"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
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Domingo,
dia 18 de Fevereiro de 2018
1.º
Domingo da Quaresma
Deus disse a Noé e a seus filhos:
«Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência
e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais
domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na Terra.
Estabelecerei convosco a minha aliança:
de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e
nunca mais um dilúvio devastará a Terra».
Deus disse ainda: «Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por
todas as gerações futuras:
farei aparecer o meu arco sobre as
nuvens que será um sinal da aliança entre Mim e a Terra.
Sempre que Eu cobrir a Terra de nuvens e aparecer nas nuvens o arco,
recordarei a minha aliança convosco e com todos os seres vivos e nunca mais
as águas formarão um dilúvio para destruir todas as criaturas».
Livro de Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me
porque Vós sois Deus, meu Salvador.
Lembrai-Vos, Senhor, da vossa misericórdia
e das vossas graças que são
eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.
O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.
1.ª Carta de S. Pedro 3,18-22.
Caríssimos: Jesus Cristo morreu uma só vez pelos pecados – o
Justo pelos injustos – para vos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas
voltou à vida pelo Espírito.
Foi por este Espírito que Ele foi pregar aos espíritos que estavam na prisão
da morte e tinham sido outrora rebeldes,
quando, nos dias de Noé, Deus esperava com paciência, enquanto se construía a
arca, na qual poucas pessoas, oito apenas, se salvaram através da água.
Esta água é figura do Baptismo que
agora vos salva, que não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso para com Deus de uma boa consciência; ele vos salva pela
ressurreição de Jesus Cristo
que subiu ao Céu e está à direita de Deus, tendo sob o seu domínio os Anjos,
as Dominações e as Potestades.
Evangelho segundo São Marcos 1,12-15.
Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus Cristo para o
deserto.
Jesus Cristo esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia
com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O.
Depois de João ter sido preso, Jesus Cristo partiu para a Galileia e começou
a pregar o Evangelho, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e
acreditai no Evangelho».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo
de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os Salmos, PS 60; CCL 39, 766
«Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no
pecado» (Heb 4,15)
«Escutai, ó
Deus, o meu clamor, atendei a minha oração! [...] Dos confins da Terra grito
por Vós, com o meu coração desfalecido» (Sl 60,2-3). Dos confins da Terra, ou
seja, de toda a parte. [...] Não é só uma pessoa que fala assim e, no
entanto, é uma só pessoa porque não há senão um só Jesus Cristo, do qual
somos os membros (Ef 5,23). [...] Aquele que grita dos confins da Terra está
angustiado, mas não foi abandonado porque fomos nós, ou seja, o seu corpo,
que o Senhor quis prefigurar no seu próprio corpo. [...]
Simbolizou-nos na sua pessoa quando quis ser tentado por Satanás. Lê-se no
Evangelho que Nosso Senhor, Cristo Jesus, foi tentado no deserto pelo diabo.
Em Jesus Cristo, és tu que és tentado porque Jesus Cristo tomou de ti a sua
humanidade para te dar a sua salvação, de ti tomou a sua morte para te dar a
sua vida, de ti sofreu os seus ultrajes para te dar a sua honra. Foi,
portanto, de ti que Ele tomou as tentações, para te dar a sua vitória. Se
somos tentados nele, nele também triunfaremos do diabo.
Reconheces que Jesus Cristo foi tentado e não reconheces que alcançou a
vitória? Reconhece-te como tentado, ele reconhece-te como vencedor nele. Ele
poderia ter impedido o diabo de se aproximar dele; mas, se não tivesse sido
tentado, como nos teria ensinado a maneira de vencer a tentação? Por isso,
não é de espantar que, atormentado pela tentação, Ele grite dos confins da Terra
segundo este salmo. Mas porque não é vencido? O salmo continua: «Conduzi-me
ao rochedo». [...] Recorda o Evangelho: «Sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja» (Mt 16,18). Assim é a Igreja que Ele quis construir sobre a pedra,
que grita dos confins da Terra. Mas quem se tornou rochedo para que a Igreja
pudesse ser construída sobre o rochedo? Ouçamos São Paulo: «O rochedo era Jesus
Cristo» (1Cor 10,4). É, pois sobre Ele que nós somos edificados. Por isso, a
pedra sobre a qual somos construídos foi a primeira a ser batida pelos
ventos, pelas torrentes e pelas chuvas, quando Jesus Cristo foi tentado pelo
diabo (Mt 7,25). Eis a fundação inabalável sobre a qual Ele te quis edificar.
