"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 16 de Abril de 2017
DOMINGO DA PÁSCOA NA
RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Festa da Igreja : Domingo
de Páscoa (ofício próprio)
Santo do dia : S.
Bento José Labre, peregrino, +1783, Santa
Engrácia de Saragoça, virgem, mártir, +305,
Santa
Bernadette, vidente de Lourdes, +1879
Livro dos Actos dos Apóstolos 10,34a.37-43.
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:
Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois
do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré que passou
fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo Demónio
porque Deus estava com Ele».
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém
e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se,
não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós
que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos
Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído por
Deus juiz dos vivos e dos mortos.
É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».
Livro de Salmos
118(117),1-2.16ab-17.22-23.
Agradecei ao Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Carta aos Colossenses 3,1-4.
Irmãos: Se ressuscitastes com Jesus Cristo, aspirai às coisas do
alto, onde Jesus Cristo está sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da Terra.
Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus.
Quando Jesus Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos
manifestareis com Ele na glória.
Evangelho segundo S.
João 20,1-9.
No primeiro dia da semana, Maria de Magdala foi de manhãzinha,
ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus Cristo
e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais
depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro que o seguira. Entrou no sepulcro e viu
as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus Cristo, não com as
ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e
acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus
Cristo devia ressuscitar dos mortos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Homilia atribuída a São João
Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de
Constantinopla, doutor da Igreja
Liturgia ortodoxa da Páscoa
«Entra na alegria do teu Senhor» (Mt 25,23)
Que todo o homem
piedoso e amigo de Deus goze esta bela e luminosa festa! Que todo o servidor
fiel entre com júbilo na alegria do seu Senhor! (Mt 25,23) O que carregou o
peso do jejum venha agora receber a sua recompensa. O que trabalhou desde a
primeira hora receba hoje o seu justo salário (Mt 20,1s). O que chegou depois
de passada a terceira hora celebre esta festa na acção de graças. O que
chegou depois da sexta hora não tenha receio, não ficará prejudicado. Se
alguém tardou até à nona hora, aproxime-se sem hesitar. Se houver quem se
atrasou até à décima primeira hora, não tenha medo da sua preguiça porque o
Senhor é generoso e recebe o último como o primeiro [...], exerce
misericórdia sobre aquele, mas cumula este. Dá a um e agracia o outro. [...]
Assim, pois entrai todos na alegria do vosso Senhor! Primeiros e últimos
[...], ricos e pobres [...], os que vigiaram e os que se deixaram dormir
[...], vós que jejuastes e vós que não jejuastes, alegrai-vos hoje! O festim
está pronto, vinde todos (Mt 22,4)! O vitelo gordo está servido, que ninguém
se vá embora com fome. Saciai-vos todos no banquete da fé, vinde servir-vos
do tesouro da misericórdia. Que ninguém lamente a sua pobreza porque o Reino
chegou para todos; que ninguém chore as suas faltas porque o perdão brotou do
túmulo; que ninguém receie a morte porque a morte do Salvador dela nos
libertou. Aquele que a morte tinha agarrado destruiu-a, Aquele que desceu aos
infernos despojou-os. [...]
Isaías tinha-o predito ao dizer: «O inferno ficou consternado quando te encontrou»
(14,9). O inferno ficou cheio de amargor [...] porque foi arruinado;
humilhado porque foi entregue à morte; esmagado porque foi aniquilado.
Apoderou-se de um corpo e viu-se diante de Deus; agarrou-se à terra e
encontrou o céu; apropriou-se do que via e foi derrotado por causa do
invisível. «Ó morte, onde está o teu aguilhão? Inferno, onde está a tua
vitória?» (1Cor 15,55). Jesus Cristo
ressuscitou e tu foste arruinado! Jesus
Cristo ressuscitou e os demónios foram precipitados! Jesus Cristo ressuscitou e os anjos estão em júbilo! Jesus Cristo ressuscitou e já não há santos
mortos nos túmulos porque Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, Se tornou as
primícias dos que tinham adormecido. A Ele a glória e o poder pelos séculos
dos séculos! Ámen.
