"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna".
João 6, 68
Domingo,
dia 02 de Julho de 2017
13.º
Domingo do Tempo Comum
Certo dia, o profeta Eliseu passou por Sunam. Vivia lá uma
distinta senhora que o convidou com insistência a comer em sua casa. A partir
de então, sempre que por ali passava, era em sua casa que ia tomar a
refeição.
A senhora disse ao marido: «Estou convencida de que este homem, que passa
frequentemente pela nossa casa, é um santo homem de Deus.
Mandemos-lhe fazer no terraço um pequeno quarto com paredes de tijolo, com
uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada. Quando ele vier a nossa casa
poderá lá ficar».
Um dia, chegou Eliseu e recolheu-se ao quarto para descansar.
Depois perguntou ao seu servo Giezi: «Que podemos fazer por esta senhora?».
Giezi respondeu: «Na verdade, ela não tem filhos e o seu marido é de idade
avançada».
«Chama-a» – disse Eliseu. O servo foi chamá-la e ela apareceu à porta.
Disse-lhe o profeta: «No próximo ano, por esta época, terás um filho nos
braços».
Livro de Salmos 89(88),2-3.16-17.18-19.
Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes:
«A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.
Feliz do povo que sabe aclamar-Vos
e caminha, Senhor, à luz do vosso rosto.
Todos os dias aclama o vosso nome
e se gloria com a vossa justiça.
Vós sois a sua força,
com o vosso favor se exalta a nossa valentia.
Do Senhor é o nosso escudo
e do Santo de Israel o nosso rei.
Carta aos Romanos 6,3-4.8-11.
Irmãos: Todos nós que fomos baptizados em Jesus Cristo fomos baptizados
na sua morte.
Fomos sepultados com Ele pelo Baptismo na sua morte para que, assim como Jesus
Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida
nova.
Se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos,
sabendo que, uma vez ressuscitado dos mortos, Jesus Cristo já não pode
morrer; a morte já não tem domínio sobre Ele.
Porque na morte que sofreu, Jesus Cristo morreu para o pecado de uma vez para
sempre; mas a sua vida, é uma vida para Deus.
Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em
Cristo Jesus.
Evangelho segundo S. Mateus 10,37-42.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus apóstolos: «Quem ama o
pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim e quem ama o filho ou a
filha mais do que a Mim, não é digno de Mim.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim.
Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la e quem perder a sua vida por minha
causa, há-de encontrá-la (a Vida Eterna).
Quem vos recebe, a Mim recebe e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou.
Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta
e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo.
E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca a um destes
pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: Não perderá a sua
recompensa».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz
(Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, copadroeira da Europa
«Am Fuss des Kreuses»
«Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim»
No caminho da
cruz (não há ninguém que nasça sem ter o seu caminho de cruz – karma –
e o objectivo da seu nascimento é conseguir superar-se, conseguir encontrar
um caminho de cruz melhor para si. Para lá deste há o caminho de cruz de
todo o cristão que tenta superar a dor das injustiças porque o Senhor Deus
está com ele e o Senhor Jesus Cristo e os agressores vão sendo todos
condenados pelos seus próprios actos), o Salvador não está só nem está só
rodeado de inimigos que O atormentam. Estão também presentes seres que O
amparam: a Mãe de Deus, modelo daqueles que, em todos os tempos, seguem o
exemplo da cruz; Simão de Cirene, símbolo daqueles que aceitam o sofrimento
imposto e que, nesta aceitação, são abençoados e a Verónica, imagem daqueles
cujo amor leva a servir o Senhor. Cada homem que, ao longo dos tempos,
carregou com um duro destino lembrando-se do sofrimento do Salvador ou que
livremente fez obras de penitência resgatou um pouco a enorme dívida da
humanidade e ajudou o Senhor a levar o seu fardo. Mais, é Jesus Cristo,
cabeça do corpo místico, que completa a sua obra de expiação nos membros que
se empenham com todo o seu ser, corpo e alma, na sua obra de redenção.
