sábado, 28 de novembro de 2015

Cristianismo 134 até 28-11-2015



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 22 de Novembro de 2015

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - Solenidade - Ano B

Contemplava eu as visões da noite (acontecem quando o corpo natural está adormecido e o corpo celeste sai dele e viaja) quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais e o seu reino jamais será destruído.

Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.

É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa por todo o sempre.


Livro do Apocalipse 1,5-8.
Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos (eu diria ‘dos Vivos’, só esses estão com Ele e são esses que Ele veio, vem e virá buscar), o Príncipe dos reis da Terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado
e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen.
Ei-l’O que vem entre as nuvens e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Ámen.
«Eu sou o Alfa e o Omega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo».

Evangelho segundo S. João 18,33b-37.
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus Cristo: «Tu és o rei dos Judeus?».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «É por ti que o dizes ou foram outros que to disseram de Mim?».
Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?».
Jesus Cristo respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui» (o Reino do Filho, Jesus Cristo, fica no Universo do Bem e é o mundo da humanidade, dos seres humanos, homens e mulheres, celestes.)
Disse-Lhe Pilatos: «Então Tu és rei?». Jesus Cristo respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Homilias sobre S. João

«O meu Reino não é deste mundo»

Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu Reino não é deste mundo» (Jo 18,36). Não temais, pois com esse medo insensato que dominou Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz  o Salvador, «o meu Reino não é deste mundo». Vinde todos a um Reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa montanha não são deste mundo.(são os verdadeiros a partir dos quais surgem os naturais)
Com efeito, o que é o seu Reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem Ele diz: Não sois do mundo tal como Eu não sou do mundo (Jo 17,16). E, contudo Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não te peço que os retires do mundo, mas que os guardes do mal» (Jo 17,15). É que Ele não disse: «O meu Reino não está neste mundo», mas sim «não é deste mundo; se fosse deste mundo, os meus servos viriam combater para que eu não fosse entregue.»
Na verdade, o seu Reino está cá na Terra até ao fim do mundo; até à colheita, o joio está misturado com o trigo (Mt 13,24s). [...] O seu Reino não é deste mundo porque Ele é como um viajante neste mundo. Àqueles sobre quem reina, diz: « Não sois do mundo, pois escolhi-vos do meio do mundo» (Jo 15,19). Eles eram, portanto deste mundo quando ainda não eram do seu Reino e pertenciam ao príncipe deste mundo (do mal/trevas/egoísmo). [...] Todos os que são gerados da raça de Adão pecador pertencem a este mundo; todos os que foram regenerados em Jesus Cristo pertencem ao seu Reino e já não são deste mundo.
«Deus arrancou-nos efectivamente do poder das trevas e transportou-nos para o Reino de seu Filho muito amado» (Col 1,13).

Segunda-feira, dia 23 de Novembro de 2015

Santa Brígida, co-padroeira da Europa


Santo do dia : S.Clemente I, papa, mártir, +102, S. Columbano, abade, +615

Carta aos Gálatas 2,19-20.
Irmãos: Por meio da Lei, morri para a Lei a fim de viver para Deus. Com Jesus Cristo estou crucificado.
Já não sou eu que vivo, é Jesus Cristo que vive em mim. Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus que me amou e Se entregou por mim.

Livro de Salmos 34(33),2-11.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Adorai o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O adoram.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.


Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos por causa da Palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora como o ramo e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica «Spes aedificandi» §§ 10-11, 01/10/99  (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

Santa Brígida da Suécia, co-padroeira da Europa

Para edificar a nova Europa sobre bases sólidas, não é decerto suficiente apelar apenas aos interesses económicos que se em certas ocasiões unem, noutras, em contrapartida, dividem; antes, é necessário incidir sobre os valores autênticos que têm o seu fundamento na lei moral universal, inscrita no coração de cada homem. Uma Europa que confundisse o valor da tolerância e do respeito universal com o indiferentismo ético e o cepticismo acerca dos valores irrenunciáveis abrir-se-ia às mais arriscadas aventuras e, mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas formas os espectros mais tremendos da sua história.
Para evitar esta ameaça, torna-se mais uma vez vital o papel do cristianismo que está a indicar de forma infatigável o horizonte ideal. À luz dos inúmeros pontos de encontro com as outras religiões que o Concílio Vaticano II prospectou (cf. Decreto «Nostra aetate») é necessário ressaltar com vigor que a abertura ao Transcendente é uma dimensão vital para a existência. É essencial, portanto um renovado compromisso de testemunho por parte de todos os cristãos presentes nas várias nações do continente. A eles cabe alimentar a esperança da plena salvação com o anúncio do Evangelho que lhes compete, isto é, da «Boa Nova» com a qual Deus Se encontrou connosco e em seu Filho Jesus Cristo nos ofereceu a redenção e a plenitude da vida divina. Graças ao Espírito que nos foi dado, podemos elevar a Deus o nosso olhar e invocá-lo com o doce nome de «Abba», Pai (cf Rom 8,15; Gal 4,6).
Ao favorecer uma renovada devoção, quis, com este anúncio de esperança, valorizar em perspectiva «europeia» estas três grandes figuras de mulher que em várias épocas deram tão significativa contribuição para o crescimento, não só da Igreja, mas da mesma sociedade.

Terça-feira, dia 24 de Novembro de 2015

Terça-feira da 34 semana do Tempo Comum

Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta visão: apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspecto era terrível.
A cabeça da estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas eram de bronze,
as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.
Estavas a olhar para ela quando uma pedra se deslocou sem intervenção de mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e de barro, e reduziu-os a pó.
Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro e ficaram como a moinha das eiras no verão: levou-os o vento e não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua tornou-se uma grande montanha e encheu toda a terra.
Foi esse o sonho e daremos a sua interpretação diante do rei:
Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem o Deus do Céu deu a realeza, o poder, a força e a glória.
Ele entregou-te nas mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as aves do céu onde quer que eles habitem e fez-te senhor de todos eles. És tu a cabeça de ouro.
Depois de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro reino, um reino de bronze, que dominará toda a terra.
E haverá um quarto reino, duro como o ferro. Assim como o ferro tudo esmaga e despedaça, esse reino esmagará e despedaçará todos os outros.
Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do ferro e por isso viste o ferro misturado com o barro mole.
Mas se os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro é porque o reino será em parte forte e em parte frágil.
Viste o ferro misturado com a argila: assim também as duas partes se hão-de ligar por geração humana; mas não se hão-de unir solidamente como o ferro não pode misturar-se com o barro.
No tempo desses reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e reduzirá a nada todos esses reinos, mas ele permanecerá para sempre.
É o que significa a pedra que viste desprender-se da montanha sem intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai acontecer em seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».

