domingo, 31 de janeiro de 2016

Cristianismo 143 até 30-01-2016

     

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 24 de Janeiro de 2016

3º Domingo do Tempo Comum - Ano C


Santo do dia : S. Francisco de Sales, b., Doutor da Igreja, +1622

Livro de Neemias 8,2-4a.5-6.8-10.
Naqueles dias, o sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei perante a assembleia de homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês.
Desde a aurora até ao meio dia, fez a leitura do Livro, no largo situado diante da Porta das Águas, diante dos homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender. Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da Lei.
O escriba Esdras estava de pé num estrado de madeira feito de propósito.
Estando assim em plano superior a todo o povo, Esdras abriu o Livro à vista de todos e quando o abriu, todos se levantaram.
Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, erguendo as mãos: «Ámen! Ámen!». E prostrando-se de rosto por terra, adoraram o Senhor.
Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura.
Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras bem como os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». __ porque todo o povo chorava ao escutar as palavras da Lei __
depois Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto não vos entristeçais porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza».
Livro de Salmos 19(18),8.9.10.15.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes,
dão sabedoria aos simples.

Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.

O Amor do Senhor é puro
e permanece eternamente;
os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.

Aceitai as palavras da minha boca
e os pensamentos do meu coração
estejam na vossa presença:
Vós, Senhor, sois o meu amparo e redentor.


1ª Carta aos Coríntios 12,12-30.
Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo assim sucede também em Jesus Cristo.
Na verdade, todos nós __ judeus e gregos, escravos e homens livres __ fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito.
De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos.
Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo» nem por isso deixaria de fazer parte do corpo.
E se a orelha dissesse: «Uma vez que não sou olho, não pertenço ao corpo» nem por isso deixaria de fazer parte do corpo.
Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfacto?
Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros, segundo a sua vontade.
Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo?
Há, portanto muitos membros, mas um só corpo.
O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti» nem a cabeça dizer aos pés: «Não preciso de vós».
Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários;
os que nos parecem menos honrosos, cuidamo-los com maior consideração e os nossos membros menos decorosos são tratados com maior decência:
os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados. Deus organizou o corpo, dispensando maior consideração ao que dela precisa
para que não haja divisão no corpo e os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros.
Deste modo, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele.
Vós sois corpo de Jesus Cristo e seus membros, cada um por sua parte.
Assim Deus estabeleceu na Igreja, em primeiro lugar, apóstolos, em segundo, profetas, em terceiro, doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas.
Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres?
Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar?
Evangelho segundo S. Lucas 1,1-4.4,14-21.
Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós
como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra;
também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo,
para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado.
Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia com a força do Espírito e a sua fama propagou-se por toda a região.
Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos.
Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura.
Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito:
«O Espírito do Senhor está sobre mim porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos
e a proclamar o ano da graça do Senhor».
Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga.
Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilia 32 sobre S. Lucas 4
«Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura»
Quando lerdes: «Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam», tende cuidado de não considerar felizes unicamente os ouvintes de Jesus Cristo e de não vos julgardes privados dos seus ensinamentos. Se a Escritura é a verdade, Deus não falou só outrora nas assembleias judaicas, mas fala ainda hoje na nossa assembleia. E não só aqui, na nossa, mas em todas as outras e em todo o mundo Jesus Cristo ensina e procura instrumentos que transmitam os seus ensinamentos. Orai para que eu esteja igualmente disposto e apto para O cantar.
Assim como Deus Todo-Poderoso, ao procurar os profetas no tempo em que a profecia era necessária aos homens, encontrou, por exemplo, Isaías, Ezequiel e Daniel, do mesmo modo Jesus Cristo procura instrumentos que transmitam a sua Palavra, que ensinem nas sinagogas e sejam elogiados por todos. Hoje, Jesus Cristo é muito mais elogiado por todos do que no tempo em que era conhecido numa única província.

Segunda-feira, dia 25 de Janeiro de 2016

Conversão de São Paulo, apóstolo, festa

Calendário da Igreja disponível este dia
Livro dos Actos dos Apóstolos 22,3-16.
Naqueles dias, Paulo disse ao povo: «Eu sou judeu e nasci em Tarso da Cilícia. Fui, porém educado nesta cidade de Jerusalém e recebi na escola de Gamaliel uma formação estritamente fiel à Lei dos nossos pais. Era tão zeloso no serviço de Deus como vós todos sois hoje.
Persegui até à morte esta nova religião, algemando e metendo na prisão homens e mulheres
como podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todo o Senado. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco e para lá me dirigi com a missão de trazer algemados os que lá estivessem a fim de serem castigados em Jerusalém.
Sucedeu, porém que, no caminho, ao aproximar-me de Damasco, por volta do meio-dia, de repente brilhou ao redor de mim uma intensa luz vinda do Céu.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque Me persegues?’.
Eu perguntei: ‘Quem és Tu, Senhor?’. E Ele respondeu-me: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues’.
Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava.
Então perguntei: ‘Que hei-de fazer, Senhor?’. E o Senhor disse-me: ‘Levanta-te e vai a Damasco; lá te dirão tudo o que deves fazer’.
Como eu deixei de ver, por causa do esplendor daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Entretanto veio procurar-me um certo Ananias, homem piedoso segundo a Lei e de boa fama entre todos os judeus que ali viviam.
Ele veio ao meu encontro e, ao chegar junto de mim, disse-me: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista’. E no mesmo instante, pude vê-lo.
Ele acrescentou: ‘O Deus dos nossos pais destinou-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo e ouvires a voz da sua boca.
Tu serás sua testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste.
Agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o baptismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome’».
Livro de Salmos 117(116),1.2.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.


Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18.
Naquele tempo, Jesus Cristo apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado, será salvo; mas quem não acreditar, será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
7ª Homilia sobre a conversão
«A mim, que fui blasfemador e perseguidor […], foi-me dada misericórdia» (1Tim 1,13): a conversão de S. Paulo
É preciso que tenhamos sempre presente no nosso espírito que todos os homens são rodeados por imensas manifestações do amor de Deus. Se a justiça tivesse precedido a penitência, o universo teria sido aniquilado. Se Deus estivesse pronto para o castigo, a Igreja não teria conhecido o apóstolo Paulo, não teria recebido um homem assim no seu seio. É a misericórdia de Deus que transforma o perseguidor em apóstolo; é ela que muda o lobo em cordeiro; foi ela que fez de um publicano um evangelista (Mt 9,9). É a misericórdia de Deus que, comovida com o nosso destino, nos transforma a todos; é ela que nos converte.
Ao ver o glutão de ontem pôr-se hoje a jejuar, o blasfemador de outrora falar de Deus com respeito, o infame de antigamente não abrir a boca a não ser para louvar a Deus, podemos admirar esta misericórdia do Senhor. Sim, irmãos, se Deus é bom para com todos os homens, é-o particularmente para com os pecadores.
Quereis mesmo ouvir uma coisa estranha do ponto de vista dos nossos hábitos, mas verdadeira do ponto de vista da piedade? Escutai: ao passo que Deus Se mostra exigente para com os justos, para com os pecadores não tem senão clemência e doçura. Que rigor para com os justos! Que indulgência para com o pecador! É esta a novidade, a inversão que nos oferece a conduta de Deus. […] É que assustar o pecador, sobretudo o pecador inveterado, seria privá-lo de confiança, mergulhá-lo no desespero e lisonjear o justo seria embotar o vigor da sua virtude, levando-o a afrouxar no seu zelo. Deus é infinitamente bom! O seu Amor é a salvaguarda do justo e a sua clemência faz mudar o pecador.

