=CRISTIANISMO=
«Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
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Domingo, dia 29 de Julho de 201217º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Festa
da Igreja : Décimo
Sétimo Domingo do Tempo Comum (semana I do saltério)
Santo do dia : Santa Marta, amiga de Jesus, Santos Maria e Lázaro, hospedeiros do Senhor Livro de 2º Reis 4,42-44.
Naqueles
dias, veio um homem de Baal-Salisa que trouxe a Eliseu, o homem de
Deus, pão feito com os primeiros frutos da colheita. Eram vinte
pães de cevada e trigo novo, no seu saco. Disse Eliseu: «Dá-os
a esses homens para que comam.»
O seu servo respondeu: «Como poderei dar de comer a cem pessoas com isto?» Insistiu Eliseu: «Dá-os a esses homens para que comam. Pois isto diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará.’» Ele colocou os pães diante deles. Todos comeram e ainda sobejou como o Senhor tinha dito.
Livro
de Salmos 145(144),10-11.15-16.17-18.
Abri,
Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome.
Vos agradeçam, Senhor, todas as criaturas e bendigam-Vos os vossos fiéis. Proclamem a glória do vosso reino e anunciem os vossos feitos gloriosos. Todos têm os olhos postos em ti, e, a seu tempo, Tu lhes dás o alimento. Abres com largueza a tua mão e sacias os desejos de todos os viventes. O Senhor é justo em todos os seus caminhos e misericordioso em todas as suas obras. O Senhor está perto de todos os que O invocam, dos que O invocam sinceramente. Carta aos Efésios 4,1-6.
Irmãos:
Eu, o prisioneiro no Senhor, exorto-vos, pois a que procedais de
um modo digno do chamamento que recebestes;
com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; um só Senhor, uma só fé, um só baptismo; um só Deus e Pai de todos que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos.
Evangelho
segundo S. João 6,1-15.
Naquele
tempo, Jesus Cristo foi para a outra margem do lago da Galileia,
ou de Tiberíades.
Seguia-o uma grande multidão porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes. Jesus Cristo subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus Cristo disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?» Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe: «Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.» Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Jesus Cristo disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora havia muita erva no local. Os homens sentaram-se, pois em número de uns cinco mil. (não contando as mulheres e crianças) Então Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os peixes e eles comeram quanto quiseram. Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram para que nada se perca». Recolheram-nos então e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer. Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que Jesus Cristo tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!» Por isso, Jesus Cristo, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
Santo
Efrém
(c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja Comentário
do Evangelho,
12, 1-4; SC 121
A
multiplicação dos pães
No deserto, Nosso Senhor
multiplicou o pão e em Canaã transformou a água em vinho. Deste
modo, habituou a boca dos Seus discípulos ao Seu pão e ao Seu
vinho até à altura em que lhes daria o Seu corpo e o Seu sangue.
Fez-lhes provar um pão e um vinho transitórios para fazer nascer
neles o desejo do Seu corpo e do Seu sangue vivificantes. Deu-lhes
estas pequenas coisas generosamente para que eles soubessem que a
Sua dádiva suprema seria gratuita. Deu-lhas gratuitamente, embora
eles tivessem podido comprar-Lhas para que ficassem a saber que
não lhes pediria que pagassem uma coisa inestimável: porque,
embora eles pudessem pagar o preço do pão e do vinho, não
poderiam pagar o Seu corpo e o Seu sangue.
Não só nos ofereceu gratuitamente as Suas dádivas como ainda nos tratou com afeição porque nos deu estas pequenas coisas gratuitamente para nos atrair, para irmos até Ele e recebermos gratuitamente o enorme bem que é a Eucaristia. Estas pequenas porções de pão e de vinho que ofereceu eram agradáveis à boca, mas a dádiva do Seu corpo e do Seu sangue é útil ao espírito. Ele atraiu-nos através daqueles alimentos agradáveis ao paladar a fim de nos chamar para aquilo que dá vida à nossa alma. […]
A obra do Senhor abarca tudo:
num abrir e fechar de olhos, multiplicou um pedaço de pão. O que
os homens fazem e transformam em dez meses de trabalho, fazem os
Seus dez dedos num instante. [...] De uma pequena quantidade de
pão nasceu uma quantidade enorme de pães; foi como na primeira
bênção: «crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai
(administrai porque o proprietário é Deus) a Terra» (Gn 1,28).
Segunda-feira,
dia 30 de Julho de 2012
Segunda-feira da 17ª semana do Tempo Comum
Santo do dia
: Beato Bráulio Maria Corres, Frederico Rúbio e 69 companheiros,
mártires da Guerra Civil de Espanha, S. Justino de Jacobis,
bispo, +1860, S.
Pedro Crisólogo, bispo, Doutor da Igreja, +450
Livro
de Jeremias 13,1-11.
O
Senhor ordenou-me: «Vai comprar uma faixa de linho e cinge com
ela a tua cintura, mas não a metas na água.»
