"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 20 de Novembro de 2016
NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO, REI DO UNIVERSO - SOLENIDADE
Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a
Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne.
Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e
saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel,
tu serás rei de Israel’».
Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David
concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei
de Israel.
Livro de Salmos
122(121),1-2.4-5.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Para celebrar o nome do Senhor,
segundo o costume de Israel;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Carta aos Colossenses
1,12-20.
Irmãos: Agradecemos a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte
na herança dos santos, na luz divina.
Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu
Filho muito amado,
no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.
Jesus Cristo, o Filho, é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a
criatura
Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na Terra, visíveis e
invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele
tudo foi criado.
Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste.
Ele é a cabeça da Igreja que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito
de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar.
Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude
e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz,
pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na Terra e nos céus.
Evangelho segundo S.
Lucas 23,35-43.
Naquele tempo, os chefes dos Judeus zombavam de Jesus Cristo,
dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o
Eleito».
Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem
vinagre,
diziam: «Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».
Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o rei dos Judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O,
dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que
sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más acções.
Mas Ele nada praticou de condenável».
E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no
Paraíso».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407),
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia sobre a cruz e o bom ladrão, 1, 3-4
«Por cima dele havia um letreiro: "Este é o rei dos
Judeus"»
«Jesus,
lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». O ladrão não ousou fazer
esta prece sem antes, pela confissão, se ter libertado do fardo dos seus
pecados. Vê bem, cristão, a força da confissão: ele confessou os seus pecados
e o paraíso abriu-se-lhe; confessou os seus pecados e ganhou confiança
bastante para pedir o Reino dos Céus, depois de tantos roubos que tinha cometido.
[…]
Queres conhecer o Reino? Que vês aqui que se lhe assemelhe? Tens debaixo dos
olhos os pregos e uma cruz, mas essa cruz, dizia Jesus Cristo, é o próprio
sinal do Reino. E eu, ao vê-Lo na cruz, proclamo-O Rei. Não é próprio de um
rei morrer pelos seus súbditos? Ele próprio o disse: «O bom pastor dá a vida
pelas suas ovelhas» (Jo 10,11). Isto é igualmente verdade para um bom rei:
também ele dá a vida pelos seus súbditos. Proclamá-Lo-ei, portanto, Rei por
causa da dádiva que fez da sua vida: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres
com a tua realeza».
Compreendes agora que a cruz é o sinal do Reino? Eis outra prova: Jesus Cristo
não deixou a sua cruz na Terra, ergueu-a e levou-a com Ele para o Céu.
Sabemo-lo porque Ele a terá junto de Si quando voltar pleno de glória. Para
perceberes quanto esta cruz é digna de veneração, repara como Ele a tomou
como um título de glória […]. Quando o Filho (do Homem) vier, «o sol
escurecerá e a lua perderá o brilho». Reinará então uma claridade tão viva
que até os astros mais brilhantes se eclipsarão. «As estrelas cairão do céu.
Aparecerá então no céu o sinal do Filho (do Homem)» (Mt 24,29s). Vês bem a
força do sinal da cruz? […]. Quando um rei entra numa cidade, os soldados
pegam nos estandartes, içam-nos aos ombros e marcham à sua frente para
anunciar a chegada régia. De igual modo, legiões de anjos precederão a Jesus Cristo
quando Ele descer do Céu, trazendo aos ombros esse sinal anunciador da vinda
do nosso Rei.
Segunda-feira,
dia 21 de Novembro de 2016
Segunda-feira da 34.ª
semana do Tempo Comum
Eu, João, vi o Cordeiro de pé, no monte Sião. Com Ele estavam
os cento e quarenta e quatro mil que tinham gravados na fronte o nome do
Cordeiro e o nome de seu Pai.
E ouvi uma voz, vinda do Céu, semelhante ao fragor de águas caudalosas e ao
ribombar de forte trovão; mas a voz que eu ouvi era também semelhante ao
som de harpistas, tocando as suas harpas.
Entoavam um cântico novo diante do trono e na presença dos quatro Seres
Vivos e dos Anciãos. Ninguém podia aprender esse cântico, senão os cento e
quarenta e quatro mil que foram resgatados da Terra.