Terça-feira, dia 26 de Janeiro de 2016

SS. Timóteo e Tito, bispos (memória obrigatória)


Santo do dia : Santos Roberto, Alberico e Estêvão, abades cistercienses (séc. XI-XII), S. Tito, b., séc. I, S. Timóteo, b., séc. I

2ª Carta a Timóteo 1,1-8.
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, para anunciar a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
a Timóteo, meu filho caríssimo: a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Agradeço muito a Deus, a quem sirvo com pura consciência, a exemplo dos meus antepassados quando, noite e dia, sem cessar, me recordo de ti nas minhas orações.
Ao lembrar-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de voltar a ver-te para me encher de alegria.
Evoco a lembrança da tua fé sincera que também foi a da tua avó Lóide e da tua mãe Eunice e não duvido que é a tua também.
Por isso te exorto a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos.
Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação.
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro; mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus.
Livro de Salmos 96(95),1-2a.2b-3.7-8a.10.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome,
Anunciai dia a dia a sua salvação,

publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,

dai ao Senhor a glória do seu nome.
Dizei entre as nações: «O Senhor é Rei»,
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.


Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Evangelii nuntiandi
Ser lâmpada no candelabro
Os leigos, que a sua vocação específica coloca no coração do mundo e à frente das mais variadas tarefas materiais, devem exercer por isso mesmo uma forma especial de evangelização. A sua primeira e mais directa tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial - esse é o papel específico dos pastores - mas é accionar todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e activas nas coisas do mundo. O campo concreto da sua actividade evangelizadora é o vasto e complicado mundo da política, do social, da economia, mas também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos «mass media» assim como algumas outras realidades abertas à evangelização como o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional, o sofrimento.
Quanto mais houver leigos impregnados do Evangelho que sejam responsáveis por estas realidades e claramente comprometidos nelas, competentes para as promoverem e conscientes de que têm de desenvolver a sua plena capacidade cristã, tantas vezes enterrada e asfixiada, tanto mais estas realidades se encontrarão ao serviço da edificação do Reino de Deus e, portanto da salvação em Jesus Cristo, sem nada perderem ou sacrificarem do seu coeficiente humano, mas manifestando uma dimensão transcendente muitas vezes desconhecida.

Quarta-feira, dia 27 de Janeiro de 2016

Quarta-feira da 3ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Desde o dia em que tirei Israel do Egipto até hoje, nunca habitei numa casa, mas andava de um lado para o outro numa tenda e num tabernáculo.
Durante o tempo em que peregrinei com todos os filhos de Israel, perguntei porventura a alguns dos juízes de Israel, a quem estabeleci como pastores do meu povo: ‘Porque não Me construís uma casa de cedro?’
Eis o que dirás ao meu servo David: Assim fala o Senhor do Universo: Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome dos grandes da Terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel e nele o instalarei para que habite nesse lugar sem que jamais tenha receio e sem que os maus tornem a oprimi-lo, como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos. E o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho. Se praticar o mal, corrigi-lo-ei com varas de homens, com castigo de homens.
Mas não retirarei dele a minha misericórdia como fiz a Saul que afastei da minha presença.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».
Natã comunicou fielmente a David todas as palavras desta revelação.
Livro de Salmos 89(88),4-5.27-28.29-30.
Concluí uma aliança com o meu eleito, fiz um juramento a David, meu servo:
«Conservarei a tua descendência para sempre, estabelecerei o teu trono por todas as gerações».
Ele Me invocará: «Vós sois meu pai, meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da Terra.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor, a minha aliança com ele será irrevogável.
Conservarei a sua descendência eternamente e o seu trono terá a duração dos céus.


Evangelho segundo S. Marcos 4,1-20.
Naquele tempo, Jesus Cristo começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se junto d’Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.
Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no seu ensino:
«Escutai: Saiu o semeador a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo brotou porque a terra não era funda.
Mas quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou.
Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto.
Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto que vingou e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um».
E Jesus Cristo acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l’O acerca das parábolas.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «A vós foi dado conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas
para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam; senão, convertiam-se e seriam perdoados».
Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de compreender as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.
Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria;
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente.
Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras ambições entram neles e sufocam a palavra que fica sem dar fruto.
E os que receberam a palavra em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o Livro dos Números, n.º 1, SC 29
O homem viverá da Palavra que sai da boca de Deus (Mt 4,4; Dt 8,3)
Está escrito a propósito do maná que, quando a apanhavam nas condições prescritas por Deus, era alimentício; mas quando queriam apanhá-lo contrariamente à maneira fixada por Deus, deixava de servir para manter a vida. [...] O Verbo de Deus, a sua Palavra, é o nosso maná e a Palavra de Deus que vem até nós traz a uns a salvação e a outros a condenação. Foi por isso que o nosso Senhor e Salvador, que é a Palavra de Deus «viva e perene» (1Ped 1,23), declarou: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam e os que vêem fiquem cegos» (Jo 9,39). De tal maneira assim é que, para alguns, mais vale que não oiçam a Palavra de Deus do que a oiçam com más disposições ou com hipocrisia! [...]
Aquilo que é verdadeiramente melhor em termos da perfeição é que o ouvinte da Palavra de Deus a oiça com um coração bom e simples, recto e bem preparado para que ela frutifique e cresça como em terreno bom. [...] E afirmo isto tanto para a minha conversão pessoal como para a conversão dos meus ouvintes porque também sou daqueles que ouvem a Palavra de Deus.

Quinta-feira, dia 28 de Janeiro de 2016

Quinta-feira da 3ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Tomás de Aquino, presb., Doutor da Igreja, +1274

Livro de 2º Samuel 7,18-19.24-29.
Depois de o profeta Natã ter comunicado a David as palavras da revelação divina, o rei apresentou-se diante do Senhor e disse: «Quem sou eu, Senhor Deus, e quem é a minha casa para me terdes feito chegar até aqui?
E como se isso fosse ainda pouco a vossos olhos, Senhor Deus, estendestes as vossas promessas à casa do vosso servo para os tempos futuros.
Estabelecestes solidamente Israel para ser o vosso povo para sempre e Vós, Senhor, Vos tornastes o seu Deus.
Agora, Senhor Deus, confirmai para sempre a promessa que fizestes ao vosso servo e à sua casa e fazei segundo a vossa palavra.
Seja sempre exaltado o vosso nome com estas palavras: ‘O Senhor do Universo é o Deus de Israel’ e a casa do vosso servo David permaneça firme diante de Vós.
Fostes Vós, Senhor do Universo, Deus de Israel, que fizestes esta revelação ao vosso servo: ‘Eu te edificarei uma casa’. Por isso ousou o vosso servo dirigir-Vos esta oração.
Senhor, Vós que sois Deus e dizeis palavras de verdade, fizestes esta admirável promessa ao vosso servo.
Agora dignai-Vos abençoar a casa do vosso servo para que ela permaneça sempre diante de Vós porque Vós falastes, Senhor Deus, e é pela vossa bênção que a casa do vosso servo será abençoada para sempre».
Livro de Salmos 132(131),1-2.3-5.11.12.13-14.
Lembrai-Vos de David, Senhor,
e da sua grande piedade,
como fez um voto ao Senhor,
um voto ao Deus de Jacob:

«Não entrarei na minha tenda
nem repousarei no meu leito,
não deixarei dormir os meus olhos
nem descansar as minhas pálpebras,

enquanto não encontrar um lugar para o Senhor,
um santuário para o Deus de Jacob».
O Senhor fez um juramento a David
e não voltará atrás:

«Colocarei no teu trono
um descendente da tua família.
Se os teus filhos guardarem a minha aliança
e forem fiéis às minhas ordens,

também os filhos deles
se sentarão para sempre no teu trono».
O Senhor escolheu Sião,
preferiu-a para sua morada:

«É este para sempre o lugar do meu repouso,
aqui habitarei porque o escolhi».