É de supor que a visão dos fiéis que O iam seguindo no caminho do sofrimento
ajudou o Senhor no Jardim das Oliveiras e que o amor dos portadores da sua
cruz é para Ele um auxílio em cada uma das quedas. Os justos da Antiga
Aliança acompanham-no entre a primeira e a segunda queda. Os discípulos,
homens e mulheres que se ligaram a Ele durante a sua vida terrena, ajudam-no
da segunda para a terceira queda. Os amantes da cruz que Ele despertou e
continuará a despertar ao longo das vicissitudes da Igreja combatente são
seus aliados até ao fim dos tempos. É a isso que também nós somos chamados.
Segunda-feira,
dia 03 de Julho de 2017
S. Tomé, apóstolo –
Festa
Irmãos: Já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois
concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que tem Jesus Cristo
como pedra angular.
Em Jesus Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um
templo santo do Senhor
e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos
tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.
Livro de Salmos 117(116),1.2.
Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos.
É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
Evangelho segundo S. João 20,24-29.
Naquele tempo, Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava
com eles quando veio Jesus Cristo.
Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele
respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter
o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei».
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles.
Veio Jesus Cristo, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles
e disse: «A paz esteja convosco».
Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a
tua mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Basílio de Selêucia (?-c. 468),
bispo
Sermão da Ressurreição, 1-4
«Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a
criatura» (Mc 16,15)
«Mete o teu
dedo na marca dos cravos», diz Jesus Cristo a Tomé. «Procuraste-Me quando
Eu não estava cá, aproveita agora. Conheço a tua vontade, apesar do teu
silêncio. Sei o que pensas antes sequer de que mo digas. Ouvi-te falar e,
embora invisível, estava junto de ti e das tuas dúvidas e, sem Me fazer
sentir, fiz-te esperar para melhor observar a tua impaciência. Mete o teu
dedo na marca dos cravos e a tua mão no meu lado e não sejas assim
incrédulo, mas crente».
Então Tomé toca-Lhe e cai por terra toda a sua desconfiança. Cheio de uma
fé sincera e de todo o amor que deve ao seu Deus, exclama: «Meu Senhor e
meu Deus!» (chamar Deus ao Senhor Jesus Cristo, o Filho; é sinal de quem
continuava na maior ignorância como o facto de não ter acreditado na sua
ressurreição também o prova) E o Senhor diz-lhe: «Porque Me viste, acreditaste.
Felizes os que crêem sem terem visto. Tomé, leva o relato da minha
ressurreição a todos os que não viram. Exorta a Terra inteira a crer, já
não nos seus olhos, mas na tua palavra. Percorre os povos e as cidades
pagãs e ensina-os a levar aos ombros a cruz em vez das armas. [...]
Diz-lhes que doravante são chamados pela graça e tu, contempla a sua fé:
felizes, na verdade, aqueles que acreditaram sem terem pedido para ver!»
Assim é o exército recrutado pelo Senhor e assim são os filhos da piscina
baptismal, as obras da graça, a colheita do Espírito. Seguiram a Jesus Cristo
sem O terem visto, procuraram-no e acreditaram porque viram, mas com os
olhos da fé e não do corpo. Não meteram o dedo na marca dos cravos, mas
pregaram-se à sua cruz e aceitaram os seus sofrimentos. Não viram o lado de
Jesus Cristo mas, pela graça, foram unidos aos seus membros e fizeram suas
as palavras do Senhor: «Felizes os que crêem sem terem visto» (porquê? Porque
esses sim são os seus discípulos, esses sim são felizes; esses sim estão
com ele).
Terça-feira,
dia 04 de Julho de 2017
Terça-feira da 13.ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias, os Anjos que se tinham hospedado em casa de
Lot insistiram com ele, dizendo: «Levanta-te, toma a tua esposa e as duas
filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo de Sodoma».
E como ele hesitasse, os homens tomaram-no pela mão, assim como à esposa
e às duas filhas porque o Senhor queria poupá-los.
Quando os levavam para fora da cidade, um deles disse: «Foge, se queres
salvar a vida. Não olhes para trás nem te demores em nenhum lugar da
planície. Foge para os montes, para não pereceres».
Lot respondeu: «Isso não, meu Senhor, eu te peço.
O teu servo encontrou graça a teus olhos e mostraste-me uma grande
misericórdia, salvando-me a vida. Mas não posso fugir para os montes, sem
que a desgraça caia sobre mim e eu morra.
Olha, perto daqui há uma pequena cidade, onde posso refugiar-me e escapar
do perigo. Como a cidade é pequena, ali salvarei a vida».
