sábado, 25 de fevereiro de 2017

Cristianismo 196 até 25-02-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 19 de Fevereiro de 2017

7.º Domingo do Tempo Comum

O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor».
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8.10.12-13.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade;
não nos tratou segundo os nossos pecados nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados;
como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O adoram.

1.ª Carta aos Coríntios 3,16-23.
Irmãos: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá porque o templo de Deus é santo e vós sois esse templo.
Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia».
E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios».
Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso:
Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso;
mas vós sois de Jesus Cristo e Jesus Cristo é de Deus.
Evangelho segundo S. Mateus 5,38-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. (Lei Antiga = Antigo Testamento = Universo das Trevas)
Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda.  (porquê? Para não sairmos do universo do Bem; não permitirmos sentimentos de raiva, ódio,… dentro de nós; para não nos perdermos para as trevas)
Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem (aqui há um perigo grande: os nossos inimigos são os das trevas. Quando rezamos por eles, estamos a tentar que saiam de lá e pela lei universal “faz aos outros o que queres para ti porque é isso que recebes” eles passam a ter o direito de nos pressionar com o mal para nos revoltarmos e sairmos do bem para o mal. Assim é! Só o próprio pode tomar essa decisão, tomando conhecimento com o Bem, desejando o bem para si. Agora os do bem não podem fazer acepção de pessoas; se os do mal lhes pedem ajuda, deve-se dá-la na medida das possibilidades de cada um, “não vá a candeia apagar-se” e ficarmos nas trevas por termos dado todo o bem que tínhamos ganhado.) para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito». (perfeitos nunca poderemos ser porque só Deus é Perfeito, mas devemos escolher o caminho da perfeição e assim seremos filhos de Deus; o que fazemos será mais ou menos perfeito na medida das nossas possibilidades e capacidades e competências e Deus e o Senhor Jesus Cristo estarão felizes por nós.)


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
Os benefícios da paciência, 15-16; SC 291
«Eu, porém digo-vos: Não resistais ao homem mau»
«Suportai-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do espírito mediante o vínculo da paz» (Ef 4,2) (= purgatório). Não é possível manter a unidade e a paz, se os irmãos não se encorajarem uns aos outros ao apoio mútuo, mantendo um bom entendimento graças à paciência. [...]
Perdoar ao irmão que nos ofende, não só setenta vezes sete vezes, mas todas as faltas, amar os inimigos, rezar pelos adversários e pelos perseguidores (Mt 5,39.44; 18,22) (rezar por nós e por todos, em geral) – como chegar aí se não formos firmes na paciência e na benevolência? É o que vemos em Estêvão [...]: em vez de pedir a vingança, pediu o perdão para os seus carrascos, dizendo: «Senhor, não lhes imputes este pecado» (At 7,60). Foi o que fez o primeiro mártir de Jesus Cristo [...] que se tornou, não só pregador da Paixão do Senhor, mas também imitador da sua paciente bondade.
Que dizer da cólera, da discórdia, da rivalidade? Que não devem ter lugar entre os cristãos. A paciência deve preencher o seu coração; nele não se encontrará nenhum destes males. [...] O apóstolo Paulo avisa-nos: «Não entristeçais o Espírito Santo de Deus [...]: fazei desaparecer da vossa vida tudo o que é amargura, raiva, cólera, gritos ou insultos» (Ef 4,30-31). O cristão que foge dos assaltos da sua natureza caída como de um mar em fúria e se estabelece no porto de Jesus Cristo, na paz e na calma, não deve admitir no seu coração a cólera, a desordem, pois não lhe é permitido pagar o mal com o mal (Rom 12,17) nem conceber o ódio.

Segunda-feira, dia 20 de Fevereiro de 2017

Segunda-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Toda a sabedoria vem do Senhor e permanece junto dele para sempre.
A areia dos mares, as gotas da chuva, os dias da eternidade, quem os poderá contar?
A altura do céu, a extensão da terra, o abismo e a sabedoria, quem os poderá medir?
A sabedoria foi criada antes de todas as coisas e a luz da inteligência, desde a eternidade.
A fonte da sabedoria é a palavra de Deus nos céus; os seus caminhos são os mandamentos eternos.
A quem foi revelada a raiz da sabedoria e quem pode discernir os seus planos?
A quem foi manifestada a ciência da sabedoria? E quem pode compreender a riqueza dos seus caminhos?
Só há um sábio, sumamente conhecedor: o que está sentado no seu trono.
Foi o Senhor quem a criou, quem a viu e a mediu e a difundiu sobre todas as suas obras
e por todos os homens, segundo a sua liberalidade e a comunicou àqueles que o amam. O amor do Senhor é uma sabedoria gloriosa. Ele a comunica àqueles a quem se revela, para que o conheçam.
Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei, revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,

Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa
por todo o sempre.

Evangelho segundo S. Marcos 9,14-29.
Naquele tempo, Jesus Cristo desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles.
Logo que viu Jesus Cristo, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l’O.
Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».
Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho que tem um espírito mudo.
Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».
Tomando a palavra, Jesus Cristo disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui».
Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus Cristo, o espírito sacudiu fortemente o menino que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.
Jesus Cristo perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno.
E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».
Jesus Cristo disse: «Se posso?... Tudo é possível a quem acredita».
Logo o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas aumenta a minha pouca fé».
Ao ver que a multidão corria para junto d’Ele, Jesus Cristo falou severamente ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele».
O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido.
Mas Jesus Cristo tomou-o pela mão e levantou-o e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus Cristo entrou em casa (na sua casa), os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos (1ª série)
«Eu creio, mas aumenta a minha pouca fé».
A é a porta dos mistérios. O que os olhos do corpo são para as coisas sensíveis, é a fé para os olhos escondidos da alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural). Tal como temos dois olhos do corpo, também temos dois olhos espirituais da alma, dizem os Padres da Igreja, e cada um tem uma visão própria.
Com um deles, vemos os segredos da glória de Deus, escondida nos seres da sua criação, isto é, o seu poder, a sua sabedoria e a sua providência eterna que nos rodeia e de que nos apercebemos quando refletimos acerca da grandeza do alto da qual Ele nos conduz. Com esse mesmo olho, contemplamos também as ordens celestes e os anjos, nossos companheiros de serviço (Ap 22,9), (quando dormimos).
Com o outro olho, contemplamos a glória da santa natureza de Deus, quando Ele quer fazer-nos entrar nos seus mistérios espirituais e quando abre à nossa inteligência o oceano da fé.

