segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cristianismo 61


=CRISTIANISMO=


«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Dentro de alguns dias, festejaremos o Pentecostes. No tempo de Jesus Cristo e ainda hoje, os judeus celebram neste dia a entrega das tábuas da Lei a Moisés no Sinai. Foi o cumprimento da promessa feita a Abraão, aliança feita doravante, já não a um homem ou a uma família, mas a um povo escolhido, eleito. Neste mesmo dia, os cristãos celebram a vinda do Espírito Santo, o dom prometido por Jesus Cristo e já anunciado pelo profeta Joel (cf. Jl 3,1), o cumprimento da nova e eterna Aliança, inaugurada pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, o nascimento do novo povo de Deus, a Igreja.

No dia de Pentecostes, em Jerusalém, o Espírito veio como um vento que enchia a sala onde estavam os Apóstolos. Senhor e fonte de vida, ele sopra onde quer, dizia Jesus Cristo a Nicodemos (cf. Jo 3,8). Tornemo-nos disponíveis a esse sopro. Que ele nos transforme e nos conduza na missão que recebemos no dia da Ascensão: «Ide, anunciai a Boa Nova!».

À nossa maneira, a equipa internacional de Evangelho Quotidiano, tem-se esforçado por levar a Palavra de Deus a toda a Terra e neste momento é com grande alegria que informamos os nossos leitores de que, muito em breve, começaremos este serviço também em língua chinesa.

O Santo Padre Bento XVI propôs que o próximo dia 24 fosse, para toda a Igreja, dia de oração pelos cristãos da China. Unamo-nos a esta intenção e rezemos para que o Evangelho seja cada vez mais acolhido nesse imenso país.

E já agora, prezados assinantes, se conhecerem, direta ou indiretamente, chineses e chinesas, na China ou em qualquer parte do mundo, não deixem de lhes falar deste serviço que vai começar. Logo que tenhamos a indicação do respetivo endereço eletrónico, vo-lo transmitiremos.

Com os votos de um santo e frutuoso Pentecostes,

saúda-vos com amizade a equipa de Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 20 de Maio de 2012


Ascensão



No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus Cristo, desde o princípio
até ao dia em que, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao Céu.
A eles também apareceu vivo depois da sua paixão e deu-lhes disso numerosas provas com as suas aparições durante quarenta dias e falando-lhes também a respeito do Reino de Deus.
No decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido do Pai, «do qual, disse Ele, me ouvistes falar.
João baptizava em água, mas dentro de pouco tempo, vós sereis baptizados no Espírito Santo.»
Estavam todos reunidos quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?»
Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade.
Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.»
Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem (o Pai e Deus, invisível, sobre a nuvem) subtraiu-o a seus olhos.
E como estavam com os olhos fixos no céu para onde Jesus Cristo se afastava, surgiram de repente dois homens (celestes) vestidos de branco,
que lhes disseram: «Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o Céu virá da mesma maneira, como agora o vistes partir para o Céu.»

Livro de Salmos 47(46),2-3.6-7.8-9.

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria
porque o Senhor, o Altíssimo, é poderoso;
Ele é o grande Rei de toda a Terra.-
Ele submeteu os povos ao nosso poder,
pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança,
a glória de Jacob, seu predilecto.-
Reuniram-se os príncipes dos povos
ao povo do Deus de Abraão,
pois dependem de Deus os potentados da Terra;
Ele está acima de todas as coisas.
Carta aos Efésios 1,17-23.

Irmãos: O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê o Espírito de sabedoria e vo-lo revele para o conhecerdes;
sejam iluminados os olhos do vosso coração para saberdes que esperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos
e como é extraordinariamente grande o seu poder para connosco, os crentes, de acordo com a eficácia da sua força poderosa
que eficazmente exerceu em Jesus Cristo: ressuscitou-o dos mortos e sentou-o à sua direita, no alto do Céu
muito acima de todo o Poder, Principado, Autoridade, Potestade e Dominação e de qualquer outro nome que seja nomeado, não só neste mundo, mas também no que há-de vir.
Sim, Ele tudo submeteu a seus pés e deu-o como cabeça que tudo domina à Igreja
que é o seu Corpo, a plenitude daquele que tudo preenche em todos.

Evangelho segundo S. Marcos 16,14-20.

Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu aos Onze
e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar, será condenado.
Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas,
apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»
Então o Senhor Jesus Cristo, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus.
Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam.

Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja «Lumen gentium», §32 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«Pai santo, Tu que a Mim Te deste, guarda-os em Ti para serem um só»

A Santa Igreja, por instituição divina, é organizada e governada com uma variedade admirável. «Assim como num mesmo corpo temos muitos membros e nem todos têm a mesma função assim, sendo muitos, formamos um só corpo em Jesus Cristo, sendo membros uns dos outros» (Rm 12, 4-5).

Um só é, pois o Povo de Deus: «um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo (Ef 4,5); comum é a dignidade dos membros, pela regeneração em Jesus Cristo; comum a graça de filhos, comum a vocação à perfeição; uma só salvação, uma só esperança e uma caridade indivisa. Nenhuma desigualdade, portanto, em Jesus Cristo e na Igreja por motivo de raça ou de nação, de condição social ou de sexo porque «não há judeu nem grego, escravo nem homem livre, homem nem mulher: com efeito, em Cristo Jesus, todos vós sois um» (Gl 3,28 gr.; cfr. Cl 3,11).

Portanto, ainda que na Igreja nem todos sigam pelo mesmo caminho, todos são, contudo chamados à santidade e a todos coube a mesma fé pela justiça de Deus (cfr. 2 Pe 1,1). Ainda que, por vontade de Jesus Cristo, alguns sejam constituídos doutores, dispensadores dos mistérios e pastores em favor dos demais reina, porém igualdade entre todos quanto à dignidade e quanto à actuação comum a todos os fiéis em favor da edificação do corpo de Jesus Cristo.

Segunda-feira, dia 21 de Maio de 2012

Segunda-feira da 7ª semana da Páscoa



Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, depois de atravessar as regiões do interior, chegou a Éfeso. Encontrou alguns discípulos
e perguntou-lhes: «Recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé?» Responderam: «Mas nós nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo.»
E indagou: «Então que baptismo recebestes?» Responderam eles: «O baptismo de João.»
«João, disse Paulo, ministrou apenas um baptismo de penitência e dizia ao povo que acreditasse naquele que ia chegar depois dele, isto é, Jesus Cristo.»
Quando isto ouviram, baptizaram-se em nome do Senhor Jesus Cristo.
E tendo-lhes Paulo imposto as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e começaram a falar línguas e a profetizar.
Eram ao todo uns doze homens.
Paulo foi, em seguida, à sinagoga onde durante três meses falou desassombradamente e argumentava de forma a persuadir os seus ouvintes sobre o que dizia respeito ao Reino de Deus.

Livro de Salmos 68(67),2-3.4-5ac.6-7ab.

Levanta-se Deus, os seus inimigos dispersam-se
e fogem diante d'Ele os que O odeiam.
Como se dissipa o fumo assim eles se dissipam;

como a cera se derrete ao fogo assim desfalecem os ímpios,
mas os justos alegram-se
e rejubilam diante de Deus,
exultam de alegria.
Louvai a Deus, cantai salmos ao seu nome,

abri caminho àquele que cavalga sobre as nuvens;

o seu nome é SENHOR!
Ele é pai dos órfãos e defensor das viúvas,
o Deus que habita no seu santo templo.
Deus prepara uma casa para os desamparados
e liberta aqueles que estão prisioneiros.
Evangelho segundo S. João 16,29-33.