Segunda-feira,
dia 19 de Fevereiro de 2018
Segunda-feira da 1.ª
semana da Quaresma
O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos
porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’.
Não furtareis, não direis mentiras, nem cometereis fraudes uns com os
outros.
Não prestarás juramento falso, invocando o meu nome, pois profanarias o
nome do teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não oprimirás nem expropriarás o teu próximo. Não ficará contigo até ao dia
seguinte o salário do jornaleiro.
Não insultarás um surdo nem colocarás tropeços diante de um cego, mas adorarás
o teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não cometerás injustiças nos teus julgamentos: não favorecerás
indevidamente um pobre nem darás preferência ao poderoso; julgarás o teu
próximo segundo a justiça.
Não caluniarás os teus parentes nem conspirarás contra a vida do teu
próximo. Eu sou o Senhor.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu
próximo para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o
teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor».
Livro de Salmos 19(18),8.9.10.15.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma.
As ordens do Senhor são firmes
e dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração.
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O amor do Senhor é puro
e permanece eternamente.
Os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.
Evangelho segundo São Mateus 25,31-46.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando
o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no
seu trono glorioso.
Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros,
como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;
e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu
Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do
mundo
porque tive fome e destes-Me de comer;
tive sede e destes-Me de beber;
era peregrino e Me recolhestes;
não tinha roupa e Me vestistes;
estive doente e viestes visitar-Me;
estava na prisão e fostes ver-Me’.
Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te
demos de comer ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos ou sem roupa e Te vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’.
E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a
um dos meus irmãos mais pequeninos (=insignificantes), a Mim o fizestes’.
Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos.
Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de
beber;
era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes;
estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’.
Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com
fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão e não Te
prestámos assistência?’.
E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de
fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de
fazer’.
Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cesário de Arles (470-543),
monge, bispo
Sermão 25
«Vinde, benditos de meu Pai, recebei como herança o reino que
vos está preparado»
Se prestarmos
bem atenção, irmãos, o facto de Jesus Cristo sentir a fome dos pobres é-nos
favorável. [...] Olhai: de um lado, está uma moeda, do outro, o Reino.
[...] Tu dás uma moeda ao pobre e recebes de Jesus Cristo o Reino; tu dás
um pedaço de pão e recebes de Jesus Cristo a vida eterna; tu dás abrigo e
recebes de Jesus Cristo a remissão dos teus pecados.
Por isso, não desprezemos os pobres, mas desejemo-los e, sobretudo
apressemo-nos a tomar-lhes a dianteira porque a miséria dos pobres é o
medicamento dos ricos, como disse o próprio Senhor: «Antes, dai de esmola o
que está dentro e para vós tudo ficará limpo» e ainda: «Vendei os vossos
bens e dai-os de esmola» (Lc 11,41; 12,33). E o Espírito Santo proclama
através do profeta: «A água apaga o fogo ardente e a esmola expia o pecado»
(Sir 3,30). [...] Tenhamos, pois misericórdia,
irmãos, e com a ajuda de Jesus Cristo, seguremos o vínculo da sua garantia,
sobretudo daquela que vos recordei, quando Ele diz: «Dai e dar-se-vos-á»
(Lc 6,38) e ainda: «Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão
misericórdia» (Mt 5,7).
Que cada um se aplique, de acordo com os seus meios, em não vir à igreja de
mãos vazias; efectivamente aquele que deseja receber deve oferecer alguma
coisa. Quem pode fazê-lo, cubra o pobre com uma veste nova; quem não pode,
ofereça ao menos uma velha. E aquele que julga não ter o suficiente,
ofereça um pedaço de pão, acolha um viajante, prepare-lhe um leito,
lave-lhe os pés, para merecer ouvir Jesus Cristo dizer-lhe: «Vinde,
benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado
desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; [...] era
peregrino e Me recolhestes». Ninguém poderá desculpar-se por não dar
esmola, irmãos muito queridos, quando Jesus Cristo prometeu recompensar um
copo de água fresca (Mt 10,42).
