sábado, 26 de novembro de 2016

Cristianismo 184 até 26-11-2016


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 20 de Novembro de 2016

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - SOLENIDADE

Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne.
Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’».
Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei de Israel.
Livro de Salmos 122(121),1-2.4-5.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Para celebrar o nome do Senhor,
segundo o costume de Israel;

ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Carta aos Colossenses 1,12-20.
Irmãos: Agradecemos a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina.
Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado,
no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.
Jesus Cristo, o Filho, é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura
Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na Terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado.
Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste.
Ele é a cabeça da Igreja que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar.
Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude
e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na Terra e nos céus.
Evangelho segundo S. Lucas 23,35-43.
Naquele tempo, os chefes dos Judeus zombavam de Jesus Cristo, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito».
Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».
Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o rei dos Judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más acções. Mas Ele nada praticou de condenável».
E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia sobre a cruz e o bom ladrão, 1, 3-4
«Por cima dele havia um letreiro: "Este é o rei dos Judeus"»
«Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». O ladrão não ousou fazer esta prece sem antes, pela confissão, se ter libertado do fardo dos seus pecados. Vê bem, cristão, a força da confissão: ele confessou os seus pecados e o paraíso abriu-se-lhe; confessou os seus pecados e ganhou confiança bastante para pedir o Reino dos Céus, depois de tantos roubos que tinha cometido. […]
Queres conhecer o Reino? Que vês aqui que se lhe assemelhe? Tens debaixo dos olhos os pregos e uma cruz, mas essa cruz, dizia Jesus Cristo, é o próprio sinal do Reino. E eu, ao vê-Lo na cruz, proclamo-O Rei. Não é próprio de um rei morrer pelos seus súbditos? Ele próprio o disse: «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas» (Jo 10,11). Isto é igualmente verdade para um bom rei: também ele dá a vida pelos seus súbditos. Proclamá-Lo-ei, portanto, Rei por causa da dádiva que fez da sua vida: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza».
Compreendes agora que a cruz é o sinal do Reino? Eis outra prova: Jesus Cristo não deixou a sua cruz na Terra, ergueu-a e levou-a com Ele para o Céu. Sabemo-lo porque Ele a terá junto de Si quando voltar pleno de glória. Para perceberes quanto esta cruz é digna de veneração, repara como Ele a tomou como um título de glória […]. Quando o Filho (do Homem) vier, «o sol escurecerá e a lua perderá o brilho». Reinará então uma claridade tão viva que até os astros mais brilhantes se eclipsarão. «As estrelas cairão do céu. Aparecerá então no céu o sinal do Filho (do Homem)» (Mt 24,29s). Vês bem a força do sinal da cruz? […]. Quando um rei entra numa cidade, os soldados pegam nos estandartes, içam-nos aos ombros e marcham à sua frente para anunciar a chegada régia. De igual modo, legiões de anjos precederão a Jesus Cristo quando Ele descer do Céu, trazendo aos ombros esse sinal anunciador da vinda do nosso Rei.

Segunda-feira, dia 21 de Novembro de 2016

Segunda-feira da 34.ª semana do Tempo Comum

Festa da Igreja : Apresentação de Nossa Senhora no Templo
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro do Apocalipse 14,1-3.4b-5.
Eu, João, vi o Cordeiro de pé, no monte Sião. Com Ele estavam os cento e quarenta e quatro mil que tinham gravados na fronte o nome do Cordeiro e o nome de seu Pai.
E ouvi uma voz, vinda do Céu, semelhante ao fragor de águas caudalosas e ao ribombar de forte trovão; mas a voz que eu ouvi era também semelhante ao som de harpistas, tocando as suas harpas.
Entoavam um cântico novo diante do trono e na presença dos quatro Seres Vivos e dos Anciãos. Ninguém podia aprender esse cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da Terra.
São aqueles que seguem o Cordeiro para onde quer que Ele vá. Foram resgatados de entre os homens como primícias oferecidas a Deus e ao Cordeiro.
Na sua boca nunca se encontrou mentira: são irrepreensíveis.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.

Evangelho segundo S. Lucas 21,1-4.
Naquele tempo, Jesus Cristo levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas.
Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas.
Então Jesus Cristo disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.
Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saará
Meditações sobre o Evangelho, 263
«Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver.»
Não desprezemos os pobres, os pequenos [...]; para além de serem nossos irmãos em Deus, são os que imitam mais perfeitamente Jesus Cristo na sua vida exterior. Eles representam perfeitamente Jesus Cristo, o operário de Nazaré. Eles são os mais antigos de entre os eleitos, pois foram os primeiros a ser chamados para junto do berço do Salvador. Eles foram os companheiros habituais de Jesus Cristo, desde o seu nascimento até à sua morte; a eles pertenciam Maria e José e os apóstolos. [...] Longe de os desprezar, honremo-los, honrando neles a imagem de Jesus Cristo e de seus santos pais; em lugar de os desdenhar, admiremo-los. [...] Imitemo-los e, dado que vemos que a sua condição é a melhor, aquela que Jesus Cristo escolheu para Si mesmo e para os seus, aquela que chamou em primeiro lugar para junto do seu berço, aquela que mostrou pelos seus actos e as suas palavras [...], abracemo-la. [...] Sejamos pobres operários como Ele, como Maria, José, os apóstolos e os pastores e, se algum dia Ele nos chamar para o apostolado, permaneçamos nesta vida tão pobres como Ele nela permaneceu, tão pobres como nela ficou um São Paulo, seu fiel imitador (1Cor 11,1).
Não deixemos nunca de ser em tudo pobres, irmãos dos pobres, companheiros dos pobres; sejamos os mais pobres dos pobres como Jesus Cristo e como Ele amemos os pobres e rodeemo-nos deles.

