"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 22 de Maio de 2016
SANTÍSSIMA TRINIDADE -
solenidade - Ano C
Eis o que diz a Sabedoria
de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua actividade, antes das suas
obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da Terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha
sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido;
ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos nem os primeiros elementos
do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente; quando traçava sobre o
abismo a linha do horizonte,
quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos
abismos,
quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o
seu termo, quando lançava os fundamentos da Terra,
eu estava a seu lado como arquitecto, cheia de júbilo, dia após dia,
deleitando-me continuamente na sua presença.
Deleitava-me sobre a face da Terra e as minhas delícias eram estar com os
filhos dos homens».
Livro de Salmos
8,4-5.6-7.8-9.
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o Filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés:
Ovelhas e bois, todos os rebanhos
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.
Carta aos Romanos 5,1-5.
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos
gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações porque sabemos que a tribulação
produz a constância,
a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança.
Ora a esperança não engana porque o amor de Deus foi derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Evangelho segundo S.
João 16,12-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tenho
ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da Verdade,
Ele vos guiará para a verdade plena porque não falará de Si mesmo, mas dirá
tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há-de vir.
Ele Me glorificará porque receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem, é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu
e vos há-de anunciá-lo».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 261-267
«Um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas
na trindade de uma só natureza» (Prefácio)
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério
central da fé e da vida cristã. Só Deus pode dar-nos conhecimento dele,
revelando o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Incarnação do Filho (de Deus)
revela que Deus é o Pai eterno e que o Filho é consubstancial ao Pai. A
missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho «de
junto do Pai» (Jo 15,26) revela que Ele «com o Pai e o Filho é adorado e
glorificado» (Credo). [...]
Pela graça do Baptismo «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», (Mt
28,19), somos chamados a participar na vida da Trindade bem-aventurada; para
já, na obscuridade da fé e depois da morte na luz eterna.
«A fé católica é esta: venerarmos um só Deus e a Trindade e a Trindade na
unidade, sem confundir as Pessoas nem dividir a substância: porque uma é a
Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas do Pai e do
Filho e do Espírito Santo é igual a glória e coeterna a majestade» (Quicumque).
Inseparáveis no que são, as pessoas divinas são também inseparáveis no que
fazem. Mas, na operação divina única, cada uma manifesta o que Lhe é próprio
na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Incarnação do Filho e do dom do
Espírito Santo.
Segunda-feira,
dia 23 de Maio de 2016
Segunda-feira da 8.ª
semana do Tempo Comum
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que, na
sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus
Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva,
para uma herança que não se corrompe nem se mancha nem desaparece. Esta
herança está reservada nos Céus para vós
que, pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos
últimos tempos.
Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco
tempo, passar por diversas provações,
para que a prova a que é submetida a vossa fé – muito mais preciosa que o ouro perecível que se prova
pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se
manifestar.
Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E
isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa
porque conseguis o fim da vossa fé: a vossa salvação.
Livro de Salmos
111(110),1-2.5-6.9.10c.
Louvarei o Senhor de todo o coração,
no Conselho dos Justos e na assembleia.
Grandes são as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.
Deu sustento àqueles que O adoram
e jamais esquecerá a sua aliança.
Fez ver ao seu povo as suas obras
para lhe dar a herança das nações.
Enviou a redenção ao seu povo,
firmou com ele uma aliança eterna.
Santo e venerável é o seu nome;
o louvor do Senhor permanece eternamente.
Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.
Naquele tempo, ia Jesus Cristo pôr-Se a caminho quando um
homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom
Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus Cristo respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: ‘Não
mates; não cometas adultério;
não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’».
O homem disse a Jesus Cristo: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde
a juventude».
Jesus Cristo olhou para ele com simpatia e respondeu (no sentido de ser santo, um mundo com maior
exigência): «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos
pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso
porque era muito rico.
Então Jesus Cristo, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será
difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus Cristo
afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de
Deus!
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico
entrar no reino de Deus».
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então
salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus Cristo respondeu: «Aos homens é impossível,
mas não a Deus porque a Deus tudo
é possível» (ninguém duvide disto!).
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio (c. 330-379),
monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278
«Ao ouvir estas palavras, [...] retirou-se pesaroso.»
