sábado, 14 de maio de 2016

Cristianismo 156 até 14-05-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 08 de Maio de 2016

ASCENSÃO DO SENHOR - Solenidade - Ano C

No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus Cristo começou a fazer e a ensinar, desde o princípio
até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera.
Foi também a eles que, depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus.
Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual __ disse Ele __ Me ouvistes falar.
Na verdade, João baptizou com água; vós, porém sereis baptizados no Espírito Santo dentro de poucos dias».
Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?»
Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade;
mas recebereis a força do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra».
Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos.
E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Cristo Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco
que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».
Livro de Salmos 47(46),2-3.6-9.
Povos todos, batei palmas,
aclamai a Deus com brados de alegria
porque o Senhor, o Altíssimo,
é o rei soberano de toda a Terra.

O Filho subiu entre aclamações,
o Senhor subiu ao som da trombeta.
Cantai hinos a Deus, cantai,
cantai hinos ao nosso rei, cantai.

Deus é rei do universo:
cantai os hinos mais belos.
Deus reina sobre os povos,
Deus está sentado no seu trono sagrado.

Carta aos Efésios 1,17-23.
Irmãos: O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente
e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos
e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes.
Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Jesus Cristo que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus,
acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há-de vir.
Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja,
que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.
Evangelho segundo S. Lucas 24,46-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia
e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois testemunhas disso.
Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos com a força do alto».
Depois Jesus Cristo levou os discípulos até junto de Betânia e, erguendo as mãos, abençoou-os.
Enquanto os abençoava, afastou-Se deles e foi elevado ao Céu.
Eles prostraram-se diante de Jesus Cristo e depois voltaram para Jerusalém com grande alegria.
E estavam continuamente no templo, bendizendo a Deus.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Comentário ao Evangelho de São João
Jesus Cristo abre-nos o caminho


«Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria Eu dito que vos vou preparar um lugar?» (Jo 14,2) [...] O Senhor sabia que muitas dessas moradas já estavam preparadas e esperavam a chegada dos amigos do Filho. Atribui, portanto outro motivo à sua partida: preparar o caminho para a nossa ascensão a esses lugares no Céu, abrindo uma passagem, visto que, até então, ele nos era inacessível. Porque o Céu estava completamente fechado aos homens e nunca um ser de carne tinha penetrado nesse santíssimo e puríssimo domínio dos anjos.
É Jesus Cristo quem nos inaugura esse caminho rumo às alturas. Ao oferecer-Se a si mesmo ao Pai como primícias dos que dormem nos túmulos da terra, permite à carne subir ao Céu e Ele próprio é o primeiro homem a aparecer aos seus habitantes. Os anjos, que não conheciam o mistério grandioso de uma entronização celeste da carne, contemplaram com assombro e admiração essa ascensão de Jesus Cristo. Quase perturbados perante esse espectáculo inaudito, exclamaram: «Quem é Este que vem de Edom?» (Is 63,1), isto é, da terra. Mas o Espírito não lhes permite que permaneçam na ignorância e [...] ordena que se abram as portas diante do Rei e Senhor do universo: «Levantai, ó portas, os vossos umbrais, alteai-vos, pórticos antigos, e entrará o Rei da glória» (Sl 23,7).
Portanto nosso Senhor Jesus Cristo inaugurou para nós «um caminho novo e vivo»; como diz São Paulo, «Ele não entrou num santuário feito por mão humana [...], mas entrou no próprio Céu, para Se apresentar agora diante de Deus em nosso favor» (Heb 10,20; 9,24).

