domingo, 30 de abril de 2017

Cristianismo 205 até 29-04-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 23 de Abril de 2017

2.º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia)

Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações.
Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, toda a gente se enchia de temor.
Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum.
Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um.
Todos os dias frequentavam o templo como se tivessem uma só alma e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração,
louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava todos os dias o número dos que deviam salvar-se.

Livro de Salmos 118(117),2-4.13-15.22-24.
Diga a Casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a Casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que adoram o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.

Empurraram-me para cair,
mas o Senhor me amparou.
O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória,
foi Ele o meu Salvador.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.

1ª Carta de S. Pedro 1,3-9.
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva,
para uma herança que não se corrompe nem se mancha nem desaparece. Esta herança está reservada nos Céus para vós,
que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos últimos tempos.
Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco tempo, passar por diversas provações,
para que a prova a que é submetida a vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível que se prova pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se manifestar.
Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa
porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas.

Evangelho segundo S. João 20,19-31.
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus Cristo, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor.
Jesus Cristo disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes, os pecados ser-lhes-ão perdoados e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus Cristo.
Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus Cristo, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». (era o Filho que tantas vezes se declarou tal)
Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
Muitos outros milagres fez Jesus Cristo na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro.
Estes, porém foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho (de Deus) e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Tomás de Vilanova (c. 1487-1555), eremita de Santo Agostinho, bispo
Sermão para o domingo in albis
«Meu Senhor e meu Deus!»
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos», diz Tomé, «se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Espantoso endurecimento o deste discípulo: o testemunho de tantos irmãos e até a vista da sua alegria não bastam para lhe dar a fé. E eis que, para tomar conta dele, o Senhor aparece. O bom Pastor não suporta a perda da sua ovelha, ele que tinha dito a seu Pai: “Não perdi nenhum dos que me deste” (Jo 17,12). Que os pastores aprendam então a solicitude que devem manifestar para com as suas ovelhas, uma vez que o Senhor apareceu por causa de uma só. Toda a solicitude e todo o labor são pouca coisa em comparação com o interesse de uma única alma... Aquele que trouxer uma ovelha errante de volta ao redil ganhou um poderoso advogado junto de Deus.
“Aproxima o teu dedo e vê as minhas mãos, mete a mão no meu lado e não sejas incrédulo, mas fiel”. Feliz mão que perscrutou os segredos do coração de Jesus Cristo! Que riquezas não terá encontrado! Foi ao repousar sobre esse coração que João penetrou nos mistérios do céu. Penetrando-o, Tomé descobriu nele grandes tesouros. Admirável escola que formou tais discípulos! Graças a ela, o primeiro exprimiu acerca da divindade maravilhas mais altas do que os astros ao dizer: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus” (Jo 1,1); o outro, tocado pelo raio da Verdade, lançou esse grito sublime: “Meu Senhor e meu Deus!”

 

Segunda-feira, dia 24 de Abril de 2017

Segunda-feira da 2.ª semana da Páscoa

Santo do dia : S. Fidélis (Fiel) de Sigmaringa, mártir, +1622


Livro dos Actos dos Apóstolos 4,23-31.
Naqueles dias, Pedro e João, tendo sido postos em liberdade, voltaram para junto dos seus e contaram-lhes tudo o que os príncipes dos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito.
Depois de os ouvirem, invocaram a Deus numa só alma, dizendo: «Senhor, Vós fizestes o céu, a Terra, o mar e tudo o que neles se encontra;
Vós dissestes, mediante o Espírito Santo, pela boca do nosso pai David, vosso servidor: ‘Porque se agitaram em tumulto as nações e os povos intentaram vãos projectos?
Revoltaram-se os reis da Terra e os príncipes conspiraram juntos contra o Senhor e contra o seu Ungido’.
Na verdade, Herodes e Pôncio Pilatos uniram-se nesta cidade com as nações pagãs e os povos de Israel contra o vosso santo servidor Jesus Cristo, a quem ungistes.
Assim cumpriram tudo o que o vosso poder e sabedoria tinham de antemão determinado.
E agora, Senhor, vede como nos ameaçam e concedei aos vossos servidores que possam anunciar com toda a confiança a vossa palavra.
Estendei a vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios, em nome do vosso santo servidor Jesus Cristo».
Depois de terem rezado, tremeu o lugar onde estavam reunidos: todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a anunciar com firmeza a palavra de Deus.

Livro de Salmos 2,1-3.4-6.7-9.
Porque se agitam em tumulto as nações
e os povos intentam vãos projectos?
Revoltam-se os reis da Terra
e os príncipes conspiram juntos
contra o Senhor e contra o seu Ungido:
«Quebremos as suas algemas

e atiremos para longe o seu jugo».
Aquele que mora nos céus sorri,
o Senhor escarnece deles.
Então fala-lhes com ira
e com sua cólera os atemoriza:
«Fui Eu quem ungiu o meu Rei

sobre Sião, minha montanha sagrada».
Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações por herança
e os confins da Terra para teu domínio.
Hás-de governá-los com ceptro de ferro,

quebrá-los como vasos de barro».

