domingo, 25 de março de 2018

Cristianismo 252 até 24-03-2018


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

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Domingo, dia 18 de Março de 2018

5.º Domingo da Quaresma

Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova.
Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles violaram, embora Eu exercesse o meu domínio sobre eles, diz o Senhor.
Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Já não terão de se instruir uns aos outros nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.

Livro de Salmos 51(50),3-4.12-13.14-15.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.
Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós.

Carta aos Hebreus 5,7-9.
Nos dias da sua vida mortal, Jesus Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento
e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.

Evangelho segundo São João 12,20-33.
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa,
foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus».
Filipe foi dizê-lo a André e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus Cristo.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho (do homem) vai ser glorificado.
Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém Me quiser servir que Me siga e onde Eu estiver, ali estará também o meu servidor. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O».
A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou».
Disse Jesus Cristo: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa.
Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo.
E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim».
Falava deste modo para indicar de que morte ia morrer.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 305, 4.º para a festa de São Lourenço
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13)
A vossa fé reconhece quem é este grão de trigo que cai à terra e que morre antes de dar muito fruto; Ele habita na vossa alma; nenhum cristão duvida de que Jesus Cristo falava de Si mesmo. [...] Escutai-me, grãos de trigo sagrados que aqui vos encontrais, [...] ou melhor, escutai através de mim o primeiro grão de trigo que nos diz: não ameis a vossa vida neste mundo; não a ameis se verdadeiramente a amais, pois é não a amando que a salvareis. [...] «Quem ama a sua vida, perdê-la-á».
Quem assim fala é o grão lançado à terra, Aquele que morreu para dar muito fruto. Escutai-O porque Ele faz aquilo que diz. Ele instrui-nos e mostra-nos o caminho com o seu exemplo. Com efeito, Jesus Cristo não reivindicou a sua vida neste mundo, mas veio para perdê-la, para entregá-la por nós e para retomá-la quando quis [...]: «Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar» (Jo 10,18).
Mas, se tinha esse poder divino porque foi que disse: «Agora a minha alma está perturbada»? Como se explica que, detendo tal poder, este homem - o Filho - Se tenha perturbado, a não ser porque carrega a imagem da nossa fraqueza? Quando afirma: «Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar», Jesus Cristo mostra-Se tal como é em Si mesmo. Quando Se mostra perturbado com a aproximação da morte, mostra-Se tal como é em ti.


Segunda-feira, dia 19 de Março de 2018

São JOSÉ, esposo da Virgem Santa Maria, padroeiro da Igreja universal - Solenidade


Santo do dia :
São José, esposo da Virgem Maria

Livro de 2.º Samuel 7,4-5a.12-14a.16.
Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servidor David: Assim fala o Senhor:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um Pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».

Livro de Salmos 89(88),2-3.4-5.27.29.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,

no céu permanece firme a vossa fidelidade.
Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servidor:
Conservarei a tua descendência para sempre,

estabelecerei o teu trono por todas as gerações.
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,

a minha aliança com ele será irrevogável.

Carta aos Romanos 4,13.16-18.22.
Irmãos: Não foi por meio da Lei, mas pela justiça da fé que se fez a Abraão ou à sua descendência a promessa de que receberia o mundo como herança.
Portanto a herança vem pela , para que seja dom gratuito de Deus e a promessa seja válida para toda a descendência, não só para a descendência segundo a Lei, mas também para a descendência segundo a fé de Abraão. Ele é o pai de todos nós,
como está escrito: «Fiz de ti o pai de muitos povos». Ele é o nosso pai diante d’Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência o que não existe.
Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou, tornando-se pai de muitos povos, como lhe tinha sido dito: «Assim será a tua descendência».
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».

Evangelho segundo São Mateus 1,16.18-21.24a.
Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo.
Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cláudio de la Colombière (1641-1682), jesuíta
1.º Panegírico de São José
«Não temas receber Maria, tua esposa»
Sabemos muito pouco da vida de São José. O Evangelho não relata mais do que dois ou três factos e um autor antigo observou que não se encontra nele nenhuma palavra sua. Talvez [...] o Espírito Santo quisesse com isso assinalar o silêncio e a humildade de São José, o seu amor pela solidão e a vida escondida. Seja como for, perdemos muito com isso. Se o Senhor tivesse permitido que soubéssemos detalhes da vida deste grande santo, com certeza que nela encontraríamos belos exemplos, excelentes regras, sobretudo para quem vive no estado de casado. [...]
A vida de São José pode dividir-se em duas partes: a primeira é a que precede o seu casamento; a segunda é a que se lhe segue. Não sabemos absolutamente nada da primeira e da segunda sabemos muito pouco. Afirmo, no entanto, que ambas foram muito santas: a primeira, porque foi coroada por casamento tão vantajoso e a segunda foi ainda mais santa porque toda ela se passou neste casamento. [...]
Que proveito deve São José ter tirado dos muitos anos de diálogo que manteve quase continuamente com a Santíssima Virgem! [...] Não tenho qualquer dúvida de que o próprio silêncio de Maria foi extremamente edificante e de que só olhar para Ela era suficiente para ele se sentir levado a amar Deus e a desprezar tudo o resto. Mas quais não seriam os discursos de uma alma onde o Espírito Santo habitava, onde Deus tinha derramado uma plenitude de graças que Lhe tinha mais amor que todos os serafins juntos! Que fogo não sairia desta boca quando ela se abria para exprimir os sentimentos do seu coração! Que frialdades, que gelos este fogo não teria dissipado! E que efeito não teria ele tido em José que já tinha uma tão grande disposição para ser inflamado! [...] Este grande fogo, capaz de abrasar toda a Terra, teve só o coração de José para acalorar e consumir durante muitos anos. [...] Se Ela acreditou que o coração de São José era uma parte do seu, que cuidados não terá tido em o inflamar do amor de Deus!


Terça-feira, dia 20 de Março de 2018

Terça-feira da 5.ª semana da Quaresma

Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para o Mar Vermelho, contornando a terra de Edom. No caminho, o povo impacientou-se
e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto, para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável».
Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel.
O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor, para que afaste de nós as serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo.
Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado».
Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado.

Livro de Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21.
Ouvi, Senhor, a minha oração
e chegue até Vós o meu clamor.
Não escondais o vosso rosto
no dia da minha aflição.
Inclinai para mim o vosso ouvido;
no dia em que chamar por Vós

respondei-me sem demora.
Os povos adorarão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da Terra a vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz

e não desprezará a sua oração.
Escreva-se tudo isto para as gerações futuras
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada,
lá do Céu o Senhor olhou para a Terra,
para ouvir os gemidos dos cativos,

para libertar os condenados à morte.

