=CRISTIANISMO=
«Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
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Domingo, dia 22 de Julho de 201216º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Festa
da Igreja : Décimo
Sexto Domingo do Tempo Comum (semana IV do saltério)
Santo do dia : Santa Maria Madalena, penitente Livro de Jeremias 23,1-6.
Diz
o Senhor: «Ai dos pastores que dispersam e extraviam o rebanho
das minhas pastagens!»
Pois assim fala o Senhor, Deus de Israel, aos pastores que apascentam o meu povo: «Dispersastes as minhas ovelhas, afugentaste-las e não vos ocupastes delas. Por isso Eu vou ocupar-me de vós, pedir-vos contas do vosso mau procedimento – oráculo do Senhor. Reunirei o que restar das minhas ovelhas espalhadas pelas terras em que as exilei e fá-las-ei voltar às suas pastagens, onde crescerão e se multiplicarão. Dar-lhes-ei pastores que as apascentarão de sorte que não terão medo nem sobressalto e nenhuma delas se perderá –oráculo do Senhor. Dias virão em que farei brotar de David um rebento justo que será rei, governará com sabedoria e exercerá no país o direito e a justiça – oráculo do Senhor. Nos seus dias, Judá será salvo e Israel viverá em segurança. Então será este o seu nome: ‘O Senhor – é – nossa – Justiça!’
Livro
de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O
Senhor é meu pastor: nada me faltará.
O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma. Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo. o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança. Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e o meu cálice transborda. A bondade e a graça hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre. Carta aos Efésios 2,13-18.
Irmãos:
Foi em Cristo Jesus que vós, que outrora estáveis longe de Deus,
estais agora perto, graças ao sangue de Jesus Cristo.
Com efeito, Ele é a nossa paz; Ele que, dos dois povos, fez um só e destruiu o muro de separação, a inimizade na sua carne, anulou a lei que contém os mandamentos em forma de prescrições para, a partir do judeu e do pagão, criar em si próprio um só homem novo, fazendo a paz e para os reconciliar com Deus, num só Corpo, por meio da cruz, matando assim a inimizade. E na sua vinda, anunciou a paz, a vós, que estáveis longe e paz àqueles que estavam perto. Porque é por Ele que uns e outros, num só Espírito, temos acesso ao Pai.
Evangelho
segundo S. Marcos 6,30-34.
Naquele
tempo, os Apóstolos reuniram-se a Jesus Cristo e contaram-lhe
tudo o que tinham feito e ensinado.
Disse-lhes então: «Vinde, retiremo-nos para um lugar desértico e descansai um pouco.» porque eram tantos os que iam e vinham que nem tinham tempo para comer. Foram, pois, no barco, para um lugar isolado, sem mais ninguém. Ao vê-los afastar, muitos perceberam para onde iam e de todas as cidades acorreram a pé, àquele lugar e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles porque eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensinar-lhes muitas coisas.
São
Clemente de Alexandria
(150-c. 215), teólogo Pedagogo,
I, 9; SC 70
«Teve
compaixão deles, por eram como ovelhas sem pastor»
Salvar é um acto de bondade. «A
misericórdia divina estende-se a todo o ser vivo: repreende,
corrige, ensina e reconduz como pastor o seu rebanho. Ele Se
compadece daqueles que recebem os Seus ensinamentos e dos que se
apressam a cumprir os Seus preceitos» (Sir18,13ss). […]
Os sãos não têm necessidade
do médico enquanto estiverem bem; os doentes, pelo contrário,
recorrem à sua arte. Da mesma maneira, nesta vida, nós estamos
doentes pelos nossos desejos censuráveis, pelas nossas
intemperanças [...] e outras paixões: temos necessidade de um
Salvador. [...] Nós, os doentes, temos necessidade do Salvador;
extraviados, necessitamos de quem nos guie; cegos, de quem nos dê
luz; sedentos, da fonte de água viva porque «quem beber da água
que Eu lhe der nunca mais terá sede» (Jo 4,14). Mortos,
precisamos da vida; rebanho, do pastor; crianças, de um educador:
sim, toda a humanidade tem necessidade de Jesus Cristo. […]
«Cuidarei da que está ferida e
tratarei da que está doente. Vigiarei sobre a que está gorda e
forte. A todas apascentarei com justiça» (Ez 34,16). Tal é a
promessa do bom pastor que nos apascenta como a um rebanho, a nós
que somos pequeninos. Mestre, dá-nos com abundância o Teu pasto
que é a justiça! Sê o nosso pastor e conduz-nos até à Tua
montanha santa, até à Igreja que se eleva, que domina as nuvens,
que toca os céus. «Eis que Eu mesmo cuidarei das Minhas ovelhas
e me interessarei por elas» (cf Ez 34). [...] «Eu não vim para
ser servido, mas para servir». É por isso que o Evangelho O
mostra cansado, Ele que se afadiga por nós e que promete «dar a
Sua vida para resgatar a multidão» (Jo 4,5; Mt 20,28).