Terça-feira, dia 21 de Fevereiro de 2017

Terça-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Pedro Damião, bispo, Doutor da Igreja, +1072

Livro de Eclesiástico 2,1-11.
Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua alma para a provação (criada pelos do Mal).
Endireita o teu coração e sê constante, não te perturbes no tempo do infortúnio.
Conserva-te unido a Ele e não te separes para teres bom êxito no teu momento derradeiro.
Aceita tudo o que te acontecer e tem paciência nas vicissitudes da tua humilhação
porque no fogo se prova o ouro e os eleitos de Deus, no cadinho da humilhação. Nas doenças e na pobreza (provocadas pelos do Mal), confia nele.
Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera nele.
Vós que adorais o Senhor, esperai na sua misericórdia e não vos afasteis para não cairdes.
Vós que adorais o Senhor, confiai nele, a vossa recompensa não vos faltará.
Vós, que adorais o Senhor, contai com a prosperidade, a alegria eterna e a misericórdia, pois a sua recompensa é um dom eterno e jubiloso.
Considerai as gerações antigas e vede: quem confiou no Senhor e foi confundido? Quem perseverou no amor do Senhor e foi abandonado? Quem o invocou e se sentiu desprezado?
Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo da aflição.
Livro de Salmos 37(36),3-4.18-19.27-28.39-40.
Confia no Senhor e pratica o bem,
possuirás a terra e viverás tranquilo.
Põe no Senhor as tuas delícias
e Ele satisfará os anseios do teu coração.

O Senhor conhece os dias dos bons
e a herança deles será eterna.
Não serão confundidos no tempo da adversidade
e nos dias da fome serão saciados.

Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre
porque o Senhor ama a justiça
e não desampara os que Lhe são fiéis.

A salvação dos justos vem do Senhor,
Ele é o seu refúgio no tempo da tribulação.
O Senhor os ajuda e defende
porque n’Ele procuraram refúgio.

Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus Cristo não queria que ninguém o soubesse
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa (na sua casa), Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então Jesus Cristo sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servidor de todos».
E tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
«Contra as heresias»
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe»
Deus não poderia ter feito o homem perfeito logo desde o princípio? Tudo é possível a Deus que desde sempre é idêntico a Si mesmo e que não foi criado. Mas os seres criados, porque a sua existência começou depois da de Deus, são necessariamente inferiores àquele que os criou. [...] Porque são criados, não são perfeitos; quando chegam ao mundo, são como crianças e, tal como as crianças, não estão acostumados nem treinados para uma conduta perfeita. [...} Naturalmente que Deus podia dar ao homem a perfeição desde o princípio; mas o homem era incapaz de a receber porque era apenas uma criança.
Foi por isso que Nosso Senhor, nos últimos tempos, quando recapitulou em Si todas as coisas (Ef 1,10), veio até nós, não de acordo com o seu poder, mas tal como nós éramos capazes de O ver. Na verdade, Ele teria podido vir na sua glória inexprimível, mas nós não éramos ainda capazes de suportar a grandeza dessa glória. [...} O Verbo de Deus, que era perfeito, fez-Se criança para com o homem, não por sua causa, mas por causa do estado de infância em que o homem se encontrava.

Quarta-feira, dia 22 de Fevereiro de 2017

Cadeira de São Pedro, apóstolo - festa

Festa da Igreja : Cadeira de São Pedro
Santo do dia : Beato Diogo Carvalho, presbítero, mártir, +1624

1.ª Carta de S. Pedro 5,1-4.
Caríssimos: Aos presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui testemunha dos padecimentos de Jesus Cristo e também participante da glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação:
Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho espírito de lucro, mas com zelo;
não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho.
E quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da Sua glória.
Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo

me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça

e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor

para todo o sempre.
Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus Cristo perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Leão Magno (?-c. 461), Papa, doutor da Igreja
Sermão para o aniversário da sua ordenação episcopal
«Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja»
Irmãos, quando tenho de cumprir os deveres do meu cargo episcopal, descubro que sou fraco e cobarde, carregado com a fragilidade da minha própria condição, embora deseje agir com generosidade e coragem. No entanto, bebo a minha força na intercessão incansável do Sacerdote todo-poderoso e eterno que, semelhante a nós, mas igual ao Pai, humilhou a sua divindade até ao nível do homem e elevou a humanidade até ao nível de Deus, encontrando uma justa e sã alegria nas disposições que Ele tomou. Com efeito, delegando em numerosos pastores o cuidado do seu rebanho, Ele não abandonou a guarda das suas ovelhas bem-amadas. Graças a esta assistência fundamental e eterna, recebi eu mesmo a protecção e o apoio do apóstolo Pedro que também não abandona as suas funções. Este sólido alicerce, sobre o qual se eleva a Igreja em toda a sua altura, não se cansa nunca de sustentar a massa do edifício que sobre ele repousa.
A firmeza desta fé, pela qual o primeiro dos apóstolos foi louvado, nunca desfalece. Assim como permanece tudo o que Pedro professou, de igual modo permanece o que Jesus Cristo estabeleceu em Pedro e permanece a disposição querida pela vontade de Deus. S. Pedro persevera na solidez que recebeu: não abandonou o leme da Igreja que foi deixado nas suas mãos. Eis, meus irmãos, o que obteve aquela profissão de fé inspirada por Deus Pai ao coração do apóstolo: este recebeu a solidez de uma pedra que nenhum assalto pode deslocar. Em toda a Igreja, Pedro proclama dia após dia: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».