Ele respondeu: «Está bem. Concedo-te ainda esta graça: não destruirei a
cidade de que falas.
Foge depressa para lá porque nada posso fazer, enquanto não tiveres lá
chegado». – É por isso que se deu àquela cidade o nome de Soar.
Começava o sol a aparecer sobre a terra, quando Lot entrou em Soar.
Então o Senhor fez chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo que
vinham do alto dos céus.
Destruiu aquelas cidades e toda a planície bem como todos os seus
habitantes e a vegetação da terra.
Entretanto, a esposa de Lot olhou para trás e transformou-se numa estátua
de sal.
Abraão levantou-se muito cedo e foi ao local onde estivera na presença do
Senhor.
Olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a planície e viu o fumo que subia
da terra como fumo de uma fornalha.
Foi assim que, ao destruir as cidades da planície, Deus se recordou de
Abraão e fez que Lot escapasse à catástrofe, quando destruiu as cidades
em que ele habitara.
Livro de Salmos 26(25),2-3.9-10.11-12.
Observai-me, Senhor, e ponde-me à prova,
purificai-me os rins e o coração.
Tenho sempre diante de mim a vossa bondade
e deixo-me guiar pela vossa verdade.
Não permitais que a minha alma se junte aos pecadores
nem a minha vida aos homens sanguinários.
Suas mãos estão cheias de crimes
e a sua dextra foi subornada.
Eu, porém, procedo com rectidão:
salvai-me e tende piedade de mim.
Os meus pés seguem por caminho recto:
nas assembleias bendirei o Senhor
Evangelho segundo S. Mateus 8,23-27.
Naquele tempo, Jesus Cristo subiu para o barco e os
discípulos acompanharam-n’O.
Entretanto, levantou-se no mar tão grande tormenta que as ondas cobriam o
barco. Jesus Cristo dormia.
Aproximaram-se os discípulos e acordaram-n’O, dizendo: «Salva-nos,
Senhor, que estamos perdidos».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Porque temeis, homens de pouca fé?». Então
levantou-Se, falou imperiosamente ao vento e ao mar e fez-se grande
bonança.
Os homens ficaram admirados e disseram: «Quem é este homem, que até o
vento e o mar Lhe obedecem?».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430),
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
«Meditações», cap. 37
««Salva-nos, Senhor!»
Ó meu Deus,
o meu coração é como um vasto mar agitado pelas tempestades: que ele
encontre em Ti a paz e o repouso. Tu ordenaste aos ventos e o mar que se
acalmassem e, à tua voz, eles apaziguaram-se; vem apaziguar o alvoroço do
meu coração, para que tudo em mim se torne calmo e tranquilo, para que Te
possa possuir, Tu, o meu único bem e Te possa contemplar, suave luz dos
meus olhos, sem perturbação nem obscuridade. Ó meu Deus, que a minha
alma, liberta dos pensamentos tumultuosos deste mundo, «se esconda à
sombra das vossas asas» (Sl 16,8). Que encontre junto de Ti um lugar de
renovação e de paz e, repleta de alegria, possa cantar: «Deito-me em paz
e logo adormeço porque só Vós, Senhor, fazeis que eu repouse em
segurança» (Sl 4,9).
Que a minha alma descanse, peço-Te, ó Senhor Deus, que descanse da
lembrança de tudo o que está sob o céu, que desperte unicamente para Ti,
como está escrito: «Eu durmo, mas o meu coração vela» (Ct 5,2). A minha
alma só está em paz e em segurança, ó Senhor Deus, debaixo das asas da
tua protecção (Sl 90,4). Que ela permaneça eternamente em Ti e que seja
abraçada pelo teu fogo. Que, elevando-se acima de si própria, Te
contemple e cante alegremente os teus louvores. No meio das inquietações
que me agitam, que os teus dons sejam a minha suave consolação até que eu
chegue a Ti, ó verdadeira paz.
Quarta-feira,
dia 05 de Julho de 2017
Quarta-feira da
13.ª semana do Tempo Comum
Abraão tinha cem
anos quando lhe nasceu seu filho Isaac.
O menino cresceu e foi desmamado. No dia em que Isaac foi desmamado,
Abraão deu uma grande festa.
