domingo, 29 de maio de 2016

Cristianismo 158 até 28-05-2016


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 22 de Maio de 2016

SANTÍSSIMA TRINIDADE - solenidade - Ano C

Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua actividade, antes das suas obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da Terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido;
ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente; quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte,
quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos,
quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da Terra,
eu estava a seu lado como arquitecto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença.
Deleitava-me sobre a face da Terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».
Livro de Salmos 8,4-5.6-7.8-9.
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o Filho do homem para dele Vos ocupardes?

Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés:

Ovelhas e bois, todos os rebanhos
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

Carta aos Romanos 5,1-5.
Irmãos: Tendo sido justificados pela , estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações porque sabemos que a tribulação produz a constância,
a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança.
Ora a esperança não engana porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Evangelho segundo S. João 16,12-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará para a verdade plena porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há-de vir.
Ele Me glorificará porque receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem, é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 261-267
«Um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza» (Prefácio)
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode dar-nos conhecimento dele, revelando o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Incarnação do Filho (de Deus) revela que Deus é o Pai eterno e que o Filho é consubstancial ao Pai. A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho «de junto do Pai» (Jo 15,26) revela que Ele «com o Pai e o Filho é adorado e glorificado» (Credo). [...]

Pela graça do Baptismo «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», (Mt 28,19), somos chamados a participar na vida da Trindade bem-aventurada; para já, na obscuridade da fé e depois da morte na luz eterna.

«A fé católica é esta: venerarmos um só Deus e a Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as Pessoas nem dividir a substância: porque uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas do Pai e do Filho e do Espírito Santo é igual a glória e coeterna a majestade» (Quicumque).

Inseparáveis no que são, as pessoas divinas são também inseparáveis no que fazem. Mas, na operação divina única, cada uma manifesta o que Lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Incarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.

Segunda-feira, dia 23 de Maio de 2016

Segunda-feira da 8.ª semana do Tempo Comum

Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva,
para uma herança que não se corrompe nem se mancha nem desaparece. Esta herança está reservada nos Céus para vós
que, pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos últimos tempos.
Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco tempo, passar por diversas provações,
para que a prova a que é submetida a vossa – muito mais preciosa que o ouro perecível que se prova pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se manifestar.
Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa
porque conseguis o fim da vossa fé: a vossa salvação.
Livro de Salmos 111(110),1-2.5-6.9.10c.
Louvarei o Senhor de todo o coração,
no Conselho dos Justos e na assembleia.
Grandes são as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.

Deu sustento àqueles que O adoram
e jamais esquecerá a sua aliança.
Fez ver ao seu povo as suas obras
para lhe dar a herança das nações.

Enviou a redenção ao seu povo,
firmou com ele uma aliança eterna.
Santo e venerável é o seu nome;
o louvor do Senhor permanece eternamente.

Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.
Naquele tempo, ia Jesus Cristo pôr-Se a caminho quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus Cristo respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’».
O homem disse a Jesus Cristo: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude».
Jesus Cristo olhou para ele com simpatia e respondeu (no sentido de ser santo, um mundo com maior exigência): «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso porque era muito rico.
Então Jesus Cristo, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus Cristo afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus».
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus Cristo respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus porque a Deus tudo é possível» (ninguém duvide disto!).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278
«Ao ouvir estas palavras, [...] retirou-se pesaroso.»
O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, ao aproximar-se das suas muralhas, depara com uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da viagem e acaba por não ir visitar as belezas da dita cidade. Assim são os que cumprem os mandamentos, mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?
Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.



Terça-feira, dia 24 de Maio de 2016

Terça-feira da 8.ª semana do Tempo Comum

Festa da Igreja : Nossa Senhora Auxiliadora Dedicação da Basílica de São Francisco, em Assis
Santo do dia :
Santa Joana Antida Thouret, virgem, +1826

1.ª Carta de S. Pedro 1,10-16.
Caríssimos: A salvação foi objecto das investigações e meditações dos Profetas que predisseram a graça a vós destinada.
Procuravam descobrir a que tempo e circunstâncias se referia o Espírito de Jesus Cristo que estava neles quando predizia os sofrimentos de Jesus Cristo e as glórias que se lhes haviam de seguir.
Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós, que no seu ministério transmitiam essa mensagem. É essa mensagem que agora vos anunciam aqueles que, movidos pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregam o Evangelho, o qual os próprios Anjos desejam contemplar.
Por isso, tende o vosso espírito alerta e sede vigilantes; ponde toda a vossa esperança na graça que vos será concedida quando Jesus Cristo Se manifestar.
Como filhos obedientes, não vos conformeis com os desejos de outrora quando vivíeis na ignorância.
Mas, à semelhança do Deus santo que vos chamou, sede santos, vós também, em todas as vossas acções,
como está escrito: «Sede santos porque Eu sou santo».
Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3c-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Os confins da Terra puderam ver
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Evangelho segundo S. Marcos 10,28-31.
Naquele tempo, Pedro começou a dizer a Jesus Cristo: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir».
Jesus Cristo respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho,
receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições e, no mundo futuro, a vida eterna.
Muitos dos primeiros (cristãos)serão os últimos (porque a sua imperfeição era muita e muito havia ainda para ser revelado) e muitos dos últimos serão os primeiros (mais importantes porque mais esclarecidos)».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Tomás de Celano (c. 1190-c. 1260), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara
Vida de Santa Clara, §§ 25-28
Deixar tudo para O seguir
Havia já quarenta anos que Clara, segundo a comparação utilizada por São Paulo (1Cor 9,24), corria no estádio da grande pobreza, aproximando-se da meta da sua vocação celeste e da recompensa prometida ao vencedor. [...] A Divina Providência apressava-Se a cumprir o que havia previsto para Clara: Jesus Cristo queria introduzir a pobrezinha no seu palácio real no termo da sua peregrinação. Quanto a ela, aspirava com todo o arrebatamento do seu desejo [...] contemplar, reinando no alto em toda a sua glória, Jesus Cristo que imitara na Terra na sua pobreza. [...]
Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...] Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um amor terno como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia e Clara respondeu: «À minha alma abençoada.» O seu guia para o caminho não estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas, perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]
Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino dos Céus, onde está revestida com as vestes da glória eterna.

