sábado, 21 de outubro de 2017

Cristianismo 230 até 21-10-2017


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Domingo, dia 22 de Outubro de 2017

29.º Domingo do Tempo Comum

Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomou pela mão direita para subjugar diante dele as nações e fazer cair as armas da cintura dos reis, para abrir as portas à sua frente sem que nenhuma lhe seja fechada:
«Por causa de Jacob, meu servidor e de Israel, meu eleito, Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso quando ainda não Me conhecias.
Eu sou o Senhor e não há outro; fora de Mim não há Deus. Eu te cingi quando ainda não Me conhecias,
para que se saiba, do Oriente ao Ocidente que fora de Mim não há outro. Eu sou o Senhor e mais ninguém».

Livro de Salmos 96(95),1.3.4-5.7-8.9-10a.10c.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.

O Senhor é grande e digno de louvor,
mais poderoso do que todas as divindades.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus.

Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder.
Dai ao Senhor a glória do seu nome,
levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios.

Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a Terra inteira.
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
governa os povos com equidade.

1.ª Carta aos Tessalonicenses 1,1-5b.
Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: A graça e a paz estejam convosco.
Agradecemos continuamente a Deus por todos vós, ao fazermos menção de vós nas nossas orações.
Recordamos a actividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai.
Nós sabemos, irmãos amados por Deus, como fostes escolhidos.
O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a acção do Espírito Santo.

Evangelho segundo São Mateus 22,15-21.
Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus Cristo no que dissesse.
Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas.
Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?».
Jesus Cristo, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas?
Mostrai-Me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário
e Jesus Cristo perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?».
Eles responderam: «De César». Disse-lhes Jesus Cristo: «Então dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Lourenço de Brindisi (1559-1619), capuchinho, doutor da Igreja
Sermão para o 22.º Domingo depois de Pentecostes
Ser realmente uma imagem de Deus
«Então dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». É preciso dar a cada um o que lhe pertence. Eis uma palavra verdadeiramente cheia de sabedoria e de ciência celestial porque nos ensina que há duas espécies de poder: um humano e terreno, outro divino e celeste. [...] Ensina-nos que devemos estar sujeitos a uma dupla obediência: às leis dos homens e às leis divinas. [...] Temos de pagar a César a moeda que tem a efígie e a inscrição de César e a Deus o que recebeu o sinete da imagem e semelhança divinas: «Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz da tua presença!» A luz da tua presença deixou em nós a tua marca, Senhor (Sl 4,7).
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus (cf Gn 1,26). Tu és homem, ó cristão. És, portanto, moeda do tesouro divino, uma moeda que tem a efígie e a inscrição do Imperador divino. Assim pergunto com Jesus Cristo: «De quem é esta imagem e esta inscrição?» Tu respondes: «De Deus». E eu digo-te: «Então porque não dás a Deus o que é de Deus?»
Se queremos realmente ser imagem de Deus, devemos assemelhar-nos a Jesus Cristo, o Filho, pois Ele é a imagem da bondade de Deus e «imagem fiel da sua substância» (Heb 1,3). E Deus, «àqueles que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho» (Rom 8,29). Jesus Cristo deu verdadeiramente a César o que era de César e a Deus o que era de Deus. Ele observou da maneira mais perfeita os preceitos contidos nas duas tábuas da lei divina, «tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz» (Fil 2,8) e, por isso, foi elevado ao mais alto grau de todas as virtudes visíveis e invisíveis.


Segunda-feira, dia 23 de Outubro de 2017

Segunda-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : São João de Capistrano, religioso, +1456

Carta aos Romanos 4,20-25.
Irmãos: Perante a promessa de Deus, Abraão não se deixou abalar pela desconfiança, antes se fortaleceu na fé, dando glória a Deus,
plenamente convencido de que Deus era capaz de cumprir o que tinha prometido.
Por este motivo é que isto «lhe foi atribuído como justiça».
Não é só por causa dele que está escrito «Isto foi-lhe atribuído»,
mas também por causa de nós que acreditamos n’Aquele que ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor,
que foi entregue à morte por causa das nossas faltas e ressuscitou para nossa justificação.

Evangelho segundo São Lucas 1,69-70.71-72.73-75.
O Senhor nos deu um Salvador poderoso,
na casa de David, seu servidor,
como prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;

Para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos daqueles que nos odeiam;
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança:

O juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de O servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,

em santidade e justiça na sua presença,
todos os dias da nossa vida.

Evangelho segundo São Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus Cristo: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo de um homem rico tinha produzido excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja no mundo actual, «Gaudium et spes», §§ 88-90
Amontoar para si ou ser rico em relação a Deus?
Os cristãos cooperem de bom grado e de todo o coração na construção da ordem internacional, com verdadeiro respeito pelas liberdades legítimas e na amigável fraternidade de todos e tanto mais quanto é verdade que a maior parte do mundo ainda sofre tantas necessidades de maneira que, nos pobres, o próprio Jesus Cristo como que apela em alta voz para a caridade dos seus discípulos. Não se dê aos homens o escândalo de haver algumas nações, geralmente de maioria cristã, na abundância, enquanto outras não têm sequer o necessário para viver e são atormentadas pela fome, pela doença e por toda a espécie de misérias, pois o espírito de pobreza e de caridade é a glória e o testemunho da Igreja de Jesus Cristo. São, por isso, de louvar e devem ser ajudados os cristãos, sobretudo jovens, que se oferecem espontaneamente para ir em ajuda dos outros homens e povos. [...]
É, portanto, absolutamente necessário que a Igreja esteja presente na comunidade das nações para fomentar e estimular a cooperação entre os homens; tanto por meio das suas instituições públicas como graças à inteira e sincera colaboração de todos os cristãos. [...] Dedique-se especial cuidado em formar neste ponto a juventude, tanto na educação religiosa como na cívica.
Finalmente, é de desejar que os católicos, para bem cumprirem a sua missão na comunidade internacional, procurem cooperar activa e positivamente quer com os irmãos separados que com eles professam a caridade evangélica quer com todos os homens que anelam verdadeiramente pela paz.


