"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 16 de Julho de 2017
15.º Domingo do Tempo Comum
Livro de Isaías 55,10-11.
Eis o que diz o Senhor: «Assim como a chuva e a neve que descem
do céu não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e
feito produzir, para que dê a semente ao semeador e o pão para comer,
assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu
efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão».
Livro de Salmos 65(64),10abcd.10e-11.12-13.14.
Visitastes a terra e a regastes,
enchendo-a de fertilidade.
As fontes do céu transbordam em água
e fazeis brotar o trigo.
Assim preparais a terra;
regais os seus sulcos e aplanais as leivas,
Vós a inundais de chuva
e abençoais as sementes.
Coroastes o ano com os vossos benefícios,
por onde passastes brotou a abundância.
Vicejam as pastagens do deserto
e os outeiros vestem-se de festa.
Os prados cobrem-se de rebanhos,
e os vales enchem-se de trigo.
Tudo canta e grita de alegria.
Carta aos Romanos 8,18-23.
Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm
comparação com a glória que se há-de manifestar em nós.
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus.
Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por
vontade d’Aquele que as submeteu,
com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da
corrupção que escraviza, para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de
Deus.
Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade.
E não só ela, mas também nós que possuímos as primícias do Espírito, gememos
interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso corpo.
Evangelho segundo São Mateus 13,1-23.
Naquele dia, Jesus Cristo saiu de casa e foi sentar-Se à
beira-mar.
Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e
sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem.
Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: «Saiu o semeador a semear.
Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e
comeram-nas.
Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra e logo
nasceram porque a terra era pouco profunda;
mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaram por não terem raiz.
Outras caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e afogaram-nas.
Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta;
outras, trinta por um.
Quem tem ouvidos, oiça».
Os discípulos aproximaram-se de Jesus Cristo e disseram-Lhe: «Porque lhes
falas em parábolas?».
Jesus Cristo respondeu: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino
dos Céus, mas a eles não.
Pois àquele que tem (fé) dar-se-á e terá em abundância; mas àquele que não
tem (fé), até o pouco que tem lhe será tirado.
É por isso que lhes falo em parábolas porque vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem
entender.
Neles se cumpre a profecia de Isaías que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas sem
compreender; olhando olhareis, mas sem ver.
Porque o coração deste povo tornou-se duro: endureceram os seus ouvidos e
fecharam os seus olhos para não acontecer que, vendo com os olhos e ouvindo
com os ouvidos e compreendendo com o coração, se convertam e Eu os cure’.
Quanto a vós, felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque
ouvem!
Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e
não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram.
Escutai então o que significa a parábola do semeador:
Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e
arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao
longo do caminho.
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a
acolhe de momento com alegria,
mas não tem raiz em si mesmo porque é inconstante e, ao chegar a tribulação
ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo.
Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os
cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra que assim não
dá fruto.
E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende.
Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582),
carmelita descalça, doutora da Igreja
Exclamações, n.º 8
«Os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a
palavra»
Senhor Deus, as
tuas palavras são palavras de vida, onde todos os mortais encontram aquilo
que desejam, desde que aceitem procurá-lo. Mas será de espantar, meu Deus,
que esqueçamos as tuas palavras, tomados como somos pela loucura e a
languidez que são consequência das nossas más acções? Oh meu Deus [...],
autor de toda a criação, o que seria esta criação se Tu quisesses, Senhor,
criar ainda mais? Tu és omnipotente, as tuas obras são incompreensíveis. Faz,
Senhor, que as tuas palavras nunca se afastem do meu pensamento.
Tu disseste: «Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos
aliviarei» (Mt 11, 28). Que mais queremos nós, Senhor? Que mais pedimos? Que
mais procuramos? Porque será que as gentes do mundo se perdem, a não ser
porque andam em busca da felicidade? Oh meu Deus [...], que cegueira tão
profunda! Procuramos a felicidade onde é impossível encontrá-la.
Oh Criador, tem piedade das tuas criaturas! Repara que, sozinhos, não
compreendemos, não sabemos aquilo que desejamos, escapa-nos aquilo que
pedimos. Dá-nos luz, Senhor! Vê que temos mais necessidade dela do que o cego
de nascença. Ele desejava ver a luz e não era capaz e agora, Senhor, as
pessoas recusam-se a ver. Haverá mal mais incurável do que esse? Será aqui,
meu Deus, que ressoará o teu poder, aqui que brilhará a tua misericórdia.