São aqueles que seguem o Cordeiro para onde quer que Ele vá. Foram
resgatados de entre os homens como primícias oferecidas a Deus e ao
Cordeiro.
Na sua boca nunca se encontrou mentira: são irrepreensíveis.
Livro de Salmos
24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.
Evangelho segundo S. Lucas 21,1-4.
Naquele tempo, Jesus Cristo levantou os olhos e viu os ricos
deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas.
Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas.
Então Jesus Cristo disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do
que todos os outros.
Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu
tudo o que possuía para viver».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato Charles de Foucauld
(1858-1916), eremita e missionário no Saará
Meditações sobre o Evangelho, 263
«Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua
penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver.»
Não
desprezemos os pobres, os pequenos [...]; para além de serem nossos irmãos
em Deus, são os que imitam mais perfeitamente Jesus Cristo na sua vida
exterior. Eles representam perfeitamente Jesus Cristo, o operário de
Nazaré. Eles são os mais antigos de entre os eleitos, pois foram os
primeiros a ser chamados para junto do berço do Salvador. Eles foram os
companheiros habituais de Jesus Cristo, desde o seu nascimento até à sua
morte; a eles pertenciam Maria e José e os apóstolos. [...] Longe de os
desprezar, honremo-los, honrando neles a imagem de Jesus Cristo e de seus
santos pais; em lugar de os desdenhar, admiremo-los. [...] Imitemo-los e,
dado que vemos que a sua condição é a melhor, aquela que Jesus Cristo escolheu
para Si mesmo e para os seus, aquela que chamou em primeiro lugar para junto
do seu berço, aquela que mostrou pelos seus actos e as suas palavras [...],
abracemo-la. [...] Sejamos pobres operários como Ele, como Maria, José, os
apóstolos e os pastores e, se algum dia Ele nos chamar para o apostolado,
permaneçamos nesta vida tão pobres como Ele nela permaneceu, tão pobres
como nela ficou um São Paulo, seu fiel imitador (1Cor 11,1).
Não deixemos nunca de ser em tudo pobres, irmãos dos pobres, companheiros
dos pobres; sejamos os mais pobres dos pobres como Jesus Cristo e como Ele
amemos os pobres e rodeemo-nos deles.
Terça-feira,
dia 22 de Novembro de 2016
Terça-feira da 34.ª
semana do Tempo Comum
Eu, João, vi uma nuvem branca (meio de transporte), sobre a
qual estava sentado Alguém, semelhante a um filho do homem, com uma coroa
de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão.
Saiu do templo outro Anjo que clamava com voz forte para Aquele que
estava sentado sobre a nuvem: «Mete a tua foice e ceifa; chegou a hora de
ceifar porque a seara da terra está madura».
Então o que estava sentado sobre a nuvem lançou a foice à terra e a terra
foi ceifada.
Depois saiu do templo celeste outro Anjo que também tinha uma foice
afiada.
Do altar veio ainda outro Anjo que tinha poder sobre o fogo e gritou com
voz forte para aquele que tinha a foice afiada: «Mete a tua foice afiada
e vindima os cachos da vinha da terra porque as uvas estão maduras».
O Anjo lançou a foice à terra, vindimou a vinha da terra e lançou as uvas
no grande lagar da ira de Deus.
Livro de Salmos
96(95),10.11-12.13.
Proclamai entre os povos: «O Senhor é Rei». Sustenta o mundo
e ele não vacila, governa os povos com equidade.
Alegrem-se os céus, exulte a terra, ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe, alegrem-se as árvores das
florestas.
Diante do Senhor que vem, que vem para julgar a Terra. Julgará o mundo
com justiça e os povos com fidelidade.
Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado
com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus Cristo disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre
pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de
que está para acontecer?».
Jesus Cristo respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois
muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’ e ainda: ‘O tempo está
próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso
que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias.
Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Comentário ao Evangelho de João, 10,39; PG 14, 369s
«Não sabeis que sois templo de Deus?» (1Cor 3,16)
«Jesus Cristo
disse aos judeus: "Destruí este Templo e em três dias Eu o
levantarei." [...] Ele falava do templo que é o seu corpo» (Jo
2,21). [...] Há quem pense que é impossível aplicar ao corpo de Jesus Cristo
tudo o que é dito acerca do Templo; pensam que se chamou Templo ao seu
corpo porque, tal como o primeiro Templo tinha sido habitado pela glória
de Deus, também o Primogénito de todas as criaturas é a imagem e a glória
de Deus (Col 1,15) e que é justo, portanto, que o seu corpo, a Igreja,
seja chamado Templo de Deus porque contém a imagem da divindade [...].
Aprendemos com Pedro que a Igreja é o corpo e a casa de Deus, construída
com pedras vivas, uma casa espiritual em função de um sacerdote santo
(1Ped 2,5).
Deste modo, podemos considerar Salomão, o filho de David, que construiu o
Templo, como uma prefiguração de Jesus Cristo: foi depois da guerra, numa
altura de grande paz, que Salomão construiu um Tempo à glória de Deus na
Jerusalém terrestre [...]. De facto, quando todos os inimigos de Jesus Cristo
estiverem «colocados debaixo dos seus pés» e a morte, «o último inimigo»,
tiver sido destruída (1Cor 15,25-26), então a paz será perfeita, então Jesus
Cristo será Salomão, cujo nome significa pacífico e nele se cumprirá esta
profecia: «vivo [...] entre aqueles que odeiam a paz, [mas] falo-lhes de
paz» (Sl 119,6-7). Então cada uma das pedras vivas, segundo o mérito da
sua vida presente, será uma pedra do Templo: um, apóstolo ou profeta, que
ficará nas fundações, sustentará as pedras que ficarão por cima; outro,
vindo a seguir àqueles que ficam nas fundações, ele próprio conduzido
pelos profetas, sustentará outras pedras mais leves; um terceiro será uma
pedra que ficará mesmo no interior, onde se situa a arca com os querubins
e o propiciatório (1Rs 6,19); um quarto será a pedra do vestíbulo (v.3) e
um quinto ainda, fora do vestíbulo dos sacerdotes e dos levitas, será a
pedra do altar onde são feitas as oferendas das colheitas. [...] O
desenvolvimento da construção, com a organização dos ministérios, será
confiado aos anjos de Deus, essas forças santas prefiguradas nos mestres
de obras de Salomão. [...] Tudo isto se cumprirá quando a paz for
perfeita, quando reinar uma grande paz.
Quarta-feira,
dia 23 de Novembro de 2016
Quarta-feira da
34.ª semana do Tempo Comum
Eu, João, vi no Céu
mais um sinal, grandioso e admirável: sete Anjos com sete flagelos, que
são os últimos, porque eles vinham consumar a ira de Deus.
Vi também uma espécie de mar de cristal misturado com fogo. Sobre o mar
de cristal, estavam de pé, os vencedores do Monstro, da sua imagem e do
número do seu nome. Tinham na mão harpas divinas
e cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do
Cordeiro, dizendo: «Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor,
Deus omnipotente. Justos e verdadeiros são os vossos caminhos, Rei das
nações. Senhor,
quem não há-de temer e glorificar o vosso nome? Porque só Vós sois
santo e todas as nações virão prostrar-se diante de Vós porque se
manifestaram os vossos juízos».
Livro de Salmos
98(97),1.2-3ab.7-8.9.
Cantai ao Senhor um
cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.
Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.
Evangelho
segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de
perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos
à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa
defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários
poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos.
Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas (pessoas celestes,
pessoas espirituais, pessoas naturais)».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c. 200-258),
bispo de Cartago e mártir
«Os benefícios da paciência»
«Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.»
O nosso
Senhor e Mestre deu-nos este mandamento para nossa salvação: «Aquele
que resistir até ao fim será salvo» (Mt 10,22). [...] O próprio facto
de sermos cristãos é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança.
Mas, para que a esperança e a fé possam dar frutos, é necessária a
paciência. Não é a glória cá de baixo que procuramos, é a glória
futura. O apóstolo Paulo adverte-nos: «Nós fomos salvos, mas em esperança.
Ver o que se espera já não é esperar; se se vê, como se pode ainda
esperar? Mas nós, que esperamos o que não vemos, esperamo-lo com
perseverança» (Rom 8,24-25).