Quinta-feira, dia 23 de Fevereiro de 2017

Quinta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Não te fies nas tuas riquezas e não digas: «Tenho suficiente para mim.»
Não sigas os teus desejos e a tua força, indo atrás das paixões do coração.
Não digas: «Quem terá poder sobre mim?» porque o Senhor te punirá certamente.
Não digas: «Pequei e que me aconteceu de mal?» porque o Senhor é lento em castigar. (há um tempo para semear (bem ou mal) e um tempo para colher [as consequências das escolhas e dos actos realizados])
Não vivas confiado no perdão, acumulando pecado sobre pecado. (Ele é o Justo)
Não digas: «A misericórdia do Senhor é grande, Ele terá compaixão da multidão dos meus pecados!» porque nele a misericórdia e a ira caminham juntas e o seu furor cairá sobre os pecadores.
Não tardes em te converter ao Senhor, não adies, de dia para dia, porque a ira do Senhor virá de repente e Ele te fará perecer no dia do castigo.
Não confies em riquezas injustas, pois de nada te servirão no dia da desventura.
Não te voltes a todos os ventos e não andes por todos os caminhos; assim se comporta o pecador de linguagem dúplice (= sede íntegros).
Sê firme nas tuas convicções e uma só seja a tua palavra.
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e a sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios (ateus, em geral):
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Jesus Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim (= discípulos), melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a (somos templo de Deus, fá-lo-iam ao próprio. É a Lei Antiga) porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros». ( o sal conserva; conservai a Palavra, a Vida e o Bem)
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Constituição apostólica «Paenitemini»
«Se a tua mão é para ti ocasião de pecado»: a conversão do coração
Não se pode alcançar o Reino anunciado por Jesus Cristo senão pela conversão, a «metanoia», ou seja, pela mudança e a renovação íntima e total de todo o homem, dos seus pensamentos, dos seus juízos e da sua vida, mudança e renovação que se operam nele à luz da santidade e do amor de Deus que nos foram manifestados e comunicados em plenitude no Filho.
O convite do Filho à «metanoia» obriga-nos tanto mais quanto Ele não Se limitou a pregá-lo, mas Se ofereceu a Si próprio como exemplo. Jesus Cristo é, com efeito, o modelo supremo dos penitentes, Ele que quis sofrer, não pelos seus pecados, mas pelos pecados dos outros.
Quando se coloca diante de Jesus Cristo, o homem é iluminado por uma luz nova e reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado. Pela palavra de Jesus Cristo, é-lhe transmitida a mensagem que convida à conversão e concede o perdão dos pecados. O homem recebe estes dons em plenitude no baptismo que o configura à Paixão, morte e ressurreição do Senhor. É sob o signo deste mistério que se coloca toda a vida futura do baptizado.
Todo o cristão deve, pois seguir o Mestre, renunciando a si mesmo, levando a sua cruz (=agruras da vida) e participando nos sofrimentos de Jesus Cristo (Mt 16,24). Assim transfigurado em imagem da sua morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição.

Sexta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2017

Sexta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Sérgio, mártir, +304, S. Lázaro, monge, séc. IX

Livro de Eclesiástico 6,5-17.
Palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis.
Procura estar de bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil.
Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, não confies nele muito depressa.
Com efeito, há amigos de ocasião que não são fiéis no dia da tribulação.
Há amigo que se torna inimigo, que desvendará as tuas fraquezas para tua vergonha.
Há amigo que só o é para a mesa e que deixará de o ser no dia da desgraça;
na tua prosperidade mostra-se igual a ti, dirigindo-se com à vontade aos teus servidores;
mas, se te colhe o infortúnio, volta-se contra ti e oculta-se da tua presença.
Afasta-te daqueles que são teus inimigos e está alerta com os teus amigos.
Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontrou, descobriu um tesouro.
Nada se pode comparar a um amigo fiel e nada se iguala ao seu valor.
Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que adoram o Senhor acharão tal amigo.
O que adora o Senhor terá também boas amizades porque o seu amigo será semelhante a ele.
Livro de Salmos 119(118),12.16.18.27.34.35.
Bendito sejais, Senhor,
ensinai-me os vossos decretos.
Hei-de alegrar-me com as tuas leis;
não esquecerei as tuas palavras.

Abri, Senhor, os meus olhos,
para ver as maravilhas da vossa lei.
Fazei-me compreender o caminho dos vossos preceitos,
para meditar nas vossas maravilhas.

Dai-me entendimento para guardar a vossa lei
e para a cumprir de todo o coração.
Conduzi-me pela senda dos vossos mandamentos
porque nela estão as minhas delícias.

Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus Cristo e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus Cristo uns fariseus que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua esposa?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a esposa».
Jesus Cristo disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Quem repudiar a sua esposa e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio
Homília sobre o sexto dia
«Os dois serão uma só carne»
«Façamos o homem à nossa imagem e semelhança», disse Deus (Gn 1,26). Uma simples ordem fez surgir os outros seres da criação: «Haja luz» ou «Haja um firmamento». Desta vez, porém Deus não disse: «Haja o homem», mas: «Façamos o homem» Com efeito, achou conveniente dar forma com as suas próprias mãos a esta imagem de Si próprio, superior a todas as outras criaturas. Esta obra era-Lhe particularmente próxima; Ele tinha-lhe um grande amor. [...] Adão é a imagem de Deus porque traz a efígie do Filho único. [...]
De certo modo, Adão foi criado simultaneamente singelo e duplo: Eva encontrava-se escondida nele. Antes mesmo de eles existirem, a humanidade estava destinada ao casamento que os levaria, homem e mulher, a um só corpo, como no início. Nenhuma querela, nenhuma discórdia, se devia levantar entre eles. Teriam um mesmo pensamento, uma mesma vontade. [...] O Senhor formou Adão do pó e da água; quanto a Eva, tirou-a da carne, dos ossos e do sangue de Adão (Gn 2,21). O profundo sono do primeiro homem antecipa os mistérios da crucifixão. A abertura do lado era o golpe de lança sofrido pelo Filho único; o sono, a morte na cruz; o sangue e a água, a fecundidade do baptismo (Jo 19,34). [...] Mas a água e o sangue que correram do lado do Salvador são a origem do mundo do Espírito. [...]
Adão não sofreu com a amputação feita na sua carne; o que lhe foi subtraído foi-lhe restituído, transfigurado pela beleza. O sopro do vento, o murmúrio das árvores, o canto dos pássaros chamava os noivos: «Levantai-vos, já dormistes o suficiente! A festa nupcial espera-vos!» [...] Adão viu Eva a seu lado, aquela que era a sua carne e os seus ossos, sua filha, sua irmã, sua esposa. Levantaram-se os dois, envoltos numa veste de luz, no dia que lhes sorria: estavam no Paraíso.