Livro de Daniel 3,57.58.59.60.61.
Obras do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus Cristo disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus Cristo respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».(o fim daquele mundo, da escravatura. Depois houve o fim da Idade Média; o fim do Renascimento… e estamos a viver o fim do mundo que temos conhecido. Outro virá certamente melhor, com mais liberdade na responsabilidade para homens e mulheres e o ambiente que os rodeia. Já não é um que assume por todos; todos são corresponsáveis. Sempre foi assim! No tempo de Noé também houve o fim do mundo que ele conhecia e depois do dilúvio foi surgindo um novo mundo)
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sobre Isaias, III, 1 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 76)

«Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai as vossas cabeças, porque a vossa libertação está próxima» (Lc 21, 28

«Reduzistes a cidade a um montão de pedras; a cidadela dos orgulhosos está aniquilada, jamais será reedificada. Por isso um povo forte vos glorifica» (Is 25,2-3). Pertence ao desígnio constante de Deus omnipotente e aos seus conselhos irrepreensíveis reduzir as «cidadelas» a «montões de pedra», abalá-las desde os fundamentos sem esperança de voltarem a erguer-se. «Jamais será reedificada», diz o texto. Estas cidades destruídas não são, a nosso ver, aquelas que são perceptíveis pelos sentidos, nem são os homens que nelas vivem. Parece-nos que se trata antes das potências más e hostis e sobretudo de Satanás, aqui chamado cidade e «cidadela». [...]
Quando o Emanuel apareceu e brilhou neste mundo, o exército ímpio das potências adversas foi derrubado, Satanás foi abalado nos seus fundamentos e caiu, enfraquecido para sempre, sem esperança de voltar a erguer-se, de levantar de novo a cabeça.
Por isso, o povo pobre e a cidade dos homens oprimidos bendirá o Senhor. Israel foi chamado ao conhecimento de Deus pela pedagogia da Lei, foi cumulado de todos os bens por Deus. Sim, Israel foi salvo e obteve em herança a terra da promessa. Mas a multidão das nações que estão sob o céu estava privada destes bens espirituais. [...] Quando Jesus Cristo apareceu em pessoa e, destruindo a tirania do demónio, as conduziu a seu Deus e seu Pai, foram enriquecidas com a luz da verdade pela participação na glória divina, pela grandeza da vida do Evangelho. É por isso que cantam hinos de acções de graças a Deus Pai: «Vós realizastes os vossos maravilhosos desígnios» (v.1), tudo recapitulando em Jesus Cristo. Vós iluminastes aqueles que se encontravam nas trevas (cf Lc 1,79), derrubando as potências que dominam o mundo (cf Ef 6,12) como se derrubam cidadelas. «Por isso um povo forte vos glorifica».

Quarta-feira, dia 25 de Novembro de 2015

Quarta-feira da 34ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Catarina de Alexandria, virgem, mártir, +305

Livro de Daniel 5,1-6.13-14.16-17.23-28.
Naqueles dias, o rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus dignitários, na presença dos quais bebeu vinho.
Sob a acção do vinho, Baltasar mandou buscar os vasos de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado do templo de Jerusalém para beberem por eles o rei, os seus dignitários, as suas esposas e as suas concubinas.
Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido tirados do templo de Deus, em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus dignitários, as suas esposas e as suas concubinas.
Beberam vinho e entoavam louvores às suas divindades de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra.
De repente, apareceram dedos de mão humana que escreveram em frente do candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver essa mão que escrevia,
o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no; cederam as articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro.
Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas palavras: «És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai trouxe de Judá para aqui?
Ouvi dizer que está em ti o espírito divino e que tens uma luz, uma inteligência e uma sabedoria superiores.
Ouvi dizer também que podes interpretar e decifrar os enigmas. Se conseguires ler esta escrita e dar-me a sua interpretação, vestir-te-ás de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e serás o terceiro no governo do reino».
Então Daniel tomou a palavra e disse ao rei: «Podes ficar com os teus dons e dar a outros as tuas prendas. Contudo vou ler ao rei essa escrita e dar a sua interpretação.
Foi contra o Senhor do Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos do seu templo, pelos quais bebeste vinho, com os teus dignitários, as tuas esposas e as tuas concubinas. E entoaste louvores às divindades de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra que não ouvem, não vêem nem entendem, mas não glorificaste o Deus que domina a tua respiração e dirige os teus caminhos.
Por isso Ele enviou aquela mão que escreveu essas palavras.
Eis a escrita que foi traçada: ‘Mené, Téquel, Parsin’:
e esta é a sua interpretação: ‘Mené’, quer dizer, ‘Contado’: Deus contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo;
‘Téquel’, quer dizer, ‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem peso;
‘Parsin’, quer dizer, ‘Dividido’: o teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas».

Livro de Daniel 3,62.63.64.65.66.67.
Sol e lua, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança vos salvareis».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Grande Catequese, 29-30 

«Todos vos odiarão»

Se a dádiva que Deus deu ao mundo ao enviar-lhe o Seu Filho é tão boa, tão digna de Deus; porque adiou Ele tanto este benefício? Dado que o mal no mundo estava ainda no seu início, porque não cortou Deus pela raiz o seu desenvolvimento posterior? A esta objecção, há que responder brevemente que foi a sabedoria, a previdência e a bondade de Deus que O fez adiar este benefício. Com efeito, tal como no caso das doenças físicas, [...] em que os médicos esperam que a doença, inicialmente escondida no interior do corpo, se manifeste no exterior, de modo a aplicarem o tratamento necessário quando ela está a descoberto assim também quando a doença do pecado se abateu sobre a raça humana, o Médico do universo esperou até que nenhuma forma de perversidade permanecesse dissimulada.
Eis a razão por que Deus não aplicou o seu tratamento ao mundo imediatamente após o ciúme de Caim e o assassínio de Abel, seu irmão. [...] Foi quando o vício atingiu o seu auge e não restava mais nenhuma perversidade que os homens não tivessem ousado, que Deus começou a tratar a doença. Não no seu início, mas no seu desenvolvimento pleno. Deste modo, o tratamento divino pôde abarcar todas as enfermidades humanas. [...]
Mas então por que razão a graça do Evangelho não se difundiu de imediato a todos os homens? É verdade que a graça do Evangelho abarca todos sem distinção de condição, idade ou raça. [...] Mas Aquele que tem a livre disposição de todas as coisas nas suas mãos levou até ao extremo o respeito pelo homem, permitindo que cada um de nós dispusesse de um domínio do qual é o único dono e senhor: a vontade, a faculdade que ignora a escravatura que se mantém livre, fundada na autonomia da razão. A está, portanto à livre disposição daqueles que recebem o anúncio do Evangelho.

Quinta-feira, dia 26 de Novembro de 2015

Quinta-feira da 34ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, certos homens acorreram alvoroçados e encontraram Daniel a orar e a invocar o seu Deus.
Foram então à presença do rei e falaram-lhe assim a propósito da interdição real: «Não assinaste, ó rei, um interdito, segundo o qual todo aquele que, no prazo de trinta dias, fizesse oração a qualquer deus ou homem, excepto a ti, seria lançado na cova dos leões?». O rei tomou a palavra e respondeu: «Isso está decidido, segundo a lei dos medos e dos persas, que é irrevogável».
Então eles, tomando a palavra, disseram ao rei: «Daniel, um dos exilados de Judá, não te respeitou, ó rei, nem ao interdito que assinaste: ele faz três vezes por dia a sua oração».
Ao ouvir estas palavras, o rei ficou muito pesaroso. Decidiu em seu coração salvar Daniel e até ao pôr do sol esforçou-se por livrá-lo.
Mas aqueles homens reuniram-se em tumulto junto do rei e disseram-lhe: «Bem sabes, ó rei, que, segundo a lei dos medos e dos persas, nenhum interdito ou decreto promulgado pelo rei pode ser revogado».
Então o rei ordenou que trouxessem Daniel e o lançassem na cova dos leões. O rei dirigiu-se a Daniel e disse-lhe: «O teu Deus, a quem serves com tanta firmeza, te salvará».
Trouxeram uma pedra e colocaram-na à entrada da cova. O rei selou-a com o seu anel e com o anel dos seus dignitários para que não se revogasse a sentença dada contra Daniel.
A seguir, voltou para o seu palácio e passou a noite em jejum; não admitiu as mulheres à sua presença e não pôde conciliar o sono.
Então o rei levantou-se de madrugada, ao romper do dia, e dirigiu-se ansiosamente à cova dos leões.
Aproximando-se da cova, gritou por Daniel com voz angustiada, falando-lhe desta maneira: «Daniel, servo do Deus vivo, o teu Deus, a quem serves com tanta firmeza, pôde livrar-te dos leões?».
Daniel respondeu ao rei: «Viva o rei para sempre!
O meu Deus enviou o seu Anjo para fechar a boca dos leões e eles não me fizeram mal porque diante d’Ele fui considerado inocente e diante de ti, ó rei, também não fiz nenhum mal».
Então o rei ficou muito contente e ordenou que tirassem Daniel da cova. Quando o retiraram da cova, não lhe encontraram qualquer beliscadura porque ele tinha confiado no seu Deus.
O rei ordenou que trouxessem os homens que tinham denunciado Daniel e que os lançassem na cova dos leões com seus filhos e mulheres. Ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles e lhes trituraram todos os ossos.
Então o rei Dario enviou esta carta a todos os povos, nações e línguas que habitavam sobre a Terra: «Paz e prosperidade!
Este é o decreto que promulgo: Em toda a extensão do meu reino, deve ser respeitado e temido o Deus de Daniel. Ele é o Deus vivo, que permanece para sempre; o seu reino jamais será destruído e o seu domínio não terá fim.
Ele salva e liberta, faz sinais e prodígios nos céus e na Terra. Ele salvou Daniel da garra dos leões».