Segunda-feira,
dia 17 de Abril de 2017
Segunda-feira NA
OITAVA DA PÁSCOA
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos,
ergueu a voz e falou ao povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em
Jerusalém, compreendei o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres,
prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio,
como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós
destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte porque não era
possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito: ‘O Senhor está sempre na minha presença, com Ele
a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo
descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos nem deixareis o
vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa
presença’.
Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca David
morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós.
Mas como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um
descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo, dizendo que
Ele não O abandonou na mansão dos mortos nem a sua carne conheceu a
corrupção.
Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas.
Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do
Espírito Santo que Ele derramou, como vedes e ouvis».
Livro de Salmos
16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.
Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos
nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.
Evangelho segundo S. Mateus 28,8-15.
Naquele tempo, Maria de Magdala e a outra Maria, que tinham ido
ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de
grande alegria e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição.
Jesus Cristo saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se,
abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele.
Disse-lhes então Jesus Cristo: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que
partam para a Galileia. Lá Me verão».
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar
aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido.
Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram
aos soldados uma soma avultada de dinheiro,
com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O,
enquanto nós estávamos a dormir’.
Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que
vos deixem em paz».
Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o
boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c.
406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 80; CCL 24A, 490ss.
«Não temais»
«Sei que
buscais Jesus, o crucificado; não está aqui.» Assim falou o anjo às
mulheres, ele que tinha aberto o túmulo por essa razão: não para fazer sair
Jesus Cristo, que já não estava lá, mas para lhes mostrar isso mesmo:
«Ressuscitou, como tinha dito. Vinde,
vede o lugar onde jazia» (Mt 28,5-6). Vinde, mulheres, vinde. Vede o
lugar onde tínheis depositado Adão, onde o género humano tinha sido
sepultado. Compreendei que o perdão do Senhor foi tão grande quão grande
tinha sido a injustiça que Lhe foi feita. [...] Quando as mulheres entram
no sepulcro, tomam parte no acto de sepultar Jesus Cristo, tornam-se
participantes da própria Paixão. Ao saírem do sepulcro, erguem-se na fé
antes de ressuscitarem na carne: deixaram o túmulo, «cheias de temor e de
grande alegria». [...] A Escritura diz: «Servi o Senhor com temor e
estremecei de júbilo por Ele» (Sl 2,11).
«Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as.» Jesus Cristo vem ao encontro
daquelas que correm com fé, para que reconheçam com os seus olhos Aquele em
quem tinham acreditado pela fé. Quer confortar com a sua presença aquelas
que tinham ficado a tremer pelo que lhes fora dito. [...] Vem ao seu
encontro como um mestre, saúda-as como um familiar, devolve-lhes a vida por
amor, guarda-as pelo temor. Saúda-as para que O sirvam amorosamente, para
que o receio não as faça fugir. «Elas aproximaram-se e abraçaram-Lhe os
pés». [...] A saudação quer dizer: toquem-Me. Quis ser agarrado, Ele que
suportou que O amarrassem. [...]
Diz-lhes: «Não temais», tal como o anjo lhes dissera. Este tinha-as
confirmado, Jesus Cristo vai torná-las mais fortes ainda. «Não temais. Ide
avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão.»
Erguendo-Se de entre os mortos, Jesus Cristo tomou consigo o homem, não o
abandonou. Chama-lhes, por isso, seus irmãos, àqueles que pelo corpo tinha
tornado seus irmãos de sangue; chama-lhes irmãos, àqueles que adoptou como
filhos de seu Pai. Chama-lhes irmãos àqueles que, como herdeiro pleno de
bondade, quis tornar seus co-herdeiros.
Terça-feira,
dia 18 de Abril de 2017
Terça-feira NA
OITAVA DA PÁSCOA
No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba com
absoluta certeza toda a casa de Israel que Deus fez Senhor e Messias esse
Jesus que vós crucificastes».
Ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntaram a Pedro
e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em
nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis
então o dom do Espírito Santo
porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para todos
os que estando longe, ouvirem o apelo do Senhor nosso Deus».
E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo:
«Salvai-vos desta geração perversa».
Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o Baptismo e naquele dia
juntaram-se aos discípulos cerca de três mil pessoas.
Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.
A palavra do Senhor é recta, da fidelidade nascem as suas
obras.
Ele ama a justiça e a rectidão: a Terra está cheia da bondade do Senhor.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O adoram, para os que
esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade porque em Vós esperamos, Senhor.
Evangelho segundo S. João 20,11-18.
Naquele tempo, Maria de Magdala estava a chorar junto do
sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro
e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos
pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus Cristo.
Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela
respondeu-lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo de pé, sem saber que
era Ele.
Disse-lhe Jesus Cristo: «Mulher, porque choras? A quem procuras?».
Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu
que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!».
Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!».
Jesus Cristo disse-lhe: «Não Me detenhas porque ainda não subi para o
Pai.
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e
vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria de Magdala foi anunciar
aos discípulos: «Vi o Senhor».
E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109),
monge, bispo, doutor da Igreja
74.ª oração; PL 158, 1010-1012
«Porque choras?»
«Mulher,
porque choras?» Bem-amado Senhor, como podes perguntar porque chora ela?
Não é verdade que Te viu cruelmente imolado, atravessado por pregos,
suspenso do madeiro como um salteador, entregue às zombarias dos ímpios?
Como podes dizer-lhe: «Mulher, porque choras?» Ela não conseguiu
arrancar-Te à morte, mas queria ao menos embalsamar o teu corpo para o
preservar da corrupção o máximo de tempo possível. [...] E eis que, para
cúmulo, julga ter perdido esse corpo que tinha ainda a alegria de
possuir. Com essa perda, toda a esperança se esfumou para ela, se nada
pode guardar em memória de Ti. Como podes perguntar-lhe, nesse preciso
momento: «Mulher, porque choras? Quem procuras?»
Ó bom Senhor, vê que é a tua discípula fiel, resgatada pelo teu sangue,
que está atormentada pelo desejo de Te ver. Vais permitir que tal
sofrimento dure muito tempo? Agora que escapaste à corrupção, perdeste
toda a compaixão? Agora que atingiste a imortalidade, esqueceste a
misericórdia? Não, a tua doce bondade, Amigo, leva-Te a intervir sem
tardar para que aquela que chora o seu Senhor não ceda à amargura do
coração.
«Maria!» Ó Senhor, tu chamaste a tua servidora pelo seu nome e ela
reconheceu imediatamente a voz familiar do seu Senhor. «Maria!» Palavra
tão doce, tão transbordante de ternura e de amor! Ser-Te-ia impossível,
Mestre, dizê-lo de forma mais breve e mais forte: «Maria! Sei quem tu és.
Sei o que queres. Eis-Me aqui! Não chores mais. Eis-Me aqui, Aquele que
procuras.» Imediatamente as lágrimas mudam de natureza; pois como
poderiam ser estancadas quando agora brotam de um coração em festa?
Quarta-feira,
dia 19 de Abril de 2017
Quarta-feira NA
OITAVA DA PÁSCOA
Santo do dia : Santo
Expedito, mártir, séc. III, S.
Leão IX, papa, +1054, Santa
Maria da Encarnação, viúva, religiosa, +1613
Livro dos Actos dos Apóstolos 3,1-10.
Naqueles dias,
Pedro e João subiam ao templo para a oração das três horas da tarde.
Trouxeram então um homem, coxo de nascença, que colocavam todos os dias
à porta do templo, chamada Porta Formosa, para pedir esmola aos que
entravam.
Ao ver Pedro e João que iam a entrar no templo, pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João, olhou fixamente para ele e disse-lhe: «Olha
para nós».
O coxo olhava atentamente para Pedro e João, esperando receber deles
alguma coisa.
Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho: em
nome de Jesus Cristo, de Nazaré, levanta-te e anda».
E tomando-lhe a mão direita, levantou-o. Nesse instante,
fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos,
levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar; depois entrou
com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus
e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado, a mendigar, à
Porta Formosa do templo, ficaram cheios de admiração e assombro pelo que
lhe tinha acontecido.
Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.
Agradecei ao
Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-Lhe salmos e hinos,
proclamai todas as suas maravilhas.
