domingo, 23 de julho de 2017

Cristianismo 217 até 22-07-2017



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 16 de Julho de 2017

15.º Domingo do Tempo Comum

Festa da Igreja : XV Domingo Comum (semana III do saltério)Nossa Senhora do Carmo (festa, no Brasil)
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Isaías 55,10-11.
Eis o que diz o Senhor: «Assim como a chuva e a neve que descem do céu não voltam para lá sem terem regado a terra, sem a terem fecundado e feito produzir, para que dê a semente ao semeador e o pão para comer,
assim a palavra que sai da minha boca não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter cumprido a minha vontade, sem ter realizado a sua missão».

Livro de Salmos 65(64),10abcd.10e-11.12-13.14.
Visitastes a terra e a regastes,
enchendo-a de fertilidade.
As fontes do céu transbordam em água
e fazeis brotar o trigo.

Assim preparais a terra;
regais os seus sulcos e aplanais as leivas,
Vós a inundais de chuva
e abençoais as sementes.

Coroastes o ano com os vossos benefícios,
por onde passastes brotou a abundância.
Vicejam as pastagens do deserto
e os outeiros vestem-se de festa.

Os prados cobrem-se de rebanhos,
e os vales enchem-se de trigo.
Tudo canta e grita de alegria.

Carta aos Romanos 8,18-23.
Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há-de manifestar em nós.
Na verdade, as criaturas esperam ansiosamente a revelação dos filhos de Deus.
Elas estão sujeitas à vã situação do mundo, não por sua vontade, mas por vontade d’Aquele que as submeteu,
com a esperança de que as mesmas criaturas sejam também libertadas da corrupção que escraviza, para receberem a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Sabemos que toda a criatura geme ainda agora e sofre as dores da maternidade.
E não só ela, mas também nós que possuímos as primícias do Espírito, gememos interiormente, esperando a adopção filial e a libertação do nosso corpo.

Evangelho segundo São Mateus 13,1-23.
Naquele dia, Jesus Cristo saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar.
Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem.
Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: «Saiu o semeador a semear.
Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e comeram-nas.
Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra e logo nasceram porque a terra era pouco profunda;
mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaram por não terem raiz.
Outras caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e afogaram-nas.
Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; outras, trinta por um.
Quem tem ouvidos, oiça».
Os discípulos aproximaram-se de Jesus Cristo e disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas?».
Jesus Cristo respondeu: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus, mas a eles não.
Pois àquele que tem (fé) dar-se-á e terá em abundância; mas àquele que não tem (fé), até o pouco que tem lhe será tirado.
É por isso que lhes falo em parábolas porque vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender.
Neles se cumpre a profecia de Isaías que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas sem compreender; olhando olhareis, mas sem ver.
Porque o coração deste povo tornou-se duro: endureceram os seus ouvidos e fecharam os seus olhos para não acontecer que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos e compreendendo com o coração, se convertam e Eu os cure’.
Quanto a vós, felizes os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos porque ouvem!
Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram.
Escutai então o que significa a parábola do semeador:
Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho.
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria,
mas não tem raiz em si mesmo porque é inconstante e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo.
Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra que assim não dá fruto.
E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja
Exclamações, n.º 8
«Os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra»
Senhor Deus, as tuas palavras são palavras de vida, onde todos os mortais encontram aquilo que desejam, desde que aceitem procurá-lo. Mas será de espantar, meu Deus, que esqueçamos as tuas palavras, tomados como somos pela loucura e a languidez que são consequência das nossas más acções? Oh meu Deus [...], autor de toda a criação, o que seria esta criação se Tu quisesses, Senhor, criar ainda mais? Tu és omnipotente, as tuas obras são incompreensíveis. Faz, Senhor, que as tuas palavras nunca se afastem do meu pensamento.
Tu disseste: «Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei» (Mt 11, 28). Que mais queremos nós, Senhor? Que mais pedimos? Que mais procuramos? Porque será que as gentes do mundo se perdem, a não ser porque andam em busca da felicidade? Oh meu Deus [...], que cegueira tão profunda! Procuramos a felicidade onde é impossível encontrá-la.
Oh Criador, tem piedade das tuas criaturas! Repara que, sozinhos, não compreendemos, não sabemos aquilo que desejamos, escapa-nos aquilo que pedimos. Dá-nos luz, Senhor! Vê que temos mais necessidade dela do que o cego de nascença. Ele desejava ver a luz e não era capaz e agora, Senhor, as pessoas recusam-se a ver. Haverá mal mais incurável do que esse? Será aqui, meu Deus, que ressoará o teu poder, aqui que brilhará a tua misericórdia. [...] Peço-Te que me concedas amar aqueles que não Te amam, abrir a porta àqueles que não batem, dar a saúde àqueles que gostam de estar doentes. [...] Tu disseste, Mestre meu, que tinhas vindo para os pecadores (Mt 9, 13); ei-los, Senhor! E Tu, meu Deus, esquece a nossa cegueira, considera apenas o sangue que o teu Filho derramou por nós. Que a tua misericórdia resplandeça no seio de semelhante infelicidade; lembra-Te, Senhor, de que somos obra tua e salva-nos pela tua bondade, pela tua misericórdia.