Disseram-lhe os seus discípulos: «Agora sim, falas claramente e não usas nenhuma comparação.
Agora vemos que sabes tudo e não precisas de que ninguém te faça perguntas. Por isso, cremos que saíste de Deus!»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Agora credes?
Eis que vem a hora e já chegou em que sereis dispersos cada um por seu lado e me deixareis só, se bem que Eu não esteja só porque o Pai está comigo.
Anunciei-vos estas coisas para que em mim tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas tende confiança: Eu já venci o mundo

Bem-aventurado Tito Brandsma (1881-1942), carmelita holandês, mártir Conferência Paz e amor pela paz de 11/11/1931

«No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»

Por muito que amemos a paz e todos tenhamos no fundo do coração a esperança de que a nossa acção em seu favor não será inútil, nem vós nem eu podemos escapar à pressão destes tempos. Significa isso que não podemos libertar-nos da dúvida geral de que, segundo as leis da História, alguma coisa possa mudar: de cada vez que uma guerra sucede a outra, é um golpe mortal que a causa da paz recebe. Vivemos ainda demasiado sob a influência daqueles que defendem que recorrer às armas para vencer a guerra é o melhor caminho para alcançar a paz. […]

É no entanto extraordinário verificar que, ao longo dos séculos, têm constantemente surgido heróis e mensageiros de paz. Encontramos estes mensageiros, estes apóstolos de paz, em qualquer tempo e em qualquer lugar e hoje em dia, por sorte que até nem faltam. Mas nenhum desses mensageiros de paz alcançou eco tão duradouro como Aquele a Quem [...] chamamos Príncipe da Paz (Is 9,5). Permitai que vos relembre quem é este Mensageiro. No Domingo de Páscoa, parecia que os Apóstolos haviam perdido toda a esperança, depois da morte de Jesus Cristo na cruz. E quando aos olhos do mundo a missão de Jesus Cristo estava acabada e mais não era do que um fracasso para esquecer, eis que Ele lhes aparece, reunidos no Cenáculo com medo dos seus opositores e, em vez de declarações beligerantes contra os Seus adversários, ouvem-n'O dizer-lhes: «Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz e não é à maneira do mundo que vo-la dou!» (Jo 14,27).

Gostaria de repetir-vos esta palavra, de fazê-la ressoar pelo mundo fora sem sequer me preocupar com quem a ouvirá. Gostaria de repeti-la tantas vezes que, mesmo que [...] não a aceitássemos, acabaríamos por escutá-la até chegarmos a compreendê-la.

Terça-feira, dia 22 de Maio de 2012

Terça-feira da 7ª semana da Páscoa



De Mileto, Paulo mandou chamar os anciãos da igreja de Éfeso.
Quando chegaram junto dele, disse-lhes: «Sabeis como, desde o primeiro dia em que cheguei à Ásia, procedi sempre convosco.
Tenho servido o Senhor com toda a humildade e com lágrimas, no meio das provações, que as ciladas dos judeus me acarretaram.
Jamais recuei perante qualquer coisa que vos pudesse ser útil. Preguei e instruí-vos, tanto publicamente como nas vossas casas,
afirmando a judeus e gregos a necessidade de se converterem a Deus e de acreditarem em Nosso Senhor Jesus Cristo.
E agora, obedecendo ao Espírito, vou a Jerusalém, sem saber o que lá me espera;
só sei que, de cidade em cidade, o Espírito Santo me avisa de que me aguardam cadeias e tribulações.
Mas a meus olhos, a vida não tem valor algum; basta-me poder concluir a minha carreira e cumprir a missão que recebi do Senhor Jesus Cristo, dando testemunho do Evangelho da graça de Deus.
Agora sei que não vereis mais o meu rosto, todos vós, no meio de quem passei proclamando o Reino.
Por isso, tomo-vos hoje por testemunhas de que estou limpo do sangue de todos,
pois jamais recuei quando era preciso anunciar-vos todos os desígnios de Deus.

Livro de Salmos 68(67),10-11.20-21.

Fizeste cair, ó Deus, a chuva com abundância; restauraste as forças à tua herança extenuada.
O teu povo ficou restabelecido e Tu, ó Deus, reconfortaste o pobre com a tua bondade.
Bendito seja o Senhor, dia após dia;
Ele cuida de nós; Ele é o Deus da nossa salvação.
Ele é o nosso Deus, é um Deus que salva.
Na verdade, o Senhor Deus é aquele que nos livra da morte.

Evangelho segundo S. João 17,1-11a.

Naquele tempo, Jesus Cristo, levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho de modo que o Filho manifeste a tua glória,
segundo o poder que lhe deste sobre toda a Humanidade a fim de que dê a vida eterna a todos os que lhe entregaste.
Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem Tu enviaste.
Eu manifestei a tua glória na Terra, levando a cabo a obra que me deste a realizar.
E agora Tu, ó Pai, manifesta a minha glória junto de ti, aquela glória que Eu tinha junto de ti antes de o mundo existir.
Dei-te a conhecer aos homens que do meio do mundo me deste. Eles eram teus e Tu mos entregaste e têm guardado a tua palavra.
Agora ficaram a saber que tudo quanto me deste, vem de ti,
pois as palavras que me transmitiste Eu lhas tenho transmitido. Eles receberam-nas e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti e creram que Tu me enviaste.
É por eles que Eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me confiaste porque são teus.
Tudo o que é meu, é teu e o que é teu, é meu e neles se manifesta a minha glória.
Doravante já não estou no mundo, mas eles estão no mundo e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda-os em ti para serem um só como Nós somos!

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Sermões sobre o Evangelho de João, nos. 104-105

«Pai, glorifica o Teu Filho, a fim de que o Filho Te glorifique»

Há pessoas que pensam que o Filho foi glorificado pelo Pai na medida em que Ele não O poupou, mas O entregou por todos nós (Rom. 8,32). Mas, se Ele foi glorificado na Sua Paixão, quanto mais o não foi na Sua ressurreição! Na Paixão, a Sua humildade aparece mais do que o Seu esplendor. [...] a fim de que «o mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo» (1 Tm 2,5), fosse glorificado na Sua ressurreição, foi humilhado na Sua Paixão. [...] Nenhum cristão duvida: é evidente que o Filho foi glorificado sob a forma de servo, que o Pai ressuscitou e fez sentar à Sua direita (Fil 2,7; Ac 2,34).

Mas o Senhor não diz apenas: «Pai, glorifica o Teu Filho»; acrescenta: «para que o Teu Filho Te glorifique». Pergunta-se e com razão, como é que o Filho glorificou o Pai. [...] Na verdade, a glória do Pai, em si mesma, não pode aumentar nem diminuir. No entanto, era menor entre os homens quando Deus só era conhecido «na Judeia» e «os Seus servos não louvavam o nome do Senhor desde o nascer ao pôr do sol» (Sl 75,2; 112,1-3). Isto foi consequência do Evangelho de Jesus Cristo que deu a conhecer às nações o Pai através do Filho: e foi assim que o Filho glorificou o Pai.

Se o Filho tivesse apenas morrido e não tivesse ressuscitado, não teria sido glorificado pelo Pai nem o Pai por Ele. Agora glorificado pelo Pai na Sua ressurreição, glorifica o Pai pela pregação da Sua ressurreição. Isto vê-se na própria ordem das palavras: «Pai, glorifica o Teu Filho para que o Teu Filho Te glorifique», como se dissesse: «Ressuscita-Me para que, por Mim, sejas conhecido em todo o universo». [...] Nesta vida, Deus é glorificado quando a pregação O dá a conhecer aos homens (e mulheres) e é pregado pela fé dos que crêem n'Ele.