Livro de Daniel 3,68.69.70.71.72.73.74.
Orvalhos e gelos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frios e aragens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Gelos e neves, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Noites e dias, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Luz e trevas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Relâmpagos e nuvens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Bendiga a Terra o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,20-28.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias porque haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações e Jerusalém será calcada pelos pagãos até que aos pagãos chegue a sua hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça porque a vossa libertação está próxima.(porque todos estão em julgamento: uns serão destruídos; outros salvar-se-ão)

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
2.º sermão para a Ascensão  

O Filho do homem virá buscar-nos consigo

«Esse Jesus que, ao separar-Se de vós, Se elevou nos céus voltará um dia da mesma forma como O vistes subir» (Act 1,11). Virá, dizem aqueles anjos, da mesma forma. Virá então para nos buscar num cortejo único e universal, descerá precedido de todos os anjos e seguido de todos os homens para julgar os vivos e os mortos? Sim, é bem certo que Ele virá, mas virá da mesma forma como subiu aos céus e não da forma como desceu da primeira vez. Na verdade, quando Ele veio para salvar as nossas almas, foi na humildade; mas, quando vier para arrancar este cadáver ao sono da morte, para «o tornar semelhante ao seu corpo glorioso» (Fil 3,21) e encher de honra este vaso que hoje é tão frágil, mostrar-Se-á em todo o seu esplendor. Então veremos em todo o seu poder e majestade aquele que outrora estava escondido sob a fraqueza da nossa carne. [...]
E, contudo Ele achou um meio de crescer: descendo, vindo incarnar, sofrer e morrer para nos arrancar à morte eterna. «Foi por isso que Deus O exaltou» (Fil 2,9). Deus ressuscitou-O e Ele está sentado à direita do Pai. «Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado» (Lc 14,11).
Feliz, Senhor Jesus Cristo, aquele que só Te tem a Ti por guia! Possamos nós seguir-Te, nós que somos «o teu povo e as ovelhas do teu pasto» (Sl 78,13), possamos nós ir por Ti para Ti porque Tu és «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). O caminho pelo exemplo, a verdade pelas tuas promessas, a Vida porque és Tu a nossa recompensa. «Tu tens palavras de vida eterna e nós sabemos e acreditamos que Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Jo 6,69; Mt 16,16) bendito para sempre!


Sexta-feira, dia 27 de Novembro de 2015

Sexta-feira da 34ª semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Nossa Senhora das Graças
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Daniel 7,2-14.
Contemplava eu as visões da noite, quando vi os quatro ventos do céu que agitavam o grande mar
e do mar subiam quatro animais monstruosos, cada um diferente dos outros.
O primeiro era semelhante a um leão com asas de águia. Eu estava a olhar, quando as asas lhe foram arrancadas; ele ergueu-se da terra e ficou de pé como um homem e foi-lhe dado um coração humano.
Depois apareceu um segundo animal semelhante ao urso, erguido sobre um lado, com três costelas na boca, entre os dentes. E disseram-lhe: «Levanta-te e come carne com abundância».
Eu estava a olhar quando apareceu outro animal, semelhante ao leopardo que tinha quatro asas de pássaro nas costas; tinha também quatro cabeças e foi-lhe dado um poder soberano.
A seguir, contemplava eu as visões da noite, quando apareceu um quarto animal, terrível, pavoroso e extremamente forte; tinha enormes dentes de ferro, com os quais comia, triturava e calcava aos pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que o tinham precedido e tinha dez chifres (rinoceronte?).
Enquanto eu observava esses chifres, surgiu no meio deles outro chifre mais pequeno e três dos primeiros foram arrancados para lhe dar lugar. Nesse chifre havia olhos semelhantes aos do homem e uma boca que dizia palavras arrogantes.
Estava eu a olhar, quando foram colocados tronos e um Ancião sentou-se (Deus e o Pai). Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele. Milhares de milhares o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos.
Eu estava a olhar, por causa das palavras arrogantes que o chifre dizia, quando vi que o animal foi morto e o seu corpo destruído e lançado às chamas ardentes.
Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o poder, mas a vida foi-lhes prolongada até certo tempo e determinada data.
Contemplava eu as visões da noite quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais e o seu reino jamais será destruído.

Livro de Daniel 3,75.76.77.78.79.80.81.
Montes e colinas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Plantas que germinam na terra, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Mares e rios, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Fontes, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Monstros e animais marinhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Aves do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Animais e rebanhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça.
Passará o céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Primeira homilia sobre o salmo 38 (39) (a partir da trad. de SC 411, p. 355)

«O Verão está próximo»

«Senhor, dá-me a conhecer o meu fim e o número dos meus dias para que veja como sou efémero» (Sl 38,5]. Se me permitisses conhecer o meu fim, diz o salmista, e se me desses a conhecer o número dos meus dias, poderia só por isso perceber o que me falta.
Ou talvez ele queira indicar com estas palavras que todo o trabalho tem um fim. Por exemplo, o objectivo de um empreendimento de construção é fazer uma casa; a finalidade de um estaleiro naval é construir um barco capaz de triunfar sobre as vagas do mar e de suportar as investidas dos ventos e o objectivo de cada profissão é algo semelhante para cuja realização a própria profissão foi criada. Por isso, talvez haja também um certo objectivo na nossa vida e na existência do mundo para o qual se faz tudo o que se faz na nossa vida ou para o qual o próprio mundo foi criado ou subsiste. Também o Apóstolo Paulo recorda desse objectivo quando diz: «Depois será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus Pai» (1Cor 15,24) É, pois necessário que nos apressemos para essa meta, uma vez que o valor da obra é a razão pela qual fomos criados por Deus.
Assim como o nosso organismo corporal é pequeno e reduzido no momento em que nascemos e, no entanto se desenvolve e tende para o limite do seu tamanho, crescendo em idade assim como também a nossa alma [...] recebe primeiramente uma linguagem balbuciante que seguidamente se vai tornando mais clara para chegar finalmente a uma forma de se exprimir perfeita e correcta assim também toda a nossa vida começa no presente, decerto balbuciante, entre os homens deste mundo e se conclui e chega ao seu auge nos céus, perto de Deus.
Por este motivo, o profeta deseja conhecer o fim para que foi criado porque, olhando para o objectivo, examinando os seus dias e considerando a sua perfeição, vê o que lhe falta em relação a essa meta para a qual tende. [...] É como se aqueles que saíram do Egipto tivessem dito: «Senhor, dá-me a conhecer o meu fim» que é uma terra boa e uma terra santa «e o número dos meus dias» que percorro «para que veja como sou efémero», quanto ainda me falta caminhar para chegar à terra santa que me foi prometida.