Segunda-feira, dia 17 de Julho de 2017

Segunda-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, subiu ao trono do Egipto um novo rei que não tinha conhecido José.
Ele disse ao seu povo: «Vede como o povo de Israel se tornou maior e mais forte do que nós.
Temos de tomar contra ele medidas prudentes para que não aumente ainda mais. De contrário, em caso de guerra, juntar-se-ia aos nossos inimigos, combateria contra nós e acabaria por abandonar o país».
Colocaram então o povo de Israel sob as ordens de capatazes, para o sujeitarem a trabalhos forçados e foi assim que ele construiu para o faraó as cidades de armazenagem Pitom e Ramsés.
Mas quanto mais o oprimiam tanto mais o povo se multiplicava e crescia.
Por isso os egípcios, temendo os filhos de Israel, sujeitaram-nos a duros trabalhos
e fizeram-lhes a vida amarga com tarefas pesadas: preparação de barro e de tijolos, toda a espécie de serviços agrícolas, além das restantes tarefas a que os obrigavam duramente.
E o faraó deu esta ordem ao seu povo: «Deitai ao rio todos os filhos que nascerem aos hebreus; mas deixai viver todas as filhas».

Livro de Salmos 124(123),1-3.4-6.7-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
que o diga Israel,
se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós

ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.
As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.

Bendito seja o Senhor,
que não nos abandonou como presa dos seus dentes.
A nossa vida escapou como pássaro
do laço dos caçadores:

quebrou-se a armadilha
e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor
que fez o Céu e a Terra.

Evangelho segundo São Mateus 10,34-42.11,1.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus apóstolos: «Não penseis que Eu vim trazer a paz à Terra. Não vim trazer a paz, mas a espada.
De facto, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora da sua sogra,
de maneira que os inimigos do homem são os de sua casa.
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim.
Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la.
Quem vos recebe, a Mim recebe e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou.
Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo.
E se alguém der de beber nem que seja um copo de água fresca a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua recompensa».
Depois de ter dado estas instruções aos seus doze discípulos, Jesus Cristo partiu dali para ir ensinar e pregar nas cidades daquela gente.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 45 sobre os Actos dos Apóstolos; PG 60, 318-320
«E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, [...] não perderá a sua recompensa».
«Eu era estrangeiro, disse Jesus Cristo, e vós acolhestes-Me» (Mt 25,35). E ainda: «Cada vez que o fizerdes a um destes pequeninos é a Mim que o fazeis» (Mt 25,40). Tratando-se de um crente e de um irmão, mesmo que seja o mais pequeno de todos, é Jesus Cristo que entra com ele: abre a tua casa e recebe-o. «Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta». [...] Eis os sentimentos que devemos ter ao receber estrangeiros: a prontidão, a alegria, a generosidade. O estrangeiro é sempre tímido e envergonhado. Se o anfitrião não o receber com alegria, retira-se sentindo-se desprezado, pois é pior ser recebido dessa forma do que não ser recebido.
Tem, pois uma casa onde Jesus Cristo encontre morada. Diz: «Eis o quarto de Jesus Cristo. Eis a morada que Lhe está reservada». Mesmo que seja muito simples, Ele não a desdenhará. Jesus Cristo está despido, é estrangeiro; só precisa de um tecto. Dá-Lhe ao menos isso; não sejas cruel e desumano. Tu que demonstras tanto ardor pelos bens materiais, não fiques frio perante as riquezas do espírito. [...] Tens lugar para o teu carro e não tens lugar para Jesus Cristo vagabundo? Abraão recebeu os estrangeiros no local onde morava (Gn 18). A esposa tratou-os como se fosse a serva e eles os senhores. Nem um nem outro sabiam que recebiam Jesus Cristo, que acolhiam anjos. Se o tivessem sabido, ter-se-iam despojado de tudo. Nós, que sabemos reconhecer Jesus Cristo, demonstremos ainda mais prontidão que os que pensavam receber apenas homens.