Segunda-feira, dia 09 de Maio de 2016

Segunda-feira da 7.ª semana da Páscoa

Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou a região alta e chegou a Éfeso. Encontrou lá alguns discípulos e perguntou-lhes:
«Recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé?». Eles responderam-lhe: «Nem sequer ouvimos falar do Espírito Santo».
Paulo perguntou: «Então que baptismo recebestes?». Eles responderam: «O baptismo de João».
Disse-lhes Paulo: «João administrou um baptismo de penitência, dizendo ao povo que acreditasse n’Aquele que ia chegar depois dele, isto é, em Jesus».
Depois de ouvirem estas palavras, receberam o Baptismo em nome do Senhor Jesus Cristo.
Quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e começaram a falar línguas e a profetizar.
Eram ao todo uns doze homens.
Paulo foi em seguida à sinagoga, onde falou com firmeza durante três meses, argumentando de modo convincente sobre o reino de Deus.
Livro de Salmos 68(67),2-3.4-5ac.6-7ab.
Levanta-Se Deus, dispersam-se os inimigos
e fogem diante d’Ele os que O odeiam.
Como se desfaz o fumo, assim eles se dissipam
assim perecem os ímpios à vista de Deus.

Os justos, porém alegram-se
e exultam na presença de Deus
e transbordam de alegria.
Cantai a Deus, entoai um cântico ao seu nome;

o seu nome é Senhor: exultai na sua presença.
Pai dos órfãos e defensor das viúvas,
é Deus na sua morada santa.
Aos abandonados Deus prepara uma casa,

conduz os cativos à liberdade.
Evangelho segundo S. João 16,29-33.
Naquele tempo, disseram os discípulos a Jesus Cristo: «De facto agora falas abertamente, sem enigmas.
Agora vemos que sabes tudo e não precisas que ninguém Te faça perguntas. Por isso acreditamos que saíste de Deus».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Agora acreditais?
Vai chegar a hora — e já chegou— em que sereis dispersos, cada um para seu lado e Me deixareis só; mas Eu não estou só porque o Pai está comigo.
Digo-vos isto para que em Mim tenhais a paz. No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Henrique Suso (c. 1295-1366), dominicano
O livro da Sabedoria eterna
«Para que em Mim tenhais a paz»

«Senhor, desde os dias da minha juventude que o meu espírito busca um não sei quê, com uma sede impaciente. O que é então, Senhor? Ainda não consegui apreendê-lo perfeitamente. Há tantos anos que o desejo ardentemente e ainda não consegui apreendê-lo. [...] E, contudo é mesmo o que atrai o meu coração e a minha alma e sem o qual não posso ter verdadeira paz.
Senhor, eu queria procurar a minha felicidade nas criaturas deste mundo como via tanta gente fazer à minha volta. Mas quanto mais buscava, menos encontrava; quanto mais me aproximava, mais me afastava. Com efeito, todas as coisas me diziam: «Eu não sou aquilo que procuras.» És então Tu, Senhor, aquilo que procurei durante tanto tempo? Era então para Ti que o enlevo do meu coração sempre e sem cessar puxava? Porque foi então que não Te mostraste? Como pudeste adiar este encontro durante tanto tempo? Por quantos caminhos extenuantes não me atolei? De facto, é verdadeiramente feliz o homem de quem cuidas com tanto amor; Tu não o deixas em repouso até que ele busque o repouso só em Ti.»

Terça-feira, dia 10 de Maio de 2016

Terça-feira da 7ª semana da Páscoa

Naqueles dias, estando Paulo em Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da Igreja.
Quando chegaram junto dele, disse-lhes: «Sabeis como me comportei sempre convosco, desde o primeiro dia em que pus os pés na Ásia.
Servi o Senhor com toda a humildade, com lágrimas e no meio de provações que me vieram das ciladas dos judeus.
Em nada que vos pudesse ser útil me furtei a pregar-vos e a instruir-vos, publicamente e de casa em casa.
Exortei judeus e gregos a converterem-se a Deus e a acreditarem em Jesus, nosso Senhor.
Agora vou para Jerusalém, prisioneiro do Espírito, sem saber o que lá me espera.
Só sei que o Espírito Santo me avisa, de cidade em cidade, que me aguardam cadeias e tribulações.
Mas por título nenhum eu dou valor à vida, contanto que leve a bom termo a minha carreira e a missão que recebi do Senhor Jesus: dar testemunho do Evangelho da graça de Deus.
Agora eu sei que não tornareis a ver o meu rosto, vós todos entre os quais passei anunciando o Reino.
Por isso posso garantir-vos hoje que não me sinto responsável pela perda de nenhum de vós,
pois não me furtei a anunciar-vos todo o desígnio de Deus a vosso respeito».
Livro de Salmos 68(67),10-11.20-21.
Derramastes, ó Deus, uma chuva de bênçãos,
restaurastes a vossa herança enfraquecida.
A vossa grei estabeleceu-se numa terra
que a vossa bondade, ó Deus, preparara ao oprimido.