Evangelho segundo S. João 3,1-8.
Havia um fariseu chamado Nicodemos que era um dos principais entre os judeus.
Foi ter com Jesus Cristo de noite e disse-Lhe: «Rabi, nós sabemos que vens da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode realizar os milagres que Tu fazes se Deus não está com ele».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus».
Disse-Lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo já velho? Pode entrar segunda vez no seio materno e voltar a nascer?»
Jesus Cristo respondeu: «Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
O que nasceu da carne é carne e o que nasceu do Espírito é espírito.
Não te admires por Eu te haver dito que todos devem nascer de novo.
O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Justino (c.100 -160), filósofo, mártir
Primeira Apologia
Primeiro testemunho histórico do baptismo cristão, em Roma, em meados do séc. II
Vamos expor de que maneira nós, renovados em Jesus Cristo, nos consagrámos a Deus. Aos que estiverem persuadidos e acreditarem no que ensinamos e prometerem viver em conformidade com essas verdades, exortamo-los a pedirem a Deus o perdão pelos seus pecados, com orações e jejuns e também nós oramos e jejuamos com eles. Depois, conduzimo-los a um lugar onde haja água e aí são regenerados tal como nós o fomos, isto é, recebem o baptismo da água em nome do Criador e Senhor Deus de todas as coisas, do nosso Salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo.
De facto, Jesus Cristo disse: «Se não nascerdes de novo, não entrareis no reino dos Céus.» Não se trata evidentemente de voltar a entrar no seio materno. O profeta Isaías explicou como podem evitar os pecados aqueles que os cometeram e fazem penitência. São estas as suas palavras: «Lavai-vos e purificai-vos; tirai a malícia das vossas almas e aprendei a praticar o bem.
[…] Vinde então para dialogarmos, diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, Eu os tornarei brancos como a lã» (Is 1,16s). […] Recebemos esta maneira de agir dos Apóstolos. No nosso primeiro nascimento, fomos gerados, sem disso termos consciência, por um instinto natural, na mútua união dos nossos pais. Porém, para termos também um nascimento que não seja fruto da simples natureza e da ignorância, mas de uma escolha consciente e obtermos pela água o perdão dos pecados cometidos, sobre o que desejar ser regenerado e fizer penitência dos pecados é pronunciado o nome do Criador e Senhor de todas as coisas […].
A esse baptismo dá-se o nome de iluminação porque os iniciados nesta doutrina ficam iluminados (= aura) na sua inteligência. Mas a purificação daquele que é iluminado também se faz em nome de Jesus Cristo, crucificado sob Pôncio Pilatos e em nome do Espírito Santo que, pelos Profetas, predisse tudo o que dizia respeito a Jesus.


Terça-feira, dia 25 de Abril de 2017

S. Marcos Evangelista, festa

Revesti-vos de humildade, uns para com os outros porque «Deus resiste aos soberbos e dá a graça aos humildes».
Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no tempo oportuno.
Confiai-Lhe todas as vossas preocupações porque Ele vela por vós.
Sede sóbrios e vigiai. O vosso inimigo, o diabo, anda à vossa volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.
Resisti-lhe, firmes na fé, sabendo que os vossos irmãos espalhados pelo mundo suportam os mesmos sofrimentos.
O Deus de toda a graça que vos chamou para a sua eterna glória em Jesus Cristo, depois de terdes sofrido um pouco, vos restabelecerá, vos aperfeiçoará, vos fortificará e vos tornará inabaláveis.
A Ele o poder e a glória pelos séculos dos séculos. Ámen.
Foi por meio de Silvano, a quem considero irmão de confiança, que vos escrevi estas breves palavras, para vos exortar e assegurar que é esta a verdadeira graça de Deus. Permanecei firmes nela.
Saúda-vos a comunidade estabelecida na Babilónia, eleita como vós e também Marcos, meu filho.
Saudai-vos uns aos outros com o ósculo da caridade. Paz a todos os que estais em Jesus Cristo.

Livro de Salmos 89(88),2-3.6-7.16-17.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

Senhor, os céus proclamam as vossas maravilhas
e a assembleia dos santos a vossa fidelidade.
Quem sobre as nuvens se pode comparar ao Senhor?
Quem entre os filhos de Deus será igual ao Senhor?

Feliz do povo que sabe aclamar-Vos e caminha, Senhor, à luz do vosso rosto.
Todos os dias aclama o vosso nome
e se gloria com a vossa justiça.

Evangelho segundo S. Marcos 16,15-20.
Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus.
Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Bruno de Segni (c. 1045-1123), bispo
Comentário ao Evangelho de Marcos
«O Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra»
O Senhor disse aos Onze: «Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados.» No início da Igreja, todos os sinais que o Senhor estabelece aqui foram cumpridos à risca, não só pelos apóstolos, mas por muitos outros santos. Os pagãos não teriam abandonado a adoração dos ídolos se a pregação do Evangelho não tivesse sido confirmada por tantos sinais e milagres. De facto, não pregavam os discípulos de Jesus Cristo «um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios», nas palavras de São Paulo? (1Cor 1,23) [...]
Para nós, doravante, deixaram de ser necessários sinais e prodígios: basta-nos ler ou ouvir o relato daqueles que foram realizados. Porque acreditamos nos Evangelhos, acreditamos nas Escrituras que os contam. E, no entanto, ainda hoje se produzem sinais todos os dias e, se prestarmos bem atenção, reconheceremos que eles têm muito mais valor do que os milagres materiais de outrora.
Todos os dias os padres administram o baptismo e chamam à conversão: não é isto expulsar os demónios? Todos os dias falam uma nova linguagem quando explicam a Sagrada Escritura, substituindo a letra antiga pela novidade do sentido espiritual. Põem em fuga as serpentes, quando libertam os corações dos pecadores de seus laços com o mal por meio de suaves exortações [...]; curam os doentes quando os reconciliam com Deus, através de suas orações, as almas enfermas. Estes eram os sinais que o Senhor havia prometido aos seus santos: eles os realizam ainda hoje.


Quarta-feira, dia 26 de Abril de 2017

Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa

Naqueles dias, o sumo sacerdote e todo o seu grupo, isto é, o partido dos saduceus, enfurecidos contra os Apóstolos,
mandaram-nos prender e meteram-nos na cadeia pública.
Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão, levou-os para fora e disse-lhes:
«Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas palavras de vida».
Tendo ouvido isto, eles entraram no templo de madrugada e começaram a ensinar. Entretanto, chegou o sumo sacerdote com o seu grupo. Convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos israelitas e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram para avisar:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta. Abrimo-la, mas não encontrámos ninguém lá dentro».
Ao ouvirem estas palavras, o comandante do templo e os príncipes dos sacerdotes ficaram muito perplexos, perguntando entre si o que se tinha passado com os presos.
Entretanto, veio alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na cadeia estão no templo a ensinar o povo».
Então o comandante do templo foi lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas sem violência porque tinham receio de serem apedrejados pelo povo.

Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Evangelho segundo S. João 3,16-21.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele».
Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado porque não acreditou no nome (Jesus Cristo) do Filho Unigénito de Deus.
E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), Papa
Encíclica «Dives in misericordia», § 7
Todo aquele que nele crê não perece, mas tem a vida eterna
Que nos ensina a cruz de Jesus Cristo que é, em certo sentido, a última palavra da sua mensagem e da sua missão messiânica? Em certo sentido — note-se bem — porque não é ela ainda a última palavra da Aliança de Deus. A última palavra seria pronunciada na madrugada quando, primeiro as mulheres e depois os Apóstolos, ao chegarem ao sepulcro de Jesus Cristo crucificado, o vão encontrar vazio e ouvem pela primeira vez este anúncio: «Ressuscitou». Depois, repetirão aos outros tal anúncio e serão testemunhas de Jesus Cristo Ressuscitado.
Mas, mesmo na glorificação do Filho (de Deus), continua a estar presente a Cruz que, através de todo o testemunho messiânico do Homem-Filho que nela morreu, fala e não cessa de falar de Deus-Pai que é absolutamente fiel ao seu eterno amor para com o homem, pois «amou tanto o mundo» e, portanto, o homem no mundo, «que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita nele não pereça, mas tenha a vida eterna».
Crer no Filho crucificado significa «ver o Pai» (Jo 14,9), significa crer que o amor está presente no mundo e que o amor é mais forte do que toda a espécie de mal em que o homem, a humanidade e o mundo estão envolvidos. Crer neste amor significa acreditar na misericórdia. Esta é, de facto, a dimensão indispensável do amor, é como que o seu segundo nome e, ao mesmo tempo, é o modo específico da sua revelação e actuação perante a realidade do mal que existe no mundo, que assedia e atinge o homem, que se insinua mesmo no seu coração e o «pode fazer perecer na Geena» (Mt 10,28).


Quinta-feira, dia 27 de Abril de 2017

Quinta-feira da 2.ª semana da Páscoa

Santo do dia : S. Pedro Canísio, presbítero, doutor da Igreja, +1597, Santa Zita, virgem, +1278

Livro dos Actos dos Apóstolos 5,27-33.
Naqueles dias, o comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e fizeram-nos comparecer diante do Sinédrio. O sumo sacerdote interpelou-os, dizendo:
«Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem».
Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve-se obedecer antes a Deus do que aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro.
Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados.
E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem».
Exasperados com esta resposta, decidiram dar-lhes a morte.

Livro de Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

A presença do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor.

Evangelho segundo S. João 3,31-36.
«Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da terra, à terra pertence e da terra fala.
Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho.
Quem recebe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro.
De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus porque Deus dá o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos.
Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Catequeses, 3
«Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus»
O Senhor disse-nos: «Esquadrinhai as Escrituras» (Jo 5,39). Esquadrinhai-as então e retende com muita exactidão e fé tudo o que elas dizem. Deste modo, conhecendo claramente a vontade de Deus [...], sereis capazes de distinguir, sem vos enganardes, o bem do mal, em lugar de ouvirdes qualquer espírito e de serdes levados por pensamentos nocivos.
Estai certos, meus irmãos, de que nada é tão favorável à nossa salvação como o cumprimento dos preceitos divinos do Senhor. [...] Precisaremos, no entanto, de muito amor, paciência e perseverança na oração para nos ser revelado o sentido de uma só palavra do Mestre, para conhecermos o grande mistério oculto nas suas mais pequenas palavras e para estarmos preparados para dar a nossa vida pelo mais pequeno traço dos mandamentos de Deus (cf Mt 5,18).
Porque a palavra de Deus é como uma espada de dois gumes (Heb 4,12) que penetra e retira da alma toda a cobiça e todo o instinto carnal. Mais do que isso, ela torna-se também como que um fogo devorador (Jer 20,9), quando reanima o ardor da nossa alma, quando nos faz desprezar todas as tristezas da vida e considerar as provações uma alegria (Tg 1,2), quando, perante a morte que os homens temem, nos faz desejar e abraçar a vida, ao dar-nos o meio de a alcançar.


Sexta-feira, dia 28 de Abril de 2017

Sexta-feira da 2.ª semana da Páscoa

Naqueles dias, levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei venerado por todo o povo e mandou sair os Apóstolos por uns momentos.
Depois disse: «Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a estes homens.
Há tempos, apareceu Teudas que dizia ser alguém e seguiram-no cerca de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada.
Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu, que arrastou o povo atrás de si. Também ele pereceu e todos os seus partidários foram dispersos.
Agora vou dar-vos um conselho: Não vos metais com estes homens: deixai-os. Porque se esta iniciativa ou esta obra, vem dos homens, acabará por si mesma.
Mas se vem de Deus, não podereis destruí-la e correis o risco de lutar contra Deus». Eles aceitaram o seu conselho.
Chamaram de novo os Apóstolos à sua presença e, depois de os terem mandado açoitar, proibiram-nos de falar no nome de Jesus e soltaram-nos.
Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus.
E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e anunciar a boa nova de que Jesus era o Messias (= Cristo).

Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.