Terça-feira, dia 18 de Julho de 2017

Terça-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beato Bartolomeu dos Mártires, bispo, +1590

Livro de Êxodo 2,1-15a.
Naqueles dias, um homem da família de Levi tomou como esposa uma jovem da mesma tribo.
A mulher concebeu e deu à luz um filho e, vendo como era belo, escondeu-o durante três meses.
Como não podia mantê-lo oculto por mais tempo, arranjou uma cesta de papiro, calafetou-a com betume e pez, meteu nela o menino e colocou-a entre os juncos, à beira do rio,
enquanto a irmã dele ficava a certa distância para ver o que iria acontecer-lhe.
Ora a filha do faraó desceu ao rio para se banhar, enquanto as suas donzelas passeavam ao longo da margem. Então ela avistou a cesta no meio dos juncos e mandou uma serva que a fosse buscar.
Abriu-a e viu a criança: era um menino a chorar. Teve pena dele e exclamou: «É um filho de hebreus».
A irmã dele disse à filha do faraó: «Queres que eu vá procurar, entre as mulheres hebreias, uma ama para criar este menino?».
«Vai!» – disse a filha do faraó. E a jovem foi chamar a mãe da criança.
Disse-lhe a filha do faraó: «Leva este menino, a fim de o criares para mim e eu própria te darei o teu salário». Então a mulher levou a criança e amamentou-a.
Quando o menino cresceu, trouxe-o à filha do faraó que o adoptou como filho e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: «Salvei-o das águas».
Certo dia, quando Moisés já era homem, foi ter com os seus irmãos e viu como eram duros os trabalhos a que os sujeitavam. Viu também um egípcio agredir um dos hebreus, seus irmãos.
Olhou para todos os lados e, não vendo ninguém, matou o egípcio e escondeu-o na areia.
Ao voltar no dia seguinte, estavam dois hebreus a lutar um contra o outro. Disse então ao agressor: «Porque bates no teu companheiro?».
Mas ele respondeu-lhe: «Quem te fez nosso chefe ou nosso juiz? Pretendes matar-me como fizeste ao egípcio?». Moisés assustou-se, pensando consigo: «Certamente o facto é conhecido».
O faraó ouviu falar do caso e procurava dar a morte a Moisés. Então Moisés fugiu para longe e foi refugiar-se na terra de Madiã.

Livro de Salmos 69(68),3.14.30-31.33-34.
Atolei-me na lama do abismo
e não tenho onde apoiar-me.
Cheguei até ao fundo das águas
e as ondas me submergiram.

A Vós, Senhor, elevo a minha súplica,
no momento propício, meu Deus.
Pela vossa grande bondade, respondei-me,
em prova da vossa salvação.

Eu sou pobre e miserável:
defendei-me com a vossa protecção.
Louvarei com cânticos o nome de Deus
e em acção de graças O glorificarei.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.

Evangelho segundo S. Mateus 11,20-24.
Naquele tempo, começou Jesus Cristo a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres por não se terem arrependido:
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.
Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós.
E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje.
Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário sobre o profeta Joel; PL 25, 667 (trad. breviário rev.)
Jesus Cristo chama as cidades da Galileia à conversão
«O Senhor é bom e misericordioso», preferindo à morte o arrependimento dos pecados (Jl 2,13). «Ele é paciente e rico em misericórdia»; não imita a impaciência dos homens, mas espera longamente o nosso arrependimento. «Está pronto a parar o mal» ou a arrepender-Se dele. Quer dizer que, se nos arrependermos dos nossos pecados, Ele mesmo Se arrependerá das suas ameaças e não nos infligirá os males com que nos ameaçara; se mudarmos de opinião, também Ele mudará. [...]
No entanto, o profeta que acaba de dizer: «O Senhor é bom e misericordioso, paciente e rico em misericórdia, pronto a parar o mal ou a arrepender-Se dele» acrescenta, para que essa grande clemência não nos torne negligentes: «Quem sabe? Talvez Ele volte atrás, renuncie ao castigo e nos encha de bênçãos» (v. 14). Eu, diz ele, exorto-vos à penitência e sei que a clemência de Deus é inexprimível. Como disse David: «Tem piedade de mim, Senhor Deus, na tua grande misericórdia, na abundância do teu perdão apaga os meus pecados» (Sl 50,3). Mas, porque nós não podemos conhecer a profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus (Rom 11,33), vou exprimir-me de forma mais ligeira, formularei apenas um desejo, dizendo: «Quem sabe se Deus não mudará de opinião e não perdoará?» Este «quem sabe» deve entender-se como designando uma coisa difícil.