Sábado, dia 28 de Novembro de 2015

Sábado da 34a semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Catarina Labouré, religiosa, +1876

Livro de Daniel 7,15-27.
Eu, Daniel, fiquei com o espírito perturbado por causa do que acontecera e as visões que me passaram pela mente encheram-me de pavor.
Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me dissesse o que significava tudo aquilo. Ele dirigiu-me a palavra para me explicar:
«Aqueles grandes animais, em número de quatro, são quatro reis que se levantarão da terra.
Os que irão receber o reino são os santos do Altíssimo; possuirão o reino para sempre e por toda a eternidade».
Depois também quis saber o que significava o quarto animal que era diferente de todos os outros, extremamente terrível, com dentes de ferro e garras de bronze, que comia e triturava tudo e calcava aos pés o que sobrava.
Quis ainda saber o que significavam os dez chifres da sua cabeça e o outro chifre que surgiu e fez cair três dos primeiros, que tinha olhos e uma boca que dizia palavras arrogantes e parecia mais importante que os outros.
Enquanto olhava, vi esse chifre a fazer guerra aos santos e a levá-los de vencida
até que veio o Ancião e fez justiça aos santos do Altíssimo porque chegou a hora de os santos tomarem posse do reino.
Ele então explicou-me: «O quarto animal significa um quarto reino que surgirá sobre a Terra diferente de todos os outros, que virá devorar, calcar aos pés e triturar a Terra inteira.
Os dez chifres significam dez reis que surgirão desse reino. Outro chifre se levantará depois deles: será diferente dos anteriores e abaterá três reis.
Blasfemará contra o Altíssimo e perseguirá os seus santos. Tentará mudar as datas das festas e a Lei e os santos serão entregues nas suas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.
Depois o tribunal divino abrirá a sessão e retirará o poder a esse rei para lho destruir e arruinar definitivamente.
A realeza e o poder e a grandeza dos reinos que existem debaixo dos céus serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino é um reino eterno e todos os potentados O servirão Lhe prestarão obediência».

Livro de Daniel 3,82.83.84.85.86.87.
Homens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Bendiga Israel o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.

Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Servos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Santos e humildes de coração, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados com a intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha;
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da Terra.
Portanto vigiai e orai em todo o tempo para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, n.° 22

«Vigiai e orai em todo o tempo»

«Vigiai!», diz-nos Jesus Cristo com insistência. [...] Não devemos apenas crer, mas vigiar; não simplesmente amar, mas vigiar; não apenas obedecer, mas vigiar. Vigiar em função de quê? Deste supremo acontecimento: a vinda de Jesus Cristo. [...] Parece haver aqui um chamamento especial, um dever que de outro modo nunca nos ocorreria.
Temos uma ideia geral do que significa crer, amar e obedecer. Mas que significa vigiar? [...] Vigia à espera de Jesus Cristo, aquele que mantém o espírito sensível e aberto, que permanece animado, desperto, cheio de zelo para O procurar e O honrar, que deseja encontrar a Jesus Cristo em tudo o que acontece [...] e que vigia com Jesus Cristo (Mt 26,38); aquele que, embora olhando para o futuro, também olha para o passado, contemplando o que o seu Salvador lhe conquistou e não esquecendo o que Jesus Cristo sofreu por ele. Vigia com Jesus Cristo aquele que recorda e renova na sua própria pessoa a cruz e a agonia de Jesus Cristo e que veste com alegria a túnica que Jesus Cristo usou até à cruz e que deixou após a sua Ascensão.
Muitas vezes, nas epístolas, o autor inspirado exprime o seu desejo da segunda vinda, mas sem esquecer a primeira: a crucifixão e a ressurreição. [...] Assim São Paulo convida os coríntios a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo (1Cor 1,7-8), mas não deixa de lhes dizer que tragam sempre no seu corpo a morte do Senhor «para que a vida de Cristo Jesus se manifeste em nós» (2Cor 4,10). [...] O pensamento do que Jesus Cristo é hoje não deve apagar a lembrança do que Ele foi para nós. [...] Assim na sagrada comunhão assistimos ao mesmo tempo à morte e à ressurreição de Jesus Cristo; lembrando-nos de uma e rejubilando com a outra, oferecemo-nos a nós próprios e recebemos uma bênção.
Vigiar é então viver desligado do presente, é viver no invisível, é viver no pensamento de Jesus Cristo tal como Ele veio a primeira vez e como virá no final dos tempos; é desejar a sua segunda vinda a partir da nossa lembrança que ama e se sente reconhecida pela primeira.
©

Caros amigos
Neste início de Advento, toda a equipa de Evangelho Quotidiano vos deseja um santo e feliz ano litúrgico. Que este novo ano nos dê a todos ocasião de melhor descobrir os tesouros do Evangelho e da fé católica, a fim de vivermos em Jesus Cristo de maneira cada vez mais perfeita.

Façamos nosso o voto de S. Paulo: «Que o Senhor vos dê, para vós próprios e na vossa relação com todos os homens, um amor cada vez mais intenso e transbordante como o que temos por cada um de vós. E que, assim Ele vos estabeleça firmemente numa santidade sem mancha diante de Deus nosso Pai.» (1 Tes 3, 12-13)

Toda a liturgia do Advento é um imenso apelo à vinda do Salvador. Para se preparar para a grande chegada de Jesus Cristo, no dia de Natal, a Igreja Católica quis fazer preceder esta grande festa de um tempo destinado à oração e à penitência, simbolizado, entre outras coisas, pelos paramentos roxos. Este espírito de penitência é hoje um pouco esquecido, mesmo se os mosteiros o vivem desde sempre. À fome espiritual de Deus corresponde a prática do jejum que serve para melhor nos prepararmos para a oração. Na verdade, o nosso corpo, ao experimentar a sensação de fome, mostra-nos quanto a nossa alma deve aspirar a Jesus Cristo, nosso alimento espiritual. Foi por isso que a Igreja Católica instituiu o jejum do Advento para nos dispor a celebrar santamente a festa do Natal. O jejum deste tempo litúrgico, unido à oração mais intensa, suporta a vigília, a espera do Verbo incarnado. 
Toda a oração e todo o esforço são proporcionais às capacidades de cada um e são igualmente dignos aos olhos de Deus. Podemos escolher, à nossa medida, outras penitências, um esforço de atenção aos outros, particularmente aos que estão mais próximos de nós, que partilham a nossa vida quotidiana. 
Caros amigos, desejamo-vos que vivam intensamente este tempo de espera na alegria e na esperança na vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador!

A equipa de Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.

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sábado, 21 de novembro de 2015

Cristianismo 133 até 21-11-2015



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 15 de Novembro de 2015

33º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos, que protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia como não terá havido até então desde que existem nações. Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus.
Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno.
Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade.
Livro de Salmos 16(15),5.8.9-10.11.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,

nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.