[...] Peço-Te que me concedas amar aqueles que não Te amam, abrir a porta
àqueles que não batem, dar a saúde àqueles que gostam de estar doentes. [...]
Tu disseste, Mestre meu, que tinhas vindo para os pecadores (Mt 9, 13);
ei-los, Senhor! E Tu, meu Deus, esquece a nossa cegueira, considera apenas o
sangue que o teu Filho derramou por nós. Que a tua misericórdia resplandeça
no seio de semelhante infelicidade; lembra-Te, Senhor, de que somos obra tua
e salva-nos pela tua bondade, pela tua misericórdia.
Segunda-feira,
dia 17 de Julho de 2017
Segunda-feira da 15.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias, subiu ao trono do Egipto um novo rei que não
tinha conhecido José.
Ele disse ao seu povo: «Vede como o povo de Israel se tornou maior e mais
forte do que nós.
Temos de tomar contra ele medidas prudentes para que não aumente ainda
mais. De contrário, em caso de guerra, juntar-se-ia aos nossos inimigos,
combateria contra nós e acabaria por abandonar o país».
Colocaram então o povo de Israel sob as ordens de capatazes, para o
sujeitarem a trabalhos forçados e foi assim que ele construiu para o faraó
as cidades de armazenagem Pitom e Ramsés.
Mas quanto mais o oprimiam tanto mais o povo se multiplicava e crescia.
Por isso os egípcios, temendo os filhos de Israel, sujeitaram-nos a duros
trabalhos
e fizeram-lhes a vida amarga com tarefas pesadas: preparação de barro e de
tijolos, toda a espécie de serviços agrícolas, além das restantes tarefas a
que os obrigavam duramente.
E o faraó deu esta ordem ao seu povo: «Deitai ao rio todos os filhos que
nascerem aos hebreus; mas deixai viver todas as filhas».
Livro de Salmos 124(123),1-3.4-6.7-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
que o diga Israel,
se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós
ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.
As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.
Bendito seja o Senhor,
que não nos abandonou como presa dos seus dentes.
A nossa vida escapou como pássaro
do laço dos caçadores:
quebrou-se a armadilha
e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor
que fez o Céu e a Terra.
Evangelho segundo São Mateus 10,34-42.11,1.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus apóstolos: «Não
penseis que Eu vim trazer a paz à Terra. Não vim trazer a paz, mas a
espada.
De facto, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora da sua
sogra,
de maneira que os inimigos do homem
são os de sua casa.
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim e quem ama o
filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim.
Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la e quem perder a sua vida por minha
causa, há-de encontrá-la.
Quem vos recebe, a Mim recebe e quem Me recebe, recebe Aquele que Me
enviou.
Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de
profeta e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de
justo.
E se alguém der de beber nem que seja um copo de água fresca a um destes
pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa».
Depois de ter dado estas instruções aos seus doze discípulos, Jesus Cristo partiu
dali para ir ensinar e pregar nas cidades daquela gente.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c.
345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da
Igreja
Homilia 45 sobre os Actos dos Apóstolos; PG 60, 318-320
«E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água
fresca, [...] não perderá a sua recompensa».
«Eu era
estrangeiro, disse Jesus Cristo, e vós acolhestes-Me» (Mt 25,35). E ainda:
«Cada vez que o fizerdes a um destes pequeninos é a Mim que o fazeis» (Mt
25,40). Tratando-se de um crente e de um irmão, mesmo que seja o mais
pequeno de todos, é Jesus Cristo que entra com ele: abre a tua casa e
recebe-o. «Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa
de profeta». [...] Eis os sentimentos que devemos ter ao receber
estrangeiros: a prontidão, a alegria, a generosidade. O estrangeiro é
sempre tímido e envergonhado. Se o anfitrião não o receber com alegria,
retira-se sentindo-se desprezado, pois é pior ser recebido dessa forma do
que não ser recebido.