Bendito seja o Senhor, dia após dia:
preocupa-Se connosco o Deus, nosso Salvador.
O nosso Deus é um Deus que salva
da morte nos livra o Senhor.

Evangelho segundo S. João 17,1-11a.
Naquele tempo, Jesus Cristo ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho para que o teu Filho Te glorifique
e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste.
É esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo.
Eu glorifiquei-Te sobre a terra, consumando a obra que Me encarregaste de realizar.
E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo com aquela glória que tinha em Ti, antes que houvesse mundo.
Manifestei o teu nome aos homens que do mundo Me deste. Eram teus e Tu mos deste e eles guardam a tua palavra.
Agora sabem que tudo quanto Me deste, vem de Ti
porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste e eles receberam-nas: reconheceram verdadeiramente que saí de Ti e acreditaram que Me enviaste.
É por eles que Eu rogo; não pelo mundo, mas por aqueles que Me deste porque são teus.
Tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu e neles sou glorificado.
Eu já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, enquanto Eu vou para Ti».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão para a Ascensão, 1-2: PL 185, 153-155
Chegada a hora de passar deste mundo para o Pai, Jesus rezou deste modo.

O Senhor proferiu esta oração na véspera da sua Paixão. Mas não é despropositado aplicá-la ao dia, Quinta-Feira da Ascensão, ao momento em que Ele Se preparava para deixar para sempre os seus «filhinhos» (Jo 13,33) que confiou ao Pai. Ele, que no Céu dirige a multidão dos anjos que criou, ligou-Se na Terra a um «pequeno rebanho» (Lc 12,32) de discípulos, a fim de os instruir enquanto estava presente na carne, até ao momento em que, tendo-se-lhes alargado o coração, eles pudessem ser conduzidos pelo Espírito. Ele amava estes pequeninos com um amor digno da sua grandeza. Depois de os ter levado a distanciar-se dos amores deste mundo, viu-os renunciar a qualquer esperança humana e depender apenas dele. Mas, enquanto vivia com eles no seu corpo, não lhes prodigou demasiadas provas do seu afecto, mostrando-Se mais firme do que terno, como convém a um mestre e pai.
Quando, porém chegou o momento de os abandonar, pareceu ser vencido pela terna afeição que lhes tinha e deixou de conseguir simular a imensidão da sua bondade. [...] Donde as palavras: «Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim» (Jo 13,1). Pois nessa altura deixou que toda a força do seu amor se derramasse sobre os seus amigos, antes de Ele próprio Se derramar como água sobre os seus inimigos (Sl 21,15). Assim entregou-lhes o sacramento do seu corpo e do seu sangue, ordenando-lhes que o celebrassem. Não sei o que é mais admirável: se o seu poder ou a sua caridade, ao inventar esta nova maneira de permanecer com eles, a fim de os consolar pela sua partida.