Noutra passagem, Paulo dá o mesmo ensinamento aos justos que trabalham
para fazer frutificar os dons de Deus, a fim de prepararem para si
mesmos maiores tesouros no céu [...]: «Enquanto temos tempo,
trabalhemos para o bem de todos. [...] Não nos cansemos de fazer o bem;
a seu tempo virá a colheita, se não desistirmos» (Gal 6,10.9). [...] E,
quando fala de caridade, Paulo junta-lhe a perseverança e a paciência:
«O amor é paciente, o amor é prestável, o amor não é ciumento; não se
vangloria, [...] não se irrita, não alimenta rancor [...], tudo
suporta, tudo confia, tudo espera, tudo sofre» (1Cor 13,4-7). Mostra
assim que o amor é capaz de perseverar até ao fim, pois sabe suportar
tudo.
Por fim, diz noutra passagem: «Suportai-vos uns aos outros com amor;
esforçai-vos por guardar a caridade, no mesmo Espírito, pelo vínculo da
paz» (Ef 4,2-3). Desta forma, mostra que os irmãos não podem conservar
a unidade nem a paz se não se encorajarem mutuamente, suportando-se e
se não conservarem o vínculo da concórdia por meio da paciência.
Quinta-feira, dia 24 de Novembro de 2016
Quinta-feira
da 34.ª semana do Tempo Comum
Eu, João, vi
outro Anjo descer do Céu, com tão grande poder que a Terra ficou
iluminada com a sua glória.
Ele bradou com voz forte, dizendo: «Caiu, caiu a grande Babilónia!
Tornou-se morada de demónios, antro de todos os espíritos impuros,
antro de todas as aves imundas e repelentes».
Depois, um Anjo poderoso levantou uma pedra semelhante a uma grande
mó e lançou-a ao mar, dizendo: «Com tal ímpeto será precipitada a
grande cidade de Babilónia e nunca mais será vista.
Nunca mais se ouvirá em ti a música de harpistas e cantores, de
tocadores de flauta e de trombeta. Jamais se encontrará em ti
artífice algum de qualquer arte nem se ouvirá mais em ti o ranger da
mó.
Nunca mais brilhará em ti a luz da lâmpada nem se ouvirá mais em ti a
voz do esposo e da esposa. Porque os teus comerciantes eram os
grandes da Terra e com os teus malefícios se transviaram todas as
nações».
Depois disto, ouvi no céu algo que parecia o alarido de uma multidão
imensa que dizia: «Aleluia! A vitória, a glória e o poder pertencem
ao nosso Deus
porque Ele julga com verdade
e com justiça, porque Ele
condenou a grande prostituta – a que corrompia a Terra com a sua
devassidão – e lhe pediu contas do sangue dos seus servidores.»
E diziam ainda: «Aleluia! O fumo do incêndio da cidade subirá pelos
séculos dos séculos!»
Depois disse-me: «Escreve: Felizes os convidados para o banquete das
núpcias do Cordeiro!» E acrescentou: «Estas são palavras verdadeiras,
do próprio Deus.»
Livro de
Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor,
Terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.
Evangelho segundo S. Lucas 21,20-28.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém
cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que
estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos
campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que
está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar
nesses dias porque haverá grande angústia na Terra e indignação
contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações e
Jerusalém será calcada pelos pagãos até que aos pagãos chegue a sua
hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia
entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao
universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho (do homem) vir numa nuvem, com grande poder
e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a
cabeça porque a vossa libertação está próxima».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Homilia sobre Josué 11,3-4
«Caminhai enquanto tendes luz para que as trevas não vos
envolvam» (Jo 12,35)
Quando
o Senhor veio, era já o fim do mundo (existente, o sistema
esclavagista). Aliás, Ele mesmo o dizia, situando-Se no fim dos
tempos: «Convertei-vos porque o Reino dos Céus está muito próximo»
(Mt 4,17). Mas reteve e atrasou o dia da consumação; proibiu-o de
aparecer. Porque Deus Pai, vendo que a salvação dos povos só pode vir
por Jesus Cristo, disse-Lhe: «Pede-Me e dar-Te-ei as nações como
herança e o teu poder estender-se-á até aos confins da Terra» (Sl
2,8). Portanto, até ao cumprimento desta promessa do Pai, até que as
Igrejas se acrescentem com as diversas nações e que nelas entre toda
«a plenitude dos pagãos» para que, por fim, «todo Israel seja salvo»
(Rom 11,25), esse dia é dilatado, o fim do dia é diferido. O «Sol de
justiça» (Mal 3,20) não se põe, mas continua a derramar a luz da
verdade no coração dos que crêem.