Terça-feira, dia 24 de Outubro de 2017

Terça-feira da 29.a semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo António Maria Claret, bispo, fundador, +1870

Carta aos Romanos 5,12.15b.17-19.20b-21.
Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens porque todos pecaram.
Se pelo pecado de um só pereceram todos, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os homens.
Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo
porque assim como, pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a justificação que dá a Vida.
De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.
Onde abundou o pecado superabundou a graça
para que, assim como o pecado reinou pela morte, também a graça reine pela justiça para nos dar a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.

Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.17.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Alegrem-se e exultem em Vós
todos os que Vos procuram.

Digam sempre: «Grande é o Senhor»
os que desejam a vossa salvação.

Evangelho segundo São Lucas 12,35-38.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas.
Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater.
Felizes esses servidores que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá.
Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos
«Tende [...] as lâmpadas acesas.»
A oração que se faz durante a noite tem um grande poder, mais do que a que se faz durante o dia. Foi por isso que todos os santos tiveram o hábito de rezar de noite, combatendo a moleza do corpo e a suavidade do sono e ultrapassando a sua própria natureza corporal. Também o profeta dizia: «Estou cansado de tanto gemer; todas as noites banho o leito com as minhas lágrimas» (Sl 6,7), enquanto suspirava no fundo de si mesmo, numa oração apaixonada. E noutro passo: «Levanto-me a meio da noite para Te louvar por causa das tuas sentenças, Tu que és o Justo» (Sl 118,62). Sempre que queriam dirigir a Deus algum pedido, os santos recorriam à oração nocturna e imediatamente recebiam o que pediam.
O próprio Satanás receia intensamente a oração que se faz durante as vigílias: mesmo que seja acompanhada de distracções, esta oração não fica sem fruto, a menos que se peça o que não convém (isto é, mal para os outros). É por isso que ele trava sérios combates contra os que velam, a fim de os afastar dessa prática, sobretudo se se mostram perseverantes. Mas os que se fortaleceram um pouco que seja contra as suas manhas perniciosas, saborearam os dons que Deus concede durante as vigílias e experimentaram pessoalmente a grandeza da ajuda que Deus lhes dá; desprezam-no completamente, a ele e a todos os seus estratagemas.


Quarta-feira, dia 25 de Outubro de 2017

Quarta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Não reine o pecado no vosso corpo mortal, obedecendo aos seus desejos.
Não ofereçais os vossos membros como arma da injustiça ao serviço do pecado; mas oferecei-vos a Deus como homens que revivem de entre os mortos e oferecei os vossos membros como armas da justiça ao serviço de Deus.
E o pecado não vos dominará porque não estais sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça.
Como, então? Havemos de pecar porque não estamos sob o regime da Lei, mas sob o regime da graça? De modo nenhum.
Não sabeis que, se vos ofereceis como escravos a alguém, para lhe obedecerdes, vos tornais escravos daquele a quem obedeceis, quer seja do pecado que leva à morte quer da obediência, que vos leva à justiça?
Mas agradeçamos a Deus porque, se éreis escravos do pecado, agora vos submetestes de todo o coração à norma de doutrina que vos foi transmitida.
E assim, libertos do pecado, vos tornastes servidores da justiça.

Livro de Salmos 124(123),1-3.4-6.7-8.
Se o Senhor não estivesse connosco,
que o diga Israel,
se o Senhor não estivesse connosco,
os homens que se levantaram contra nós

ter-nos-iam devorado vivos, no furor da sua ira.
As águas ter-nos-iam afogado,
a torrente teria passado sobre nós:
sobre nós teriam passado as águas impetuosas.

Bendito seja o Senhor
que não nos abandonou como presa dos seus dentes.
A nossa vida escapou como pássaro
do laço dos caçadores:

quebrou-se a armadilha
e nós ficámos livres.
A nossa protecção está no nome do Senhor
que fez o céu e a Terra.

Evangelho segundo São Lucas 12,39-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa.
Estai vós também preparados porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem».
Disse Pedro a Jesus Cristo: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola ou também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo?
Feliz o servidor a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas se aquele servidor disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas.
Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 77 sobre São Mateus
«Estai [...] preparados»
«Na hora em que não pensais virá o Filho (do homem)». Jesus Cristo diz-lhes isto para que os discípulos fiquem vigilantes, para que estejam sempre preparados. Se lhes diz que virá quando menos O esperam, é porque quer levá-los a praticar a virtude com zelo e sem descanso. É como se lhes dissesse: «Se as pessoas soubessem quando vão morrer, estariam perfeitamente preparadas para esse dia». Mas o momento final da nossa vida é um segredo que escapa a cada homem.
É por isso que o Senhor exige duas qualidades ao seu servidor: que seja fiel, para que não atribua a si mesmo nada do que pertence ao seu Mestre e que seja sensato, para administrar convenientemente tudo o que lhe foi confiado. São-nos, pois necessárias estas duas qualidades para estarmos preparados para a chegada do Mestre. [...] Porque, como não sabemos qual é o dia do nosso encontro com Ele, dizemos para connosco: «O meu Senhor tarda em vir». O servidor fiel e sensato não tem tal pensamento. Ó infeliz, que pensas que o teu Mestre se demora: imaginas que, por isso, Ele não virá? A sua vinda é certa. Porque não estás vigilante à sua espera? Não, o Senhor não está demorado: esse atraso só existe na imaginação do mau servidor.