Terça-feira, dia 22 de Novembro de 2016

Terça-feira da 34.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Cecília, virgem, mártir, séc. III ou IV

Livro do Apocalipse 14,14-19.
Eu, João, vi uma nuvem branca (meio de transporte), sobre a qual estava sentado Alguém, semelhante a um filho do homem, com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão.
Saiu do templo outro Anjo que clamava com voz forte para Aquele que estava sentado sobre a nuvem: «Mete a tua foice e ceifa; chegou a hora de ceifar porque a seara da terra está madura».
Então o que estava sentado sobre a nuvem lançou a foice à terra e a terra foi ceifada.
Depois saiu do templo celeste outro Anjo que também tinha uma foice afiada.
Do altar veio ainda outro Anjo que tinha poder sobre o fogo e gritou com voz forte para aquele que tinha a foice afiada: «Mete a tua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra porque as uvas estão maduras».
O Anjo lançou a foice à terra, vindimou a vinha da terra e lançou as uvas no grande lagar da ira de Deus.
Livro de Salmos 96(95),10.11-12.13.
Proclamai entre os povos: «O Senhor é Rei». Sustenta o mundo e ele não vacila, governa os povos com equidade.
Alegrem-se os céus, exulte a terra, ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe, alegrem-se as árvores das florestas.
Diante do Senhor que vem, que vem para julgar a Terra. Julgará o mundo com justiça e os povos com fidelidade.

Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus Cristo disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus Cristo respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário ao Evangelho de João, 10,39; PG 14, 369s
«Não sabeis que sois templo de Deus?» (1Cor 3,16)
«Jesus Cristo disse aos judeus: "Destruí este Templo e em três dias Eu o levantarei." [...] Ele falava do templo que é o seu corpo» (Jo 2,21). [...] Há quem pense que é impossível aplicar ao corpo de Jesus Cristo tudo o que é dito acerca do Templo; pensam que se chamou Templo ao seu corpo porque, tal como o primeiro Templo tinha sido habitado pela glória de Deus, também o Primogénito de todas as criaturas é a imagem e a glória de Deus (Col 1,15) e que é justo, portanto, que o seu corpo, a Igreja, seja chamado Templo de Deus porque contém a imagem da divindade [...]. Aprendemos com Pedro que a Igreja é o corpo e a casa de Deus, construída com pedras vivas, uma casa espiritual em função de um sacerdote santo (1Ped 2,5).
Deste modo, podemos considerar Salomão, o filho de David, que construiu o Templo, como uma prefiguração de Jesus Cristo: foi depois da guerra, numa altura de grande paz, que Salomão construiu um Tempo à glória de Deus na Jerusalém terrestre [...]. De facto, quando todos os inimigos de Jesus Cristo estiverem «colocados debaixo dos seus pés» e a morte, «o último inimigo», tiver sido destruída (1Cor 15,25-26), então a paz será perfeita, então Jesus Cristo será Salomão, cujo nome significa pacífico e nele se cumprirá esta profecia: «vivo [...] entre aqueles que odeiam a paz, [mas] falo-lhes de paz» (Sl 119,6-7). Então cada uma das pedras vivas, segundo o mérito da sua vida presente, será uma pedra do Templo: um, apóstolo ou profeta, que ficará nas fundações, sustentará as pedras que ficarão por cima; outro, vindo a seguir àqueles que ficam nas fundações, ele próprio conduzido pelos profetas, sustentará outras pedras mais leves; um terceiro será uma pedra que ficará mesmo no interior, onde se situa a arca com os querubins e o propiciatório (1Rs 6,19); um quarto será a pedra do vestíbulo (v.3) e um quinto ainda, fora do vestíbulo dos sacerdotes e dos levitas, será a pedra do altar onde são feitas as oferendas das colheitas. [...] O desenvolvimento da construção, com a organização dos ministérios, será confiado aos anjos de Deus, essas forças santas prefiguradas nos mestres de obras de Salomão. [...] Tudo isto se cumprirá quando a paz for perfeita, quando reinar uma grande paz.

Quarta-feira, dia 23 de Novembro de 2016

Quarta-feira da 34.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S.Clemente I, Papa, mártir, +102, S. Columbano, abade, +615

Livro do Apocalipse 15,1-4.
Eu, João, vi no Céu mais um sinal, grandioso e admirável: sete Anjos com sete flagelos, que são os últimos, porque eles vinham consumar a ira de Deus.
Vi também uma espécie de mar de cristal misturado com fogo. Sobre o mar de cristal, estavam de pé, os vencedores do Monstro, da sua imagem e do número do seu nome. Tinham na mão harpas divinas
e cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: «Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor, Deus omnipotente. Justos e verdadeiros são os vossos caminhos, Rei das nações. Senhor,
quem não há-de temer e glorificar o vosso nome? Porque só Vós sois santo e todas as nações virão prostrar-se diante de Vós porque se manifestaram os vossos juízos».
Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.7-8.9.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas (pessoas celestes, pessoas espirituais, pessoas naturais)».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
«Os benefícios da paciência»
«Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.»
O nosso Senhor e Mestre deu-nos este mandamento para nossa salvação: «Aquele que resistir até ao fim será salvo» (Mt 10,22). [...] O próprio facto de sermos cristãos é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Mas, para que a esperança e a fé possam dar frutos, é necessária a paciência. Não é a glória cá de baixo que procuramos, é a glória futura. O apóstolo Paulo adverte-nos: «Nós fomos salvos, mas em esperança. Ver o que se espera já não é esperar; se se vê, como se pode ainda esperar? Mas nós, que esperamos o que não vemos, esperamo-lo com perseverança» (Rom 8,24-25).
Noutra passagem, Paulo dá o mesmo ensinamento aos justos que trabalham para fazer frutificar os dons de Deus, a fim de prepararem para si mesmos maiores tesouros no céu [...]: «Enquanto temos tempo, trabalhemos para o bem de todos. [...] Não nos cansemos de fazer o bem; a seu tempo virá a colheita, se não desistirmos» (Gal 6,10.9). [...] E, quando fala de caridade, Paulo junta-lhe a perseverança e a paciência: «O amor é paciente, o amor é prestável, o amor não é ciumento; não se vangloria, [...] não se irrita, não alimenta rancor [...], tudo suporta, tudo confia, tudo espera, tudo sofre» (1Cor 13,4-7). Mostra assim que o amor é capaz de perseverar até ao fim, pois sabe suportar tudo.
Por fim, diz noutra passagem: «Suportai-vos uns aos outros com amor; esforçai-vos por guardar a caridade, no mesmo Espírito, pelo vínculo da paz» (Ef 4,2-3). Desta forma, mostra que os irmãos não podem conservar a unidade nem a paz se não se encorajarem mutuamente, suportando-se e se não conservarem o vínculo da concórdia por meio da paciência.