Evangelho segundo S. Marcos 4,21-25.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «Quem traz uma lâmpada para a pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não se traz para ser posta no candelabro?
Porque nada há escondido que não venha a descobrir-se nem oculto que não apareça à luz do dia.
Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça».
Disse-lhes também: «Prestai atenção ao que ouvis: Com a medida com que medirdes, vos será medido e ainda vos será acrescentado.
Pois àquele que tem (fé), dar-se-lhe-á, mas àquele que não tem (fé) até o que tem lhe será tirado». [Porquê? Porque Deus é construção, Bem, Fé, Vida … então tudo frutifica enquanto que o Espírito Universal, das Trevas, é destruição, ateísmo, razão (têm-na sempre assim pensam), adquirem e perdem (bens) porque ‘faz aos os outros o que queres para ti’]


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Inácio de Antioquia (?-c. 110), bispo, mártir
Carta aos Efésios, §§ 13-15 (trad. coll. Icthus, vol. 2, p. 80)
«Nada há escondido que não venha a descobrir-se»
Cuidai de vos reunirdes com mais frequência para oferecer a Deus a vossa eucaristia, as vossas acções de graças e os vossos louvores. Por vos reunirdes frequentemente, enfraqueceis as forças de Satanás e o seu poder pernicioso dissipa-se perante a unanimidade da vossa fé. Haverá algo melhor do que a paz, esta paz que desarma todos os nossos inimigos espirituais e carnais?
Não ignorareis nenhuma destas verdades, se tiverdes por Jesus Cristo uma fé e uma caridade perfeitas. Estas duas virtudes são o princípio e o fim da vida: a é o seu princípio, a caridade (afectos), a sua perfeição; a união das duas, o próprio Deus; todas as outras virtudes as seguem em procissão para conduzir o homem à perfeição. A profissão da fé é incompatível com o pecado e a caridade com o ódio. «É pelos frutos que se conhece a árvore» (Mt 12,33); da mesma forma, é pelas suas obras que se reconhecem os que fazem profissão de pertencer a Jesus Cristo. Pois, neste momento, não basta fazermos profissão da nossa fé, mas temos efectivamente de a pôr em prática com perseverança até ao fim.
Mais vale ser cristão sem o dizer do que dizê-lo sem o ser. Fica muito bem ensinar desde que se pratique o que se ensina. Nós temos, portanto um só Mestre (Mt 23,8), Aquele que «disse e tudo foi feito» (Sl 32,9). Mesmo as obras que realizou em silêncio são dignas do Pai. Aquele que compreende verdadeiramente a palavra de Jesus Cristo também é capaz de ouvir o seu silêncio; será então perfeito: agirá através da sua palavra e manifestar-se-á pelo seu silêncio. Nada escapa ao Senhor; até os nossos segredos estão na sua mão. Façamos portanto todas as nossas acções com o pensamento de que Ele habita em nós; desse modo, seremos templos seus e Ele será o nosso Deus que habitará em nós.

Sexta-feira, dia 29 de Janeiro de 2016

Sexta-feira da 3ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. José Freinademetz, presb., +1908, S. Constâncio, b., m., + 178, Beata Arcângela Girlani, virgem, +1495

Livro de 2º Samuel 11,1-4a.5-10a.13-17.
No princípio daquele ano, na altura em que os reis costumam sair para a guerra, David mandou Joab, com os seus oficiais e todo o Israel e eles devastaram a terra dos amonitas e puseram cerco a Rabá. Mas David ficou em Jerusalém.
Uma tarde em que se levantara do leito e andava a passear no terraço real viu, do alto do terraço, uma mulher a banhar-se, uma mulher de grande formosura.
David mandou colher informações sobre ela e trouxeram-lhe esta resposta: «É Betsabé, filha de Elião e esposa de Urias, o hitita».
David mandou emissários para que a trouxessem. Ela veio ao seu encontro
e depois voltou para sua casa. A mulher concebeu e mandou informar David: «Estou grávida».
Então David enviou esta mensagem a Joab: «Manda-me Urias, o hitita». E Joab mandou Urias a David.
Quando Urias chegou, David pediu-lhe informações de Joab, do exército e da guerra.
Depois disse-lhe: «Desce a tua casa e descansa um pouco». Urias saiu do palácio real e atrás dele seguiu um presente do rei.
Urias deitou-se à porta do palácio com todos os servos do rei, mas não desceu a sua casa.
Foram informar David: «Urias não desceu a sua casa».
No dia seguinte, David convidou Urias para comer e beber consigo e fez que se embriagasse. Pela tarde, Urias saiu e foi deitar-se no seu leito, com os servos do rei e não desceu a sua casa.
Na manhã seguinte, David escreveu uma carta a Joab e enviou-lha por meio de Urias.
Ele escreveu nessa carta: «Coloca Urias no ponto mais perigoso da batalha e depois retirai-vos para que seja atingido e morra».
Joab, que cercava a cidade, colocou Urias num local onde sabia que estavam os guerreiros mais valentes.
Os que defendiam a cidade saíram para atacar Joab e morreram alguns do exército entre os oficiais de David. E morreu também Urias, o hitita.
Livro de Salmos 51(50),3-4.5-6a.6bc-7.10-11.
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas.

Porque eu reconheço os meus pecados
e tenho sempre diante de mim as minhas culpas.
Pequei, Senhor, contra Vós
e fiz o mal diante dos vossos olhos.

Assim é justa a vossa sentença
e recto o vosso julgamento.
Porque eu nasci na culpa
e minha mãe concebeu-me em pecado.

Fazei-me ouvir uma palavra de júbilo e de alegria
e exultem os meus ossos que triturastes.
Desviai-Vos das minhas faltas
e purificai-me de todos os meus pecados.


Evangelho segundo S. Marcos 4,26-34.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo se mete a foice porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus Cristo dizia ainda: «A que havemos de comparar o reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a Terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus Cristo pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Sermão sobre os defuntos
«Primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga»
A vida presente é um caminho que conduz ao termo da nossa esperança, tal como se vê nos rebentos o fruto que começa a sair da flor e que, graças a ela, chega à existência de fruto, apesar de a flor não ser o fruto. De igual modo, a seara que nasce das sementes não aparece imediatamente com a espiga: é a planta que desponta primeiro; em seguida, uma vez morta a planta, surge a haste de trigo e depois o fruto maduro no alto da espiga. […]
O nosso Criador não nos destinou à vida embrionária; o objectivo da natureza não é a vida dos recém-nascidos. Ela também não visa as épocas sucessivas que se renovam com o tempo pelo processo de crescimento que lhes altera a forma nem a desagregação do corpo que sobrevém à morte. Todos esses estados são etapas no caminho por onde avançamos. O propósito e o fim da caminhada através destas etapas é a semelhança com o Divino […]; o fim esperado da vida é a beatitude (o aproximar-se cada vez mais da perfeição). Mas hoje, tudo o que diz respeito ao corpo – a morte, a velhice, a juventude, a infância e a formação do embrião – todos esses estados, como outras tantas plantas, hastes e espigas, formam um caminho, uma sucessão e um potencial que permite a maturidade esperada.