Terça-feira,
dia 20 de Fevereiro de 2018
Terça-feira da 1.ª
semana da Quaresma
Santo do dia : Beato
Francisco Marto, vidente de Fátima, +1919, Beata
Jacinta Marto, vidente de Fátima, +1920, Santo
Eleutério, bispo, mártir, +532
Livro de Isaías 55,10-11.
Eis o que diz o Senhor: «Assim como a chuva e a neve que
descem do céu não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem
fecundado e feito produzir para que dê a semente ao semeador e o pão para
comer
assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu
efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua
missão».
Livro de Salmos 34(33),4-5.6-7.16-17.18-19.
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os ouvidos atentos aos seus rogos.
A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.
O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Evangelho segundo São Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos:
«Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos porque pensam
que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes
de vós Lho pedirdes.
Orai assim: ‘Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso
nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na Terra como
no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’.
Porque se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai
celeste vos perdoará.
Mas se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as
vossas faltas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274),
franciscano, doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de Lucas, cap. 7
Invocar o nome do Pai
Jesus Cristo
disse aos seus apóstolos: «Orai assim: "Pai"». Ou seja, começai
por invocar o Pai e fazei-o não apenas com a voz, mas com o coração, não
vá Ele dizer-vos como em Isaías: «Este povo aproxima-se de Mim só com
palavras e honra-Me só com os lábios, pois o seu coração está longe de
Mim» (29,13). Não digais apenas com o coração, mas também com a boca
porque a oração vocal é recebida por Deus, como diz o salmo: «Agradecerei
bem alto ao Senhor e louvá-lo-ei no meio da multidão» (108,30). Porque
esta oração permite despertar a memória, excitar a sonolência, inflamar o
desejo, dispor para a obediência, exprimir alegria e dar o exemplo.
Invoquemos, pois o nome do Pai. Com efeito, Ele é Pai em razão da
condição da sua natureza, como diz a Carta aos Efésios: «do qual recebe o
nome toda a família, nos Céus e na Terra» (3,15). Daí que afirme também
em Malaquias: «Porventura, não temos todos nós um único Pai?» (2,10)
Ele é Pai ainda por dar a graça, como se diz na Carta aos Romanos: «Recebestes um Espírito que faz de vós
filhos adoptivos. É por Ele que clamamos: "Abbá, ó Pai!"»
(8,15) e na Carta aos Gálatas: «porque sois filhos, Deus enviou aos nossos
corações o Espírito do seu Filho que clama: "Abbá! Pai!"»
(4,6). E é igualmente Pai em razão da realização da sua glória, como
afirma Jeremias: «Chamar-Me-ás "meu Pai" e não te afastarás de
Mim» (3,19).
Assim, pois uma vez que, no nome do Pai, Deus é visto como fundador da
natureza, dador da graça e produtor da glória, por isso mesmo é-nos dado
compreender que Ele é o único a quem devemos rezar.
Mateus e Lucas concordam na invocação do nome de Pai, a fim de que, neste
nome, o homem seja conduzido à reverência e à confiança, as duas asas sem
as quais a oração não tem eficácia.
Quarta-feira,
dia 21 de Fevereiro de 2018
Quarta-feira da
1.ª semana da Quaresma
A palavra do Senhor
foi dirigida a Jonas nos seguintes termos:
«Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem
que Eu te direi».
Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive
era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar.
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a
quarenta dias, Nínive será destruída».
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e
revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno.
Logo que a notícia chegou ao rei de Nínive, ele ergueu-se do trono e
tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Depois foi proclamado em Nínive um decreto do rei e dos seus ministros,
que dizia: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas, não provem
alimento, não pastem nem bebam água.
Os homens e os animais revistam-se de saco e clamem a Deus com vigor;
afaste-se cada um do seu mau caminho e das violências que tenha
praticado.
Quem sabe? Talvez Deus reconsidere e desista, acalmando o ardor da sua
ira, de modo que não pereçamos».
Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho,
desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.
Livro de Salmos 51(50),3-4.12-13.18-19.
Compadecei-Vos de
mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai
os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade (não-equidade) e purificai-me de todas as
faltas.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um
espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso
espírito de santidade.
Não é do sacrifício que Vos agradais
e, se eu oferecer um holocausto, não o aceitareis.