Evangelho segundo São João 8,21-30.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos fariseus: «Eu vou partir. Haveis de procurar-Me e morrereis no vosso pecado. Vós não podeis ir para onde Eu vou».
Diziam então os judeus: «Irá Ele matar-Se? Será por isso que Ele afirma: ‘Vós não podeis ir para onde Eu vou’?»
Mas Jesus Cristo continuou, dizendo: «Vós sois cá de baixo, Eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo.
Ora Eu disse-vos que morrereis nos vossos pecados porque, se não acreditardes que ‘Eu sou’, morrereis nos vossos pecados».
Então perguntaram-Lhe: «Quem és Tu?» Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Absolutamente aquilo que vos digo.
Tenho muito que dizer e julgar a respeito de vós. Mas Aquele que Me enviou é verdadeiro e Eu comunico ao mundo o que Lhe ouvi».
Eles não compreenderam que lhes falava do Pai.
Disse-lhes então Jesus Cristo: «Quando levantardes o Filho (do homem), então sabereis que ‘Eu sou’ e que por Mim nada faço, mas falo como o Pai Me ensinou.
Aquele que Me enviou está comigo: não Me deixou só porque Eu faço sempre o que é do seu agrado».
Enquanto Jesus Cristo dizia estas palavras, muitos acreditaram n’Ele.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Filoxeno de Mabug (?-c. 523), bispo da Síria
Carta sobre a vida monástica
«E Eu, quando for erguido da Terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12,32)
Aprende e vê, meu irmão [...], que há no deserto muitas serpentes que mordem a multidão dos teus pensamentos e que são: injúrias, difamações, angústias, murmúrios, disputas, calúnias que são lançadas contra ti. [...] Se queres escapar-lhes, faz o que faziam os israelitas: olhavam para a serpente de bronze que Moisés tinha feito. E todos os que a olhavam eram curados. Também tu, quando te vires mordido por uma dessas serpentes, contempla Nosso Senhor Jesus Cristo suspenso na cruz. [...] Como diz o apóstolo Paulo, põe os olhos «em Jesus Cristo, autor e consumador da fé. Ele, renunciando à alegria que Lhe fora proposta, sofreu a cruz, desprezando a ignomínia e sentou-se à direita do trono de Deus» (Heb 12,2). [...]
Eis, em poucas palavras, como deves ter os olhos fixos nele, quando fores mordido pelas serpentes: quando fores desonrado, fixa os olhos nele, que também foi desonrado e foi-o por ti, tratado por demónio e por samaritano (Jo 8, 48) [...], escarnecido, esbofeteado, cuspido na cara, deram-Lhe vinagre e fel, feriram-Lhe a cabeça com espinhos. Se fores mordido por um pensamento de vanglória, por te confiarem tarefas importantes, lembra-te daquelas palavras de Nosso Senhor: «Quando tiverdes cumprido tudo o que vos foi ordenado, dizei: "somos servidores inúteis"» (Lc 17,10). E se tiveres vontade de desprezar o teu irmão por causa da sua fraqueza, fixa os olhos naquele que tinha mais solicitude pelos pecadores, os publicanos e as prostitutas, para os converter a Si do que pelos justos que não tinham necessidade de conversão. E, quando as paixões naturais e os demónios te oprimirem, fixa os olhos nele, pregado na Cruz, cravado de mãos e pés. [...]
Medita sem cessar no teu coração acerca destas coisas e o veneno das serpentes desaparecerá do teu coração. É que, pela sua crucifixão, Jesus Cristo está mais próximo de ti do que a serpente de bronze estava dos hebreus, pois habita o teu coração e nas pregas secretas da tua alma resplandece a luz do seu rosto glorioso.


Quarta-feira, dia 21 de Março de 2018

Quarta-feira da 5.ª semana da Quaresma

Santo do dia : São Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487, São Bento (Trânsito)

Livro de Daniel 3,14-20.91-92.95.
Naqueles dias, Nabucodonosor, rei de Babilónia, disse aos três jovens israelitas: «Será verdade, Sidrac, Misac e Abdénago, que não prestais culto aos meus deuses nem adorais a estátua de ouro que mandei levantar?
Pois bem. Quando ouvirdes tocar a trombeta, a flauta, a cítara, a harpa, o saltério, a gaita de foles e todos os outros instrumentos, estais dispostos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Se não a quiserdes adorar, sereis imediatamente lançados na fornalha ardente. E qual é o deus que poderá livrar-Vos das minhas mãos?».
Sidrac, Misac e Abdénago responderam ao rei Nabucodonosor: «Não é necessário responder-te a propósito disto, ó rei.
O nosso Deus, a quem prestamos culto, pode livrar-nos da fornalha ardente e livrar-nos também das tuas mãos.
Mas ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto aos teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que mandaste levantar».
Então Nabucodonosor encheu-se de cólera e alterou o semblante contra Sidrac, Misac e Abdénago. Mandou aquecer a fornalha sete vezes mais do que o costume
e ordenou a alguns dos seus mais valentes guerreiros que ligassem Sidrac, Misac e Abdénago e os lançassem na fornalha ardente.
Entretanto, o rei Nabucodonosor, sobressaltado, levantou-se precipitadamente e perguntou aos seus conselheiros: «Não é verdade que ligámos e lançámos três homens na fornalha ardente?» Eles responderam: «Certamente, ó rei».
Continuou o rei: «Mas eu vejo quatro homens a passearem livremente no meio do fogo sem nada sofrerem e o quarto tem o aspecto de um filho dos deuses».
Então Nabucodonosor exclamou: «Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdénago, que enviou o seu Anjo para livrar os seus servidores que, confiando n’Ele, desobedeceram à ordem do rei e arriscaram a sua vida a fim de não prestarem culto ou adoração a qualquer divindade que não fosse o seu Deus».

Livro de Daniel 3,52.53.54.55.56.
Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais: digno de louvor e de glória para sempre. Bendito o vosso nome glorioso e santo: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no templo santo da vossa glória: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no trono da vossa realeza: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais, Vós que sondais os abismos e estais sentado sobre os Querubins: digno de louvor e de glória para sempre.
Bendito sejais no firmamento do céu: digno de louvor e de glória para sempre.