Sábado, dia 30 de Janeiro de 2016

Sábado da 3a semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Batilde, viúva, +680, Santa Jacinta Mariscotti, v., +1640

Livro de 2º Samuel 12,1-7a.10-17.
Naqueles dias, o Senhor enviou a David o profeta Natã. O profeta foi ter com ele e disse-lhe: «Em certa cidade havia dois homens, um era rico e o outro era pobre.
O rico tinha grande quantidade de ovelhas e bois.
O pobre possuía apenas uma ovelhinha que tinha comprado. Foi-a criando e ela cresceu junto dele com os seus filhos. Comia do seu pão, bebia do seu copo, dormia ao seu colo: era como se fosse filha.
Chegou então um hóspede à casa do rico, mas este não quis tirar uma das suas ovelhas ou dos seus bois para dar de comer ao hóspede que chegara. Tomou a ovelha do pobre e mandou-a preparar para o seu hóspede».
David inflamou-se de cólera contra aquele homem e disse a Natã: «Tão certo como o Senhor estar vivo, aquele que assim procedeu é digno de morte.
Pagará quatro vezes a ovelha por ter feito semelhante coisa e não ter tido coração».
Então Natã disse a David: «Esse homem és tu. Assim fala o Senhor, Deus de Israel:
‘Agora a espada nunca se afastará da tua casa porque Me desprezaste e tomaste a esposa de Urias, o hitita, para fazeres dela tua esposa’.
Assim fala o Senhor: ‘Na tua própria casa, farei vir a desgraça sobre ti. Tomarei as tuas mulheres diante dos teus olhos e dá-las-ei a outro que se deitará com elas à luz do sol.
Tu procedeste às ocultas, mas Eu farei tudo isto na presença de todo o Israel e à luz do dia’».
Então David disse a Natã: «Pequei contra o Senhor». Natã respondeu-lhe: «O Senhor perdoa o teu pecado: não morrerás.
Mas porque tanto ofendeste o Senhor com esta acção, o filho que te nasceu vai morrer».
E Natã voltou para sua casa. O Senhor atingiu o menino que a esposa de Urias dera a David e ele caiu gravemente doente.
David orou a Deus pela criança; jejuava rigorosamente, isolava-se e passava as noites deitado no chão.
Os anciãos da sua casa insistiram com ele para que se levantasse, mas David recusou e não quis tomar alimento com eles.
Livro de Salmos 51(50),12-13.14-15.16-17.
Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós.

Meu Deus, meu Salvador, livrai-me do sangue derramado
e a minha língua proclamará a vossa justiça.
Abri, Senhor, os meus lábios
e a minha boca anunciará o vosso louvor.


Evangelho segundo S. Marcos 4,35-41.
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus Cristo disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão e levaram Jesus Cristo consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.
Jesus Cristo, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n’O e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?».
Jesus Cristo levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança.
Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?».
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem que até o vento e o mar Lhe obedecem?».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja
Carta 284, às Carmelitas de Sevilha
No meio da tormenta
Coragem, minhas filhas! Coragem! Lembrai-vos de que Deus não dá a ninguém mais trabalhos do que os que a pessoa pode sofrer e que sua Majestade está com os atribulados. Nada deveis temer, mas esperar na sua misericórdia que Ele trará à luz a verdade e descobrirá as tramas que o demónio tinha escondidas para lançar a tribulação entre vós. […] Oração, oração, minhas irmãs! É agora que devem esplandecer a humildade e a obediência em cada uma de vós. […]
Oh, que momento tão propício para recolherdes os frutos das resoluções que tomastes de servir a Nosso Senhor! Vede bem que, muitas vezes, Ele quer provar se as obras respondem às resoluções e às palavras. Honrai nesta grande provação as filhas da Virgem, vossas irmãs. Se vos aplicardes nesta intenção, o bom Jesus há-de ajudar-vos; ainda que durma no mar quando a tempestade rugir, Ele faz parar os ventos. Mas quer que nós Lho peçamos e ama-nos tanto que procura sempre novos meios para nos fazer progredir. Bendito seja o seu nome para sempre! Amen, amen.
Em todos os mosteiros, recomendamo-vos insistentemente a Deus. E assim espero que, na sua bondade, em breve Ele há-de tratar de tudo. Em consequência, esforçai-vos por estar alegres e por considerar que, vendo bem as coisas, é pouco tudo o que se padece por um Senhor tão bom que tanto sofreu por nós, pois afinal não chegastes ainda a verter sangue por Ele (Heb 12,4). […]. Deixai agir o vosso Esposo e vereis como, dentro em pouco, o mar tragará os que nos fazem guerra, tal como Ele fez ao rei Faraó.
©


http://goo.gl/RSVXh5        portal da Confraria Bolos D. Rodrigo

 

Os meus filmes

1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

Os meus blogues

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Os meus filmes
1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
http://www.passo-a-rezar.net/       meditações cristãs
http://www.descubriter.com/pt/             Rota Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” - Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/        18,30h – terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
http://www.livestream.com/stantonius         16h20 – terço;  17h00 – missa  (hora de Lisboa)












































sábado, 23 de janeiro de 2016

Cristianismo 142 até 23-01-2016

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68



Domingo, dia 17 de Janeiro de 2016

2º Domingo do Tempo Comum - Ano C


Santo do dia : Santo Antão, abade, +356

Livro de Isaías 62,1-5.
Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação não resplandecer como facho ardente.
Os povos hão-de ver a tua justiça e todos os reis a tua glória. Receberás um nome novo que a boca do Senhor designará.
Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do Senhor Deus.
Não mais te chamarão «Abandonada» nem à tua terra «Deserta», mas hão-de chamar-te «Predilecta» e à tua terra «Desposada» porque serás a predilecta do Senhor e a tua terra terá um esposo.
Tal como o jovem desposa uma jovem, o teu Construtor te desposará e como a esposa é a alegria do marido, tu serás a alegria do Senhor Deus.
Livro de Salmos 96(95),1-2a.2b-3.7-8a.9-10ac.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, Terra inteira,
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,
publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder,
dai ao Senhor a glória do seu nome.
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
esteja diante d'Ele a Terra inteira;
dizei entre as nações: «O Senhor é rei»,
governa os povos com equidade.


1ª Carta aos Coríntios 12,4-11.
Irmãos: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo (o Senhor Deus).
Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum.
A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria, a outro a mensagem da ciência, segundo o mesmo Espírito.
É um só e o mesmo Espírito que dá a um o dom da , a outro o poder de curar;
a um dá o poder de fazer milagres, a outro o de falar em nome de Deus; a um dá o discernimento dos espíritos, a outro o de falar diversas línguas, a outro o dom de as interpretar.
Mas é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada.
Evangelho segundo S. João 2,1-11.
Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus Cristo.
Jesus Cristo e os seus discípulos foram também convidados para o casamento.
A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho».
Jesus Cristo respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora».
Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser».
Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas.
Disse-lhes Jesus Cristo: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima.
Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram.
Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho __ ele não sabia de onde viera, pois só os serventes que tinham tirado a água, sabiam __ chamou o noivo
e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora».
Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus Cristo deu início aos seus milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
CC Sermão 65
A água transformada em vinho
Ao transformar em vinho a água que enchia as talhas, o Salvador fez duas coisas: forneceu uma bebida aos convidados do casamento e quis dizer que, pelo baptismo, os homens ficariam cheios do Espírito Santo. Aliás o próprio Senhor o declarou noutra altura ao dizer: «Deita-se o vinho novo em odres novos» (Mt 9,17). Os odres novos significam, com efeito, a pureza do baptismo e o vinho, a graça do Espírito Santo.
Catecúmenos, prestai especial atenção. O vosso espírito que ignora ainda a Trindade, assemelha-se à água fria. É preciso aquecê-la ao calor do sacramento do baptismo, como um vinho para transformar esse líquido pobre e sem valor em graça preciosa e rica. Tal como o vinho, adquiramos bom paladar e aroma doce; então poderemos dizer, com o apóstolo Paulo, que somos para Deus o «bom odor de Jesus Cristo» (2Cor 2,15). Antes do seu baptismo, o catecúmeno assemelha-se à água imóvel, fria, sem cor […], inútil, incapaz de restabelecer as forças. Conservada durante muito tempo, a água altera-se, fica estagnada, torna-se fétida. […] O Senhor disse: «Quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus» (Jo 3,5).
O fiel baptizado é semelhante ao vinho vigoroso e rubro. Todas as coisas da criação se estragam com o tempo, só o vinho melhora ao envelhecer. Ele perde todos os dias a sua aspereza e adquire um «bouquet» macio com um sabor rico. De igual modo, o cristão, à medida que o tempo passa, perde a aspereza da sua vida pecadora, adquirindo a sabedoria e a benevolência da Trindade divina.

