domingo, 17 de julho de 2016

Cristianismo 165 até 16-07-2016


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 10 de Julho de 2016

15.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Moisés falou ao povo, dizendo: «Escutarás a voz do Senhor, teu Deus, cumprindo os seus preceitos e mandamentos que estão escritos no Livro da Lei e converter-te-ás (deixar de praticar o mal e passar a praticar só o bem) ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma.
Este mandamento que hoje te imponho não está acima das tuas forças nem fora do teu alcance.
Não está no céu para que precises de dizer: ‘Quem irá por nós subir ao céu para no-lo buscar e fazer ouvir, a fim de o pormos em prática?’.
Não está para além dos mares para que precises de dizer: ‘Quem irá por nós transpor os mares para no-lo buscar e fazer ouvir, a fim de o pormos em prática?’.
Esta palavra está perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que a possas pôr em prática».
Livro de Salmos 69(68),14.17.30-31.33-34.36.37.
A Vós, Senhor, elevo a minha súplica,
pela vossa imensa bondade respondei-me.
Ouvi-me, Senhor, pela bondade da vossa graça,
voltai-Vos para mim pela vossa grande misericórdia.

Eu sou pobre e miserável:
defendei-me com a vossa protecção.
Louvarei com cânticos o nome de Deus
e em acção de graças O glorificarei.

Vós, humildes, olhai e alegrai-vos,
buscai o Senhor e o vosso coração se reanimará.
O Senhor ouve os pobres
e não despreza os cativos.

Deus protegerá Sião, reconstruirá as cidades de Judá
e voltarão a ocupá-la os cativos.
Os seus servos a receberão em herança
e nela hão-de morar os que amam o seu nome.

Carta aos Colossenses 1,15-20.
Cristo Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura
porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na Terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado.
Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste.
Ele é a cabeça da Igreja que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito (o Filho, o primeiro, modelo celeste para todos os homens celestes e naturais) de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar.
Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude
e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na Terra e nos céus.
Evangelho segundo S. Lucas 10,25-37.
Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus Cristo para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para receber como herança a vida eterna?».
Jesus Cristo disse-lhe: «Que está escrito na Lei? Como lês tu?».
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento e ao próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Respondeste bem. Faz isso e viverás».
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus Cristo: «E quem é o meu próximo?».
Jesus Cristo, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio-morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante.
Do mesmo modo, um levita (homem da lei) que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante.
Mas um samaritano (estrangeiro), que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: ‘Trata bem dele e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?».
O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus Cristo: Então vai e faz o mesmo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Severo de Antioquia (c. 465-538), bispo
Homilia 89
Jesus Cristo sara a humanidade ferida
Passou por ali um samaritano. […] É propositadamente que Jesus Cristo dá a Si próprio o nome de Samaritano, Ele a quem tinham dito, para O insultarem: «Tu és um samaritano e estás possesso do demónio» (Jo 8,4). […] O viajante samaritano que era Jesus Cristo – porque Ele era de facto um viajante – viu a humanidade caída por terra. E não passou ao largo porque a razão pela qual empreendera essa viagem era «visitar-nos» (Lc 1,68, 78), a nós, por causa de quem Ele desceu à Terra e entre quem habitou. Porque Ele «fez a sua aparição na terra, onde permaneceu entre os homens» (Bar 3,38). […]
Sobre as nossas chagas derramou vinho, o vinho da Palavra, e, como a gravidade dos ferimentos não suportava toda a força desse vinho, misturou-o com o óleo da sua ternura e do «seu amor pelos homens» (Tit 3,4). Em seguida, conduziu o homem à estalagem, ou seja, à Igreja que se tornou o lugar de habitação e de refúgio de todos os povos. Uma vez chegados à estalagem, o bom samaritano teve para com aquele que tinha salvado uma solicitude ainda maior; o próprio Jesus Cristo ficou na Igreja, concedendo-lhe todas as graças. […] E ao partir – isto é, ao subir ao céu – deixou ao dono da estalagem, que é símbolo dos apóstolos, dos pastores e dos doutores que Lhe sucederam, duas moedas de prata para que ele cuidasse do doente. Estas duas moedas são os dois Testamentos, o Antigo e o Novo, o da Lei e dos profetas e aquele que nos foi dado pelos Evangelhos e pelos escritos dos apóstolos. Ambos provêm do mesmo Deus, exibindo ambos a imagem deste único Deus das alturas, tal como as moedas de prata exibem a imagem do rei e imprimem nos nossos corações a mesma imagem real por meio das santas palavras, dado que foi um só e mesmo Espírito que as pronunciou. Trata-se de duas moedas de um único rei, deixadas ao mesmo tempo e a título igual por Jesus Cristo ao dono da estalagem.
No último dia, os pastores das igrejas santas dirão ao Senhor que há-de vir: «Senhor, confiaste-me dois talentos, aqui estão outros dois que ganhei», por via dos quais fiz aumentar o rebanho. E o Senhor há-de responder-lhes: «Muito bem, servidor (qual a diferença entre servo e servidor? É abissal: o servo é propriedade do senhor; não pode pensar, dar opinião, tomar decisões … pelo contrário, o servidor é livre, serve porque quer porque escolheu o caminho do bem, do serviço, toma decisões, faz de acordo com as suas decisões e assume as consequências, tem bens… todos servimos alguém na família, entre amigos, no trabalho… servimos os outros e beneficiamos disso) bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor» (Mt 25,22-23).