Gloriai-vos no seu nome santo,
exulte o coração dos que procuram o Senhor.
Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua presença.
Vós, descendentes de Abraão, seu servidor,
filhos de Jacob, seu eleito,
o Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.
Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.
Dois dos discípulos
de Jesus Cristo iam a caminho de uma povoação chamada Emaús que ficava
a duas léguas de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam, Jesus Cristo aproximou-Se deles e pôs-Se
com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. (porque tinham
presenciado tudo o que lhe tinha acontecido e morrido na cruz; como
podia passar pelas suas mentes que ele estava ao seu lado?)
Ele perguntou-lhes. «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo
caminho?». Pararam, com ar muito triste,
e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de
Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?». Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus
de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de
todo o povo
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para
ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas,
afinal, é já o terceiro dia
depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram
de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham
aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo.
Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres
tinham dito. Mas a Ele não O viram».
Então Jesus Cristo disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de
espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?».
Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes
em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus Cristo fez menção de
ir para diante,
mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Fica connosco porque o dia
está a terminar e vem caindo a noite». Jesus Cristo entrou e ficou com
eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e
entregou-lho.
Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele
desapareceu da sua presença.(era o corpo celeste de Jesus Cristo, a sua
identidade)
Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?».
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos
os Onze e os que estavam com eles,
que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».
E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham
reconhecido ao partir o pão.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gregório Magno (c.
540-604), papa, doutor da Igreja
Homilia 23 sobre o Evangelho
«Mas os seus
olhos estavam impedidos de O reconhecerem»
Acabais
de o ouvir, irmãos caríssimos: dois discípulos de Jesus Cristo caminhavam
na estrada e, embora não acreditando nele, sobre Ele falavam. O Senhor
apareceu-lhes, sem contudo Se lhes mostrar sob uma forma por que O
pudessem reconhecer. O Senhor realizou, portanto, no exterior, aos
olhos do corpo, o que neles se cumpria no interior, aos olhos do
coração. No seu próprio interior, os discípulos amavam e duvidavam em
simultâneo; no exterior, o Senhor estava presente sem, no entanto
manifestar Quem era. Àqueles que dele falavam, oferecia a sua presença;
mas aos que duvidavam dele, escondia o seu aspecto habitual que lhes
teria permitido reconhecê-Lo.
Trocou algumas palavras com eles, reprovou-lhes a lentidão em
compreender, explicou-lhes os mistérios da Sagrada Escritura que Lhe
diziam respeito. E, no entanto, no coração deles continuava a ser um
estranho, por falta de fé; fez então menção de seguir para diante
[...]. A Verdade, que é simples, nada fez com duplicidade, mas
manifestou-Se simplesmente aos discípulos no seu corpo tal como estava
no espírito deles.
Com esta prova, o Senhor queria ver se os que ainda não O amavam como
Deus eram ao menos capazes de O amar como viajante. Ora, a Verdade
caminhava com eles; não podiam, pois, continuar estranhos ao amor:
ofereceram-Lhe hospitalidade, propondo-Lhe que pernoitasse com eles,
como se costuma fazer aos viajantes. Mas porque dizemos que Lho
propuseram, quando está escrito: «Insistiram com Ele»? Este exemplo
mostra-nos bem que não devemos apenas oferecer hospitalidade aos
viajantes, mas fazê-lo com insistência.
Os discípulos puseram a mesa, ofereceram da sua ceia e, não tendo
reconhecido ao Filho quando da sua explicação da Sagrada Escritura, eis
que O reconhecem agora, na fracção do pão. Não foi, pois ao escutar os
mandamentos de Deus que ficaram iluminados, mas ao pô-los em prática.
Quinta-feira, dia 20 de Abril de 2017
Quinta-feira
NA OITAVA DA PÁSCOA
Naqueles dias, o
coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João e
todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico
de Salomão.
Ao ver isto, Pedro falou ao povo, dizendo: «Homens de Israel, porque
vos admirais com isto? Porque fitais os olhos em nós, como se fosse
pelo nosso próprio poder ou piedade que fizemos andar este homem?
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais,
glorificou o seu Servidor Jesus, que vós entregastes e negastes na
presença de Pilatos, estando ele resolvido a soltá-l’O.
Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino;
matastes o autor da Vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos e nós
somos testemunhas disso.
Foi pela fé no seu nome que este homem que vedes e conheceis
recuperou as forças; foi a fé que vem de Jesus que o curou
completamente, na presença de todos vós.
Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância, como também os
vossos chefes.
Foi assim que Deus cumpriu o que de antemão tinha anunciado pela boca
de todos os Profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Portanto, arrependei-vos e
convertei-vos para que os vossos pecados sejam perdoados».
Assim o Senhor fará que venham os tempos de conforto e vos enviará o
Messias Jesus que de antemão vos foi destinado.
Ele terá de ficar no Céu até à restauração universal que Deus
anunciou, desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos
profetas.
Moisés disse: ‘O Senhor Deus fará que se levante para vós, do meio
dos vossos irmãos, um profeta como eu. Escutá-lo-eis em tudo quanto
vos disser.
Quem não escutar esse profeta será exterminado do meio do povo’.
E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores,
anunciaram também estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus firmou com
vossos pais quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão
abençoadas todas as famílias da Terra’.
Foi para vós, em primeiro lugar, que Deus fez aparecer o seu Servidor
e O enviou para vos abençoar, afastando cada um de vós das suas
iniquidades».
Livro de Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.
Senhor, nosso
Deus,
como é admirável o vosso nome em toda a Terra!
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.
Ovelhas e bois, todos os rebanhos
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.
Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.
Naquele tempo, os
discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como
tinham reconhecido Jesus Cristo ao partir do pão.
Enquanto diziam isto, Jesus Cristo apresentou-Se no meio deles e
disse-lhes: «A paz esteja
convosco».
Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. (era o Filho,
a identidade de Jesus Cristo)
Disse-lhes Jesus Cristo: «Porque estais perturbados e porque se
levantam esses pensamentos nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne
nem ossos, como vedes que Eu tenho».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar,
perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?».
Deram-Lhe uma posta de peixe assado
que Ele tomou e começou a comer diante deles.
Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando
ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a
meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’».
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de
ressuscitar dos mortos ao terceiro dia
e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão
dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois testemunhas disso.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II
(1920-2005), papa
Entrai na esperança
«Jesus Cristo apresentou-Se no meio deles e disse-lhes:
"A paz esteja convosco"»
Temos,
mais do que nunca, necessidade de ouvir estas palavras de Jesus Cristo
ressuscitado: «Nada receeis!» (Mt 28,10). É uma necessidade para o
homem dos nossos dias […] que não cessa de ter medo no seu foro
íntimo e tem razões para isso […]. Como é uma necessidade para todos
os povos e para as nações do mundo inteiro. É preciso que, na
consciência de cada ser humano, se reforce a certeza de que existe
Alguém que tem nas mãos o destino deste mundo que passa, Alguém que
detém as chaves da morte e do inferno (Ap, 1,18), Alguém que é o Alfa
e o Omega da história do homem (Ap 22,13), quer da individual, quer
da colectiva e, sobretudo, a certeza de que este Alguém é Amor, o Amor incarnado, o Amor
crucificado e ressuscitado, o Amor incessantemente presente no meio
dos homens! Ele é o Amor eucarístico. Ele é uma fonte inesgotável de
comunhão. Ele é o único em quem podemos acreditar sem a menor reserva
quando nos pede: «Nada receeis»
Sexta-feira, dia 21 de Abril de 2017
Sexta-feira
NA OITAVA DA PÁSCOA
Naqueles dias,
estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de
nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e
os saduceus,
irritados por eles estarem a ensinar o povo e a anunciar a
ressurreição dos mortos que se verificara em Jesus Cristo.
Apoderaram-se deles e, porque já era tarde, meteram-nos na prisão
até ao dia seguinte.
Entretanto, muitos dos que tinham ouvido a palavra de Deus
abraçaram a fé e o número de homens elevou-se a uns cinco
mil.
No dia seguinte, os chefes do povo, os anciãos e os escribas
reuniram-se em Jerusalém,
com o sumo sacerdote Anás, com Caifás, João e Alexandre e todos os
que eram da família dos príncipes dos sacerdotes.