Quarta-feira, dia 25 de Maio de 2016

Quarta-feira da 8.ª semana do Tempo Comum

Caríssimos: Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais,
mas pelo sangue precioso de Jesus Cristo, Cordeiro sem defeito e sem mancha,
predestinado antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.
Obedecendo à verdade, purificastes as vossas almas para vos amardes sinceramente como irmãos. Amai-vos intensamente uns aos outros de todo o coração
porque vós renascestes, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, que é a palavra de Deus, viva e eterna.
Na verdade, «todo o ser mortal é como a erva e todo o seu esplendor como a flor da erva. A erva seca e a flor cai;
mas a palavra do Senhor permanece eternamente». Esta é a palavra que vos foi anunciada.
Livro de Salmos 147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica, Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.

Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à Terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.

Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.

Evangelho segundo S. Marcos 10,32-45.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus Cristo ia à sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os acompanhavam iam com medo. Jesus Cristo tomou então novamente os Doze consigo e começou a dizer-lhes o que Lhe ia acontecer:
«Vede que subimos para Jerusalém e o Filho (do homem) será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l’O à morte e entregá-l’O aos gentios;
hão-de escarnecê-l’O, cuspir-Lhe, açoitá-l’O e dar-Lhe a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará».
Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus Cristo e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?».
Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?».
Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus Cristo disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado.
Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado».
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servidor
e quem quiser entre vós ser o primeiro, será servidor de todos (assim é o universo de Deus, a democracia; o universo das trevas, da morte e destruição, do Espírito Universal é o oposto: domínio/servidão, ateísmo, egoísmo, poder/miséria,…)
porque o Filho (do homem) não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja
Comentário ao Diatessaron, 20, 2-7
«O Filho do homem veio [...] para dar a vida»
«Se for possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39). Porque dizes como Simão Pedro: «Deus Te livre de tal, Senhor!» (Mt 16,22), Tu que agora dizes: «Se for possível, afasta de Mim este cálice»? Ele sabia bem aquilo que dizia ao Pai - que era possível o Pai afastar o cálice - mas viera bebê-lo por todos, a fim de pagar com esse cálice a dívida que a morte dos profetas e dos mártires não pudera pagar. [...] Aquele que havia descrito a sua condenação à morte nos profetas e que havia prefigurado o mistério da sua morte pelos justos, quando chegou a altura de consumar essa morte, não Se recusou a beber o cálice. Se não tivesse querido bebê-lo, mas antes afastá-lo, não teria comparado o seu corpo com o Templo nesta frase: «Destruí este Templo e em três dias Eu o reconstruirei» (Jo 2,19) nem teria dito aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu vou beber?» e ainda: «Tenho de receber um baptismo» (Lc 12,50). [...]
«Se for possível, afasta de Mim este cálice.» Ele diz isto por causa da fraqueza que adoptara, não fingida mas real. Uma vez que Se fizera pequeno e tinha de facto adoptado a nossa fraqueza, temia e sentia-Se abalado na sua fraqueza. Tendo revestido a forma humana, tendo adoptado a fraqueza, comendo quando tinha fome, cansando-Se com o trabalho, deixando-Se vencer pelo sono, tudo o que estava relacionado com a carne tinha de ser cumprido quando chegou a altura da sua morte. [...]
Para trazer, pela sua Paixão, conforto aos seus discípulos, Jesus Cristo sente o que eles sentem: tomou sobre Si o medo deles para lhes mostrar, pela semelhança da sua alma, que não devem vangloriar-se a propósito da morte antes de terem passado por ela. Se, com efeito, Aquele que nada teme sentiu medo e pediu para ser salvo quando sabia que tal era impossível, quanto mais devem os outros perseverar na oração perante a tentação, a fim de serem dela libertados quando se apresentar. [...] Para dar coragem aos que temem a morte, Ele não escondeu o seu próprio receio, para que eles saibam que este medo não os leva ao pecado desde que não permaneçam nele. «Não, Pai», diz Jesus Cristo, «mas que seja feita a tua vontade»: que Eu morra para dar a vida à multidão.

Quinta-feira, dia 26 de Maio de 2016

SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO - Solenidade - Ano C

Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como era sacerdote do Deus Altíssimo,
abençoou Abrão, dizendo: «Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo que criou os céus e a Terra!
Bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas mãos!» E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
Livro de Salmos 110(109),1.2.3.4.
Disse o Senhor ao meu Senhor:
"Senta-te à minha direita,
até que Eu faça de teus inimigos
escabelo de teus pés.

O Senhor estenderá de Sião
o ceptro do teu poder
e tu dominarás no meio dos teus inimigos.

A ti pertence a realeza desde o dia em que nasceste
nos esplendores da santidade,
antes da aurora, como orvalho, Eu te gerei".

O Senhor jurou e não Se arrependerá:
"Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec".