Sara notou que o filho dado a Abraão pela egípcia Agar brincava com o
seu filho Isaac
e disse a Abraão: «Expulsa esta escrava e o seu filho, para que o filho
da escrava não seja herdeiro com meu filho Isaac».
Isto desagradou muito a Abraão, por causa de Ismael.
Mas Deus disse: «Não te aflijas por causa do menino e da tua escrava.
Concede a Sara tudo o que ela te pedir porque de Isaac sairá a
descendência que perpetuará o teu nome.
Mas do filho da escrava também farei um grande povo porque é teu descendente».
Abraão levantou-se muito cedo, tomou pão e um odre de água e deu-os a
Agar. Em seguida, pôs-lhe o menino aos ombros e mandou-a embora. Ela
saiu e andou errante no deserto de Bersabé.
Quando a água do odre se acabou, Agar deitou o menino debaixo de um
arbusto
e foi sentar-se em frente dele, à distância de um tiro de arco. Dizia
consigo: «Não quero ver morrer o menino». Sentou-se a uma certa
distância e o menino começou a chorar.
Deus ouviu os gritos do menino e o Anjo de Deus chamou Agar do alto dos
Céus, dizendo: «Que tens, Agar? Não temas. Deus ouviu os gritos do
menino, no lugar onde Ele está.
Ergue-te, levanta o menino e segura-o em teus braços porque Eu farei
dele um grande povo».
Deus abriu-lhe os olhos e ela viu um poço de água. Foi encher de água o
odre e deu de beber ao menino.
Deus estava com o menino e ele cresceu, habitou no deserto e tornou-se
um atirador de arco.
Livro de Salmos 34(33),7-8.10-11.12-13.
O pobre clamou e o
Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Adorai o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O adoram.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.
Vinde, filhos, escutai-me,
vou ensinar-vos o amor do Senhor.
Qual é o homem que ama a vida,
que deseja longos dias de felicidade?
Evangelho segundo S. Mateus 8,28-34.
Naquele tempo,
quando Jesus Cristo chegou à região dos gadarenos, na outra margem do
lago, vieram ao seu encontro, saindo dos túmulos, dois endemoninhados.
Eram tão furiosos que ninguém se atrevia a passar por aquele caminho.
E disseram aos gritos: «Que tens a ver connosco, Filho de Deus? Vieste
aqui para nos atormentar antes do tempo?».
Ora, perto dali, andava a pastar uma grande vara de porcos.
Os demónios suplicavam a Jesus Cristo, dizendo: «Se nos expulsas,
manda-nos para a vara de porcos».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Então ide». Eles saíram e foram para os
porcos. Então os porcos precipitaram-se pelo despenhadeiro abaixo e
afogaram-se no lago.
Os guardadores fugiram e foram à cidade contar tudo o que acontecera,
incluindo o caso dos endemoninhados.
Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus Cristo. Quando O viram,
pediram-Lhe que Se retirasse do seu território.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c.
345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da
Igreja
Homilia sobre a palavra «cemitério» e sobre a cruz
A libertação dos cativos
Naquele
dia, Jesus Cristo entrou no abismo e conquistou os infernos. Naquele
dia, «Ele despedaçou as portas de bronze, quebrou os ferrolhos de
ferro», como disse Isaías (Is 45,2). Reparemos bem nestas expressões.
Não é dito que «abriu» as portas de bronze nem que as tirou de seus
gonzos, mas que «as despedaçou», para nos fazer compreender que deixou
de haver prisão, para dizer que Jesus Cristo aniquilou a morada dos
prisioneiros. Prisão onde já não haja portas nem ferrolhos deixa de
poder ter cativos os seus reclusos. Ora Jesus Cristo despedaçou essas
portas; quem poderá voltar a pô-las? E os ferrolhos que quebrou: que
homem poderá voltar a colocá-los?
Quando os príncipes da Terra soltam os prisioneiros, enviando cartas de
indulto, deixam ficar as portas e os guardas da prisão, para demonstrar
àqueles que saem que podem ter de ali voltar, eles ou outros. Jesus Cristo
não age desta maneira. Ao despedaçar as portas de bronze, dá testemunho
de que não voltará a haver prisão nem morte.
E porque eram as portas «de bronze»? Porque a morte era impiedosa,
inflexível, dura como o diamante. Durante todos os séculos que
precederam Jesus Cristo, nunca recluso algum pudera fugir até ao dia em
que o Soberano dos céus desceu ao abismo para daí arrancar as vítimas.