O caso do
jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que,
pretendendo visitar uma cidade, ao aproximar-se das suas muralhas, depara
com uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos
que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da viagem e acaba
por não ir visitar as belezas da dita cidade. Assim são os que cumprem os
mandamentos, mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens.
Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo
de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes
servem as outras virtudes?
Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil passar um camelo
pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». São palavras
claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar
por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?»
exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não
tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que
está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas
leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.
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Terça-feira,
dia 24 de Maio de 2016
Terça-feira da 8.ª
semana do Tempo Comum
Caríssimos: A salvação foi objecto das investigações e
meditações dos Profetas que predisseram a graça a vós destinada.
Procuravam descobrir a que tempo e circunstâncias se referia o Espírito
de Jesus Cristo que estava neles quando predizia os sofrimentos de Jesus Cristo
e as glórias que se lhes haviam de seguir.
Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós, que no seu
ministério transmitiam essa mensagem. É essa mensagem que agora vos
anunciam aqueles que, movidos pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos
pregam o Evangelho, o qual os próprios Anjos desejam contemplar.
Por isso, tende o vosso espírito alerta e sede vigilantes; ponde toda a
vossa esperança na graça que vos será concedida quando Jesus Cristo Se
manifestar.
Como filhos obedientes, não vos conformeis com os desejos de outrora
quando vivíeis na ignorância.
Mas, à semelhança do Deus santo que vos chamou, sede santos, vós também,
em todas as vossas acções,
como está escrito: «Sede santos porque Eu sou santo».
Livro de Salmos
98(97),1.2-3ab.3c-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da Terra puderam ver
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Evangelho segundo S. Marcos 10,28-31.
Naquele tempo, Pedro começou a dizer a Jesus Cristo: «Vê como
nós deixámos tudo para Te seguir».
Jesus Cristo respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver
deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa
e por causa do Evangelho,
receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães,
filhos e terras, juntamente com perseguições e, no mundo futuro, a vida eterna.
Muitos dos primeiros (cristãos)serão os últimos (porque a sua imperfeição
era muita e muito havia ainda para ser revelado) e muitos dos últimos
serão os primeiros (mais importantes porque mais esclarecidos)».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Tomás de Celano (c. 1190-c.
1260), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara
Vida de Santa Clara, §§ 25-28
Deixar tudo para O seguir
Havia já
quarenta anos que Clara, segundo a comparação utilizada por São Paulo
(1Cor 9,24), corria no estádio da grande pobreza, aproximando-se da
meta da sua vocação celeste e da recompensa prometida ao vencedor.
[...] A Divina Providência apressava-Se a cumprir o que havia previsto
para Clara: Jesus Cristo queria introduzir a pobrezinha no seu palácio
real no termo da sua peregrinação. Quanto a ela, aspirava com todo o
arrebatamento do seu desejo [...] contemplar, reinando no alto em toda
a sua glória, Jesus Cristo que imitara na Terra na sua pobreza. [...]
Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...]
Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda
a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele
que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um
amor terno como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu
que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia e Clara
respondeu: «À minha alma abençoada.» O seu guia para o caminho não
estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas,
perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]
Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para
ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns
neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em
troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino
dos Céus, onde está revestida com as vestes da glória eterna.
Quarta-feira,
dia 25 de Maio de 2016
Quarta-feira da
8.ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Santa
Maria Madalena de Pazzi, virgem, +1607, S.
Beda, o Venerável, Doutor da Igreja, +735, S.
Gregório VII, papa, +1085
1ª Carta de S. Pedro 1,18-25.
Caríssimos:
Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e ouro, que
fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais,
mas pelo sangue precioso de Jesus Cristo, Cordeiro sem defeito e sem
mancha,
predestinado antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos
por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a
glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.
Obedecendo à verdade,
purificastes as vossas almas para vos amardes sinceramente como irmãos.
Amai-vos intensamente uns aos outros de todo o coração
porque vós renascestes, não de uma semente corruptível, mas
incorruptível, que é a palavra de Deus, viva e eterna.
Na verdade, «todo o ser mortal é como a erva e todo o seu esplendor
como a flor da erva. A erva seca e a flor cai;
mas a palavra do Senhor permanece eternamente». Esta é a palavra que
vos foi anunciada.
Livro de Salmos
147,12-13.14-15.19-20.
Glorifica,
Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos.
Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à Terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem.
Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos.
Evangelho segundo S. Marcos 10,32-45.
Naquele tempo,
Jesus Cristo e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus Cristo
ia à sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os
acompanhavam iam com medo. Jesus Cristo tomou então novamente os Doze
consigo e começou a dizer-lhes o que Lhe ia acontecer:
«Vede que subimos para Jerusalém e o Filho (do homem) será entregue aos
príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l’O à morte e
entregá-l’O aos gentios;
hão-de escarnecê-l’O, cuspir-Lhe, açoitá-l’O e dar-Lhe a morte. Mas ao
terceiro dia ressuscitará».
Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus Cristo e
disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos
pedir».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?».
Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à
tua direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice
que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?».
Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus Cristo disse-lhes:
«Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo
com que Eu vou ser baptizado.
Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim
concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado».
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e
João.
Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são
considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os
grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será
vosso servidor
e quem quiser entre vós ser o primeiro, será servidor de todos (assim é
o universo de Deus, a democracia; o universo das trevas, da morte e
destruição, do Espírito Universal é o oposto: domínio/servidão,
ateísmo, egoísmo, poder/miséria,…)
porque o Filho (do homem) não veio para ser servido, mas para servir e
dar a vida pela redenção de todos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Efrém (c. 306-373),
diácono da Síria, doutor da Igreja
Comentário ao Diatessaron, 20, 2-7
«O Filho do homem veio [...] para dar a vida»
«Se for
possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39). Porque dizes como
Simão Pedro: «Deus Te livre de tal, Senhor!» (Mt 16,22), Tu que agora
dizes: «Se for possível, afasta de Mim este cálice»? Ele sabia bem
aquilo que dizia ao Pai - que era possível o Pai afastar o cálice - mas
viera bebê-lo por todos, a fim de pagar com esse cálice a dívida que a
morte dos profetas e dos mártires não pudera pagar. [...] Aquele que
havia descrito a sua condenação à morte nos profetas e que havia
prefigurado o mistério da sua morte pelos justos, quando chegou a
altura de consumar essa morte, não Se recusou a beber o cálice. Se não
tivesse querido bebê-lo, mas antes afastá-lo, não teria comparado o seu
corpo com o Templo nesta frase: «Destruí este Templo e em três dias Eu
o reconstruirei» (Jo 2,19) nem teria dito aos filhos de Zebedeu:
«Podeis beber o cálice que Eu vou beber?» e ainda: «Tenho de receber um
baptismo» (Lc 12,50). [...]
«Se for possível, afasta de Mim este cálice.» Ele diz isto por causa da
fraqueza que adoptara, não fingida mas real. Uma vez que Se fizera
pequeno e tinha de facto adoptado a nossa fraqueza, temia e sentia-Se
abalado na sua fraqueza. Tendo revestido a forma humana, tendo adoptado
a fraqueza, comendo quando tinha fome, cansando-Se com o trabalho,
deixando-Se vencer pelo sono, tudo o que estava relacionado com a carne
tinha de ser cumprido quando chegou a altura da sua morte. [...]
Para trazer, pela sua Paixão, conforto aos seus discípulos, Jesus Cristo
sente o que eles sentem: tomou sobre Si o medo deles para lhes mostrar,
pela semelhança da sua alma, que não devem vangloriar-se a propósito da
morte antes de terem passado por ela. Se, com efeito, Aquele que nada
teme sentiu medo e pediu para ser salvo quando sabia que tal era
impossível, quanto mais devem os outros perseverar na oração perante a
tentação, a fim de serem dela libertados quando se apresentar. [...]
Para dar coragem aos que temem a morte, Ele não escondeu o seu próprio
receio, para que eles saibam que este medo não os leva ao pecado desde
que não permaneçam nele. «Não, Pai», diz Jesus Cristo, «mas que seja
feita a tua vontade»: que Eu morra para dar a vida à multidão.
Quinta-feira, dia 26 de Maio de 2016
SANTISSIMO
CORPO E SANGUE DE CRISTO - Solenidade - Ano C
Melquisedec, rei
de Salém, trouxe pão e vinho e, como era sacerdote do Deus Altíssimo,
abençoou Abrão, dizendo: «Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo que
criou os céus e a Terra!
Bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas
mãos!» E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
Livro de
Salmos 110(109),1.2.3.4.