Sacrifício agradável a Deus é um espírito
arrependido: não desprezeis, Senhor, um espírito humilhado e
contrito.
Evangelho segundo São Lucas 11,29-32.
Naquele tempo,
aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus Cristo e Ele começou
a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas
nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas.
Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive assim o será
também o Filho (do homem) para esta geração.
No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta
geração e há-de condená-los porque veio dos confins da Terra para ouvir
a sabedoria de Salomão e aqui está quem é maior do que Salomão.
No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e
hão-de condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de
Jonas e aqui está quem é maior do que Jonas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420),
presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Sobre Jonas II, 2, 5, 6, 11
Jonas, figura de Jesus Cristo
Se Jonas
é figura do Senhor, por evocar, por meio da sua estada de três dias e
três noites nas entranhas do cetáceo, a Paixão do Salvador, a sua
oração também deve ser uma expressão da oração do Senhor.
«Fui rejeitado diante dos teus olhos. Mas verei ainda o teu santo
templo» (Jn 2,5). Quando estava contigo, gozando da tua luz, não dizia:
«Fui rejeitado». Mas, quando me encontrei no fundo do mar, envolvido na
carne de um homem, assumi sentimentos de homem e disse: «Fui rejeitado
diante dos teus olhos». Disse-o enquanto homem e o que vem a seguir
disse-o como Filho de Deus, Eu que, sendo da tua condição, não Me vali
da minha igualdade contigo (cf Fil 1,6) porque queria elevar a Ti o
género humano: «Mas verei ainda o teu santo templo». Assim, diz o texto
do evangelho: «Pai, manifesta a minha glória junto de Ti, aquela glória
que Eu tinha junto de Ti antes de o mundo existir» (Jo 17,5) e o Pai
responde: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!» (Jo 12,28). O
único e mesmo Senhor pede enquanto homem, promete enquanto Filho de Deus
e está seguro da glória que foi sempre sua.
«As águas me cercaram até ao pescoço, o abismo envolveu-me» (Jn 2,6).
Que o inferno não Me aprisione! Que não Me recuse a saída! Desci
livremente, que livremente Me eleve. Voluntariamente vim como cativo
para libertar os cativos, a fim de que se cumpra este verísculo: «Tu
subiste às alturas e levaste contigo prisioneiros» (Sl 68,19; Ef 4,8).
Com efeito, Ele conquistou para a vida aqueles que eram cativos da
morte.
«Então, o Senhor ordenou ao peixe e este vomitou Jonas em terra
firme» (Jn 2,11). Foi ordenado a este cetáceo, aos abismos e aos
infernos, que restituíssem o Salvador a terra; assim Aquele que tinha
morrido para libertar os que estavam presos nos laços da morte pode
levar uma multidão consigo para a vida.
Quinta-feira, dia 22 de Fevereiro de 2018
Cádeira de São
Pedro, apóstolo - festa
Caríssimos: Aos
presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui
testemunha dos padecimentos de Jesus Cristo e também participante da
glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação:
Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à
força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho
espírito de lucro, mas com zelo;
não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como
modelos do rebanho.
E, quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa
imperecível da glória.
Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu
pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa,
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Evangelho segundo São Mateus 16,13-19.
Naquele tempo,
Jesus Cristo foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos
seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias,
outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus Cristo perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho
de Deus vivo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas
porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai
que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será
ligado nos Céus e tudo o que desligares na Terra será desligado nos
Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja, «Lumen Gentium», § 22
«Tu és Pedro; sobre esta Pedra edificarei a minha
Igreja»
Assim
como, por instituição do Senhor, São Pedro e os restantes apóstolos
formam um colégio apostólico assim de igual modo estão unidos entre
si o Romano Pontífice, sucessor de Pedro e os bispos, sucessores dos
apóstolos. A natureza colegial da ordem episcopal, claramente
comprovada pelos concílios ecuménicos celebrados no decurso dos
séculos, manifesta-se já na disciplina primitiva, segundo a qual os
bispos de todo o orbe comunicavam entre si e com o bispo de Roma no
vínculo da unidade, da caridade e da paz e também na reunião de concílios,
nos quais se decidiram em comum coisas importantes, depois de
ponderada a decisão pelo parecer de muitos. O mesmo é claramente
demonstrado pelos concílios ecuménicos celebrados no decurso dos
séculos e o uso já muito antigo de chamar vários bispos a
participarem na elevação do novo eleito ao ministério do sumo
sacerdócio insinua-o já também. É, pois em virtude da sagração
episcopal e pela comunhão hierárquica com a cabeça e os membros do
colégio que alguém é constituído membro do corpo episcopal.