2-Segunda-feira,
dia 23 de Julho de 2012
Santa Brígida
Irmãos:
É que eu pela Lei morri para a Lei a fim de viver para Deus.
Estou crucificado com Jesus Cristo.
Já não sou eu que vivo, mas é Jesus Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim.
Livro de Salmos
32(31),2-3.4-5.6-7.8-9.10-11.
Em
todo o tempo e lugar bendirei o Senhor
Em toda a hora bendirei o Senhor o Seu louvor estará sempre na minha boca. A minha alma gloria-se no Senhor; escutem e alegrem-se os humildes. Enaltecei comigo o Senhor e exaltemos juntos o Seu nome. Procurei o Senhor e Ele atendeu-me, libertou-me de toda a ansiedade. Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as angústias. O Anjo do Senhor protege os que O adoram e defende-os de perigos. Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n'Ele se refugia. Adorai o Senhor, vós, os seus fiéis porque nada falta aos que O adoram. Os poderosos empobrecem e passam fome, aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma. Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu sou a videira
verdadeira e o meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto para que dê mais fruto ainda. Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não permanece em mim, é lançado fora como um ramo e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo e ardem. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e assim vos acontecerá. Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.»
Papa Bento
XVI
Audiência
geral
de 27/10/2010
Santa Brígida e a Igreja
doméstica
O primeiro período na vida
desta santa foi caracterizado pelo seu casamento feliz. O marido
chamava-se Ulf e governava um importante território do Reino da
Suécia. O casamento durou vinte e oito anos até à morte de Ulf.
Deste casamento nasceram oito filhos, a segunda dos quais,
Catarina, é venerada como santa. Eis um sinal eloquente do
empenho educativo de Brígida para com os seus filhos. […]
Brígida, que tinha direcção
espiritual com um religioso erudito que a introduziu no estudo das
Escrituras, exerceu uma influência muito positiva naquela família
que, graças à sua presença, se tornou uma verdadeira «Igreja
Doméstica». Juntamente com o marido, adoptou a Regra dos
Terciários franciscanos. Praticava generosamente obras de
caridade em prol dos pobres e fundou um hospital. Com a esposa,
Ulf aprendeu a melhorar o seu carácter e a progredir na vida
cristã. No regresso de uma longa peregrinação a Santiago de
Compostela [...], o casal decidiu viver na abstinência; mas,
pouco tempo depois, na paz de um mosteiro para onde se tinha
retirado, Ulf terminou a sua vida terrena.
Este primeiro período da vida
de Brígida ajuda-nos a apreciar o que poderíamos definir hoje
como uma verdadeira «espiritualidade conjugal»: em conjunto, os
dois elementos de um casal cristão podem percorrer um caminho de
santidade, apoiados na graça do sacramento do matrimónio. Muitas
vezes, como foi o caso da vida de Santa Brígida e de Ulf, é a
mulher que, com a sua sensibilidade religiosa, a sua delicadeza e
a sua doçura, consegue levar o marido a percorrer um caminho de
fé. Penso reconhecidamente em muitas mulheres que também hoje
iluminam, dia após dia, as suas famílias com o seu testemunho de
vida cristã. Que o Espírito do Senhor possa suscitar, também
nos nossos tempos, a santidade dos casais cristãos para mostrar
ao mundo a beleza do casamento vivido segundo os valores do
Evangelho: o amor, a ternura, a ajuda recíproca, a fecundidade na
geração e educação dos filhos, a abertura e a solidariedade
para com o mundo, a participação na vida da Igreja.
Terça-feira,
dia 24 de Julho de 2012
Terça-feira da 16ª semana do Tempo Comum
Santo do dia
: S.
Charbel (Sarbélio) Makhluf, presbítero, +1898,
Beato
João Soreth, religioso, presbítero, +1471,
Santa
Cristina, a Admirável, religiosa, +1224
Livro
de Miqueias 7,14-15.18-20.
