domingo, 10 de setembro de 2017

Cristianismo 224 até 9-09-2017



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 03 de Setembro de 2017

22.º Domingo do Tempo Comum

Festa da Igreja : XXII Domingo Comum (semana II do saltério)
Santo do dia : São Gregório Magno, Papa, Doutor da Igreja, +604

Livro de Jeremias 20,7-9.
Vós me seduzistes, Senhor e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e vencestes. Em todo o tempo sou objecto de escárnio, toda a gente se ri de mim
porque sempre que falo é para gritar e proclamar: «Violência e ruína!». E a palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias.
Então eu disse: «Não voltarei a falar n’Ele, Não falarei mais em seu nome». Mas havia no meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus ossos. Procurava contê-lo, mas não podia.

Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.8-9.
Senhor, sois o meu Deus:
desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro, como terra árida,
sequiosa e sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais do que a vida;
por isso, os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra das vossas asas.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa mão me serve de amparo.

Carta aos Romanos 12,1-2.
Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, como culto espiritual.
Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela renovação espiritual da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.

Evangelho segundo São Mateus 16,21-27.
Naquele tempo, Jesus Cristo começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia.
Pedro, tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há-de acontecer!».
Jesus Cristo voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens».
Jesus Cristo disse então aos seus discípulos: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Pois quem quiser salvar a sua vida (natural) há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida (natural) por minha causa, há-de encontrá-la.
Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida? Que poderá dar o homem em troca da sua vida?
O Filho (do homem) há-de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos e então dará a cada um segundo as suas obras».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 96
«Não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens»
Quando o Senhor impõe ao homem que quer segui-Lo que renuncie a si mesmo, achamos que os seus mandamentos são difíceis e duros de ouvir. Mas, se aquele que ordena nos ajuda a cumprir o que ordena, então esses mandamentos deixam de ser difíceis e penosos. [...] É igualmente verdadeira aquela outra palavra saída da boca do Senhor: «O meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11,30). Com efeito, o amor suaviza o que os preceitos podem ter de penoso. Conhecemos todas as maravilhas que o amor pode realizar. [...] Que dificuldades não enfrentaram os homens, que condições de vida indignas e intoleráveis não suportaram para atingirem o objecto do seu amor! [...] Porque nos admiramos se aquele que ama Jesus Cristo e quer segui-Lo renuncia a si mesmo para O amar? Porque, se o homem se perde amando-se a si mesmo, deverá sem dúvida alguma encontrar-se renunciando a si mesmo.
Que homem se recusaria a seguir Jesus Cristo até à morada da felicidade perfeita, da paz suprema e da tranquilidade eterna? É bom segui-Lo até aí; mas é preciso conhecer o caminho para lá chegar. [...] O caminho parece-te cheio de asperezas, repugna-te, não queres seguir a Jesus Cristo. Vai atrás dele! O caminho que os homens traçaram é pedregoso, mas foi aplanado quando Jesus Cristo o percorreu ao voltar ao Céu. Que homem se recusaria, pois, a avançar em direcção à glória?
Todos gostamos de nos elevar até à glória, mas temos de o fazer pela escada da humildade. Porque levantas o pé acima da tua própria altura? Quererás cair em vez de subir? Começa pelo primeiro degrau: já começaste a subir. Os dois discípulos que diziam: «Senhor, permite-nos que, no teu Reino, nos sentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda» não deram atenção à escada da humildade. Visavam o cume, mas não viam os degraus. Mas o Senhor mostrou-lhos. Na verdade, o que foi que Ele respondeu? «Podeis beber do cálice que Eu vou beber? (Mc 10,37-38) Vós que desejais atingir o cume das honras, podeis beber o cálice da humildade?» Foi por isso que Ele não Se limitou a dizer, de uma maneira genérica: «Renuncie a si mesmo e siga-Me», mas acrescentou: «Tome a sua cruz e siga-Me».


Segunda-feira, dia 04 de Setembro de 2017

Segunda-feira da 22.ª semana do Tempo Comum

Festa da Igreja : Nossa Senhora Consoladora
Santo do dia : Santa Rosa de Viterbo, virgem, +1252


1.ª Carta aos Tessalonicenses 4,13-18.
Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança.
Se acreditamos que Jesus Cristo morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus Cristo os que em Jesus Cristo tiverem morrido.
Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido.
Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Jesus Cristo ressuscitarão primeiro.
Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor.
Consolai-vos uns aos outros com estas palavras.

Livro de Salmos 96(95),1.3.4-5.11-12.13.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

O Senhor é grande e digno de louvor,
mais omnipotente que todas as divindades.
as divindades dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus.