Evangelho segundo São João 8,31-42.
Naquele tempo, dizia Jesus Cristo aos judeus que tinham acreditado n’Ele: «Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos,
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará».
Eles responderam-Lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que Tu dizes: ‘Ficareis livres’?»
Respondeu Jesus Cristo: «Em verdade, em verdade vos digo: Todo aquele que comete o pecado é escravo.
Ora o escravo não fica para sempre em casa; o filho é que fica para sempre.
Mas se o Filho vos libertar, sereis realmente homens livres.
Bem sei que sois descendentes de Abraão; mas procurais matar-Me porque a minha palavra não entra em vós.
Eu digo o que vi junto de meu Pai e vós fazeis o que ouvistes ao vosso pai».
Eles disseram: «O nosso pai é Abraão». Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão.
Mas procurais matar-Me, a Mim que vos disse a verdade que ouvi de Deus. Abraão não procedeu assim.
Vós fazeis as obras do vosso pai». Disseram-Lhe eles: «Nós não somos filhos ilegítimos; só temos um pai que é Deus».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Se Deus fosse o vosso Pai, amar-Me-íeis porque saí de Deus e d’Ele venho. Eu não vim de Mim próprio; foi Ele que Me enviou».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, n.º 41, 8
«Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.»
«O escravo não fica para sempre em casa». Esta casa é a Igreja e o escravo é o pecador, pois os pecadores entram na Igreja em grande número. O Senhor não diz que o escravo não está, mas que «não fica para sempre em casa». [...] Quando o rei de toda a justiça estiver sentado no seu trono, como diz a Escritura (Mt 25,31), quem poderá glorificar-se de ter um coração puro? Quem poderá glorificar-se de não estar manchado pelo pecado? [...] Onde reside, pois a nossa esperança, quando estamos cheios de pecados?
Ouve qual é a tua esperança: «O filho é que fica para sempre. Mas, se o Filho vos libertar, sereis realmente homens livres». [...] Éramos escravos do nosso egoísmo; sendo libertados, seremos servidores do amor, como diz o apóstolo Paulo: «Irmãos, de facto, foi para a liberdade que vós fostes chamados. Só que não deveis deixar que essa liberdade se torne numa ocasião para os vossos apetites carnais. Pelo contrário: pelo amor, fazei-vos servidores uns dos outros» (Gal 5,13). Um cristão não pode dizer: «Sou livre, fui chamado à liberdade; era escravo, mas fui resgatado, pelo que deixei de ter entraves e posso fazer o que quiser. Que ninguém se oponha à minha vontade: sou livre!» Não, se te serves dessa vontade para cometer pecados, tornas-te escravo do pecado. Por isso, não abuses da tua liberdade [...]; pelo contrário, serve-te dela para evitares o pecado. Serás livre se te tornares servidor, livre do pecado se te tornares servidor do bem.


Quinta-feira, dia 22 de Março de 2018

Quinta-feira da 5.ª da Quaresma

Santo do dia : São Zacarias, Papa, +752, São Saturnino, bispo e mártir, séc. III

Livro de Génesis 17,3-9.
Naqueles dias, Abrão caiu de rosto por terra e Deus falou-lhe assim:
«Esta é a minha aliança contigo: Serás pai de um grande número de nações.
Já não te chamarás Abrão, mas Abraão será o teu nome porque farei de ti o pai de um grande número de nações.
Farei que tenhas incontável descendência que dês origem a povos e de ti sairão reis.
Estabelecerei a minha aliança contigo e com a tua descendência, de geração em geração. Será uma aliança perpétua para que Eu seja o teu Deus e o Deus dos teus futuros descendentes.
A ti e à tua futura descendência darei a terra em que tens habitado como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em posse perpétua. Serei o vosso Deus».
Deus disse ainda a Abraão: «Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência, de geração em geração.

Livro de Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.
Procurai o Senhor e o seu poder,
buscai sempre a sua presença.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.

Vós, descendentes de Abraão, seu servidor,
filhos de Jacob, seu eleito,
o Senhor é o nosso Deus
e as suas sentenças são lei em toda a Terra.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.

Evangelho segundo São João 8,51-59.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte».
Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’.
Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’.
Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra.
Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria».
Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’».
Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus Cristo, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequeses baptismais, n.º 5
«Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão?»
Muito haveria a dizer acerca da fé. Mas basta-nos lançar olhar sobre um dos modelos que o Antigo Testamento nos dá, Abraão, pois somos seus filhos pela . Ele não foi justificado só pelas obras, mas também pela fé: praticara muitas acções boas, mas só depois de ter dado prova da sua fé foi chamado amigo de Deus. As suas obras tornaram-se perfeitas pela sua fé. De facto, foi pela fé que deixou os seus pais; foi pela fé que deixou a sua pátria e a sua casa. Ora, da mesma forma que ele foi justificado, também tu te tornas justo. Com o passar do tempo, o seu corpo tornou-se incapaz de ser pai porque era velho; Sara, a quem ele se unira, também já era idosa. Não tinham, pois nenhuma esperança de ter descendência. Mas Deus anuncia a esse ancião que será pai e a fé de Abraão não vacilou. Considerando que o seu corpo estava já próximo da morte, não teve em conta a sua incapacidade física, mas o poder daquele que prometera, pois julgou que aquele que lhe fizera tal promessa era digno de confiança . Foi assim que, de dois corpos já marcados de algum modo pela morte, nasceu um filho. [...]
É o exemplo da fé de Abraão que nos torna a todos seus filhos. De que maneira? Os homens consideram inacreditável a ressurreição dos mortos, como é inacreditável que dois velhos, marcados já para a morte, possam gerar descendência. Mas quando nos anunciam a boa nova de Jesus Cristo, crucificado na cruz, morto e ressuscitado, acreditamos. É, pois, pela semelhança com a sua fé que entramos na filiação de Abraão. E então, com a fé, recebemos como ele o vaso espiritual, somos circuncidados no baptismo pelo selo do Espírito Santo.


Sexta-feira, dia 23 de Março de 2018

Sexta-feira da 5.ª semana da Quaresma

Disse Jeremias: «Eu ouvia as invectivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’. Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso: ‘Talvez ele se deixe enganar e assim o poderemos dominar e nos vingaremos dele’.
Mas o Senhor está comigo como herói poderoso e os meus perseguidores cairão vencidos. Ficarão cheios de vergonha pelo seu fracasso, ignomínia eterna que não será esquecida.
Senhor do Universo, que sondais o justo e perscrutais os rins e o coração, possa eu ver o castigo que dareis a essa gente, pois a Vós confiei a minha causa.
Cantai ao Senhor, louvai o Senhor que salvou a vida do pobre das mãos dos perversos».

Livro de Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.
Eu Vos amo, Senhor, minha força,
minha fortaleza, meu refúgio e meu libertador.
Meu Deus, auxílio em que ponho a minha confiança,
sois meu protector, minha defesa e meu salvador.

Invoquei o Senhor – louvado seja Ele –
e fiquei salvo dos meus inimigos.
Cercaram-me as ondas da morte
e encheram-me de terror as torrentes malignas;

envolveram-me em laços funestos
e a morte prendeu-me em suas redes.
Na minha aflição invoquei o Senhor
e clamei pelo meu Deus.

Do seu templo Ele ouviu a minha voz
e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.

