"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 24 de Janeiro de 2016
Naqueles dias, o sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei perante a assembleia de homens e mulheres e todos os
que eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês.
Desde a aurora até ao meio dia, fez a leitura do Livro, no largo situado
diante da Porta das Águas, diante dos homens e mulheres e todos os que eram
capazes de compreender. Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da
Lei.
O escriba Esdras estava de pé num estrado de madeira feito de propósito.
Estando assim em plano superior a todo o povo, Esdras abriu o Livro à vista
de todos e quando o abriu, todos se levantaram.
Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu,
erguendo as mãos: «Ámen! Ámen!». E prostrando-se de rosto por terra, adoraram
o Senhor.
Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus e explicavam o
seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura.
Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras bem como os levitas
que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao
Senhor, vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». __ porque todo o povo
chorava ao escutar as palavras da Lei __
depois Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição,
tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é
um dia consagrado a nosso Senhor; portanto não vos entristeçais porque a
alegria do Senhor é a vossa fortaleza».
Livro de Salmos 19(18),8.9.10.15.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O Amor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.
Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.
1ª Carta aos Coríntios 12,12-30.
Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos
os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo assim sucede
também em Jesus Cristo.
Na verdade, todos nós __ judeus e gregos, escravos e homens livres __ fomos baptizados
num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber
um só Espírito.
De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos.
Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo» nem por
isso deixaria de fazer parte do corpo.
E se a orelha dissesse: «Uma vez que não sou olho, não pertenço ao corpo» nem
por isso deixaria de fazer parte do corpo.
Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse
ouvido, onde estaria o olfacto?
Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros, segundo a sua vontade.
Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo?
Há, portanto muitos membros, mas um só corpo.
O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti» nem a cabeça dizer aos pés:
«Não preciso de vós».
Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais
necessários;
os que nos parecem menos honrosos, cuidamo-los com maior consideração e os
nossos membros menos decorosos são tratados com maior decência:
os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados. Deus organizou o
corpo, dispensando maior consideração ao que dela precisa
para que não haja divisão no corpo e os membros tenham a mesma solicitude uns
com os outros.
Deste modo, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro
é honrado, todos os membros se alegram com ele.
Vós sois corpo de Jesus Cristo e seus membros, cada um por sua parte.
Assim Deus estabeleceu na Igreja, em primeiro lugar, apóstolos, em segundo,
profetas, em terceiro, doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das
curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas.
Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres?
Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as
interpretar?
Evangelho segundo S.
Lucas 1,1-4.4,14-21.
Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram
entre nós
como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e
ministros da palavra;
também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as
origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo,
para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado.
Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia com a força do Espírito e a sua fama
propagou-se por toda a região.
Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na
sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a
passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim porque Ele me ungiu para anunciar a boa
nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista
aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos
e a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em
Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura
que acabais de ouvir».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero,
teólogo
Homilia 32 sobre S. Lucas 4
«Cumpriu-se hoje mesmo
esta passagem da Escritura»
Quando lerdes:
«Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam», tende cuidado de não considerar
felizes unicamente os ouvintes de Jesus Cristo e de não vos julgardes
privados dos seus ensinamentos. Se a Escritura é a verdade, Deus não falou só
outrora nas assembleias judaicas, mas fala ainda hoje na nossa assembleia. E
não só aqui, na nossa, mas em todas as outras e em todo o mundo Jesus Cristo ensina
e procura instrumentos que transmitam os seus ensinamentos. Orai para que eu
esteja igualmente disposto e apto para O cantar.
Assim como Deus Todo-Poderoso, ao procurar os profetas no tempo em que a
profecia era necessária aos homens, encontrou, por exemplo, Isaías, Ezequiel
e Daniel, do mesmo modo Jesus Cristo procura instrumentos que transmitam a
sua Palavra, que ensinem nas sinagogas e sejam elogiados por todos. Hoje,
Jesus Cristo é muito mais elogiado por todos do que no tempo em que era
conhecido numa única província.
Segunda-feira,
dia 25 de Janeiro de 2016
Conversão de São
Paulo, apóstolo, festa
Calendário da Igreja
disponível este dia
Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.