Quarta-feira, dia 11 de Maio de 2016

Quarta-feira da 7.ª semana da Páscoa

Naqueles dias, disse Paulo aos anciãos da Igreja de Éfeso: «Tende cuidado convosco e com todo o rebanho, do qual o Espírito Santo vos constituiu vigilantes para apascentardes a Igreja de Deus que Ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho.
Eu sei que, depois da minha partida, se hão-de introduzir entre vós lobos devoradores que não pouparão o rebanho.
De entre vós mesmos se hão-de erguer homens com palavras perversas para arrastarem os discípulos atrás de si.
Por isso, sede vigilantes e lembrai-vos que, durante três anos, noite e dia, não cessei de exortar com lágrimas cada um de vós.
Agora entrego-vos a Deus e à palavra da sua graça que tem o poder de construir o edifício e conceder a herança a todos os santificados.
Não desejei prata, ouro ou vestuário de ninguém.
Vós próprios sabeis que estas mãos proveram às minhas necessidades e às dos meus companheiros.
Em tudo vos mostrei que é trabalhando assim que devemos acudir aos mais fracos e recordo-vos as palavras do Senhor Jesus: ‘Há mais felicidade em dar do que em receber’».
Dito isto, Paulo pôs-se de joelhos e orou com eles.
Todos romperam em pranto e, lançando-se ao pescoço de Paulo, começaram a abraçá-lo,
consternados sobretudo por ele lhes ter dito que não mais tornariam a ver o seu rosto. Em seguida, acompanharam-no até ao barco.
Livro de Salmos 68(67),29-30.33-35a.35b-36c.
Mostrai, Senhor, o vosso poder,
confirmai o que por nós fizestes.
No vosso templo, em Jerusalém,
os reis vos oferecem prendas.

Reinos da Terra, cantai a Deus,
entoai hinos ao Senhor,
a Ele que avança pelos céus altíssimos
e faz ouvir a sua voz poderosa.

Sobre Israel resplandece a sua majestade
e nas nuvens está o seu poder.
O Deus de Israel dá força e poder ao seu povo.
Bendito seja Deus.

Evangelho segundo S. João 17,11b-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo ergueu os olhos ao Céu e orou deste modo: «Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que Me deste, para que sejam um, como Nós.
Quando Eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que Me deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição e assim se cumpriu a Escritura.
Mas agora vou para Ti e digo isto no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria.
Dei-lhes a tua palavra e o mundo odiou-os, por não serem do mundo, como Eu não sou do mundo.
Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Eles não são do mundo, como Eu não sou do mundo.
Consagra-os na verdade. A tua palavra é a verdade.
Assim como Tu Me enviaste ao mundo também Eu os enviei ao mundo.
Eu consagro-Me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre S. João, n.º 107
«E digo isto no mundo, para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria.»
Tendo dito a seu Pai: «Doravante, já não estou neste mundo [...]; vou para Ti» (Jo 17,11), Nosso Senhor recomenda a seu Pai aqueles que iam ficar privados da sua presença física: «Pai santo, Tu que a Mim Te deste, guarda-os em Ti.» Enquanto homem, Jesus Cristo pede a Deus pelos discípulos que recebeu de Deus. Mas prestemos atenção às palavras que diz a seguir: «Para serem um, como Nós somos um.» Reparemos que Ele não diz: «Para que, connosco, sejam um»; nem: «Para que sejamos, Nós e eles, uma só coisa, como Nós somos um»; mas diz: «Para serem um como Nós somos um»: que eles sejam um na sua natureza como Nós somos um na nossa. Estas palavras, para serem verdadeiras, exigem que Jesus Cristo tenha a mesma natureza divina de seu Pai, como diz noutro passo: «Eu e o Pai somos um» (Jo 10,30). Na sua natureza humana, Ele tinha dito: «O Pai é mais do que Eu». (Jo 14,28); mas, como nele Deus e o homem são apenas uma e a mesma pessoa, compreendemos que Ele é homem porque reza e compreendemos que é Deus porque é um com Aquele a quem reza [...].
«Mas agora vou para Ti e digo isto no mundo para que eles tenham em si mesmos a plenitude da minha alegria.» Ele ainda não tinha deixado o mundo, ainda cá estava; mas, como ia deixá-lo em breve, era como se já cá não estivesse. Mas que alegria era essa, cuja plenitude Ele queria que os discípulos tivessem? Já antes o explicou quando disse: «Para serem um, como Nós somos um.» Esta alegria, que é a sua e que Ele lhes deu, havia de se cumprir integralmente; é por isso que Ele fala dela «no mundo». Essa alegria é a paz e a bondade do mundo que há-de vir; para a obtermos, temos de viver neste mundo com moderação, justiça e piedade.