Disse o Senhor ao
meu Senhor:
"Senta-te à minha direita,
até que Eu faça de teus inimigos
escabelo de teus pés.
O Senhor estenderá de Sião
o ceptro do teu poder
e tu dominarás no meio dos teus inimigos.
A ti pertence a realeza desde o dia em que nasceste
nos esplendores da santidade,
antes da aurora, como orvalho, Eu te gerei".
O Senhor jurou e não Se
arrependerá:
"Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec".
1.ª Carta aos Coríntios 11,23-26.
Irmãos: Eu recebi
do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo, na noite
em que ia ser entregue, tomou o pão
e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por
vós. Fazei isto em memória de Mim».
Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é
a nova aliança no meu
Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim».
Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste
cálice, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha.
Evangelho
segundo S. Lucas 9,11b-17.
Mas as multidões
que tal souberam, seguiram-no. Jesus Cristo acolheu-as e pôs-se a
falar-lhes do Reino de Deus, curando os que necessitavam.
Ora o dia começava a declinar. Os Doze aproximaram-se e disseram-lhe:
«Despede a multidão para que, indo pelas aldeias e campos em redor,
encontre alimento e onde pernoitar, pois aqui estamos num lugar
deserto.»
Disse-lhes Ele: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Retorquiram: «Só
temos cinco pães e dois peixes; a não ser que vamos nós mesmos
comprar comida para todo este povo!»
Eram cerca de cinco mil homens (sem contar as mulheres e as crianças).
Jesus Cristo disse aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de
cinquenta.»
Assim procederam e mandaram-nos sentar a todos.
Tomando então os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu,
abençoou-os, partiu-os e deu-os aos discípulos para que os
distribuíssem à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados e, do que lhes tinha sobrado, ainda
recolheram doze cestos cheios.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos
- www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino
(1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Obras, Sobre a Festa do Corpo do Senhor, opusc. 57
O mistério da Eucaristia
O Filho
único de Deus, querendo fazer-nos participar da sua natureza divina,
tomou a nossa natureza para dar aos homens a Sua natureza celeste, Ele
que Se fez homem. Além disso, o que tomou de nós, também no-lo deu
inteiramente, para nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz,
ofereceu o seu corpo em sacrifício a Deus Pai para nos reconciliar
com Ele e derramou o seu sangue para ser ao mesmo tempo nosso resgate
e nosso baptismo: resgatados de uma lamentável escravatura, fomos
purificados de todos os nossos pecados. E para que guardássemos para
sempre a memória de tão grande benefício, deixou aos fiéis o seu
corpo e o seu sangue, sob as formas do pão e do vinho. [...]
Haverá coisa mais preciosa que este banquete, onde já não nos é
proposto, como na antiga Lei, que comamos a carne de bois e
carneiros, mas o Cristo? Haverá coisa mais admirável que este
sacramento? [...] Nenhum sacramento produz efeitos mais salutares do
que este: ele apaga os pecados, aumenta as virtudes e enche a alma
superabundantemente de todos os dons espirituais. Ele é oferecido na
Igreja pelos vivos e pelos mortos, a fim de aproveitar a todos, pois
foi instituído para a salvação de todos.
É impossível exprimir as delícias deste sacramento [...]; nele se
celebra a memória do amor inultrapassável que Jesus Cristo mostrou na
sua Paixão. Ele queria que a imensidade deste amor se gravasse
profundamente no coração dos fiéis e por isso [...] instituiu este
sacramento como memorial perpétuo da sua Paixão, cumprimento das
antigas profecias, o maior de todos os seus milagres. Àqueles a quem
a sua ausência encheria de tristeza, deixou este conforto incomparável.
Sexta-feira, dia 27 de Maio de 2016
Sexta-feira
da 8.ª semana do Tempo Comum
Caríssimos: O
fim de todas as coisas está próximo. Sede prudentes e sóbrios para
vos dedicardes à oração.
Sobretudo, conservai uma caridade intensa uns para com os outros
porque a caridade cobre a multidão dos pecados.
Praticai entre vós a hospitalidade, sem murmuração.
Cada um de vós ponha ao serviço dos outros os dons que recebeu,
como bons administradores da graça de Deus, tão variada nas suas
formas.