Naqueles dias, Paulo
disse ao povo: «Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia. Fui, porém
educado nesta cidade de Jerusalém e recebi na escola de Gamaliel uma
formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais. Era tão zeloso no serviço
de Deus como vós todos sois hoje.
Persegui até à morte esta nova religião, algemando e metendo na prisão
homens e mulheres
como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado. Recebi até, da
parte deles, cartas para os irmãos de Damasco e para lá me dirigi com a
missão de trazer algemados os que lá estivessem a fim de serem castigados
em Jerusalém.
Sucedeu, porém que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta do
meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’.
Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’. E Ele respondeu-me: ‘Eu sou Jesus de
Nazaré, a quem tu persegues’.
Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava.
Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. E o Senhor disse-me:
‘Levanta-te e vai a Damasco; lá te dirão tudo o que deves fazer’.
Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz, cheguei a
Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Entretanto veio procurar-me um certo Ananias, homem piedoso segundo a Lei e
de boa fama entre todos os judeus que ali viviam.
Ele veio ao meu encontro e, ao chegar junto de mim, disse-me: ‘Saulo, meu
irmão, recupera a vista’. E no mesmo instante, pude vê-lo.
Ele acrescentou: ‘O Deus dos nossos pais destinou-te para conheceres a sua
vontade, para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.
Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e
ouviste.
Agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus
pecados, invocando o seu nome’».
Livro de Salmos 117(116),1.2.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.
Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu aos Onze e disse-lhes:
«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado, será salvo; mas quem não acreditar, será
condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios
em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal e quando
impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c.
345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da
Igreja
7ª Homilia sobre a conversão
«A mim, que fui
blasfemador e perseguidor […], foi-me dada misericórdia» (1Tim 1,13): a
conversão de S. Paulo
É preciso
que tenhamos sempre presente no nosso espírito que todos os homens são
rodeados por imensas manifestações do amor de Deus. Se a justiça tivesse
precedido a penitência, o universo teria sido aniquilado. Se Deus
estivesse pronto para o castigo, a Igreja não teria conhecido o apóstolo
Paulo, não teria recebido um homem assim no seu seio. É a misericórdia de
Deus que transforma o perseguidor em apóstolo; é ela que muda o lobo em
cordeiro; foi ela que fez de um publicano um evangelista (Mt 9,9). É a misericórdia de Deus que,
comovida com o nosso destino, nos transforma a todos; é ela que nos converte.
Ao ver o glutão de ontem pôr-se hoje a jejuar, o blasfemador de outrora
falar de Deus com respeito, o infame de antigamente não abrir a boca a
não ser para louvar a Deus, podemos admirar esta misericórdia do Senhor.
Sim, irmãos, se Deus é bom para com todos os homens, é-o particularmente
para com os pecadores.
Quereis mesmo ouvir uma coisa estranha do ponto de vista dos nossos
hábitos, mas verdadeira do ponto de vista da piedade? Escutai: ao passo
que Deus Se mostra exigente para com os justos, para com os pecadores não
tem senão clemência e doçura. Que rigor para com os justos! Que
indulgência para com o pecador! É esta a novidade, a inversão que nos
oferece a conduta de Deus. […] É que assustar o pecador, sobretudo o
pecador inveterado, seria privá-lo de confiança, mergulhá-lo no desespero
e lisonjear o justo seria embotar o vigor da sua virtude, levando-o a
afrouxar no seu zelo. Deus é infinitamente bom! O seu Amor é a
salvaguarda do justo e a sua clemência faz mudar o pecador.
Terça-feira,
dia 26 de Janeiro de 2016
SS. Timóteo e Tito, bispos (memória obrigatória)
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, para
anunciar a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
a Timóteo, meu filho caríssimo: a graça, a misericórdia e a paz da parte
de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Agradeço muito a Deus, a quem sirvo com pura consciência, a exemplo dos
meus antepassados quando, noite e dia, sem cessar, me recordo de ti nas
minhas orações.
Ao lembrar-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de voltar a ver-te
para me encher de alegria.
Evoco a lembrança da tua fé sincera que também foi a da tua avó Lóide e
da tua mãe Eunice e não duvido que é a tua também.