Carta aos Hebreus 10,11-14.18.
Todo o sacerdote da antiga aliança se apresenta cada dia para exercer o seu ministério e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios que nunca poderão perdoar os pecados.
Jesus Cristo, ao contrário, tendo oferecido pelos pecados um único sacrifício, sentou-Se para sempre à direita de Deus,
esperando desde então que os seus inimigos sejam postos como escabelo dos seus pés
porque, com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica.
Onde há remissão dos pecados, já não há necessidade de oblação pelo pecado.
Evangelho segundo S. Marcos 13,24-32.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade;
as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória.
Ele mandará os Anjos para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu.
Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu nem o Filho; só o Pai».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja
Comentário do Evangelho ou Diatessaron
«O Filho do Homem virá na hora em que não o esperareis»
Para impedir qualquer pergunta indiscreta acerca do momento da sua segunda vinda, Jesus Cristo declarou: «Essa hora, ninguém a conhece nem mesmo o Filho» (Mt 24,36) e noutro momento: «Não vos pertence conhecer os dias e os tempos» (Act 1,7). Escondeu-nos esse conhecimento para que vigiemos e cada um possa pensar que tal vinda se produzirá durante a sua vida. Se o tempo da sua vinda tivesse sido revelado, o seu advento seria em vão, pois as nações e os séculos em que se produzisse não o teriam desejado. Ele bem disse que viria, mas não precisou em que momento; dessa forma, todas as gerações e todos os séculos têm sede dele.
É certo que fez conhecer os sinais da sua vinda; mas não revelou o seu termo. Na mudança constante em que vivemos, alguns desses sinais já tiveram lugar, outros já passaram, outros duram sempre. Com efeito, a sua última vinda será semelhante à primeira: os justos e os profetas desejavam-na e pensavam que teria lugar no tempo deles. Também hoje, cada um dos fiéis de Jesus Cristo deseja acolhê-Lo no seu próprio tempo, tanto mais que Jesus Cristo não disse claramente quando apareceria. Assim ninguém poderá imaginar que Jesus Cristo esteja submetido a uma lei do tempo, a uma hora qualquer, Ele que domina os números e o tempo.

Segunda-feira, dia 16 de Novembro de 2015

Segunda-feira da 33ª semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Nossa Senhora da Saúde
Santo do dia :
Santa Gertrudes, Magna, monja, +1303, Santa Margarida, rainha da Escócia, +1093, S. José Moscati, médico, +1927

Livro de 1º Macabeus 1,10-15.41-43.54-57.62-64.
Naqueles dias, da descendência de Alexandre da Macedónia, brotou aquela raiz de pecado, Antíoco Epifânio, filho do rei Antíoco, que, depois de ter estado como refém em Roma, começou a reinar no ano cento e trinta e sete do império grego.
Nesses dias, apareceram em Israel homens infiéis à Lei que seduziram muitas pessoas, dizendo: «Vamos fazer uma aliança com os povos que nos rodeiam, pois desde que nos separámos deles sucederam-nos muitas desgraças».
Estas palavras agradaram a muita gente
e alguns de entre o povo apressaram-se a ir ter com o rei que lhes deu autorização para seguirem os costumes dos gentios.
Construíram um ginásio em Jerusalém, segundo os usos pagãos;
disfarçaram os sinais da circuncisão e afastaram-se da santa aliança; coligaram-se com os estrangeiros e tornaram-se escravos do mal.
O rei Antíoco ordenou por escrito que em todo o seu reino formassem todos um só povo
e cada qual renunciasse aos próprios costumes.
Todas as nações aceitaram as ordens do rei e também muitos homens de Israel adoptaram o seu culto, ofereceram sacrifícios aos ídolos e profanaram o sábado.
No dia quinze do nono mês do ano cento e quarenta e cinco, o rei mandou construir sobre o altar dos holocaustos a «abominação da desolação» e também nas cidades circunvizinhas de Judá se ergueram altares.
Queimaram incenso às portas das casas e nas praças,
rasgavam e deitavam ao fogo os livros da Lei que encontravam
e todo aquele que tivesse em seu poder o livro da aliança ou se mostrasse fiel à Lei, era condenado à morte em virtude do decreto real.
No entanto, muitos em Israel permaneceram firmes e irredutíveis no seu propósito de não comerem alimentos impuros.
Antes quiseram a morte do que mancharem-se com esses alimentos e profanarem a santa aliança e, de facto, morreram.
Foi realmente grande a ira que se abateu sobre Israel.
Livro de Salmos 119(118),53.61.134.150.155.158.
Fico indignado à vista dos ímpios
que desertam da vossa lei.
Cercaram-me os laços dos ímpios,
mas não esqueci a vossa lei.

Livrai-me da violência dos homens
para que eu guarde os vossos preceitos.
Aproximam-se os meus iníquos perseguidores
que estão longe da vossa lei.

Longe dos ímpios está a salvação
porque não observam os vossos preceitos.
Ao ver os pecadores, sinto-me triste
porque não guardam a vossa promessa.


Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho.
Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que passava.
Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
Os que vinham à frente repreendiam-no para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus Cristo parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Vê. A tua fé te salvou».
No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus Cristo, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de S. Mateus, n.º 66, 1
«Jesus, filho de David, tem piedade de mim»
Olhemos bem para estes cegos de Jericó do Evangelho de S. Mateus: eles valem mais do que muitos dos que ali vêem claramente. Não tinham ninguém que os guiasse nem podiam ver Jesus Cristo a aproximar-Se. No entanto, esforçaram-se por chegar junto dele; puseram-se a gritar em altos brados; tentaram calá-los, mas eles gritavam com mais força ainda. Assim é uma alma enérgica: os que querem pará-la redobram-lhe o ímpeto.
Jesus Cristo permite que tentem calá-los para que o seu fervor melhor se revele e para te demonstrar que esses cegos eram merecidamente dignos de serem curados. É por isso que não lhes pergunta se têm fé como tantas vezes fazia: os seus gritos e esforços para dele se aproximarem eram o bastante para mostrar a fé que tinham. Aprende com isto, meu querido amigo, que, apesar da nossa baixeza e miséria, se nos dirigirmos ao Senhor Deus com todo o coração, poderemos obter aquilo que pedimos. Em todo o caso, olha bem para estes dois cegos: tinham apenas um discípulo para os proteger, muitos lhes impunham silêncio e, no entanto conseguiram triunfar sobre todos os impedimentos e chegar junto de Jesus Cristo. O evangelista não lhes assinala uma qualidade de vida excepcional: o seu fervor tudo suplantou.
Imitemo-los também nós. Mesmo que Deus não nos conceda logo aquilo que Lhe pedimos, mesmo que muitos procurem afastar-nos da oração, não cessemos de Lho implorar porque é assim que melhor atrairemos os favores do Senhor Deus.