Se alguém fala, diga palavras de Deus; se alguém exerce um
ministério, faça-o como um mandato recebido de Deus para que em
tudo Deus seja glorificado, por Jesus Cristo, a quem é devida a
glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen.
Caríssimos, não vos perturbeis com a labareda que se acendeu no
meio de vós para vos provar como se estivesse a acontecer-vos
alguma coisa estranha.
Alegrai-vos na medida em que participais nos sofrimentos de Jesus Cristo
a fim de que possais também alegrar-vos e exultar no dia em que se
manifestar a sua glória.
Livro de
Salmos 96(95),10.11-12.13.
Dizei entre as
nações:
«O Senhor é Rei».
Sustenta o mundo e ele não vacila,
governa os povos com equidade.
Alegrem-se os céus, exulte a Terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.
Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.
Evangelho segundo S. Marcos 11,11-26.
Naquele tempo,
Jesus Cristo, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em
Jerusalém e foi ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era
tarde, saiu para Betânia com os Doze.
No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus Cristo sentiu fome.
Viu então de longe uma figueira com folhas e foi ver se encontraria
nela algum fruto. Mas ao chegar junto dela, nada encontrou senão
folhas, pois não era tempo de figos.
Então, dirigindo-Se à figueira, disse: «Nunca mais alguém coma do
teu fruto». E os discípulos escutavam.
Chegaram a Jerusalém. Quando Jesus Cristo entrou no templo, começou
a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos
cambistas e os bancos dos vendedores de pombas
e não deixava ninguém levar nada através do templo.
E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: ‘A minha casa será
chamada casa de oração para todos os povos’? E vós fizestes dela um
covil de ladrões».
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas souberam disto e
procuravam maneira de o fazer matar. Mas temiam Jesus Cristo porque
toda a multidão andava entusiasmada com a sua doutrina.
Ao cair da noite, Jesus Cristo e os discípulos saíram da cidade.
Na manhã seguinte, ao passarem perto da figueira, os discípulos
viram-na seca até às raízes.
Pedro recordou-se do que tinha acontecido na véspera e disse a
Jesus Cristo: «Olha, Mestre. A figueira que amaldiçoaste, secou».
Jesus Cristo respondeu: «Tende fé em Deus.
Em verdade vos digo: Se alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e
lança-te no mar’ e não hesitar em seu coração, mas acreditar que se
vai cumprir o que diz, assim acontecerá.
Por isso vos digo: Tudo o
que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim
sucederá.
E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também
as vossas faltas».
Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não
perdoará as vossas ofensas.» (entregar aos decisores de Deus tudo, perdoando
e esquecendo e pedindo para ser perdoado(a). É um grande alívio e
graça para a vítima)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420),
presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de S. Marcos, n°9
«Não façais da casa de meu Pai um
antro de comércio» (Jo 2, 16)
«Quando
Jesus Cristo entrou no templo, começou a expulsar os que ali
vendiam e compravam.» Alguns espantam-se com a ressurreição de
Lázaro e ficam admirados com o facto de o filho de uma viúva ter
ressuscitado. Outros ficam estupefactos com outros milagres. É
certamente admirável tornar a dar vida a um corpo morto; mas eu
fico mais impressionado com o acontecimento presente. Pois que
poder autorizou este homem, filho de um carpinteiro, um pobre sem
morada fixa nem sítio onde repousar, sem exército que O protegesse,
que não era chefe nem juiz, que poder O autorizou a, [...] sozinho,
expulsar uma multidão tão numerosa? E ninguém protestou, ninguém
ousou resistir; pois ninguém ousou opor-se ao Filho que reparava a
injúria feita a seu Pai. [...]
«Começou a expulsar os que ali vendiam e compravam.» Se isto foi
possível entre os judeus porque não será, e com mais razão, entre
nós? Se isto aconteceu no contexto da Lei porque não acontece o
mesmo no Evangelho? [...] Jesus Cristo, um pobre, expulsa os
compradores e os vendedores que são ricos. Aquele que vende é
expulso do mesmo modo que aquele que compra. Que ninguém diga: «Eu
ofereço tudo o que possuo, dou oferendas aos sacerdotes como Deus
ordenou.» Numa passagem de Mateus lemos o seguinte: «Haveis
recebido de graça, dai de graça» (Mt 10, 8). A graça de Deus não se
vende, dá-se.