1.ª Carta aos Coríntios 11,23-26.
Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão
e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim».
Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim».
Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha.
Evangelho segundo S. Lucas 9,11b-17.
Mas as multidões que tal souberam, seguiram-no. Jesus Cristo acolheu-as e pôs-se a falar-lhes do Reino de Deus, curando os que necessitavam.
Ora o dia começava a declinar. Os Doze aproximaram-se e disseram-lhe: «Despede a multidão para que, indo pelas aldeias e campos em redor, encontre alimento e onde pernoitar, pois aqui estamos num lugar deserto.»
Disse-lhes Ele: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Retorquiram: «Só temos cinco pães e dois peixes; a não ser que vamos nós mesmos comprar comida para todo este povo!»
Eram cerca de cinco mil homens (sem contar as mulheres e as crianças). Jesus Cristo disse aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de cinquenta.»
Assim procederam e mandaram-nos sentar a todos.
Tomando então os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos discípulos para que os distribuíssem à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados e, do que lhes tinha sobrado, ainda recolheram doze cestos cheios.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Obras, Sobre a Festa do Corpo do Senhor, opusc. 57
O mistério da Eucaristia
O Filho único de Deus, querendo fazer-nos participar da sua natureza divina, tomou a nossa natureza para dar aos homens a Sua natureza celeste, Ele que Se fez homem. Além disso, o que tomou de nós, também no-lo deu inteiramente, para nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz, ofereceu o seu corpo em sacrifício a Deus Pai para nos reconciliar com Ele e derramou o seu sangue para ser ao mesmo tempo nosso resgate e nosso baptismo: resgatados de uma lamentável escravatura, fomos purificados de todos os nossos pecados. E para que guardássemos para sempre a memória de tão grande benefício, deixou aos fiéis o seu corpo e o seu sangue, sob as formas do pão e do vinho. [...]
Haverá coisa mais preciosa que este banquete, onde já não nos é proposto, como na antiga Lei, que comamos a carne de bois e carneiros, mas o Cristo? Haverá coisa mais admirável que este sacramento? [...] Nenhum sacramento produz efeitos mais salutares do que este: ele apaga os pecados, aumenta as virtudes e enche a alma superabundantemente de todos os dons espirituais. Ele é oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, a fim de aproveitar a todos, pois foi instituído para a salvação de todos.
É impossível exprimir as delícias deste sacramento [...]; nele se celebra a memória do amor inultrapassável que Jesus Cristo mostrou na sua Paixão. Ele queria que a imensidade deste amor se gravasse profundamente no coração dos fiéis e por isso [...] instituiu este sacramento como memorial perpétuo da sua Paixão, cumprimento das antigas profecias, o maior de todos os seus milagres. Àqueles a quem a sua ausência encheria de tristeza, deixou este conforto incomparável.

Sexta-feira, dia 27 de Maio de 2016

Sexta-feira da 8.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Agostinho de Cantuária, bispo, +605

1ª Carta de S. Pedro 4,7-13.
Caríssimos: O fim de todas as coisas está próximo. Sede prudentes e sóbrios para vos dedicardes à oração.
Sobretudo, conservai uma caridade intensa uns para com os outros porque a caridade cobre a multidão dos pecados.
Praticai entre vós a hospitalidade, sem murmuração.
Cada um de vós ponha ao serviço dos outros os dons que recebeu, como bons administradores da graça de Deus, tão variada nas suas formas.
Se alguém fala, diga palavras de Deus; se alguém exerce um ministério, faça-o como um mandato recebido de Deus para que em tudo Deus seja glorificado, por Jesus Cristo, a quem é devida a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen.
Caríssimos, não vos perturbeis com a labareda que se acendeu no meio de vós para vos provar como se estivesse a acontecer-vos alguma coisa estranha.
Alegrai-vos na medida em que participais nos sofrimentos de Jesus Cristo a fim de que possais também alegrar-vos e exultar no dia em que se manifestar a sua glória.
Livro de Salmos 96(95),10.11-12.13.
Dizei entre as nações:
«O Senhor é Rei».
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.

Alegrem-se os céus, exulte a Terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.

Evangelho segundo S. Marcos 11,11-26.
Naquele tempo, Jesus Cristo, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em Jerusalém e foi ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, saiu para Betânia com os Doze.
No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus Cristo sentiu fome.
Viu então de longe uma figueira com folhas e foi ver se encontraria nela algum fruto. Mas ao chegar junto dela, nada encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos.
Então, dirigindo-Se à figueira, disse: «Nunca mais alguém coma do teu fruto». E os discípulos escutavam.
Chegaram a Jerusalém. Quando Jesus Cristo entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas
e não deixava ninguém levar nada através do templo.
E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? E vós fizestes dela um covil de ladrões».
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas souberam disto e procuravam maneira de o fazer matar. Mas temiam Jesus Cristo porque toda a multidão andava entusiasmada com a sua doutrina.
Ao cair da noite, Jesus Cristo e os discípulos saíram da cidade.
Na manhã seguinte, ao passarem perto da figueira, os discípulos viram-na seca até às raízes.
Pedro recordou-se do que tinha acontecido na véspera e disse a Jesus Cristo: «Olha, Mestre. A figueira que amaldiçoaste, secou».
Jesus Cristo respondeu: «Tende fé em Deus.
Em verdade vos digo: Se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te no mar’ e não hesitar em seu coração, mas acreditar que se vai cumprir o que diz, assim acontecerá.
Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim sucederá.
E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas faltas».
Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.» (entregar aos decisores de Deus tudo, perdoando e esquecendo e pedindo para ser perdoado(a). É um grande alívio e graça para a vítima)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de S. Marcos, n°9
«Não façais da casa de meu Pai um antro de comércio» (Jo 2, 16)
«Quando Jesus Cristo entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam.» Alguns espantam-se com a ressurreição de Lázaro e ficam admirados com o facto de o filho de uma viúva ter ressuscitado. Outros ficam estupefactos com outros milagres. É certamente admirável tornar a dar vida a um corpo morto; mas eu fico mais impressionado com o acontecimento presente. Pois que poder autorizou este homem, filho de um carpinteiro, um pobre sem morada fixa nem sítio onde repousar, sem exército que O protegesse, que não era chefe nem juiz, que poder O autorizou a, [...] sozinho, expulsar uma multidão tão numerosa? E ninguém protestou, ninguém ousou resistir; pois ninguém ousou opor-se ao Filho que reparava a injúria feita a seu Pai. [...]
«Começou a expulsar os que ali vendiam e compravam.» Se isto foi possível entre os judeus porque não será, e com mais razão, entre nós? Se isto aconteceu no contexto da Lei porque não acontece o mesmo no Evangelho? [...] Jesus Cristo, um pobre, expulsa os compradores e os vendedores que são ricos. Aquele que vende é expulso do mesmo modo que aquele que compra. Que ninguém diga: «Eu ofereço tudo o que possuo, dou oferendas aos sacerdotes como Deus ordenou.» Numa passagem de Mateus lemos o seguinte: «Haveis recebido de graça, dai de graça» (Mt 10, 8). A graça de Deus não se vende, dá-se.