Segunda-feira, dia 11 de Julho de 2016

S. Bento, abade, copadroeiro da Europa – Festa

Santo do dia: S. Bento, abade, patrono da Europa, +547

Livro de Isaías 1,10-17.
Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra:
«De que Me servem os vossos inúmeros sacrifícios? – diz o Senhor – Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de vitelos; detesto o sangue de touros, cordeiros e cabritos.
Quando vindes à minha presença, quem vos convidou a pisar os meus átrios?
Deixai de Me trazer ofertas inúteis: o fumo do incenso Me repugna, não suporto as luas novas, os sábados, as assembleias, a impiedade das vossas festas.
Abomino do íntimo da alma as vossas luas novas e as vossas solenidades que se tornaram um peso para Mim e não as suporto mais.
Quando levantais as mãos, desvio de vós o meu olhar. Ainda que multipliqueis as vossas preces, não lhes darei atenção porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas acções, deixai de praticar o mal
e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva».
Livro de Salmos 50(49),8-9.16bc-17.21.23.
Não é pelos sacrifícios que Eu te repreendo:
os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não aceito os novilhos da tua casa
nem os cabritos do teu rebanho.

Como falas tanto na minha lei
e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos
e desprezas as minhas palavras?

Fizeste isto e Eu calei-me; pensaste que Eu era como tu.                                Hei-de acusar-te e lançar-te tudo em rosto.
Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor,
a quem segue o caminho recto darei a salvação de Deus.