Quinta-feira, dia 26 de Outubro de 2017

Quinta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Evaristo, Papa, mártir, +107

Carta aos Romanos 6,19-23.
Irmãos: Falo com linguagem humana por causa da vossa fraqueza: Assim como entregastes os vossos membros como escravos ao serviço da impureza e da desordem que conduz à revolta contra Deus, colocai agora os vossos membros ao serviço da justiça que conduz à santidade.
Na verdade, quando éreis escravos do pecado, éreis livres em relação à justiça.
Mas que fruto colhestes então dessas obras de que actualmente vos envergonhais? De facto, o seu fim é a morte.
Mas agora, libertos do pecado e tornados servidores de Deus, produzis o fruto que conduz à santificação, cujo fim é a vida eterna.
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Jesus Cristo, nosso Senhor.

Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor,
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo São Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos sobre ascese, 1.ª série, n.º 2
«Eu vim trazer o fogo à Terra»
Violenta-te (cf Mt 11,12), esforça-te por imitar a humildade de Jesus Cristo, para que se torne cada vez mais forte o fogo que Ele acendeu em ti, esse fogo pelo qual são consumidos todos os impulsos deste mundo que destroem o homem novo e maculam as moradas do Senhor santo e poderoso. Porque eu afirmo com São Paulo que «nós somos o templo do Deus vivo» (2Cor 6,16). Por isso, purifiquemos esse templo «como Ele é puro» (1Jo 3,3), para que Ele tenha desejo de aí morar; santifiquemo-lo porque Ele é santo (1Pe 1,16); ornamentemo-lo com todas as obras boas e dignas.
Enchamos o templo do repouso da sua vontade, como de um perfume, através da oração pura, da oração do coração que é impossível de alcançar se nos entregarmos continuamente aos impulsos deste mundo. Assim a nuvem da sua glória cobrirá a nossa alma e a luz da sua grandeza brilhará no nosso coração (cf 1Rs 8,10). Todos aqueles que permanecem na casa de Deus serão repletos de alegria e rejubilarão. Mas os insolentes e os ignóbeis desaparecerão sob o fogo do Espírito Santo.


Sexta-feira, dia 27 de Outubro de 2017

Sexta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Eu sei que em mim, isto é, na minha natureza, não habita o bem, pois querer o bem está ao meu alcance, mas realizá-lo não está.
Na verdade, não faço o bem que quero, mas pratico o mal que não quero.
Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que o realizo, mas o pecado que habita em mim.
Descubro, pois em mim esta lei: ao querer fazer o bem, é o mal que está ao meu alcance.
Sinto prazer na lei de Deus, segundo o homem interior.
Mas vejo que há outra lei nos meus membros, que luta contra a lei da minha razão; ela torna-me escravo da lei do pecado que está nos meus membros.
Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte?
Deus, a quem agradecemos, por Jesus Cristo, nosso Senhor.

Livro de Salmos 119(118),66.68.76.77.93.94.
Ensinai-me o bem, o discernimento e a ciência
porque tenho nos vossos mandamentos.
Vós sois bom e generoso,
ensinai-me os vossos decretos.

Console-me a vossa bondade,
segundo a promessa feita ao vosso servidor.
Desçam sobre mim as vossas misericórdias e viverei
porque a vossa lei faz as minhas delícias.

Jamais esquecerei os vossos decretos
porque neles me tendes dado a vida.
A Vós pertenço, sede o meu auxílio
porque sempre quis seguir os vossos preceitos.

Evangelho segundo São Lucas 12,54-59.
Naquele tempo, dizia Jesus Cristo à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’ e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’ e assim sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da terra e do céu porque não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São João XXIII (1881-1963), Papa
Discurso na abertura do Concílio Vaticano II, 11/10/1962, §§ 2-4
Discernir os sinais dos tempos: um grande tema do Concílio Vaticano II
No exercício quotidiano do nosso ministério pastoral, ferem nossos ouvidos sugestões de almas, ardorosas sem dúvida no zelo, mas não dotadas de grande sentido de discrição e moderação. Nos tempos actuais, elas não vêem senão prevaricações e ruínas; vão repetindo que a nossa época, em comparação com as passadas, foi piorando e portam-se como quem nada aprendeu da história que é também mestra da vida e como se no tempo dos concílios ecuménicos precedentes tudo fosse triunfo completo da ideia e da vida cristã e da justa liberdade religiosa.
Parece-nos que devemos discordar desses profetas da desventura que anunciam acontecimentos sempre infaustos, como se estivesse iminente o fim do mundo.
No presente momento histórico, a Providência está a levar-nos para uma nova ordem de relações humanas que, por obra dos homens e o mais das vezes para além do que eles esperam, se dirigem para o cumprimento de desígnios superiores e inesperados e tudo, mesmo as adversidades humanas, dispõe para o bem maior da Igreja.


Sábado, dia 28 de Outubro de 2017

São Simão e São Judas, Apóstolos – Festa


Santo do dia : São Simão e São Judas Tadeu, apóstolos

Carta aos Efésios 2,19-22.
Irmãos: Já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas que tem Jesus Cristo como pedra angular.
Em Jesus Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor
e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.

Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a sua obra.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a Terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.