Tem, pois uma casa onde Jesus Cristo encontre morada. Diz: «Eis o quarto de
Jesus Cristo. Eis a morada que Lhe está reservada». Mesmo que seja muito
simples, Ele não a desdenhará. Jesus Cristo está despido, é estrangeiro; só
precisa de um tecto. Dá-Lhe ao menos isso; não sejas cruel e desumano. Tu
que demonstras tanto ardor pelos bens materiais, não fiques frio perante as
riquezas do espírito. [...] Tens lugar para o teu carro e não tens lugar
para Jesus Cristo vagabundo? Abraão recebeu os estrangeiros no local onde
morava (Gn 18). A esposa tratou-os como se fosse a serva e eles os
senhores. Nem um nem outro sabiam que recebiam Jesus Cristo, que acolhiam
anjos. Se o tivessem sabido, ter-se-iam despojado de tudo. Nós, que sabemos
reconhecer Jesus Cristo, demonstremos ainda mais prontidão que os que
pensavam receber apenas homens.
Terça-feira,
dia 18 de Julho de 2017
Terça-feira da 15.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias, um homem da família de Levi tomou como esposa
uma jovem da mesma tribo.
A mulher concebeu e deu à luz um filho e, vendo como era belo, escondeu-o
durante três meses.
Como não podia mantê-lo oculto por mais tempo, arranjou uma cesta de
papiro, calafetou-a com betume e pez, meteu nela o menino e colocou-a
entre os juncos, à beira do rio,
enquanto a irmã dele ficava a certa distância para ver o que iria
acontecer-lhe.
Ora a filha do faraó desceu ao rio para se banhar, enquanto as suas
donzelas passeavam ao longo da margem. Então ela avistou a cesta no meio
dos juncos e mandou uma serva que a fosse buscar.
Abriu-a e viu a criança: era um menino a chorar. Teve pena dele e
exclamou: «É um filho de hebreus».
A irmã dele disse à filha do faraó: «Queres que eu vá procurar, entre as
mulheres hebreias, uma ama para criar este menino?».
«Vai!» – disse a filha do faraó. E a jovem foi chamar a mãe da criança.
Disse-lhe a filha do faraó: «Leva este menino, a fim de o criares para
mim e eu própria te darei o teu salário». Então a mulher levou a criança
e amamentou-a.
Quando o menino cresceu, trouxe-o à filha do faraó que o adoptou como
filho e lhe deu o nome de Moisés,
dizendo: «Salvei-o das águas».
Certo dia, quando Moisés já era homem, foi ter com os seus irmãos e viu
como eram duros os trabalhos a que os sujeitavam. Viu também um egípcio
agredir um dos hebreus, seus irmãos.
Olhou para todos os lados e, não vendo ninguém, matou o egípcio e
escondeu-o na areia.
Ao voltar no dia seguinte, estavam dois hebreus a lutar um contra o
outro. Disse então ao agressor: «Porque bates no teu companheiro?».
Mas ele respondeu-lhe: «Quem te fez nosso chefe ou nosso juiz? Pretendes
matar-me como fizeste ao egípcio?». Moisés assustou-se, pensando consigo:
«Certamente o facto é conhecido».
O faraó ouviu falar do caso e procurava dar a morte a Moisés. Então
Moisés fugiu para longe e foi refugiar-se na terra de Madiã.
Livro de Salmos 69(68),3.14.30-31.33-34.
Atolei-me na lama do abismo
e não tenho onde apoiar-me.
Cheguei até ao fundo das águas
e as ondas me submergiram.
A Vós, Senhor, elevo a minha súplica,
no momento propício, meu Deus.
Pela vossa grande bondade, respondei-me,
em prova da vossa salvação.
Eu sou pobre e miserável:
defendei-me com a vossa protecção.
Louvarei com cânticos o nome de Deus
e em acção de graças O glorificarei.
Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.
Evangelho segundo S. Mateus 11,20-24.
Naquele tempo, começou Jesus Cristo a censurar duramente as
cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres por não
se terem arrependido:
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se
tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam
feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.
Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e
Sidónia do que para vós.
E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que
descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti
se realizaram, ela teria permanecido até hoje.
Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra
de Sodoma do que para ti».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero,
tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário sobre o profeta Joel; PL 25, 667 (trad. breviário rev.)
Jesus Cristo chama as cidades da Galileia à conversão
«O Senhor é
bom e misericordioso», preferindo à morte o arrependimento dos pecados (Jl 2,13). «Ele é paciente e rico
em misericórdia»; não imita a
impaciência dos homens, mas espera longamente o nosso arrependimento.