Quinta-feira, dia 06 de Julho de 2017
Quinta-feira
da 13.ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!» Ele respondeu:
«Aqui estou».
Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas,
Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num
dos montes que Eu te indicar».
Abraão levantou-se de manhã cedo, aparelhou o jumento, tomou consigo
dois dos seus servos e o seu filho Isaac. Cortou a lenha para o
holocausto e pôs-se a caminho do local que Deus lhe indicara.
Ao terceiro dia, Abraão ergueu os olhos e viu de longe o local.
Disse então aos servos: «Ficai aqui com o jumento. Eu e o menino
iremos além fazer adoração e voltaremos para junto de vós».
Abraão apanhou a lenha do holocausto e pô-la aos ombros do seu filho
Isaac. Depois, tomou nas mãos o fogo e o cutelo e seguiram juntos o
caminho.
Isaac disse a Abraão: «Meu pai». Ele respondeu: «Que queres, meu filho?».
Isaac prosseguiu: «Temos aqui fogo e lenha; mas onde está o cordeiro
para o holocausto?».
Abraão respondeu: «Deus providenciará o cordeiro para o holocausto,
meu filho». E continuaram juntos o caminho.
Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar
e colocou a lenha sobre ele, atou seu filho Isaac e pô-lo sobre o
altar, em cima da lenha.
Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho.
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!».
«Aqui estou, Senhor», respondeu ele.
O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças
nenhum mal. Agora sei que na verdade adoras a Deus, uma vez que não
Me recusaste o teu filho, o teu filho único».
Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro, preso pelos
chifres num silvado. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez
do filho.
Abraão deu ao local este nome: «O Senhor providenciará». E ainda hoje
se diz: «Sobre a colina o Senhor providenciará».
O Anjo do Senhor chamou Abraão, do Céu, pela segunda vez,
e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro __ oráculo do Senhor __ já que
assim procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único,
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do
céu e como a areia que está nas praias do mar e a tua descendência
conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas
todas as nações da Terra».
Abraão foi ter de novo com os seus servos e juntos puseram-se a caminho
de Bersabé, onde Abraão ficou a morar.
Livro de Salmos 115(113B),1-2.3-4.5-6.8-9.
Amo o Senhor,
porque ouviu a voz da minha súplica.
Ele me atendeu
no dia em que O invoquei.
Apertaram-me os laços da morte,
caíram sobre mim as angústias do além,
vi-me na aflição e na dor.
Os ídolos dos gentios são ouro e prata,
são obra das mãos do homem.
Têm boca e não falam,
têm olhos e não vêem.
Têm ouvidos e não ouvem,
têm nariz mas sem olfacto.
Serão como eles os que os fazem
e quantos neles põem a sua confiança.
A casa de Israel confia no Senhor,
Ele é o seu auxílio e o seu escudo.
Evangelho segundo S. Mateus 9,1-8.
Naquele tempo,
Jesus Cristo subiu para um barco, atravessou o mar e foi para a
cidade de Cafarnaum.
Apresentaram-Lhe então um paralítico que jazia numa enxerga. Ao ver a
fé daquela gente, Jesus Cristo disse ao paralítico: «Filho, tem
confiança; os teus pecados estão perdoados».
Alguns escribas disseram para consigo: «Este homem está a blasfemar».
Mas Jesus Cristo, conhecendo os seus pensamentos, disse: «Porque
pensais mal em vossos corações?
Na verdade, que é mais fácil: dizer: ‘Os teus pecados estão
perdoados’ ou dizer: ‘Levanta-te e anda’?
Pois bem. Para saberdes que o Filho (do homem) tem na terra o poder
de perdoar os pecados, ‘Levanta-te __ disse Ele ao paralítico __ toma
a tua enxerga e vai para casa’.
O homem levantou-se e foi para casa.
Ao ver isto, a multidão ficou cheia de temor e glorificava a Deus por
ter dado tal poder aos homens.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Isaac da Estrela (?-c.