Sábado, dia 25 de Fevereiro de 2017

Sábado da 7.a semana do Tempo Comum

O Senhor criou os homens a partir da terra e a ela de novo os faz voltar.
Determinou-lhes um tempo e um número de dias e deu-lhes domínio sobre tudo o que há na terra.
Revestiu-os de força como a si mesmo e fê-los à sua própria imagem.
Fê-los temidos de todo o ser vivo e impôs o seu domínio sobre os animais e as aves.
Eles receberam o uso dos cinco poderes do Senhor; como sexto foi-lhes dada a participação da inteligência e como sétimo, a razão, intérprete dos seus poderes.
Dotou-os de inteligência, língua e olhos, de ouvidos e de um coração para pensar.
Encheu-os de saber e de inteligência e mostrou-lhes o bem e o mal.
Pôs o seu olhar sobre os seus corações, a fim de lhes mostrar a grandeza das suas obras.
E lhes concedeu que celebrassem eternamente as suas maravilhas.
Louvarão o nome de Deus Santo, publicando a magnificência das suas obras.
Concedeu-lhes a ciência e deu-lhes em herança a lei da vida.
Concluiu com eles uma Aliança eterna e revelou-lhes os seus decretos.
Viram com os próprios olhos a grandeza da sua glória, os seus ouvidos escutaram a majestade da sua voz.
Livro de Salmos 103(102),13-14.15-16.17-18a.
Como um pai se compadece dos seus filhos,
assim o Senhor se compadece dos que O adoram.
Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.

Os dias dos seres humanos são como a erva:
brota como a flor do campo,
mas, quando sopra o vento sobre ela,
deixa de existir e não se conhece mais o seu lugar.

A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O adoram
e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.

Evangelho segundo S. Marcos 10,13-16.
Naquele tempo, apresentaram a Jesus Cristo umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus Cristo, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».
E abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Hermas (século II)
O Pastor, parábola 9, 24.29
««Deixai vir a Mim as criancinhas [...]: dos que são como elas é o reino de Deus.»
O Pastor mostrou-me uma montanha onde as ervas eram verdes e viçosas; tudo estava florescente e os rebanhos e os pássaros encontravam aí o seu alimento. Ele disse-me: «Os crentes daqui são simples, inocentes, felizes, sem qualquer ressentimento uns contra os outros, mas, pelo contrário, alegres servidores de Deus. Revestidos do santo espírito das virgens, cheios de compaixão por todos os homens, provêem, com o suor do seu rosto, às necessidades de todos os seus semelhantes, sem murmurações nem hesitação. Vendo a sua simplicidade e toda a sua candura infantil, o Senhor fez prosperar o trabalho das suas mãos e abençoou todas as suas empresas. [...] Todos vós que agis assim, permanecei desse modo e a vossa prosperidade não desaparecerá jamais» [...]
Depois, ele mostrou-me uma bela montanha toda branca: «Aqui os crentes assemelham-se às criancinhas que não têm qualquer ideia do que é o mal; como elas, nunca souberam o que é a maldade, mas guardaram sempre a inocência da infância. Esses homens irão seguramente habitar no reino de Deus porque não violaram os mandamentos de Deus, mas perseveraram todos os dias da sua vida na candura e nos sentimentos da sua infância. Todos vós que perseverais nesta via sereis "como criancinhas", sem malícia, sereis glorificados mais do que todos os outros porque as criancinhas são gloriosas diante de Deus e os primeiros a seus olhos. Bem-aventurados, pois todos vós que afastardes a malícia para vos revestirdes de inocência; primeiro do que todos os outros, vivereis para Deus.».
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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Cristianismo 195 até 18-02-2017




"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 12 de Fevereiro de 2017

6.º Domingo do Tempo Comum

Festa da Igreja : 6º Domingo do tempo comum - semana II do saltério
Santo do dia : Santa Eulália de Barcelona, virgem e mártir, +304

Livro de Eclesiástico 15,15-20.
Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade.
Deus pôs diante de ti o fogo e a água: estenderás a mão para o que desejares.
Diante do homem estão a vida e a morte: o que ele escolher, isso lhe será dado.
Porque é grande a sabedoria do Senhor, Ele é forte e poderoso e vê todas as coisas.
Seus olhos estão sobre aqueles que O adoram, Ele conhece todas as coisas do ser humano.
Não mandou a ninguém fazer o mal nem deu licença a ninguém de cometer o pecado.
Livro de Salmos 119(118),1-2.4-5.17-18.33-34.
Felizes os que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Felizes os que observam as suas ordens
e O procuram de todo o coração.

Promulgastes os vossos preceitos
para se cumprirem fielmente.
Oxalá meus caminhos sejam firmes
na observância dos vossos decretos.

Fazei bem ao vosso servidor:
viverei e cumprirei a vossa palavra.
Abri, Senhor, os meus olhos
para ver as maravilhas da vossa Lei.

Ensinai -me, Senhor, o caminho dos vossos decretos,
para ser fiel até ao fim.
Dai-me entendimento para guardar a vossa Lei
e para a cumprir de todo o coração.