«Está pronto a parar o mal» ou a arrepender-Se dele. Quer dizer que, se
nos arrependermos dos nossos pecados, Ele mesmo Se arrependerá das suas
ameaças e não nos infligirá os males com que nos ameaçara; se mudarmos de
opinião, também Ele mudará. [...]
No entanto, o profeta que acaba de dizer: «O Senhor é bom e
misericordioso, paciente e rico em misericórdia, pronto a parar o mal ou
a arrepender-Se dele» acrescenta, para que essa grande clemência não nos
torne negligentes: «Quem sabe? Talvez Ele volte atrás, renuncie ao
castigo e nos encha de bênçãos» (v. 14). Eu, diz ele, exorto-vos à penitência e sei que a clemência de Deus é inexprimível.
Como disse David: «Tem piedade de mim, Senhor Deus, na tua grande
misericórdia, na abundância do teu perdão apaga os meus pecados» (Sl
50,3). Mas, porque nós não podemos conhecer a profundidade das riquezas
da sabedoria e da ciência de Deus (Rom 11,33), vou exprimir-me de forma
mais ligeira, formularei apenas um desejo, dizendo: «Quem sabe se Deus
não mudará de opinião e não perdoará?» Este «quem sabe» deve entender-se
como designando uma coisa difícil.
Quarta-feira,
dia 19 de Julho de 2017
Quarta-feira da 15.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã.
Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o
Horeb.
Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma
sarça. Moisés olhou para a sarça que estava a arder e viu que a sarça
não se consumia.
Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso
espetáculo: por que motivo não se consome a sarça?».
O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do
meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!».
Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés porque
o lugar que pisas é terra sagrada».
E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de
Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de
olhar para Deus.
Disse-lhe o Senhor: «O clamor dos filhos de Israel chegou até Mim; vi
também a violência com que os egípcios os oprimem.
Agora põe-te a caminho que Eu vou enviar-te ao faraó para que tires do
Egipto o meu povo, os filhos de Israel».
Moisés disse a Deus: «Quem sou eu, para ir à presença do faraó e tirar
do Egipto os filhos de Israel?».
Deus respondeu-lhe: «Eu estarei contigo e este é o sinal de que fui Eu
que te enviei: Quando tirares o povo do Egipto, adorareis a Deus neste
monte».
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.6-7.
Bendiz, ó minha
alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.
O Senhor faz justiça
e defende o direito de todos os oprimidos.
Revelou a Moisés os seus caminhos
e aos filhos de Israel os seus prodígios.
Evangelho segundo São Mateus 11,25-27.
Naquele tempo,
Jesus Cristo exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra,
porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as
revelaste aos pequeninos (àqueles sem poder).
Sim, Pai, Eu Te bendigo porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e
ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361),
dominicano de Estrasburgo
Sermão 29
«Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o
Filho o quiser revelar»
É-nos
impossível encontrar os termos apropriados para falarmos acerca da
gloriosa Trindade e, no
entanto impõe-se que digamos alguma coisa. [...] É completamente
impossível, pela inteligência, compreender como a elevada e essencial
unidade é uma unidade simples quanto à essência e tripla quanto às
Pessoas, compreender como as três Pessoas Se distinguem entre Si, como
o Pai gera o Filho, como o Filho procede do Pai e contudo nele mora e
compreender como, da sabedoria que dele sai, jorra uma indescritível
torrente de amor que é o Espírito Santo (moram no segundo nível estas
três identidades); compreender como essas maravilhosas efusões refluem
na inefável benignidade da própria Trindade e na fruição que a Trindade
faz de Si própria, numa unidade essencial. [...] Mais vale sentir tudo
isto do que expô-lo por palavras. [...]