Evangelho segundo S. Mateus 19,27-29.
Naquele tempo, disse Pedro a Jesus Cristo: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?».
Jesus Cristo respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho (do homem) vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.
E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Homilia em Núrsia, Itália, 23/03/80
O exemplo de São Bento: «Ora et labora»
São Bento soube interpretar com perspicácia e de modo seguro os sinais dos seus tempos quando escreveu a sua Regra, na qual a união da oração e do trabalho se tornava, para aqueles que a aceitassem, o princípio da aspiração à eternidade: «ora et labora», reza e trabalha. [...] Lendo os sinais dos tempos, Bento viu que era necessário realizar o programa radical da santidade evangélica [...] numa forma ordinária, nas dimensões da vida quotidiana de todos os homens. Era necessário que o heróico se tornasse normal, quotidiano e que o normal, o quotidiano, se tornasse heróico. Deste modo, o pai dos monges, o legislador da vida monástica no Ocidente, tornou-se também o pioneiro de nova civilização. Onde quer que o trabalho humano condicionasse o desenvolvimento da cultura, da economia e da vida social, aí chegava o programa beneditino da evangelização que unia o trabalho à oração e a oração ao trabalho. [...]
São Bento é o patrono da Europa nesta nossa época. E é-o, não só em consideração dos seus méritos particulares para com este continente, a sua história e a sua civilização, mas também se consideramos a nova actualidade da sua figura perante a Europa contemporânea. Pode-se apartar o trabalho da oração e fazer daquele a dimensão única da existência humana. A época contemporânea traz consigo essa tendência. [...] Tem-se a impressão de que a economia domina a moral, de que a temporalidade domina a espiritualidade. Por um lado, a orientação quase exclusiva para o consumismo dos bens materiais tira à vida humana o sentido que lhe é mais profundo. Por outro lado, o trabalho está-se a tornar, em muitos casos, um constrangimento alienante para o homem que, submetido aos colectivismos e quase sem querer, se aparta da oração, tirando à vida humana a sua dimensão ultratemporal. [...]
Não se pode viver para o futuro sem reconhecer que o sentido da vida é maior que aquilo que é temporal e passageiro, que este sentido está acima deste mundo. Se as sociedades e os homens do nosso continente perderam o interesse por este sentido, devem reencontrá-lo. [...] Se o meu predecessor, Paulo VI chamou São Bento de Núrsia para ser o patrono da Europa, é porque ele poderá ajudar a Igreja e às nações da Europa a realizarem este objectivo.

Terça-feira, dia 12 de Julho de 2016

Terça-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

No tempo em que Acaz, filho de Jotão, filho de Ozias, era rei de Judá, Rason, rei dos arameus, e Pecá, filho de Romélia, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a atacarem, mas não puderam conquistá-la.
Quando chegou a notícia à casa de David de que os arameus tinham acampado em Efraim, o coração do rei e do povo estremeceu como se agitam as árvores da floresta batidas pelo vento.
O Senhor disse então a Isaías: «Vai ao encontro de Acaz, com teu filho Sear-Jasub, no extremo do aqueduto da piscina superior que fica na estrada do Campo do Pisoeiro
e diz-lhe: Tem cuidado, mas não temas; não desanimes nem te assustes à vista desses dois tições fumegantes, da fúria de Rason, rei dos arameus, e do filho de Romélia.
Os arameus, com Efraim e o filho de Romélia, decidiram fazer-te mal e disseram:
‘Marchemos contra Judá para o intimidar; vamos invadi-lo para que se renda e estabeleceremos nele como rei o filho de Tabeel’.
Assim fala o Senhor Deus: Isto não acontecerá, isto não se realizará.
A capital dos arameus é Damasco e o chefe de Damasco é Rason; a capital de Efraim é Samaria e o chefe de Samaria é o filho de Romélia.
Mas dentro de sessenta e cinco anos, Efraim será arrasado e deixará de ser um povo. Contudo, se não tiverdes fé, não podereis sobreviver».
Livro de Salmos 48(47),2-3a.3b-4.5-6.7-8.
Grande é o Senhor e digno de louvor
na cidade do nosso Deus.
A sua montanha sagrada é a mais bela das montanhas,
a alegria de toda a Terra.

O monte Sião, no extremo norte,
é a cidade do grande Rei.
Deus Se mostrou em seus palácios
um baluarte seguro.

Os reis aliaram-se
e avançaram todos juntos.
Mal a avistaram, tomaram-se de pânico
e, perturbados, puseram-se em fuga.

Ali se apoderou deles o pavor,
angústia como a da mulher que dá à luz,
como quando o vento leste
despedaça as naus de Társis.