Segunda-feira, dia 18 de Janeiro de 2016

Segunda-feira da 2ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, o profeta Samuel disse a Saul: «Deixa-me dizer-te o que o Senhor me revelou esta noite». Saul respondeu-lhe: «Fala».
Samuel continuou: «Embora te sintas pequeno a teus próprios olhos, não és o chefe das tribos de Israel? O Senhor sagrou-te rei de Israel,
lançou-te nesta campanha e disse-te: ‘Vai e entrega à perdição esses malfeitores amalecitas; faz-lhes guerra até que sejam exterminados’.
Porque não obedeceste à voz do Senhor? Porque te precipitaste sobre os despojos e praticaste o que desagrada a seus olhos?».
Saul respondeu a Samuel: «Mas eu obedeci à voz do Senhor. Fiz a campanha a que Ele me enviou, trouxe Agag, rei de Amalec, e entreguei à perdição os amalecitas.
O povo tirou de entre as ovelhas e bois dos despojos o melhor do que era destinado à perdição para o oferecer em sacrifício ao Senhor Deus, em Gálgala».
Disse-lhe Samuel: «Porventura agradam tanto ao Senhor os holocaustos e sacrifícios como a obediência à sua voz? A obediência vale mais do que os sacrifícios e a docilidade vale mais do que a gordura dos carneiros.
A rebelião é como o pecado de feitiçaria e a obstinação é como o crime da idolatria. Porque rejeitaste a palavra do Senhor, também Ele te rejeitou como rei».
Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Considerai isto, vós, que esqueceis a Deus,
não aconteça que vos extermine,
sem haver quem vos salve.

Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto darei a salvação.


Evangelho segundo S. Marcos 2,18-22.
Naquele tempo, os discípulos de João e os fariseus guardavam o jejum. Vieram perguntar a Jesus Cristo: «Por que motivo jejuam os discípulos de João e os fariseus e os teus discípulos não jejuam?».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Podem os companheiros do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles? Enquanto têm o noivo consigo, não podem jejuar.
Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho porque o remendo novo arranca parte do velho e o rasgão fica maior.
E ninguém deita vinho novo em odres velhos porque o vinho acaba por romper os odres e perdem-se o vinho e os odres. Para vinho novo, odres novos».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino
A Santíssima Trindade e as suas obras, livro 42, sobre Isaías, 2, 26
«O esposo está com eles»
«Com grande alegria rejubilo no Senhor e o meu coração exulta no Senhor Deus.» (Is 61,10). [...] A vinda, a presença do Senhor de que fala o profeta neste versículo é o beijo que deseja a esposa do Cântico dos Cânticos quando diz: «Ah! Beija-me com ósculos da tua boca!» (Cant 1,2). E esta esposa fiel é a Igreja: nasceu dos patriarcas, noivou em Moisés e nos profetas e, com o desejo ardente do seu coração, suspira pela vinda do seu Bem-Amado. [...] Cheia de alegria, agora que recebeu este beijo, exclama na sua felicidade: «Exulto de alegria no Senhor!»
Participando nesta alegria, João Baptista, o ilustre «amigo do Esposo», o confidente dos segredos do Esposo e da esposa, o testemunho do seu amor mútuo, declara: «Quem tem a esposa é o esposo (Jesus Cristo) e o amigo do esposo (João Baptista), que o acompanha e escuta, alegra-se sobremaneira, ouvindo a voz do esposo. Essa é a minha alegria que agora é completa» (Jo 3,29). Aquele que foi o precursor do Esposo no seu nascimento e que o foi também da sua Paixão, quando desceu aos infernos, anunciou a Boa Nova à Igreja que se encontrava à espera. [...]
Por conseguinte, este versículo ajusta-se completamente à Igreja jubilosa que, na mansão dos mortos, se apressa a ir ao encontro do Esposo: «Com grande alegria rejubilei no Senhor e o meu coração exulta no Senhor Deus.» E qual é a causa da minha alegria? Qual é o motivo do meu júbilo? «Porque me revestiu com a roupagem da salvação e me cobriu com o manto da justiça» (Is 61,10). Em Adão, tinha sido despida, tinha tido de juntar folhas de figueira para esconder a minha nudez; miseravelmente coberta de túnicas de pele, fui expulsa do paraíso (Gn 3,7.21). Mas hoje, o Senhor Deus converteu as folhas na roupagem da salvação. Pela sua Paixão, ele revestiu-me com uma primeira roupa, a do baptismo e da remissão dos pecados e, no lugar da túnica de peles da mortalidade, envolveu-me numa segunda roupa, a da ressurreição e da imortalidade.

Terça-feira, dia 19 de Janeiro de 2016

Terça-feira da 2ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Beatos Tiago Sales, presbítero, e Guilherme Saultemouche, religioso, mártires da Eucaristia, +1593, Beatos José Imbert, João-Nicolau Cordier,Tiago Bonnaud e companheiros, mártires da Revolução Francesa (séc. XVIII), S. Canuto, rei, m., +1086, Santos Mário, Marta e filhos, mm., +270