Consideremos esta Trindade em nós próprios; tomemos consciência de que
somos verdadeiramente feitos à sua imagem (Gn 1,26), pois encontramos
na alma, no seu estado natural, a própria imagem de Deus (habita no
primeiro nível, mas relaciona-se com todos), imagem verdadeira, clara,
ainda que nela não esteja toda a nobreza do objecto que representa. Os
sábios dizem que esta reside nas faculdades superiores da alma, na
memória, na inteligência, na vontade [...]. Outros mestres dizem, e
esta é uma opinião superior, que a imagem da Trindade reside no mais
íntimo, no mais secreto e profundo da alma [...]. É certamente no mais
profundo da alma que o Pai do Céu gera o seu Filho único [...]. Se
quisermos senti-lo, voltemo-nos para o nosso interior, muito acima de
quaisquer actividades exteriores ou interiores, acima das imagens e de
tudo o que vem do exterior e perscrutemos o fundo da nossa alma. Então
o poder do Pai virá, o Pai chamará ao homem que há em cada um de nós
seu filho único e, tal como o Filho nasce do Pai e reflui no Pai assim
também o próprio homem nascerá do Pai no Filho e refluirá no Pai com o
Filho, tornando-se um com Ele. O Santo Espírito difundir-se-á então em
caridade e alegria indescritíveis e transbordantes, inundando e
penetrando o fundo do homem com os seus doces dons.
Quinta-feira, dia 20 de Julho de 2017
Quinta-feira da 15.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Moisés ouviu do meio da sarça a voz do Senhor e disse-Lhe: «Vou
procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: 'O Deus dos vossos pais
enviou-me a vós'. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei-de
responder-lhes?»
Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim
falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a
vós».
Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O
Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de
Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me
invocareis de geração em geração’».
Vai, reúne os anciãos de Israel e diz-lhes: ‘O Senhor, Deus dos
vossos pais, Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, apareceu-me e
disse: Observei-vos com atenção e vi o que vos tem sido feito no
Egipto
e Eu disse para comigo: Far-vos-ei subir da opressão do Egipto para a
terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu, do
jebuseu, para a terra que mana leite e mel’.
Eles escutarão a tua voz e tu irás, tu e os anciãos de Israel, à
presença do rei do Egipto e dir-lhe-eis: ‘O Senhor, Deus dos hebreus,
saiu ao nosso encontro e agora permite-nos fazer uma peregrinação de
três dias pelo deserto, para oferecermos sacrifícios ao Senhor Deus.’
Eu bem sei que o rei do Egipto não vos deixará partir senão obrigado
por mão forte.
Estenderei então a minha mão e ferirei o Egipto com todas as
maravilhas que farei no meio dele. Depois disso, deixar-vos-á partir.
Livro de Salmos 105(104),1.5.8-9.24-25.26-27.
Agradecei ao
Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.
Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.
Deus multiplicou o seu povo
e tornou-o mais forte do que os seus inimigos.
Mudou-lhes o coração e
eles odiaram o povo de Deus
e trataram com perfídia os seus servidores.
Deus enviou então o seu servidor Moisés
e Aarão, seu escolhido,
que realizaram maravilhas no meio deles
e milagres no país de Cam.
Evangelho segundo São Mateus 11,28-30.
Naquele tempo,
Jesus Cristo exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e
oprimidos e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde
de coração e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave
e a minha carga é leve».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
«Sobre a virgindade», 35-36; PL 40, 416
«Tornai-vos meus discípulos; aprendei de Mim»
Vejo-Te,
ó bom Jesus, com os olhos da fé que abriste em mim, vejo-Te a chorar
e a dizer ao género humano: «Vinde a Mim, vinde para a minha escola.»
Qual é a lição [...] que temos de aprender na tua escola? «Que sou
manso e humilde de coração». É a isso, pois, que se resumem «todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3) escondidos em Ti -
a aprender esta lição capital: que Tu és «manso e humilde de coração».
[...]
Que aqueles que procuram a tua misericórdia
e a tua verdade escutem,
venham a Ti, aprendam de Ti a ser mansos e humildes, vivendo para Ti
e não para si próprios. Que oiça isto aquele que anda cansado e
oprimido, que se verga sob um fardo que o impede de erguer os olhos
ao céu (Lc 18,13), o pecador que bate no peito e não se sente digno
de se aproximar de Ti. Que oiça o centurião que não era digno de que
entrasses sob o seu tecto (Lc 7,6). Que oiça Zaqueu, o chefe dos
publicanos, quando declara que vai devolver quatro vezes mais o fruto
dos seus pecados (Lc 19,8). Que oiça a mulher que tinha sido pecadora
na cidade e que derrama tantas lágrimas a teus pés quanto afastada
tinha estado dos teus passos (Lc 7,37). Que oiçam as mulheres de má
vida e os publicanos que precedem os escribas e os fariseus no Reino
dos Céus (Mt 21,31). Que oiçam os doentes com todo o género de males
com quem Ele era acusado de conviver (Mt 9,11). [...]