Evangelho segundo S. Mateus 11,20-24.
Naquele tempo, começou Jesus Cristo a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido:
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza.
Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós.
E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje.
Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Comentário a Joel
«Voltai a Mim.»
«Regressai a Mim de todo o vosso coração», mostrai a vossa conversão «com jejum, lágrimas e sinais de luto» (Jl 2,12). Se jejuardes agora, depois sereis saciados; se chorardes agora, depois rireis; se fizerdes luto agora, mais tarde sereis consolados (cf Lc 6,21). [...] Já não vos peço que «rasgueis as vossas vestes, mas os vossos corações» (Jl 2,13) porque eles estão tão cheios de pecados que rebentarão como um odre se não os rasgardes.      
Quando o tiverdes feito, regressai ao Senhor vosso Deus de quem os vossos pecados passados vos afastaram. Não desespereis do perdão por causa da enormidade das vossas faltas porque a sua grande misericórdia apagará os grandes pecados. Ele é bom e misericordioso e prefere a conversão à morte do pecador (Ez 33,11). «Paciente e rico de misericórdia» (Jl 2,13), Ele não imita a impaciência dos homens, mas espera com perseverança a nossa conversão.     

Quarta-feira, dia 13 de Julho de 2016

Quarta-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Assim fala o Senhor: «Ai da Assíria, vara da minha ira e bastão da minha cólera!
Enviei-a contra uma nação ímpia, mandei-a contra um povo que provoca o meu furor para o saquear e levar os despojos, para o pisar como a lama das ruas.
Mas a Assíria não pensava desse modo, o seu coração não tinha esse plano. O que ela pretendia era aniquilar, exterminar o maior número de nações.
Porque ela diz: ‘Eu agi pela força do meu braço, actuei com a minha sabedoria porque sou inteligente. Mudei as fronteiras dos povos, saqueei os seus tesouros; como um herói, derrubei os seus chefes.
Como quem mete a mão num ninho assim me apoderei da riqueza dos povos e, como se apanham ovos abandonados, assim eu apanhei a Terra inteira sem que houvesse um bater de asas nem um pio sequer’.
Porventura gloria-se o machado contra quem o empunha? Ou levanta-se a serra contra aquele que a maneja? Como se o bastão pudesse manejar quem o levanta ou o cajado pudesse levantar quem não é de madeira como ele!
Por isso, o Senhor Deus do Universo fará definhar os mais robustos da Assíria e debaixo da sua glória acender-se-á um braseiro, um fogo devorador».
Livro de Salmos 94(93),5-6.7-8.9-10.14-15.
Eles esmagam, Senhor, o vosso povo
e oprimem a vossa herança.
Matam a viúva e o estrangeiro
e tiram a vida aos órfãos.

E dizem: «O Senhor não vê,
o Deus de Jacob não presta atenção».
Ó gente estulta, reflecti;
e vós, insensatos, quando sereis prudentes?

Quem fez o ouvido não ouvirá?
Quem fez os olhos não verá?
Não poderá castigar quem educa as nações,
quem ensina aos homens a ciência?

O Senhor não rejeita o seu povo
nem abandona a sua herança.
Mas há-de julgar com justiça
e hão-de segui-la todos os corações rectos.

Evangelho segundo S. Mateus 11,25-27.
Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, Eu Te bendigo porque assim foi do teu agrado.
Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beata Isabel da Santíssima Trindade (1880-1906), carmelita
«Le Ciel dans la foi»
«Eu Te bendigo»
Fomos predestinados por um decreto daquele que opera todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de sermos o «louvor da sua glória» (Ef 1,6.12.14). É São Paulo quem assim fala, instruído pelo próprio Deus. Como haveremos de realizar esse grande sonho do coração do nosso Deus, esse querer imutável da nossa alma? Como haveremos, numa palavra, de responder à nossa vocação e de nos tornarmos perfeitos «louvores da glória» da Santíssima Trindade?
No céu, cada alma é um louvor de glória ao Pai, ao Verbo, ao Espírito Santo porque cada alma está fixada no puro amor e já não vive da sua própria vida, mas da vida de Deus. Então conhece-O, diz São Paulo, «como é conhecida por Ele» (1Cor 13,12); por outras palavras, o seu entendimento é o entendimento de Deus, a sua vontade é a vontade de Deus, o seu amor é o próprio amor de Deus. É, na realidade, o Espírito de amor e de força que transforma a alma porque, tendo Ele sido dado para preencher o que lhe faltava, como diz ainda São Paulo, opera nela essa gloriosa transformação (cf Rom 8,26).
Um louvor de glória é uma alma que habita em Deus, que O ama com um amor puro e desinteressado, sem se buscar na doçura desse amor; é uma alma que O ama acima de todos os seus dons e mesmo que nada tivesse recebido dele. [...] Um louvor de glória é um ser em constante acção de graças. Cada um dos seus actos, dos seus movimentos, cada um dos seus pensamentos, das suas aspirações, ao mesmo tempo que o enraíza mais profundamente no amor, é como um eco do «sanctus» eterno.