Quinta-feira, dia 24 de Novembro de 2016

Quinta-feira da 34.ª semana do Tempo Comum

Eu, João, vi outro Anjo descer do Céu, com tão grande poder que a Terra ficou iluminada com a sua glória.
Ele bradou com voz forte, dizendo: «Caiu, caiu a grande Babilónia! Tornou-se morada de demónios, antro de todos os espíritos impuros, antro de todas as aves imundas e repelentes».
Depois, um Anjo poderoso levantou uma pedra semelhante a uma grande mó e lançou-a ao mar, dizendo: «Com tal ímpeto será precipitada a grande cidade de Babilónia e nunca mais será vista.
Nunca mais se ouvirá em ti a música de harpistas e cantores, de tocadores de flauta e de trombeta. Jamais se encontrará em ti artífice algum de qualquer arte nem se ouvirá mais em ti o ranger da mó.
Nunca mais brilhará em ti a luz da lâmpada nem se ouvirá mais em ti a voz do esposo e da esposa. Porque os teus comerciantes eram os grandes da Terra e com os teus malefícios se transviaram todas as nações».
Depois disto, ouvi no céu algo que parecia o alarido de uma multidão imensa que dizia: «Aleluia! A vitória, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus
porque Ele julga com verdade e com justiça, porque Ele condenou a grande prostituta – a que corrompia a Terra com a sua devassidão – e lhe pediu contas do sangue dos seus servidores.»
E diziam ainda: «Aleluia! O fumo do incêndio da cidade subirá pelos séculos dos séculos!»
Depois disse-me: «Escreve: Felizes os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro!» E acrescentou: «Estas são palavras verdadeiras, do próprio Deus.»
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,

Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,

glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

Evangelho segundo S. Lucas 21,20-28.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias porque haverá grande angústia na Terra e indignação contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações e Jerusalém será calcada pelos pagãos até que aos pagãos chegue a sua hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho (do homem) vir numa nuvem, com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça porque a vossa libertação está próxima».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilia sobre Josué 11,3-4
«Caminhai enquanto tendes luz para que as trevas não vos envolvam» (Jo 12,35)
Quando o Senhor veio, era já o fim do mundo (existente, o sistema esclavagista). Aliás, Ele mesmo o dizia, situando-Se no fim dos tempos: «Convertei-vos porque o Reino dos Céus está muito próximo» (Mt 4,17). Mas reteve e atrasou o dia da consumação; proibiu-o de aparecer. Porque Deus Pai, vendo que a salvação dos povos só pode vir por Jesus Cristo, disse-Lhe: «Pede-Me e dar-Te-ei as nações como herança e o teu poder estender-se-á até aos confins da Terra» (Sl 2,8). Portanto, até ao cumprimento desta promessa do Pai, até que as Igrejas se acrescentem com as diversas nações e que nelas entre toda «a plenitude dos pagãos» para que, por fim, «todo Israel seja salvo» (Rom 11,25), esse dia é dilatado, o fim do dia é diferido. O «Sol de justiça» (Mal 3,20) não se põe, mas continua a derramar a luz da verdade no coração dos que crêem.
Mas quando a medida dos crentes estiver repleta e quando chegar a época degenerada e corrupta da última geração em que, «por causa da amplidão do mal, a caridade de muitos homens arrefecerá» (Mt 24,12) [...], então «os dias serão abreviados» (Mt 24,22). Sim, o mesmo Senhor sabe prolongar a duração dos dias quando é o tempo da salvação e abreviar a duração do momento da tribulação e da perdição. [...] Quanto a nós, enquanto o dia durar e para nós se prolongar o tempo da luz, «caminhemos honestamente em pleno dia» (Rom 13,13) e pratiquemos as obras da luz.

Sexta-feira, dia 25 de Novembro de 2016

Sexta-feira da 34.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Catarina de Alexandria, virgem, mártir, +305

Livro do Apocalipse 20,1-4.11-15.21,1-2.
Eu, João, vi descer do Céu um Anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande cadeia.
Agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo e Satanás, e acorrentou-o pelo espaço de mil anos.
Precipitou-o no abismo que fechou e selou, para que não seduzisse mais as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, tem de ser posto em liberdade por pouco tempo.
Vi então uns tronos, sobre os quais estavam sentados aqueles a quem foi dado o poder de julgar. Vi também as almas (e pessoas celestes, pessoas espirituais, pessoas naturais) dos que tinham sido decapitados por causa do testemunho de Jesus Cristo e da palavra de Deus assim como aqueles que não se tinham prostrado diante do Monstro e da sua imagem nem tinham recebido o seu sinal na fronte ou na mão. Eles voltaram à vida e reinaram com Jesus Cristo durante mil anos.
Vi depois um grande trono branco e Aquele que estava nele sentado. Da sua presença fugiram a Terra e o céu sem deixarem vestígios.
Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono. E abriram-se os livros. Abriu-se também um livro, que era o livro da Vida. Os mortos foram julgados segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros.
O mar restituiu os mortos que nele estavam, a morte e a sua morada devolveram os mortos que tinham e cada um foi julgado segundo as suas obras.
A morte e a sua morada foram lançadas no lago de fogo (lava ou superfície do sol). Esta é a segunda morte: o lago de fogo.
E quem não estava escrito no livro da Vida (= não escolhera a Vida e o Bem) foi lançado no lago de fogo.
Vi então um novo céu e uma nova terra (a original; como nós que nos vemos somos imagem do que nos habita) porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo.
Livro de Salmos 84(83),3.4.5-6a.8a.
A minha alma suspira ansiosamente
pelos átrios do Senhor.
O meu ser e a minha carne
exultam no Deus vivo.