Evangelho segundo S. João 6,1-15.
Naquele tempo, Jesus Cristo partiu para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades.
Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes.
Jesus Cristo subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos.
Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus Cristo disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?».
Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer.
Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um».
Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?».
Jesus Cristo respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil.
Então Jesus Cristo tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes e comeram quanto quiseram.
Quando ficaram saciados, Jesus Cristo disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca».
Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido.
Quando viram o milagre que Jesus Cristo fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo».
Mas Jesus Cristo, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§1333-1335
«Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.»
Encontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Jesus Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até à sua volta gloriosa, o que Ele fez na véspera da sua Paixão: «Tomou o pão», «Tomou o cálice cheio de vinho». Ao tornarem-se misteriosamente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório, agradecemos ao Criador pelo pão e pelo vinho, fruto «do trabalho do homem», mas antes «fruto da terra» e «da videira», dons do Criador. A Igreja vê neste gesto de Melquisedec, rei e sacerdote que «trouxe pão e vinho» (Gn 14,18), uma prefiguração de sua própria oferta.
Na antiga aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas eles recebem também um novo significado no contexto do êxodo: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egipto; a recordação do maná do deserto há-de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus. Finalmente, o pão de todos os dias é o fruto da Terra Prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. O «cálice de bênção» (1Cor 10,16), no fim da refeição pascal dos judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma dimensão escatológica: a da espera messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus Cristo instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do pão e do cálice.
O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães aos seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão da sua Eucaristia. O sinal da água transformada em vinho em Caná já anuncia a hora da glorificação de Jesus Cristo. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Jesus Cristo.

 

Sábado, dia 29 de Abril de 2017

Santa Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja, copadroeira da Europa

Santo do dia : Santa Catarina de Sena, virgem, Doutora da Igreja, Padroeira da Europa,+1380

1.ª Carta de S. João 1,5-10.2,1-2.
Caríssimos: Esta é a mensagem que ouvimos de Jesus Cristo e vos anunciamos: Deus é luz e n’Ele não há trevas.
Se dissermos que estamos em comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Mas se caminharmos na luz, como Ele vive na luz, estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda a maldade.
Se dissermos que não pecamos, fazemos d’Ele um mentiroso e a sua palavra não está em nós.
Meus filhos, escrevo-vos isto para que não pequeis. Mas se alguém pecar, nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai.
Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.

Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8-9.13-14.17-18a.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade;
Não está sempre a repreender
nem guarda ressentimento.
Como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O adoram.

Ele sabe de que somos formados
e não Se esquece de que somos pó da terra.
A bondade do Senhor permanece eternamente
sobre aqueles que O adoram

e a sua justiça sobre os filhos dos seus filhos,
sobre aqueles que guardam a sua aliança.

Evangelho segundo S. Mateus 11,25-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da Terra porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, Eu Te bendigo porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural).
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Diálogos, 167, 2-3
«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da Terra»
Pai, agradeço-Vos por não terdes desprezado a vossa criatura. Não desviastes de mim o vosso rosto nem rejeitastes os meus desejos. Vós, que sois a Luz, não considerastes as minhas trevas; Vós, que sois a Vida, não Vos afastastes de mim que sou a morte; Vós, que sois o Médico supremo, poisastes os olhos na minha grande enfermidade; Vós, que sois a pureza eterna, não Vos afastastes das minhas manchas e das minhas misérias; Vós sois o Infinito, eu o nada; Vós sois a Sabedoria, eu a loucura. A despeito das minhas faltas e dos inúmeros vícios que em mim existem, Vós não me desprezastes; sim, Vós, a Sabedoria, a Bondade, a Clemência; Vós, o Bem supremo e infinito. Na vossa luz, encontrei a luz; na vossa sabedoria, a verdade; na vossa clemência, a caridade e o amor do próximo. Quem Vos determinou? Não foram as minhas virtudes, foi a vossa caridade. O amor levou-Vos a aclarar o olhar da minha inteligência pela luz da fé, para me fazer conhecer e compreender a vossa Verdade que se manifestava a mim.
Fazei, Senhor, que a minha memória retenha os vossos benefícios; que a minha vontade se abrase com o fogo da vossa caridade; que esse amor me faça derramar todo o meu sangue e que, com esse sangue dado por amor do Sangue e com a chave da obediência, eu possa abrir a porta do céu. Peço-Vos do fundo do coração essa graça para todas as criaturas racionais, em geral e em particular, e para o Corpo Místico da Igreja. Confesso e não nego que me amastes antes do meu nascimento e que me amais até à loucura do amor.
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sábado, 22 de abril de 2017

Cristianismo 204 até 22-04-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 16 de Abril de 2017

DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:
Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo Demónio porque Deus estava com Ele».
Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz.
Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se,
não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos
Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos.
É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados».

Livro de Salmos 118(117),1-2.16ab-17.22-23.
Agradecei ao Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.

A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.


Carta aos Colossenses 3,1-4.
Irmãos: Se ressuscitastes com Jesus Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Jesus Cristo está sentado à direita de Deus.
Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da Terra.
Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo em Deus.
Quando Jesus Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos manifestareis com Ele na glória.