Quarta-feira, dia 23 de Maio de 2012

Quarta-feira da 7ª semana da Páscoa



Tomai cuidado convosco e com todo o rebanho de que o Espírito Santo vos constituiu administradores para apascentardes a Igreja de Deus, adquirida por Ele com o seu próprio sangue.
Sei que, depois de eu partir, se hão-de introduzir entre vós lobos temíveis que não pouparão o rebanho
e que, mesmo no meio de vós, se hão-de erguer homens de palavras perversas para arrastarem discípulos atrás de si.
Estai, pois vigilantes e recordai-vos de que, durante três anos, de noite e de dia, não cessei (Paulo) de exortar, com lágrimas, cada um de vós.
E agora, confio-vos a Deus e à palavra da sua graça que tem o poder de construir o edifício e de vos conceder parte na herança com todos os santificados.
Jamais cobicei prata, nem ouro, nem o vestuário de alguém.
E bem sabeis que foram estas mãos que proveram às minhas necessidades e às dos meus companheiros.
Em tudo vos demonstrei que deveis trabalhar assim para socorrerdes os fracos, recordando-vos das palavras que o próprio Senhor Jesus Cristo disse: ‘A felicidade está mais em dar do que em receber.’»
Depois destas palavras, ajoelhou-se com todos eles e orou.
Todos romperam em pranto e, lançando-se ao pescoço de Paulo, começaram a abraçá-lo
consternados, sobretudo com as palavras que lhes dissera: que não veriam mais o seu rosto. Em seguida, acompanharam-no ao barco.

Livro de Salmos 68(67),29-30.33-35a.35b-36c.

Ó Deus, mostra o teu poder, aquele poder com que intervieste em nosso favor.
No teu santuário, em Jerusalém, os reis virão oferecer-te presentes.
Louvai a Deus, reinos da Terra, cantai hinos ao Senhor!
Ele avança pelos céus eternos e faz ouvir a sua voz que é poderosa.
Reconhecei o poder de Deus! A sua majestade resplandece sobre Israel; o seu poder alcança a vastidão das nuvens.
Deus é poderoso no seu santuário, o Deus de Israel dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!

Evangelho segundo S. João 17,11b-19.

Naquele tempo, Jesus Cristo ergueu os olhos ao céu e orou deste modo: Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que Me deste, para serem um só como Nós somos!
Enquanto estava com eles, Eu guardava-os em ti, em ti que a mim te deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu a não ser o homem da perdição, cumprindo-se desse modo a Escritura.
Mas agora vou para ti e ainda no mundo, digo isto para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria.
Entreguei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os porque eles não são do mundo como também Eu não sou do mundo.
Não te peço que os retires do mundo, mas que os livres do Maligno.
De facto, eles não são do mundo como também Eu não sou do mundo.
Faz que eles sejam teus inteiramente por meio da Verdade; a Verdade é a tua palavra.
Assim como Tu me enviaste ao mundo também Eu os enviei ao mundo
e por eles totalmente me entrego para que também eles fiquem a ser teus inteiramente por meio da Verdade.

Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja «Lumen gentium», § 32

«Que eles sejam um»

A distinção que o Senhor estabeleceu entre os ministros sagrados e o restante Povo de Deus contribui para a união, já que os pastores e os demais fiéis estão ligados uns aos outros por uma vinculação comum: os pastores da Igreja, imitando o exemplo do Senhor, prestem serviço uns aos outros e aos fiéis e estes dêem alegremente a sua colaboração aos pastores e mestres. Deste modo, todos testemunham na variedade, a admirável unidade do Corpo místico de Jesus Cristo: a própria diversidade de graças, ministérios e actividades consagra em unidade os filhos de Deus porque «um só e o mesmo é o Espírito que opera todas estas coisas» (1 Cor. 12,11).

Os leigos, portanto do mesmo modo que, por divina condescendência, têm por Senhor a Jesus Cristo, o Qual, apesar de ser Senhor de todos, não veio para ser servido, mas para servir (Cf. Mt. 20,28)e têm por irmãos aqueles que, uma vez estabelecidos no sagrado ministério, apascentam a família de Deus ensinando, santificando e governando com a autoridade de Jesus Cristo, de modo que o mandamento da caridade seja por todos observado. A este respeito diz belissimamente Santo Agostinho: «Aterra-me o ser para vós, mas consola-me o estar convosco. Sou para vós como bispo; estou convosco como cristão. Nome de ofício, o primeiro; de graça, o segundo; aquele, de risco; este, de salvação».

Quinta-feira, dia 24 de Maio de 2012

Quinta-feira da 7ª semana da Páscoa


Santo do dia : Santa Joana Antida Thouret, virgem, +1826 Livro dos Actos dos Apóstolos 22,30.23,6-11.

Naqueles dias, querendo o tribuno averiguar com imparcialidade as acusações dos judeus contra Paulo, fê-lo desalgemar, convocou os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio e mandou buscar Paulo, fazendo-o comparecer diante deles.
Sabendo que havia dois partidos no Sinédrio, o dos saduceus e o dos fariseus, Paulo bradou diante deles: «Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus e é pela nossa esperança, a ressurreição dos mortos, que estou a ser julgado.»
Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia dividiu-se
porque os saduceus negam a ressurreição assim como a existência dos anjos e dos espíritos, enquanto os fariseus ensinam publicamente o contrário.
Estabeleceu-se enorme gritaria e alguns escribas do partido dos fariseus ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos nada de mau neste homem. E se um espírito lhe tivesse falado ou mesmo um anjo?»
A discussão redobrou de violência a tal ponto que o tribuno, receando que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a tropa para o arrancar das mãos deles e reconduzi-lo à fortaleza.
Na noite seguinte, o Senhor (Jesus Cristo) apresentou-se diante dele (Paulo) e disse-lhe: «Coragem! Assim como deste testemunho de mim em Jerusalém assim é necessário que o dês também em Roma.»

Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, minha herança e meu cálice,
a minha sorte está nas tuas mãos.-
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
Tenho sempre o Senhor diante dos meus olhos;
com Ele a meu lado, jamais vacilarei.-
Por isso, o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e o meu corpo repousará em segurança.
Pois Tu não me entregarás à morada dos mortos,
nem deixarás o teu fiel conhecer a sepultura.-
Hás-de ensinar-me o caminho da vida,
saciar-me de alegria na tua presença
e de delícias eternas, à tua direita.
Evangelho segundo S. João 17,20-26.

Naquele tempo, Jesus Cristo ergueu os olhos ao Céu e disse: Pai santo, não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim por meio da sua palavra
para que todos sejam um só como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste.
Eu dei-lhes a glória que Tu me deste de modo que sejam um como Nós somos Um.
Eu neles e Tu em mim para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim.
Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste para que contemplem a minha glória, a glória que me deste por me teres amado antes da criação do mundo.
Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste.
Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»

Papa Bento XVI Discurso de 30/06/2005 (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Para que, assim, eles estejam em Nós e o mundo creia»

[Nas relações entre católicos e ortodoxos] a investigação teológica que tem de se confrontar com questões complexas e de encontrar soluções não limitadas, é um compromisso sério, do qual não nos podemos eximir. Se é verdade que o Senhor chama vigorosamente os Seus discípulos a construir a unidade na caridade e na verdade; se é verdade que o apelo ecuménico constitui um convite urgente a reconstruir, na reconciliação e na paz, a unidade entre todos os cristãos gravemente prejudicada; se é verdade que não podemos ignorar o facto de que a divisão torna menos eficaz a sacrossanta causa da pregação do Evangelho a todas as criaturas (cf. Mc 16,15), como nos podemos subtrair à tarefa de examinar com clareza e boa vontade as nossas diferenças, enfrentando-as com a íntima convicção que elas devem ser resolvidas?

A unidade que buscamos não é absorção nem fusão, mas respeito pela plenitude multiforme da Igreja que, em conformidade com a vontade do seu Fundador, Jesus Cristo, deve ser sempre una, santa, católica e apostólica. Este apelo encontrou a plena ressonância na intangível profissão de fé de todos os cristãos, o Símbolo elaborado pelos Padres dos concílios ecuménicos de Niceia e de Constantinopla.