Quinta-feira, dia 14 de Julho de 2016

Quinta-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Camilo de Lellis, presbítero, fundador, +1614

Livro de Isaías 26,7-9.12.16-19.
O caminho do justo é recto, Vós aplanais o caminho do justo.
Pela vereda dos vossos juízos, em Vós esperamos, Senhor: o vosso nome e a vossa lembrança são o desejo da nossa alma.
Por Vós suspira a minha alma durante a noite e o meu espírito Vos procura desde a aurora; pois, quando as vossas leis se manifestam ao mundo, os habitantes da Terra aprendem a justiça.
Vós nos dareis a paz, Senhor, porque sois Vós que realizais tudo o que fazemos.
Senhor, na angústia a Vós recorremos; quando nos castigáveis, nós Vos invocámos.
Como a mulher que está para ser mãe se contorce e grita com dores assim estávamos diante de Vós, Senhor.
Concebemos e sentimos as dores de parto, mas foi vento que demos à luz. Não trouxemos a salvação à Terra nem nasceram habitantes para o mundo.
– Os teus mortos voltarão à vida, os seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e cantai de alegria, vós que habitais no pó da terra. Porque o vosso orvalho, Senhor, é orvalho de luz e a terra dará vida aos que dormem nas sombras da morte.
Livro de Salmos 102(101),13-14ab.15.16-18.19-21.
Vós, Senhor, permaneceis para sempre,
o vosso nome será lembrado de geração em geração.
Levantai-Vos e compadecei-Vos de Sião,
já é tempo de serdes propício.
Os vossos servos têm amor às suas pedras
e sentem pena das suas ruínas.

Os povos temerão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da Terra a vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração.

Escreva-se tudo isto para as gerações vindouras
e o povo que se há-de formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada,
lá do Céu o Senhor olhou para a Terra,
para ouvir os gemidos dos cativos,
para libertar os condenados à morte.

Evangelho segundo S. Mateus 11,28-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Doroteu de Gaza (c. 500-?), monge na Palestina
«Instruções», I, 8
«Vinde a Mim»
Aquele que quer alcançar o verdadeiro descanso do espírito tem de aprender a ser humilde! Tem de perceber que, na humildade, se encontra toda a alegria, toda a glória e todo o descanso, tal como na soberba se encontra tudo o que lhes é contrário. Com efeito, porque chegámos nós a viver todas as nossas tribulações? Porque caímos em toda esta miséria? Não teria sido por causa da nossa soberba e da nossa loucura? Não teria sido por termos seguido as nossas más inclinações e por nos termos apegado à nossa amarga vontade? Mas porque o fizemos? Não foi o homem criado na plenitude do bem-estar, da alegria, da paz e da glória? Não estava no paraíso? Foi-lhe ordenado: «Não faças isso», mas ele fez. Vêem o orgulho, a arrogância, a insubmissão? «O homem é louco», diz Deus ao ver esta insolência, «não sabe ser feliz. Se não tiver de passar por dias difíceis, perder-se-á completamente. Se não perceber o que é estar numa aflição, nunca saberá o que é a paz.» Então Deus deu-lhe o que merecia, expulsando-o do Paraíso. [...]
No entanto, como refiro muitas vezes, a bondade de Deus não abandonou a sua criatura. Antes de novo se virou para ela e voltou a chamá-la: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.» Como que dizendo: «Estais fatigados, estais infelizes, experimentastes o mal causado pela vossa desobediência. Vamos, convertei-vos finalmente; vamos, reconhecei a vossa impotência e a vossa vergonha para regressardes ao vosso repouso e à vossa glória. Vamos, vivei pela humildade, vós que estáveis mortos pelo orgulho.» «Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas.»