Evangelho segundo São Lucas 6,12-19.
Naqueles dias, Jesus Cristo subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu,
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus Cristo e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus Cristo porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Contra Celso, I, 62
A palavra dos apóstolos Simão e Judas ressoou por toda a Terra
Se Jesus Cristo tivesse escolhido para ministros dos seus ensinamentos homens sábios segundo a opinião pública, capazes de compreender e de exprimir ideias caras à multidão, poderiam tê-lo acusado de pregar segundo o método dos filósofos de escola e o carácter divino da sua doutrina não se teria mostrado com toda a sua evidência. A sua doutrina e a sua pregação teriam consistido «em sabedoria de palavras» (1Cor 1,17) […] e a nossa fé, semelhante àquela com que se adere às doutrinas dos filósofos deste mundo, assentaria na sabedoria dos homens e não no poder de Deus (cf 1Cor 2,5). Mas, quando vemos pescadores e publicanos sem instrução terem a ousadia de discutir com os judeus a fé em Jesus Cristo, de a pregar ao resto do mundo e de conseguir lá chegar, não podemos deixar de procurar a origem deste poder de persuasão. Como não podemos deixar de confessar que Jesus Cristo cumpriu a sua palavra – «Vinde após Mim e Eu farei de vós pescadores de homens» (Mt 4,19) – nos seus apóstolos por meio de um poder divino.
Também Paulo manifesta este poder quando escreve: «A minha palavra e a minha pregação não consistiram em discursos persuasivos da sabedoria humana, mas na manifestação do Espírito e do poder divino» (1Cor 2,4) […]. O mesmo haviam já dito os profetas quando anunciaram a pregação do Evangelho: «O Senhor dá a palavra e os anunciadores da Boa Nova são uma multidão», a fim de que «rápida corra a sua palavra» (Sl 67, 12; 147, 4). E, de facto, vemos que «a voz» dos apóstolos de Jesus Cristo ressoa «por toda a terra até aos confins do universo a sua palavra» (Sl 18, 5; Rom 10, 18). É por este motivo que aqueles que escutam a palavra de Deus poderosamente enunciada se enchem de poder, manifestando-o pela sua conduta e pela sua luta em prol da verdade até à morte.
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domingo, 15 de outubro de 2017

Cristianismo 229 até 14-10-2017



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 08 de Outubro de 2017

27.º Domingo do Tempo Comum

Vou cantar, em nome do meu amigo, um cântico de amor à sua vinha. O meu amigo possuía uma vinha numa fértil colina.
Lavrou-a e limpou-a das pedras, plantou-a de cepas escolhidas. No meio dela ergueu uma torre e escavou um lagar. Esperava que viesse a dar uvas, mas ela só produziu agraços.
E agora, habitantes de Jerusalém, e vós, homens de Judá, sede juízes entre mim e a minha vinha:
Que mais podia fazer à minha vinha que não tivesse feito? Quando eu esperava que viesse a dar uvas, porque é que apenas produziu agraços?
Agora vos direi o que vou fazer à minha vinha: vou tirar-lhe a vedação e será devastada; vou demolir-lhe o muro e será espezinhada.
Farei dela um terreno deserto: não voltará a ser podada nem cavada e nela crescerão silvas e espinheiros e hei-de mandar às nuvens que sobre ela não deixem cair chuva.
A vinha do Senhor do Universo é a casa de Israel e os homens de Judá são a plantação escolhida. Ele esperava rectidão e só há sangue derramado; esperava justiça e só há gritos de horror.

Livro de Salmos 80(79),9.12.13-14.15-16.19-20.
Arrancastes uma videira do Egipto,
expulsastes as nações para a transplantar.
Estendia até ao mar as suas vergônteas
e até ao rio os seus rebentos.

Porque lhe destruístes a vedação,
de modo que a vindime
quem quer que passe pelo caminho?
Devastou-a o javali da selva

e serviu de pasto aos animais do campo.
Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,

o rebento que fortalecestes para Vós.
Não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.
Senhor, Deus dos Exércitos, fazei-nos voltar,

iluminai o vosso rosto e seremos salvos.

Carta aos Filipenses 4,6-9.
Irmãos: Não vos inquieteis com coisa alguma. Mas, em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças.
E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro e nobre, tudo o que é justo e puro, tudo o que é amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor é o que deveis ter no pensamento.
O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar. E o Deus da paz estará convosco.

Evangelho segundo São Mateus 21,33-43.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Ouvi outra parábola: Havia um proprietário que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar e levantou uma torre; depois, arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.
Quando chegou a época das colheitas, mandou os seus servos aos vinhateiros para receber os frutos.
Os vinhateiros, porém, lançando mão dos servos, espancaram um, mataram outro e a outro apedrejaram-no.
Tornou ele a mandar outros servos, em maior número que os primeiros. E eles trataram-nos do mesmo modo.
Por fim, mandou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Respeitarão o meu filho’.
Mas os vinhateiros, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro; matemo-lo e ficaremos com a sua herança’.
E agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?».
Eles responderam: «Mandará matar sem piedade esses malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entreguem os frutos a seu tempo».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Nunca lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’?
Por isso vos digo: Ser-vos-á tirado o reino de Deus e dado a um povo que produza os seus frutos».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 5 sobre o Hexâmeron, 6
Dar fruto
O Senhor está permanentemente a comparar a alma humana com uma vinha: «O meu amigo possuía uma vinha numa colina fértil» (Is 5,1); «plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe» (Mt 21,33). É evidentemente à alma humana que Jesus Cristo chama a sua vinha, foi a ela que cercou, qual sebe, com a segurança que proporcionam os seus mandamentos e a protecção dos seus anjos porque «o anjo do Senhor assenta os seus arraiais em redor dos que O adoram» (Sl 33,8). Em seguida, ergueu em nosso redor uma paliçada, estabelecendo na Igreja «primeiro, apóstolos, segundo, profetas, terceiro, doutores» (1Cor 12,28). Por outro lado, através dos exemplos dos homens santos de outrora, eleva-nos os pensamentos, não os deixando cair por terra, onde mereceriam ser pisados. Deseja que os abraços da caridade, quais sarmentos de uma vinha, nos liguem ao nosso próximo e nos levem a repousar nele. Assim, mantendo permanentemente o impulso em direcção aos céus, elevar-nos-emos como vinhas trepadeiras até aos mais altos cumes.
O Senhor pede-nos também que consintamos em ser podados. Ora uma alma é podada quando afasta para longe de si os cuidados do mundo que são um fardo para o nosso coração. Assim aquele que afasta de si mesmo o amor carnal e a ligação às riquezas ou que tem por detestável e desprezível a paixão pela miserável vanglória foi, por assim dizer, podado e voltou a respirar, liberto do fardo inútil das preocupações deste mundo.
Mas – e mantendo ainda a linha da parábola – não podemos produzir apenas lenha, ou seja, viver com ostentação ou procurar os louvores dos de fora. Temos de dar fruto, reservando as nossas obras para as mostrarmos ao verdadeiro agricultor (Jo 15,1).