Quarta-feira, dia 19 de Julho de 2017

Quarta-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Ao levar o rebanho para além do deserto, chegou ao monte de Deus, o Horeb.
Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor numa chama ardente, do meio de uma sarça. Moisés olhou para a sarça que estava a arder e viu que a sarça não se consumia.
Então disse Moisés: «Vou aproximar-me, para ver tão assombroso espetáculo: por que motivo não se consome a sarça?».
O Senhor viu que ele se aproximava para ver. Então Deus chamou-o do meio da sarça: «Moisés, Moisés!». Ele respondeu: «Aqui estou!».
Continuou o Senhor: «Não te aproximes. Tira as sandálias dos pés porque o lugar que pisas é terra sagrada».
E acrescentou: «Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob». Então Moisés cobriu o rosto, com receio de olhar para Deus.
Disse-lhe o Senhor: «O clamor dos filhos de Israel chegou até Mim; vi também a violência com que os egípcios os oprimem.
Agora põe-te a caminho que Eu vou enviar-te ao faraó para que tires do Egipto o meu povo, os filhos de Israel».
Moisés disse a Deus: «Quem sou eu, para ir à presença do faraó e tirar do Egipto os filhos de Israel?».
Deus respondeu-lhe: «Eu estarei contigo e este é o sinal de que fui Eu que te enviei: Quando tirares o povo do Egipto, adorareis a Deus neste monte».

Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.6-7.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades;
salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor faz justiça
e defende o direito de todos os oprimidos.
Revelou a Moisés os seus caminhos
e aos filhos de Israel os seus prodígios.

Evangelho segundo São Mateus 11,25-27.
Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos (àqueles sem poder).
Sim, Pai, Eu Te bendigo porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 29
«Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar»
É-nos impossível encontrar os termos apropriados para falarmos acerca da gloriosa Trindade e, no entanto impõe-se que digamos alguma coisa. [...] É completamente impossível, pela inteligência, compreender como a elevada e essencial unidade é uma unidade simples quanto à essência e tripla quanto às Pessoas, compreender como as três Pessoas Se distinguem entre Si, como o Pai gera o Filho, como o Filho procede do Pai e contudo nele mora e compreender como, da sabedoria que dele sai, jorra uma indescritível torrente de amor que é o Espírito Santo (moram no segundo nível estas três identidades); compreender como essas maravilhosas efusões refluem na inefável benignidade da própria Trindade e na fruição que a Trindade faz de Si própria, numa unidade essencial. [...] Mais vale sentir tudo isto do que expô-lo por palavras. [...]
Consideremos esta Trindade em nós próprios; tomemos consciência de que somos verdadeiramente feitos à sua imagem (Gn 1,26), pois encontramos na alma, no seu estado natural, a própria imagem de Deus (habita no primeiro nível, mas relaciona-se com todos), imagem verdadeira, clara, ainda que nela não esteja toda a nobreza do objecto que representa. Os sábios dizem que esta reside nas faculdades superiores da alma, na memória, na inteligência, na vontade [...]. Outros mestres dizem, e esta é uma opinião superior, que a imagem da Trindade reside no mais íntimo, no mais secreto e profundo da alma [...]. É certamente no mais profundo da alma que o Pai do Céu gera o seu Filho único [...]. Se quisermos senti-lo, voltemo-nos para o nosso interior, muito acima de quaisquer actividades exteriores ou interiores, acima das imagens e de tudo o que vem do exterior e perscrutemos o fundo da nossa alma. Então o poder do Pai virá, o Pai chamará ao homem que há em cada um de nós seu filho único e, tal como o Filho nasce do Pai e reflui no Pai assim também o próprio homem nascerá do Pai no Filho e refluirá no Pai com o Filho, tornando-se um com Ele. O Santo Espírito difundir-se-á então em caridade e alegria indescritíveis e transbordantes, inundando e penetrando o fundo do homem com os seus doces dons.