Livro de 1º Samuel 16,1-13.
Naqueles dias, O Senhor disse a Samuel: «Até quando chorarás por Saul, tendo-o Eu rejeitado para que não reine mais sobre Israel? Enche a âmbula de óleo e parte. Vou enviar-te a Jessé de Belém porque escolhi um rei entre os seus filhos».
Samuel respondeu: «Como poderei ir? Se Saul o souber, mandará matar-me». O Senhor disse-lhe: «Levarás contigo uma novilha e dirás: ‘Vim oferecer um sacrifício ao Senhor’.
Convidarás Jessé para o sacrifício e Eu te mostrarei o que hás-de fazer: ungir-Me-ás aquele que Eu te indicar».
Samuel fez o que o Senhor lhe tinha dito e tomou o caminho de Belém. Os anciãos da cidade saíram alvoroçados ao seu encontro e perguntaram-lhe: «Vidente, é por bem a tua vinda?».
Ele respondeu: «Sim, é por bem. Vim oferecer um sacrifício ao Senhor. Purificai-vos e vinde comigo ao sacrifício». Samuel purificou Jessé e os seus filhos e convidou-os para o sacrifício.
Quando eles chegaram, Samuel viu Eliab e pensou consigo: «Certamente é este o ungido do Senhor».
Mas o Senhor disse a Samuel: «Não te impressiones com o seu belo aspecto nem com a sua elevada estatura porque não foi esse que Eu escolhi. Deus não vê como o homem: o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração».
Jessé chamou Aminabad e conduziu-o à presença de Samuel. Mas Samuel disse: «Também não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé trouxe Samá e Samuel disse: «Ainda não foi este que o Senhor escolheu».
Jessé fez assim passar os sete filhos diante de Samuel, mas Samuel declarou-lhe: «O Senhor não escolheu nenhum destes».
E perguntou a Jessé: «Estão aqui todos os teus filhos?». Jessé respondeu-lhe: «Falta ainda o mais novo que anda a guardar o rebanho». Samuel ordenou: «Manda-o chamar porque não nos sentaremos à mesa, enquanto ele não chegar».
Então Jessé mandou-o chamar: era ruivo, de belos olhos e agradável presença. O Senhor disse a Samuel: «Levanta-te e unge-o porque é ele mesmo».
Samuel pegou na âmbula do óleo e ungiu-o na presença dos irmãos. Daquele dia em diante, o Espírito do Senhor apoderou-Se de David. Então Samuel pôs-se a caminho e regressou a Ramá.
Livro de Salmos 89(88),20.21-22.27-28.
Falastes outrora aos vossos fiéis
e numa visão lhes dissestes:
«Impus uma coroa a um herói,
exaltei um eleito de entre o meu povo.

Encontrei a David, meu servo,
ungi-o com óleo santo.
Estarei sempre a seu lado
e com a minha força o sustentarei.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito,
o mais alto entre os reis da Terra.

Evangelho segundo S. Marcos 2,23-28.
Passava Jesus Cristo através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus Cristo: «Nunca lestes o que fez David quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição que só os sacerdotes podiam comer e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho (do homem) é também Senhor do sábado».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Exortação apostólica Sacramentum caritatis, 74 (trad © Libreria Editrice Vaticana)
«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado»
É particularmente urgente no nosso tempo lembrar que o dia do Senhor é também o dia de repouso do trabalho. Desejamos vivamente que isto mesmo seja reconhecido também pela sociedade civil, de modo que se possa ficar livre das obrigações laborais sem ser penalizado por isso. De facto, os cristãos — não sem relação com o significado do sábado na tradição hebraica — viram no dia do Senhor também o dia de repouso da fadiga quotidiana. Isto possui um significado bem preciso, ou seja, constitui uma relativização do trabalho que tem por finalidade o homem: o trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho.
É fácil intuir a tutela que isto oferece ao próprio homem, ficando assim emancipado duma possível forma de escravidão. Como já tive ocasião de afirmar, o trabalho reveste uma importância primária para a realização do homem e o progresso da sociedade; por isso torna-se necessário que aquele seja sempre organizado e realizado no pleno respeito da dignidade humana e ao serviço do bem comum. Ao mesmo tempo, é indispensável que o homem não se deixe escravizar pelo trabalho, que não o idolatre, pretendendo achar nele o sentido último e definitivo da vida. É no dia consagrado a Deus que o homem compreende o sentido da sua existência e também do trabalho.

Quarta-feira, dia 20 de Janeiro de 2016

Quarta-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Fabião (ou Fabiano), p., m., +250, S. Sebastião, m., +288

Livro de 1º Samuel 17,32-33.37.40-51.
Naqueles dias, David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime por causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu».
Mas Saul respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o combateres porque não passas de um rapazinho, ao passo que ele é homem de guerra desde a sua juventude».
David respondeu a Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das mãos desse filisteu». Então Saul disse a David: «Vai e que o Senhor esteja contigo».
David tomou o seu cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas e meteu-as no seu surrão de pastor. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu.
O filisteu foi-se aproximando pouco a pouco de David, levando à frente o seu escudeiro.
Quando olhou e viu David, desprezou-o porque era um rapaz novo; era loiro e de bela aparência.
Disse então a David: «Sou porventura algum cão para vires contra mim de pau na mão?» E amaldiçoou David em nome dos seus deuses.
E acrescentou: «Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais do campo».
Mas David respondeu ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada, lança e azagaia e eu vou contra ti em nome do Senhor do Universo, o Deus dos exércitos de Israel, que tu desafiaste.
O Senhor vai entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te cortarei a cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos filisteus às aves do céu e aos animais selvagens. Então saberá toda a Terra que há um Deus em Israel
e toda a gente há-de ver que não é pela espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é do Senhor e Ele vos entregará em nossas mãos».
Quando o filisteu avançou e veio ao encontro de David também este correu velozmente contra o filisteu.
Meteu a mão no surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e atingiu o filisteu na fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu de bruços no chão.
Foi assim, com uma funda e uma pedra, que David triunfou do filisteu e o feriu mortalmente sem ter uma espada na mão.
David correu para o filisteu e parou junto dele, tirou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Ao verem morto o seu herói, os filisteus puseram-se em fuga.
Livro de Salmos 144(143),1.2.9-10.
Bendito seja o Senhor, o meu refúgio,
que adestra as minhas mãos para a luta
e os meus dedos para o combate.
O Senhor é meu amparo e minha cidadela,

meu baluarte e meu libertador.
O Senhor é meu escudo e meu abrigo:
Ele submete os povos ao meu poder.
Vou cantar-Vos, Senhor Deus, um cântico novo,

vou celebrar-Vos ao som da harpa,
a Vós que dais aos reis a vitória
e salvastes David, vosso servo.


Evangelho segundo S. Marcos 3,1-6.
Jesus Cristo entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada.
Os fariseus observavam Jesus Cristo para verem se Ele ia curá-lo ao sábado e poderem assim acusá-l’O.
Jesus Cristo disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio».
Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados.
Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada.
Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Tratado sobre o salmo 91,3,4-5,7
«Será permitido ao sábado fazer bem [...], salvar a vida?»
O Senhor trabalha no dia de sábado? Com certeza, de outra forma o céu desaparecia, a luz do sol apagava-se, a terra perdia consistência, todos os frutos perdiam a seiva e a vida do homem perecia se, por causa do sábado, a força construtiva do universo deixasse de agir. Mas, de facto, não há qualquer interrupção; durante o sábado, tal como nos seis outros dias, os elementos do universo continuam a cumprir a sua função. Através deles, o Pai trabalha, pois todo o tempo, actuando através do Filho que nasceu dele e por quem tudo isto é obra sua. [...] Pelo Filho, a acção do Pai prossegue no dia de sábado. Por consequência não há repouso em Deus, pois que nenhum dia vê cessar a obra de Deus.
É assim a acção de Deus. Mas então em que consiste o seu repouso? A obra de Deus é a obra de Jesus Cristo. E o repouso de Deus é Deus, é Cristo, pois tudo o que pertence a Deus está verdadeiramente em Jesus Cristo, a tal ponto que o Pai pode descansar nele.