1171), monge cisterciense
Homilia 11, PL 194, 1728A–1729C
«Quem pode perdoar os pecados se não só Deus?» (Mc 2,7)
Há duas
coisas que pertencem apenas a Deus: a honra de receber a confissão e
o poder de perdoar. Devemos confessar-nos a Ele e esperar dele o
perdão. Com efeito, perdoar os pecados pertence unicamente a Deus;
por isso é apenas a Ele que devemos confessá-los. Mas o
Todo-Poderoso, o Altíssimo, tendo tomado uma esposa fraca e
insignificante, fez dela uma rainha. E colocou-a a seu lado, ela que
estava a seus pés; pois foi do seu lado que ela saiu e foi por aí que
Ele a desposou (Gn 2,22; Jo 19,34). E tal como tudo o que pertence ao
Pai é do Filho e tudo o que é do Filho é do Pai, pela unidade da sua
natureza (Jo 17,10), assim também o esposo deu todos os seus bens à
esposa e tomou sobre Si tudo o que pertence à esposa que uniu a Si
mesmo e também a seu Pai. [...]
Foi por isso que o Esposo, que é uno com o Pai e uno com a esposa,
lhe retirou tudo o que nela havia de estranho, fixando-o na cruz em
que carregou os pecados dela, pregando-os ao madeiro e destruindo-os
pelo madeiro. Ele assumiu o que era natural e próprio da esposa e deu
à esposa o que era divino e próprio dele. [...] Deste modo, Ele
partilha a fraqueza da esposa (Igreja) e os seus gemidos e tudo é
comum ao Esposo e à esposa: a honra de receber a confissão e o poder
de perdoar. Tal é a razão desta frase: «Vai mostrar-te ao sacerdote»
(Mc 1,44).
Sexta-feira, dia 07 de Julho de 2017
Sexta-feira
da 13.ª semana do Tempo Comum
Santo do
dia : Beato
Diogo de Carvalho, presbítero, mártir, +1624, S.
Marcos Kitien Siang, mártir, +1900, Beato
Pedro To Rot, mártir, +1945
Livro de Génesis 23,1-4.19.24,1-8.62-67.
Sara viveu
até aos cento e vinte e sete anos
e morreu em Quiriat-Arbá, hoje Hebron, na terra de Canaã. Abraão
foi lá celebrar os funerais e chorar sua esposa.
Depois deixou a defunta e falou assim aos filhos de Het:
«Eu sou um imigrante entre vós. Cedei-me em terreno vosso a posse
de um sepulcro para eu enterrar a minha defunta.
E assim Abraão sepultou Sara, sua esposa, na gruta do campo de
Macpela, em frente de Mambré, hoje Hebron, na terra de Canaã.
Abraão era já velho, de idade avançada e o Senhor tinha-o
abençoado em tudo.
Disse Abraão ao servo mais antigo da sua casa que superentendia
sobre todos os seus bens: «Põe a tua mão debaixo da minha coxa
e jura pelo Senhor, Deus do céu e da Terra, que não escolherás
para o meu filho uma esposa entre as filhas dos cananeus, no meio
dos quais habito.
Mas irás à minha terra e à minha família escolher uma esposa para
o meu filho Isaac».
O servo perguntou-lhe: «Se essa mulher não quiser vir comigo para
esta terra, deverei levar o teu filho para a terra donde
vieste?».
Abraão respondeu-lhe: «De modo nenhum levarás para lá o meu
filho.
O Senhor, Deus do Céu, que me tirou da casa paterna e da terra
onde nasci, falou-me e fez-me o seguinte juramento: ‘Darei esta
terra aos teus descendentes’. Ele enviará à tua frente o seu
Anjo, para que escolhas na minha terra uma esposa para o meu
filho.
Se essa mulher não quiser vir contigo, ficarás desligado deste
juramento que me fazes. Mas em caso algum levarás para lá o meu
filho».
Isaac tinha voltado do poço de Laai-Roí e habitava na região do
Negueb.
Uma vez em que ele saíra a passear pelo campo à tardinha, ergueu
os olhos e viu uns camelos que acabavam de chegar.
Rebeca, sua prima, ergueu também os olhos e viu Isaac. Ela desceu
do camelo
e perguntou ao servo: «Quem é aquele homem que vem a correr pelo
campo ao nosso encontro?». O servo respondeu: «É o meu senhor».
Rebeca tomou o véu e cobriu-se.
O servo contou a Isaac tudo o que tinha feito.
Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe. Depois casou
com ela e amou-a, consolando-se assim da morte de sua mãe.