Terça-feira, dia 17 de Novembro de 2015

Terça-feira da 33ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Isabel, rainha da Hungria, +1231

Livro de 2º Macabeus 6,18-31.
Naqueles dias, Eleazar, um dos principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de aspecto muito distinto, era forçado a abrir a boca para comer carne de porco.
Mas ele, preferindo a morte gloriosa à vida desonrada, caminhou espontaneamente para o instrumento de suplício,
depois de ter cuspido fora a carne como devem proceder os que têm a coragem de repelir o que não é lícito comer nem sequer por amor à própria vida.
Então os encarregados dessa iníqua refeição ritual que conheciam aquele homem de velha data, chamaram-no à parte e tentaram persuadi-lo a trazer carne da que lhe fosse lícito servir-se, preparada por ele próprio e assim fingisse comer a carne prescrita pelo rei, isto é, proveniente do sacrifício.
Procedendo assim, escaparia à morte, aproveitando a benevolência com que o tratavam em consideração da amizade entre eles.
Mas ele optou por uma nobre decisão, digna da sua idade, do prestígio da sua velhice, dos seus cabelos tão ilustremente embranquecidos, do seu excelente modo de proceder desde a infância e, o que é mais, da santa Lei estabelecida por Deus. Com toda a coerência, respondeu prontamente: «Prefiro que me envieis para a morada dos mortos.
Na nossa idade não é conveniente fingir; aliás muitos jovens ficariam persuadidos de que Eleazar, aos noventa anos, se tinha passado para os costumes pagãos
e com esta dissimulação, por causa do pouco tempo de vida que me resta, viriam a transviar-se também por minha culpa e eu ficaria com a minha velhice manchada e desonrada.
Além disso, ainda que eu me furtasse de momento à tortura dos homens, não fugiria, contudo nem vivo nem morto, às mãos do Omnipotente.
Por isso, renunciando agora corajosamente a esta vida, mostrar-me-ei digno da minha velhice
e deixarei aos jovens o nobre exemplo de morrer com beleza, espontânea e gloriosamente, pelas veneráveis e santas leis». Dito isto, Eleazar dirigiu-se logo para o instrumento de suplício.
Aqueles que o conduziam mudaram em aversão a benevolência que pouco antes mostraram para com ele, por causa das palavras que acabava de dizer e que eles consideravam uma loucura.
Prestes a morrer sob os golpes, exclamou entre suspiros: «Para o Senhor que possui a santa ciência, é bem claro que, podendo escapar à morte, estou a sofrer cruéis tormentos no meu corpo; mas na alma suporto-os com alegria porque temo o Senhor».
Foi assim que Eleazar perdeu a vida, deixando, com a sua morte, não só aos jovens, mas também à maioria do seu povo, um exemplo de coragem e um memorial de virtude.
Livro de Salmos 3,2-3.4-5.6-7.
Senhor, são tantos os meus inimigos,
tão numerosos os que se levantam contra mim!
Muitos são os que dizem a meu respeito:
«Deus não o vai salvar».

Vós, porém, Senhor, sois o meu protector,
a minha glória e Aquele que me sustenta.
Em altos brados clamei ao Senhor,
Ele respondeu-me da sua montanha sagrada.

Deito-me e adormeço e me levanto:
sempre o Senhor me ampara.
Não temo a multidão
que de todos os lados me cerca.


Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.
Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos.
Procurava ver quem era Jesus Cristo, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O porque era de pequena estatura.
Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro para ver Jesus Cristo que havia de passar por ali.
Quando Jesus Cristo chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa».
Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus Cristo com alegria.
Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa de um pecador».
Entretanto Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Hoje entrou a salvação nesta casa porque Zaqueu também é filho de Abraão.
Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 68
«Zaqueu, desce depressa»
Lemos no evangelho que Zaqueu quis ver Nosso Senhor, mas era muito pequeno. Que fez ele? Subiu a uma figueira seca. Assim faz o homem: deseja ver Aquele que opera maravilhas e causa um tumulto nele; mas, como não tem estatura suficiente para isso, tem de subir a uma figueira seca. A figueira morta simboliza a morte dos sentidos e da natureza e a vida do homem interior sobre a qual Deus é levado.
Que disse Nosso Senhor a Zaqueu? «Desce depressa.» Tens de descer, não podes reter uma única gota de consolação de todas as tuas impressões na oração, antes deves descer ao teu puro nada, à tua pobreza, à tua impotência. [...] Se te resta algum apego à natureza, é porque ainda não possuis a verdade, é porque ela ainda não se tornou um bem teu; natureza e graça trabalham ainda juntas e não chegaste ao abandono perfeito [...]; esse estado ainda não é a pureza plena. É por isso que o Senhor Jesus Cristo convida esse homem a descer, quer dizer que o chama a uma renúncia plena, a um pleno desprendimento da natureza. «Hoje tenho de ficar em tua casa; hoje veio a salvação a esta casa.» Que este hoje nos aconteça para sempre!

Quarta-feira, dia 18 de Novembro de 2015

Quarta-feira da 33ª semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo
Santo do dia : Beato Domingos Jorge, leigo, mártir, +1619

Livro de 2º Macabeus 7,1.20-31.
Naqueles dias, foram presos sete irmãos juntamente com a mãe e o rei da Síria quis obrigá-los, à força de azorragues e nervos de boi, a comer carne de porco, proibida pela lei judaica.
Eminentemente admirável e digna de memória foi a mãe que, vendo morrer num só dia os seus sete filhos, tudo suportou com firme serenidade pela esperança que tinha no Senhor.
Exortava cada um deles na sua língua pátria e, cheia de nobres sentimentos, juntava uma coragem varonil à ternura de mulher. Ela dizia-lhes:
«Não sei como aparecestes no meu seio porque não fui eu que vos dei o espírito e a vida nem fui eu que ordenei os elementos de cada um de vós.
Por isso, o Criador do mundo, que é o autor do nascimento e origem de todas as coisas, vos restituirá, pela sua misericórdia, o espírito e a vida porque vos desprezais agora a vós mesmos por amor das suas leis».
Então o rei Antíoco julgou-se insultado e suspeitou que aquelas palavras o ultrajavam. Como o filho mais novo ainda estava vivo, não só começou a exortá-lo com palavras, mas também lhe prometeu com juramento que o tornaria rico e feliz, se ele abandonasse as tradições dos seus antepassados. Faria dele seu amigo, confiando-lhe altas funções.
Como o jovem não lhe deu a menor atenção, o rei chamou a mãe à sua presença e exortou-a a aconselhar o jovem para lhe salvar a vida.
Depois de muita insistência do rei, ela consentiu em persuadir o filho.
Inclinou-se para ele e, ludibriando o tirano, assim lhe falou na língua pátria: «Filho, tem compaixão de mim que te trouxe nove meses no meu seio, te amamentei durante três anos, te criei e eduquei até esta idade, provendo sempre ao teu sustento.
Peço-te, meu filho, olha para o Céu e para a terra, contempla tudo o que neles existe e reconhece que Deus os criou do nada assim como a todo o género humano.
Não temas este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a morte para que eu te possa encontrar com eles no dia da misericórdia divina».
Apenas ela acabou de falar, o jovem exclamou: «Por que esperais? Eu não obedeço às ordens do rei. Obedeço aos mandamentos da Lei que foi dada por Moisés aos nossos antepassados.
E tu, inventor de todos os males contra os hebreus, não escaparás às mãos de Deus».
Livro de Salmos 17(16),1.5-6.8b.15.
Ouvi, Senhor, uma causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração
feita com sinceridade.

Firmai os meus passos nas vossas veredas
para que não vacilem os meus pés.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras.

Protegei-me à sombra das vossas asas,
longe dos ímpios que me fazem violência.
Senhor, mereça eu contemplar-vos
e ao despertar saciar-me com a vossa presença.