Apascenta
com o cajado o teu povo, o rebanho da tua herança, os que habitam
isolados nas florestas no meio dos prados. Sejam eles apascentados
em Basan e Guilead como nos dias antigos.Mostra-nos os teus
prodígios, como nos dias em que nos tiraste do Egipto.
Qual é o Deus que, como Tu,
apaga a iniquidade e perdoa o pecado do resto da sua herança? Não
se obstina na sua cólera porque prefere a bondade.
Uma vez mais, terá compaixão
de nós, apagará as nossas iniquidades e lançará os nossos
pecados ao fundo do mar.
Mostrarás a tua fidelidade a Jacob e a tua bondade a Abraão como juraste a nossos pais desde os tempos antigos.
Livro de Salmos
85(84),2-4.5-6.7-8.
Mostrai-nos,
Senhor, a vossa misericórdia.
Senhor, Tu abençoaste a tua terra; restauraste a prosperidade de Jacob. Perdoaste as culpas do teu povo, esqueceste todas as suas faltas; acalmaste a tua indignação, dominaste o furor da tua ira. Volta-te para nós, ó Deus, nosso salvador, afasta de nós a tua indignação! Estarás para sempre indignado contra nós ou irás prolongar pelos séculos o teu furor? Não tornarás a dar-nos a vida para que o teu povo se alegre em ti? Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia, concede-nos a tua salvação. Evangelho segundo S. Mateus 12,46-50.
Naquele
tempo, enquanto Jesus Cristo estava a falar à multidão,
apareceram sua mãe e seus irmãos que, do lado de fora,
procuravam falar-lhe.
Disse-lhe alguém: «A tua mãe e os teus irmãos estão lá fora e querem falar-te.» Jesus Cristo respondeu ao que lhe falara: «Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?» E indicando com a mão os discípulos, acrescentou: «Aí estão minha mãe e meus irmãos; pois todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.»
São
Rafael Arnaiz Baron
(1911-1938), monge trapista espanhol Escritos
espirituais 10/4/1938
«Todo aquele que fizer a
vontade de Meu Pai que está no Céu, esse é que é Meu irmão,
Minha irmã e Minha mãe»
Querer somente o que Deus quer,
é lógico para quem está verdadeiramente apaixonado por Ele.
Fora dos Seus desejos, nós nada desejamos e se desejássemos, era
apenas o que é conforme à Sua vontade; se assim não fosse, a
nossa vontade não estaria unida à Sua. Mas, se estivermos
verdadeiramente unidos por amor à Sua vontade, não
desejaremos nada que Ele não deseje, não amaremos nada que
Ele não ame e, abandonados à Sua vontade, ser-nos-á indiferente
o que Ele nos envie ou onde nos coloque. Tudo o que Ele quiser de
nós ser-nos-á, não apenas indiferente mas, mais do que isso,
agradável.
Não sei se me engano em tudo o
que digo; submeto-me em tudo Àquele que entende estas coisas;
digo somente o que sinto. Na verdade, não desejo mais nada a não
ser amá-Lo e tudo o resto entrego nas Suas mãos. Faça-se a Sua
vontade! A cada dia me sinto mais feliz no meu completo abandono
nas Suas mãos.
Quarta-feira,
dia 25 de Julho de 2012
S. Tiago, apóstolo – festa
Santo do dia
: S.
Tiago Maior, apóstolo, mártir,
S.
Cristóvão, mártir, séc. III
2ª
Carta aos Coríntios 4,7-15.
Irmãos:
Nós trazemos, porém este tesouro em vasos de barro (o
nosso corpo visível) para que se veja que este extraordinário
poder é de Deus e não é nosso.
Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. Trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus Cristo para que também a vida de Jesus Cristo seja manifesta no nosso corpo. Estando ainda vivos, estamos continuamente expostos à morte por causa de Jesus Cristo para que a vida de Jesus Cristo seja manifesta também na nossa carne mortal. Assim em nós opera a morte e em vós a vida. Animados do mesmo espírito de fé conforme o que está escrito: Acreditei e por isso falei, também nós acreditamos e por isso falamos, sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus Cristo, também nos há-de ressuscitar com Jesus Cristo e nos fará comparecer diante dele junto de vós. E tudo isto faço por vós para que a graça, multiplicando-se na comunidade, faça aumentar a acção de graças para a glória de Deus.