Mandaram vir os Apóstolos à sua presença e começaram a
interrogá-los: «Com que poder ou em nome de quem fizestes
semelhante coisa?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e
anciãos,
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um
enfermo e o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, de Nazaré,
que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que
este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença.
Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a
tornar-se pedra angular . E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos
homens, pelo qual possamos ser salvos».
Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.
Agradecei ao
Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que adoram o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
Senhor, salvai os vossos servidores,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós Vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.
Evangelho segundo S. João 21,1-14.
Naquele tempo,
Jesus Cristo manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do
mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo:
Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que
era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois
discípulos de Jesus Cristo.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós
vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela
noite não apanharam nada.
Ao romper da manhã, Jesus Cristo apresentou-Se na margem, mas os
discípulos não sabiam que era Ele.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?».
Eles responderam: «Não».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Lançai a rede para a direita do barco e
encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por
causa da abundância de peixes.
O discípulo predilecto de Jesus Cristo disse a Pedro: «É o Senhor».
Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica
que tinha tirado e lançou-se ao mar.
Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da
margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes.
Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima e
pão.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes
agora».
Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de
cento e cinquenta e três grandes peixes e, apesar de serem tantos,
não se rompeu a rede.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se
atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o
Senhor.
Jesus Cristo aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo
com os peixes.
Esta foi a terceira vez que Jesus Cristo Se manifestou aos seus
discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gregório de Narek
(c. 944-c. 1010), monge, poeta arménio
Livro de Orações, n.º 66
«Ao romper da manhã, Jesus
apresentou-Se na margem»
Deus
misericordioso, muito compassivo, amigo dos homens (Sab 1,6) [...],
quando Tu falas, nada é impossível, mesmo o que parece impossível
ao nosso espírito: és Tu que dás um fruto saboroso em troca dos
duros espinhos da nossa vida [...].
Senhor Jesus Cristo, sopro da nossa vida (Lam 4,20) e esplendor da
nossa beleza [...], luz e dador da luz, Tu não encontras prazer no
mal, não queres a perdição de ninguém, não desejas nunca a morte
(Ez 18,32). Não és abalado pela perturbação nem estás sujeito à
cólera; não és intermitente no teu amor nem modificas a tua
compaixão; jamais alteras a tua bondade. Não voltas as costas, não
desvias a face, mas és totalmente luz e vontade de salvação. Quando
queres perdoar, perdoas; quando queres curar, és poderoso; quando
queres vivificar, és capaz; quando concedes a tua graça, és
generoso; quando queres devolver a saúde, és prodigioso [...].
Quando queres renovar, és criador; quando queres ressuscitar, és o
Filho [...]. Quando, antes mesmo de nós To pedirmos, queres
estender a tua mão, não faltas com nada [...]. Se me queres
fortalecer, a mim que sou inseguro, és rochedo; se queres dar-me de
beber, a mim que estou sequioso, és fonte; se queres revelar o que
está escondido, és luz [...].
Tu, que para minha salvação, combateste com coragem [...], tomaste
sobre o teu corpo inocente todo o sofrimento das punições que
merecíamos, a fim de, ao tornares-Te exemplo, manifestares em acto
a compaixão que tens por nós.
Sábado, dia 22 de Abril de 2017
Sábado NA
OITAVA DA PÁSCOA
Naqueles
dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas, vendo a
firmeza de Pedro e de João e verificando que eram homens
iletrados e plebeus, ficaram surpreendidos. Reconheciam-nos como
companheiros de Jesus Cristo,
mas, como viam diante deles o homem que fora curado, nada podiam
replicar.
Mandaram-nos então sair do Sinédrio e começaram a deliberar entre
si:
«Que havemos de fazer a estes homens? Que se realizou por meio
deles um milagre, sabem-no todos os habitantes de Jerusalém e não
podemos negá-lo.
Mas para que isto não continue a divulgar-se entre o povo, vamos
intimá-los com ameaças que não falem desse nome a ninguém.
Chamaram-nos então e proibiram-nos terminantemente falar ou
ensinar em nome de Jesus.