Sexta-feira, dia 15 de Julho de 2016

Sexta-feira da 15.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : S. Boaventura, bispo, Doutor da Igreja, +1274

Livro de Isaías 38,1-6.21-22.7-8.
Naqueles dias, Ezequias, rei de Judá, contraiu doença mortal. O profeta Isaías, filho de Amós, foi visitá-lo e disse-lhe: «Assim fala o Senhor: Põe em ordem a tua casa porque vais morrer e não viverás».
Ezequias voltou o rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo:
« Lembrai-Vos, Senhor, como tenho procedido fielmente e de coração sincero na vossa presença, como tenho feito sempre o que agrada aos vossos olhos». Depois, Ezequias rompeu num grande choro.
Então a palavra do Senhor foi dirigida a Isaías, com esta mensagem:
«Vai dizer a Ezequias: Assim fala o Senhor, Deus de teu pai David: Escutei a tua prece e vi as tuas lágrimas. Vou acrescentar à tua vida mais quinze anos
e hei-de livrar-te das mãos do rei da Assíria, a ti e a esta cidade que Eu protegerei».
Disse então Isaías: «Trazei um bolo de figos, aplicai-o sobre a chaga e o rei ficará curado».
Ezequias perguntou: «Que sinal terei de que volto a subir ao templo do Senhor?».
Isaías respondeu-lhe: «O sinal da parte do Senhor de que cumprirá a sua palavra é este:
Vou fazer que a sombra do relógio de sol de Acaz volte para trás dez graus que nele tinha avançado». E o sol desandou dez graus que avançara no quadrante.
Livro de Isaías 38,10.11.12abcd.16.
Eu disse: «Em meio da vida vou descer às portas da morte, privado do resto dos meus anos.
Não verei mais o Senhor na terra dos vivos,
não verei mais ninguém entre os habitantes do mundo».
Para longe de mim foi arrancada a minha morada,

como tenda de pastores.
Como tecelão eu tecia a minha vida,
mas cortaram-me a trama.
Por Vós, Senhor, viverá o meu espírito.

Evangelho segundo S. Mateus 12,1-8.
Naquele tempo, Jesus Cristo passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas.
Os fariseus viram e disseram a Jesus Cristo: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado».
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David quando ele e os seus companheiros sentiram fome?
Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes.
Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa?
Eu vos digo que está aqui alguém que é maior do que o templo.
Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’ não condenaríeis os que não têm culpa.
Porque o Filho (do homem) é Senhor do sábado».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Confissões
«O Filho do Homem é senhor do sábado.»
Senhor Deus, Tu que nos cumulaste de tudo, dá-nos a paz (Is 26,12), a paz do repouso, a paz do sábado, do sábado que não tem ocaso. Porque esta bela ordem das coisas que criaste e que são «muito boas» (Gn 1,31), passará quando tiver chegado ao termo do seu destino. Sim, elas tiveram a sua manhã e terão a sua tarde. Mas o sétimo dia não tem tarde, não tem ocaso porque Tu o santificaste a fim de que ele dure para sempre. No termo das tuas obras «muito boas» que, contudo fizeste em repouso, Tu repousaste ao sétimo dia, a fim de nos fazeres compreender que, no termo das nossas obras, que são muito boas porque foste Tu que no-las deste (Is 26,12), também nós repousaremos em Ti, no sábado da vida eterna. Então repousarás em nós como agora ages em nós; desse modo, o repouso que experimentaremos será o teu, tal como as obras que fazemos são as tuas.
Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. […] Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a fazer o bem, depois de o nosso coração o ter concebido pelo teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal quando Te abandonávamos. Tu, único Deus (bom), nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela tua graça, é certo – mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na tua inefável santificação. Mas Tu, bem que não precisa de nenhum outro bem, Tu estás constantemente em repouso porque Tu próprio és o teu repouso.
Quem, de entre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer aos anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira recebê-lo-emos, dessa maneira encontrá-lo-emos, dessa maneira abrir-se-á a tua porta (Mt 7,8).