Até as aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.

Felizes os que moram em vossa casa:
podem louvar-Vos continuamente.
Felizes os que em Vós encontram a sua força,
os que caminham para ver a Deus em Sião.

Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus (o reino de Deus vem sempre nos períodos de transição entre mundos – sistemas políticos.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Clemente de Roma (c. 35-c. 100), Papa
Carta aos Coríntios, 19-23
«Sabei que está próximo o reino de Deus.»
Fixemos o olhar no Pai e Criador do mundo; liguemo-nos aos seus dons de paz e aos seus benefícios que são magníficos, incomparáveis. Contemplemo-Lo por meio do pensamento e consideremos com os olhos da alma a longa paciência dos seus desígnios; reflitamos na mansidão com que trata a criação inteira. […], pois distribui os seus benefícios por toda a criação, mas prodiga-no-los de forma superabundante quando recorremos à sua misericórdia. […]
Tende, porém cautela, bem amados, não vão esses benefícios numerosos transformar-se em condenação para nós, se não vivermos de maneira digna dele. […] Consideremos quão próximo Se encontra de nós, não Lhe escapando nenhum pensamento nosso, nenhuma deliberação interior. É justo, pois que não abandonemos o nosso lugar contra a sua vontade. […]. Que ela não seja para nós a palavra que diz: «Infelizes daqueles cuja alma se encontra dividida, daqueles que duvidam em seu coração, daqueles que dizem: "Já ouvimos dizer isto no tempo dos nossos pais; mas eis que envelhecemos e nada nos aconteceu." Ó insensatos! Comparai-vos a uma árvore; tomai um cepo de videira: começa por perder as folhas, depois nasce um rebento, depois uma folha, depois uma flor, depois a uva verde e, em seguida, ali está a uva madura.» Vede como, em pouco tempo, o fruto da árvore atinge a maturidade. Na verdade, será rápido e súbito o cumprimento dos seus desígnios! Também a Escritura o testemunha: «A sua hora está para chegar, os seus dias já estão contados» (Is 13,22); bem como: «Imediatamente entrará no seu santuário o Senhor que vós procurais» (Mal 3,1).

Sábado, dia 26 de Novembro de 2016

Sábado da 34.a semana do Tempo Comum

O Anjo do Senhor mostrou-me a mim, João, um rio de água viva, resplandecente como cristal, que brotava do trono de Deus e do Cordeiro.
No meio da praça da cidade, entre os dois braços do rio, está a Árvore da Vida (a figueira); produz doze colheitas, uma em cada mês, e as suas folhas servem para curar as nações.
Toda a maldição deixará de existir. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade e os seus servidores prestar-Lhe-ão culto;
verão a sua face e o seu nome estará escrito nas suas frontes.
Nunca mais haverá noite nem precisarão da luz da lâmpada nem da luz do sol porque brilhará sobre eles a luz (Cristo) do Senhor Deus e reinarão pelos séculos dos séculos.
Disse-me o Anjo: «Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor Deus, que inspira os profetas, enviou o seu Anjo para mostrar aos seus servidores o que há-de acontecer muito em breve:
‘Eu virei sem demora. Felizes aqueles que observam as palavras da profecia deste livro’».
Livro de Salmos 95(94),1-2.3-5.6-7.
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e agradeçamos,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Pois grande Deus é o Senhor,
é um rei poderoso, mais do que todas as divindades.
Em sua mão estão as profundezas da Terra
e pertencem-Lhe os cimos das montanhas.

D’Ele é o mar, foi Ele quem o fez,
d’Ele é a terra firme que suas mãos formaram.
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.

O Senhor é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da Terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho (do homem)».
Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Hipólito de Roma (?-c. 235), presbítero, mártir
A tradição apostólica
«Vigiai e orai em todo o tempo»
Ora antes de o teu corpo repousar. E depois, a meio da noite, levanta-te, lava as mãos com água e ora. Se a tua esposa estiver presente, orai os dois em conjunto. Se ela ainda não for crente, retira-te para outro quarto para orares e depois volta para a cama. Não sejas preguiçoso para a oração. [...] É preciso orar a esta hora porque os anciãos, de quem herdámos esta tradição, nos ensinaram que a esta hora toda a criação repousa um momento para louvar o Senhor. As estrelas, as árvores e as águas param um instante e toda a corte de anjos louva a Deus a esta hora com as almas dos justos. É por isso que os crentes devem ter o cuidado de orar a esta hora.
Dando igualmente testemunho disto, o Senhor disse: «À meia-noite ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo, ide ao seu encontro!"» (Mt 25,6). E continua: «Vigiai, pois porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25,13). Ao cantar do galo, pela manhã, quando te levantas, ora também.
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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Christianismo 183 até 19-11-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 13 de Novembro de 2016

33.º Domingo do Tempo Comum

Festa da Igreja : Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum (semana I do saltério)
Santo do dia :
Santo Estanislau Kostka, religioso, +1568, S. Diogo de Alcalá, religioso, +1463

Livro de Malaquias 3,19-20.
Há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos.
Mas, para vós que respeitais o meu nome, brilhará o sol de justiça (= Cristo), trazendo a cura nos seus raios; saireis e saltareis como bezerros para fora do estábulo.
Livro de Salmos 98(97),5-6.7-8.9.
Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a Terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.