O Concílio Vaticano II reconheceu com lucidez o tesouro que o Oriente possui e do qual o Ocidente «auriu muitas coisas»; [...] exortou a não esquecer os sofrimentos que o Oriente padeceu para conservar a sua fé; [...] encorajou a considerar o Oriente e o Ocidente como elementos que, em conjunto, compõem o rosto esplendoroso do Pantocrátor, cuja mão abençoa toda a Oikoumene. O Concílio foi ainda mais além, afirmando: «Não é, pois de admirar que alguns aspectos do mistério revelado sejam concebidos de modo mais apto e postos sob melhor luz por uns do que por outros de maneira que se pode dizer que essas fórmulas teológicas muito mais se completam do que se opõem» (Unitatis redintegratio, 17).

Sexta-feira, dia 25 de Maio de 2012

Sexta-feira da 7ª semana da Páscoa



Alguns dias mais tarde, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram apresentar cumprimentos a Festo.
Como se demorassem vários dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: «Está aqui um homem que Félix deixou preso
e contra o qual, estando eu em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixa, pedindo a sua condenação.
Respondi-lhes que não era costume dos romanos conceder a entrega de homem algum antes de o acusado ter os acusadores na sua frente e dispor da possibilidade de se defender da acusação.
Vieram, pois comigo e sem mais demoras, sentei-me no dia seguinte no tribunal e mandei comparecer o homem.
Postos em frente dele, os acusadores não alegaram nenhum dos crimes que eu pudesse suspeitar;
só tinham com ele discussões acerca da sua religião e de um certo Jesus, que morreu e Paulo afirma estar vivo.
Quanto a mim, embaraçado perante um debate deste género, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém a fim de lá ser julgado sobre o assunto.
Mas Paulo apelou para que a sua causa fosse reservada à decisão de Augusto e eu ordenei que o mantivessem preso até o enviar a César.»

Livro de Salmos 103(102),1-2.11-12.19-20ab.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.-
Como é grande a distância dos céus à Terra
assim são grandes os seus favores para os que o adoram.
Como o Oriente dista do Ocidente
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.-
SENHOR estabeleceu nos céus o seu trono

e o seu reino estende-se a tudo o que existe.
Bendizei o SENHOR, todos os seus anjos,

poderosos mensageiros que cumpris as suas ordens

sempre dóceis à sua Palavra.

Evangelho segundo S. João 21,15-19.

Quando Jesus Cristo se manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades, depois de terem comido, perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas
E perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus Cristo lhe ter perguntado à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?' Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» e Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres (prisão).»
E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»

Bem-Aventurado João Paulo II
Encíclica «Ut unum sint» §§ 90-93 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Apascenta as Minhas ovelhas»

O Bispo de Roma é o Bispo da Igreja que conserva o testemunho do martírio de Pedro e de Paulo. [...] O Evangelho de Mateus traça e especifica a missão pastoral de Pedro na Igreja. [...] «Também Eu te digo: Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja» (16,18). Lucas põe em evidência que Jesus Cristo recomenda a Pedro que confirme os irmãos, mas ao mesmo tempo dá-lhe a conhecer a sua fraqueza humana e a sua necessidade de conversão (22,32). É como se, sobre o horizonte da fraqueza humana de Pedro, se manifestasse plenamente que o seu particular ministério na Igreja provém totalmente da graça. […]

Logo a seguir à sua investidura, Pedro é repreendido com rara severidade por Jesus Cristo que lhe diz: «Tu és para Mim um estorvo» (Mt 16, 23). Como não ver, na misericórdia de que Pedro tem necessidade, uma relação com o ministério daquela misericórdia que ele foi o primeiro a experimentar? [...] Também o Evangelho de João sublinha que Pedro recebe o encargo de apascentar o rebanho com uma tríplice profissão de amor que corresponde à sua tríplice negação. [...] Quanto a Paulo, conclui a descrição do seu ministério com a surpreendente afirmação que lhe foi concedido ouvir dos lábios do Senhor: «Basta-te a Minha graça porque é na fraqueza que a Minha força se revela totalmente», podendo em seguida exclamar: «Quando me sinto fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 9-10). […]

Herdeiro da missão de Pedro [...], o Bispo de Roma exerce um ministério que tem a sua origem na misericórdia multiforme de Deus, a qual converte os corações e infunde a força da graça onde o discípulo sente o sabor amargo da sua fraqueza e miséria. A autoridade própria deste ministério está posta totalmente ao serviço do desígnio misericordioso de Deus e há-de ser vista sempre nesta perspectiva. É nela que se explica o seu poder. Ligado como está à tríplice profissão de amor de Pedro que corresponde à tríplice negação, o seu sucessor sabe que deve ser sinal de misericórdia. O seu ministério é um ministério de misericórdia, nascido de um acto de misericórdia de Jesus Cristo. Toda esta lição do Evangelho deve ser constantemente relida para que o exercício do ministério petrino nada perca da sua autenticidade e transparência.

Sábado, dia 26 de Maio de 2012

Sábado da 7ª semana da Páscoa


Santo do dia : S. Filipe Néri, presbítero,fundador, +1595 Livro dos Actos dos Apóstolos 28,16-20.30-31.

Quando entrámos em Roma, Paulo foi autorizado a ficar em alojamento próprio com o soldado que o guardava.
Três dias depois, convocou os principais dos judeus e, quando estavam todos reunidos, disse-lhes: «Irmãos, embora nada tenha feito contra o povo ou contra os costumes paternos, fui preso em Jerusalém e entregue às mãos dos romanos.
Estes, depois de me terem interrogado, queriam libertar-me por não haver em mim crime algum digno de morte.
Mas como os judeus se opuseram, fui constrangido a apelar para César sem querer, de modo algum, acusar o meu povo.
Foi por este motivo que pedi para vos ver e falar, pois é por causa da esperança de Israel que trago estas cadeias.»
Paulo permaneceu dois anos inteiros no alojamento que alugara onde recebia todos os que iam procurá-lo,
anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo com o maior desassombro e sem impedimento.

Livro de Salmos 11(10),4.5.7.

O Senhor habita no seu santuário;
o Senhor tem nos céus o seu trono;
os seus olhos contemplam o mundo
e as suas pupilas observam os homens.-
O Senhor perscruta o justo e o ímpio,
mas odeia os que amam a violência.
O Senhor é justo e ama a justiça;
os homens honestos viverão na Sua presença.
Evangelho segundo S. João 21,20-25.

Naquele tempo, Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo (S. João Evangelista) que Jesus Cristo amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: 'Senhor, quem é que te vai entregar?'
Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus Cristo: «Senhor, e que vai ser deste (S. João)?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique (o seu corpo celeste não morra) até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!»
Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus Cristo, porém não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?»
Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu e nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro.
Há ainda muitas outras coisas que Jesus Cristo fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.

Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cistercense A amizade espiritual, III, 115ss.

Pedro e João: a unidade na diversidade

Algumas pessoas a quem não é concedida uma promoção deduzem daí que não são amadas; se não são envolvidas nos negócios e nas actividades, lastimam-se por terem sido postas de lado. E isto é, sabemo-lo bem, uma fonte de grave desentendimento entre pessoas que passavam por amigas; no cúmulo da indignação, estas pessoas chegam a separar-se e a maldizer-se. […]

Que ninguém diga que foi posto de lado porque não lhe foi atribuída uma promoção. A este respeito, o Senhor Jesus Cristo preferiu Pedro a João; no entanto, não foi por conferir a primazia a Pedro que retirou a sua afeição a João. Confiou a Sua Igreja a Pedro; a João entregou a Sua Mãe muito amada (Jo 19,27). Deu a Pedro as chaves do Seu reino (Mt 16,19); a João mostrou os segredos do Seu coração (Jo 13,25). Por conseguinte, Pedro ocupa um posto elevado, mas o lugar de João é mais seguro. Embora tivesse recebido o poder quando Jesus Cristo disse: «um de vós há-de entregar-me» (Jo 13,21), Pedro treme e assusta-se como os outros; João, instigado por Pedro e encorajado pela sua proximidade ao Senhor, interroga-O para saber de quem fala. Pedro entrega-se à acção; João é posto à parte para testemunhar a sua afeição de acordo com a Palavra: «Quero que fique até Eu voltar». Ele deu-nos o exemplo para que também nós façamos o mesmo.