Evangelho segundo São João 10,31-42.
Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus Cristo.
Então Jesus Cristo disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»
Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?
Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia e a Escritura não pode abolir-se
de Mim que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’
Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis.
Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai».
De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos.
Jesus Cristo retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a baptizar e lá permaneceu.
Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade».
E muitos ali acreditaram em Jesus Cristo.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermões diversos, n.° 22
«Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»
A Cristo Jesus deves toda a tua vida, uma vez que Ele deu a sua vida pela tua e suportou amargos tormentos para que tu não suportes os tormentos eternos. [...] Quando tiveres reunido no teu coração todas as amarguras do teu Senhor, qualquer coisa que tenhas de sofrer te parecerá leve! [...] Assim como é grande a distância dos céus à Terra (Is 55,9) assim a sua vida dista da nossa vida e, contudo, foi dada por ela. E assim como o nada não pode ser comparado a coisa alguma assim a nossa vida não tem proporção com a sua. [...]
Quando Lhe tiver consagrado tudo o que sou, tudo o que posso, o que Lhe dou será como uma estrela comparada com o sol, uma gota de água comparada com um rio, uma pedrinha com uma torre, um grão de areia com uma montanha. Só tenho duas coisas pequenas, mesmo muito diminutas: o meu corpo e a minha alma; ou antes, uma única coisa: a minha vontade. E não a darei Àquele que cumulou de tantos benefícios um ser tão pequeno como eu; Àquele que, entregando-Se inteiramente, inteiramente me resgatou? Se reservasse a minha vontade para mim, com que cara, com que olhos, com que espírito, com que consciência iria refugiar-me junto do coração de misericórdia do nosso Deus? Ousaria penetrar nessa muralha fortíssima que guarda Israel e fazer correr, como preço do meu resgate, não umas gotas, mas as golfadas desse sangue que corre das cinco partes do seu corpo?


Sábado, dia 24 de Março de 2018

Sábado da 5.ª semana da Quaresma

Assim fala o Senhor Deus: «Vou tirar os filhos de Israel do meio das nações para onde foram, vou reuni-los de toda a parte para os reconduzir à sua terra.
Farei deles um só povo, na sua terra, nas montanhas de Israel e um só rei reinará sobre todos eles. Nunca mais tornarão a ser duas nações nem ficarão divididos em dois reinos.
Não voltarão a manchar-se com os seus ídolos, com todas as suas abominações e pecados. Hei-de livrá-los de todas as infidelidades que cometeram e hei-de purificá-los para que sejam o meu povo e Eu seja o seu Deus.
O meu servidor David será o seu rei, o único pastor de todos eles. Caminharão segundo os meus mandamentos e obedecerão às minhas leis, pondo-as em prática.
Habitarão na terra que dei ao meu servidor Jacob, a terra em que moraram os vossos pais. Aí habitarão eles e os seus filhos e os filhos dos seus filhos para sempre e o meu servidor David será o seu soberano para sempre.
Farei com eles uma aliança de paz, uma aliança eterna entre Mim e eles. Hei-de estabelecê-los, hei-de multiplicá-los e colocarei no meio deles o meu santuário para sempre.
A minha morada será no meio deles: serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
As nações saberão que Eu sou o Senhor, que santifico Israel, quando o meu santuário estiver no meio deles para sempre».

Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.
Escutai, ó povos, a palavra do Senhor
e anunciai-a às ilhas distantes:
Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como um pastor ao seu rebanho.

O Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos do seu dominador.
Regressarão com brados de alegria ao monte Sião,
acorrendo às bênçãos do Senhor.

A virgem dançará alegremente,
exultarão os jovens e os velhos.
Converterei o seu luto em alegria
e a sua dor será mudada em consolação e júbilo.

Evangelho segundo São João 11,45-56.
Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus Cristo fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele.
Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus Cristo tinha feito.
Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres?
Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação».
Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada.
Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?»
Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus Cristo havia de morrer pela nação
e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos.
A partir desse dia, decidiram matar Jesus Cristo.
Por isso Jesus Cristo já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim e aí permaneceu com os discípulos.
Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém para se purificarem, antes da Páscoa.
Procuravam então Jesus Cristo e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?»

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Roberto Belarmino (1542-1621), jesuíta, bispo, doutor da Igreja
«A ascensão da alma para Deus»
«A partir desse dia, decidiram matar Jesus Cristo.»
Ó Senhor, aquilo que nos ensinas poderia parecer excessivamente difícil, excessivamente pesado, se nos falasses de outra tribuna; mas, dado que nos instruis mais pelo exemplo do que pela palavra, Tu que és «Mestre e Senhor» (Jo 13,14), como ousaremos dizer o contrário, nós que somos teus servidores e teus discípulos? Aquilo que dizes é perfeitamente verdadeiro, aquilo que ordenas perfeitamente justo e a cruz de onde nos falas o atesta. Atesta-o igualmente o sangue que corre a jorros e que brada ao Céu (Gn 4,10) e, por fim, também esta morte: se por ela se rasgou o véu do templo e se abriram fendas nas mais duras rochas (Mt 27,51), como não fará o mesmo e mais ainda, no coração dos crentes, levando-os a submeter-se?
Senhor, queremos pagar-Te amor com amor e, se o desejo de Te seguir não procede ainda do nosso amor a Ti porque este é fraco, que proceda ao menos do nosso amor ao teu amor. Se nos atrais a Ti, «corremos ao odor do teu perfume» (Cant 1,4): não desejamos apenas amar-Te e seguir-Te, mas estamos decididos a desprezar este mundo [...] quando vemos que Tu, o nosso Mestre, não tomaste para Ti as alegrias desta vida. Vemos-Te afrontar a morte, não numa cama, mas no lenho onde se fez justiça; sendo rei, não queres outro trono senão este patíbulo. [...] Movidos pelo teu exemplo de rei cheio de sabedoria, recusamos o apelo deste mundo e dos seus luxos e, tomando a tua cruz sobre os nossos ombros, propomo-nos seguir-Te, só a Ti. [...] Dá-nos somente a ajuda de que precisamos, dá-nos força para Te seguirmos.
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domingo, 18 de março de 2018

Cristianismo 251 até 17-03-2018



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

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Domingo, dia 11 de Março de 2018

4.º Domingo da Quaresma

Naqueles dias, todos os príncipes dos sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs e profanaram o templo que o Senhor tinha consagrado para Si em Jerusalém.
O Senhor, Deus de seus pais, desde o princípio e sem cessar, enviou-lhes mensageiros, pois queria poupar o povo e a sua própria morada.
Mas eles escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as suas palavras e riam-se dos profetas, a tal ponto que deixou de haver remédio, perante a indignação do Senhor contra o seu povo.
Os caldeus incendiaram o templo de Deus, demoliram as muralhas de Jerusalém, lançaram fogo aos seus palácios e destruíram todos os objectos preciosos.
O rei dos caldeus deportou para Babilónia todos os que tinham escapado ao fio da espada e foram escravos deles e de seus filhos até que se estabeleceu o reino dos persas.
Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pela boca de Jeremias: «Enquanto o país não descontou os seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação até que se completaram setenta anos».
No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação:
«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra e Ele próprio me confiou o encargo de Lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós fizer parte do seu povo ponha-se a caminho e que Deus esteja com ele».