1ª Carta aos Coríntios 2,6-10.
Irmãos: Nós falamos de sabedoria entre os perfeitos, mas de uma sabedoria que não é deste mundo nem dos príncipes deste mundo que vão ser destruídos.
Falamos da sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que já antes dos séculos Deus tinha destinado para a Sua glória.
Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu porque, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória.
Mas como está escrito «nem os olhos viram nem os ouvidos escutaram nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam».
Mas a nós, Deus o revelou por meio do Espírito Santo porque o Espírito Santo penetra todas as coisas até o que há de mais profundo em Deus.
Evangelho segundo S. Mateus 5,17-37.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a Terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus.
Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. (como? Com uma Lei superior: a do Amor e da Misericórdia)
Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo.
Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, (= o agressor; fazer acto de contrição, reconciliando-se com Deus e a seguir com a vítima. A vítima apresenta o seu caso aos Decisores de Deus e seus enviados e, de seguida perdoa e esquece; não é mais uma questão sua. Assim é! “Se não fizerdes como as crianças não entrareis no universo de Deus.”)
deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda e sejas metido na prisão.
Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo.
Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para uma mulher com maus desejos já cometeu adultério com ela no seu coração.
Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é melhor perder-se um só dos teus olhos do que todo o corpo ser lançado na geena. (Lei Antiga; o ser natural [= corpo] é templo de Deus e nós temos a obrigação de o conservar o melhor possível até ao fim e também não temos o direito de julgar e condenar; isso é próprio dos Decisores de Deus. A Lei Antiga é das trevas.)
E se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor que se perca um só dos teus membros, do que todo o corpo ser lançado na geena. (Lei Antiga)
Também foi dito: ‘Quem repudiar sua mulher dê-lhe certidão de repúdio’.
Eu, porém digo-vos: Todo aquele que repudiar sua mulher, salvo em caso de união ilegítima, expõe-na ao adultério. E quem se casar com uma repudiada comete adultério.
Ouvistes ainda que foi dito aos antigos: ‘Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste’.
Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu que é o trono de Deus;
nem pela Terra que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei.
Também não jures pela tua cabeça porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo.
A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias IV, 13, 3
A Lei enraizada nos nossos corações
Há certos preceitos naturais da Lei que são já de justiça; mesmo antes da dádiva da Lei a Moisés, os homens observavam esses preceitos, eram justificados pela sua fé e agradavam a Deus. O Senhor não aboliu esses preceitos, antes os alargou e os cumpriu, como provam as seguintes palavras: «Foi dito aos antigos: não cometerás adultério. Mas eu digo-vos: todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração». E ainda «Foi dito: não matarás. Eu, porém digo-vos: quem se irritar contra o seu irmão sem motivo será réu perante o tribunal» (Mt 5,21ss.). [...] E por aí adiante. Nenhum destes preceitos implica a contradição nem a abolição dos anteriores, mas o seu cumprimento e o seu alargamento. Como o próprio Senhor diz: «Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu» (Mt 5,20).
Em que consiste essa superação? Em primeiro lugar, em crer, não apenas no Pai, mas também em seu Filho doravante manifestado, pois é Ele que leva o homem à comunhão e à união com Deus. Em seguida, não apenas em dizer, mas em fazer – pois eles diziam e não faziam (Mt 23,3) — e em evitar, não apenas os actos maus, mas também o facto de os desejar. Com este ensinamento, Ele não contradizia a Lei, antes a cumpria e enraizava em nós os preceitos da Lei. [...] O preceito de nos abstermos, não só dos actos proibidos pela Lei, mas também do desejo de os praticar não provém de alguém que contradiz e abole a Lei; mas sim daquele que a cumpre e alarga.

Segunda-feira, dia 13 de Fevereiro de 2017

Segunda-feira da 6.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beata Cristina de Espoleto, virgem, secular, +1458, Santa Catarina de Ricci, religiosa, +1590, Beato Jordão da Saxónia, presbítero, +1237

Livro de Génesis 4,1-15.25.
O homem conviveu com Eva, sua esposa, e ela deu à luz Caim. Então Eva disse: «Obtive um homem, graças ao Senhor».
Depois deu à luz Abel, o irmão. Abel era pastor e Caim cultivava a terra.
Passado algum tempo, Caim ofereceu em sacrifício ao Senhor produtos da terra
e Abel ofereceu as primícias e a gordura do seu rebanho (não ofereceu os melhores animais do seu rebanho. Deus não precisa deles, mas é uma mostra do amor a Deus). O Senhor olhou benignamente para Abel e para a sua oferenda,
mas não quis olhar para Caim e para a sua oferenda. Caim ficou muito irritado e de rosto abatido.
O Senhor disse a Caim: «Porque estás irritado e de rosto abatido?
Se procederes bem, não poderás ainda levantar a cabeça? Mas se não procederes bem, o pecado está à tua porta. Ele desejará atingir-te, mas tu poderás dominá-lo».
Disse Caim a seu irmão Abel: «Vamos ao campo».
E quando estavam no campo, Caim lançou-se contra seu irmão Abel e matou-o.
O Senhor disse a Caim: «Onde está o teu irmão Abel?». Caim respondeu: «Não sei. Sou porventura eu o guarda do meu irmão?».
O Senhor disse-lhe: « Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra por Mim.
Agora ficas maldito pela terra que abriu a boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão.
Ainda que a cultives, não mais te dará a sua fertilidade. Andarás errante e fugitivo sobre a terra».
Caim disse ao Senhor: «O meu castigo é tão grande que não poderei suportá-lo.
Se hoje me desterrais daqui, terei de ocultar-me da vossa presença; andarei errante e fugitivo sobre a terra e o primeiro que me encontre me matará».
O Senhor respondeu-lhe: «Quem matar Caim será vingado sete vezes». O Senhor colocou um sinal sobre Caim para que ele não fosse morto por quem o encontrasse.
Adão conviveu ainda com a sua esposa e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Set, dizendo: «Deus concedeu-me outro descendente, em lugar de Abel, morto por Caim».
Livro de Salmos 50(49),1.8.16bc-17.20-21.
Falou o Senhor, Deus soberano,
e convocou a terra, do Oriente ao Ocidente.
Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.

Como falas tanto na minha Lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Sentas-te a falar contra o teu irmão
e difamas os filhos da tua mãe.
Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu. Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em rosto.


Evangelho segundo S. Marcos 8,11-13.
Naquele tempo, apareceram alguns fariseus e começaram a discutir com Jesus Cristo. Para O porem à prova, pediam-Lhe um sinal do céu.
Jesus Cristo suspirou do fundo da alma e respondeu-lhes: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: não se dará nenhum sinal a esta geração».
Depois deixou-os, voltou a subir para o barco e foi para a outra margem do lago.