2.ª Carta aos Tessalonicenses 3,7-12.
Irmãos: Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade
nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós.
Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar.
Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer.
Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades.
A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente para ganharem o pão que comem.
Evangelho segundo S. Lucas 21,5-19.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus Cristo disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus Cristo respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim» (daquele mundo – mundo esclavagista – para surgimento do novo mundo o medieval).
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho. (= transformar o negativo em positivo)
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas (e pessoas celestes, pessoas espirituais)».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho segundo São Lucas X, 6-8
A vinda de Jesus Cristo
«Não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Estas palavras diziam respeito ao Templo edificado por Salomão [...], uma vez que tudo o que é construído pelas nossas mãos sucumbe ao desgaste ou à deterioração e está sujeito a ser derrubado pela violência ou destruído pelo fogo. [...] Mas dentro de nós também existe um templo que se desmorona se a fé faltar, em particular se em nome de Jesus Cristo procurarmos em vão apoderar-nos de certezas interiores e talvez seja esta interpretação a mais útil para nós. Com efeito, de que servirá saber o dia do Juízo? De que me servirá, tendo consciência de todos os meus pecados, saber que o Senhor virá um dia, se Ele não vier à minha alma, não crescer no meu espírito, se Jesus Cristo não vier a mim, se Jesus Cristo não falar em mim? É a mim que Jesus Cristo deve vir e é em mim que deve realizar-se a sua vinda.
Ora a segunda vinda de Jesus Cristo terá lugar no nadir do mundo, quando pudermos dizer que «o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo» (Gal 6, 14). [...] Para quem lhe morreu o mundo, Jesus Cristo é eterno; para esse, o Templo é espiritual, a Lei espiritual, a própria Páscoa espiritual. [...] Então para esse, realiza-se a presença da sabedoria, a presença da virtude e da justiça, a presença da redenção porque Jesus Cristo na verdade morreu uma só vez pelos pecados de todos a fim de resgatar todos os dias os pecados de todos.

Segunda-feira, dia 14 de Novembro de 2016

Segunda-feira da 33.ª semana do Tempo Comum


Santo do dia :
S. José Pignatelli, presbítero, +1811

Livro do Apocalipse 1,1-4.2,1-5a.
Revelação de Jesus Cristo que Deus Lhe concedeu para mostrar aos seus servidores o que há-de acontecer muito em breve. Ele deu-o a conhecer ao seu servidor João, pelo Anjo que enviou,
e João confirma a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, em tudo o que viu.
Feliz de quem ler e dos que ouvirem as palavras desta profecia e observarem o que nela está escrito porque o tempo está próximo.
João às sete Igrejas da Ásia: A graça e a paz vos sejam dadas por Aquele que é, que era e que há-de vir e pelos sete Espíritos que estão diante do seu trono.
Eu ouvi o Senhor que me dizia: «Ao Anjo da Igreja de Éfeso, escreve: ‘Eis o que diz Aquele que tem as sete estrelas na sua mão direita e caminha no meio dos sete candelabros de ouro:
Conheço as tuas obras, o teu trabalho e a tua perseverança. Sei que não podes suportar os maus, que puseste à prova aqueles que se dizem apóstolos sem o serem e descobriste que eram mentirosos.
Tens perseverança e sofreste pelo meu nome, sem desanimar.
Mas tenho contra ti que perdeste a tua caridade primitiva.
Lembra-te de onde caíste, arrepende-te e pratica as obras anteriores’».
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e a sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho.
Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que passava.
Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus Cristo parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Vê. A tua fé te salvou».
No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus Cristo, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, copadroeira da Europa
Poema «Noite feliz»
«Senhor, que eu veja.»
Muitas vezes, tive a impressão de ficar sem forças.
Mais vezes ainda, desesperei de ver a luz.
Mas, quando o meu coração estava tomado pela dor,
eis que uma estrela se elevou diante de mim.
Ela conduziu-me e eu segui-a,
primeiro com passo hesitante, depois com confiança. [...]

Aquilo que tinha de esconder no mais fundo do meu coração,
posso agora proclamá-lo alto e em bom som:
«creio e confesso a minha fé». [...]
Senhor, será possível que renasça
quem já viveu metade da sua vida (Jo 3,4)?
Tu o disseste e isso verificou-se comigo.
O fardo de uma longa vida de faltas e sofrimentos
caiu de cima dos meus ombros. [...]

Ah! nenhum coração humano pode compreender
o que Tu reservas aos que Te amam (1Cor 2, 9).
Agora que Te agarrei, nunca mais Te hei-de largar (Ct 3,4).
Seja qual for o caminho que tome a minha vida,
Tu estás comigo (Sl 22).
Nada poderá separar-me do teu amor (Rom 8, 39).

Terça-feira, dia 15 de Novembro de 2016

Terça-feira da 33.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Alberto Magno, bispo, Doutor da Igreja, +1280