Sábado, dia 28 de Maio de 2016

Sábado da 8.a semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Maria Ana de Paredes, virgem, +1645, S. Germano, bispo de Paris, +576

Carta de S. Judas 1,17.20b-25.
Caríssimos: Recordai o que vos foi predito pelos Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Construí o vosso edifício espiritual sobre o fundamento da vossa fé santíssima. Orai em união com o Espírito Santo
e conservai-vos no amor de Deus, esperando na misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
Procurai convencer os que hesitam
e salvai-os, arrancando-os do fogo; dos outros, compadecei-vos, mas com prudência, detestando até a túnica contaminada pela sua carne.
Àquele que vos pode preservar da queda e apresentar-vos diante da sua glória, na alegria de uma consciência sem mancha,
ao único Deus, nosso Salvador, por Nosso Senhor Jesus Cristo, a glória e a majestade, a força e o poder, antes de todos os séculos, agora e para sempre. Ámen
Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.
Senhor, sois o Deus: desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Vos no santuário
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais do que a vida:
por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.

Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.

Evangelho segundo S. Marcos 11,27-33.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Quando Ele andava no templo, aproximaram-se os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos que Lhe perguntaram:
«Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?».
Jesus Cristo respondeu: «Vou fazer-vos só uma pergunta. Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto.
O baptismo de João era do Céu ou dos homens? Respondei-Me».
Eles começaram a discorrer, dizendo entre si: «Se dissermos: ‘É do Céu’, Ele dirá: ‘Então porque não acreditastes nele?’.
Vamos dizer-Lhe que é dos homens?». Mas eles temiam a multidão, pois todos pensavam que João era realmente um profeta.
Então responderam: «Não sabemos». Disse-lhes Jesus Cristo: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Discurso contra os Arianos, 2, 78-79
«Quem Te deu autoridade para o fazeres?»
A sabedoria pessoal de Deus, o seu único Filho, criou e realizou todas as coisas. Com efeito, diz o salmo: «Tudo fizeste com sabedoria» (103,24). [...] Tal como o nosso discurso humano é imagem desta Palavra que é o Filho (de Deus) (cf Jo 1,1) assim também a nossa sabedoria é imagem desta Palavra que é a Sabedoria em pessoa. Porque temos nela a capacidade de conhecer e de pensar, somos capazes de receber a Sabedoria criadora, por meio da qual podemos conhecer o Pai. «Porque aquele que tem o Filho tem também o Pai» (1Jo 2,23) e ainda: «Aquele que Me recebe, recebe Aquele que Me enviou» (Mt 10,40). [...]
«Pois já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu Deus na Sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação» (1Cor 1,21). Ora Deus já não quer, como nos tempos antigos, ser conhecido por meio de imagens e sombras da Sabedoria, mas quis que a verdadeira Sabedoria em pessoa adoptasse carne, Se tornasse homem e sofresse a morte de cruz para que no futuro todos os crentes possam ser salvos pela fé nesta Sabedoria incarnada.
É portanto ela que é a Sabedoria de Deus. Anteriormente, era conhecida pela sua imagem introduzida nas coisas criadas [...] e desta forma dava a conhecer o Pai. Mas depois Ela, que é a Palavra, tornou-Se carne, como diz São João (1,14). E, após ter «destruído a morte» (1Cor 15,26) e salvado a humanidade, manifestou-Se a Si mesma de forma mais clara e, por Si mesma, manifestou o Pai. Razão pela qual pôde dizer: «Que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo» (Jo 17,3). A Terra inteira ficou portanto cheia do seu conhecimento. Porque só há um conhecimento: o do Pai por meio do Filho e o do Filho a partir do Pai. O Pai põe a sua alegria nele e o Filho regozija-Se com a mesma alegria no Pai, como está dito: «Eu era o seu encanto todos os dias e brincava o tempo todo na sua presença» (Prov 8,30).
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sábado, 21 de maio de 2016

Cristianismo 157 até 21-05-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 15 de Maio de 2016

SOLENIDADE DE PENTECOSTES - Ano C

Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo que se iam dividindo e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua (isto é, cada qual falava na sua própria língua, mas todos compreendiam o que os outros falavam como se estivessem falando na língua do ouvinte porque o Espírito de Deus estava sobre eles e um dos seus atributos é a comunicação.)
Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar?
Então como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia,
da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma,
tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».
Livro de Salmos 104(103),1ab.24ac.29bc-30.31.34.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da Terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.