Quinta-feira, dia 12 de Maio de 2016

Quinta-feira da 7.ª semana da Páscoa

Naqueles dias, querendo o tribuno obter informações seguras sobre as acusações dos judeus contra Paulo, mandou que lhe tirassem as algemas e reunissem os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio. Fez então descer Paulo para comparecer diante deles.
Paulo, sabendo que o Conselho era constituído pelo partido dos saduceus e pelo partido dos fariseus, exclamou no meio do Sinédrio: «Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus e é pela nossa esperança na ressurreição dos mortos que estou a ser julgado».
Estas palavras desencadearam um conflito entre fariseus e saduceus e a assembleia dividiu-se.
De facto, os saduceus dizem que não há ressurreição nem Anjos nem espíritos, ao passo que os fariseus afirmam uma e outra coisa.
Levantou-se enorme gritaria e alguns escribas do partido dos fariseus ergueram-se e começaram a protestar com energia, dizendo: «Não encontramos nenhum mal neste homem. E se foi um espírito ou um Anjo que lhe falou?».
A discussão redobrou de violência, a tal ponto que o tribuno, receando que eles despedaçassem Paulo, ordenou que os soldados descessem para o tirarem do meio deles e o reconduzissem à fortaleza.
Na noite seguinte, o Senhor apareceu a Paulo e disse-lhe: «Coragem! Assim como deste testemunho de Mim em Jerusalém, deverás dar testemunho também em Roma».
Livro de Salmos 16(15),1-2a.5.7-8.9-10.11.
Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: «Vós sois Deus».
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos

nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.

Evangelho segundo S. João 17,20-26.
Naquele tempo, Jesus Cristo ergueu os olhos ao Céu e disse: «Pai santo, não peço somente por eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra,
para que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti, para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste.
Eu dei-lhes a glória que Tu Me deste, para que sejam um, como Nós somos um:
Eu neles e Tu em Mim, para que sejam consumados na unidade e o mundo reconheça que Tu Me enviaste e que os amaste como a Mim.
Pai, quero que onde Eu estou, também estejam comigo os que Me deste, para que vejam a minha glória, a glória que Me deste, por Me teres amado antes da criação do mundo.
Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu conheci-Te e estes reconheceram que Tu Me enviaste.
Dei-lhes a conhecer o teu nome e dá-lo-ei a conhecer, para que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu esteja neles».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Sermão 42, da Ascensão
«Para que o amor com que Me amaste esteja neles e Eu esteja neles»
Da mesma maneira que a cabeça e o corpo de um homem constituem um só e mesmo homem, assim também o Filho (da Virgem) e os seus membros, os eleitos, constituem um só e mesmo homem e um só Filho (do homem), Jesus Cristo total e completo, Cabeça e corpo, de que fala a Escritura. Sim, em conjunto, todos os membros formam um só corpo que constitui, com a Cabeça, o Filho único (do homem) que, com o Filho (de Deus), constitui o Filho único (de Deus). Assim o corpo inteiro é, em união com a Cabeça, Filho do homem e Filho de Deus. Donde a palavra: «Pai, quero que, assim como Tu e Eu somos um só, também eles sejam um connosco.» É por isso que, em conformidade com a afirmação frequente da Escritura, o corpo não é sem a Cabeça, nem a Cabeça sem o corpo, da mesma maneira que a Cabeça e o corpo não são sem Deus. Tal é Jesus Cristo total. [...]
Assim todos os crentes – membros espirituais de Jesus Cristo – podem dizer com verdade que são o que Ele próprio é, a saber, Filho de Deus. Mas aquilo que Ele é por natureza, são-no eles como membros a Ele associados; aquilo que Ele é em plenitude, são-no eles por participação. Em suma, se Ele é Filho (de Deus) pela sua origem, os seus membros são-no [...] por adopção, de acordo com esta palavra do Apóstolo Paulo: «Recebestes um espírito de adopção, pelo qual chamamos: "Abba, Pai”» (Rom 8,15). Com este Espírito, «deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12), a fim de que, seguindo o ensinamento do «Primogénito de muitos irmãos» (Rom 8,29), aprendessem a dizer: «Pai Nosso, que estais nos céus» (Mt 6, 9).