Por isso te exorto a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela
imposição das minhas mãos.
Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e
moderação.
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor nem te envergonhes
de mim, seu prisioneiro; mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no
poder de Deus.
Livro de Salmos
96(95),1-2a.2b-3.7-8a.10.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e
enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde
Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao
dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar
alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão,
ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece
o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos
servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o
reino de Deus’.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978),
papa de 1963 a 1978
Evangelii nuntiandi
Ser lâmpada no
candelabro
Os
leigos, que a sua vocação específica coloca no coração do mundo e à
frente das mais variadas tarefas materiais, devem exercer por isso
mesmo uma forma especial de evangelização. A sua primeira e mais
directa tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade
eclesial - esse é o papel específico dos pastores - mas é accionar
todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já
presentes e activas nas coisas do mundo. O campo concreto da sua
actividade evangelizadora é o vasto e complicado mundo da política, do
social, da economia, mas também da cultura, das ciências e das artes,
da vida internacional, dos «mass media» assim como algumas outras
realidades abertas à evangelização como o amor, a família, a educação
das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional, o sofrimento.
Quanto mais houver leigos impregnados do Evangelho que sejam
responsáveis por estas realidades e claramente comprometidos nelas,
competentes para as promoverem e conscientes de que têm de desenvolver
a sua plena capacidade cristã, tantas vezes enterrada e asfixiada,
tanto mais estas realidades se encontrarão ao serviço da edificação do
Reino de Deus e, portanto da salvação em Jesus Cristo, sem nada
perderem ou sacrificarem do seu coeficiente humano, mas manifestando
uma dimensão transcendente muitas vezes desconhecida.
Quarta-feira,
dia 27 de Janeiro de 2016
Quarta-feira da 3ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias, o
Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um
palácio para Eu habitar?
Desde o dia em que tirei Israel do Egipto até hoje, nunca habitei numa casa, mas
andava de um lado para o outro numa tenda e num tabernáculo.
Durante o tempo em que peregrinei com todos os filhos de Israel,
perguntei porventura a alguns dos juízes de Israel, a quem estabeleci
como pastores do meu povo: ‘Porque não Me construís uma casa de cedro?’
Eis o que dirás ao meu servo David: Assim fala o Senhor do Universo:
Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos para seres o chefe do
meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de
ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome
dos grandes da Terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel e nele o instalarei para
que habite nesse lugar sem que jamais tenha receio e sem que os maus
tornem a oprimi-lo, como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas
seguro de todos os teus inimigos. E o Senhor anuncia que te vai fazer
uma casa:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus
pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti
e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu
nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho. Se praticar o mal,
corrigi-lo-ei com varas de homens, com castigo de homens.
Mas não retirarei dele a minha misericórdia como fiz a Saul que afastei
da minha presença.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu
trono será firme para sempre».
Natã comunicou fielmente a David todas as palavras desta revelação.
Livro de Salmos
89(88),4-5.27-28.29-30.
Concluí uma
aliança com o meu eleito, fiz um juramento a David, meu servo:
«Conservarei a tua descendência para sempre, estabelecerei o teu trono
por todas as gerações».
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai, meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da Terra.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor, a minha aliança com ele será
irrevogável.
Conservarei a sua descendência eternamente e o seu trono terá a duração
dos céus.
Evangelho segundo S. Marcos 4,1-20.
Naquele tempo,
Jesus Cristo começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se
junto d’Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e
sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.
Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no seu
ensino:
«Escutai: Saiu o semeador a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram
as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo
brotou porque a terra não era funda.
Mas quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou.
Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e
não deu fruto.
Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto que vingou
e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um».
E Jesus Cristo acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l’O
acerca das parábolas.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «A vós foi dado conhecer o mistério do
reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas
para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não
compreendam; senão, convertiam-se
e seriam perdoados».
Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de
compreender as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são
aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada
neles.
Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem
a palavra, logo a recebem com alegria;
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, ao chegar a
tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem
imediatamente.
Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras
ambições entram neles e sufocam a palavra que fica sem dar fruto.