Porém, o colégio ou corpo episcopal não tem autoridade a não ser em
união com o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, entendido como sua
cabeça, permanecendo inteiro o poder do seu primado sobre todos, quer
pastores quer fiéis. Pois o Romano Pontífice, em virtude do seu cargo
de vigário de Jesus Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno,
supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente. A ordem
dos bispos que sucede ao colégio dos apóstolos no magistério e no
governo pastoral e, mais ainda, na qual o corpo apostólico se
continua perpetuamente, é também, juntamente com o Romano Pontífice,
sua cabeça e nunca sem a cabeça sujeito do supremo e pleno poder
sobre toda a Igreja, poder este que não se pode exercer senão com o
consentimento do Romano Pontífice. Só a Simão colocou o Senhor como
pedra e clavário da Igreja (cf Mt 16,18-19) e o constituiu pastor de
todo o seu rebanho (cf Jo 21,15 ss.); mas é sabido que o encargo de
ligar e desligar conferido a Pedro (Mt 16,19) foi também atribuído ao
colégio dos apóstolos unido à sua cabeça (Mt 18,18; 28,16-20). Este
colégio, enquanto composto por muitos, exprime a variedade e
universalidade do povo de Deus e, enquanto reunido sob uma só cabeça,
revela a unidade do redil de Jesus Cristo.
Sexta-feira, dia 23 de Fevereiro de 2018
Sexta-feira
da 1.ª semana da Quaresma
Assim fala o
Senhor Deus: «Se o pecador se arrepender de todas as faltas que
cometeu, se observar todos os meus mandamentos e praticar o direito
e a justiça, certamente viverá e não morrerá.
Não lhe serão lembrados os pecados que cometeu e viverá por causa
da justiça que praticou.
Será porventura a morte do pecador que Me agrada? — diz o Senhor
Deus — Não é antes que se converta
do seu mau proceder e viva?
Mas se o justo se desviar da justiça e praticar o mal, imitando as
abominações dos pecadores, porventura viverá? Não mais será
recordada a justiça que praticou; por causa da prevaricação em que
caiu e do pecado que cometeu, ele morrerá.
E vós dizeis: ‘O modo de proceder do Senhor não é justo’. Escutai,
casa de Israel: Será o meu modo de proceder que não é justo? Não
será antes o vosso modo de proceder que é injusto?
Quando o justo se afastar da justiça, praticar o mal e vier a
morrer, morrerá por causa do mal cometido.
Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar o
direito e a justiça, salvará a sua vida.
Se abrir os seus olhos e renunciar às faltas que tiver cometido, há-de
viver e não morrerá».
Livro de Salmos 130(129),1-2.3-4ab.4c-6.7-8.
Do profundo
abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência.
Eu confio no Senhor,
a minha alma espera na sua palavra.
Eu confio no Senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor,
mais do que as sentinelas pela aurora.
Porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.
Evangelho segundo São Mateus 5,20-26.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se a vossa justiça não
superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus.
Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será
submetido a julgamento’.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão
será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será
submetido ao Sinédrio e quem lhe chamar louco será submetido à
geena de fogo.
Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te
recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te
com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a
caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda e
sejas metido na prisão.
Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último
centavo. (Isto porquê? Porque muitas vezes quem acusa tem muito
mais faltas do que o acusado e se aquela pede justiça para si
entrará em julgamento com o acusado e, como as suas faltas são
maiores, as consequências também serão piores.)
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Cipriano (c.
200-258), bispo de Cartago e mártir
A oração do Senhor, 23
«Vai primeiro reconciliar-te com o
teu irmão»
Deus
mandou que os homens sejam pacíficos e vivam em bom acordo, que
vivam «unânimes na sua casa» (Sl 67,7 Vulg). Quer que perseveremos,
uma vez que fomos regenerados pelo baptismo, em viver na condição
em que esse segundo nascimento nos colocou. Porque somos filhos de
Deus, Ele quer que permaneçamos na sua paz e, porque recebemos um
mesmo baptismo, que
vivamos em unidade de coração e de pensamentos.