Segunda-feira, dia 09 de Outubro de 2017

Segunda-feira da 27.ª semana do Tempo Comum

A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai:
«Levanta-te e vai à grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que a fama da sua malícia chegou à minha presença».
Jonas levantou-se, a fim de fugir para Társis, para longe da presença do Senhor. Desceu a Jope, onde encontrou um navio que ia para Társis. Pagou a sua passagem e embarcou, a fim de seguir com os viajantes para Társis, para longe da presença do Senhor.
Mas o Senhor fez que soprasse um forte vento sobre o mar e levantou-se uma grande tempestade, a ponto de o navio ameaçar afundar-se.
Os marinheiros estavam aterrados e começou cada qual a clamar pelo seu deus. Para aliviarem o navio, deitaram a carga ao mar. Entretanto Jonas tinha descido ao porão do navio e, deitado, dormia profundamente.
O capitão foi ter com ele e disse-lhe: «Como podes dormir? Levanta-te e invoca o teu Deus. Talvez Ele Se lembre de nós e não pereçamos».
Os tripulantes disseram uns para os outros: «Vamos deitar sortes, para sabermos quem é o responsável desta desgraça». Deitaram sortes e a sorte caiu sobre Jonas.
Então disseram-lhe: «Declara-nos por que motivo nos vem esta desgraça. Qual é a tua profissão? Donde vens? Qual é a tua terra e a que povo pertences?».
Jonas respondeu-lhes: «Eu sou hebreu e presto culto ao Senhor, Deus do Céu que fez o mar e a terra».
Então aqueles homens sentiram um grande temor e disseram-lhe: «Que fizeste? – Pelo que Jonas lhes tinha contado, eles sabiam que fugia da presença do Senhor
– Que havemos de fazer-te para que o mar se acalme à nossa volta?». É que o mar tornava-se cada vez mais impetuoso.
Jonas disse-lhes: «Agarrai-me e lançai-me ao mar e o mar acalmar-se-á à vossa volta porque eu sei que é por minha causa que esta grande tormenta caiu sobre vós».
Os marinheiros remaram, tentando alcançar a costa, mas em vão porque o mar se agitava cada vez mais contra eles.
Então invocaram o Senhor, dizendo: «Ah, Senhor! Não queremos morrer por causa deste homem; mas não nos torneis responsáveis pela morte de um inocente porque Vós, Senhor, fareis o que Vos agrada».
Pegaram em Jonas e lançaram-no ao mar e o mar acalmou a sua fúria.
Aqueles homens começaram a temer muito o Senhor; ofereceram-Lhe um sacrifício e fizeram-Lhe votos.
Então o Senhor enviou um grande peixe para engolir Jonas e Jonas ficou nas entranhas do peixe três dias e três noites.
Por fim, o Senhor ordenou ao peixe que vomitasse Jonas na praia.

Livro de Jonas 2,2.3.4.5.8.
Na minha aflição invoquei o Senhor
e Ele ouviu-me.
Clamei a ti do meio da morada dos mortos
e Tu ouviste a minha voz.

Lançastes-me no profundo abismo dos mares
e as ondas me envolveram;
as vossas torrentes e vagas
passaram sobre mim.

Na minha aflição eu dizia:
«Fui afastado da vossa presença.
Como poderei ainda
voltar a ver o vosso templo santo?».

Quando minha alma desfalecia,
lembrei-me do Senhor
e a minha oração chegou à vossa presença,
ao vosso templo santo.

Evangelho segundo São Lucas 10,25-37.
Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus Cristo para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para receber como herança a vida eterna?».
Jesus Cristo disse-lhe: «Que está escrito na lei? Como lês tu?».
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Respondeste bem. Faz isso e viverás».
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus Cristo: «E quem é o meu próximo?».
Jesus Cristo, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante.
Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: ‘Trata bem dele e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?».
O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus Cristo: «Então vai e faz o mesmo».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário sobre o Cântico dos cânticos, prólogo 2, 26-31
«Então vai e faz o mesmo.»
Está escrito : «Amemo-nos uns aos outros porque o amor (= os afectos) vem de Deus» (1Jo 4,7) e mais adiante: «Deus é amor» (8). Deste modo se diz, por um lado, que o próprio Deus é amor e por outro, que aquele que é de Deus é amor. Ora, quem é de Deus senão aquele que disse: «Saí de Deus e vim a este mundo»? (Jo 16,28). Se Deus Pai é amor, também o Filho é amor [...] ; o Pai e o Filho são um só e em nada diferem (diferem porque o Pai é Espírito, sem forma e o Filho tem a forma humana de homem; é o protótipo dos homens). Eis a razão por que Jesus Cristo é chamado, para além de Sabedoria, Poder, Justiça, Verbo e Verdade, também Amor. [...]
E, porque Deus é amor e o Filho que é de Deus é amor, Ele exige que haja em nós algo semelhante a Ele, de tal maneira que, por este amor, por esta caridade que está em Cristo Jesus [...], sejamos unidos a Ele por uma espécie de parentesco, graças a este nome. Como dizia São Paulo que estava unido a Ele: «Quem nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus Nosso Senhor?» (Rom 8,39).
Ora este amor de caridade considera que todo o homem é o nosso próximo. Foi por essa razão que o Salvador repreendeu um homem que estava convencido de que a alma justa não estava obrigada a aplicar a todos a lei do amor ao próximo. [...] E compôs a parábola do «homem [que] descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores». Depois censura o sacerdote e o levita que, vendo-o meio morto, passaram adiante, mas presta homenagem ao samaritano que teve misericórdia para com ele. E confirma que este último foi o próximo do homem ferido, dizendo àquele que Lhe tinha feito a pergunta: «Então vai e faz o mesmo». Com efeito, por natureza, nós somos todos o próximo uns dos outros; mas, pelas obras de caridade, aquele que pode fazer bem torna-se próximo daquele que não pode fazê-lo. Foi por isso que o nosso Salvador Se fez nosso próximo e não passou adiante quando estávamos «meio mortos» em consequência dos ferimentos infligidos pelos «salteadores».