Sábado, dia 28 de Maio de 2016
Sábado da
8.a semana do Tempo Comum
Caríssimos:
Recordai o que vos foi predito pelos Apóstolos de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Construí o vosso edifício espiritual sobre o fundamento da vossa
fé santíssima. Orai em união com o Espírito Santo
e conservai-vos no amor de Deus, esperando na misericórdia de
Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
Procurai convencer os que hesitam
e salvai-os, arrancando-os do fogo; dos outros, compadecei-vos,
mas com prudência, detestando até a túnica contaminada pela sua
carne.
Àquele que vos pode preservar da queda e apresentar-vos diante da
sua glória, na alegria de uma consciência sem mancha,
ao único Deus, nosso Salvador, por Nosso Senhor Jesus Cristo, a
glória e a majestade, a força e o poder, antes de todos os
séculos, agora e para sempre. Ámen
Livro de
Salmos 63(62),2.3-4.5-6.
Senhor, sois
o Deus: desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro
como terra árida, sequiosa, sem água.
Quero contemplar-Vos no santuário
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais do que a vida:
por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores.
Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei.
Evangelho segundo S. Marcos 11,27-33.
Naquele
tempo, Jesus Cristo e os discípulos foram de novo a Jerusalém.
Quando Ele andava no templo, aproximaram-se os príncipes dos
sacerdotes, os escribas e os anciãos que Lhe perguntaram:
«Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o
fazeres?».
Jesus Cristo respondeu: «Vou fazer-vos só uma pergunta.
Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto.
O baptismo de João era do Céu ou dos homens? Respondei-Me».
Eles começaram a discorrer, dizendo entre si: «Se dissermos: ‘É
do Céu’, Ele dirá: ‘Então porque não acreditastes nele?’.
Vamos dizer-Lhe que é dos homens?». Mas eles temiam a multidão,
pois todos pensavam que João era realmente um profeta.
Então responderam: «Não sabemos». Disse-lhes Jesus Cristo:
«Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Atanásio
(295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Discurso contra os Arianos, 2, 78-79
«Quem Te deu autoridade para o
fazeres?»
A
sabedoria pessoal de Deus, o seu único Filho, criou e realizou
todas as coisas. Com efeito, diz o salmo: «Tudo fizeste com
sabedoria» (103,24). [...] Tal como o nosso discurso humano é
imagem desta Palavra que é o Filho (de Deus) (cf Jo 1,1) assim
também a nossa sabedoria é imagem desta Palavra que é a Sabedoria
em pessoa. Porque temos nela a capacidade de conhecer e de
pensar, somos capazes de receber a Sabedoria criadora, por meio
da qual podemos conhecer o Pai. «Porque aquele que tem o Filho
tem também o Pai» (1Jo 2,23) e ainda: «Aquele que Me recebe,
recebe Aquele que Me enviou» (Mt 10,40). [...]
«Pois já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu Deus na
Sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura
da pregação» (1Cor 1,21). Ora Deus já não quer, como nos tempos
antigos, ser conhecido por meio de imagens e sombras da
Sabedoria, mas quis que a verdadeira Sabedoria em pessoa adoptasse
carne, Se tornasse homem e sofresse a morte de cruz para que no
futuro todos os crentes possam ser salvos pela fé nesta Sabedoria
incarnada.
É portanto ela que é a Sabedoria
de Deus. Anteriormente, era conhecida pela sua imagem introduzida
nas coisas criadas [...] e desta forma dava a conhecer o Pai. Mas
depois Ela, que é a Palavra, tornou-Se carne, como diz São João
(1,14). E, após ter «destruído a morte» (1Cor 15,26) e salvado a
humanidade, manifestou-Se a Si mesma de forma mais clara e, por
Si mesma, manifestou o Pai. Razão pela qual pôde dizer: «Que Te
conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste,
Jesus Cristo» (Jo 17,3). A Terra inteira ficou portanto cheia do
seu conhecimento. Porque só há um conhecimento: o do Pai por meio
do Filho e o do Filho a partir do Pai. O Pai põe a sua alegria
nele e o Filho regozija-Se com a mesma alegria no Pai, como está
dito: «Eu era o seu encanto todos os dias e brincava o tempo todo
na sua presença» (Prov 8,30).©
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da Confraria Bolos D. Rodrigo
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