E os que receberam a palavra em
boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam,
dando trinta, sessenta ou cem por um».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Homilias sobre o Livro dos Números, n.º 1, SC 29
O homem viverá
da Palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4; Dt 8,3)
Está
escrito a propósito do maná que, quando a apanhavam nas condições
prescritas por Deus, era alimentício; mas quando queriam apanhá-lo
contrariamente à maneira fixada por Deus, deixava de servir para manter
a vida. [...] O Verbo de Deus, a sua Palavra, é o nosso maná e a
Palavra de Deus que vem até nós traz a uns a salvação e a outros a
condenação. Foi por isso que o nosso Senhor e Salvador, que é a Palavra
de Deus «viva e perene» (1Ped 1,23), declarou: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de
modo que os que não vêem vejam e os que vêem fiquem cegos» (Jo 9,39).
De tal maneira assim é que, para alguns, mais vale que não oiçam a
Palavra de Deus do que a oiçam com más disposições ou com hipocrisia!
[...]
Aquilo que é verdadeiramente melhor em termos da perfeição é que o
ouvinte da Palavra de Deus a oiça com um coração bom e simples, recto e
bem preparado para que ela frutifique e cresça como em terreno bom.
[...] E afirmo isto tanto para a minha conversão pessoal como para a
conversão dos meus ouvintes porque também sou daqueles que ouvem a
Palavra de Deus.
Quinta-feira, dia 28 de Janeiro de 2016
Quinta-feira da 3ª semana do Tempo Comum
Depois de o
profeta Natã ter comunicado a David as palavras da revelação divina,
o rei apresentou-se diante do Senhor e disse: «Quem sou eu, Senhor
Deus, e quem é a minha casa para me terdes feito chegar até aqui?
E como se isso fosse ainda pouco a vossos olhos, Senhor Deus,
estendestes as vossas promessas à casa do vosso servo para os tempos
futuros.
Estabelecestes solidamente Israel para ser o vosso povo para sempre e
Vós, Senhor, Vos tornastes o seu Deus.
Agora, Senhor Deus, confirmai para sempre a promessa que fizestes ao
vosso servo e à sua casa e fazei segundo a vossa palavra.
Seja sempre exaltado o vosso nome com estas palavras: ‘O Senhor do
Universo é o Deus de Israel’ e a casa do vosso servo David permaneça
firme diante de Vós.
Fostes Vós, Senhor do Universo, Deus de Israel, que fizestes esta
revelação ao vosso servo: ‘Eu te edificarei uma casa’. Por isso ousou
o vosso servo dirigir-Vos esta oração.
Senhor, Vós que sois Deus e dizeis palavras de verdade, fizestes esta
admirável promessa ao vosso servo.
Agora dignai-Vos abençoar a casa do vosso servo para que ela
permaneça sempre diante de Vós porque Vós falastes, Senhor Deus, e é
pela vossa bênção que a casa do vosso servo será abençoada para
sempre».
Livro de
Salmos 132(131),1-2.3-5.11.12.13-14.
Lembrai-Vos de
David, Senhor,
e da sua grande piedade,
como fez um voto ao Senhor,
um voto ao Deus de Jacob:
«Não entrarei na minha tenda
nem repousarei no meu leito,
não deixarei dormir os meus olhos
nem descansar as minhas pálpebras,
enquanto não encontrar um lugar para o Senhor,
um santuário para o Deus de Jacob».
O Senhor fez um juramento a David
e não voltará atrás:
«Colocarei no teu trono
um descendente da tua família.
Se os teus filhos guardarem a minha aliança
e forem fiéis às minhas ordens,
também os filhos deles
se sentarão para sempre no teu trono».
O Senhor escolheu Sião,
preferiu-a para sua morada:
«É este para sempre o lugar do meu repouso,
aqui habitarei porque o escolhi».
Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo à multidão: «Quem traz uma lâmpada para a pôr
debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não se traz para ser posta no
candelabro?
Porque nada há escondido que não venha a descobrir-se nem oculto que
não apareça à luz do dia.
Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».
Disse-lhes também: «Prestai atenção ao que ouvis: Com a medida com que medirdes,
vos será medido e ainda vos
será acrescentado.