Terça-feira, dia 10 de Outubro de 2017

Terça-feira da 27.a semana do Tempo Comum

A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos:
«Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi».
Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar.
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída».
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno.
Logo que a notícia chegou ao rei de Nínive, ele ergueu-se do trono e tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Depois foi proclamado em Nínive um decreto do rei e dos seus ministros que dizia: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas, não provem alimento, não pastem nem bebam água.
Os homens e os animais revistam-se de saco e clamem a Deus com vigor; afaste-se cada um do seu mau caminho e das violências que tenha praticado.
Quem sabe? Talvez Deus reconsidere e desista, acalmando o ardor da sua ira, de modo que não pereçamos».
Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.

Livro de Salmos 130(129),1-2.3-4ab.7-8.
Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.

Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência.

Porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.

Evangelho segundo São Lucas 10,38-42.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa.
Ela tinha uma irmã chamada Maria que, sentada aos pés de Jesus Cristo, ouvia a sua palavra.
Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me».
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas
quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 104; PL 38, 616
Duas mulheres, duas imagens da nossa vida
Creio que compreendeis que estas duas mulheres, ambas dilectas do Senhor, dignas do seu amor e suas discípulas, [...] são a imagem de duas formas de vida: a vida deste mundo e a vida do mundo futuro, a vida de trabalho e a vida de repouso, a vida das preocupações e a vida da bem-aventurança, a vida no tempo e a vida eterna.
Duas vidas: meditemos mais longamente sobre elas e consideremos de que é feita esta vida. Não me refiro a uma vida censurável [...], a uma vida de vícios, de impiedades; não, falo de uma vida de trabalho, carregada de provações, de angústias, de tentações, de uma vida que não tem nada de culpável, de uma vida que era efectivamente a de Marta. [...] O mal estava ausente desta casa, tanto em Marta como em Maria; se estivesse presente, a chegada do Senhor tê-lo-ia dissipado. Duas mulheres aí viveram e as duas receberam o Senhor, duas vidas admiráveis, rectas, uma feita de trabalho, a outra de repouso. [...] Uma de trabalho, mas livre de perturbações que são obstáculo à vida entregue à acção; a outra isenta de ociosidade que é obstáculo à vida contemplativa. Havia nesta casa as duas vidas, mas a fonte era a mesma. [...]
A vida de Marta é o nosso mundo; a vida de Maria é o mundo que esperamos. Vivamos neste mundo com rectidão para obtermos o outro em plenitude. Que possuímos já dessa vida? [...] Precisamente, neste momento, vivemos de certa maneira essa vida: afastando o trabalho, pondo de parte as preocupações familiares, reuni-vos e escutais. Comportando-vos assim, assemelhais-vos a Maria. Isso torna-se-vos mais fácil do que a mim que tenho de tomar a palavra. No entanto, o que digo é a Jesus Cristo que vou buscá-lo e este alimento é de Jesus Cristo. Porque é o pão comum a todos e é para isso que vivo em comunhão convosco.


Quarta-feira, dia 11 de Outubro de 2017

Quarta-feira da 27.ª semana do Tempo Comum

Jonas ficou muito desgostoso e irritado quando Deus perdoou aos ninivitas
e orou, dizendo: «Ah, Senhor! Não era isto que eu dizia, quando estava ainda na minha terra? Por isso me apressei a fugir para Társis, por saber que sois um Deus clemente e compassivo, lento para a ira, rico de misericórdia e sempre disposto a desistir do castigo.
Mas agora, Senhor, tirai-me a vida porque para mim é melhor morrer do que ficar vivo».
O Senhor respondeu-lhe: «Terás razão para te irritares?».
Jonas saiu de Nínive e instalou-se a oriente da cidade. Aí fez uma cabana e sentou-se à sua sombra para ver o que acontecia à cidade.
Então o Senhor Deus fez crescer um rícino que se elevou por cima de Jonas, para lhe dar sombra à cabeça e o livrar do seu mau humor. Jonas ficou muito contente com o rícino.
Mas no dia seguinte, ao romper da manhã, Deus mandou um verme, que roeu as raízes do rícino e ele secou.
Ao nascer do sol, Deus fez soprar do oriente um vento abrasador e o sol bateu em cheio na cabeça de Jonas, fazendo-o desmaiar. E Jonas tornou a pedir a morte, exclamando: «Para mim é melhor morrer do que ficar vivo».
Então Deus disse a Jonas: «Terás razão para te irritares por causa do rícino?». Jonas respondeu: «Tenho razão de me irritar mortalmente».
O Senhor disse-lhe: «Tu tens pena do rícino que não te deu qualquer trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite morreu.
E Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, além de grande número de animais?».