Alegrem-se os céus, exulte a Terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade.

Evangelho segundo São Lucas 4,16-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos,
a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus Cristo os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».
Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum».
E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem-recebido na sua terra.
Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a Terra;
contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia.
Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã».
Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga.
Levantaram-se, expulsaram Jesus Cristo da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo.
Mas Jesus Cristo, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
4.0 sermão para a Epifania
Reconhecer Jesus Cristo na sua humildade e descer como Ele
«Em mim se perturba minha alma», ó Deus, quando penso nos meus pecados; «então, lembro-me de Ti, no país do Jordão» (Sl 41,7) - quer dizer, recordando-me da forma como purificaste Naamã, o leproso, na sua humilde descida ao rio. [...] «Ele desceu e lavou-se sete vezes no Jordão, como lhe tinha prescrito o homem de Deus e ficou purificado» (2Rs 5,14). Desce também tu, ó minha alma, desce do carro do orgulho até às águas salutares do Jordão que, partindo da sua fonte na casa de David, corre agora pelo mundo inteiro «para lavar todo o pecado e toda a mancha» (Zac 13,1). Essa nascente é a humildade da penitência que corre graças ao dom de Jesus Cristo, mas também ao seu exemplo e que, pregada doravante por toda a Terra, lava os pecados do mundo inteiro. [...] O nosso Jordão é um rio puro; os soberbos não terão, pois de que te acusar se mergulhares totalmente nele, se te sepultares, por assim dizer, na humildade de Jesus Cristo. [...]
O nosso baptismo é único naturalmente, mas uma tal humildade é como um novo baptismo. Com efeito, ela não reitera a morte de Jesus Cristo, mas leva à plenitude a mortificação e a sepultura do pecado: o que foi celebrado sacramentalmente no baptismo encontra a sua plena realização sob esta nova forma. Sim, uma tal humildade abre os céus e confere o espírito de adopção; o Pai reconhece o seu filho, recriado na inocência e na pureza de uma criança de novo gerada. É por isso que a Escritura menciona e com razão, que a carne de Naamã foi reconstruída à semelhança da de um recém-nascido. [...] Nós, que perdemos a graça do nosso primeiro baptismo [...], descobrimos agora o verdadeiro Jordão, isto é, a descida da humildade. [...] Basta que não receemos descer cada dia mais profundamente [...] com Jesus Cristo.


Terça-feira, dia 05 de Setembro de 2017

Terça-feira da 22.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Teresa de Calcutá, religiosa, +1997

1.ª Carta aos Tessalonicenses 5,1-6.9-11.
Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião da vinda do Senhor, não precisais que vos escreva,
pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como um ladrão nocturno.
E quando disserem: «Paz e segurança», é então que subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser mãe e não poderão escapar.
Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão
porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas.
Por isso, não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.
Deus não nos destinou para sofrermos a sua ira, mas para alcançarmos a salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo
que morreu por nós, a fim de que, velando ou dormindo, vivamos em união com Ele.
Por isso, animai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já fazeis.

Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da bondade do Senhor
e visitar o seu santuário.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.

Evangelho segundo São Lucas 4,31-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia e ali ensinava aos sábados.
Todos se maravilhavam com a sua doutrina porque falava com autoridade.
Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro que bradou com voz forte:
«Ah! Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus».
Disse-lhe Jesus Cristo em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum.
Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!».
E a fama de Jesus Cristo espalhava-se por todos os lugares da região.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Diádoco de Foticeia (c. 400-?), bispo
Cem capítulos sobre o conhecimento, 78-80, na Filocalia
«Cala-te e sai desse homem»
O baptismo, banho de santidade, lava as manchas do pecado, mas não altera a dualidade da nossa vontade e não impede que os espíritos do mal nos combatam ou nos enredem nas suas ilusões. [...] Mas a graça de Deus tem a sua morada nas profundezas da alma, ou seja, no entendimento. Com efeito, diz-se que a filha do rei e as donzelas suas amigas «avançam com alegria e júbilo e entram com alegria no palácio real» (Sl 44,16), não se mostrando aos demónios. Por isso, quando nos recordamos de Deus com fervor, sentimos brotar o desejo do divino no fundo do nosso coração. Mas, nessa altura, os espíritos malignos atacam os sentidos corporais e aí se ocultam, aproveitando o relaxamento da carne. [...] Desta forma, o nosso interior, como diz o divino apóstolo Paulo, rejubila continuamente na lei do Espírito (Rom 7,22), mas os sentidos da carne desejam deixar-se levar pela propensão para os prazeres [...].
«A luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam» (Jo 1,5) [...]: o Verbo de Deus, verdadeira luz, no seu incomensurável amor pelo Homem, considerou oportuno manifestar-Se à criação em carne e osso, acendendo em nós a luz do seu conhecimento divino. O espírito do mundo não acolheu o desígnio de Deus, isto é, não O reconheceu. [...] No entanto, como maravilhoso teólogo, o evangelista João acrescenta: «O Verbo era a luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não O reconheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas, a quantos O receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (9-12). [...] Quando diz que o mundo não recebeu a verdadeira luz, o evangelista não se refere a Satanás, que é estranho a essa luz, visto que a rejeitou desde o início. Com esta afirmação, São João acusa justamente os homens que compreendem os poderes e as maravilhas de Deus, mas, devido ao seu coração obscurecido, não se querem aproximar da claridade do seu conhecimento.