Quinta-feira, dia 21 de Janeiro de 2016

Quinta-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Inês, v. m., +304

Livro de 1º Samuel 18,6-9.19,1-7.
Naqueles dias, quando David regressava, depois de ter matado o filisteu, saíram as mulheres de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul, a cantar e a dançar alegremente ao som de sistros e tamborins.
Iam dançando e cantando em coro: «Saul matou mil, David matou dez mil».
Saul ficou muito irritado. Levou a mal estas palavras e exclamou: «Dão dez mil a David e a mim apenas mil. Só lhe falta ser rei».
E a partir desse dia, Saul começou a ver David com maus olhos.
Falou então a seu filho Jónatas e a todos os seus oficiais em dar a morte a David. Mas Jónatas, filho de Saul, era muito amigo de David
e foi preveni-lo, dizendo-lhe: «Saul, meu pai quer matar-te. Toma cuidado; amanhã cedo procura fugir e esconde-te em lugar seguro.
Eu sairei e estarei junto de meu pai, no campo onde estiveres, e então lhe falarei em teu favor. Verei o que se passa e depois te avisarei».
Jónatas falou em favor de David a seu pai, dizendo-lhe: «Não queira o rei fazer mal ao seu servo David. Ele não te fez nenhum mal; pelo contrário, tudo o que ele fez foi muito vantajoso para ti.
Arriscou a vida e matou o filisteu e o Senhor deu assim uma grande vitória a Israel. Tu próprio o viste e ficaste contente. Porque irias pecar, derramando sangue inocente ao dares a morte a David sem razão?».
Saul atendeu às palavras de Jónatas e fez este juramento: «Tão certo como o Senhor estar vivo, David não morrerá».
Então Jónatas falou a David, referindo-lhe as palavras do rei. Depois trouxe David para junto de Saul e David continuou ao serviço do rei como antes.
Livro de Salmos 56(55),2-3.9-10ab.10c-11.12-13.
Compadecei-Vos de mim, Senhor,
porque os homens me calcam aos pés
e lutam sem descanso para me oprimir.
Os meus inimigos esmagam-me sem tréguas

são tantos, ó Altíssimo, os que me fazem guerra.
Vós contastes os passos da minha vida errante
e recolhestes as minhas lágrimas.
Recuarão os meus inimigos,

no dia em que eu Vos invocar.
Bem sei que Deus está por mim
e eu enalteço a palavra de Deus,
enalteço a promessa do Senhor.

Em Deus confio e nada temo:
que poderão fazer-me os homens?
Meu Deus, hei-de cumprir as minhas promessas,
oferecer-Vos-ei sacrifícios de acção de graças.


Evangelho segundo S. Marcos 3,7-12.
Naquele tempo, Jesus Cristo retirou-Se com os seus discípulos a caminho do mar e acompanhou-O uma numerosa multidão que tinha vindo da Galileia.
Também da Judeia e de Jerusalém, da Idumeia e da Transjordânia e dos arredores de Tiro e de Sidónia, veio ter com Jesus Cristo uma grande multidão por ouvir contar tudo o que Ele fazia.
Disse então aos seus discípulos que Lhe preparassem uma barca para que a multidão não O apertasse.
Como tinha curado muita gente, todos os que sofriam de algum padecimento corriam para Ele, a fim de Lhe tocarem.
Os espíritos impuros, quando viam Jesus Cristo, caíam a seus pés e gritavam: «Tu és o Filho de Deus».
Ele, porém proibia-lhes severamente que o dessem a conhecer.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Demonstração da pregação apostólica, 92-95
Acompanhou-O uma numerosa multidão que tinha vindo da Galileia.
O próprio Verbo, a Palavra de Deus, diz pela boca do Profeta Isaías que Ele tinha de Se manifestar no meio de nós - com efeito, o Filho (de Deus) fez-Se filho de homem (o Filho tem a imagem de homem celeste; é o primogénito de todos os homens celestes) - e de Se deixar conhecer por nós, que anteriormente O não conhecíamos: «Eu estava à disposição dos que me consultavam, saía ao encontro dos que não me buscavam. Dizia: "Eis-me aqui, eis-me aqui" a um povo que não invocava o meu nome» (Is 65,1). [...] É também este o sentido daquelas palavras de João Baptista: «Deus pode suscitar destas pedras, filhos de Abraão» (Mt 3,9). De facto, depois de terem sido arrancados pela fé ao culto das pedras, os nossos corações sentem Deus e tornam-se filhos de Abraão que foi justificado pela fé. [...]
O Verbo de Deus incarnou e habitou entre nós como afirma São João (Jo 1,14), seu discípulo. Graças a Ele, o coração dos pagãos foi transformado por esta nova vocação e a Igreja dá muitos frutos naqueles que se salvam; e já não é um intercessor como Moisés nem um mensageiro como Elias, mas o próprio Senhor que nos salva, dando à Igreja mais filhos do que os anciãos davam à sinagoga como havia previsto Isaías ao dizer: «Regozija-te, estéril, que não tinhas filhos» (Is 54,1; Gal 4,27). [...] Deus tem a sua felicidade na concessão da sua herança às nações insensatas, àquelas que não pertencem à cidade de Deus. Agora, pois que, graças a este apelo, a vida nos foi dada, e que em nós Deus levou à plenitude a fé de Abraão, não podemos voltar para trás, ou seja, não podemos regressar à primeira legislação porque recebemos o Senhor da Lei, o Filho (de Deus), e pela fé nele aprendemos a amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos.

Sexta-feira, dia 22 de Janeiro de 2016

Sexta-feira da 2ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, Saul tomou consigo três mil homens escolhidos de todo o Israel e foi à procura de David e da sua gente, junto ao Rochedo-dos-Cabritos-Monteses.
Chegou a uns currais de ovelhas que se encontravam à beira do caminho e entrou numa gruta para satisfazer uma necessidade. David e os seus homens estavam sentados ao fundo da gruta.
Os seus homens disseram-lhe: «Hoje é o dia em que o Senhor te diz: ‘Entrego-te nas mãos o teu inimigo: faz dele o que quiseres’». David levantou-se e, sem ser pressentido, cortou um pedaço da orla do manto de Saul.
Mas depois, David sentiu o coração a bater forte por ter cortado um pedaço da orla do manto de Saul.
Disse então aos seus homens: «O Senhor me livre de fazer ao meu soberano uma coisa dessas, de levantar a mão contra ele porque é o ungido do Senhor».
Com estas palavras, David conteve os seus homens e não os deixou atacar Saul. Saul abandonou a gruta e seguiu o seu caminho.
Então David levantou-se, saiu da gruta e gritou a Saul: «Senhor, meu rei!». Saul olhou para trás e David inclinou a face até ao chão e prostrou-se.
Depois David falou a Saul: «Porque dás ouvidos àqueles que te dizem: ‘David quer fazer-te mal’?
Hoje viste com os teus próprios olhos como o Senhor te entregou em minhas mãos, dentro da gruta e como eu te poupei, recusando matar-te. Eu disse: Não levantarei a mão contra o meu soberano porque ele é o ungido do Senhor.
Meu pai, vê na minha mão um pedaço do teu manto. Se cortei a orla do teu manto e não te matei, deves reconhecer que em mim não há maldade nem traição. Enquanto atentas contra mim para me tirares a vida, eu não pratiquei qualquer falta contra ti.
O Senhor seja nosso juiz, Ele me faça justiça contra ti; mas eu não porei em ti as minhas mãos.
Como diz o antigo ditado: ‘Dos maus vem a maldade’; por isso não porei em ti as minhas mãos.
Contra quem se pôs em campo o rei de Israel? Quem é que tu persegues? Um cão morto? Uma pulga?
Seja o Senhor o juiz e decida entre nós; Ele examine e defenda a minha causa, me faça justiça e me livre das tuas mãos».
Quando David acabou de dizer estas palavras, Saul perguntou: «És realmente tu que estás a falar, meu filho David?». E em altos brados, começou a chorar.
Depois disse a David: «Tu és mais justo do que eu porque me tens feito bem e eu tenho-te feito mal.
Hoje mostraste a tua bondade para comigo, pois o Senhor entregou-me nas tuas mãos e tu não me quiseste matar.
Quando um homem encontra o seu inimigo, porventura o deixa seguir em paz o seu caminho? O Senhor te recompense pelo bem que hoje me fizeste.
Agora sei que certamente serás rei e que o poder real em Israel ficará consolidado em tuas mãos».
Livro de Salmos 57(56),2.3-4.6.11.
Tende piedade de mim, ó Deus, tende piedade
porque em Vós eu procuro refúgio
e me abrigo à sombra das vossas asas
até que passe a tormenta.