Evangelho segundo S. Lucas 19,11-28.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo uma parábola porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente.
Então Jesus Cristo disse: «Um homem nobre foi para uma região distante a fim de ser coroado rei e depois voltar.
Antes, porém chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’.
Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’.
Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro para saber o que cada um tinha lucrado.
Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’.
Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’.
Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’.
A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à frente de cinco cidades’.
Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina que eu guardei num lenço,
pois tive medo de ti que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’. (julgou o rei)
Disse-lhe o rei: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei.
Então porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’.
Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’.
Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’.
O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem (fé) se dará mais, mas àquele que não tem (fé), até o que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’».
Dito isto, Jesus Cristo seguiu, à frente do povo para Jerusalém.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Homilia aos trabalhadores luxemburgueses, Maio de 1985
«Fazei-a render»: o trabalho humano e o Reino de Deus
Ao criar a humanidade, o homem e a mulher, Deus disse-lhes: «Sede fecundos e multiplicai-vos; ocupai a terra e submetei-a (= administrai-a)» (Gn 1,28). Esse foi, por assim dizer, o primeiro mandamento de Deus, ligado à própria ordem da criação. Desta forma, o trabalho humano corresponde à vontade de Deus. Quando dizemos: «Seja feita a vossa vontade», aproximamos estas palavras do trabalho que preenche todos os dias da nossa vida. Damo-nos conta de que nos conformamos a esta vontade do Criador quando o nosso trabalho e as relações humanas que ele implica estão impregnados dos valores da iniciativa, da coragem, da confiança, da solidariedade que são outros tantos reflexos da semelhança divina em nós. [...]
O Criador investiu o homem do poder de dominar (administrar/gerir) a terra; pede-lhe assim que controle, pelo seu próprio trabalho, o domínio que lhe confia, que active todas as suas capacidades para chegar ao feliz desenvolvimento da sua própria personalidade e de toda a comunidade. Pelo trabalho, o homem obedece a Deus e responde à sua confiança. Tal não se afasta daquele pedido do Pai Nosso: «Venha a nós o vosso Reino». O homem age para que o plano de Deus se realize, consciente de ter sido feito à semelhança de Deus e, portanto de dele ter recebido a força, a inteligência, as aptidões para realizar uma comunidade de vida pelo amor desinteressado que tem pelos seus irmãos. Tudo o que é positivo e bom na vida do homem completa-se e atinge o seu verdadeiro objectivo no Reino de Deus.
Escolhestes bem a vossa palavra de ordem: «Reino de Deus, vida do homem» porque a causa de Deus e a causa do homem estão ligadas uma à outra; o mundo progride para o Reino de Deus graças aos dons de Deus ( que riqueza de espírito!) que permitem o dinamismo do homem. Por outras palavras, rezar para que venha o Reino de Deus é orientar todo o nosso ser para a realidade que é o fim último do trabalho humano.       

Quinta-feira, dia 19 de Novembro de 2015

Quinta-feira da 33ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, os enviados do rei Antíoco, encarregados de impor a apostasia, vieram à cidade de Modin para organizar sacrifícios.
Muitos israelitas obedeceram-lhes, mas Matatias e seus filhos ficaram reunidos à parte.
Os enviados do rei dirigiram-se a Matatias e disseram-lhe: «Tu és um homem importante e ilustre nesta cidade e tens o apoio dos teus filhos e dos teus irmãos.
Sê também o primeiro a cumprir o decreto do rei como já fizeram todas as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Assim tu e os teus filhos sereis contados entre os amigos do rei e enriquecidos com prata, ouro e muitos presentes».
Matatias respondeu em alta voz: «Ainda que todos os povos do império do rei lhe obedeçam, abandonando o culto dos seus pais e cumprindo as vossas ordens,
eu, os meus filhos e os meus irmãos seguiremos a aliança dos nossos pais.
Deus nos livre de abandonar a Lei e os seus preceitos.
Não acataremos as ordens do rei, desviando-nos do nosso culto quer para a direita quer para a esquerda».
Quando ele acabou de falar, aproximou-se um judeu à vista de todos para oferecer um sacrifício no altar de Modin, segundo o decreto real.
À vista dele, Matatias inflamou-se de zelo, estremeceu-lhe o coração e, num impulso de justa ira, lançou-se sobre ele e degolou-o sobre o altar.
Em seguida matou o enviado do rei que obrigava a oferecer sacrifícios e demoliu o altar.
Assim mostrou o seu zelo pela Lei, tal como fizera Fineias a Zambri, filho de Salu.
Depois Matatias percorreu a cidade, dizendo em altas vozes: «Todo aquele que sentir zelo pela Lei e quiser manter a aliança siga-me».
Então ele e os seus filhos fugiram para os montes, deixando tudo quanto possuíam na cidade.
Muitos israelitas, que amavam a justiça e o direito, desceram ao deserto e aí se estabeleceram.
Livro de Salmos 50(49),1-2.5-6.14-15.
Falou o Senhor, Deus soberano,
e convocou a terra, do Oriente ao Ocidente.
De Sião, cheia de beleza, Deus refulgiu,
o nosso Deus vem e não Se calará.

«Reuni os meus fiéis
que selaram a minha aliança com um sacrifício».
Os céus proclamam a sua justiça:
o próprio Deus vem julgar.

Oferece a Deus sacrifícios de louvor
e cumpre os votos feitos ao Altíssimo.
Invoca-Me no dia da tribulação:
Eu te livrarei e tu Me darás glória»


Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
«Se também tu tivesses conhecido o que te pode trazer a paz!»
«Haja paz nas tuas muralhas» (Sl 121,7). Ó Jerusalém, «construída como uma cidade, mantida na união» (v.3), haja paz na tua força e na tua caridade! Porque a tua força é a tua caridade. Presta atenção ao Cântico dos Cânticos: «tão forte como a morte é o amor» (8,6). Irmãos, que palavras dignas de admiração! […] Quem poderá resistir à morte, irmãos? Resiste a vossa caridade. Resistimos às chamas, às vagas, aos ferros, aos tiranos e aos reis, mas à morte, quem poderá resistir-lhe? Nada pode mais do que ela. Apenas o amor pode igualar a sua força; por isso dizemos que é tão forte como a morte porque o amor mata o que nós éramos para fazer surgir o que ainda não éramos, operando em nós uma espécie de morte; a mesma morte de que morreu S. Paulo, ao dizer: «o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo» (Gal 6,14) ou de que morreram aqueles a quem ele dizia: «vós morrestes e a vossa vida está escondida com Jesus Cristo, em Deus» (Col 3,3).
Tão forte como a morte é o amor. […] Que a paz esteja pois na tua força, Jerusalém, que a paz esteja no teu amor. E com esta força, com este amor, com esta paz que «haja abundância nas tuas alcáçovas» (Sl 121,7), quer dizer, nas tuas alturas. […] Profusão de regalos, pasto de riquezas, eis o Deus uno; eis Aquele com quem se mantêm em união todos os habitantes desta cidade. Ele será a nossa abundância na cidade de Jerusalém.

Sexta-feira, dia 20 de Novembro de 2015

Sexta-feira da 33ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santo Edmundo, rei, mártir, +870

Livro de 1º Macabeus 4,36-37.52-59.
Naqueles dias, disseram Judas Macabeu e os seus irmãos: «Agora que os nossos inimigos foram desbaratados, subamos a purificar o templo e celebrar a sua dedicação».
Reuniu-se todo o exército e subiram ao monte Sião.
No dia vinte e cinco do nono mês, que é o mês de Quisleu, do ano cento e quarenta e oito, levantaram-se de madrugada
e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o altar dos holocaustos que tinham construído.
O altar foi dedicado ao som de cânticos, de cítaras e de címbalos, no mesmo mês e dia em que os gentios o tinham profanado.
Todo o povo se prostrou em adoração de rosto por terra e agradeceu ao Céu por lhes ter dado tão feliz sucesso.
Celebraram a dedicação do altar durante oito dias e ofereceram holocaustos com grande alegria bem como sacrifícios de comunhão e de acção de graças.
Adornaram a fachada do templo com coroas de ouro e escudos; restauraram as entradas e as salas onde colocaram as portas.
Foi grande a alegria do povo e assim foi afastado o opróbrio causado pelos gentios.
Judas, com os seus irmãos e toda a assembleia de Israel, decidiu que todos os anos se celebrasse com alegria e regozijo a festa da dedicação do altar, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Quisleu.
Livro de 1º Crónicas 29,10.11abc.11d-12a.12bcd.
Bendito sejais, Senhor, para todo o sempre,
Deus do nosso pai, Israel.
A Vós, Senhor, a grandeza e o poder,
a honra, a majestade e a glória.