Quarta-feira, dia 06 de Setembro de 2017

Quarta-feira da 22.ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santo Eleutério, abade, séc. VI

Carta aos Colossenses 1,1-8.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus e o irmão Timóteo,
aos cristãos de Colossos, irmãos fiéis em Jesus Cristo: A graça e a paz de Deus nosso Pai estejam convosco.
Damos graças a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e oramos continuamente por vós.
De facto, temos ouvido falar da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os cristãos,
por causa da esperança que vos está reservada nos Céus. Esta esperança foi-vos anunciada pela palavra da verdade, o Evangelho, que chegou até vós.
Assim como frutifica e se desenvolve no mundo inteiro, o mesmo sucede entre vós, desde o dia em que ouvistes falar da graça de Deus e tivestes dela conhecimento verdadeiro.
Nela fostes instruídos por Epafras, nosso querido companheiro de serviço que está, em vez de nós, como fiel ministro de Jesus Cristo
e nos deu a conhecer a vossa caridade segundo o Espírito.

Livro de Salmos 52(51),10.11.
Eu sou como oliveira viçosa na casa de Deus;
confio para sempre na sua misericórdia.
Hei-de louvar-Te eternamente
por tudo o que fizeste.
Na presença dos teus fiéis,
anunciarei o teu nome porque és bom.

Evangelho segundo São Lucas 4,38-44.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre muito alta e pediram a Jesus Cristo que fizesse alguma coisa por ela.
Jesus Cristo, aproximando-Se da sua cabeceira, falou imperiosamente à febre e a febre deixou-a. Ela levantou-se e começou logo a servi-los.
Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes com diversas enfermidades traziam-nos a Jesus Cristo e Jesus, impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os.
De muitos deles saíam demónios que diziam em altos gritos: «Tu és o Filho de Deus». Mas Jesus Cristo, em tom severo, impedia-os de falar porque sabiam que Ele era o Messias.
Ao romper do dia, Jesus Cristo dirigiu-Se a um lugar deserto. A multidão foi à procura d’Ele e, tendo-O encontrado, queria retê-l’O, para que não os deixasse.
Mas Jesus Cristo disse-lhes: «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do reino de Deus porque para isto fui enviado».
E pregava pelas sinagogas da Judeia.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Euquério (?-c. 450), bispo de Lyon
Elogio do deserto
«Jesus Cristo dirigiu-Se a um lugar deserto»
Podemos dizer que o deserto é o templo sem limites do nosso Deus, pois Aquele que mora no silêncio certamente aprecia locais retirados. Foi aí que muitas vezes Se manifestou aos seus santos; foi no contexto da solidão que Se dignou vir ter com os homens.
Foi no deserto que Moisés, com a face banhada de luz, viu a Deus. [...] Aí, foi-lhe permitido conversar familiarmente com o Mestre. Palavra puxa palavra, dialogou com o Senhor do universo como um homem fala com o seu semelhante. Foi aí que recebeu a vara de prodigiosos poderes. Entrou no deserto como pastor de ovelhas, saiu dele como pastor de povos (Ex 3; 33,11; 34).
Também o povo de Deus, quando foi resgatado do Egipto e libertado dos trabalhos forçados, foi conduzido a locais retirados, refugiando-se no isolamento. Sim, foi no deserto que se aproximou deste Deus que o arrancou à servidão. [...] E o Senhor fez-Se chefe do seu povo, guiando os seus passos através do deserto. Pelo caminho, dia e noite, manifestava-Se numa coluna, numa chama ardente, numa nuvem relampejante, em sinais vindos do céu. [...] Os filhos de Israel puderam assim ver o trono de Deus e ouvir a sua voz durante o tempo em que viveram na solidão do deserto. [...]
Será necessário acrescentar que só chegaram à terra dos seus sonhos após a permanência no deserto? Para que o povo entrasse um dia na posse da terra onde corria leite e mel, teve primeiro de passar por locais áridos e não cultivados. É sempre através do acampamento no deserto que nos encaminhamos para a verdadeira pátria. Quem quer «vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos» [Sl 27,13] deve habitar uma região inabitável. Quem quer tornar-se cidadão dos céus deve fazer-se hóspede do deserto.