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domingo, 27 de maio de 2012

Cristianismo 60


=CRISTIANISMO=


«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Dentro de alguns dias, festejaremos o Pentecostes. No tempo de Jesus Cristo e ainda hoje, os judeus celebram neste dia a entrega das tábuas da Lei a Moisés no Sinai. Foi o cumprimento da promessa feita a Abraão, aliança feita doravante, já não a um homem ou a uma família, mas a um povo escolhido, eleito. Neste mesmo dia, os cristãos celebram a vinda do Espírito Santo, o dom prometido por Jesus Cristo e já anunciado pelo profeta Joel (cf. Jl 3,1), o cumprimento da nova e eterna Aliança, inaugurada pela morte e ressurreição de Jesus Cristo, o nascimento do novo povo de Deus, a Igreja.

No dia de Pentecostes, em Jerusalém, o Espírito veio como um vento que enchia a sala onde estavam os Apóstolos. Senhor e fonte de vida, ele sopra onde quer, dizia Jesus Cristo a Nicodemos (cf. Jo 3,8). Tornemo-nos disponíveis a esse sopro. Que ele nos transforme e nos conduza na missão que recebemos no dia da Ascensão: «Ide, anunciai a Boa Nova!».

À nossa maneira, a equipa internacional de Evangelho Quotidiano, tem-se esforçado por levar a Palavra de Deus a toda a Terra e neste momento é com grande alegria que informamos os nossos leitores de que, muito em breve, começaremos este serviço também em língua chinesa.

O Santo Padre Bento XVI propôs que o próximo dia 24 fosse, para toda a Igreja, dia de oração pelos cristãos da China. Unamo-nos a esta intenção e rezemos para que o Evangelho seja cada vez mais acolhido nesse imenso país.

E já agora, prezados assinantes, se conhecerem, direta ou indiretamente, chineses e chinesas, na China ou em qualquer parte do mundo, não deixem de lhes falar deste serviço que vai começar. Logo que tenhamos a indicação do respetivo endereço eletrónico, vo-lo transmitiremos.

Com os votos de um santo e frutuoso Pentecostes,

saúda-vos com amizade a equipa de Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Domingo, dia 13 de Maio de 2012


6º Domingo da Páscoa - Ano B


Festa da Igreja : Sexto Domingo de Páscoa (semana II do saltério)Nossa Senhora de Fátima
Santo do dia :
S. Pedro Regalado, religioso, +1456 Livro dos Actos dos Apóstolos 10,25-26.34-35.44-48.

Na altura em que Pedro entrava, Cornélio foi ao seu encontro e, caindo-lhe aos pés, prostrou-se.
Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou apenas um homem.»
Então Pedro tomou a palavra e disse: «Reconheço na verdade que Deus não faz acepção de pessoas,
mas que, em qualquer povo, quem o adora e põe em prática a justiça lhe é agradável.
Pedro estava ainda a falar quando o Espírito Santo desceu sobre quantos ouviam a palavra.
E todos os fiéis circuncisos que tinham vindo com Pedro ficaram estupefactos ao verem que o dom do Espírito Santo fora derramado também sobre os pagãos,
pois ouviam-nos falar línguas e glorificar a Deus. Pedro então declarou:
«Poderá alguém recusar a água do baptismo aos que receberam o Espírito Santo como nós?»
E ordenou que fossem baptizados em nome de Jesus Cristo. Então eles pediram-lhe que ficasse alguns dias com eles.

Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.

Cantai ao Senhor um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A sua mão direita e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.-
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.-
Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
1ª Carta de S. João 4,7-10.

Caríssimos, amemo-nos uns aos outros porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus.
Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor.
E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigénito para que, por Ele, tenhamos a Vida.
É nisto que está o amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.

Evangelho segundo S. João 15,9-17.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Assim como o Pai me tem amor assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu amor.
Manifestei-vos estas coisas para que esteja em vós a minha alegria e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai.
Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto e fruto que permaneça; e assim, tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo concederá.
É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros.»

Paulo VI, papa de 1963-1978 Exortação apostólica «Gaudete in domino» sobre a alegria cristã, § 4

«Manifestei-vos estas coisas para que esteja em vós a Minha alegria»

Durante vinte séculos, a fonte da alegria espiritual não deixou de fluir na Igreja e em especial no coração dos santos. [...] Na vida dos membros da Igreja, a sua participação na alegria do Senhor é inseparável da celebração do mistério eucarístico onde são alimentados e saciados pelo Seu corpo e pelo Seu sangue. Porque neste sacramento, sustentados como viajantes no caminho da eternidade, recebem já os primeiros frutos da alegria do fim dos tempos.

A partir desta perspectiva, a alegria ampla e profunda que é derramada já neste mundo no coração dos verdadeiros crentes revela-se «transbordante» como a vida e o amor do qual é justamente sinal. A alegria é o resultado de uma comunhão entre o homem e Deus e aspira a uma comunhão cada vez mais universal; a alegria não pode incitar aqueles que a experimentam a uma atitude de autoabsorção. Ela dá ao coração uma abertura universal ao mundo, ao mesmo tempo que o alimenta com o desejo de experimentar os bens eternos. […]

A alegria faz com que os cristãos se orientem fervorosamente para a consumação celeste das núpcias do Cordeiro (Ap 19.7), permanecendo serenamente distendida entre o tempo das fadigas da Terra e a paz da morada eterna de acordo com a lei da gravitação do Espírito: «Se já agora, tendo recebido essa garantia dos dons do Espírito (2Cor 5,5), clamamos 'Abba, Pai' (Gal 4,6), o que não será quando ressuscitados O virmos face a face (1Cor 13,12), quando todos os membros do Corpo de Jesus Cristo irromperem num hino de alegria, glorificando Aquele que os ressuscitou de entre os mortos e lhes deu o dom da vida eterna? [...] O que não fará toda a graça do Espírito finalmente dada aos homens (e mulheres) por Deus? Tornar-nos-á semelhantes a Ele e dará efeito à vontade do Pai porque tornar-nos-á à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26)» (Ireneu de Lião). Neste mundo, os santos oferecem-nos já um vislumbre dessa semelhança.

Segunda-feira, dia 14 de Maio de 2012

S. Matias, apóstolo - festa


Santo do dia : S. Miguel Garicoits, presbítero, +1863, S. Matias, apóstolo Livro dos Actos dos Apóstolos 1,15-17.20-26.

Por aqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos, encontravam-se reunidas cerca de cento e vinte pessoas e disse:
«Irmãos, era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na Escritura pela boca de David a respeito de Judas que foi o guia dos que prenderam Jesus Cristo.
Ele efectivamente era um dos nossos e tinha recebido uma parte do nosso ministério.
Está realmente escrito no Livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua habitação e não haja quem nela resida’. E ainda: ‘Receba outro o seu encargo.’
Portanto, de entre os homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus Cristo viveu no meio de nós,
a partir do baptismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado para o Alto, é indispensável que um deles se torne connosco testemunha da sua ressurreição.»
Designaram dois: José, de apelido Barsabas, chamado Justo, e Matias.
Fizeram então a seguinte oração: «Senhor, Tu que conheces o coração de todos, indica-nos qual destes dois escolheste
para ocupar, no ministério apostólico, o lugar abandonado por Judas que foi para o lugar que merecia.»
Depois tiraram à sorte e a sorte caiu em Matias que foi incluído entre os onze Apóstolos.

Livro de Salmos 113(112),1-2.3-4.5-6.7-8.