É por isso que Deus não aceita o sacrifício daquele que vive em
dissensão, mas lhe ordena que se afaste do altar para ir primeiro
reconciliar-se com o seu irmão, a fim de que Deus possa atender as
orações apresentadas em paz. O maior sacrifício que se pode
apresentar a Deus é a nossa paz,
a concórdia fraterna, o
povo reunido pela unidade que existe entre o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
Sábado, dia 24 de Fevereiro de 2018
Sábado da
1.ª semana da Quaresma
Moisés falou
ao povo, dizendo: «O Senhor, teu Deus, ordena-te hoje que cumpras
estas leis e mandamentos. Tu os guardarás e cumprirás com todo o
teu coração e com toda a tua alma.
Hoje obtiveste a promessa do Senhor de que Ele seria o teu Deus e
tu deves seguir os seus caminhos, cumprindo os seus mandamentos,
leis e preceitos, escutando a sua voz.
E hoje o Senhor obteve de ti a promessa de que serás o seu povo,
como Ele tinha declarado e cumprirás os seus mandamentos.
Ele te elevará pela glória, fama e esplendor, acima de todas as
nações que formou e serás um povo consagrado ao Senhor, teu Deus,
como Ele prometeu.
Livro de Salmos 119(118),1-2.4-5.7-8.
Felizes os
que seguem o caminho perfeito
e andam na lei do Senhor.
Felizes os que observam as suas ordens
e O procuram de todo o coração.
Promulgastes os vossos preceitos
para se cumprirem fielmente.
Oxalá meus caminhos sejam firmes,
na observância dos vossos decretos.
Na rectidão de coração Vos agradecerei,
ao aprender os vossos juízos.
Hei-de cumprir os vossos preceitos:
não me desampareis jamais.
Evangelho segundo São Mateus 5,43-48.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Ouvistes que foi
dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles
que vos perseguem
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz
nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem
a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de
extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Jerónimo
(347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário à Epístola aos Gálatas, 3, 6
O amor ao próximo: apoio mútuo e
benevolência; ir beber à fonte da bondade divina
«Portanto,
enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas principalmente para com os
irmãos na fé» (Gal 6,10). O tempo presente, o tempo do curso da
vida, é o tempo da sementeira. Durante esta vida, podemos semear
o que quisermos. Quando esta vida passar, ser-nos-á retirado o
tempo de agir. É por isso que o Salvador nos diz: «Temos de
realizar as obras daquele que Me enviou enquanto é dia. Vem aí a
noite, em que ninguém pode actuar» (Jo 9,4).
Quer estejamos doentes ou de boa saúde quer sejamos humildes ou
poderosos, pobres ou ricos, famosos ou desprezados, façamos tudo
em nome do Senhor, com paciência e equanimidade; assim se
realizará em nós o que diz a Escritura: «tudo contribui para o
bem daqueles que amam a Deus» (Rom 8,28). A própria cólera, a
paixão, os ultrajes recebidos que exigem vingança tornam-se para
mim, se me dominar e me calar por Deus, se em cada picada que
fere e sob a pressão dos vícios pensar em Deus que me olha do
alto, outras tantas ocasiões de triunfo.
Quando distribuirmos os nossos dons, não digamos: este é amigo,
àquele vou ignorá-lo; este tem direito de receber, aquele deve
ser desprezado. Imitemos o nosso Pai que «faz com que o Sol se
levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os
justos e os pecadores» (Mt 5,45). A fonte da bondade está aberta
a todos: escravo e livre, plebeu e rei, rico e pobre, todos bebem
dela da mesma maneira. A lamparina acesa numa casa alumia a todos
sem distinção.
São João evangelista, no final da sua vida, quando já não era capaz
de exprimir o seu pensamento num discurso seguido, limitava-se a
dizer: «Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros» (cf Jo 13,24).
E, quando os seus discípulos lhe perguntaram porque dizia sempre
a mesma coisa, João respondeu com esta frase, digna dele: «Porque
é esse o preceito do Senhor; se o cumprirmos, tanto basta.» ©
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D. Rodrigo
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