Livro de Salmos
126(125),1-2ab.2cd-3.4-5.6.
Os
que semeiam com lágrimas recolhem com alegria.
Quando o Senhor mudou o destino de Sião, parecia-nos viver um sonho. A nossa boca encheu-se de sorrisos e a nossa língua de canções. Dizia-se então entre os pagãos: «O Senhor fez por eles grandes coisas!» Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria. Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos como as torrentes do deserto. Aqueles que semeiam com lágrimas, vão recolher com alegria. À ida vão a chorar, carregando e lançando as sementes; no regresso cantam de alegria, transportando os feixes de espigas. Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.
Naquele
tempo, aproximou-se então de Jesus Cristo a mãe dos filhos de
Zebedeu com os seus filhos e prostrou-se diante dele para lhe
fazer um pedido.
«Que queres?» perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos (Tiago e João) se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda no teu Reino.» Jesus Cristo retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.» Jesus Cristo replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.» Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos. Jesus Cristo chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo e quem, no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.»
São
Gregório Magno
(c. 540-604), papa, doutor da Igreja Homilias
sobre os Evangelhos,
nº 35
«Bebereis o Meu cálice»
Uma vez que hoje celebramos a
festa dum mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de
paciência praticada por ele. Com efeito, se com a ajuda do Senhor
nos esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a
palma do martírio ainda que vivamos na paz da Igreja porque há
dois tipos de martírio: o primeiro consiste numa disposição do
espírito; o segundo alia a essa disposição os actos da
existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos
executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos
perseguidores é o martírio em acto, na sua forma visível;
suportar as injúrias amando quem nos odeia é o martírio em
espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio,
um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando
pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu
estou para beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor
riposta: «Na verdade, bebereis o Meu cálice.» Ora que pode
significar para nós este cálice senão os sofrimentos da Sua
Paixão, da qual diz noutro sítio: «Meu Pai, se é possível,
afaste-se de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu,
Tiago e João, não morreram os dois mártires, mas foi a ambos
que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se
bem que não viesse a morrer mártir, João acabou por sê-lo
todavia, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu
na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios
podemos ser mártires sem passar pela espada se conservarmos a
paciência da alma.
Quinta-feira,
dia 26 de Julho de 2012
S. Joaquim e Santa Ana
Louvemos
os homens ilustres, nossos antepassados, segundo as suas gerações.
Porém aqueles foram homens de misericórdia, cujas obras de piedade não foram esquecidas. Na sua descendência permanecem os seus bens e a sua herança passa à sua posteridade. Os seus descendentes mantiveram-se fiéis à Aliança, os seus filhos também, graças a eles. A sua posteridade permanecerá para sempre e a sua glória não terá fim. Os seus corpos foram sepultados em paz e o seu nome vive de geração em geração; Os povos proclamarão a sua sabedoria e a assembleia cantará os seus louvores.
Livro
de Salmos 132(131),11.13-14.17-18.
O
Senhor fez um juramento a David,
uma promessa a que não faltará: «Hei-de colocar no teu trono um descendente da tua família. O Senhor escolheu Sião, preferiu-a para sua morada: «Este será para sempre o meu lugar de repouso, aqui habitarei porque o escolhi. Ali farei surgir descendência para David e farei brilhar a luz do meu ungido. Cobrirei de vergonha os seus inimigos, mas sobre ele farei brilhar o seu diadema.» Evangelho segundo S. Mateus 13,16-17.
Quanto
a vós, ditosos os vossos olhos porque vêem e os vossos ouvidos
porque ouvem.
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver e não viram; ouvir o que estais a ouvir e não ouviram.»
Santo
Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Discursos
sobre os Salmos,
Sl 118, nº 20
«Muitos
profetas e justos desejaram ver o que estais a ver»
O profeta diz no Salmo: «Minha
alma definha na Tua salvação; espero na Tua palavra» (118,81).
[...] Que exprime esse anseio senão «a raça eleita, sacerdócio
real, nação santa, povo exclusivo de Deus» (1Pe 2,9), cada um
em sua época, em todos aqueles que viveram, que vivem e que
viverão desde o início da humanidade até o fim do mundo? [...]