Livro de Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6.
Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar,
com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
dependurámos as nossas harpas.

Aqueles que nos levaram cativos
queriam ouvir os nossos cânticos
e os nossos opressores uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião».

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor
em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
esquecida fique a minha mão direita.

Apegue-se-me a língua ao paladar,
se não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias.

Carta aos Efésios 2,4-10.
Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou,
que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Jesus Cristo – é pela graça que fostes salvos –
e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo.
De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus.
Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.
Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou como caminho que devemos seguir.

Evangelho segundo São João 3,14-21.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho (do homem) será elevado,
para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho (Unigénito) para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n'Ele não é condenado, mas quem não acredita n’Ele já está condenado porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».
E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
«Obras completas», t. 10
«Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito»
Deus não poderia dar ao mundo outro remédio, senão a morte de seu Filho? [...] Certamente que poderia ter-nos resgatado por mil outros meios que não fossem a morte de seu Filho; mas não quis fazê-lo porque o que era suficiente para a nossa salvação não o era para saciar o seu amor. E para nos mostrar como nos amava, este Filho divino morreu com a morte mais terrível e ignominiosa que era a morte de cruz.
Que resta, pois, e que consequência podemos tirar daqui a não ser que, dado que Ele morreu de amor por nós, morramos nós também de amor por Ele ou, se não podemos morrer de amor, ao menos não vivamos senão por Ele? [...] Era disto que se queixava o grande Santo Agostinho: «Senhor, será possível que o homem saiba que morrestes por Ele e não viva por Vós?» E esse grande amoroso que foi São Francisco exclamava, soluçando: «Ah, morrestes de amor e ninguém Vos ama!» [...]
Não há redenção senão nesta cruz. Ó Deus, que grande utilidade e que grande proveito é para nós contemplar a cruz e a Paixão! Será possível contemplar esta humildade de Nosso Senhor sem ser humilde e amar as humilhações? Poderemos ver a sua obediência sem ser obedientes? Oh não, nunca ninguém contemplou Nosso Senhor crucificado e morreu ou adoeceu. Pelo contrário, os que se recusam a contemplá-lo morrem, como acontecia aos filhos de Israel que se recusavam a olhar para a serpente que Moisés tinha mandado colocar no alto da coluna.


Segunda-feira, dia 12 de Março de 2018

Segunda-feira da 4.ª semana da Quaresma

Assim fala o Senhor: «Eu vou criar os novos céus e a nova Terra e não mais se recordará o passado nem voltará de novo ao pensamento.
Haverá alegria e felicidade eterna por aquilo que Eu vou criar: vou fazer de Jerusalém um motivo de júbilo e do seu povo uma fonte de alegria.
Exultarei por causa de Jerusalém e alegrar-Me-ei por causa do meu povo. Nunca mais se hão-de ouvir nela vozes de pranto nem gritos de angústia.
Já não haverá ali uma criança que viva só alguns dias nem um velho que não complete o número dos seus anos porque o mais novo morrerá centenário e quem não chegar aos cem anos terá incorrido em maldição.
Construirão casas e habitarão nelas; plantarão vinhas e comerão os seus frutos».

Livro de Salmos 30(29),2.4.5-6.11-12a.13b.
Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os seus fiéis,
e agradecei ao seu nome santo.
A sua ira dura apenas um momento
e a sua benevolência a vida inteira.

Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.
Ouvi, Senhor, e tende compaixão de mim,
Senhor, sede vós o meu auxílio.

Vós convertestes em júbilo o meu pranto:
Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.

Evangelho segundo São João 4,43-54.
Naquele tempo, Jesus Cristo saiu da Samaria e foi para a Galileia.
Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra.
Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido.
Jesus Cristo voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente.
Quando ouviu dizer que Jesus Cristo viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho que estava a morrer.
Jesus Cristo disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis».
O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus Cristo lhe tinha dito e pôs-se a caminho.
Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia.
Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou».
Então o pai verificou que àquela hora Jesus Cristo lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa.
Foi este o segundo milagre que Jesus Cristo realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Balduíno de Ford (?-c. 1190), abade cisterciense, depois bispo
Homilia sobre a carta aos Hebreus 4,12; PL 204, 451-453
O homem acreditou nas palavras que Jesus Cristo lhe disse
«A palavra de Deus é viva» (Heb 4, 12). O que o apóstolo demonstra com as suas palavras àqueles que procuram Jesus Cristo, que é o Verbo, a força e a sabedoria de Deus, é toda a grandeza, a força e a sabedoria da palavra de Deus. Este Verbo estava no início junto do Pai, é eterno com Ele (Jo 1,1) e foi revelado a seu tempo aos apóstolos, anunciado por eles e recebido humildemente pelo povo dos crentes. [...]
Ela é viva, esta palavra a quem o Pai deu o dom da vida em Si mesma, tal como Ele a possuía em Si mesmo (Jo 5,26). E não só é viva, como é a própria vida, conforme está escrito: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). E porque é a vida, está viva e dá vida, pois «como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem Ele quer» (Jo 5,21). Ela dá vida quando chama Lázaro para fora do túmulo e lhe diz: «Lázaro, vem para fora!» (Jo 11,43) Quando esta palavra é proclamada, a voz que a pronuncia ressoa no exterior com tal força que, percebida no interior, faz reviver os mortos e ao acordar a , suscita verdadeiros filhos de Abraão (Mt 3,9). Sim, ela é viva, esta palavra, viva no coração do Pai, na boca daquele que a proclama, no coração daquele que crê e que ama.


Terça-feira, dia 13 de Março de 2018

Terça-feira da 4.ª semana da Quaresma

Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água em direcção ao Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar.
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora até à porta exterior que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito.
Depois saiu na direcção do Oriente com uma corda na mão; mediu mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos tornozelos.
Mediu outros mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me à cintura.
Por fim, mediu mais mil côvados: era uma torrente que eu não podia atravessar. As águas tinham aumentado até se perder o pé, formando um rio impossível de transpor.
Disse-me então o Anjo: «Viste, filho do homem?» E fez-me voltar para a margem da torrente.
Quando cheguei, vi nas margens da torrente uma grande quantidade de árvores, de um e outro lado.
O Anjo disse-me: «Esta água corre para a região oriental, desce para Arabá e entra no mar para que as suas águas se tornem salubres.
Todo o ser vivo que se move na água onde chegar esta torrente terá novo alento e o peixe será mais abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.
À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a espécie de árvores de fruto; a sua folhagem não murchará nem acabarão os seus frutos. Todos os meses darão frutos novos porque as águas vêm do santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».