Evangelho segundo S. João 20,1-9.
No primeiro dia da semana, Maria de Magdala foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus Cristo e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou.
Entretanto, chegou também Simão Pedro que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão
e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus Cristo, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus Cristo devia ressuscitar dos mortos.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Homilia atribuída a São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Liturgia ortodoxa da Páscoa
«Entra na alegria do teu Senhor» (Mt 25,23)
Que todo o homem piedoso e amigo de Deus goze esta bela e luminosa festa! Que todo o servidor fiel entre com júbilo na alegria do seu Senhor! (Mt 25,23) O que carregou o peso do jejum venha agora receber a sua recompensa. O que trabalhou desde a primeira hora receba hoje o seu justo salário (Mt 20,1s). O que chegou depois de passada a terceira hora celebre esta festa na acção de graças. O que chegou depois da sexta hora não tenha receio, não ficará prejudicado. Se alguém tardou até à nona hora, aproxime-se sem hesitar. Se houver quem se atrasou até à décima primeira hora, não tenha medo da sua preguiça porque o Senhor é generoso e recebe o último como o primeiro [...], exerce misericórdia sobre aquele, mas cumula este. Dá a um e agracia o outro. [...]
Assim, pois entrai todos na alegria do vosso Senhor! Primeiros e últimos [...], ricos e pobres [...], os que vigiaram e os que se deixaram dormir [...], vós que jejuastes e vós que não jejuastes, alegrai-vos hoje! O festim está pronto, vinde todos (Mt 22,4)! O vitelo gordo está servido, que ninguém se vá embora com fome. Saciai-vos todos no banquete da fé, vinde servir-vos do tesouro da misericórdia. Que ninguém lamente a sua pobreza porque o Reino chegou para todos; que ninguém chore as suas faltas porque o perdão brotou do túmulo; que ninguém receie a morte porque a morte do Salvador dela nos libertou. Aquele que a morte tinha agarrado destruiu-a, Aquele que desceu aos infernos despojou-os. [...]
Isaías tinha-o predito ao dizer: «O inferno ficou consternado quando te encontrou» (14,9). O inferno ficou cheio de amargor [...] porque foi arruinado; humilhado porque foi entregue à morte; esmagado porque foi aniquilado. Apoderou-se de um corpo e viu-se diante de Deus; agarrou-se à terra e encontrou o céu; apropriou-se do que via e foi derrotado por causa do invisível. «Ó morte, onde está o teu aguilhão? Inferno, onde está a tua vitória?» (1Cor 15,55). Jesus Cristo ressuscitou e tu foste arruinado! Jesus Cristo ressuscitou e os demónios foram precipitados! Jesus Cristo ressuscitou e os anjos estão em júbilo! Jesus Cristo ressuscitou e já não há santos mortos nos túmulos porque Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, Se tornou as primícias dos que tinham adormecido. A Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos! Ámen.


Segunda-feira, dia 17 de Abril de 2017

Segunda-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo do dia : Santa Catarina Tekakwitha, índia, mártir, +1680, Beata Maria Ana de Jesus, virgem, +1624

Livro dos Actos dos Apóstolos 2,14.22-33.
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém, compreendei o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito: ‘O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa presença’.
Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós.
Mas como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Jesus Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos nem a sua carne conheceu a corrupção.
Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas.
Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo que Ele derramou, como vedes e ouvis».

Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.
Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos

nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.

Evangelho segundo S. Mateus 28,8-15.
Naquele tempo, Maria de Magdala e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição.
Jesus Cristo saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele.
Disse-lhes então Jesus Cristo: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão».
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido.
Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro,
com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’.
Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz».
Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 80; CCL 24A, 490ss.
«Não temais»
«Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui.» Assim falou o anjo às mulheres, ele que tinha aberto o túmulo por essa razão: não para fazer sair Jesus Cristo, que já não estava lá, mas para lhes mostrar isso mesmo: «Ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28,5-6). Vinde, mulheres, vinde. Vede o lugar onde tínheis depositado Adão, onde o género humano tinha sido sepultado. Compreendei que o perdão do Senhor foi tão grande quão grande tinha sido a injustiça que Lhe foi feita. [...] Quando as mulheres entram no sepulcro, tomam parte no acto de sepultar Jesus Cristo, tornam-se participantes da própria Paixão. Ao saírem do sepulcro, erguem-se na fé antes de ressuscitarem na carne: deixaram o túmulo, «cheias de temor e de grande alegria». [...] A Escritura diz: «Servi o Senhor com temor e estremecei de júbilo por Ele» (Sl 2,11).
«Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as.» Jesus Cristo vem ao encontro daquelas que correm com fé, para que reconheçam com os seus olhos Aquele em quem tinham acreditado pela fé. Quer confortar com a sua presença aquelas que tinham ficado a tremer pelo que lhes fora dito. [...] Vem ao seu encontro como um mestre, saúda-as como um familiar, devolve-lhes a vida por amor, guarda-as pelo temor. Saúda-as para que O sirvam amorosamente, para que o receio não as faça fugir. «Elas aproximaram-se e abraçaram-Lhe os pés». [...] A saudação quer dizer: toquem-Me. Quis ser agarrado, Ele que suportou que O amarrassem. [...]

Diz-lhes: «Não temais», tal como o anjo lhes dissera. Este tinha-as confirmado, Jesus Cristo vai torná-las mais fortes ainda. «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão.» Erguendo-Se de entre os mortos, Jesus Cristo tomou consigo o homem, não o abandonou. Chama-lhes, por isso, seus irmãos, àqueles que pelo corpo tinha tornado seus irmãos de sangue; chama-lhes irmãos, àqueles que adoptou como filhos de seu Pai. Chama-lhes irmãos àqueles que, como herdeiro pleno de bondade, quis tornar seus co-herdeiros.


Terça-feira, dia 18 de Abril de 2017

Terça-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo do dia: Beata Sabina Petrilli, religiosa, +1923

Livro dos Actos dos Apóstolos 2,36-41.
No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba com absoluta certeza toda a casa de Israel que Deus fez Senhor e Messias esse Jesus que vós crucificastes».
Ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?»
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um de vós o Baptismo em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis então o dom do Espírito Santo
porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para todos os que estando longe, ouvirem o apelo do Senhor nosso Deus».
E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo: «Salvai-vos desta geração perversa».
Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o Baptismo e naquele dia juntaram-se aos discípulos cerca de três mil pessoas.

Livro de Salmos 33(32),4-5.18-19.20.22.
A palavra do Senhor é recta, da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão: a Terra está cheia da bondade do Senhor.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O adoram, para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade porque em Vós esperamos, Senhor.