Mas quando a medida dos crentes estiver repleta e quando chegar a
época degenerada e corrupta da última geração em que, «por causa da
amplidão do mal, a caridade de muitos homens arrefecerá» (Mt 24,12)
[...], então «os dias serão abreviados» (Mt 24,22). Sim, o mesmo
Senhor sabe prolongar a duração dos dias quando é o tempo da salvação
e abreviar a duração do momento da tribulação e da perdição. [...]
Quanto a nós, enquanto o dia durar e para nós se prolongar o tempo da
luz, «caminhemos honestamente em pleno dia» (Rom 13,13) e pratiquemos
as obras da luz.
Sexta-feira, dia 25 de Novembro de 2016
Sexta-feira
da 34.ª semana do Tempo Comum
Eu, João, vi
descer do Céu um Anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma
grande cadeia.
Agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo e Satanás, e
acorrentou-o pelo espaço de mil anos.
Precipitou-o no abismo que fechou e selou, para que não seduzisse
mais as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, tem de
ser posto em liberdade por pouco tempo.
Vi então uns tronos, sobre os quais estavam sentados aqueles a quem
foi dado o poder de julgar. Vi também as almas (e pessoas celestes,
pessoas espirituais, pessoas naturais) dos que tinham sido
decapitados por causa do testemunho de Jesus Cristo e da palavra de
Deus assim como aqueles que não se tinham prostrado diante do
Monstro e da sua imagem nem tinham recebido o seu sinal na fronte
ou na mão. Eles voltaram à vida e reinaram com Jesus Cristo durante
mil anos.
Vi depois um grande trono branco e Aquele que estava nele sentado.
Da sua presença fugiram a Terra e o céu sem deixarem vestígios.
Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono. E
abriram-se os livros. Abriu-se também um livro, que era o livro da Vida.
Os mortos foram julgados
segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos
livros.
O mar restituiu os mortos que nele estavam, a morte e a sua morada
devolveram os mortos que tinham e cada um foi julgado segundo as suas obras.
A morte e a sua morada foram lançadas no lago de fogo (lava ou superfície
do sol). Esta é a segunda morte: o lago de fogo.
E quem não estava escrito no livro da Vida (= não escolhera a Vida
e o Bem) foi lançado no lago de fogo.
Vi então um novo céu e uma nova terra (a original; como nós que nos
vemos somos imagem do que nos habita) porque o primeiro céu e a
primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da
presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo.
Livro de
Salmos 84(83),3.4.5-6a.8a.
A minha alma
suspira ansiosamente
pelos átrios do Senhor.
O meu ser e a minha carne
exultam no Deus vivo.
Até as aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.
Felizes os que moram em vossa casa:
podem louvar-Vos continuamente.
Felizes os que em Vós encontram a sua força,
os que caminham para ver a Deus em Sião.
Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai
a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está
próximo o reino de Deus (o reino de Deus vem sempre nos períodos de
transição entre mundos – sistemas políticos.
Em verdade vos digo: Não
passará esta geração sem que tudo aconteça.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Clemente de Roma (c.
35-c. 100), Papa
Carta aos Coríntios, 19-23
«Sabei que está próximo o reino de
Deus.»
Fixemos
o olhar no Pai e Criador do mundo; liguemo-nos aos seus dons de paz
e aos seus benefícios que são magníficos, incomparáveis.