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
«Sobre a Santíssima Trindade,» livro 12, 52-53
«Porque pede esta geração um sinal?»
Pai Santo, Deus Todo Poderoso [...], quando levanto para o teu céu a fraca luz dos meus olhos, poderei duvidar de que é o teu céu? Quando contemplo o caminho das estrelas, o seu regresso no ciclo anual, quando vejo as Plêiades, a Ursa Menor e a Estrela da Manhã e considero como cada uma brilha no lugar que lhe foi assinalado, percebo, ó Deus, que estás aí, nesses astros que não compreendo. Quando vejo «as belas ondas do mar» (Sl 92,4), não compreendo a origem dessas águas, não compreendo sequer o que põe em movimento os seus fluxos e refluxos regulares e, no entanto, creio que existe uma causa – certamente impenetrável para mim – para estas realidades que ignoro e também aí eu pressinto a tua presença.
Se volto o meu espírito para a terra que, pelo dinamismo de forças escondidas, decompõe todas as sementes que acolheu no seu seio, as faz germinar lentamente e as multiplica e depois lhes permite crescerem, não encontro nada que possa compreender com a minha inteligência; mas esta ignorância ajuda-me a discernir-Te a Ti porque, se não conheço a natureza posta ao meu serviço, reencontro-Te, no entanto, pelo facto de ela existir para minha utilização.
Se me volto para mim, a experiência diz-me que não me conheço e admiro-Te tanto mais quanto sou para mim um desconhecido. De facto, mesmo que não os possa compreender, tenho a experiência dos movimentos do meu espírito que julga, destas operações, da sua vida e esta experiência a Ti a devo, a Ti que me deste a partilhar esta natureza sensível que faz a minha felicidade, mesmo que a sua origem esteja para além da minha inteligência. Não me conheço a mim próprio, mas dentro de mim encontro-Te e, ao encontrar-Te, adoro-Te.


Terça-feira, dia 14 de Fevereiro de 2017

São Cirilo, monge, e São Metódio, bispo: copadroeiros da Europa - Festa

Naqueles dias, quando Jeroboão saía de Jerusalém, veio ao seu encontro o profeta Aías, de Silo, que trazia um manto novo. Estavam os dois sozinhos no campo.
Aías pegou no manto novo que trazia e rasgou-o em doze pedaços,
dizendo a Jeroboão: «Toma para ti dez pedaços porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Vou tirar Salomão do seu reino e dar-te-ei dez tribos,
ficando ele, no entanto, com uma tribo, em atenção ao meu servo David e a Jerusalém, a cidade que Eu escolhi entre as doze tribos de Israel’».
E as dez tribos de Israel separaram-se da casa de David até ao dia de hoje.
Livro de Salmos 81(80),10-11ab.12-13.14-15.
Não terás contigo um deus alheio
nem adorarás divindades estrangeiras.
Eu, o Senhor, sou o teu Deus,
que te fiz sair da terra do Egipto».

Mas o meu povo não ouviu a minha voz,
Israel não me quis obedecer.
Por isso os entreguei à dureza do seu coração
e eles seguiram os seus caprichos.

Oh, se o meu povo Me escutasse,
se Israel seguisse os meus caminhos,
num instante esmagaria os seus inimigos,
deixaria cair a mão sobre os seus adversários.


Evangelho segundo S. Marcos 7,31-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole.
Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus Cristo, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua.
Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te».
Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar correctamente.
Jesus Cristo recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam.
Cheios de assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Ut unum sint», 19
Santos Cirilo e Metódio, apóstolos dos eslavos
A doutrina deve ser apresentada de uma maneira que a torne compreensível àqueles a quem o próprio Deus a destina. Na encíclica «Slavorum Apostoli», recordei que, por esse mesmo motivo, Cirilo e Metódio se dedicaram a traduzir as noções da Bíblia e os conceitos da teologia grega no contexto de um pensamento e de experiências históricas muito diferentes.
Eles queriam que a única palavra de Deus fosse tornada assim acessível, de acordo com os meios próprios de cada civilização. Compreenderam, portanto, que não podiam impor aos povos a quem deviam pregar nem a indiscutível superioridade da língua grega e da cultura bizantina nem os usos e os comportamentos da sociedade mais avançada em que tinham sido formados. Punham em prática a perfeita comunhão no amor que preserva a Igreja de todas as formas de particularismo e de exclusivismo étnico ou de preconceito racial, bem como de qualquer arrogância nacionalista.

Quarta-feira, dia 15 de Fevereiro de 2017

Quarta-feira da 6.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Cláudio La Colombière, presbítero, + 1682

Livro de Génesis 8,6-13.20-22.
Passados quarenta dias de dilúvio, Noé abriu a janela que tinha feito na arca
e soltou o corvo que ia e vinha, esperando que as águas secassem sobre a terra.
Depois, Noé soltou a pomba, para ver se as águas tinham secado sobre a face da terra.
Mas, como não encontrou lugar onde poisar a planta dos pés, a pomba regressou à arca para junto de Noé, pois a água ainda cobria toda a face da terra. Ele estendeu a mão, apanhou-a e guardou-a consigo na arca.
Noé esperou ainda mais sete dias e soltou novamente a pomba da arca.
A pomba voltou para ele ao entardecer e trazia no bico um rebento novo de oliveira. Então Noé compreendeu que as águas tinham baixado sobre a face da terra.
Esperou ainda mais sete dias e soltou a pomba que não voltou mais.
Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas secaram sobre a terra. Noé tirou a cobertura da arca e viu que a face da terra estava seca.
Noé construiu um altar ao Senhor, tomou animais puros e aves puras e ofereceu holocaustos sobre o altar.
O Senhor aspirou aquele agradável perfume e disse para consigo: «Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem; realmente os projectos do seu coração são maus desde a juventude, mas nunca mais destruirei todos os seres vivos, como agora fiz.
Enquanto durar a terra, nunca mais hão-de faltar sementeiras e colheitas, frio e calor, Verão e Inverno, dia e noite».
Livro de Salmos 116(115),12-13.14-15.18-19.
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo;
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém.