Livro de Salmos 86(85),3-4.5-6.9-10.
Tende piedade de mim, Senhor,
que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo
porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia
para com todos os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,

atendei a voz da minha súplica.
Todos os povos que criastes virão adorar-Vos, Senhor,
e glorificar o vosso nome
porque Vós sois grande e operais maravilhas,

Vós sois o único Deus.

Evangelho segundo São Lucas 11,1-4.
Naquele tempo, estava Jesus Cristo em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados
porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende e não nos deixeis cair em tentação’».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Homilia do século V sobre a oração
PG 64, 461
«Ensina-nos a orar»
O bem supremo é a oração, a conversa familiar com Deus. Ela é relação com Deus e união com Ele. Tal como os olhos do corpo são iluminados à vista da luz assim a alma voltada para Deus é iluminada com a sua luz inefável. A oração não resulta de uma atitude exterior, mas vem do coração. Não se limita a horas ou a momentos determinados, mas está em contínua actividade, de noite como de dia. Não nos contentemos com orientar o nosso pensamento para Deus quando estamos em oração; mas quando outras ocupações – como o cuidado dos pobres ou qualquer outra ocupação boa e útil – nos absorvem, é importante associar-lhes o desejo e a lembrança de Deus, a fim de oferecer ao Senhor do universo um alimento doce, temperado com o sal do amor de Deus. Podemos daí retirar grande vantagem, ao longo de toda a nossa vida, se a isso consagrarmos uma parte do nosso tempo.
A oração é a luz da alma, o verdadeiro conhecimento de Deus, a mediadora entre Deus e os homens. Por ela, a alma eleva-se ao céu e abraça o Senhor com um aperto inexprimível. Como um lactente a sua mãe, a alma grita a Deus chorando, ávida do leite divino; exprimindo assim os seus desejos profundos, recebe dons que ultrapassam tudo o que se pode ver na natureza. A oração, pela qual nos apresentamos respeitosamente perante Deus, é a alegria do coração e o repouso da alma.


Quinta-feira, dia 12 de Outubro de 2017

Quinta-feira da 27.ª semana do Tempo Comum

Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Malaquias 3,13-20a.
As vossas palavras contra Mim são arrogantes – diz o Senhor – e perguntais: ‘Que dissemos contra o Senhor?’.
Vós dissestes: ‘É tempo perdido servir a Deus. Que aproveita cumprir os seus preceitos e andar vestido de luto diante do Senhor do Universo?
Por isso agora chamamos felizes os soberbos que praticam o mal e prosperam, que provocam a Deus e ficam impunes’».
Então os que adoram o Senhor falaram entre si e o Senhor prestou atenção e escutou-os. Diante d’Ele foi escrito um livro que conserva a memória daqueles que O adoram e respeitam o seu nome.
«No dia que Eu preparo, Eles serão minha propriedade – diz o Senhor do Universo. Terei compaixão deles, como um pai se compadece do filho obediente.
Então vereis de novo a diferença entre o justo e o pecador, entre aquele que serve a Deus e aquele que não O serve.
Porque há-de vir o dia, ardente como uma fornalha, em que serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos.
Mas para vós que adorais o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.

Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios (= ateus):
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo São Lucas 11,5-13.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa.
Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hinos, n.° 29
«Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!»
De onde vens? Como penetras,
no interior da minha cela,
fechada de todos os lados?
Com efeito, isto é estranho,
ultrapassa a palavra e o pensamento.
Mas o facto de vires até mim
subitamente todo inteiro e de brilhares,
o facto de Te deixares ver sob uma forma luminosa,
como o sol na sua plena luz,
deixa-me incapaz de pensar
e sem voz, meu Deus!
Sei bem que és
Aquele que veio para iluminar
os que estão nas trevas (Lc 1,79)
e fico estupefacto,
fico privado de senso e de palavras,
ao ver tão estranha maravilha
que ultrapassa toda a criação,
toda a natureza e as palavras. [...]

Como é que Deus está fora do universo
pela sua essência e a sua natureza,
pelo seu poder e pela sua glória
e ao mesmo tempo habita em tudo e em todos,
mas de uma maneira especial nos seus santos?
Como arma neles a sua tenda
de forma consciente e substancial,
Ele que está totalmente para lá da substância?
Como está contido nas suas entranhas,
Ele que contém toda a criação?
Como brilha no coração deles,
neste coração carnal e espesso?
Como é que Ele está no interior deste,
como é que está fora de tudo,
mas preenche tudo?
Como é que, de noite e de dia,
brilha sem ser visto?

Diz-me, pode o espírito do homem
conceber todos estes mistérios,
poderá ele exprimi-los?
Seguramente que não! Nem um anjo
nem um arcanjo to poderiam explicar;
seriam incapazes
de to expor por meio de palavras.
Só o Espírito Santo porque é divino,
conhece estes mistérios
e os sabe porque apenas Ele
partilha a natureza, o trono e a eternidade
com o Filho e o Pai.
É, pois, àqueles a quem este Espírito resplandecerá
e com quem Se unirá liberalmente
que Ele mostra tudo de forma inexprimível. [...]
É como um cego: quando vê,
vê primeiramente a luz
e em seguida toda a criação
que está na luz, oh maravilha!
Do mesmo modo, aquele que foi iluminado
pelo Espírito divino na sua alma
entra imediatamente em comunhão com a luz
e contempla a luz,
a luz de Deus, do próprio Deus
que também lhe mostra tudo,
ou antes, tudo o que Deus decidir,
tudo o que Ele desejar e quiser mostrar.
Àqueles que ilumina com a sua luz
Ele permite que vejam o que se encontra na luz divina.