Tudo, no céu e na terra, Vos pertence,
sois o Rei soberano de todas as coisas.
De Vós nos vem a riqueza e a glória,
sois Vós o Senhor de todo o universo.

Na vossa mão está o poder e a força,
em vossas mãos tudo se afirma e cresce.
Nós vos louvamos, Senhor, nosso Deus,
e celebramos o vosso nome glorioso.


Evangelho segundo S. Lucas 19,45-48.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou no templo e começou a expulsar os vendedores,
dizendo-lhes: «Está escrito: ‘A minha casa é casa de oração’ e vós fizestes dela ‘um covil de ladrões’».
Jesus Cristo ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte,
mas não encontravam o modo de o fazer porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Missal Romano
Prefácio para a festa da dedicação de uma igreja
«A minha casa será uma casa de oração»
É verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
agradecer-vos sempre e em todo a parte,
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente,
por Jesus Cristo, nosso Senhor.

Nesta casa que Tu nos deste
e onde acolhes o teu povo que caminha para Ti,
ofereces-nos um sinal maravilhoso da tua aliança:
aqui constróis, para tua glória,
o templo vivo que somos nós;
aqui edificas a Igreja, a tua Igreja universal,
para que se constitua o Corpo de Jesus Cristo
e essa obra completar-se-á na visão beatífica
na Jerusalém celeste.

Por isso, com a multidão imensa dos santos,
neste lugar que Tu consagraste,
bendizemos-Te, glorificamos-Te
e Te louvamos, cantando:
«Santo, Santo, Santo!
Senhor Deus do universo!»

Sábado, dia 21 de Novembro de 2015

Sábado da 33a semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Apresentação de Nossa Senhora no Templo
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de 1º Macabeus 6,1-13.
Naqueles dias, o rei Antíoco atravessava as altas províncias do seu reino quando ouviu falar em Elimaida, cidade da Pérsia, notável pela suas riquezas, pela sua prata e pelo seu ouro.
O templo que nela havia era muito rico e lá se encontravam armaduras de ouro, couraças e armas que Alexandre, filho de Filipe da Macedónia, o primeiro a reinar sobre os gregos, nele tinha deixado.
Antíoco dirigiu-se para lá e tentou apoderar-se da cidade para a saquear, mas não conseguiu porque os habitantes da cidade tomaram conhecimento da
notícia e opuseram-se-lhe à mão armada. Obrigado a fugir, retirou-se dali com enorme desgosto e regressou a Babilónia.
Estava ainda na Pérsia, quando lhe vieram anunciar que os exércitos enviados contra a terra de Judá haviam sido destroçados;
que Lísias avançara com um poderoso exército, mas tinha sido posto em fuga pelos judeus, os quais se tinham fortalecido com as armas, o equipamento e os consideráveis despojos tomados aos exércitos vencidos.
Além disso, tinham demolido a abominação que ele, Antíoco, mandara construir sobre o altar de Jerusalém. Tinham rodeado de muralhas o santuário como antigamente e ainda Betsur, uma das cidades do rei.
Ao ouvir estas notícias, o rei ficou perturbado e abatido. Caiu de cama e adoeceu de tristeza porque os projectos não lhe tinham corrido como desejava.
Ficou assim muitos dias, constantemente acabrunhado por intenso desgosto e convenceu-se de que ia morrer.
Então mandou chamar todos os amigos e disse-lhes: «O sono afastou-se dos meus olhos e o meu coração está abatido pela inquietação.
Disse comigo mesmo: A que estado de angústia cheguei, em que forte agitação agora me encontro, eu que era feliz e estimado quando era poderoso!
Mas agora me lembro do mal que fiz a Jerusalém quando me apoderei de todos os objectos de prata e ouro que lá se encontravam e mandei exterminar sem motivo os habitantes de Judá.
Reconheço que por causa disto me aconteceram estas desgraças e vou morrer de profunda angústia em terra estrangeira».
Livro de Salmos 9(9A),2-3.4.6.16b.19.
De todo o coração, Senhor, Vos quero louvar
e contar todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós,
quero cantar o vosso nome, ó Altíssimo.

Quando batiam em retirada os meus inimigos
vacilavam e pereciam diante de Vós.
Ameaçastes os pagãos, destruístes os ímpios,
apagastes o seu nome para sempre.

Os pagãos caíram no fosso que fizeram;  
os seus pés ficaram presos na rede que esconderam.
Mas o pobre jamais será esquecido,
não será iludida a esperança dos humildes.


Evangelho segundo S. Lucas 20,27-40.
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus Cristo alguns saduceus – que negam a ressurreição
– e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva para dar descendência a seu irmão’.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos.
O segundo e depois
o terceiro desposaram a viúva e o mesmo sucedeu aos sete que morreram e não deixaram filhos.
Por fim, morreu também a mulher.
De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Os filhos deste mundo casam-se (homens) e dão-se em casamento (mulheres).
Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos nem se casam nem se dão em casamento.
Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’.
Não é um Deus de mortos, mas de vivos porque para Ele todos estão vivos (os corpos celestes)».
Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem, Mestre».
E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Teodoro de Mopsuesto (?-428), bispo, teólogo
Comentários sobre S. João, livro 2
Nascer para a nova criação
«Baptizados em Jesus Cristo, foi na sua morte que todos fomos baptizados: fomos sepultados com Ele no baptismo da morte a fim de que, tal como Jesus Cristo ressuscitou dos mortos para glória do Pai assim também nós vivamos numa vida nova. Se, por uma morte semelhante à dele, nos tornámos um só com Ele, sê-lo-emos também por uma ressurreição semelhante à sua» (Rom 6,3-5). S. Paulo mostra-nos assim claramente que o nosso novo nascimento pelo baptismo é o símbolo da nossa ressurreição após a morte. Esta realizar-se-á para nós pelo poder do Espírito, segundo esta palavra: «O que é semeado na terra (homem natural)morre, o que ressuscita (homem celeste) é imortal; o que é semeado já não tem valor, o que ressuscita está cheio de glória; o que é semeado é fraco, o que ressuscita é poderoso; o que é semeado é um corpo humano, o que ressuscita é um corpo espiritual» (1Cor 15,42s). O que significa: da mesma forma que, cá na Terra, o nosso corpo goza de uma vida visível enquanto a alma está presente, de igual forma receberá a vida eterna e incorruptível pelo poder do Espírito.      

Também assim é no que se refere ao nascimento que nos é dado pelo baptismo e que é o símbolo da nossa ressurreição: recebemos nele a graça pelo mesmo Espírito, mas com limites e à maneira de um penhor. Recebê-la-emos em plenitude quando ressuscitarmos realmente e quando a incorruptibilidade nos for efectivamente comunicada. Por isso quando fala da vida futura, o apóstolo Paulo confirma os seus leitores com estas palavras: «Não só a criação, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos esperando a redenção do nosso corpo» (Rom 8,23) porque, se recebemos desde já as primícias da graça, esperamos acolhê-la em plenitude quando nos for dada a felicidade da ressurreição.
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