Carta aos Romanos 8,8-17.
Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é verdade que o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Jesus Cristo, não Lhe pertence.
Se Jesus Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça.
E se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.
Assim, irmãos, já não somos devedores à carne para vivermos segundo a carne.
Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se, pelo espírito, fizerdes morrer as obras da carne, vivereis.
Porque todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor (do mundo das trevas, do mal, do egoísmo, do Espírito Universal,…), mas o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai».
O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus.
Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Jesus Cristo; Se sofrermos com Ele também com Ele seremos glorificados.
Evangelho segundo S. João 14,15-16.23b-26.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco.
Quem Me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a Ele e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama, não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 155
Pentecostes, o coroamento da Páscoa
O povo judeu celebrava a Páscoa, como sabeis, com a imolação de um cordeiro que depois comia com pães ázimos. Esta imolação do cordeiro prefigurava a imolação de Jesus Cristo e os pães ázimos, a vida nova purificada do velho fermento. [...] E cinquenta dias depois da Páscoa, este mesmo povo festejava o momento em que Deus lhe dera, sobre o Monte Sinai, a Lei escrita com sua mão, com seu dedo. À figura da Páscoa sucede a Páscoa em plenitude (1Cor 5,7): Jesus Cristo foi imolado e fez-nos passar da morte à vida. A palavra Páscoa significa «passagem» e é isso que o evangelista exprime ao dizer: «Chegada a hora em que Jesus havia de passar deste mundo para o Pai...» (Jo 13,1) [...]
Cinquenta dias depois, o Espírito Santo, «o dedo de Deus» (Lc 11,20), desce sobre os discípulos. Mas vede que diferença de circunstâncias em relação ao Sinai. Lá, o povo mantinha-se ao longe, dominado pelo temor e não pelo amor. [...] Pelo contrário, quando o Espírito Santo desceu, os discípulos estavam todos reunidos num mesmo lugar e o Espírito, longe de os atemorizar do alto da montanha, entra na casa onde eles estavam reunidos.
«Viram», diz a Escritura, «umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo». Tratar-se-ia de um fogo que semeava o temor? De maneira nenhuma! Essas línguas de fogo poisaram sobre cada um deles e eles começaram a falar diversas línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Escutai as línguas que eles falam e compreendei que é o Espírito quem escreve, não sobre a pedra, mas nos corações (2Cor 3,3). Assim, pois a lei do Espírito de vida, escrita no coração e não sobre a pedra, a lei do Espírito de vida, digo, está em Jesus Cristo em quem a Páscoa foi celebrada na plenitude da verdade.


Segunda-feira, dia 16 de Maio de 2016

Segunda-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. João Nepomuceno, mártir, +1383, S. Simão Stock, religioso, +1265

Carta de S. Tiago 3,13-18.
Caríssimos: Quem é sábio e inteligente mostre com o seu bom procedimento os frutos da sua sabedoria vivida com modéstia.
Mas se guardais no coração inveja mal-entendida e espírito de discórdia, não vos orgulheis nem mintais contra a verdade.
Esta sabedoria não desce do alto: é terrena, animal e diabólica.
Porque, onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más acções.
Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia.
O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.
Livro de Salmos 19(18),8.9.10.15.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma.
As ordens do Senhor são firmes
e dão sabedoria aos simples

Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração.
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.

O amor do Senhor é puro
e permanece eternamente.
Os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.

Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.

Evangelho segundo S. Marcos 9,14-29.
Naquele tempo, Jesus Cristo desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles.
Logo que viu Jesus Cristo, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l’O.
Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».
Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho que tem um espírito mudo.
Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».
Tomando a palavra, Jesus Cristo disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui».
Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus Cristo, o espírito sacudiu fortemente o menino que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.
Jesus Cristo perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno.
E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».
Jesus Cristo disse: «Se posso?... Tudo é possível a quem acredita».
Logo o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé».
Ao ver que a multidão corria para junto d’Ele, Jesus Cristo falou severamente ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele».
O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido.
Mas Jesus Cristo tomou-o pela mão e levantou-o e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus Cristo entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequeses em Jerusalém, n.º 5, 12-13; PG 33, 520-524 (trad. Breviário, rev.)
A transmissão do Credo: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé.»
Na instrução e profissão da tua fé, abraça e conserva sempre só aquela que a Igreja agora te entrega e que está fundamentada em toda a Escritura. Nem todos podem ler a Escritura, uns porque não sabem e outros porque estão demasiadamente ocupados. Por isso, a fim de que ninguém pereça por causa da ignorância, resumimos todo o dogma da fé nos poucos versículos do Credo. [...]
Conserva em tua memória estas palavras tão simples que ouves agora e a seu tempo buscarás na Escritura o fundamento de cada um dos artigos. Esse símbolo da fé não foi composto segundo o parecer dos homens; as verdades que ele contém foram seleccionadas entre os pontos mais importantes de toda a Escritura e resumem toda a doutrina da fé. E assim como a semente de mostarda, apesar de ser um grão tão pequeno, contém em gérmen muitos ramos (Mt 13,32) também o símbolo da fé condensa em breves palavras o núcleo de toda a Revelação, contida tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Portanto, irmãos, conservai cuidadosamente a tradição que agora recebeis e gravai-a profundamente em vossos corações (2Cor 3,3). [...] Diz o Apóstolo: «Ordeno-vos na presença de Deus que dá a vida a todas as coisas e de Jesus Cristo que deu testemunho diante de Pôncio Pilatos, que guardeis sem mancha até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo» (1Tim 6,13s) a fé que recebestes.