Evangelho segundo S. João 20,11-18.
Naquele tempo, Maria de Magdala estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro
e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus Cristo.
Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela respondeu-lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo de pé, sem saber que era Ele.
Disse-lhe Jesus Cristo: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!». Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!».
Jesus Cristo disse-lhe: «Não Me detenhas porque ainda não subi para o Pai.
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria de Magdala foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja
74.ª oração; PL 158, 1010-1012
«Porque choras?»
«Mulher, porque choras?» Bem-amado Senhor, como podes perguntar porque chora ela? Não é verdade que Te viu cruelmente imolado, atravessado por pregos, suspenso do madeiro como um salteador, entregue às zombarias dos ímpios? Como podes dizer-lhe: «Mulher, porque choras?» Ela não conseguiu arrancar-Te à morte, mas queria ao menos embalsamar o teu corpo para o preservar da corrupção o máximo de tempo possível. [...] E eis que, para cúmulo, julga ter perdido esse corpo que tinha ainda a alegria de possuir. Com essa perda, toda a esperança se esfumou para ela, se nada pode guardar em memória de Ti. Como podes perguntar-lhe, nesse preciso momento: «Mulher, porque choras? Quem procuras?»
Ó bom Senhor, vê que é a tua discípula fiel, resgatada pelo teu sangue, que está atormentada pelo desejo de Te ver. Vais permitir que tal sofrimento dure muito tempo? Agora que escapaste à corrupção, perdeste toda a compaixão? Agora que atingiste a imortalidade, esqueceste a misericórdia? Não, a tua doce bondade, Amigo, leva-Te a intervir sem tardar para que aquela que chora o seu Senhor não ceda à amargura do coração.
«Maria!» Ó Senhor, tu chamaste a tua servidora pelo seu nome e ela reconheceu imediatamente a voz familiar do seu Senhor. «Maria!» Palavra tão doce, tão transbordante de ternura e de amor! Ser-Te-ia impossível, Mestre, dizê-lo de forma mais breve e mais forte: «Maria! Sei quem tu és. Sei o que queres. Eis-Me aqui! Não chores mais. Eis-Me aqui, Aquele que procuras.» Imediatamente as lágrimas mudam de natureza; pois como poderiam ser estancadas quando agora brotam de um coração em festa?

 

Quarta-feira, dia 19 de Abril de 2017

Quarta-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Naqueles dias, Pedro e João subiam ao templo para a oração das três horas da tarde.
Trouxeram então um homem, coxo de nascença, que colocavam todos os dias à porta do templo, chamada Porta Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
Ao ver Pedro e João que iam a entrar no templo, pediu-lhes esmola.
Pedro, juntamente com João, olhou fixamente para ele e disse-lhe: «Olha para nós».
O coxo olhava atentamente para Pedro e João, esperando receber deles alguma coisa.
Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho: em nome de Jesus Cristo, de Nazaré, levanta-te e anda».
E tomando-lhe a mão direita, levantou-o. Nesse instante, fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos,
levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar; depois entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus.
Toda a gente o viu caminhar e louvar a Deus
e, sabendo que era aquele que costumava estar sentado, a mendigar, à Porta Formosa do templo, ficaram cheios de admiração e assombro pelo que lhe tinha acontecido.

Livro de Salmos 105(104),1-2.3-4.6-7.8-9.
Agradecei ao Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Cantai-Lhe salmos e hinos,
proclamai todas as suas maravilhas.

Gloriai-vos no seu nome santo,
exulte o coração dos que procuram o Senhor.
Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua presença.

Vós, descendentes de Abraão, seu servidor,
filhos de Jacob, seu eleito,
o Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.

Evangelho segundo S. Lucas 24,13-35.
Dois dos discípulos de Jesus Cristo iam a caminho de uma povoação chamada Emaús que ficava a duas léguas de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam, Jesus Cristo aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. (porque tinham presenciado tudo o que lhe tinha acontecido e morrido na cruz; como podia passar pelas suas mentes que ele estava ao seu lado?)
Ele perguntou-lhes. «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?». Pararam, com ar muito triste,
e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?». Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro,
não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo.
Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram».
Então Jesus Cristo disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?».
Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus Cristo fez menção de ir para diante,
mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Fica connosco porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus Cristo entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença.(era o corpo celeste de Jesus Cristo, a sua identidade)
Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?».
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles,
que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».
E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja
Homilia 23 sobre o Evangelho
«Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem»
Acabais de o ouvir, irmãos caríssimos: dois discípulos de Jesus Cristo caminhavam na estrada e, embora não acreditando nele, sobre Ele falavam. O Senhor apareceu-lhes, sem contudo Se lhes mostrar sob uma forma por que O pudessem reconhecer. O Senhor realizou, portanto, no exterior, aos olhos do corpo, o que neles se cumpria no interior, aos olhos do coração. No seu próprio interior, os discípulos amavam e duvidavam em simultâneo; no exterior, o Senhor estava presente sem, no entanto manifestar Quem era. Àqueles que dele falavam, oferecia a sua presença; mas aos que duvidavam dele, escondia o seu aspecto habitual que lhes teria permitido reconhecê-Lo.
Trocou algumas palavras com eles, reprovou-lhes a lentidão em compreender, explicou-lhes os mistérios da Sagrada Escritura que Lhe diziam respeito. E, no entanto, no coração deles continuava a ser um estranho, por falta de fé; fez então menção de seguir para diante [...]. A Verdade, que é simples, nada fez com duplicidade, mas manifestou-Se simplesmente aos discípulos no seu corpo tal como estava no espírito deles.
Com esta prova, o Senhor queria ver se os que ainda não O amavam como Deus eram ao menos capazes de O amar como viajante. Ora, a Verdade caminhava com eles; não podiam, pois, continuar estranhos ao amor: ofereceram-Lhe hospitalidade, propondo-Lhe que pernoitasse com eles, como se costuma fazer aos viajantes. Mas porque dizemos que Lho propuseram, quando está escrito: «Insistiram com Ele»? Este exemplo mostra-nos bem que não devemos apenas oferecer hospitalidade aos viajantes, mas fazê-lo com insistência.
Os discípulos puseram a mesa, ofereceram da sua ceia e, não tendo reconhecido ao Filho quando da sua explicação da Sagrada Escritura, eis que O reconhecem agora, na fracção do pão. Não foi, pois ao escutar os mandamentos de Deus que ficaram iluminados, mas ao pô-los em prática.