Livro do Apocalipse 3,1-6.14-22.
Eu, João, ouvi o Senhor que me dizia: «Ao Anjo da Igreja de Sardes, escreve: ‘Eis o que diz Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras. És considerado vivo, mas estás morto (porque é das trevas e não da vida, de Deus).
Desperta e reanima esses restos de vida moribunda, pois verifico que as tuas obras não são perfeitas aos olhos do meu Deus.
Lembra-te como aceitaste a palavra que ouviste; guarda-a e arrepende-te. Se não despertares, virei como o ladrão, sem que saibas a hora em que virei ao teu encontro.
Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não mancharam as suas vestes: elas Me acompanharão, vestidas de branco porque são dignas.
O vencedor será revestido de vestes brancas; não apagarei o seu nome do livro da vida, mas reconhecê-lo-ei diante de meu Pai e dos seus Anjos’.
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas.
Ao Anjo da Igreja de Laodiceia, escreve: ‘Assim fala o Ámen, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio das criaturas de Deus:
Conheço as tuas obras: não és frio nem quente; antes fosses frio ou quente.
Mas porque és morno, isto é, nem frio nem quente, estou quase a vomitar-te da minha boca.
Tu dizes: “Sou rico, tenho fortuna e não preciso de nada” e não sabes que és infeliz, pobre, cego e nu.
Aconselho-te a comprar de Mim ouro purificado pelo fogo para te enriqueceres, roupas brancas para te cobrires e ocultares a tua vergonhosa nudez e colírio para ungires os olhos e recuperares a vista.
Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Sê zeloso e arrepende-te.
Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa (= pessoa natural), cearei com ele e ele comigo (= habitá-lo-ei).
Ao vencedor fá-lo-ei sentar-se comigo no meu trono, como Eu também fui vencedor e estou sentado com meu Pai no seu trono’.
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas».
Livro de Salmos 15(14),2-3ab.3cd-4ab.5.
O que vive sem mancha e pratica a justiça
e diz a verdade que tem no seu coração
e guarda a sua língua da calúnia.
O que não faz mal ao seu próximo

nem ultraja o seu semelhante,
o que tem por desprezível o ímpio (= ateu),
mas estima os que adoram o Senhor.

O que não falta ao juramento mesmo em seu prejuízo
e não empresta dinheiro com usura
nem aceita prendas para condenar o inocente.
Quem assim proceder jamais será abalado.

Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.
Vivia ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos.
Procurava ver quem era Jesus Cristo, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O porque era de pequena estatura.
Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus Cristo que havia de passar por ali.
Quando Jesus Cristo chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa que Eu hoje devo ficar em tua casa».
Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus Cristo com alegria.
Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa de um pecador».
Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Hoje entrou a salvação nesta casa porque Zaqueu também é filho de Abraão.
Com efeito, o Filho (do homem) veio procurar e salvar o que estava perdido».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Isabel da Santíssima Trindade (1880-1906), carmelita
Último retiro, 42-44
«Eu hoje devo ficar em tua casa.»
«Só em Deus repousa a minha alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural); dele vem a minha salvação. Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a minha fortaleza; jamais vacilarei» (Sl 61, 2-3). Eis o mistério que canta hoje a minha lira! Como a Zaqueu, o meu Mestre disse-me: «Desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa.» Desce depressa, mas para onde? Ao mais fundo de mim própria: depois de me ter deixado a mim própria, separado de mim própria, despojado de mim própria, numa palavra, sem mim própria.
«Eu hoje devo ficar em tua casa.» É o meu Mestre que me exprime esse desejo! O meu Mestre quer habitar em mim, com o Pai e o seu Espírito de amor porque, segundo a expressão do discípulo amado, eu estou em comunhão com eles (1Jo 1,3). «Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus», diz S. Paulo (Ef 2,19). E para mim ser «concidadãos dos santos e membros da família de Deus» consiste em viver no seio da tranquila Trindade, no meu abismo interior, nessa fortaleza inexpugnável do santo recolhimento de que fala S. João da Cruz. [...]
Oh! Que bela é esta criatura assim despojada, salva de si própria! [...] Ela sobe, eleva-se acima dos sentidos, da natureza; ultrapassa-se a si própria; ultrapassa toda a alegria assim como toda a dor e passa através das nuvens, para só descansar quando tiver penetrado no interior daquele que ama e que lhe concederá, Ele próprio, o repouso. [...] O Mestre disse-lhe: «Desce depressa.» É ainda sem de lá sair que ela viverá, à imagem da Trindade imutável, num eterno presente [...], tornando-se, por um olhar sempre mais simples, mais unitivo, «o esplendor da sua glória» (Heb 1,3), dito de outro modo, louvor e glória das suas adoráveis perfeições.

Quarta-feira, dia 16 de Novembro de 2016

Quarta-feira da 33.ª semana do Tempo Comum

Eu, João, vi uma porta aberta no Céu e a voz que antes ouvira falar-me como uma trombeta, dizia: «Sobe até aqui e eu te mostrarei o que vai acontecer depois disto».
Imediatamente caí em êxtase e vi um trono colocado no Céu, sobre o qual Alguém estava sentado.
Aquele que estava sentado tinha o aspecto resplandecente como a pedra de jaspe e cornalina e um arco-íris circundava o trono, com reflexos de esmeralda.
À volta deste trono, havia vinte e quatro tronos, em que estavam sentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco e com coroas de ouro na cabeça.
Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões e diante dele brilhavam sete lâmpadas de fogo que são os sete Espíritos de Deus.
Diante do trono havia como que um mar transparente como o cristal. No meio do trono e ao seu redor, vi quatro Seres Vivos cheios de olhos à frente e atrás.
O primeiro Ser Vivo era semelhante a um leão, o segundo a um novilho, o terceiro tinha o rosto como o de um homem e o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo.
Cada um dos quatro Seres Vivos tinha seis asas e estavam cheios de olhos a toda a volta e por dentro. E não cessavam de clamar dia e noite: «Santo, Santo, Santo, Senhor Deus omnipotente, Aquele que é, que era e que há-de vir!».
E sempre que os Seres Vivos dão glória, honra e acção de graças Àquele que está sentado no trono e que vive pelos séculos dos séculos,
os vinte e quatro anciãos prostram-se diante d’Aquele que está sentado no trono, adoram Aquele que vive pelos séculos dos séculos e depõem as suas coroas diante do trono, dizendo:
«Sois digno, Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e o poder porque fizestes todas as coisas e pela vossa vontade existem e foram criadas».
Livro de Salmos 150(149),1-2.3-4.5-6.
Louvai o Senhor no seu santuário,
louvai-O no seu majestoso firmamento.
Louvai-O pela grandeza das suas obras,
louvai-O pela sua infinita majestade.

Louvai-O ao som da trombeta,
louvai-O ao som da lira e da cítara.
Louvai-O com o tímpano e com a dança,
louvai-O ao som da harpa e da flauta.