Livro de Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9.
Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.

Os braços de um rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.

O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na terra.

Evangelho segundo São João 5,1-16.
Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus Cristo subiu a Jerusalém.
Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos.
Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus Cristo perguntou-lhe: «Queres ser curado?»
O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda».
No mesmo instante, o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado.
Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga».
Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’».
Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’».
Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era porque Jesus Cristo tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local.
Mais tarde, Jesus Cristo encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar (a praticar o mal) para que não te suceda coisa pior».
O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado.
Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus Cristo, por fazer isto num dia de sábado.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
«Vida de Moisés», II, 121s; SC 1
Salvos pela água
Qualquer homem que oiça o relato do mar Vermelho compreende o mistério da água, à qual se desce com todo o exército dos inimigos e da qual se emerge sozinho, deixando o exército dos inimigos afundado no abismo. E percebe que este exército dos egípcios [...] são as diversas paixões da alma às quais o homem se encontra sujeito: sentimentos de ira, impulsos diversos de prazer, de tristeza, de avareza. [...] Todas estas coisas e aquelas que estão na sua origem, com o chefe que promove o ataque odioso, se precipitam na água atrás dos israelitas.
Mas a água, pela força da vara da fé e o poder da nuvem luminosa (Ex, 14,16.19), torna-se uma fonte de vida para aqueles que nela procuram refúgio - e fonte de morte para quantos os perseguem. [...] Isto significa, quando se detecta o sentido oculto neste acontecimento, que todos quantos passam pela água sacramental do baptismo devem fazer morrer na água as más inclinações que os combatem - a avareza, os desejos impuros, o espírito de rapina, os sentimentos de vaidade e de orgulho, os impulsos de ira, a inveja, o ciúme...
É como o mistério da Páscoa judaica: chamava-se «páscoa» ao cordeiro cujo sangue preservara da morte os que dele tinham usufruído (Ex 12,21.23). Neste mistério, a Lei ordena que se coma, com a páscoa, pães ázimos, sem o velho fermento, ou seja, que nenhum resto de pecado apareça misturado com a vida nova (1Cor 5,7-8). [...] Da mesma maneira, temos de afundar todo o exército egípcio, isto é, todas as formas de pecado, no banho da salvação, qual abismo do mar e dele emergir sozinhos, sem nada que nos seja estranho.


Quarta-feira, dia 14 de Março de 2018

Quarta-feira da 4.ª semana da Quaresma

Assim fala o Senhor: «No tempo da graça, Eu te ouvi; no dia da salvação, Eu te ajudei. Eu te formei e designei para renovar a aliança do povo, para restaurar a terra e reocupar as herdades devastadas;
para dizer aos prisioneiros: ‘Saí para fora’ e àqueles que vivem nas trevas: ‘Vinde para a luz’. Hão-de alimentar-se em todos os caminhos e acharão pastagem em todas as encostas.
Não sentirão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles porque Aquele que tem compaixão deles os guiará e os conduzirá às nascentes da água.
De todas as minhas montanhas farei caminhos e as minhas estradas serão niveladas.
Ei-los que vêm de longe: uns do Norte e do Poente, outros da terra de Sinim.
Rejubilai, ó céus; exulta, ó terra; montes, soltai gritos de alegria porque o Senhor consola o seu povo e tem compaixão dos seus pobres.
Sião dizia: ‘O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-Se de mim’.
Pode a mulher esquecer-se da criança que amamenta e não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Mas ainda que ela o esquecesse, Eu nunca te esquecerei».

Livro de Salmos 145(144),8-9.13cd-14.17-18.
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

O Senhor é fiel à sua palavra
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor ampara os que vacilam
e levanta todos os oprimidos.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.

Evangelho segundo São João 5,17-30.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos judeus: «Meu Pai trabalha incessantemente e Eu também trabalho em todo o tempo».
Esta afirmação era mais um motivo para os judeus quererem dar-Lhe a morte: não só por violar o sábado, mas também por chamar a Deus seu Pai, fazendo-Se igual a Deus.
Então Jesus Cristo tomou a palavra e disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O Filho nada pode fazer por Si próprio, mas só aquilo que viu fazer ao Pai e tudo o que o Pai faz também o Filho o faz igualmente
porque o Pai ama o Filho e Lhe manifesta tudo quanto faz e há-de manifestar-Lhe coisas maiores do que estas, de modo que ficareis admirados.
Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida assim o Filho dá vida a quem Ele quer.
O Pai não julga ninguém: entregou ao Filho o poder de tudo julgar
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna e não será condenado porque passou da morte à vida.
Em verdade, em verdade vos digo: Aproxima-se a hora _ e já chegou _ em que os mortos ouvirão a voz do Filho (de Deus) e os que a ouvirem, viverão.
Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo assim também concedeu ao Filho que tivesse a vida em Si mesmo
e deu-Lhe o poder de julgar porque é o Filho (do homem).
Não vos admireis do que estou a dizer porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz:
Os que tiverem praticado boas obras irão para a ressurreição dos vivos e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição dos condenados.
Eu não posso fazer nada por Mim próprio: julgo segundo o que oiço e o meu juízo é justo porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Carta a Diogneto (c. 200)
Capítulo. 9
«querer[iam] dar-Lhe a morte [...] também por chamar a Deus seu Pai"»
Até aos nossos dias, que são os últimos, Deus foi permitindo que nos deixássemos conduzir ao sabor das nossas inclinações desordenadas, levados pelos prazeres e pelas paixões. Não que Ele tivesse o menor prazer nos nossos pecados; de modo nenhum! Apenas tolerava este tempo de iniquidade (não-equidade), sem nele consentir. Preparava assim o tempo actual da justiça, a fim de que, convencidos de termos sido indignos durante esse período por causa das nossas faltas, nos tornássemos agora dignos dele em razão da bondade divina. [...]  
Ele não nos odiou nem nos rejeitou. [...] Enchendo-Se de piedade por nós, encarregou-Se Ele mesmo das nossas faltas e entregou o seu próprio Filho em resgate por nós: o santo pelos ímpios, o inocente pelos malfeitores, «o justo pelos injustos» (1Pe 3,18), o incorruptível pelos corrompidos, o imortal pelos mortais. Que outra coisa, para além da sua justiça, teria podido cobrir os nossos pecados? Em quem poderíamos ser justificados [...], senão no Filho único de Deus? Suave troca, obra insondável, benefícios inesperados! O crime de uma multidão é coberto pela justiça de um só e a justiça de um só justifica inúmeros culpados. No passado, Ele convenceu a nossa natureza da sua incapacidade para alcançar a vida; agora mostrou-nos o Salvador capaz de salvar o que não podia ser salvo. Por estas duas vias, quis encher-nos de fé na sua bondade e fazer-nos ver nele o que dá o alimento, o pai, o mestre, o conselheiro, o médico, a inteligência, a luz, a honra, a glória, a força e a vida.