Evangelho segundo S. Marcos 8,22-26.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos chegaram a Betsaida. Trouxeram-Lhe então um cego, suplicando-Lhe que o tocasse.
Jesus Cristo tomou o cego pela mão e levou-o para fora da localidade. Depois deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?».
Ele abriu os olhos e disse: «Vejo as pessoas que parecem árvores a andar».
Em seguida, Jesus Cristo impôs-lhe novamente as mãos sobre os olhos e ele começou a ver bem: ficou restabelecido e via tudo claramente.
Então Jesus Cristo mandou-o para casa e disse-lhe: «Não entres sequer na povoação».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Teófilo de Antioquia (?-c. 186), bispo
Primeiro discurso a Autólico
«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5,8)
O homem deve ter uma alma pura, qual espelho bem polido. Quando a ferrugem se instala no espelho, deixamos de poder ver nele o reflexo do nosso rosto. De igual forma, quando há pecado no coração do homem, deixa de lhe ser possível ter Deus. [...]
Mas, se quiseres, podes curar-te. Confia-te ao médico; Ele abrirá os olhos da tua alma e do teu coração. Quem é o médico? É Deus que cura e vivifica pelo Verbo e pela Sabedoria. Foi pelo seu Verbo e pela Sabedoria que Deus criou o universo. «Pelo seu Verbo foram fundados os céus e pelo seu Espírito os poderes dos céus» (Sl 32,6). A sua Sabedoria é omnipotente: «Pela Sabedoria, Deus fundou a terra e estabeleceu os céus com inteligência» (Pr 3,19). [...}
Se isto souberes, ó homem, e se levares uma vida pura, santa e justa, poderás ter a Deus. Se a fé e o amor de Deus tomarem lugar no teu coração, compreendê-lo-ás. Quando tiveres abandonado a condição mortal e revestido a incorruptibilidade, então serás digno de estar na presença de Deus. Porque Deus terá ressuscitado a tua carne, tornada imortal como a tua alma. E então, tornado imortal, estarás com o Imortal, desde que agora deposites nele a tua fé.

Quinta-feira, dia 16 de Fevereiro de 2017

Quinta-feira da 6.ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Beato José Allamano, presbítero, fundador, +1926

Livro de Génesis 9,1-13.
Deus abençoou Noé e os seus filhos, dizendo: «Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a Terra.
Sereis temidos e respeitados por todos os animais da terra, por todas as aves do céu, por tudo quanto rasteja sobre a terra e por todos os peixes do mar: sujeito-os ao vosso poder.
Tudo quanto tem movimento e vida vos servirá de alimento; tudo isso vos dou, como vos dei a verdura das plantas.
Mas não comereis carne com vida, isto é, com sangue.
Do vosso sangue, que é a vossa vida, Eu pedirei contas a todos os animais e pedirei contas ao homem; a cada um pedirei contas da vida de seu irmão. Eu pedirei contas da vida humana.
Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem será o seu sangue derramado porque Deus fez o homem à sua imagem.
Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos, povoai e dominai a terra.
Deus disse a Noé e a seus filhos:
«Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência
e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra.
Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra».
Deus disse ainda: «Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por todas as gerações futuras:
farei aparecer o meu arco sobre as nuvens, que será um sinal da aliança entre Mim e a terra.
Livro de Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.
Os povos adorarão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da Terra a vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração.

Escreva-se tudo isto para as gerações futuras
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada,
lá do Céu o Senhor olhou para a Terra,
para ouvir os gemidos dos cativos,
para libertar os condenados à morte.

Os filhos dos vossos servos hão-de permanecer
e a sua descendência se perpetuará na vossa presença,
para ser proclamado em Sião o nome do Senhor
e em Jerusalém o seu louvor,
quando se reunirem todos os reinos
para servirem o Senhor.


Evangelho segundo S. Marcos 8,27-33.
Naquele tempo, Jesus Cristo partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias e outros, um dos profetas».
Jesus Cristo então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém.
Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho (do homem) tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois.
E Jesus Cristo dizia-lhes claramente estas coisas. Então Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O.
Mas Jesus Cristo, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
Cântico Espiritual
«Não compreendes as coisas de Deus»
A profundidade da sabedoria e da ciência de Deus é imensa, a tal ponto que a alma, ainda que numa certa medida, lhe reconheça as maravilhas, pode sempre penetrar ainda mais longe. Perante estas riquezas incalculáveis, S. Paulo lançava este grito de admiração: «Oh profundidade dos tesouros da sabedoria e da ciência de Deus! Como são incompreensíveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!» (Rom 11,33).
A alma deseja ardentemente mergulhar cada dia mais nestas divinas profundezas, neste abismo imperscrutável dos juízos e dos caminhos de Deus; conhecê-los é um gozo inestimável que ultrapassa qualquer sentimento. [...] Oh! se se compreendesse como é impossível [...] possuir estes imensos tesouros sem passar pelo sofrimento! Com que ardor a alma desejaria a graça de sofrer a cruz! Com que consolação, com que alegria a acolheria para poder entrar nos segredos dessa sabedoria divina! [...] Porque a porta que introduz nos tesouros da sabedoria é tanto mais estreita (Mt 7,13) quanto não é outra senão a própria cruz. Um grande número de almas, é certo, aspira a gozar das delícias que ela nos dá; mas bem poucas há que desejem passar pela única porta que aí conduz.

Sexta-feira, dia 17 de Fevereiro de 2017

Sexta-feira da 6.ª semana do Tempo Comum

Toda a terra tinha uma só língua e usava as mesmas palavras.
Ao emigrarem do Oriente, os homens encontraram uma planície na região de Senaar e nela se fixaram.
Disseram então uns aos outros: «Vamos fabricar tijolos e cozê-los ao fogo». Os tijolos serviam-lhes de pedra e o betume de argamassa.
Disseram ainda: «Vamos edificar uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus, para nos tornarmos famosos e não nos dispersarmos por toda a superfície da terra».
Mas o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens construíam.
Disse então o Senhor: «Aí está um povo unido e todos falam a mesma língua. Se este é o começo dos seus empreendimentos, nenhum projecto lhes será difícil.
Vamos descer até lá para lhes confundir a linguagem, de modo que não entendam a fala uns dos outros».
E o Senhor dispersou-os por toda a superfície da Terra e eles desistiram de construir a cidade.
Por isso lhe chamam Babel porque lá o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo e de lá dispersou os habitantes por toda a superfície da Terra.
Livro de Salmos 33(32),10-11.12-13.14-15.
O Senhor frustrou os planos dos pagãos,
fez malograr os projectos dos povos.
O plano do Senhor permanece eternamente
e os desígnios do seu coração por todas as gerações.

Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do Céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.

Do lugar onde habita,
contempla todos os habitantes da Terra.
Ele que formou o coração de cada homem
está atento a todas as suas obras.