Pois àquele que tem (fé), dar-se-lhe-á, mas àquele que não tem (fé) até
o que tem lhe será tirado». [Porquê? Porque Deus é construção, Bem,
Fé, Vida … então tudo frutifica enquanto que o Espírito Universal,
das Trevas, é destruição, ateísmo, razão (têm-na sempre assim
pensam), adquirem e perdem (bens) porque ‘faz aos os outros o que
queres para ti’]
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Inácio de Antioquia
(?-c. 110), bispo, mártir
Carta aos Efésios, §§ 13-15 (trad. coll. Icthus, vol. 2, p. 80)
«Nada há
escondido que não venha a descobrir-se»
Cuidai de vos
reunirdes com mais frequência para oferecer a Deus a vossa
eucaristia, as vossas acções de graças e os vossos louvores. Por vos
reunirdes frequentemente, enfraqueceis
as forças de Satanás e o seu poder pernicioso dissipa-se perante
a unanimidade da vossa fé. Haverá algo melhor do que a paz, esta paz
que desarma todos os nossos inimigos espirituais e carnais?
Não ignorareis nenhuma destas verdades, se tiverdes por Jesus Cristo
uma fé e uma caridade perfeitas. Estas duas virtudes são o princípio
e o fim da vida: a fé é o
seu princípio, a caridade
(afectos), a sua perfeição; a união das duas, o próprio Deus; todas
as outras virtudes as seguem em procissão para conduzir o homem à
perfeição. A profissão da fé é incompatível com o pecado e a caridade
com o ódio. «É pelos frutos que se conhece a árvore» (Mt 12,33); da
mesma forma, é pelas suas
obras que se reconhecem os que fazem profissão de pertencer a Jesus
Cristo. Pois, neste momento, não basta fazermos profissão da nossa
fé, mas temos efectivamente de a
pôr em prática com perseverança até ao fim.
Mais vale ser cristão sem o dizer do que dizê-lo sem o ser. Fica
muito bem ensinar desde que se
pratique o que se ensina. Nós temos, portanto um só Mestre (Mt
23,8), Aquele que «disse e tudo foi feito» (Sl 32,9). Mesmo as obras
que realizou em silêncio são dignas do Pai. Aquele que compreende
verdadeiramente a palavra de Jesus Cristo também é capaz de ouvir o
seu silêncio; será então perfeito: agirá através da sua palavra e
manifestar-se-á pelo seu silêncio. Nada escapa ao Senhor; até os
nossos segredos estão na sua mão. Façamos portanto todas as nossas
acções com o pensamento de que Ele habita em nós; desse modo, seremos
templos seus e Ele será o nosso Deus
que habitará em nós.
Sexta-feira, dia 29 de Janeiro de 2016
Sexta-feira da 3ª semana do
Tempo Comum
Santo do dia : S. José Freinademetz,
presb., +1908, S. Constâncio, b., m., +
178, Beata Arcângela Girlani, virgem, +1495
Livro de 2º Samuel 11,1-4a.5-10a.13-17.
No princípio
daquele ano, na altura em que os reis costumam sair para a guerra,
David mandou Joab, com os seus oficiais e todo o Israel e eles
devastaram a terra dos amonitas e puseram cerco a Rabá. Mas David
ficou em Jerusalém.
Uma tarde em que se levantara do leito e andava a passear no
terraço real viu, do alto do terraço, uma mulher a banhar-se, uma
mulher de grande formosura.
David mandou colher informações sobre ela e trouxeram-lhe esta
resposta: «É Betsabé, filha de Elião e esposa de Urias, o hitita».
David mandou emissários para que a trouxessem. Ela veio ao seu
encontro
e depois voltou para sua casa. A mulher concebeu e mandou informar
David: «Estou grávida».
Então David enviou esta mensagem a Joab: «Manda-me Urias, o
hitita». E Joab mandou Urias a David.
Quando Urias chegou, David pediu-lhe informações de Joab, do
exército e da guerra.
Depois disse-lhe: «Desce a tua casa e descansa um pouco». Urias
saiu do palácio real e atrás dele seguiu um presente do rei.