Mas Pedro e João responderam: «Se é justo aos olhos de Deus
obedecer-vos antes a vós que a Ele, julgai-o vós próprios.
Nós é que não podemos
calar o que vimos e ouvimos».
Depois de novas ameaças, puseram-nos em liberdade, pois não
encontravam modo de os castigar, por causa do povo, uma vez que todos
davam glória a Deus pelo que tinha acontecido.
Livro de Salmos 118(117),1.14-15ab.16-18.19-21.
Agradecei ao
Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória,
foi Ele o meu Salvador.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios.
A mão do SENHOR foi magnífica;
a mão do
SENHOR fez maravilhas.»
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza
me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.
Abri-me as portas da justiça:
entrarei para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos agradeço porque me ouvistes
e fostes o meu Salvador.
Evangelho segundo S. Marcos 16,9-15.
Jesus Cristo ressuscitou
na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a
Maria de Magdala, da qual tinha expulsado sete demónios.
Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam
mergulhados em tristeza e pranto.
Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus Cristo estava vivo e fora
visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, manifestou-Se com aspecto diferente a dois deles
que iam a caminho do campo.
E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram
crédito.
Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa
e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração porque
não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: «Ide por
todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João da Cruz
(1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
A Subida ao Carmelo 3,31
«Censurou-os pela sua
incredulidade.»
Quando
há abundância de sinais e de testemunhos, é menos meritório
acreditar. [...] É por isso que Deus só realiza obras
maravilhosas quando elas são absolutamente necessárias para a fé
dos homens. Por este motivo e a fim de que os seus discípulos não
fossem privados do mérito da fé por terem tido experiência
directa da sua ressurreição, antes de lhes aparecer, dispôs as
coisas de modo que eles acreditassem sem O terem visto.
A Maria de Magdala, começou por lhe mostrar o túmulo vazio; em
seguida, instruiu-a por meio dos anjos porque «a fé vem da
pregação», como diz S. Paulo (Rom 10,17). O Senhor queria que ela
cresse ouvindo e antes de ver e, quando O viu, foi sob a
aparência de um jardineiro, a fim de completar a sua instrução na
fé.
Aos discípulos, começou por lhes enviar as santas mulheres que
lhes disseram que Ele tinha ressuscitado. Aos peregrinos de
Emaús, começou por lhes inflamar o coração na fé, antes de Se
lhes revelar. Por fim, repreendeu os discípulos por não terem
acreditado. E a Tomé, que tinha querido tocar-Lhe nas chagas,
disse: «Felizes os que,
sem terem visto, acreditam!» (Jo 20,29).©
Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente!
Toda a equipa do Evangelho Quotidiano se alegrou convosco no
domingo passado com o triunfo da Luz sobre as trevas, o triunfo
da Cruz gloriosa, da vitória da Vida sobre a morte!
Na Páscoa, contemplamos a infinita misericórdia de Deus:
eterna misericórdia do Pai, que nos dá o seu Filho único para nos
resgatar; eterna misericórdia do Filho que aceita tomar sobre os
seus ombros toda a nossa miséria, todos os nossos pecados, Ele
que viu verdadeiramente todos os nossos pecados passarem diante
dos seus olhos no Jardim das Oliveiras.
Na tarde da Ressurreição, Jesus Cristo aparece aos seus
apóstolos e institui o sacramento da penitência, dando-lhes o
poder de perdoarem os pecados. No dia do seu triunfo, a Divina Misericórdia dá-nos o sacramento que
afasta deste mundo o mal e o choro e chama-nos, a nós pecadores,
a uma vida nova. Se formos muitas vezes confessar-nos e
reconciliar-nos com Deus, obteremos todas as graças necessárias
para viver a nossa fé de uma forma cada vez mais perfeita e
poderemos assim enxertar-nos no coração misericordioso de Jesus Cristo
que nos encherá de Paz.
A equipa do Evangelho Quotidiano em língua portuguesa
http://goo.gl/RSVXh5
portal da Confraria Bolos D. Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia
Os meus blogues
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Europeia dos Descobrimentos
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(livros, música, postais, … cristãos)
http://www.amigosdoscastelos.org.pt/
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