Terça-feira, dia 17 de Maio de 2016

Terça-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das paixões que lutam em vossos membros?
Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes porque nada pedis. (só Deus e o seu universo, do Bem, dão coisas boas. Quem pede o mal para os outros, só é atendido pelos do mal, das trevas,… que depois o vão dominar; e ele(a) passa a receber só mal porque foi isso que pediu e, portanto foi o universo que escolheu e para onde entrou)
Pedis e não recebeis porque pedis mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.
Oh criaturas infiéis! Não sabeis que a amizade pelo mundo é inimizade para com Deus? Quem quer ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.
Ou pensais que é em vão que a Escritura diz: «Deus reclama para Si o Espírito que fez habitar em nós»?
Mas Ele concede uma graça maior e por isso a Escritura diz também: «Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes».
Portanto submetei-vos a Deus; resisti ao diabo e ele fugirá de vós.
Aproximai-vos de Deus e Ele Se aproximará de vós. Lavai as vossas mãos, pecadores; purificai os vossos corações, almas indecisas.
Reconhecei a vossa miséria, cobri-vos de luto e chorai. Converta-se em pranto o vosso riso e em tristeza a vossa alegria.
Humilhai-vos diante do Senhor e Ele vos exaltará.
Livro de Salmos 55(54),7-8.9-10a.10b-11a.23.
Eu exclamo: Tivesse eu asas como a pomba
para voar e encontrar repouso.
Então fugiria para longe,
buscaria refúgio no deserto.

Apressar-me-ia a encontrar abrigo
contra o vendaval e a tempestade.
Confundi-os, Senhor,
dividi as suas línguas.

Porque só vejo na cidade
discórdia e violência;
Dia e noite, rondam à volta das muralhas
e dentro delas reina o crime e a intriga.

Confia ao Senhor os teus cuidados
e Ele te ajudará
porque não permitirá que o justo
vacile para sempre.

Evangelho segundo S. Marcos 9,30-37.
Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus Cristo não queria que ninguém o soubesse
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho (do homem) vai ser entregue às mãos dos homens que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus Cristo perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então Jesus Cristo sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servidor de todos» (a base da democracia. O líder não procura o benefício próprio, mas o daqueles que lidera porque os ama. Os das trevas agem de maneira oposta).
E tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Afraate (?-c. 345), monge e bispo de Nínive, perto de Mossul
As Exposições, n.º 6
Seguir o último de todos e o servo de todos
Meu amigo, tomemos a aparência daquele que nos deu a vida. Ele, que era rico, empobreceu-Se a Si mesmo. Ele, que estava colocado no alto, desceu da sua grandeza. Ele, que habitava nas alturas, não tinha onde reclinar a cabeça. Ele, que há-de vir sobre as nuvens, montou um jumento para entrar em Jerusalém. Ele, que o Filho de Deus, tomou a aparência de servidor.
Ele, que é o repouso para todos os trabalhos, fatigou-Se com os incómodos do caminho. Ele, que é a fonte que estanca a sede, teve sede e pediu água para beber. Ele, que é a saciedade que satisfaz a nossa fome, teve fome quando jejuou no deserto e foi tentado. Ele, que vela e nunca dorme, deitou-Se e adormeceu num barco no meio do mar. Ele, que é servido na tenda de seu Pai, deixou-Se servir pelas mãos dos homens. Ele, que é o médico de todos os doentes, viu as suas mãos perfuradas pelos cravos. A Ele, cuja boca anunciava coisas boas, deram a beber fel. Ele, que não tinha feito mal a ninguém, foi açoitado e suportou ultrajes. Ele que tinha feito viver os mortos, entregou-Se a Si mesmo à morte na cruz.
Sendo nosso vivificador, Ele próprio experimentou todos estes abaixamentos; abaixemo-nos nós também, meus amigos.

Quarta-feira, dia 18 de Maio de 2016

Quarta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Caríssimos: Agora, escutai-me, vós que dizeis: «Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, onde passaremos um ano, fazendo negócio e tirando lucro».
Mas vós não sabeis o que traz o dia de amanhã. Que vem a ser afinal a vossa vida? Sois como a neblina que aparece um momento e se esvai em seguida.
Deveríeis antes dizer: «Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo».
Mas ao contrário, envaideceis-vos com a vossa arrogância. Toda a presunção desse género é má.
Assim quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado (por omissão).
Livro de Salmos 49(48),2-3.6-7.8-10.11.
Povos todos, escutai,
habitantes do mundo inteiro, prestai ouvidos,
humildes e poderosos,
ricos e pobres, todos juntos.

Porque hei-de inquietar-me nos dias maus
quando me cerca a iniquidade dos perseguidores,
dos que confiam na sua opulência
e se vangloriam na sua grande riqueza?

O homem não pode pagar o seu resgate,
não pode pagar a Deus a sua redenção.
É muito caro o resgate da sua vida
e ele nunca pagará o suficiente

para prolongar indefinidamente a sua vida
e não experimentar a corrupção da morte.
Vê que morrem os sábios
como perecem o ignorante e o insensato