Quinta-feira, dia 20 de Julho de 2017

Quinta-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, Moisés ouviu do meio da sarça a voz do Senhor e disse-Lhe: «Vou procurar os filhos de Israel e dizer-lhes: 'O Deus dos vossos pais enviou-me a vós'. Mas se me perguntarem qual é o seu nome, que hei-de responder-lhes?»
Disse Deus a Moisés: «Eu sou ‘Aquele que sou’». E prosseguiu: «Assim falarás aos filhos de Israel: O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós».
Deus disse ainda a Moisés: «Assim falarás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, Deus de vossos pais, Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob, enviou-me a vós. Este é o meu nome para sempre, assim Me invocareis de geração em geração’».
Vai, reúne os anciãos de Israel e diz-lhes: ‘O Senhor, Deus dos vossos pais, Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, apareceu-me e disse: Observei-vos com atenção e vi o que vos tem sido feito no Egipto
e Eu disse para comigo: Far-vos-ei subir da opressão do Egipto para a terra do cananeu, do hitita, do amorreu, do perizeu, do heveu, do jebuseu, para a terra que mana leite e mel’.
Eles escutarão a tua voz e tu irás, tu e os anciãos de Israel, à presença do rei do Egipto e dir-lhe-eis: ‘O Senhor, Deus dos hebreus, saiu ao nosso encontro e agora permite-nos fazer uma peregrinação de três dias pelo deserto, para oferecermos sacrifícios ao Senhor Deus.’
Eu bem sei que o rei do Egipto não vos deixará partir senão obrigado por mão forte.
Estenderei então a minha mão e ferirei o Egipto com todas as maravilhas que farei no meio dele. Depois disso, deixar-vos-á partir.

Livro de Salmos 105(104),1.5.8-9.24-25.26-27.
Agradecei ao Senhor, aclamai o seu nome,
anunciai entre os povos as suas obras.
Recordai as suas maravilhas,
os seus prodígios e os oráculos da sua boca.

Ele recorda sempre a sua aliança,
a palavra que empenhou para mil gerações,
o pacto que estabeleceu com Abraão,
o juramento que fez a Isaac.

Deus multiplicou o seu povo
e tornou-o mais forte do que os seus inimigos.
Mudou-lhes o coração e eles odiaram o povo de Deus
e trataram com perfídia os seus servidores.

Deus enviou então o seu servidor Moisés
e Aarão, seu escolhido,
que realizaram maravilhas no meio deles
e milagres no país de Cam.

Evangelho segundo São Mateus 11,28-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
«Sobre a virgindade», 35-36; PL 40, 416
«Tornai-vos meus discípulos; aprendei de Mim»
Vejo-Te, ó bom Jesus, com os olhos da fé que abriste em mim, vejo-Te a chorar e a dizer ao género humano: «Vinde a Mim, vinde para a minha escola.» Qual é a lição [...] que temos de aprender na tua escola? «Que sou manso e humilde de coração». É a isso, pois, que se resumem «todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2,3) escondidos em Ti - a aprender esta lição capital: que Tu és «manso e humilde de coração». [...]
Que aqueles que procuram a tua misericórdia e a tua verdade escutem, venham a Ti, aprendam de Ti a ser mansos e humildes, vivendo para Ti e não para si próprios. Que oiça isto aquele que anda cansado e oprimido, que se verga sob um fardo que o impede de erguer os olhos ao céu (Lc 18,13), o pecador que bate no peito e não se sente digno de se aproximar de Ti. Que oiça o centurião que não era digno de que entrasses sob o seu tecto (Lc 7,6). Que oiça Zaqueu, o chefe dos publicanos, quando declara que vai devolver quatro vezes mais o fruto dos seus pecados (Lc 19,8). Que oiça a mulher que tinha sido pecadora na cidade e que derrama tantas lágrimas a teus pés quanto afastada tinha estado dos teus passos (Lc 7,37). Que oiçam as mulheres de má vida e os publicanos que precedem os escribas e os fariseus no Reino dos Céus (Mt 21,31). Que oiçam os doentes com todo o género de males com quem Ele era acusado de conviver (Mt 9,11). [...]
Todos estes, quando se voltam para Ti, tornam-se facilmente mansos e humildes diante de Ti, recordando-se da sua vida cheia de pecados e da tua misericórdia cheia de perdão, pois «onde aumentou o pecado, superabundou a graça» (Rom 5,20).