Urias deitou-se à porta do palácio com todos os servos do rei, mas
não desceu a sua casa.
Foram informar David: «Urias não desceu a sua casa».
No dia seguinte, David convidou Urias para comer e beber consigo e
fez que se embriagasse. Pela tarde, Urias saiu e foi deitar-se no
seu leito, com os servos do rei e não desceu a sua casa.
Na manhã seguinte, David escreveu uma carta a Joab e enviou-lha por
meio de Urias.
Ele escreveu nessa carta: «Coloca Urias no ponto mais perigoso da
batalha e depois retirai-vos para que seja atingido e morra».
Joab, que cercava a cidade, colocou Urias num local onde sabia que
estavam os guerreiros mais valentes.
Os que defendiam a cidade saíram para atacar Joab e morreram alguns
do exército entre os oficiais de David. E morreu também Urias, o
hitita.
Livro de
Salmos 51(50),3-4.5-6a.6bc-7.10-11.
Compadecei-Vos
de mim, ó Deus, pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas.
Porque eu reconheço os meus pecados
e tenho sempre diante de mim as minhas culpas.
Pequei, Senhor, contra Vós
e fiz o mal diante dos vossos olhos.
Assim é justa a vossa sentença
e recto o vosso julgamento.
Porque eu nasci na culpa
e minha mãe concebeu-me em pecado.
Fazei-me ouvir uma palavra de júbilo e de alegria
e exultem os meus ossos que triturastes.
Desviai-Vos das minhas faltas
e purificai-me de todos os meus pecados.
Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «O reino de Deus é como um
homem que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e
cresce sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim
o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo se mete a foice porque já chegou o
tempo da colheita».
Jesus Cristo dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de
Deus? Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor
de todas as sementes que há sobre a Terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de
todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos
que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus Cristo pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas
como estas, conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo
explicava aos seus discípulos.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c.
335-395), monge, bispo
Sermão sobre os defuntos
«Primeiro a
planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga»
A
vida presente é um caminho que conduz ao termo da nossa
esperança, tal como se vê nos rebentos o fruto que começa a sair
da flor e que, graças a ela, chega à existência de fruto, apesar
de a flor não ser o fruto. De igual modo, a seara que nasce das
sementes não aparece imediatamente com a espiga: é a planta que
desponta primeiro; em seguida, uma vez morta a planta, surge a
haste de trigo e depois o fruto maduro no alto da espiga. […]
O nosso Criador não nos destinou à vida embrionária; o objectivo
da natureza não é a vida dos recém-nascidos. Ela também não visa
as épocas sucessivas que se renovam com o tempo pelo processo de
crescimento que lhes altera a forma nem a desagregação do corpo
que sobrevém à morte. Todos esses estados são etapas no caminho
por onde avançamos. O propósito e o fim da caminhada através
destas etapas é a semelhança com o Divino […]; o fim esperado da
vida é a beatitude (o aproximar-se cada vez mais da perfeição).
Mas hoje, tudo o que diz respeito ao corpo – a morte, a velhice,
a juventude, a infância e a formação do embrião – todos esses
estados, como outras tantas plantas, hastes e espigas, formam um
caminho, uma sucessão e um potencial que permite a maturidade
esperada.
Sábado, dia 30 de Janeiro de 2016
Sábado da 3a semana do Tempo
Comum
Naqueles
dias, o Senhor enviou a David o profeta Natã. O profeta foi ter
com ele e disse-lhe: «Em certa cidade havia dois homens, um era
rico e o outro era pobre.
O rico tinha grande quantidade de ovelhas e bois.
O pobre possuía apenas uma ovelhinha que tinha comprado. Foi-a
criando e ela cresceu junto dele com os seus filhos. Comia do seu
pão, bebia do seu copo, dormia ao seu colo: era como se fosse
filha.
Chegou então um hóspede à casa do rico, mas este não quis tirar
uma das suas ovelhas ou dos seus bois para dar de comer ao
hóspede que chegara. Tomou a ovelha do pobre e mandou-a
preparar para o seu hóspede».
David inflamou-se de cólera contra aquele homem e disse a Natã:
«Tão certo como o Senhor estar vivo, aquele que assim procedeu é
digno de morte.