Quinta-feira, dia 20 de Abril de 2017

Quinta-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Naqueles dias, o coxo de nascença que tinha sido curado não largava Pedro e João e todo o povo, cheio de assombro, acorreu para junto deles, ao pórtico de Salomão.
Ao ver isto, Pedro falou ao povo, dizendo: «Homens de Israel, porque vos admirais com isto? Porque fitais os olhos em nós, como se fosse pelo nosso próprio poder ou piedade que fizemos andar este homem?
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais, glorificou o seu Servidor Jesus, que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos, estando ele resolvido a soltá-l’O.
Negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino;
matastes o autor da Vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos e nós somos testemunhas disso.
Foi pela fé no seu nome que este homem que vedes e conheceis recuperou as forças; foi a fé que vem de Jesus que o curou completamente, na presença de todos vós.
Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância, como também os vossos chefes.
Foi assim que Deus cumpriu o que de antemão tinha anunciado pela boca de todos os Profetas: que o seu Messias havia de padecer.
Portanto, arrependei-vos e convertei-vos para que os vossos pecados sejam perdoados».
Assim o Senhor fará que venham os tempos de conforto e vos enviará o Messias Jesus que de antemão vos foi destinado.
Ele terá de ficar no Céu até à restauração universal que Deus anunciou, desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas.
Moisés disse: ‘O Senhor Deus fará que se levante para vós, do meio dos vossos irmãos, um profeta como eu. Escutá-lo-eis em tudo quanto vos disser.
Quem não escutar esse profeta será exterminado do meio do povo’.
E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, anunciaram também estes dias.
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus firmou com vossos pais quando disse a Abraão: ‘Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da Terra’.
Foi para vós, em primeiro lugar, que Deus fez aparecer o seu Servidor e O enviou para vos abençoar, afastando cada um de vós das suas iniquidades».

Livro de Salmos 8,2a.5.6-7.8-9.
Senhor, nosso Deus,
como é admirável o vosso nome em toda a Terra!
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?

Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.

Ovelhas e bois, todos os rebanhos
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.
Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus Cristo ao partir do pão.
Enquanto diziam isto, Jesus Cristo apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. (era o Filho, a identidade de Jesus Cristo)
Disse-lhes Jesus Cristo: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?».
Deram-Lhe uma posta de peixe assado
que Ele tomou e começou a comer diante deles.
Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’».
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia
e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois testemunhas disso.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Entrai na esperança
«Jesus Cristo apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco"»
Temos, mais do que nunca, necessidade de ouvir estas palavras de Jesus Cristo ressuscitado: «Nada receeis!» (Mt 28,10). É uma necessidade para o homem dos nossos dias […] que não cessa de ter medo no seu foro íntimo e tem razões para isso […]. Como é uma necessidade para todos os povos e para as nações do mundo inteiro. É preciso que, na consciência de cada ser humano, se reforce a certeza de que existe Alguém que tem nas mãos o destino deste mundo que passa, Alguém que detém as chaves da morte e do inferno (Ap, 1,18), Alguém que é o Alfa e o Omega da história do homem (Ap 22,13), quer da individual, quer da colectiva e, sobretudo, a certeza de que este Alguém é Amor, o Amor incarnado, o Amor crucificado e ressuscitado, o Amor incessantemente presente no meio dos homens! Ele é o Amor eucarístico. Ele é uma fonte inesgotável de comunhão. Ele é o único em quem podemos acreditar sem a menor reserva quando nos pede: «Nada receeis»

Sexta-feira, dia 21 de Abril de 2017

Sexta-feira NA OITAVA DA PÁSCOA

Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por eles estarem a ensinar o povo e a anunciar a ressurreição dos mortos que se verificara em Jesus Cristo.
Apoderaram-se deles e, porque já era tarde, meteram-nos na prisão até ao dia seguinte.
Entretanto, muitos dos que tinham ouvido a palavra de Deus abraçaram a fé e o número de homens elevou-se a uns cinco mil.
No dia seguinte, os chefes do povo, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém,
com o sumo sacerdote Anás, com Caifás, João e Alexandre e todos os que eram da família dos príncipes dos sacerdotes.
Mandaram vir os Apóstolos à sua presença e começaram a interrogá-los: «Com que poder ou em nome de quem fizestes semelhante coisa?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos,
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Cristo, de Nazaré, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se encontra perfeitamente curado na vossa presença.
Jesus é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que veio a tornar-se pedra angular . E em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome, dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos».

Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.
Agradecei ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que adoram o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.

A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.

Senhor, salvai os vossos servidores,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós Vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.