Todos estes, quando se voltam para Ti, tornam-se facilmente mansos e
humildes diante de Ti, recordando-se da sua vida cheia de pecados e
da tua misericórdia cheia de perdão, pois «onde aumentou o pecado,
superabundou a graça» (Rom 5,20).
Sexta-feira, dia 21 de Julho de 2017
Sexta-feira da 15.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do faraó. Mas o
Senhor permitiu que se endurecesse o coração do faraó e ele não
deixou partir do seu país os filhos de Israel.
O Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o
primeiro mês do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste
mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada
casa.
Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao
vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o
que cada um pode comer.
Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis
escolher um cordeiro ou um cabrito.
Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então toda a
assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde.
Recolherão depois o seu sangue que será espalhado nos dois umbrais
e na padieira da porta das casas em que o comerem.
E comerão a carne nessa mesma noite; comê-la-ão assada ao fogo, com
pães ázimos e ervas amargas.
Não a comereis nem crua nem cozida na água, mas assada no fogo, a
cabeça com as patas e as entranhas.
Não deixareis dela nada até pela manhã e o que restar dela pela
manhã, queimá-lo-eis no fogo.
Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado
na mão. Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor.
Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto e hei-de ferir de
morte, na terra do Egipto, todos os primogénitos, desde os homens
até aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses
do Egipto, Eu, o Senhor.
O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao
ver o sangue, passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo
exterminador, quando Eu ferir a terra do Egipto.
Esse dia será para vós uma data memorável que haveis de celebrar
com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em
geração, como instituição perpétua».
Livro de Salmos 116(115),12-13.15-16bc.17-18.
Como
agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servidor, filho da vossa servidora:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.
Evangelho segundo S. Mateus 12,1-8.
Naquele tempo,
Jesus Cristo passou através das searas em dia de sábado e os
discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas.
Os fariseus viram e disseram a Jesus Cristo: «Vê como os teus
discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando
ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição que não era
permitido comer nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente
aos sacerdotes.
Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes
violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa?
Eu vos digo que está aqui alguém que é maior do que o templo.
Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não
condenaríeis os que não têm culpa.
Porque o Filho (do homem) é Senhor do sábado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Homilias sobre o livro dos Números, n.º 23
«O Filho (do homem) é Senhor do
sábado»
O
sábado foi instituído como dia sagrado; todos os santos e justos
deviam celebrar o sábado. [...] Vejamos então em que consiste para
o cristão a observância do sábado: no dia de sábado, não se deve
realizar nenhuma obra deste mundo; é necessário abster-se de todas
as obras terrenas, não fazer nada que se relacione com este mundo,
dedicar-se às obras espirituais, ir à igreja, estar atento à
leitura da Escritura e às explicações que dela são dadas, pensar em
coisas do Céu, ocupar-se da esperança na vida futura, ter presente
o julgamento que há-de vir, meditar, não nas realidades visíveis e
presentes, mas nas realidades futuras e invisíveis.
Os judeus também devem observar tudo isto. Em suas casas, os
ferreiros, os pedreiros, todos os trabalhadores manuais ficam sem
nada fazer no dia de sábado. Mas os leitores que proclamam a
Sagrada Escritura e os doutores que explicam a Lei de Deus nesse
dia não interrompem as suas funções e, no entanto, não profanam o
sábado. O Senhor o reconheceu: «Não lestes na Lei que, ao sábado,
no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos
de culpa?» Portanto, aquele que se abstém das obras deste mundo,
ficando livre para as actividades espirituais, oferece o sacrifício
do sábado e santifica o sábado como dia de festa. [...]
Durante o sábado, cada qual permanece em sua casa. Qual é, pois
esta casa da alma espiritual? Esta casa é a justiça, a verdade,
a sabedoria, a santidade; tudo isso é Jesus
Cristo, a casa da alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa
natural). Não é necessário sair desta casa quando se quer guardar o
verdadeiro sábado e celebrar com sacrifícios este dia de festa,
segundo as palavras do Senhor: «Permanecei em Mim e Eu permanecerei
em vós» (Jo 15,4).