É por isso que o próprio Senhor disse aos Seus discípulos:
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver». É
pois a voz deles que deve ser reconhecida neste Salmo. [...] Esse
desejo nunca cessou nos santos e não cessa, mesmo agora, no
«Corpo de Jesus Cristo que é a Igreja» (Col 1,18) até que
venha «o Desejado de todas as nações» (Ag 2,8 Vulg). […]
Os primeiros tempos da Igreja,
antes do parto da Virgem, tiveram por conseguinte santos que
desejavam a vinda de Jesus Cristo na carne e o tempo em que
estamos, depois da Sua ascensão, tem outros santos que desejam a
manifestação de Jesus Cristo para julgar os vivos e os mortos.
Nunca, desde o início até o fim dos tempos, este desejo da
Igreja perdeu o seu ardor a não ser quando o Senhor viveu na
Terra na companhia dos Seus discípulos.
Sexta-feira,
dia 27 de Julho de 2012
Sexta-feira da 16ª semana do Tempo Comum
Santo do dia
: Santa
Natália e companheiros, mártires, +852,
Beata Maria Madalena Martinengo, abadessa, +1736, Beato Tito
Brandsma, presbítero, mártir, +1942, S.
Pantaleão, mártir, séc. III,
S.
Celestino I, +432
Livro
de Jeremias 3,14-17.
Assim
fala o Senhor: «Voltai, filhos rebeldes, porque Eu sou vosso
Senhor.Tomar-vos-ei um de uma cidade e dois de uma família e
hei-de reconduzir-vos a Sião.
Dar-vos-ei pastores, segundo o meu coração, que vos conduzirão com inteligência e sabedoria. E quando vos multiplicardes e vos tornardes numerosos na Terra, então – oráculo do Senhor – não se falará mais na Arca da Aliança do Senhor; não lhes virá ao pensamento, não se lembrarão nem sentirão necessidade dela e não se fará outra. Naquele tempo, chamarão a Jerusalém ‘Trono do Senhor’ e hão-de juntar-se a ela, a Jerusalém, em nome do Senhor, todas as nações e não voltarão a ir atrás da maldade dos seus corações perversos.
Livro de Jeremias
31,10.11-12ab.13.
Como
o pastor guarda o seu rebanho, assim nos guarda o Senhor.
Povos, escutai a palavra do Senhor! Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei: 'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.' Porque o Senhor resgatou Jacob e libertou-o das mãos de um mais forte. Regressarão jubilosos às alturas de Sião e afluirão aos bens do Senhor. Então a jovem alegrar-se-á, bailando; jovens e velhos partilharão do seu júbilo. Converterei o seu pranto em exultação, hei-de consolá-los e aliviá-los das suas penas. Evangelho segundo S. Mateus 13,18-23.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Escutai, pois a
parábola do semeador.
Quando um homem ouve a palavra do Reino e não compreende, chega o maligno e apodera-se do que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente à beira do caminho. Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe, de momento, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, é inconstante: se vier a tribulação ou a perseguição, por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra que, por isso, não produz fruto. E aquele que recebeu a semente em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende: esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta.»
São
(Padre) Pio de Pietrelcina
(1887-1968), capuchinho Ep
3, 579; CE 54
Dar fruto, desembaraçado dos
cuidados deste mundo
Avança com simplicidade nas
vias do Senhor e não te preocupes. Odeia os teus defeitos, sim,
mas tranquilamente, sem agitação nem inquietação. Há que ter
paciência e tirar proveito deles com santa humildade. Se não
houver paciência, em lugar de desaparecerem, as tuas imperfeições
apenas crescerão, pois não há nada que aumente tanto os nossos
defeitos como a inquietação e a obsessão de nos libertarmos
deles.
Cultiva a tua vinha de comum
acordo com Jesus Cristo. Cabe-te a ti a tarefa de retirar as
pedras e arrancar os espinhos. A Jesus Cristo cabe a de semear,
plantar, cultivar e regar. Mas mesmo no teu trabalho, é Ele que
actua. Porque sem Jesus Cristo não conseguirias fazer nada.
Sábado,
dia 28 de Julho de 2012
Sábado da 16ª semana do Tempo Comum
Santo do dia
: S.
Vítor I, papa, +199, Santo
Inocêncio I, papa, +417, Beata
Maria Teresa Kowalska, virgem e mártir, +1941 Livro
de Jeremias 7,1-11.