Livro de Salmos 106(105),1-2.3-4a.4b-5.
Agradecei ao
Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Quem poderá contar as obras do Senhor
e apregoar todos os seus prodígios?
Felizes os que observam os seus preceitos
e praticam sempre o que é justo.
Lembrai-Vos de nós, Senhor,
por amor do vosso povo.
Visitai-nos com a vossa salvação,
para que vejamos a felicidade dos vossos eleitos,
rejubilemos
com a alegria do vosso povo
e exultemos com a vossa herança.
Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.
Naquele
tempo, Jesus Cristo ia a passar quando viu um homem chamado
Mateus, sentado no posto de cobrança dos impostos, e disse-lhe:
«Segue-Me». Ele levantou-se e seguiu Jesus Cristo.
Um dia em que Jesus Cristo estava à mesa em casa de Mateus,
muitos publicanos e pecadores vieram sentar-se com Ele e os seus
discípulos.
Vendo isto, os fariseus diziam aos discípulos: «Por que motivo é
que o vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?».
Jesus Cristo ouviu-os e respondeu: «Não são os que têm saúde que
precisam do médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa: ‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’. Porque Eu não
vim chamar os justos, mas os pecadores».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Comentário sobre a primeira carta de João, § 8,10
«Prefiro a misericórdia»
Ao
amares o teu inimigo, desejas que ele seja para ti um irmão. Não
amas o que ele é, mas aquilo em que queres que ele se torne.
Imaginemos um pedaço de madeira de carvalho em bruto. Um artesão
hábil vê essa madeira, cortada na floresta; a madeira agrada-lhe;
não sei o que quer fazer dela, mas não é para a deixar como está
que o artista gosta dela. A sua arte faz com que pense em que é
que se pode transformar essa madeira; o seu amor não é dirigido à
madeira em bruto: ele ama o que fará com ela e não a madeira em
bruto.
Foi assim que Deus nos amou quando éramos pecadores. Na verdade,
Ele disse: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas
sim os doentes». Ter-nos-á Ele amado pecadores para que
permaneçamos pecadores? O Artesão viu-nos como um pedaço de
madeira em bruto, vindo da floresta; porém, o que Ele tinha em
vista era a obra que nela faria e não a madeira em si nem a
floresta.
Contigo passa-se a mesma coisa: vês o teu inimigo opor-se a ti,
encher-te de palavras mordazes, tornar-se rude nas afrontas que
te faz, perseguir-te com o seu ódio. Mas tu sabes que ele é um
homem. Vês tudo o que esse homem fez contra ti, mas também vês
nele aquilo que foi feito por Deus. Aquilo que ele é, enquanto
homem, é obra de Deus; o ódio que te tem é obra dele. E que dizes
tu para contigo? «Senhor sê benevolente para com ele, perdoa-lhe
os pecados, inspira-lhe o teu amor, converte-o.» Não amas nesse
homem aquilo que ele é, mas aquilo que queres que ele venha a
ser. Assim, quando amas um inimigo, amas nele um irmão.
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Sábado, dia 08 de Julho de 2017
Sábado da
13.ª semana do Tempo Comum
Quando Isaac
envelheceu, os olhos enfraqueceram-lhe tanto que já não via.
Chamou então seu filho Esaú e disse-lhe: «Meu filho». Ele
respondeu-lhe: «Aqui estou».
Isaac continuou: «Como vês, estou velho e não sei o dia da minha
morte.
Agora toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, vai ao campo
e apanha-me alguma peça de caça.
Depois prepara-me um prato como eu gosto e traz-mo aqui para eu
comer, a fim de que eu te abençoe, antes de morrer».
Rebeca escutou a conversa de Isaac com seu filho Esaú. Este foi
ao campo apanhar a caça que devia trazer.
Entretanto, Rebeca tomou as roupas de Esaú, seu filho mais velho,
as melhores que tinha em casa e vestiu-as a Jacob, seu filho mais
novo,
cobrindo-lhe os braços e a parte lisa do pescoço com pele de
cabrito.
Depois colocou nas mãos de seu filho Jacob o pão e o prato que
tinha preparado.
Jacob foi ter com o pai e disse-lhe: «Meu pai». Este respondeu:
«Estou aqui. Quem és tu, meu filho?».