Louvai, servos do Senhor,
louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor
agora e para sempre.-
Desde o nascer ao pôr-do-sol,
seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor reina sobre todas as nações,
a sua majestade está acima dos céus.-
Quem é como o SENHOR, nosso Deus,
que tem o seu trono nas alturas?
que Se inclina lá do alto
para observar o céu e a Terra?-
Ele levanta do pó o indigente
e tira o pobre da miséria
para o fazer sentar
com os grandes do seu povo.
Evangelho segundo S. João 15,9-17.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Assim como o Pai me tem amor assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu amor.
Manifestei-vos estas coisas para que esteja em vós a minha alegria e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai.
Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e vos destinei a ir e a dar fruto e fruto que permaneça e assim, tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo concederá.
É isto o que vos mando: que vos ameis uns aos outros

São João Crisóstomo (c.345-407), presbítero em Antioquia, depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja 3.ª Homilia sobre os Actos dos Apóstolos (trad. do breviário)

São Matias, testemunha da Ressurreição, escolhido por Deus

«Naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos» (Act 1,15ss.), Pedro, a quem Jesus Cristo tinha confiado o rebanho movido pelo fervor do seu zelo e dado que era o primeiro dentro do grupo, foi o primeiro a tomar a palavra [e] «disse: Irmãos, é necessário escolher de entre [...] os homens que andaram connosco». Reparai como se empenha em que tenham sido testemunhas oculares; embora o Espírito Santo houvesse de vir depois sobre eles, dá a isso grande importância. «De entre os homens que andaram connosco, todo o tempo que o Senhor Jesus Cristo passou no meio de nós». Refere-se àqueles que viveram com Jesus Cristo e não aos que eram apenas discípulos. De facto, eram muitos os que O seguiam desde o princípio [...] «até ao dia em que nos foi levado para o alto; é necessário, pois, que um deles se torne connosco testemunha da Sua Ressurreição».

Não disse: testemunha de tudo o mais; mas só: «testemunha da Ressurreição». Na verdade, seria mais digno de fé quem pudesse testemunhar: Aquele que vimos comer e beber e que foi crucificado, foi Esse que ressuscitou. Não interessava ser testemunha do tempo anterior nem do seguinte, nem dos milagres, mas simplesmente da Ressurreição. Porque todos os outros factos eram manifestos e públicos; só a Ressurreição se tinha realizado secretamente e só eles a conheciam.

Terça-feira, dia 15 de Maio de 2012

Terça-feira da 6ª semana da Páscoa



Naqueles dias, a multidão dos habitantes de Filipos amotinou-se contra Paulo e Silas e os estrategos, arrancando-lhes as vestes, mandaram-nos açoitar.
Depois de lhes terem dado muitas vergastadas, lançaram-nos para a prisão, recomendando ao carcereiro que os tivesse sob atenta vigilância.
Ao receber tal ordem, este meteu-os no calabouço interior e prendeu-lhes os pés ao cepo.
Cerca da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus e os presos escutavam-nos.
De repente, sentiu-se um violento tremor de terra que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as cadeias de todos se desprenderam.
Acordando em sobressalto, o carcereiro viu as portas da prisão abertas e puxou da espada para se matar, pensando que os presos se tinham evadido. Paulo então bradou com voz forte: «Não faças nenhum mal a ti mesmo porque nós estamos todos aqui
O carcereiro pediu luz, correu para dentro da masmorra e lançou-se a tremer aos pés de Paulo e de Silas.
Depois trouxe-os para fora e perguntou: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?»
Eles responderam: «Acredita no Senhor Jesus Cristo e serás salvo tu e os teus.»
E anunciaram-lhe a palavra do Senhor assim como aos que estavam na sua casa.
O carcereiro, tomando-os consigo àquela hora da noite, lavou-lhes as feridas e imediatamente se baptizou, ele e todos os seus.
Depois, levando-os para cima para a sua casa, pôs-lhes a mesa e entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus.

Livro de Salmos 138(137),1-2a.2bc-3.7c-8.

Agradeço-Te, Senhor, de todo o coração
porquer ouviste as palavras da minha boca.
Na presença dos anjos
hei-de cantar-Te e adorar-Te
voltado para o teu santo templo
Hei-de louvar o teu nome
pela tua bondade e pela tua fidelidade
porque foste mais além das tuas promessas.
Quando te invoquei, atendeste-me
e aumentaste as forças da minha alma.-
A vossa mão direita me salvará,
O Senhor completará o que em meu auxílio começou.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos.
Evangelho segundo S. João 16,5-11.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Agora vou para aquele que me enviou e ninguém de vós me pergunta: 'Para onde vais?'
Mas por vos ter anunciado estas coisas, o vosso coração ficou cheio de tristeza.
Contudo, digo-vos a verdade: é melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei.
E quando Ele vier, dará ao mundo provas irrefutáveis de uma culpa, de uma inocência (de Jesus Cristo) e de um julgamento (divino pelo que lhe foi feito, pois em julgamento condenaram um inocente com plena consciência disso.): de uma culpa, pois não creram em mim;
de uma inocência, pois Eu vou para o Pai e já não me vereis (Deus não o condenou nem o destruiu);
de um julgamento, pois o dominador deste mundo ficou condenado (porque condenou um inocente e não aceitou a Verdade que Ele transmitiu).»

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e doutor da Igreja 3º sermão para o Pentecostes

«É melhor para vós que Eu vá»

O Espírito Santo estendeu sobre a Virgem Maria a Sua sombra (Lc 1,35) e no dia de Pentecostes, fortificou os apóstolos; a Ela, fê-lo para suavizar o efeito da vinda do divino ao seu corpo virginal e a eles, para os revestir com a força do alto (cf. Lc 24,49), isto é, com a mais ardente caridade (=Amor). [...] Como teriam eles, na sua fraqueza, podido cumprir a sua missão de triunfar sobre a morte sem «esse amor, mais forte que a morte» e de não permitir que «as portas do abismo prevalecessem sobre eles» sem esse amor mais inflexível que o abismo? (cf. Mt 16,18; Ct 8,6) Ora ao ver esse zelo, alguns julgavam-nos ébrios (cf. Act 2,13). Efectivamente estavam ébrios, mas de um vinho novo [...], aquele que a «verdadeira videira» deixara derramar do alto do céu, aquele que «alegra o coração do homem» (cf. Jo 15,1; Sl 103,15). [...] Era um vinho novo para os habitantes da Terra mas, no céu, encontrava-se em abundância [...], jorrava em golfadas pelas ruas e pelas praças da cidade santa por onde espalhava a alegria do coração. […]

Assim havia no céu um vinho especial que a Terra desconhecia. Mas a Terra tinha também qualquer coisa que lhe era própria e que era a sua glória — a carne de Jesus Cristo — e os céus tinham uma grande sede da presença dessa carne. Quem poderia impedir essa troca tão certa e tão rica em graça entre o céu e a Terra, entre os anjos e os apóstolos, de forma que a Terra possuísse o Espírito Santo e o céu a carne de Jesus Cristo? [...] «Se Eu não for, o Paráclito não virá a vós», disse Jesus Cristo. Quer dizer, se não deixais partir aquilo que amais, não obtereis o que desejais. «É melhor para vós que Eu vá» e que vos transporte da Terra ao céu, da carne ao espírito; pois o Pai é espírito, o Filho é espírito e o Espírito Santo é também espírito. [...] E o Pai «é espírito; por isso, os que O adoram devem adorá-Lo em espírito e verdade» (Jo 4,23-24).

Quarta-feira, dia 16 de Maio de 2012

Quarta-feira da 6ª semana da Páscoa


Santo do dia : São João Nepomuceno, mártir, +1383, S. Simão Stock, religioso, +1265 Livro dos Actos dos Apóstolos 17,15.22-34.18,1.