Contemplemo-Lo por meio do pensamento e consideremos com os olhos
da alma a longa paciência dos seus desígnios; reflitamos na
mansidão com que trata a criação inteira. […], pois distribui os
seus benefícios por toda a criação, mas prodiga-no-los de forma
superabundante quando recorremos à sua misericórdia. […]
Tende, porém cautela, bem amados, não vão esses benefícios
numerosos transformar-se em condenação para nós, se não vivermos de
maneira digna dele. […] Consideremos quão próximo Se encontra de
nós, não Lhe escapando nenhum pensamento nosso, nenhuma deliberação
interior. É justo, pois que não abandonemos o nosso lugar contra a
sua vontade. […]. Que ela não seja para nós a palavra que diz:
«Infelizes daqueles cuja alma se encontra dividida, daqueles que
duvidam em seu coração, daqueles que dizem: "Já ouvimos dizer
isto no tempo dos nossos pais; mas eis que envelhecemos e nada nos
aconteceu." Ó insensatos! Comparai-vos a uma árvore; tomai um
cepo de videira: começa por perder as folhas, depois nasce um
rebento, depois uma folha, depois uma flor, depois a uva verde e,
em seguida, ali está a uva madura.» Vede como, em pouco tempo, o
fruto da árvore atinge a maturidade. Na verdade, será rápido e
súbito o cumprimento dos seus desígnios! Também a Escritura o
testemunha: «A sua hora está para chegar, os seus dias já estão
contados» (Is 13,22); bem como: «Imediatamente entrará no seu
santuário o Senhor que vós procurais» (Mal 3,1).
Sábado, dia 26 de Novembro de 2016
Sábado da
34.a semana do Tempo Comum
O Anjo do
Senhor mostrou-me a mim, João, um rio de água viva, resplandecente
como cristal, que brotava do trono de Deus e do Cordeiro.
No meio da praça da cidade, entre os dois braços do rio, está a Árvore
da Vida (a figueira); produz doze colheitas, uma em cada mês, e
as suas folhas servem para curar as nações.
Toda a maldição deixará de existir. O trono de Deus e do Cordeiro
estará na cidade e os seus servidores prestar-Lhe-ão culto;
verão a sua face e o seu nome estará escrito nas suas frontes.
Nunca mais haverá noite nem precisarão da luz da lâmpada nem da
luz do sol porque brilhará sobre eles a luz (Cristo) do Senhor
Deus e reinarão pelos séculos dos séculos.
Disse-me o Anjo: «Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O
Senhor Deus, que inspira os profetas, enviou o seu Anjo para
mostrar aos seus servidores o que há-de acontecer muito em breve:
‘Eu virei sem demora. Felizes aqueles que observam as palavras da
profecia deste livro’».
Livro de
Salmos 95(94),1-2.3-5.6-7.
Vinde,
exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e agradeçamos,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.
Pois grande Deus é o Senhor,
é um rei poderoso, mais do que todas as divindades.
Em sua mão estão as profundezas da Terra
e pertencem-Lhe os cimos das montanhas.
D’Ele é o mar, foi Ele quem o fez,
d’Ele é a terra firme que suas mãos formaram.
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.
O Senhor é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Evangelho
segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende cuidado
convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados
pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse
dia não vos surpreenda subitamente
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face
da Terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo para que possais
livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do
Filho (do homem)».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Hipólito de Roma
(?-c. 235), presbítero, mártir
A tradição apostólica
«Vigiai e orai em todo o tempo»
Ora
antes de o teu corpo repousar. E depois, a meio da noite,
levanta-te, lava as mãos com água e ora. Se a tua esposa estiver
presente, orai os dois em conjunto. Se ela ainda não for crente,
retira-te para outro quarto para orares e depois volta para a
cama. Não sejas preguiçoso para a oração. [...] É preciso orar a
esta hora porque os anciãos, de quem herdámos esta tradição, nos
ensinaram que a esta hora toda a criação repousa um momento para
louvar o Senhor. As estrelas, as árvores e as águas param um
instante e toda a corte de anjos louva a Deus a esta hora com as
almas dos justos. É por isso que os crentes devem ter o cuidado
de orar a esta hora.
Dando igualmente testemunho disto, o Senhor disse: «À meia-noite
ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo, ide ao seu
encontro!"» (Mt 25,6). E continua: «Vigiai, pois porque não
sabeis o dia nem a hora» (Mt 25,13). Ao cantar do galo, pela
manhã, quando te levantas, ora também.©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
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