Clamo ao Deus Altíssimo,
a Deus que me enche de benefícios.
Do Céu me enviará a salvação,
Deus me enviará a sua bondade e fidelidade.

Senhor Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza
e sobre a Terra fazei brilhar a vossa glória
porque aos céus se eleva a vossa bondade
e até às nuvens a vossa fidelidade.


Evangelho segundo S. Marcos 3,13-19.
Naquele tempo, Jesus Cristo subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles que entendeu e eles aproximaram-se.
Escolheu doze para andarem com Ele e para os enviar a pregar
com poder de expulsar demónios.
Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»;
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananeu
e Judas Iscariotes que depois O traiu.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Carta a Diogneto (c. 200)
XI
«Para os enviar a pregar»
Não digo nada de estranho, não procuro o paradoxo, mas, dócil ao ensino dos apóstolos, quero também eu ensinar as nações. Quero transmitir exactamente a tradição aos que quiserem também tornar-se discípulos da Verdade. Quem [...] não se apressaria a aprender tudo o que o Verbo de Deus claramente ensinou aos seus discípulos? Porque, ao manifestar-Se, esse Verbo que não foi compreendido pelos que não acreditaram nele, manifestou a verdade aos seus discípulos; exprimindo-Se abertamente, disse tudo aos seus discípulos. Reconheceu-os como seus fiéis e eles receberam o conhecimento dos mistérios do Pai.
Foi para isso que o Verbo foi enviado ao mundo. E para ser manifestado ao mundo inteiro [...], foi proclamado pelos apóstolos para que as nações acreditassem nele. Ele que era desde o princípio (Jo 1,1), manifestou-Se na novidade e os discípulos reconheceram-No pela antiguidade. Ele renasce sempre jovem no coração dos santos. [...] Por Ele, a Igreja é cumulada de riquezas; a graça desabrocha, multiplicando-se nos santos, conferindo a inteligência da fé, revelando os mistérios do Pai, fazendo compreender os tempos. [...] Ela oferece-se aos que a procuram, respeitando as regras da fé e guardando fielmente a tradição dos Padres da Igreja.
Eis que o temor da Lei é cantado; eis que a graça dos profetas é reconhecida, a fé dos Evangelhos reforçada, a tradição dos apóstolos conservada; a graça da Igreja exulta de alegria. Não contristeis esta graça; assim conhecereis os segredos que o Verbo de Deus revela por quem quer, quando Lhe apraz. Aproximai-vos, escutai e sabereis tudo o que Deus confia aos que O amam de verdade.

Sábado, dia 23 de Janeiro de 2016

Sábado da 2ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Beata Josefa Maria de Benigánim, virgem, +1696, S. João Esmoler, b., +616, Santo Ildefonso, b., +667

Livro de 2º Samuel 1,1-4.11-12.19.23-27.
Naqueles dias, David, ao voltar da vitória sobre os amalecitas, ficou dois dias em Siclag.
Ao terceiro dia, chegou um homem que vinha do acampamento de Saul: trazia as vestes rasgadas e a cabeça coberta de poeira. Ao chegar à presença de David, prostrou-se por terra em profunda reverência.
David perguntou-lhe: «De onde vens?». Ele respondeu: «Escapei-me do acampamento de Israel».
Disse David: «Que aconteceu? Conta-me tudo». O homem respondeu: «O exército fugiu do campo de batalha, muitos homens tombaram e o próprio Saul e seu filho Jónatas também pereceram».
Então David agarrou as suas vestes e rasgou-as e o mesmo fizeram todos os que estavam com ele.
Depois lamentaram-se, choraram e jejuaram até à tarde por Saul e seu filho Jónatas, pelo povo do Senhor e pela casa de Israel porque tinham sucumbido ao fio da espada.
E David exclamou: «Como pereceram nos altos montes os que eram o teu esplendor, Israel! Como sucumbiram os heróis!
Saul e Jónatas, tão amados e queridos, nem na vida nem na morte foram separados. Eram mais velozes do que as águias, mais valentes do que os leões.
Filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestiu de púrpura e linho e enfeitava de ouro os vossos vestidos.
Como sucumbiram os heróis no combate! Como pereceu Jónatas nos altos montes!
Choro por ti, Jónatas, meu irmão. Eras o meu melhor amigo e para mim a tua amizade era mais maravilhosa que o amor de uma mulher.
Como sucumbiram os heróis, como pereceram estes valentes guerreiros!».
Livro de Salmos 80(79),2-3.5-7.
Pastor de Israel, escutai,
Vós que conduzis José como um rebanho.
Vós que estais sobre os Querubins, aparecei
à frente de Efraim, Benjamim e Manassés.

Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.
Senhor, Deus do universo, até quando ardereis em cólera,
apesar da oração do vosso povo?

Destes-nos a comer o pão das lágrimas
e a beber copioso pranto.
Fizestes de nós objecto de contenda entre vizinhos
e os inimigos zombam de nós.


Evangelho segundo S. Marcos 3,20-21.
Naquele tempo, Jesus Cristo chegou a casa (a sua casa) com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente que eles nem sequer podiam comer.
Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Opúsculo para a festa do Corpo de Cristo
Jesus dá-Se inteiramente; Ele dá-Se a Si próprio a comer
O Filho primogénito de Deus, querendo fazer-nos participar da sua divindade, tomou a nossa natureza a fim de divinizar os homens, Ele que Se fez homem. Por outro lado, o que tomou de nós, deu-no-lo inteiramente para a nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz, ofereceu o seu corpo em sacrifício a Deus Pai a fim de nos reconciliar com Ele e derramou o seu sangue para ser, ao mesmo tempo, nosso resgate e nosso baptismo: resgatados de uma lamentável escravidão, seríamos assim purificados de todos os nossos pecados.
E para que guardemos sempre a memória de tão grande benefício, deixou aos fiéis o seu corpo a comer e o seu sangue a beber, sob o aspecto externo de pão e de vinho. [...] Haverá coisa mais preciosa do que este banquete, onde já não se nos propõe, como na antiga Lei, que comamos a carne dos veados e dos cabritos, mas o próprio Jesus Cristo por antítese com a prática anterior? Haverá coisa mais admirável do que este sacramento? [...] Ninguém é capaz de exprimir as delícias deste sacramento, dado que nele se prova a doçura espiritual na sua fonte e nele se celebra a memória deste amor inultrapassável que Jesus Cristo demonstrou na sua Paixão.
Ele queria que a imensidão deste amor se gravasse profundamente no coração dos fiéis. Foi por isso que na última Ceia, depois de ter celebrado a Páscoa com os seus discípulos, quando ia passar deste mundo para o Pai, instituiu este sacramento como memorial perpétuo da sua Paixão, cumprimento das antigas prefigurações e maior de todos os seus milagres, deixando este sacramento como incomparável conforto àqueles a quem a sua ausência encheria de tristeza.
©



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1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv           http://www.youtube.com/watch?v=NtaRei5qj9M&feature=youtu.be
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia

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