Quinta-feira, dia 07 de Setembro de 2017

Quinta-feira da 22.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Vicente de Santo António, presbítero e mártir, +1629

Carta aos Colossenses 1,9-14.
Irmãos:  Não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que vos encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual,
Assim vivereis de maneira digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, realizando toda a espécie de boas obras e progredindo no conhecimento de Deus.
Sereis fortalecidos com o seu poder glorioso, para que se confirme a vossa constância e longanimidade a toda a prova e, cheios de alegria,
deis graças a Deus Pai que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina.
Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado,
no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.

Livro de Salmos 98(97),2-3ab.3cd-4.5-6.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Evangelho segundo São Lucas 5,1-11.
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus Cristo, para ouvir a palavra de Deus.
Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes.
Jesus Cristo subiu para um barco, que era de Simão e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão.
Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lança as redes para a pesca».
Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes».
Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se.
Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam.
Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus Cristo e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim que sou um homem pecador».
Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada.
Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu que eram companheiros de Simão. Jesus Cristo disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens».
Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus Cristo.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para o Domingo e as festas dos santos
«Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens.»
«Já que o dizes, lançarei as redes.» É por indicação da graça celeste, por inspiração sobrenatural que se deve lançar a rede da pregação. Senão, é em vão que o pregador lança as linhas das suas palavras. A fé dos povos não se obtém através de discursos sabiamente compostos, mas pela graça da vocação divina. [...] Ó frutuosa humildade! Quando aqueles que até aí não tinham pescado nada confiam na palavra de Jesus Cristo, apanham uma multidão de peixes. [...]
«Já que o dizes, lançarei as redes.» Cada vez que por mim próprio as lancei, quis guardar o que me pertencia. Fui eu que pesquei e não Tu, foram as minhas palavras e não as tuas. Por isso não pesquei nada. Ou, se pesquei qualquer coisa, não foi peixe, mas rãs, prontas a espalhar lisonjas sobre mim. [...]
«Já que o dizes, lançarei as redes.» Lançar a linha por ordem de Jesus Cristo é atribuir-Lhe tudo e não guardar nada para si mesmo: é viver em conformidade com o que se pesca. Nessa altura, apanhamos uma grande quantidade de peixes.


Sexta-feira, dia 08 de Setembro de 2017

Natividade da Virgem Santa Maria – Festa

Festa da Igreja : Natividade de Nossa Senhora
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Miqueias 5,1-4a.
Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel. As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos.
Por isso Deus os abandonará, até à altura em que der à luz aquela que há-de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos.
Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança porque ele será exaltado até aos confins da Terra.
Ele será a paz».

Livro de Salmos 13(12),6ab.6cd.
Eu confiei na vossa bondade,
o meu coração alegra-se com a vossa salvação.
E cantarei ao Senhor
pelo bem que me fez.