Louvai o Senhor,
louvai-O com címbalos sonoros.
Louvai-O com címbalos retumbantes.
Tudo quanto respira louve o Senhor.

Evangelho segundo S. Lucas 19,11-28.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo uma parábola porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente.
Então Jesus Cristo disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar.
Antes, porém chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas (= moedas), dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’.
Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’.
Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado.
Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’.
Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’.
Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’.
A este respondeu igualmente: ‘Tu também ficarás à frente de cinco cidades’.
Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina que eu guardei num lenço,
pois tive medo de ti que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’.
Disse-lhe o rei: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei.
Então porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’.
Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’.
Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’.
O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem (fé, vida, bem) se dará mais, mas àquele que não tem (fé, vida, bem), até o que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’».
Dito isto, Jesus Cristo seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
«Amigos de Deus», n.º 46
«Fazei-as render»
«Senhor, aqui está a tua mina que eu guardei num lenço.» Que ocupação escolherá este homem, agora que abandonou o seu instrumento de trabalho? Tendo decidido irresponsavelmente optar pela comodidade de devolver só o que lhe entregaram, dedicar-se-á a matar o tempo: os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos, a vida! Os outros afadigam-se, negoceiam, empenham-se nobremente em restituir mais do que receberam – o legítimo fruto, aliás, porque a recomendação foi muito concreta: «Fazei-as render até que eu volte», encarregai-vos deste trabalho para conseguirdes algum lucro até que o dono regresse. Pois este não; este inutiliza a sua existência.
Que pena viver tendo como ocupação matar o tempo que é um tesouro de Deus! Não há desculpas para justificar essa actuação. Adverte São João Crisóstomo: «Que ninguém diga: só tenho um talento, não posso ganhar coisa alguma. Também com um só talento podes agir de forma meritória.» Que tristeza não tirar partido, autêntico rendimento, de todas as faculdades, poucas ou muitas, que Deus concede ao homem para que se dedique a servir as almas (e pessoas celestes, pessoas espirituais, pessoas naturais) e a sociedade! Quando, por egoísmo, o cristão se retrai, se esconde, se despreocupa, numa palavra, quando mata o tempo, coloca-se em perigo de matar o Céu. Quem ama a Deus, não entrega só o que tem, o que é, ao serviço de Deus: dá-se a si mesmo.

Quinta-feira, dia 17 de Novembro de 2016

Quinta-feira da 33.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Isabel, rainha da Hungria, +1231

Livro do Apocalipse 5,1-10.
Eu, João, vi na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
Vi também um Anjo poderoso que proclamava em alta voz: «Quem é digno de abrir o livro e quebrar os seus selos?».
Mas ninguém, nem no céu nem na Terra nem debaixo da Terra podia abrir o livro nem olhar para ele.
Eu chorava muito porque não se encontrava ninguém que fosse digno de abrir o livro nem de olhar para ele.
Disse-me então um dos Anciãos: «Não chores! O leão da tribo de Judá, o descendente de David, alcançou a vitória; Ele abrirá o livro e os seus sete selos».
Vi então, entre o trono e os quatro Seres Vivos e os Anciãos, um Cordeiro de pé que parecia ter sido imolado. Tinha sete chifres e sete olhos que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra.
O Cordeiro foi receber o livro da mão direita d’Aquele que estava sentado no trono.
Quando o Cordeiro recebeu o livro, os quatro Seres Vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante d’Ele, cada um com uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes que são as orações dos santos.
E cantavam um cântico novo, dizendo: «Sois digno de receber o livro e de abrir os selos porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso sangue, homens de toda a tribo, língua, povo e nação
e fizestes deles, para o nosso Deus, um reino de sacerdotes que reinarão sobre a Terra».
Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,

cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.

Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.

Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Discurso à ONU, 4 de outubro de 1965
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz!»
Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! É a paz, a paz que deve guiar o destino dos povos e de toda a humanidade! [...]
A paz, vós o sabeis, não se constrói apenas por meio da política e do equilíbrio de forças e de interesses. Ela constrói-se com o espírito, as ideias, as obras da paz. Vós trabalhais nesta grande obra.
Mas vós não estais ainda senão no princípio do vosso trabalho. Chegará o mundo a mudar a mentalidade particularista e belicosa que urdiu até agora uma tão grande parte da sua história? É difícil prevê-lo; mas é fácil afirmar que é preciso pôr-se resolutamente a caminho em direcção à nova história, uma história pacífica que será verdadeira e plenamente humana.

Sexta-feira, dia 18 de Novembro de 2016

Sexta-feira da 33.ª semana do Tempo Comum

Festa da Igreja : Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo
Santo do dia :
Beato Domingos Jorge, leigo, mártir, +1619

Livro do Apocalipse 10,8-11.
A voz do Céu que eu, João, tinha ouvido, falou-me novamente, dizendo: «Vai buscar o livro aberto da mão do Anjo que está de pé sobre o mar e sobre a terra».
Fui ter com o Anjo e pedi-lhe que me desse o pequeno livro. Ele disse-me: «Toma-o e come-o: no estômago, ele será amargo, mas na boca, ele será doce como o mel».
Tomei o pequeno livro da mão do Anjo e comi-o: na minha boca era doce como o mel; mas depois de o engolir, amargou-me no estômago.
Então disseram-me: «Tens de profetizar novamente contra muitos povos, nações, línguas e reis».
Livro de Salmos 119(118),14.24.72.103.111.131.
Sinto mais alegria em seguir as vossas ordens
do que em todas as riquezas.
As vossas ordens são as minhas delícias
e os vossos decretos meus conselheiros.

Para mim vale mais a lei da vossa boca
do que milhões em prata e ouro.
Como são doces ao meu paladar as vossas palavras,
mais do que o mel para a minha boca.

As vossas ordens são a minha herança eterna,
são elas que dão alegria ao meu coração.
Eu abro a minha boca e aspiro
porque estou ávido dos vossos mandamentos.