Pagará quatro vezes a ovelha por ter feito semelhante coisa e não
ter tido coração».
Então Natã disse a David: «Esse
homem és tu. Assim fala o Senhor, Deus de Israel:
‘Agora a espada nunca se afastará da tua casa porque Me
desprezaste e tomaste a esposa de Urias, o hitita, para fazeres
dela tua esposa’.
Assim fala o Senhor: ‘Na tua própria casa, farei vir a desgraça
sobre ti. Tomarei as tuas mulheres diante dos teus olhos e
dá-las-ei a outro que se deitará com elas à luz do sol.
Tu procedeste às ocultas, mas Eu farei tudo isto na
presença de todo o Israel e à luz do dia’».
Então David disse a Natã: «Pequei contra o Senhor». Natã
respondeu-lhe: «O Senhor perdoa o teu pecado: não morrerás.
Mas porque tanto ofendeste o Senhor com esta acção, o filho que te nasceu
vai morrer».
E Natã voltou para sua casa. O Senhor atingiu o menino que a esposa
de Urias dera a David e ele caiu gravemente doente.
David orou a Deus pela criança; jejuava rigorosamente, isolava-se
e passava as noites deitado no chão.
Os anciãos da sua casa insistiram com ele para que se levantasse,
mas David recusou e não quis tomar alimento com eles.
Livro de
Salmos 51(50),12-13.14-15.16-17.
Criai em
mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.
Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós.
Meu Deus, meu Salvador, livrai-me do sangue derramado
e a minha língua proclamará a vossa justiça.
Abri, Senhor, os meus lábios
e a minha boca anunciará o vosso louvor.
Evangelho segundo S. Marcos 4,35-41.
Naquele dia,
ao cair da tarde, Jesus Cristo disse aos seus discípulos:
«Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão e levaram Jesus Cristo consigo na barca
em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas
que enchiam a barca de água.
Jesus Cristo, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles
acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que
pereçamos?».
Jesus Cristo levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse
ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande
bonança.
Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda
não tendes fé?».
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é
este homem que até o vento e o mar Lhe obedecem?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila
(1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja
Carta 284, às Carmelitas de Sevilha
No meio da
tormenta
Coragem,
minhas filhas! Coragem! Lembrai-vos de que Deus não dá a
ninguém mais trabalhos do que os que a pessoa pode sofrer e
que sua Majestade está
com os atribulados. Nada deveis temer, mas esperar na sua
misericórdia que Ele trará à luz a verdade e descobrirá as tramas
que o demónio tinha escondidas para lançar a tribulação entre
vós. […] Oração, oração, minhas irmãs! É agora que devem
esplandecer a humildade e a obediência em cada uma de vós. […]
Oh, que momento tão propício para recolherdes os frutos das
resoluções que tomastes de servir a Nosso Senhor! Vede bem que,
muitas vezes, Ele quer provar se as obras respondem às resoluções
e às palavras. Honrai nesta grande provação as filhas da Virgem,
vossas irmãs. Se vos aplicardes nesta intenção, o bom Jesus há-de
ajudar-vos; ainda que durma no mar quando a tempestade rugir, Ele
faz parar os ventos. Mas quer que nós Lho peçamos e ama-nos tanto
que procura sempre novos meios para nos fazer progredir. Bendito
seja o seu nome para sempre! Amen, amen.
Em todos os mosteiros, recomendamo-vos insistentemente a Deus. E
assim espero que, na sua bondade, em breve Ele há-de tratar de
tudo. Em consequência, esforçai-vos por estar alegres e por
considerar que, vendo bem as coisas, é pouco tudo o que se padece
por um Senhor tão bom que tanto sofreu por nós, pois afinal não
chegastes ainda a verter sangue por Ele (Heb 12,4). […]. Deixai
agir o vosso Esposo e vereis como, dentro em pouco, o mar tragará
os que nos fazem guerra, tal como Ele fez ao rei Faraó.©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
D. Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º –
Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia
Os meus blogues
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http://www.descubriter.com/pt/ Rota
Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” -
Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/ 18,30h –
terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
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