Sábado, dia 16 de Julho de 2016

Sábado da 15.ª semana do Tempo Comum

Festa da Igreja : Nossa Senhora do Carmo (festa, no Brasil)
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Miqueias 2,1-5.
Ai daqueles que, deitados em sua cama, planeiam a injustiça e tramam o mal! Ao romper do dia, logo o praticam porque está ao seu alcance.
Cobiçam os campos e roubam-nos, desejam as casas e apoderam-se delas. Escravizam o homem e a sua casa, o dono e a sua herança.
Por isso, diz o Senhor: «Eu penso em mandar contra esta gente um castigo de que não podeis livrar a cabeça. Não mais andareis de fronte erguida, pois será um tempo de desgraça.
Nesse dia, entoarão contra vós uma sátira e vos cantarão assim os seus lamentos: ‘Estamos totalmente arruinados. Os bens do meu povo foram confiscados e não há ninguém para lhos devolver; os nossos campos são entregues a quem nos tiraniza’.
Por isso não haverá ninguém que tire à sorte uma porção para vós, na assembleia do Senhor».

Livro de Salmos 9(9B),1-2.3-4.7-8.14.
Senhor, porque te conservas à distância
e te escondes nos tempos de angústia?
No seu orgulho, o ímpio persegue o infeliz;
que ele seja apanhado na cilada que armou.

O pecador vangloria-se da sua ambição;
o ganancioso blasfema e despreza o Senhor.
O ímpio diz, na sua arrogância:
"Ele não me castigará! Deus não existe!"

A sua boca está cheia de maldição e mentira;
na sua língua só há malícia e maldade.
Põe-se de emboscada junto aos povoados
e esconde-se para matar o inocente.

Mas Tu vês a angústia e o pesar,
observas tudo e tomas essa causa nas tuas mãos.
A ti se abandona confiadamente o pobre;
Tu és o amparo do órfão.

Evangelho segundo S. Mateus 12,14-21.
Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus Cristo, a fim de O fazerem desaparecer.
Mas Jesus Cristo, ao saber disso, retirou-Se dali. Muitos O seguiram e Ele curou-os a todos,
mas intimou-os que não descobrissem quem Ele era
para se cumprir o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer:
«Eis o meu servo, a quem Eu escolhi, o meu predilecto, em quem se compraz a minha alma. Sobre ele farei repousar o meu Espírito para que anuncie a justiça às nações.
Não discutirá nem clamará nem se fará ouvir a sua voz nas praças.
Não quebrará a cana já fendida nem apagará a torcida que ainda fumega, enquanto não levar a justiça à vitória
e as nações colocarão a esperança no seu nome».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Tertuliano (c. 155-c. 220), teólogo
Contra Marcião 2, 27
«Eis o meu servidor. […] Não discutirá nem clamará.»
Deus não podia viver com os homens, a não ser que assumisse uma forma humana de pensar e de reagir. Foi por isso que escondeu sob a humildade o esplendor da sua majestade, que a fraqueza humana não teria sido capaz de suportar. Nada disso era digno dele, mas era necessário ao homem e por esse motivo tornou-se digno de Deus, porque nada é tão digno de Deus como a salvação do homem. […]
Tudo quanto Deus perde, ganha-o o homem; todas as humilhações que o meu Deus sofreu para estar perto de nós são sacramento de salvação para os homens. Deus agiu com os homens para que o homem aprendesse a agir no plano divino. Deus tratou o homem de igual para igual, para que o homem pudesse agir de igual para igual com Deus. Deus tornou-Se pequeno para que o homem se tornasse grande.
©

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