Quinta-feira, dia 15 de Março de 2018

Quinta-feira da 4.ª da Quaresma

Naqueles dias, o Senhor falou a Moisés, dizendo: «Desce depressa porque o teu povo, que tiraste da terra do Egipto, corrompeu-se.
Não tardaram em desviar-se do caminho que lhes tracei. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: ‘Este é o teu Deus, Israel, que te fez sair da terra do Egipto’».
O Senhor disse ainda a Moisés: «Tenho observado este povo: é um povo de dura cerviz.
Agora deixa que a minha indignação se inflame contra eles e os destrua. De ti farei uma grande nação».
Então Moisés procurou aplacar o Senhor, seu Deus, dizendo: «Por que razão, Senhor, se há-de inflamar a vossa indignação contra o vosso povo que libertastes da terra do Egipto com tão grande força e mão tão poderosa?
Porque hão-de dizer os egípcios: ‘Foi com má intenção que o Senhor os fez sair para lhes dar a morte nas montanhas e os exterminar da face da terra’? Abandonai o furor da vossa ira e desisti do mal contra o vosso povo.
Lembrai-Vos dos vossos servos Abraão, Isaac e Israel, a quem jurastes pelo vosso nome, dizendo: ‘Farei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e dar-lhe-ei para sempre em herança toda a terra que vos prometi’».
Então o Senhor desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo.

Livro de Salmos 106(105),19-20.21-22.23.
Fizeram um bezerro no Horeb
e adoraram um ídolo de metal fundido.
Trocaram a sua glória
pela figura de um boi que come feno.

Esqueceram a Deus que os salvara,
que realizara prodígios no Egipto,
maravilhas na terra de Cam,
feitos gloriosos no Mar Vermelho.

E pensava já em exterminá-los,
se Moisés, o seu eleito,
não intercedesse junto d’Ele
e aplacasse a sua ira para não os destruir.

Evangelho segundo São João 5,31-47.
Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos judeus: «Se Eu der testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não será considerado verdadeiro.
É outro que dá testemunho de Mim e Eu sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro.
Vós mandastes emissários a João Baptista e ele deu testemunho da verdade.
Não é de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para que sejais salvos.
João era uma lâmpada que ardia e brilhava e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas Eu tenho um testemunho maior do que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar — as obras que Eu realizo— dão testemunho de que o Pai Me enviou».
E o Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim. Nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua figura
e a sua palavra não habita em vós porque não acreditais n’Aquele que Ele enviou.
Examinais as Escrituras, pensando encontrar nelas a vida eterna; são elas que dão testemunho de Mim
e não quereis vir a Mim para encontrar essa vida.
Não é dos homens que Eu recebo glória;
mas Eu conheço-vos e sei que não tendes em vós o amor de Deus.
Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis.
Como podeis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não procurais a glória que vem só de Deus?
Não penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai: o vosso acusador será Moisés, em quem pusestes a vossa esperança.
Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito.
Mas se não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Afraate (?-c. 345), monge e bispo de Nínive, perto de Mossul
«Exposições», n.° 21
«Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim»
Moisés foi perseguido, tal como Jesus Cristo foi perseguido. Esconderam-no por altura do seu nascimento, para que não fosse morto pelos perseguidores; Jesus Cristo foi obrigado a fugir para o Egipto logo que nasceu, para que Herodes, o seu perseguidor, não o matasse. Quando Moisés nasceu, as crianças eram afogadas no rio; quando nasceu Jesus Cristo, mataram os meninos de Belém e dos arredores. Deus disse a Moisés: «Morreram aqueles que queriam a tua vida» (Ex 4,19) e o anjo disse a José, no Egipto: «Levanta-te, toma o Menino e volta para a terra de Israel porque morreram os que queriam a sua vida» (Mt 2,20). Moisés conduziu o povo para longe da servidão do Faraó; Jesus Cristo salvou todos os povos da servidão de Satanás. [...] Quando Moisés imolou o cordeiro, os primogénitos dos egípcios foram mortos; Jesus Cristo tornou-Se o verdadeiro cordeiro quando o crucificaram. [...] Moisés fez descer o maná do céu para alimentar o seu povo; Jesus Cristo deu o seu próprio corpo aos povos. Moisés amaciou as águas amargas com a madeira; Jesus Cristo amaciou a nossa amargura sendo crucificado no madeiro. Moisés fez descer a Lei para o povo; Jesus Cristo deu um testamento a todos os povos. Moisés venceu os amalecitas estendendo os braços; Jesus Cristo venceu Satanás com o sinal da cruz.
Moisés fez sair água do rochedo para o povo; Jesus Cristo enviou Simão Pedro a levar os seus ensinamentos aos povos. Moisés retirava o véu do rosto para falar com Deus; Jesus Cristo retirou o véu que cobria o rosto dos povos para que eles ouvissem e recebessem os seus ensinamentos (2Cor 3,16). Moisés impôs as mãos aos anciãos e eles receberam o sacerdócio; Jesus Cristo impôs a mão aos apóstolos e eles receberam o Espírito Santo. Moisés subiu à montanha e aí morreu; Jesus Cristo subiu ao Céu e sentou-se à direita de seu Pai.     


Sexta-feira, dia 16 de Março de 2018

Sexta-feira da 4.ª semana da Quaresma

Dizem os ímpios (= ateu), pensando erradamente:
«Armemos ciladas ao justo porque nos incomoda e se opõe às nossas obras. Censura-nos as transgressões da Lei e repreende-nos as faltas de educação.
Declara ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor.
Tornou-se uma censura viva dos nossos pensamentos e até a sua vista nos é insuportável.
A sua vida não é como a dos outros e os seus caminhos são muito diferentes.
Somos considerados por ele como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de uma coisa impura. Proclama feliz a morte dos justos e gloria-se de ter a Deus como pai.
Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte
porque, se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência.
Condenemo-lo à morte infame porque, segundo diz, Alguém virá socorrê-lo.
Assim pensam os ímpios, mas enganam-se porque a sua malícia os cega.
Ignoram os segredos de Deus e não esperam que a santidade seja premiada nem acreditam que haja recompensa para as almas puras.