Sexta-feira, dia 21 de Julho de 2017

Sexta-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Lourenço de Brindisi (Brindes), religioso, Doutor da Igreja, +1619

Livro de Êxodo 11,10.12,1-14.
Naqueles dias, Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do faraó. Mas o Senhor permitiu que se endurecesse o coração do faraó e ele não deixou partir do seu país os filhos de Israel.
O Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o primeiro mês do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa.
Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer.
Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um cordeiro ou um cabrito.
Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde.
Recolherão depois o seu sangue que será espalhado nos dois umbrais e na padieira da porta das casas em que o comerem.
E comerão a carne nessa mesma noite; comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.
Não a comereis nem crua nem cozida na água, mas assada no fogo, a cabeça com as patas e as entranhas.
Não deixareis dela nada até pela manhã e o que restar dela pela manhã, queimá-lo-eis no fogo.
Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor.
Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto e hei-de ferir de morte, na terra do Egipto, todos os primogénitos, desde os homens até aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses do Egipto, Eu, o Senhor.
O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador, quando Eu ferir a terra do Egipto.
Esse dia será para vós uma data memorável que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em geração, como instituição perpétua».

Livro de Salmos 116(115),12-13.15-16bc.17-18.
Como agradecerei ao Senhor
tudo quanto Ele me deu?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.

É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou vosso servidor, filho da vossa servidora:
quebrastes as minhas cadeias.

Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.
Cumprirei as minhas promessas ao Senhor,
na presença de todo o povo.

Evangelho segundo S. Mateus 12,1-8.
Naquele tempo, Jesus Cristo passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas.
Os fariseus viram e disseram a Jesus Cristo: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição que não era permitido comer nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes.
Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa?
Eu vos digo que está aqui alguém que é maior do que o templo.
Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não condenaríeis os que não têm culpa.
Porque o Filho (do homem) é Senhor do sábado».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o livro dos Números, n.º 23
«O Filho (do homem) é Senhor do sábado»
O sábado foi instituído como dia sagrado; todos os santos e justos deviam celebrar o sábado. [...] Vejamos então em que consiste para o cristão a observância do sábado: no dia de sábado, não se deve realizar nenhuma obra deste mundo; é necessário abster-se de todas as obras terrenas, não fazer nada que se relacione com este mundo, dedicar-se às obras espirituais, ir à igreja, estar atento à leitura da Escritura e às explicações que dela são dadas, pensar em coisas do Céu, ocupar-se da esperança na vida futura, ter presente o julgamento que há-de vir, meditar, não nas realidades visíveis e presentes, mas nas realidades futuras e invisíveis.
Os judeus também devem observar tudo isto. Em suas casas, os ferreiros, os pedreiros, todos os trabalhadores manuais ficam sem nada fazer no dia de sábado. Mas os leitores que proclamam a Sagrada Escritura e os doutores que explicam a Lei de Deus nesse dia não interrompem as suas funções e, no entanto, não profanam o sábado. O Senhor o reconheceu: «Não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa?» Portanto, aquele que se abstém das obras deste mundo, ficando livre para as actividades espirituais, oferece o sacrifício do sábado e santifica o sábado como dia de festa. [...]
Durante o sábado, cada qual permanece em sua casa. Qual é, pois esta casa da alma espiritual? Esta casa é a justiça, a verdade, a sabedoria, a santidade; tudo isso é Jesus Cristo, a casa da alma (e pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural). Não é necessário sair desta casa quando se quer guardar o verdadeiro sábado e celebrar com sacrifícios este dia de festa, segundo as palavras do Senhor: «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15,4).