e deixam a outros a sua riqueza.
Evangelho segundo S. Marcos 9,38-40.
Naquele tempo, João disse a Jesus Cristo: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho porque ele não anda connosco».
Jesus Cristo respondeu: «Não o proibais porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim.
Quem não é contra nós é por nós».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Venerável Pio XII (1876-1958), papa
Encíclica «Mystici Corporis Christi», n.º 94
«Procurámos impedir-lho porque ele não anda connosco.»
Imitemos a vastidão do amor do próprio Jesus Cristo, modelo supremo de amor pela Igreja. É certo que esposa de Jesus Cristo é só a Igreja; contudo, o amor do divino Esposo é tão vasto que a ninguém exclui e, na sua esposa, abraça todo o género humano; pois o Salvador derramou o seu sangue na cruz para reconciliar com Deus todos os homens de todas as nações e estirpes e para os reunir num só corpo. Por conseguinte, o verdadeiro amor à Igreja exige, não só que sejamos todos o mesmo corpo, membros uns dos outros, cheios de mútua solicitude (cf Rom 12,5; 1Cor 12,25), membros que se alegrem com os que se alegram e sofram com os que sofrem (cf 1Cor 12,26), mas que também nos outros homens, ainda não incorporados connosco na Igreja, reconheçamos irmãos de Jesus Cristo segundo a carne, chamados como nós à mesma salvação eterna.
É verdade que hoje não faltam – e é um grande mal – os que vão exaltando a rivalidade, o ódio e o rancor como coisas que elevam e nobilitam a dignidade e o valor do homem. Nós, porém que magoados vemos os funestos frutos de tal doutrina, sigamos o nosso Rei pacífico que nos ensinou a amar os que não são da mesma nação ou da mesma estirpe que nós (cf Lc 10,33-37) e até os nossos inimigos (cf Lc 6,27-35; Mt 5,44-48). Nós, compenetrados dos suavíssimos sentimentos do Apóstolo das gentes, com ele cantemos o comprimento, a largura, a sublimidade e a profundeza da caridade de Jesus Cristo (cf Ef 3,18) que nem a diversidade de nacionalidades ou de costumes pode quebrar nem a vastidão imensa do oceano diminuir nem as guerras, justas ou injustas, arrefecer.

Quinta-feira, dia 19 de Maio de 2016

Quinta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Agora, vós, ó ricos, chorai e lamentai-vos por causa das desgraças que vão cair sobre vós.
As vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela traça.
O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem vai dar testemunho contra vós e devorar a vossa carne como fogo. Acumulastes tesouros no fim dos tempos.
Privastes do salário os trabalhadores que ceifaram as vossas terras. O seu salário clama e os brados dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do Universo.
Levastes na Terra uma vida regalada e libertina, cevastes os vossos corações para o dia da matança.
Condenastes e matastes o justo e ele não vos resiste.
Livro de Salmos 49(48),14-15ab.15cd-16.17-18.19-20.
Este é o destino dos que em si confiam,
o fim daqueles que se comprazem em suas palavras.
Como rebanho caminham para o abismo
e a morte é o seu pastor.

Descerão directamente ao sepulcro
e a sua imagem em breve se corromperá.
Deus, porém me salvará
porque me livrará das garras do abismo.

Não te irrites se alguém enriquece
e aumenta a riqueza da sua casa.
Quando morrer, nada levará consigo,
a sua fortuna não o acompanhará.

Ainda que em vida se felicitasse:
«Louvar-te-ão porque trataste bem de ti»,
não deixará de ir para a companhia de seus pais
que jamais verão a luz.

Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Jesus Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros». (ninguém tem o direito de se mutilar ou de mutilar alguém porque cada um de nós é templo de Deus; somos vasos onde habita a aura, a alma, a pessoa/ ser celeste,… que precisam de nós completos. Depois nós não temos o direito nem o dever de julgar ninguém excepto os que fazem disso a sua profissão que é muito meritória, porque somos facilmente ludibriados mesmo pelos seres celestes das trevas e levados ao erro para cometermos injustiças e após sermos condenados por elas. Se praticamos o mal é porque escolhemos o mal e nesse universo fomos cair pelas nossas escolhas. Então a solução é inverter a marcha e praticar o Bem)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Sermão sobre o diabo tentador
Caminhos para entrar na vida eterna
Quereis que vos indique os caminhos da conversão? São numerosos, variados e diferentes, mas todos conduzem ao céu. O primeiro caminho da conversão é a condenação das nossas faltas. «Aviva a tua memória, entremos em juízo; fala para te justificares!» (Is 43,26). É por isso que o profeta observava: «Eu disse: "Confessarei os meus erros ao Senhor" e Vós perdoastes a culpa do meu pecado» (Sl 31,5). Condena, pois, tu próprio, as faltas que cometeste e tal será suficiente para que o Senhor te atenda. Com efeito, aquele que condena as suas faltas tem a vantagem de recear tornar a cair nelas. [...] (e foi capaz de reconhecer o que fez de mal)
Há um segundo caminho, não inferior ao referido, que é o de não guardar rancor aos nossos inimigos e dominar a cólera para perdoar as ofensas dos nossos companheiros (da sua parte perdoando e entregando tudo aos decisores de Deus; eles conhecem todas a verdade e agirão em conformidade porque é essa a sua função) porque assim obteremos o perdão das que nós cometemos contra o Mestre; é a segunda maneira de obter a purificação das nossas faltas, «porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós» (Mt 6,14).
Queres conhecer o terceiro caminho da conversão? É a oração fervorosa e perseverante que fizeres do fundo do coração. [...] O quarto caminho é a esmola que tem uma força considerável e indizível. [...] Em seguida, a modéstia e a humildade não são meios inferiores para destruir os pecados pela raiz; temos como prova disso o publicano que não podia proclamar boas acções, mas as substituiu pela oferta da sua humildade, entregando assim o pesado fardo das suas faltas (Lc 18,9s).
Acabamos de indicar cinco caminhos de conversão. [...] Não fiques pois inactivo, mas em cada dia utiliza todos estes caminhos. São caminhos fáceis e não podes apresentar a tua miséria como desculpa para os não percorreres.