Livro de Salmos 34(33),17-18.19-20.21.23.
A presença do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo (porque o ímpio não descansa enquanto não o destrói)
mas de todas elas o livra o Senhor.

Guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
O Senhor defende a vida dos seus servidores,
não serão castigados os que n’Ele confiam.

Evangelho segundo São João 7,1-2.10.25-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte.
Estava próxima a festa dos Tabernáculos.
Quando os seus parentes subiram a Jerusalém para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo.
Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar?
Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos de onde é este homem e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é».
Então, em alta voz, Jesus Cristo ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis.
Mas Eu conheço-O porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou».
Procuravam então prender Jesus Cristo, mas ninguém Lhe deitou a mão porque ainda não chegara a sua hora.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário a S. João 19,12; PG 14, 158
«Procuravam então prender Jesus Cristo, mas ninguém Lhe deitou a mão porque ainda não chegara a sua hora»
Procurar Jesus Cristo é muitas vezes um bem porque é o mesmo que procurar o Verbo, a verdade e a sabedoria. Mas direis que as palavras «procurar Jesus» são frequentemente pronunciadas a propósito dos que Lhe querem mal, como por exemplo em: «Procuravam então prender Jesus Cristo, mas ninguém Lhe deitou a mão porque ainda não chegara a sua hora»; em «Eu sei que sois a descendência de Abraão, mas procurais matar-Me porque a minha palavra não tem cabimento em vós» (Jo 8,37) e em «Mas vós procurais matar-Me, a Mim que vos disse a verdade que ouvi a Deus» (Jo 8,40).
Estas palavras [...] não se opõem a esta outra: «Quem procura encontra» (Mt 7,8). Existem diferenças entre os que procuram Jesus Cristo, pois nem todos O procuram sinceramente, para a sua salvação e para obter a sua ajuda. Há pessoas que O procuram por razões que estão muito longe do bem. Por isso, só encontram a paz aqueles que O procuram de coração sincero, aqueles de quem se pode verdadeiramente dizer que procuram o Verbo que está com Deus (Jo 1,1), para que Ele os leve a seu Pai. [...]
Ele ameaça ir-Se embora se não for acolhido: «Vou-me embora: vós haveis de Me procurar e não Me encontrareis» (Jo 8,21). [...] Ele sabe quem Se afasta e junto de quem permanece sem ser ainda encontrado para que quem O procura O encontre no tempo favorável.


Sábado, dia 17 de Março de 2018

Sábado da 4.ª semana da Quaresma

Santo do dia : São Patrício, bispo, +461, Beata Bárbara Maix, religiosa, +1873

Livro de Jeremias 11,18-20.
Quando o Senhor me avisou, eu compreendi; vi então as maquinações dos meus inimigos.
Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro e ignorava a conjura que tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor, arranquemo-la da terra dos vivos para não mais se falar no seu nome».
Senhor do Universo, que julgais com justiça e sondais os sentimentos e o coração, seja eu testemunha do castigo que haveis de aplicar-lhes, pois a Vós confio a minha causa.

Livro de Salmos 7,2-3.9bc-10.11-12.
Senhor, meu Deus, em Vós me refugio,
livrai-me de quantos me perseguem e salvai-me.
Não me arrebatem como o leão
e me dilacerem sem ter quem me salve.

Julgai-me, Senhor, segundo a minha justiça,
segundo a minha inocência.
Acabe a malícia dos ímpios e confortai o justo,
Vós, Deus de justiça, que sondais o íntimo dos corações.

A minha protecção está em Deus
que salva os homens rectos de coração.
Deus é o juiz justo,
um Deus que pode castigar todos os dias.

Evangelho segundo São João 7,40-53.
Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus Cristo diziam no meio da multidão:
«Ele é realmente o Profeta». Outros afirmavam: «É o Messias». Outros, porém, diziam: «Poderá o Messias vir da Galileia?
Não diz a Escritura que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?»
Houve assim desacordo entre a multidão a respeito de Jesus Cristo.
Alguns deles queriam prendê-l’O, mas ninguém Lhe deitou as mãos.
Então os guardas do templo foram ter com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus e estes perguntaram-lhes: «Porque não O trouxestes?».
Os guardas responderam: «Nunca ninguém falou como esse homem».
Os fariseus replicaram: «Também vos deixastes seduzir?
Porventura acreditou n’Ele algum dos chefes ou dos fariseus?
Mas essa gente que não conhece a Lei, está maldita».
Disse-lhes Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido ter com Jesus Cristo e era um deles:
«Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?»
Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta».
E cada um voltou para sua casa.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), Papa
Enciclica «Dives in misericordia», 7 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)
«É o Messias»
O verdadeiro significado da misericórdia não consiste apenas no olhar, por mais penetrante e mais cheio de compaixão que ele seja. [...] A misericórdia manifesta-se quando [...] tira bem de todas as formas de mal existentes no mundo e no homem. Entendida desta maneira, constitui o conteúdo fundamental da mensagem messiânica de Jesus Cristo. [...] A mensagem messiânica de Jesus Cristo e a sua actividade entre os homens terminam com a Cruz e a ressurreição. [...] A dimensão divina da redenção permite-nos descobrir [...] a profundidade do amor que não retrocede diante do extraordinário sacrifício do Filho para satisfazer a fidelidade do Criador e Pai para com os homens. [...]
Os acontecimentos de Sexta-Feira Santa e, ainda antes, a oração no Getsemani, introduzem uma mudança fundamental em todo o processo de revelação do amor e da misericórdia na missão messiânica de Jesus Cristo. Aquele que «passou fazendo o bem e curando a todos» e «sarando toda a espécie de doenças e enfermidades» (At 10,38; Mt 9,35) mostra-Se agora, Ele próprio, digno da maior misericórdia e parece apelar para a misericórdia quando é preso, ultrajado, condenado, flagelado, coroado de espinhos, pregado na cruz e expira no meio de tormentos atrozes. É então que Se apresenta particularmente merecedor da misericórdia dos homens, a quem fez o bem; mas não a recebe. Nem aqueles que mais de perto contactaram com Ele têm a coragem de O proteger e O arrancar à mão dos seus opressores. Na fase final do desempenho da função messiânica, cumprem-se em Jesus Cristo as palavras dos profetas, sobretudo as de Isaías, proferidas a respeito do Servo de Javé: «Fomos curados pelas suas chagas» (53,5). [...]
«Àquele que não conhecera o pecado, Deus tratou-O por nós como pecado», escrevia São Paulo (2Cor 5,21), resumindo em poucas palavras toda a profundidade do mistério da Cruz e a dimensão divina da realidade da redenção. É precisamente a redenção a última e definitiva revelação da santidade de Deus que é a plenitude absoluta da perfeição.
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