos perseguidores,
dos que confiam na sua opulência
e se vangloriam na sua grande riqueza?
O homem não pode pagar o seu resgate,
não pode pagar a Deus a sua redenção.
É muito caro o resgate da sua vida
e ele nunca pagará o suficiente
para prolongar indefinidamente a sua vida
e não experimentar a corrupção da morte.
Não te irrites se alguém enriquece
e aumenta a riqueza da sua casa.
Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não o acompanhará.
Ainda que em vida se felicitasse:
«Louvar-te-ão porque trataste bem de ti»,
não deixará de ir para a companhia de seus pais,
que jamais verão a luz.
Evangelho segundo São Lucas 8,1-3.
Naquele tempo,
Jesus Cristo ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a
anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze,
bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos
malignos e de enfermidades. Eram Maria de Magdala, chamada
Madalena, de quem tinham saído sete demónios,
Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas
outras, que serviam Jesus Cristo e os discípulos com os seus bens.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II
(1920-2005), papa
«Mulieris dignitatem», § 27
«Acompanhavam-no os Doze, bem como
algumas mulheres»
Na
história da Igreja, desde os primeiros tempos, existiram — ao lado
dos homens — numerosas mulheres, para as quais a resposta da Esposa
ao amor redentor do Esposo adquiriu plena força expressiva. Vemos
primeiro aquelas mulheres que tinham conhecido pessoalmente a Jesus
Cristo, O tinham seguido e, depois da sua partida, juntamente com
os apóstolos, «eram assíduas na oração» no cenáculo de Jerusalém
até ao dia do Pentecostes. Naquele dia, o Espírito Santo falou por
meio dos «filhos e filhas» do Povo de Deus [...] (cf At 2,17).
Aquelas mulheres, e a seguir muitas outras, tiveram parte activa e
importante na vida da Igreja primitiva, na edificação, desde os
seus fundamentos, da primeira comunidade cristã — e das comunidades
que se seguiram — mediante os seus carismas e o seu multiforme
serviço. [...] O apóstolo fala das suas «fadigas» por Jesus Cristo
e estas indicam os vários campos de serviço apostólico da Igreja, a
começar pela «Igreja doméstica». Nesta, de facto, a «fé sincera»
passa da mãe para os filhos e os netos, como se verificou em casa
de Timóteo (cf 2Tim 1,5).
O mesmo se repete no decorrer dos séculos, de geração em geração,
como demonstra a história da Igreja. A Igreja, com efeito,
defendendo a dignidade da mulher e a sua vocação, expressou honra e gratidão por aquelas que —
fiéis ao Evangelho — em todo o tempo participaram na missão
apostólica do Povo de Deus. Trata-se de santas mártires, de
virgens, de mães de família que corajosamente deram testemunho da
sua fé e, educando os próprios filhos no espírito do Evangelho,
transmitiram a mesma fé e a tradição da Igreja. [...] Mesmo diante
de graves discriminações sociais, as mulheres santas agiram de
«modo livre», fortalecidas pela sua união com Jesus Cristo. [...]
Também nos nossos dias a Igreja não cessa de se enriquecer com o
testemunho das numerosas mulheres que realizam a sua vocação à
santidade. As mulheres santas são uma personificação do ideal
feminino, mas são também um modelo para todos os cristãos, um
modelo de «sequela Christi», um exemplo do amor com que a Esposa
deve responder ao amor do Esposo.
Sábado, dia 23 de Setembro de 2017
Sábado da
24.ª semana do Tempo Comum
Caríssimo:
Ordeno-te na presença de Deus que dá a vida a todas as coisas e
de Cristo Jesus que deu testemunho da verdade diante de Pôncio
Pilatos:
Guarda o mandamento do Senhor, sem mancha e acima de toda a
censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo,
a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei
dos reis e Senhor dos senhores,
o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível
que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder
eterno. Ámen.
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o
Senhor, terra inteira,
servi o
Senhor com alegria,
vinde a Ele
com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez,
a Ele pertencemos,
somos o seu
povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, dando graças,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom, eterna
é a sua
misericórdia, a sua fidelidade
estende-se
de geração em geração.
Evangelho segundo São Lucas 8,4-15.
Naquele
tempo, reuniu-se uma grande multidão que vinha ter com Jesus
Cristo de todas as cidades e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola:
«O semeador saiu para semear a sua semente. Quando semeava, uma
parte da semente caiu à beira do caminho: foi calcada e as aves
do céu comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso: depois de ter nascido,
secou por falta de humidade.
Outra parte caiu entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e
sufocaram-na.
Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um».
Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Os discípulos perguntaram a Jesus Cristo o que significava aquela
parábola
e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do
reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas
para que, ao olharem, não vejam e ao ouvirem, não entendam.
É este o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas depois
vem o diabo tirar-lhes a palavra do coração, para que não
acreditem e se salvem.
Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem,
acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam
por algum tempo e afastam-se quando chega a provação.
A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas,
sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida,
sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer.
A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra
com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua
perseverança».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Crisóstomo
(c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla,
doutor da Igreja
Sermão n° 44 sobre São Mateus; PG 57, 467
«Quem tem ouvidos para ouvir,
oiça»
Se
a semente seca, não é devido ao calor. Jesus Cristo não disse que
a semente secou por causa do calor, mas sim por não ter raiz. Se
a Palavra é asfixiada, não será por causa dos espinhos, mas de
quem os deixou crescer em liberdade. Ora se quiseres, podes
impedir que eles cresçam, fazendo bom uso das riquezas. É por
isso que o Salvador não fala do mundo, mas dos cuidados do mundo,
não fala das riquezas, mas dos cuidados com as riquezas. Por
conseguinte, não acusemos as coisas em si mesmas, mas a corrupção
da nossa consciência. [...]
Não é o agricultor, como vês, não é a semente, mas a terra onde
ela é recebida que explica tudo, ou seja, as disposições do nosso
coração. Também aí a bondade de Deus para com o homem é imensa,
dado que, longe de exigir a todos a mesma medida de virtude,
acolhe os primeiros, não repudia os segundos e dá lugar aos
terceiros. [...]
É necessário, pois começar por ouvir atentamente a Palavra,
depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de
coragem, desprezar as riquezas e libertar-se do amor aos bens do
mundo. Se Jesus Cristo coloca em primeiro lugar a atenção à
Palavra, se a coloca antes de todas as outras condições, é porque
ela é a condição fundamental. «E como hão-de acreditar naquele de
quem não ouviram falar?» (Rom, 10,14). Também nós, se não dermos
atenção ao que nos é dito, ficaremos sem conhecer os deveres que
temos de cumprir. Só depois vem a coragem e o desprezo pelos bens
deste mundo. Para pôr a render estas lições, fortifiquemo-nos de
todas as maneiras: estejamos atentos à Palavra, façamos crescer
profundamente as nossas raízes e libertemo-nos das preocupações
do mundo. ©
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