Sexta-feira, dia 13 de Maio de 2016

Nossa Senhora de Fátima - Festa

Festa da Igreja : Nossa Senhora de Fátima
Santo do dia : S. Pedro Regalado, religioso, +1456

Livro do Apocalipse 21,1-5a.
Eu, João, vi um novo céu e uma nova Terra porque o primeiro céu e a primeira Terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo.
Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus.
Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor porque o mundo antigo desapareceu».
Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».
Livro de Judite 13,18bcde.19-20.
«Bendita sejas tu, filha, pelo Deus altíssimo,
mais do que todas as mulheres sobre a Terra,
e bendito seja o Senhor Deus,
que criou os céus e a Terra,
Nunca mais deixarão os homens de celebrar os teus louvores e recordarão eternamente o poder de Deus.
Deus exalte para sempre o teu nome e te recompense com os seus bens porque não hesitaste em expor a tua vida, por causa da humilhação do nosso povo, mas vieste afastar a nossa ruína, procedendo com rectidão na presença do nosso Deus». E todo o povo respondeu: «Ámen! Ámen!».

Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Naquele tempo, enquanto Jesus Cristo estava a falar à multidão, chegaram sua Mãe e seus irmãos. Ficaram do lado de fora e queriam falar-Lhe.
Alguém Lhe disse: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo».
Mas Jesus Cristo respondeu a quem O avisou: «Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?».
E apontando para os discípulos, disse: «Estes são a minha mãe e os meus irmãos:
todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homília 88 sobre o Evangelho de João; PG 59, 477 (trad. Orval)
«O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas» (Jo 10,11)
Aquilo que principalmente atrai a benevolência do alto é a solicitude para com o próximo. É por isto que Jesus Cristo exige esta disposição a Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo». Jesus Cristo disse-lhe: «Apascenta os Meus cordeiros». Por que foi que, afastando-Se dos outros apóstolos, Jesus Cristo Se dirigiu a Pedro falando-lhe sobre eles? É que Pedro era o primeiro entre os apóstolos, o seu porta-voz, o chefe do seu colégio, de tal maneira que foi a ele e não aos outros, que Paulo veio um dia consultar (Gal 1,18). Para mostrar bem a Pedro que devia confiar e que a sua negação estava esquecida, Jesus Cristo dá-lhe agora a primazia entre os seus irmãos. Não menciona a sua negação e não lhe faz sentir vergonha do passado. «Se Me amas», diz-lhe, «permanece à cabeça dos teus irmãos e o amor fervoroso que sempre Me manifestaste com tanta alegria, prova-o agora. A vida que dizias ser capaz de dar por Mim, dá-a pelas Minhas ovelhas». [...]
Mas Pedro perturba-se, pensando que poderia dar a entender que amava muito, não amando verdadeiramente e diz: «Tanto como estava certo de mim no passado assim estou agora confundido». Mas Jesus Cristo interroga-o três vezes e três vezes lhe dá a mesma ordem, mostrando-lhe assim o apreço que dá ao cuidado das suas ovelhas e dando-lhe, com efeito, a maior prova de amor para com ele.