Sábado, dia 22 de Julho de 2017
Santa Maria Madalena (= de
Magdala), discípula – Festa
Eis o que diz
a esposa: «No meu descanso, durante a noite, procurei aquele que
o meu coração ama; procurei-o, mas não pude encontrá-lo.
Levantar-me-ei e percorrerei a cidade, pelas ruas e pelas praças,
procurando aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não pude
encontrá-lo.
Encontraram-me as sentinelas que rondavam a cidade e eu
perguntei-lhes: ‘Vistes porventura aquele que o meu coração
ama?’.
E logo que passei por eles, encontrei aquele que o meu coração ama».
Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.8-9.
Senhor, sois
o meu Deus: desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem água.
Quero contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais do que a vida;
por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.
Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.
Porque Vos tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra da vossa presença.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa presença me serve de amparo.
Evangelho segundo São João 20,1-2.11-18.
No primeiro
dia da semana, Maria (de Magdala) Madalena foi de manhãzinha,
ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto
de Jesus Cristo e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não
sabemos onde O puseram».
E ficou a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se
para dentro do sepulcro
e viu dois Anjos vestidos de branco (o Filho não estava com eles
nesta altura), sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde
estivera deitado o corpo de Jesus Cristo.
Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela
respondeu-lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O
puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo de pé, sem
saber que era Ele.
Disse-lhe Jesus Cristo: «Mulher, porque choras? A quem
procuras?». Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe:
«Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para
eu O ir buscar».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!». Ela voltou-se e respondeu em
hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!».
Jesus Cristo disse-lhe: «Não Me detenhas porque ainda não subi
para o Pai.
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu
Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena
foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que
Ele lhe tinha dito.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Romano, o
Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 40
Maria (de Magdala) Madalena,
enviada a anunciar a ressurreição
Aquele
que perscruta no mais íntimo dos corações (Sl 7,10), sabendo que
Maria Lhe reconhecerá a voz, chama a sua ovelha pelo nome, como
fazem os pastores (Jo 10,4), dizendo : «Maria!» Ela responde
imediatamente: «Sim, é o meu pastor quem me chama, Ele vem à
minha procura e quer contar comigo, juntando-me às suas noventa e
nove ovelhas (Lc 15,4). Vejo atrás dele legiões de santos,
exércitos de justos […]. Sei bem quem Ele é, Este que me chama;
já o disse, é o meu Senhor, é Aquele que oferece a ressurreição
aos pecadores».
Levada pelo fervor do amor, a jovem quis deter Aquele que
completara a criação […]. Mas o Criador […] orientou-a para o mundo
divino, dizendo: «Não Me detenhas. Pensas que sou um simples
mortal? Não Me detenhas […]. Ergue os olhos ao Céu e olha o mundo
celeste; é aí que deves procurar-Me. Porque Eu vou subir para meu
Pai, que não abandonei. Estive com Ele desde o início dos tempos,
partilho o seu trono, recebo as mesmas honras, Eu, que ofereço
aos pecadores a ressurreição.
Que de ora em diante a tua língua proclame estas coisas e as
explique aos filhos do Reino que esperam que Eu desperte; Eu sou Aquele que vive.
Vai depressa, Maria, reúne os meus discípulos. Serás uma trombeta
de som poderoso; toca um canto de paz aos ouvidos temerosos dos
meus amigos escondidos, desperta-os a todos do seu sono para que
venham ao meu encontro. Diz-lhes: "O Esposo acordou, saiu do
seu túmulo. Apóstolos, deixai essa tristeza mortal, porque Ele
ergueu-Se, Aquele que oferece aos pecadores a
ressurreição"». […]
Maria exclama: «De repente, o meu luto fez-se júbilo, em tudo vi alegria. Não hesito em
dizê-lo: recebi glória igual à de Moisés (Ex 33,18s). Eu vi, sim,
eu vi, não na montanha, mas no sepulcro, não velado pela nuvem,
mas por um corpo, o Senhor dos seres incorpóreos e das nuvens,
seu Senhor de ontem, de agora e de todo sempre. Ele disse-me:
"Maria, apressa-te! Como pomba que em seu bico leva um
raminho de oliveira, vai anunciar a boa nova aos descendentes de
Noé (Gn 8,11). Diz-lhes que a morte foi aniquilada e que
ressuscitou Aquele que aos pecadores oferece a
ressurreição"».©
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