Sexta-feira, dia 13 de Outubro de 2017

Sexta-feira da 27.ª semana do Tempo Comum

Vesti-vos de luto e chorai, sacerdotes, entoai lamentações, ministros do altar. Vinde passar a noite com vestes de penitência, ministros do Senhor Deus. Porque no templo de Deus, desapareceram a oferenda e a libação.
Proclamai um solene jejum, convocai uma assembleia. Reuni os anciãos e todos os habitantes do país no templo do Senhor, vosso Deus. E clamai ao Senhor:
«Ah, que dia este!». Está próximo o dia do Senhor que vai chegar como devastação como consequência de tudo o que foi feito.
Tocai a trombeta em Sião, dai o alarme no meu santo monte. Estremeçam todos os habitantes do país porque está a chegar o dia do Senhor. Sim, ele está próximo:
será dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de sombras. Como a luz da aurora, estende-se sobre os montes um povo numeroso e forte. Nunca houve povo nenhum como ele, nem depois dele haverá outro, até às mais longínquas gerações.

Livro de Salmos 9(9A),2-3.6.16.8-9.
De todo o coração, Senhor, Vos quero louvar
e contar todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós,
quero cantar o vosso nome, ó Altíssimo.

Ameaçastes os pagãos, destruístes os ímpios,
apagastes o seu nome para sempre.
Afundaram-se os pagãos no fosso que abriram,
ficaram presos os seus pés na armadilha que prepararam.

O Senhor é rei para sempre,
firmou o seu trono para julgar.
Ele julga a Terra com justiça,
governa os povos com rectidão.

Evangelho segundo São Lucas 11,15-26.
Naquele tempo, Jesus Cristo expulsou um demónio, mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios».
Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu.
Mas Jesus Cristo, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa.
Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança.
Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa.
Quando o espírito impuro sai do homem, anda a vaguear por lugares desertos à procura de repouso. Como não o encontra, diz consigo: ‘Voltarei para a casa de onde saí’.
quando lá chega, encontra-a varrida e arrumada.
Então vai e toma consigo sete espíritos, piores do que ele, que entram e se instalam nela. E o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São (Padre) Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho
CE 33
O lugar do combate espiritual
O lugar do combate entre Deus e Satanás é a alma humana em cada instante da vida. É, por conseguinte, necessário que a alma (e pessoa espiritual, pessoa celeste, pessoa natural) dê livre acesso ao Senhor, para que Ele a fortaleça de todas as maneiras e com todo o tipo de armas. Deste modo, a luz (= aura) de Deus poderá iluminá-la, para melhor combater as trevas do erro. Revestida de Jesus Cristo (Gal 3,27), da sua verdade e da sua justiça, protegida com o escudo da e da palavra de Deus, ela vencerá os seus inimigos, por muito poderosos que estes sejam (Ef 6,13s). Mas, para uma pessoa se revestir de Jesus Cristo, tem de morrer para si mesma.

Sábado, dia 14 de Outubro de 2017

Sábado da 27.ª semana do Tempo Comum

Eis o que diz o Senhor: «Levantem-se as nações e encaminhem-se para o Vale de Josafat. Ali estarei sentado a julgar todas as nações vizinhas.
Metei a foice porque a seara está madura; vinde pisar porque o lagar está cheio: os tanques transbordam porque é grande a malícia das nações».
Multidões e multidões no Vale do Julgamento! Está próximo o dia do Senhor no Vale do Julgamento!
O sol e a lua escureceram e as estrelas perderam o seu brilho.
O Senhor ruge desde Sião, de Jerusalém faz ouvir a sua voz: tremem os céus e a Terra. Mas o Senhor é um refúgio para o seu povo, um abrigo para os filhos de Israel.
«Então sabereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em Sião, o meu santo monte. Jerusalém será um lugar sagrado e nunca mais passarão por lá os estranhos».
Nesse dia, os montes escorrerão vinho novo, as colinas jorrarão leite e correrão águas em todos os ribeiros de Judá. Do templo do Senhor sairá uma nascente para regar o Vale das Acácias.
O Egipto será terra devastada e Edom um deserto desolado, por causa das violências contra os filhos de Judá, por terem derramado na sua terra sangue inocente.
Mas Judá será habitado para sempre e Jerusalém de geração em geração.
«Eu vingarei o seu sangue que não deixarei impune». E o Senhor habitará em Sião.

Livro de Salmos 97(96),1-2.5-6.11-12.
O Senhor é rei: exulte a Terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.

Derretem-se os montes como cera
diante do Senhor de toda a Terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.

A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações rectos.
Alegrai-vos, ó justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.

Evangelho segundo São Lucas 11,27-28.
Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo falava à multidão, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e disse: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito».
Mas Jesus Cristo respondeu: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Sofrónio de Jerusalém (?-639), monge, bispo
Homilia para a Anunciação, 2; PG 87, 3, 3241
«Feliz Aquela que Te trouxe»
«Rejubila, ó cheia de graça, o Senhor é contigo» (Lc 1,28). E nada há maior que esse júbilo, ó Virgem e Mãe! Nada há acima dessa graça. [...] Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» (Lc 1,42) porque transformaste em bênção a maldição de Eva e porque Adão, que até então fora maldito, obteve de ti a bem-aventurança.
Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque, graças a ti, se derramou sobre os homens a bênção do Pai que os libertou da antiga maldição. Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque, graças a ti, foram salvos os teus antepassados, pois tu geraste o Salvador que lhes obteria a redenção.
Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque, sem teres recebido semente, em ti trouxeste o fruto que doa a toda a terra a bem-aventurança e a resgata da maldição donde nascem os espinhos. Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque, sendo por natureza mulher, na realidade te tornaste Mãe do Filho, uma vez que, sendo Aquele que geraste, na verdade, feito carne, a mui justo título és chamada Mãe de Deus, porque é o Filho Aquele que verdadeiramente deste à luz.
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