Jacob disse ao pai: «Sou Esaú, o teu filho primogénito. Fiz o que
me ordenaste. Levanta-te, senta-te e come da minha caça e a
seguir dá-me a tua bênção».
Isaac disse ao filho: «Como a encontraste tão depressa, meu
filho?». Ele respondeu: «Foi o Senhor, teu Deus, que ma pôs no
caminho».
Isaac disse a Jacob: «Então aproxima-te para eu te poder tocar,
meu filho, e saber se és ou não meu filho Esaú».
Jacob aproximou-se de Isaac, seu pai, que lhe tocou e disse: «A
voz é de Jacob, mas os braços são de Esaú».
Como ele tinha os braços peludos, como os de Esaú, seu irmão,
Isaac não o reconheceu e deu-lhe a bênção.
Entretanto, voltou a perguntar-lhe: «Tu és realmente meu filho
Esaú?». E ele respondeu-lhe: «Sou eu mesmo».
Disse Isaac: «Traz-me então a tua caça para eu comer, meu filho,
e te dar a minha bênção». Jacob serviu-lha e ele comeu;
trouxe-lhe vinho e ele bebeu.
Então seu pai disse: «Aproxima-te, meu filho, e beija-me».
Ele aproximou-se e beijou o pai. Quando este lhe aspirou o
perfume das vestes, deu-lhe a bênção, dizendo: «Sim, o aroma de
meu filho é como o aroma de um campo que o Senhor abençoou.
Queira Deus conceder-te o orvalho do céu e a riqueza da terra,
trigo e vinho em abundância.
Sirvam-te as nações, prostrem-se os povos a teus pés. Sê o senhor
de teus irmãos, prostrem-se diante de ti os filhos de tua mãe.
Maldito seja quem te amaldiçoar, bendito seja quem te abençoar».
Livro de Salmos 135(134),1-2.3-4.5-6.
Louvai o nome
do Senhor,
louvai-O, servidores do Senhor,
vós que estais no templo do Senhor,
nos átrios da casa do nosso Deus.
Louvai o Senhor porque Ele é bom,
cantai ao seu nome porque é suave.
O Senhor escolheu Jacob,
Israel como sua propriedade.
Eu sei que o Senhor é grande,
o nosso Deus é maior de todos.
Tudo quanto o Senhor quer, Ele o faz,
no céu e na terra, no mar e nos abismos.
Evangelho segundo S. Mateus 9,14-17.
Naquele
tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus Cristo e perguntaram-Lhe: «Por
que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não
jejuam?».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo
ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em
que o esposo lhes será tirado: nesses dias jejuarão.
Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho porque o
remendo repuxa o vestido e o rasgão fica maior.
Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, os odres
rebentam, derrama-se o vinho e perdem-se os odres. Mas deita-se o
vinho novo em odres novos e assim ambas as coisas se conservam».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo
(c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 31
O jejum dos amigos do noivo
«Por
que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não
jejuam?» Porquê? Porque, para vós, o jejum pertence à lei e não é
um dom espontâneo. Ora, em si mesmo, o jejum não tem valor; o que
conta é o desejo de quem jejua. Que proveito pensais ganhar
jejuando contrariados e forçados? O jejum é um arado maravilhoso
para lavrar o campo da santidade: converte os corações,
desenraíza o mal, arranca o pecado, enterra o vício, semeia a
caridade; mantém a fecundidade e prepara a colheita da inocência.
Os discípulos de Jesus Cristo estão colocados no coração do campo
maduro da santidade: recolhem molhos de virtudes e gozam do Pão
da nova colheita; por conseguinte, não podem praticar jejuns
doravante prescritos. [...]
«Por que motivo [...] os teus discípulos não jejuam?» O Senhor
responde-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto,
enquanto o esposo estiver com eles?» Aquele que toma mulher põe o
jejum de lado, abandona a austeridade; entrega-se totalmente à
alegria, participa nos banquetes; mostra-se afectuoso, delicado e
alegre: faz tudo o que a sua afeição pela esposa lhe inspira. Jesus
Cristo celebrava as suas núpcias com a Igreja: por isso, tomava
parte nas refeições, não recusava convites; cheio de benevolência
e de amor, mostrava-Se humano, acessível, amável. É que Ele desejava
unir o homem a Deus e fazer dos seus companheiros membros da
família divina. ©
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D. Rodrigo
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