Evangelho segundo S. João 21,1-14.
Naquele tempo, Jesus Cristo manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo:
Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus Cristo.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper da manhã, Jesus Cristo apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Eles responderam: «Não».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes.
O discípulo predilecto de Jesus Cristo disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar.
Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes.
Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima e pão.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora».
Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?» porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus Cristo aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes.
Esta foi a terceira vez que Jesus Cristo Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Gregório de Narek (c. 944-c. 1010), monge, poeta arménio
Livro de Orações, n.º 66
«Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem»
Deus misericordioso, muito compassivo, amigo dos homens (Sab 1,6) [...], quando Tu falas, nada é impossível, mesmo o que parece impossível ao nosso espírito: és Tu que dás um fruto saboroso em troca dos duros espinhos da nossa vida [...].
Senhor Jesus Cristo, sopro da nossa vida (Lam 4,20) e esplendor da nossa beleza [...], luz e dador da luz, Tu não encontras prazer no mal, não queres a perdição de ninguém, não desejas nunca a morte (Ez 18,32). Não és abalado pela perturbação nem estás sujeito à cólera; não és intermitente no teu amor nem modificas a tua compaixão; jamais alteras a tua bondade. Não voltas as costas, não desvias a face, mas és totalmente luz e vontade de salvação. Quando queres perdoar, perdoas; quando queres curar, és poderoso; quando queres vivificar, és capaz; quando concedes a tua graça, és generoso; quando queres devolver a saúde, és prodigioso [...]. Quando queres renovar, és criador; quando queres ressuscitar, és o Filho [...]. Quando, antes mesmo de nós To pedirmos, queres estender a tua mão, não faltas com nada [...]. Se me queres fortalecer, a mim que sou inseguro, és rochedo; se queres dar-me de beber, a mim que estou sequioso, és fonte; se queres revelar o que está escondido, és luz [...].
Tu, que para minha salvação, combateste com coragem [...], tomaste sobre o teu corpo inocente todo o sofrimento das punições que merecíamos, a fim de, ao tornares-Te exemplo, manifestares em acto a compaixão que tens por nós.


Sábado, dia 22 de Abril de 2017

Sábado NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo do dia : S. Sotero, papa, mártir, +174, Santa Senhorinha, virgem, +982

Livro dos Actos dos Apóstolos 4,13-21.
Naqueles dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas, vendo a firmeza de Pedro e de João e verificando que eram homens iletrados e plebeus, ficaram surpreendidos. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus Cristo,
mas, como viam diante deles o homem que fora curado, nada podiam replicar.
Mandaram-nos então sair do Sinédrio e começaram a deliberar entre si:
«Que havemos de fazer a estes homens? Que se realizou por meio deles um milagre, sabem-no todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo.
Mas para que isto não continue a divulgar-se entre o povo, vamos intimá-los com ameaças que não falem desse nome a ninguém.
Chamaram-nos então e proibiram-nos terminantemente falar ou ensinar em nome de Jesus.
Mas Pedro e João responderam: «Se é justo aos olhos de Deus obedecer-vos antes a vós que a Ele, julgai-o vós próprios.
Nós é que não podemos calar o que vimos e ouvimos».
Depois de novas ameaças, puseram-nos em liberdade, pois não encontravam modo de os castigar, por causa do povo, uma vez que todos davam glória a Deus pelo que tinha acontecido.

Livro de Salmos 118(117),1.14-15ab.16-18.19-21.
Agradecei ao Senhor, porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória,
foi Ele o meu Salvador.
Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios.

Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos:
a mão do Senhor fez prodígios.
A mão do SENHOR foi magnífica;
a mão do SENHOR fez maravilhas.»
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.

Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.
Abri-me as portas da justiça:
entrarei para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.

Eu Vos agradeço porque me ouvistes
e fostes o meu Salvador.

Evangelho segundo S. Marcos 16,9-15.
Jesus Cristo ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a Maria de Magdala, da qual tinha expulsado sete demónios.
Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto.
Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus Cristo estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, manifestou-Se com aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo.
E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram crédito.
Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
A Subida ao Carmelo 3,31
«Censurou-os pela sua incredulidade.»
Quando há abundância de sinais e de testemunhos, é menos meritório acreditar. [...] É por isso que Deus só realiza obras maravilhosas quando elas são absolutamente necessárias para a fé dos homens. Por este motivo e a fim de que os seus discípulos não fossem privados do mérito da fé por terem tido experiência directa da sua ressurreição, antes de lhes aparecer, dispôs as coisas de modo que eles acreditassem sem O terem visto.
A Maria de Magdala, começou por lhe mostrar o túmulo vazio; em seguida, instruiu-a por meio dos anjos porque «a fé vem da pregação», como diz S. Paulo (Rom 10,17). O Senhor queria que ela cresse ouvindo e antes de ver e, quando O viu, foi sob a aparência de um jardineiro, a fim de completar a sua instrução na fé.
Aos discípulos, começou por lhes enviar as santas mulheres que lhes disseram que Ele tinha ressuscitado. Aos peregrinos de Emaús, começou por lhes inflamar o coração na fé, antes de Se lhes revelar. Por fim, repreendeu os discípulos por não terem acreditado. E a Tomé, que tinha querido tocar-Lhe nas chagas, disse: «Felizes os que, sem terem visto, acreditam!» (Jo 20,29).
©
Jesus Cristo ressuscitou verdadeiramente! 
Toda a equipa do Evangelho Quotidiano se alegrou convosco no domingo passado com o triunfo da Luz sobre as trevas, o triunfo da Cruz gloriosa, da vitória da Vida sobre a morte!
Na Páscoa, contemplamos a infinita misericórdia de Deus: eterna misericórdia do Pai, que nos dá o seu Filho único para nos resgatar; eterna misericórdia do Filho que aceita tomar sobre os seus ombros toda a nossa miséria, todos os nossos pecados, Ele que viu verdadeiramente todos os nossos pecados passarem diante dos seus olhos no Jardim das Oliveiras.
Na tarde da Ressurreição, Jesus Cristo aparece aos seus apóstolos e institui o sacramento da penitência, dando-lhes o poder de perdoarem os pecados. No dia do seu triunfo, a Divina Misericórdia dá-nos o sacramento que afasta deste mundo o mal e o choro e chama-nos, a nós pecadores, a uma vida nova. Se formos muitas vezes confessar-nos e reconciliar-nos com Deus, obteremos todas as graças necessárias para viver a nossa fé de uma forma cada vez mais perfeita e poderemos assim enxertar-nos no coração misericordioso de Jesus Cristo que nos encherá de Paz. 
A equipa do Evangelho Quotidiano em língua portuguesa

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Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

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