Evangelho segundo São Mateus 1,1-16.18-23.
Genealogia de Jesus Cristo, Filho de David, Filho de Abraão:
Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos.
Judá gerou, de Tamar, Farés e Zara; Farés gerou Esrom; Esrom gerou Arão;
Arão gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;
Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé;
Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão;
Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;
Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;
Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;
Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias;
Josias gerou Jeconias e seus irmãos, ao tempo do desterro de Babilónia.
Depois do desterro de Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;
Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliacim; Eliacim gerou Azor;
Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacob;
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz:
«A Virgem conceberá e dará à luz um Filho que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
Homilia sobre a Natividade da Virgem
«Exultemos de alegria no Senhor, ao celebrar o nascimento da Virgem Santa Maria, da qual nasceu o Sol da Justiça» (antífona de entrada)
Hoje aproxima-se de nós uma porta virginal; por ela, o Deus que está para além de todos os seres vem ao mundo «corporalmente», na expressão de Paulo (Heb 1,6; Col 2,9). Hoje, da raiz de Jessé sai um rebento (Is 11,1), de onde se elevará para o mundo uma flor, unida à divindade pela sua natureza. Hoje, a partir da natureza terrena, Aquele que outrora tornou sólido o firmamento, separando-o das águas e elevando-o nas alturas, formou um céu na Terra. Mas é um céu bem mais surpreendente que o primeiro porque Aquele mesmo que, no primeiro, criou o sol ergueu-Se neste novo céu como Sol de Justiça (Mal 3,20). [...] A luz eterna, nascida da luz eterna antes de todos os séculos, o ser imaterial e incorpóreo, toma corpo desta mulher e sai como esposo da sua câmara nupcial (Sl 18,6). [...]
Hoje, «o filho do carpinteiro» (Mt 13,55), a Palavra presente e activa daquele que tudo fez por Si mesmo, o braço poderoso do Deus Altíssimo [...] construiu para Si uma escada viva, cuja base assenta na Terra e cujo cimo se eleva até ao céu. Deus repousa nela; foi a sua imagem que Jacob contemplou (Gn 28,12); por ela Deus, desceu na sua imobilidade, ou antes, inclinou-Se com condescendência, «tornou-Se visível na Terra e conversou com os homens» (Bar 3,38). Porque estes símbolos representam a sua vinda cá abaixo, a sua descida por pura graça, a sua existência terrena, o verdadeiro conhecimento que dá de Si mesmo aos que estão neste mundo. A escada espiritual, a Virgem, está plantada na terra porque na terra tem a sua origem, mas a sua cabeça eleva-se até ao céu. [...] Foi por ela e pelo Espírito Santo que «o Verbo Se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1,14). Foi por ela e pelo Espírito Santo que se realizou a união de Deus com os homens.


Sábado, dia 09 de Setembro de 2017

Sábado da 22.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Frederico Ozanam, leigo, +1853, São Pedro Claver, presbítero, +1654

Carta aos Colossenses 1,21-23.
Irmãos: Outrora éreis estranhos a Deus e na vossa mente seus inimigos pelas vossas más acções.
Mas agora Deus reconciliou-vos consigo pela morte de Jesus Cristo no seu corpo de carne, para vos apresentar diante d’Ele santos, puros e irrepreensíveis.
Portanto, permanecei firmemente consolidados na fé e inabaláveis na esperança prometida pelo Evangelho que ouvistes e que foi anunciado a toda a criatura que há debaixo do céu. Eu, Paulo, fui constituído ministro deste Evangelho.

Livro de Salmos 54(53),3-4.6.8.
Senhor, salvai-me pelo vosso nome,
pelo vosso poder fazei-me justiça.
Senhor, ouvi a minha oração,
atendei às palavras da minha boca.

Deus vem em meu auxílio,
o Senhor sustenta a minha vida.
De bom grado oferecerei sacrifícios,
cantarei a glória do vosso nome, Senhor.

Evangelho segundo São Lucas 6,1-5.
Passava Jesus Cristo através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos.
Alguns fariseus disseram: «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães da proposição que só aos sacerdotes era permitido comer e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O Filho (do homem) é senhor do sábado».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
O Espelho da Caridade, I, 19.29
«O Filho (do Homem) é senhor do sábado»
Todos os dias da criação são grandes e admiráveis, mas nenhum pode comparar-se ao sétimo (= sábado); nesse dia, não é a criação de um ou outro elemento natural que se propõe à nossa contemplação, é o repouso do próprio Deus e a perfeição de todas as criaturas. Lemos, com efeito: «Concluída, no sétimo dia, toda a obra que havia feito, Deus repousou, no sétimo dia, do trabalho por Ele realizado» (Gn 2,2). Grande é este dia, insondável este repouso, magnífico este sabat! Ah, se pudesses compreender! Este dia não foi determinado pelo curso do sol visível, não começa quando este nasce, não termina quando este se põe; não tem manhã e tarde (cf Gn 1,5). [...]
Escutemos Aquele que nos convida ao repouso: «Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e aliviar-vos-ei» (Mt 11,28): é a preparação para o sabat. E, sobre o sabat propriamente dito, diz-nos: «Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e achareis alívio para as vossas almas (pessoas celestes, pessoas espirituais, pessoas naturais)» (29). Eis o repouso e a tranquilidade, eis o verdadeiro sabat.
Porque este jugo não pesa, este jugo une; este fardo não tem peso, tem asas. Este jugo é a caridade; este fardo é o amor fraterno. Nele encontramos repouso, nele celebramos o sabat; nele somos libertados da escravidão. [...] E mesmo que a nossa enfermidade nos leve a cometer algum pecado, nem por isso o sabat será interrompido porque «a caridade cobre a multidão dos pecados» (1Ped 4,8).
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