Naqueles dias, Paulo os acompanhava, levaram-no a Atenas e regressaram, incumbidos de transmitir a Silas e a Timóteo a ordem de irem reunir-se a Paulo o mais rapidamente possível.
De pé, no meio do Areópago, Paulo disse então: «Atenienses, vejo que sois em tudo, os mais religiosos dos homens.
Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados até encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido.’ Pois bem! Aquele que venerais sem o conhecer é esse que eu vos anuncio.
O Deus que criou o mundo e tudo quanto nele se encontra, Ele que é o Senhor do Céu e da Terra, não habita em santuários construídos pela mão do homem,
nem é servido por mãos humanas como se precisasse de alguma coisa, Ele que a todos dá a vida, a respiração e tudo mais.
Fez, a partir de um só homem, todo o género humano para habitar em toda a face da Terra e fixou a sequência dos tempos e os limites para a sua habitação
a fim de que os homens (e mulheres) procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo, mesmo tacteando, embora não se encontre longe de cada um de nós.
É nele realmente que vivemos, nos movemos e existimos como também o disseram alguns dos vossos poetas: ‘Pois nós somos também da sua estirpe.’ Se nós somos da raça de Deus, não devemos pensar que Deus é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e engenho do homem.
Sem ter em conta estes tempos de ignorância, Deus faz saber agora a todos os homens e em toda a parte, que todos têm de se arrepender,
pois fixou um dia em que julgará o universo com justiça, por intermédio de um Homem que designou, oferecendo a todos um motivo de crédito, com o facto de o ter ressuscitado de entre os mortos
Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns começaram a troçar, enquanto outros disseram: «Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez.»
Foi assim que Paulo saiu do meio deles.
Alguns dos homens, no entanto, concordaram com ele e abraçaram a fé, entre os quais Dionísio, o areopagita, e também uma mulher de nome Dâmaris e outros com eles.
Depois disso, Paulo afastou-se de Atenas e foi para Corinto.

Livro de Salmos 148(147),1-2.11-12ab.12c-14a.14bcd.

Louvai ao Senhor do alto dos céus;
louvai-O nas alturas!
Louvai-O, todos os seus anjos.
Louvai-O, reis do mundo e todos os povos;
todos os chefes e governantes do mundo;
os jovens e as donzelas, os velhos e as crianças!-
Louvem todos o nome do Senhor,
pois só o seu nome é sublime
e a sua glória está acima do céu e da Terra.
Ele engrandeceu a força do seu povo,
Ele é a honra de todos os seus fiéis,
dos filhos de Israel, seu povo amigo.
Evangelho segundo S. João 16,12-15.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora.
Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir.
Ele há-de manifestar a minha glória porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer.
Tudo o que o Pai tem, é meu; por isso é que Eu disse: 'Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer'.»

Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego, santo das Igrejas Ortodoxas Catequeses, 33; SC 113

«Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa»

A «chave do conhecimento» (Lc 11,52) não é senão a graça do Espírito Santo que é dada pela fé. Pela iluminação, ela produz um conhecimento muito real e mesmo o conhecimento completo. Ela abre o nosso espírito fechado na obscuridade, muitas vezes com parábolas e símbolos, mas também com declarações mais claras. [...] Prestai pois muita atenção ao sentido espiritual da Palavra. Se a chave não for adequada, a porta não se abrirá porque, disse o Bom Pastor, «é a ele que o porteiro abre» (Jo 10,3). Mas, se a porta não se abrir, ninguém entra na casa do Pai porque Jesus Cristo disse: «Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14,6).

Ora é o Espírito Santo Quem primeiro abre o nosso espírito e nos ensina o que se refere ao Pai e ao Filho. Jesus Cristo disse-nos: «O Espírito da Verdade que procede do Pai e que Eu vos hei-de enviar da parte do Pai, dará testemunho a Meu favor e guiar-vos-á a toda a verdade» (Jo 15,26; 16,13). Vede como, pelo Espírito, ou melhor, no Espírito, o Pai e o Filho Se dão a conhecer inseparavelmente. […]

Se chamamos ao Espírito Santo uma chave, é porque é primeiramente por Ele e n'Ele que o nosso espírito é iluminado. Uma vez purificados, somos iluminados pela luz do conhecimento. Somos baptizados do alto, recebemos um novo nascimento e tornamo-nos filhos de Deus como disse São Paulo: «O Espírito Santo intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8,26). E ainda: «Deus enviou aos nossos corações o Espírito que clama: 'Abba, Pai'» (Gal 4,6). É por conseguinte Ele que nos mostra a porta, porta que é luz e a porta ensina-nos que Aquele que habita esta casa é também luz inacessível.

Quinta-feira, dia 17 de Maio de 2012

Rogações


Santo do dia : S. Pascoal Bailão, religioso leigo, +1592, Beata Antónia Mesina, virgem, mártir, +1935 Livro dos Actos dos Apóstolos 18,1-8.

Naqueles dias, Paulo afastou-se de Atenas e foi para Corinto.
Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália com Priscila, sua esposa, porque um édito de Cláudio ordenara que todos os judeus se afastassem de Roma. Paulo foi procurá-los
e como eram da mesma profissão, isto é, fabricantes de tendas, ficou em casa deles e começou a trabalhar.
Todos os sábados dissertava na sinagoga e esforçava-se por convencer tanto a judeus como a gregos.
Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedónia, Paulo entregou-se à pregação, afirmando e provando aos judeus que Jesus era o Messias.
Mas, perante a oposição e as blasfémias deles, sacudiu as suas vestes e disse-lhes: «Que o vosso sangue recaia sobre as vossas cabeças. Eu não sou responsável por isso. De futuro, dirigir-me-ei aos pagãos.»
Retirou-se dali e foi para casa de um certo Tício Justo, homem temente a Deus, cuja casa era contígua à sinagoga.
No entanto, Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor, ele e todos os da sua casa e muitos dos coríntios que ouviam Paulo pregar abraçavam também a fé e recebiam o Baptismo.

Livro de Salmos 98(97),1.2-4.

Cantai ao Senhor um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A sua mão direita e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.-
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.-
Todos os confins da Terra presenciaram
o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Evangelho segundo S. João 16,16-20.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Ainda um pouco e deixareis de me ver e um pouco mais, e por fim me vereis.»
Disseram entre si alguns dos discípulos: «Que é isso que Ele nos diz: 'Ainda um pouco e deixareis de me ver e um pouco mais e por fim me vereis'? E também: 'Eu vou para o Pai'?»
Diziam, pois: «Que quer Ele dizer com isto: 'Ainda um pouco'? Não sabemos o que Ele está a anunciar!»
Jesus Cristo, percebendo que o queriam interrogar, disse-lhes: «Estais entre vós a inquirir acerca disto que Eu disse: 'Ainda um pouco e deixareis de me ver (a Sua morte) e um pouco mais e por fim me vereis' (a seguir à Ressurreição)?
Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria (com a ressurreição)!

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 20, 3º para a Ascensão

«Para ir onde Eu vou, conheceis o caminho»

«Então o Senhor Jesus Cristo, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu». [...] Os membros do Corpo de Jesus Cristo devem seguir o seu chefe, a sua cabeça, que foi arrebatado hoje. Ele precedeu-nos para nos preparar um lugar (cf. Jo 14,2) para que nós, que O seguimos, possamos dizer como a noiva do Cântico dos Cânticos: «Arrasta-me atrás de ti» (1,4). […]

Queremos segui-Lo? Devemos ter também em consideração o caminho que Ele nos mostrou durante trinta e três anos: caminho de pobreza, de despojamento, por vezes, muito amargos. Mas temos de seguir esse mesmo caminho, se quisermos chegar com Ele acima de todos os céus. Mesmo quando todos os mestres estiverem mortos e todos os livros queimados, encontraremos sempre, na Sua santa vida, um ensinamento suficiente, pois Ele mesmo é o caminho e nenhum outro (cf. Jo 14,6). Sigamo-Lo, portanto.