A
palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias nestes termos:
«Coloca-te à porta do templo do Senhor e proclama aí este discurso: “Escutai a palavra do Senhor, habitantes de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor. Assim fala o Senhor do universo, o Deus de Israel: Endireitai os vossos caminhos e emendai as vossas obras e Eu habitarei convosco neste lugar. Não vos fieis em palavras de mentira, dizendo: ‘Templo do Senhor, templo do Senhor! Este é o templo do Senhor’. Mas, se endireitardes os vossos caminhos e emendardes as vossas obras, se verdadeiramente praticardes a justiça uns com os outros, se não oprimirdes o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes neste lugar o sangue inocente, se não seguirdes, para vossa desgraça, deuses estrangeiros, então Eu permanecerei convosco neste lugar, nesta terra que dei desde sempre e para sempre a vossos pais. Contudo, eis que vos enganais a vós mesmos, confiando em palavras vãs, que de nada vos servirão. Roubais, matais, cometeis adultérios, jurais falso, ofereceis incenso a Baal e procurais divindades que vos são desconhecidas; e depois, vindes apresentar-vos diante de mim, neste templo, onde o meu nome é invocado, e exclamais: ‘Estamos salvos!’ Mas seguidamente voltais a cometer todas essas abominações. Porventura, este templo, onde o meu nome é invocado, é a vossos olhos, um covil de ladrões? Ficai sabendo que Eu vi todas estas coisas – oráculo do Senhor.
Livro de Salmos
84(83),3.4.5-6a.8a.11.
Como
é agradável a vossa morada, Senhor do Universo!
A minha alma suspira pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne cantam de alegria ao Deus vivo! Até os pássaros encontram abrigo e as andorinhas um ninho para os seus filhos, junto dos teus altares, Senhor do universo, meu rei e meu Deus. Felizes os que habitam na tua casa e te louvam sem cessar. Felizes os que em ti encontram a sua força e os que desejam peregrinar até ao monte Sião. Um dia em teus átrios vale por mil; antes quero ficar no limiar da casa do meu Deus do que habitar nas tendas dos maus.
Evangelho segundo S. Mateus
13,24-30.
Naquele
tempo, Jesus Cristo propôs à multidão mais esta parábola: «O
Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no
seu campo.
Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se. Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois o joio?’ 'Foi algum inimigo meu que fez isto’ respondeu ele. Disseram-lhe os servos: 'Queres que vamos arrancá-lo?’ Ele respondeu: 'Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo. Deixai um e outro crescer juntos até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado e recolhei o trigo no meu celeiro.’»
(trigo
= homens e mulheres bons;
joio
= homens e mulheres maus;
celeiro =
universo de Deus) Beato
John Henry Newman
(1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermões
pregados em várias ocasiões,
n°9, 2.6
«Deixai um e outro crescer
juntos, até à ceifa»
Há escândalos na Igreja,
coisas repreensíveis e vergonhosas; nenhum católico poderá
negá-lo. Ela sempre incorreu na censura e na vergonha de ser mãe
de filhos indignos; ela tem filhos que são bons e tem muitos mais
que são maus. [...] Deus poderia ter instituído uma Igreja pura;
mas previu que o joio semeado pelo inimigo permaneceria com o
trigo até à ceifa, até ao fim do mundo. Afirmou que a Sua
Igreja seria semelhante a uma rede de pescador «que apanha toda a
espécie de peixes», que apenas são separados à noite (Mt
13,47ss). Indo mais longe, declarou que os maus e os imperfeitos
seriam em maior número que os bons «porque muitos são os
chamados, mas poucos os escolhidos» (Mt 22,14) e o Seu apóstolo
diz que «aqueles que foram reservados segundo a escolha da graça,
foram salvos» (Rm 11,5). Percebe-se assim que, na história e na
vida dos católicos, há sempre muito para servir os interesses
dos contraditores. […]
Mas não baixamos a cabeça com
vergonha, escondendo o rosto entre as mãos: levantamos as mãos e
o rosto em direcção ao Redentor. «Assim como os olhos dos
servos se fixam na mão dos seus senhores [...] assim também os
nossos olhos estão postos no Senhor nosso Deus até que Ele tenha
piedade de nós» (Sl 122,2). [...] Apelamos a Ti, justo juiz,
pois és Tu que olhas para nós. Não fazemos caso dos homens
enquanto Te tivermos [...], enquanto tivermos a Tua presença nas
nossas assembleias, o Teu testemunho e a Tua aprovação no nosso
coração.
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sábado, 28 de julho de 2012
Cristianismo 70
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