Evangelho segundo S. Marcos 8,34-38.9,1.
Naquele tempo, Jesus Cristo chamou a multidão com os seus discípulos e disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida (natural)perdê-la-á; mas quem perder a vida (natural), por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á (a vida espiritual e celeste)».
Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?
Que daria o homem em troca da sua vida?
Portanto, se alguém se envergonhar de Mim e das minhas palavras no meio desta geração infiel e pecadora, também o Filho (do homem) Se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai, com os santos Anjos».
Jesus Cristo declarou-lhes ainda: «Em verdade vos digo: Alguns dos que estão aqui presentes não morrerão, sem terem visto chegar o reino de Deus com o seu poder».(estava próximo o início de uma nova Era Cósmica e sistema político: época medieval)


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Francisco Xavier (1506-1552), missionário jesuíta
Carta de 10 de maio de 1546
Um grande missionário disposto a perder a vida
Este país [...] é muito perigoso porque os seus habitantes, cheios de perfídia, misturam muitas vezes veneno na comida e na bebida. É por isso que não há ninguém disposto a ir para lá cuidar dos cristãos. Mas estes têm necessidade de ensinamentos espirituais e de alguém que os baptize para lhes salvar a alma; é por isso que eu sinto a obrigação de perder a minha vida corporal para ir socorrer a vida espiritual do próximo. [...] Coloco a minha esperança e a minha confiança em Deus, Nosso Senhor, com o desejo de me conformar, segundo os meus pobres meios, à palavra de Jesus Cristo, nosso Redentor e Senhor: «Quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; quem a perder por minha causa há-de salvá-la». [...]
É fácil evidentemente compreender os termos e o sentido geral destas palavras do Senhor; mas, quando a pessoa quer levá-la à prática e dispor-se a perder a própria vida por Deus, a fim de a reencontrar nele, quando a pessoa se expõe aos perigos nos quais pressente a possibilidade de deixar a vida [...], tudo se torna tão obscuro que as palavras, não deixando de ser perfeitamente claras, acabam também por se obscurecer. Nesses casos, parece-me, só consegue compreendê-las aquele - por muito sábio que seja - a quem Deus Nosso Senhor, na sua infinita misericórdia, Se digna explicar-lhas nas suas circunstâncias específicas. É então que conhecemos a condição da nossa carne, isto é, que somos fracos e enfermos.

Sábado, dia 18 de Fevereiro de 2017

Sábado da 6.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêem.
Ela valeu aos antigos um bom testemunho.
Pela fé compreendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis provieram do invisível.
Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que o de Caim; graças a ela, mereceu ser chamado justo e Deus aceitou os seus dons e, graças a ela, depois de morto, ele fala ainda.
Pela fé, Henoc foi arrebatado, para não ver a morte e não mais foi encontrado porque Deus o arrebatou; antes de ser arrebatado, recebeu o testemunho de que tinha agradado a Deus.
Ora sem a não é possível agradar a Deus porque aquele que se aproxima de Deus deve acreditar que Ele existe e recompensa aqueles que O procuram.
Pela fé, tendo sido divinamente avisado sobre as coisas que ainda não se viam, Noé construiu com religioso temor uma arca para salvar a sua família. Pela fé, condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que se obtém pela fé.
Livro de Salmos 145(144),2-3.4-5.10-11.
Quero bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre.
O Senhor é grande e digno de louvor,
insondável é a sua grandeza.

Uma geração anuncia à outra as vossas obras
e todas proclamam o vosso poder.
Falam do poder da vossa majestade
e anunciam as vossas maravilhas.

Agradeçam-Vos, Senhor, todas as criaturas,
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.

Evangelho segundo S. Marcos 9,2-13.
Naquele tempo, Jesus Cristo tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles (mostrou-lhes o Filho que o habitava e era um com ele, pessoa natural) .
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus Cristo.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus Cristo: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem (= meio de transporte) fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus Cristo, sozinho com eles.
Ao descerem do monte, Jesus Cristo ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho (do homem) não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
E perguntaram a Jesus Cristo: «Porque dizem os escribas que primeiro tem de vir Elias?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «É certo que Elias vem primeiro para restaurar todas as coisas. Mas então como é que está escrito, a respeito do Filho (do homem) que tem de sofrer muito e ser desprezado?
Pois bem. Eu vos digo que Elias já veio (era João Baptista) e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como está escrito a respeito dele».


Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Anastácio do Sinai (?-depois de 700), monge
Homilia para a Transfiguração
O mistério da crucifixão e a beleza do Reino de Deus
Esta montanha da Transfiguração é o sítio dos mistérios, o lugar das realidades inefáveis, o rochedo dos segredos escondidos, o alto dos céus. Aqui foram revelados os segredos do Reino futuro: o mistério da crucifixão, a beleza do Reino de Deus, a descida de Jesus Cristo aquando da sua segunda vinda na glória. Sobre esta montanha, a nuvem luminosa cobre o esplendor dos justos e os bens do tempo futuro realizam-se já. A nuvem que envolve a montanha prefigura o arrebatamento dos justos aos céus, mostrando-nos já hoje o nosso aspecto futuro, a nossa configuração a Jesus Cristo. [...]
Enquanto caminhava no meio dos discípulos, Jesus Cristo tinha falado com eles acerca do seu Reino e da sua segunda vinda na glória. Mas, porque talvez eles não tivessem ficado suficientemente certos do que lhes tinha anunciado a propósito do Reino, quis que se convencessem totalmente no fundo do seu coração e que os acontecimentos do presente os ajudassem a acreditar nos acontecimentos futuros. Por isso, no Monte Tabor, fez-lhes ver aquela maravilhosa manifestação divina, como imagem prefigurativa do Reino dos Céus. É como se lhes dissesse: «Para que a demora não provoque a vossa incredulidade, em breve, agora mesmo, "Eu vo-lo digo em verdade: alguns dos que estão aqui" e que Me escutam "não conhecerão a morte sem que tenham visto vir o Filho (do homem) na glória de seu Pai" (Mt 16,28)». Seis dias depois, «Jesus Cristo tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles».
«Como é terrível este lugar: é a Casa de Deus e a porta do Céu» (Gn 8,17). É para lá que nos devemos apressar.
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