Sábado, dia 14 de Maio de 2016

S. Matias, apóstolo - Festa

Santo do dia : S. Matias, apóstolo, S. Miguel Garicoits, presbítero, +1863

Livro dos Actos dos Apóstolos 1,15-17.20-26.
Naqueles dias, estavam reunidas cerca de cento e vinte pessoas. Pedro levantou-se no meio dos irmãos e disse:
«Irmãos, era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na Escritura, pela boca de David, a respeito de Judas, que foi o guia dos que prenderam Jesus.
Na verdade, era um dos nossos e foi-lhe atribuída uma parte neste ministério.
Está escrito no Livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua morada e não haja quem nela habite’. E ainda: ‘Receba outro o seu cargo’.
É necessário, portanto que de entre os homens que estiveram connosco durante todo o tempo que o Senhor Jesus viveu no meio de nós,
desde o baptismo de João até ao dia em que do meio de nós foi elevado ao Céu, um deles se torne connosco testemunha da sua ressurreição».
Apresentaram dois: José, chamado Barsabás, de sobrenome Justo, e Matias.
E oraram, dizendo: «Senhor, que conheceis o coração de todos os homens, indicai-nos qual destes dois escolhestes
para ocupar, no ministério apostólico, o lugar que Judas abandonou, a fim de ir para o seu lugar».
Deitaram sortes sobre eles e a sorte caiu em Matias que foi agregado aos onze Apóstolos.
Livro de Salmos 113(112),1-2.3-4.5-6.7-8.
Louvai, servos do Senhor,
louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor,
agora e para sempre.

Desde o nascer ao pôr do sol,
seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor domina sobre todos os povos,
a sua glória está acima dos céus.

Quem se compara ao Senhor Deus,
que tem o seu trono nas alturas
que Se inclina lá do alto a olhar o céu e a Terra?
Levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria,

para o fazer sentar com os grandes,
com os grandes do seu povo.
Evangelho segundo S. João 15,9-17.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou,  também Eu vos amei. Permanecei no meu amor.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.
O que vos peço é que vos ameis uns aos outros». (é o universo do Amor, da Amizade, da colaboração entre todos, do respeito mútuo onde não existe lugar para relações de domínio/submissão)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Lourenço Justiniano (1381-1455), cónego regular, bispo de Veneza
Sermão para a festa de São Matias
Deus escolheu o apóstolo Matias
Escreve o apóstolo Paulo: «Oh abismo da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Que insondáveis são os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!» (Rom 11,33). [...] E diz o Salmo: «Todas as vossas obras são fruto da vossa sabedoria» (Sl 103,24), isto é, feitas no teu Verbo, na tua Palavra eterna. Se foi no Verbo e pelo Verbo que todas as coisas foram feitas (Jo 1,3), quem poderá duvidar de que foi com sabedoria e perfeição e sem parcialidades que Ele escolheu os seus discípulos? «Ele nos escolheu antes da constituição do mundo», diz o apóstolo Paulo (Ef 1,4). [...]
Consideremos a escolha de Matias. Os apóstolos tinham escolhido José Barsabas e Matias [...]; em seguida, apresentaram essa escolha Àquele que julga segundo o coração e que «conhecia o coração» de ambos, a fim de que Ele desse a conhecer qual dos dois tinha escolhido. E Ele tinha certamente escolhido Matias para essa honra antes de as sortes serem lançadas, antes mesmo da criação do mundo. [...]
«Tudo quanto pedirdes, orando, crede que o recebereis e o obtereis» (Mc 11,24), diz o Senhor. É por isso que a Igreja tem o costume de rezar de comum acordo sempre que considera dever pedir alguma coisa ao Senhor; meio algum tem tanta influência na vontade de Deus como a oração, se for feita com fé, com serenidade, com humildade e perseverança. Assim, pois a sorte não teve qualquer influência na escolha deste glorioso apóstolo porque, como testemunha a Escritura, os apóstolos começaram por rezar e foi em resposta a essa oração que Deus lhes inspirou que fizessem a eleição tirando à sorte. Por outro lado, Matias não obteve uma graça menor do que a de Pedro ou dos outros apóstolos, ainda que tenha sido chamado em último lugar. Ele recebeu o Espírito com a mesma plenitude que os outros e recebeu os mesmos dons espirituais que eles. Ao poisar sobre ele, o Espírito Santo encheu-o de caridade, concedendo-lhe que se exprimisse em todas as línguas, que fizesse milagres, que convertesse as nações, que pregasse a Jesus Cristo e que recebesse o triunfo do martírio.
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