Sábado, dia 22 de Julho de 2017

Santa Maria Madalena (= de Magdala), discípula – Festa

Santo do dia : Santa Maria Madalena, discípula de Jesus

Livro de Cântico dos Cânticos 3,1-4a.
Eis o que diz a esposa: «No meu descanso, durante a noite, procurei aquele que o meu coração ama; procurei-o, mas não pude encontrá-lo.
Levantar-me-ei e percorrerei a cidade, pelas ruas e pelas praças, procurando aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não pude encontrá-lo.
Encontraram-me as sentinelas que rondavam a cidade e eu perguntei-lhes: ‘Vistes porventura aquele que o meu coração ama?’.
E logo que passei por eles, encontrei aquele que o meu coração ama».

Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.8-9.
Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais do que a vida;
por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Porque Vos tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra da vossa presença.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa presença me serve de amparo.

Evangelho segundo São João 20,1-2.11-18.
No primeiro dia da semana, Maria (de Magdala) Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro.
Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus Cristo e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».
E ficou a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro
e viu dois Anjos vestidos de branco (o Filho não estava com eles nesta altura), sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus Cristo.
Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?». Ela respondeu-lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus Cristo de pé, sem saber que era Ele.
Disse-lhe Jesus Cristo: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Maria!». Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!».
Jesus Cristo disse-lhe: «Não Me detenhas porque ainda não subi para o Pai.
Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 40
Maria (de Magdala) Madalena, enviada a anunciar a ressurreição
Aquele que perscruta no mais íntimo dos corações (Sl 7,10), sabendo que Maria Lhe reconhecerá a voz, chama a sua ovelha pelo nome, como fazem os pastores (Jo 10,4), dizendo : «Maria!» Ela responde imediatamente: «Sim, é o meu pastor quem me chama, Ele vem à minha procura e quer contar comigo, juntando-me às suas noventa e nove ovelhas (Lc 15,4). Vejo atrás dele legiões de santos, exércitos de justos […]. Sei bem quem Ele é, Este que me chama; já o disse, é o meu Senhor, é Aquele que oferece a ressurreição aos pecadores».
Levada pelo fervor do amor, a jovem quis deter Aquele que completara a criação […]. Mas o Criador […] orientou-a para o mundo divino, dizendo: «Não Me detenhas. Pensas que sou um simples mortal? Não Me detenhas […]. Ergue os olhos ao Céu e olha o mundo celeste; é aí que deves procurar-Me. Porque Eu vou subir para meu Pai, que não abandonei. Estive com Ele desde o início dos tempos, partilho o seu trono, recebo as mesmas honras, Eu, que ofereço aos pecadores a ressurreição.
Que de ora em diante a tua língua proclame estas coisas e as explique aos filhos do Reino que esperam que Eu desperte; Eu sou Aquele que vive. Vai depressa, Maria, reúne os meus discípulos. Serás uma trombeta de som poderoso; toca um canto de paz aos ouvidos temerosos dos meus amigos escondidos, desperta-os a todos do seu sono para que venham ao meu encontro. Diz-lhes: "O Esposo acordou, saiu do seu túmulo. Apóstolos, deixai essa tristeza mortal, porque Ele ergueu-Se, Aquele que oferece aos pecadores a ressurreição"». […]
Maria exclama: «De repente, o meu luto fez-se júbilo, em tudo vi alegria. Não hesito em dizê-lo: recebi glória igual à de Moisés (Ex 33,18s). Eu vi, sim, eu vi, não na montanha, mas no sepulcro, não velado pela nuvem, mas por um corpo, o Senhor dos seres incorpóreos e das nuvens, seu Senhor de ontem, de agora e de todo sempre. Ele disse-me: "Maria, apressa-te! Como pomba que em seu bico leva um raminho de oliveira, vai anunciar a boa nova aos descendentes de Noé (Gn 8,11). Diz-lhes que a morte foi aniquilada e que ressuscitou Aquele que aos pecadores oferece a ressurreição"».
©

https://medium.com/@mcfpcid.portugal/          meus trabalhos
http://goo.gl/RSVXh5        portal da Confraria Bolos D. Rodrigo
Confraria Bolos D. Rodrigo – já está no Facebook

Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

Os meus blogues

--------------------------------------------

http://www.algarvehistoriacultura.blogspot.pt              sobre o ALGARVE
http://www.passo-a-rezar.net/       meditações cristãs
http://www.descubriter.com/pt/             Rota Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/               Homepage - “Povo Livre” - Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/        18,30h – terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
http://www.amigosdoscastelos.org.pt/





Sem comentários:

Enviar um comentário