Evangelho segundo S. Lucas 19,45-48.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou no templo e começou a expulsar os vendedores,
dizendo-lhes: «Está escrito: ‘A minha casa é casa de oração’ e vós fizestes dela ‘um covil de ladrões’».
Jesus Cristo ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte,
mas não encontravam o modo de o fazer porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão sobre o Salmo 130, § 3
«Todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.»
Rezamos no templo de Deus quando rezamos na paz da Igreja, na unidade do Corpo de Jesus Cristo porque o Corpo de Jesus Cristo é constituído pela multidão dos crentes espalhados por toda a terra. [...] Para sermos atendidos, é neste templo que temos de rezar, «em espírito e verdade» (Jo 4,23) e não no Templo material de Jerusalém. Este era «uma sombra das coisas que hão-de vir» (Col 2,17) e, por isso, caiu em ruínas. [...] Este Templo que caiu não podia ser a casa de oração da qual foi dito: «A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações» (Mc 11,17; Is 56,7).
Terão os que a transformaram num «covil de ladrões» sido realmente os causadores da sua queda? Pois os que levam na Igreja uma vida de desordem, os que procuram fazer da casa de Deus um covil de ladrões, estando ela em seu poder, também não poderão destruir este templo. Virá o tempo em que serão expulsos sob o chicote dos seus pecados. Esta assembleia de fiéis, templo de Deus e Corpo de Jesus Cristo, tem apenas uma voz e canta como um só homem. [...] Se quisermos, essa voz será a nossa; se quisermos escutar o cântico, cantá-lo-emos também no nosso coração.

Sábado, dia 19 de Novembro de 2016

Sábado da 33a semana do Tempo Comum

Foi-me dito a mim, João: «Eu mandarei as minhas duas testemunhas para profetizarem. São as duas oliveiras e os dois candelabros que estão diante do Senhor de toda a Terra.
Se alguém lhes quiser fazer mal, sairá fogo das suas bocas para devorar os seus inimigos; se alguém lhes quiser fazer mal, assim deve perecer.
Elas têm o poder de fechar o céu, para que a chuva não caia durante os dias em que profetizarem. Têm também o poder de transformar as águas em sangue e de ferir a terra com toda a espécie de flagelos, todas as vezes que quiserem.
Mas quando terminarem o seu testemunho, o Monstro que sobe do abismo há-de fazer-lhes guerra, há-de vencê-las e matá-las.
E os seus cadáveres ficarão estendidos na praça da grande cidade que se chama simbolicamente Sodoma e Egipto, onde o seu Senhor foi crucificado.
Homens de vários povos, tribos, línguas e nações olharão para esses cadáveres durante três dias e meio, sem que seja permitido dar-lhes sepultura.
Os habitantes da Terra alegrar-se-ão pela sua morte e felicitar-se-ão, enviando prendas uns aos outros porque estes dois profetas tinham atormentado os habitantes da Terra.
Passados, porém três dias e meio, entrou neles um sopro de vida que veio de Deus e eles puseram-se de pé, com grande espanto dos que os olhavam.
Ouviram então uma voz forte vinda do Céu que dizia: «Subi para aqui». E eles subiram para o Céu numa nuvem (meio de transporte), à vista dos seus inimigos.
Livro de Salmos 144(143),1.2.9-10.
Bendito seja o Senhor,
o rochedo do meu refúgio
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate.

O Senhor é meu amparo e minha cidadela,
meu baluarte e meu libertador.
Ele é meu escudo e meu abrigo
e submete os povos ao meu poder.

Hei-de cantar-Vos, meu Deus, um cântico novo,
hei-de celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servidor.

Evangelho segundo S. Lucas 20,27-40.
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus Cristo alguns saduceus – que negam a ressurreição – e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão que deixe esposa, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva para dar descendência a seu irmão’.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos.
O segundo
e depois o terceiro desposaram a viúva e o mesmo sucedeu aos sete que morreram e não deixaram filhos.
Por fim, morreu também a mulher.
De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por esposa?».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento.
Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos nem se casam nem se dão em casamento.
Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’.
Não é um Deus de mortos, mas de vivos porque para Ele todos estão vivos».
Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem, Mestre».
E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Audiência geral de 01/02/1982
«Porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.»
Enquanto sacramento nascido do mistério da redenção e, em certo sentido, renascido do amor nupcial de Jesus Cristo e da Igreja (cf Ef 5,22-23), o matrimónio é uma expressão eficaz do poder salvífico de Deus que realiza o seu eterno desígnio, mesmo após o pecado e apesar da concupiscência oculta no coração de cada ser humano, homem e mulher. [...] Como sacramento da Igreja, o matrimónio é indissolúvel por natureza. Como sacramento da Igreja, é também palavra do Espírito que exorta o homem e a mulher a modelarem toda a sua vida em comum aurindo a sua força do mistério da «redenção do corpo». [...] A redenção do corpo significa [...] esta esperança que, na dimensão do matrimónio, pode ser definida como esperança do quotidiano, esperança do temporal [...].
A dignidade dos esposos [...] exprime-se na profunda consciência da santidade da vida à qual ambos dão origem, participando - como fundadores de uma família - nas forças do mistério da criação. À luz desta esperança, que está ligada ao mistério da redenção do corpo, esta vida humana nova, o filho concebido e nascido da união conjugal de seu pai e de sua mãe, abre-se às «primícias do Espírito» «para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus». E se toda a criação, até ao dia de hoje, geme com as dores do parto, uma esperança particular acompanha a mulher nas dores do parto: a esperança da «revelação dos filhos de Deus» (Rom 8,19-23), esperança da qual todo o recém-nascido, ao vir ao mundo, transporta em si mesmo uma centelha. [...] É a isso que se referem as palavras de Jesus Cristo, quando fala da ressurreição dos corpos [...]: «porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus».
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