Sexta-feira, dia 20 de Maio de 2016

Sexta-feira da 7.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta.
Irmãos, tomai como exemplos de sofrimento e de paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
Nós proclamamos felizes aqueles que foram perseverantes. Ouvistes falar da perseverança de Job e sabeis qual o fim que o Senhor lhe concedeu porque o Senhor é compassivo e misericordioso.
Sobretudo, irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela Terra nem por qualquer outra coisa. Seja «sim» o vosso sim e «não» o vosso não para não vos expordes ao julgamento.
Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8-9.11-12.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
Não está sempre a repreender
nem guarda ressentimento.

Como a distância da Terra aos céus
assim é grande a sua misericórdia para os que O adoram.
Como o Oriente dista do Ocidente
assim Ele afasta de nós os nossos pecados.

Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus Cristo e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus Cristo uns fariseus que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua esposa?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a esposa».
Jesus Cristo disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração (= falta de amor, de afectos) que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa
e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto não separe o homem os que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Quem repudiar a sua esposa e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja no mundo actual «Gaudium et Spes», § 48
«Maridos, amai as vossas esposas como Jesus Cristo amou a Igreja: entregando-Se por ela» (Ef 5,25)
O homem e a mulher, que pela aliança conjugal «já não são dois, mas uma só carne» (Mt. 19, 6), prestam-se recíproca ajuda e serviço com a íntima união das suas pessoas e actividades, tomam consciência da própria unidade e cada vez mais a realizam. Esta união íntima, já que é o dom recíproco de duas pessoas, exige, do mesmo modo que o bem dos filhos, a inteira fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade da sua união (Deus os fez homem e mulher, seres sexuados e os juntou e também lhes deu a capacidade da abstinência).
Jesus Cristo Senhor abençoou copiosamente este amor de múltiplos aspectos, nascido da fonte divina do amor e constituído à imagem da sua própria união com a Igreja (Ef 5,32). E assim como outrora Deus veio ao encontro do seu povo com uma aliança de amor e fidelidade assim agora o Salvador dos homens e Esposo da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimónio. E permanece com eles, para que, assim como Ele amou a Igreja e Se entregou por ela (Ef 5,25), de igual modo os cônjuges, dando-se um ao outro, se amem com perpétua fidelidade.
O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino e dirigido e enriquecido pela força redentora de Jesus Cristo e pela acção salvadora da Igreja, para que, desse modo, os esposos caminhem eficazmente para Deus e sejam ajudados e fortalecidos na sua missão sublime de pai e mãe. Por este motivo, os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados em ordem aos deveres do seu estado por meio de um sacramento especial; cumprindo, graças à força deste, a própria missão conjugal e familiar, penetrados do espírito de Jesus Cristo que impregna toda a sua vida de fé, esperança e caridade, avançam sempre mais na própria perfeição e mútua santificação e assim cooperam juntos para a glorificação de Deus.

Sábado, dia 21 de Maio de 2016

Sábado da 7.ª semana do Tempo Comum

Caríssimos: Sofre alguém no meio de vós? Reze. Sente-se alguém alegre? Cante.
Está doente alguém entre vós? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem por ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor.
A oração feita com fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá e se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai uns aos outros os vossos pecados e orai uns pelos outros para que sejais curados. A oração persistente do justo tem muito poder.
Elias era um homem semelhante a nós: orou com insistência para que não chovesse e não choveu sobre a Terra durante três anos e três meses.
Depois voltou a rezar e o céu deu chuva e a terra produziu o seu fruto.
Meus irmãos, se algum de vós se afastar da verdade e outro o converter,
sabei que aquele que reconduz um pecador do erro à verdade salvará a sua alma da morte e obterá o perdão de muitos pecados.
Livro de Salmos 141(140),1-2.3.8.
Senhor, a Vós clamo, socorrei-me sem demora,
escutai a minha voz quando Vos invoco.
Suba até Vós a minha oração como incenso,
elevem-se as minhas mãos como oblação da tarde.

Guardai, Senhor, a minha boca,
defendei a porta dos meus lábios.
Para Vós, Senhor, se voltam os meus olhos:
em Vós me refugio, não me desampareis.

Evangelho segundo S. Marcos 10,13-16.
Naquele tempo, apresentaram a Jesus Cristo umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus Cristo, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». (porque para entrar no universo de Deus, do Bem é preciso confiar em Deus e nos Seus colaboradores; é preciso amar; é preciso aceitá-los como guias e protectores)
E abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos, 1.ª série, § 19
«Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele.»
Tu, que és o mais pequeno dos homens, queres encontrar a vida? Preserva em ti a fé e a humildade e encontrarás nelas a compaixão, a ajuda, as palavras que Deus te dirá no coração, mas também Aquele que te guarda e que permanece secreta e visivelmente junto de ti. Queres descobrir aquilo que te dará a vida? Percorre a via da simplicidade. Não pretendas conhecer coisa alguma diante de Deus. A fé é uma consequência da simplicidade; mas a presunção, que afasta a alma de Deus, é uma consequência da subtileza do conhecimento e dos meandros do pensamento.
Quando te apresentares diante de Deus pela oração, sê pequenino na tua mente, como uma formiga, [...] como uma criança que balbucia. [...] Aproxima-te de Deus com um coração de criança. Apresenta-te diante dele para receberes aquela solicitude com que os pais velam sobre os filhos pequenos, pois «o Senhor guarda os pequeninos». Quem se faz como uma criança pequena pode aproximar-se de uma serpente que esta não lhe fará mal. [...] Na sua inocência, o corpo daquele que é como uma criança foi coberto por uma veste invisível pela Providência oculta que guarda os seus membros frágeis para que nada possa atingi-lo.
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