Tal como o íman atrai o ferro assim o amável Jesus Cristo atrai a Si todos os corações a quem tocou. O ferro tocado pela força do íman é elevado acima do que lhe é natural, sobe, seguindo-o, embora isso seja contrário à sua natureza. Já não tem repouso até ser elevado acima de si próprio. Assim também que todos aqueles que são tocados no mais fundo do coração por Jesus Cristo já não retêm nem a alegria, nem o sofrimento. Elevaram-se acima de si próprios até Ele. […]

Quando não somos tocados não devemos imputá-lo a Deus. Deus toca, empurra, adverte e deseja igualmente todos os homens (e mulheres), quer da mesma maneira a todos os homens, mas a Sua acção, a Sua advertência e os Seus dons são recebidos e aceites de formas muito diversas. [...] Nós amamos e procuramos outras coisas que não Ele, por isso os dons que Deus oferece sem cessar a cada homem ficam muitas vezes por utilizar. [...] Só poderemos sair desse estado de alma com um zelo corajoso e decidido e com uma oração muito sincera, interior e perseverante.

Sexta-feira, dia 18 de Maio de 2012

Sexta-feira da 6ª semana da Páscoa



Quando Paulo estava em Corinto, certa noite, o Senhor disse-lhe numa visão: «Nada temas, continua a falar e não te cales
porque Eu estou contigo e ninguém porá as mãos em ti para te fazer mal, pois tenho um povo numeroso nesta cidade.»
Então ele ficou lá durante um ano e seis meses a ensinar-lhes a palavra de Deus.
Sendo Galião procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus, de comum acordo, contra Paulo e levaram-no ao tribunal.
«Este homem, disseram eles, induz as pessoas a prestar culto a Deus de uma forma contrária à Lei.»
Paulo ia abrir a boca quando Galião disse aos judeus: «Se se tratasse de uma injustiça ou grave delito, escutaria as vossas queixas, ó judeus, como é meu dever.
Mas como se trata de um conflito doutrinal sobre palavras e nomes e acerca de vossa própria Lei, o assunto é convosco. Recuso-me a ser juiz em semelhante questão.»
E mandou-os sair do tribunal.
Então todos se apoderaram de Sóstenes, o chefe da sinagoga, e puseram-se a bater-lhe diante do tribunal. E Galião não se importou nada com isso.
Depois de se ter demorado ainda algum tempo em Corinto, Paulo despediu-se dos irmãos e embarcou para a Síria, com Priscila e Áquila, rapando a cabeça em Cêncreas, por causa de um voto (promessa=pedido) que tinha feito.
Livro de Salmos 47(46),2-3.4-5.6-7.

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria
porque o Senhor, o Altíssimo, é poderoso;
Ele é o grande rei de toda a Terra.
Ele submeteu os povos ao nosso poder,
pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança,
a glória de Jacob, seu predilecto.-
Deus subiu por entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai a Deus, cantai!
Cantai ao nosso rei, cantai!-
Reuniram-se os príncipes dos povos
ao povo do Deus de Abraão.
Pois dependem de Deus os potentados da Terra;
Ele está acima de todas as coisas.
Evangelho segundo S. João 16,20-23a.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria!
A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza porque chegou a sua hora; mas, quando deu à luz o menino, já não se lembra da sua aflição com a alegria de ter vindo um homem ao mundo.
Também vós vos sentis agora tristes, mas Eu hei-de ver-vos de novo! Então o vosso coração há-de alegrar-se e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. Nesse dia, já não me perguntareis nada. Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja Sermão 171, sobre a Carta aos Filipenses

«Ninguém vos poderá tirar a vossa alegria»

«Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos» (Fl 4,4). O apóstolo Paulo ordena-nos que sejamos felizes, mas no Senhor e não segundo o mundo. Como está dito nas Escrituras: «Quem quiser ser amigo deste mundo torna-se inimigo de Deus!» (Tg 4,4). Tal como não podemos servir a dois senhores (Mt 6,24) também não podemos ser felizes simultaneamente no mundo e no Senhor. Que a alegria no Senhor prevaleça, portanto até que desapareça a alegria pelas coisas do mundo; que a alegria no Senhor aumente sempre [...]. Não digo isto significando que, porque vivemos no mundo, nunca nos devamos alegrar; mas para que, mesmo vivendo no mundo, sejamos felizes no Senhor.

Haverá quem diga, porém: «Estou neste mundo; se sou feliz, sou feliz aqui, onde estou.» E então? Porque estás no mundo, não estás no Senhor? Escuta ainda São Paulo [...] acerca de Deus e do Senhor, nosso Criador: «É n'Ele realmente que vivemos, nos movemos e existimos» (Act 17,28). Porque Ele está em todo o lado; haverá lugar onde não esteja? Não era sobre isto que ele nos exortava? «O Senhor está próximo. Por nada vos deixeis inquietar» (Fl 4,5-6).

Grande mistério, este: Ele subiu aos céus e está próximo dos que habitam a Terra. Quem, portanto poderá estar simultaneamente longe e tão perto a não ser Aquele que, por misericórdia, se aproximou tanto de nós?

Sábado, dia 19 de Maio de 2012

Sábado da 6ª semana da Páscoa



Depois de ter passado algum tempo em Antioquia, Paulo voltou a partir e percorreu sucessivamente a Galácia e a Frígia, fortalecendo todos os discípulos.
Entretanto, chegara a Éfeso um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e muito versado nas Escrituras.
Fora instruído na «Via» do Senhor e, com o espírito cheio de fervor, pregava e ensinava com precisão o que dizia respeito a Jesus Cristo, embora só conhecesse o baptismo de João.
Começou a falar desassombradamente na sinagoga. Priscila e Áquila, que o tinham ouvido, tomaram-no consigo e expuseram-lhe com mais precisão, a «Via» do Senhor.
Como ele queria partir para a Acaia, os irmãos encorajaram-no e escreveram aos discípulos para que o recebessem amigavelmente. Quando lá chegou, pela graça de Deus, prestou grande auxílio aos fiéis;
pois refutava energicamente os judeus, em público, demonstrando pelas Escrituras que Jesus era o Messias.

Livro de Salmos 47(46),2-3.8-9.10.

Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria
porque o Senhor, o Altíssimo, é poderoso;
Ele é o grande Rei de toda a Terra.-
Ele submeteu os povos ao nosso poder,
pôs as nações a nossos pés.
Para nós escolheu a nossa herança,
a glória de Jacob, seu predilecto.
Evangelho segundo S. João 16,23b-28.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, Ele vo-la dará.
Até agora não pedistes nada em meu nome; pedi e recebereis. Assim a vossa alegria será completa.»
«Até aqui falei-vos por meio de comparações. Está a chegar a hora em que já não vos falarei por comparações, mas claramente vos darei a conhecer o que se refere ao Pai.
Nesse dia, apresentareis em meu nome os vossos pedidos ao Pai e não vos digo que rogarei por vós ao Pai,
pois é o próprio Pai que vos ama porque vós já me tendes amor e já credes que Eu saí de Deus.
Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai.»

São Fulgêncio de Ruspe (467-532), bispo no Norte de África Carta 14,36; CCL 91, 429

«Nesse dia, apresentareis em Meu nome os vossos pedidos ao Pai»

Em conclusão das nossas orações, dizemos: «Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho» e não «pelo Espírito Santo». Esta prática da Igreja universal não deixa de ter uma razão. A sua causa é o mistério segundo o qual o homem Jesus Cristo é o mediador entre Deus e os homens (1Tm 2,5), Sumo Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec, Ele que, pelo Seu próprio sangue entrou no Santo dos santos, não num santuário feito por mão de homem, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, onde está à direita de Deus e intercede por nós (Heb 6,20; 9,24).

É a pensar no sacerdócio de Jesus Cristo que o apóstolo diz: «Por meio d'Ele ofereçamos sem cessar a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome» (Heb 13,15). É por Ele que oferecemos o sacrifício de louvor e a oração porque foi a Sua morte que nos reconciliou quando éramos inimigos (Rm 5,10). Ele quis sacrificar-Se por nós; é por Ele que a nossa oferenda pode ser agradável aos olhos de Deus. Eis por que motivo São Pedro nos adverte nestes termos: «E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção de um edifício espiritual por meio de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais que serão agradáveis a Deus, por Jesus Cristo» (1Pe 2,5). É por esta razão que dizemos a Deus Pai: «Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho».


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