E eu comprei a faixa, de acordo com a palavra do Senhor, e com ela me cingi. Foi-me dirigida, pela segunda vez, a palavra do Senhor: «Toma a faixa que compraste e que trazes contigo e encaminha-te para as margens do Eufrates e esconde-a ali na fenda de uma rocha.» Fui e escondi-a junto do Eufrates como o Senhor me havia ordenado. Passados muitos dias, disse-me o Senhor: «Põe-te a caminho em demanda das margens do Eufrates a fim de buscar a faixa que, conforme as minhas ordens, ali escondeste.» Dirigi-me então ao rio e, tendo cavado, retirei a faixa do lugar onde a escondera. Vi, porém que a faixa apodrecera e para nada mais servia. Então o Senhor falou-me nestes termos: «Isto diz o Senhor: ‘Da mesma forma, farei apodrecer a soberba de Judá e o grande orgulho de Jerusalém. Este povo perverso que recusa ouvir as minhas ordens, que segue a obstinação do seu coração e vai atrás de deuses estranhos para os servir e adorar, tornar-se-á semelhante a esta faixa que para nada serve. Assim como uma faixa se liga à cintura de um homem assim Eu uni a mim toda a casa de Israel e a casa de Judá para que fossem o meu povo, a minha honra, a minha glória e a minha ufania. Eles, porém não me escutaram’» –oráculo do Senhor.
Livro de Deuteronómio
32,18-19.20.21.
Abandonaste
a Deus que te criou.
Desprezaste o Rochedo que te criou, esqueceste a Deus que te deu a vida. O Senhor viu isso e irritou-se, provocado por seus filhos e filhas. E disse: 'Vou esconder deles a minha face, verei qual será o seu futuro porque eles são uma geração rebelde, filhos em quem não se pode confiar. Fazem-Me ciúmes com o que não é Deus, irritam-Me com seus ídolos vãos. Eu é que lhes farei ciúmes com um que não é povo, com uma nação insensata os irritarei.'
Evangelho segundo S. Mateus
13,31-35.
Naquele
tempo, Jesus Cristo disse ainda à multidão a seguinte parábola:
«O Reino do Céu é semelhante a um grão de mostarda que um
homem tomou e semeou no seu campo.
É a mais pequena de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.» Jesus Cristo disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha até que tudo fique fermentado.» Tudo isto disse Jesus Cristo em parábolas à multidão e nada lhes dizia sem ser em parábolas. Deste modo cumpria-se o que fora anunciado pelo profeta: Abrirei a minha boca em parábolas e proclamarei coisas ocultas desde a criação do mundo.
São
Josemaría Escrivá de Balaguer
(1902-1975), presbítero, fundador Homilia
em «Amigos de Deus»,
§§ 8-9
«Até que tudo fique
fermentado»
Tenho vontade de recordar a
grandeza de actuar com espírito divino no cumprimento fiel das
obrigações habituais de cada dia, com essas lutas que enchem
Nosso Senhor de alegria e que só Ele e cada um de nós conhece.
Convencei-vos de que normalmente não encontrareis ocasiões para
grandes façanhas, entre outros motivos porque não é habitual
que surjam essas oportunidades. Pelo contrário, não faltam
ocasiões para demonstrarmos o nosso amor a Jesus Cristo através
do que é pequeno, do normal. […]
Ao meditar as palavras de Nosso
Senhor: «Por amor deles, santifico-Me a Mim mesmo para que eles
também sejam santificados na verdade» (Jo 17,19), percebemos
claramente o nosso único fim: a santificação, isto é, que
temos de ser santos para santificar. Simultaneamente, como
tentação subtil, talvez nos assalte o pensamento de que muito
poucos estamos decididos a responder a esse convite divino, além
de nos vermos como instrumentos de muito fraca categoria. É
verdade, somos poucos, em comparação com o resto da humanidade e
pessoalmente não valemos nada; mas a afirmação do Mestre ressoa
com autoridade: o cristão é luz, sal, fermento do mundo e «um
pouco de fermento faz levedar toda a massa» (Mt 5,13-14).
Terça-feira, dia 31 de Julho de 2012Terça-feira da 17ª semana do Tempo Comum
Santo do dia
: Santo
Inácio de Loyola, presbítero, fundador, +1556,
Santo
Afonso Rodrigues, religioso leigo, +1617
Livro
de Jeremias 14,17-22.
«Derramem os meus olhos
lágrimas noite e dia, sem descanso porque a jovem, filha do meu
povo, foi ferida com um golpe terrível e sua chaga não tem
cura!»
Se saio aos campos, eis os mortos à espada; se regresso à cidade, eis os dizimados pela fome. Até profetas e sacerdotes vagueiam pelo país sem nada compreenderem. Acaso rejeitaste inteiramente Judá? Porventura sentes nojo de Sião? Porque nos feriste sem esperança de cura? Esperávamos a paz, mas nada há de bom; esperávamos a hora do alívio, mas só vemos angústia! Senhor! Conhecemos a nossa culpa e a iniquidade dos nossos pais. Pecámos realmente contra ti. Mas, por amor do teu nome, não nos abandones nem desonres o trono da tua glória. Lembra-te de nós, não anules a tua aliança connosco. Será que algum dos ídolos dos pagãos, traz a chuva? Ou é o céu que proporciona as chuvas? Não és Tu, Senhor, o nosso Deus? Nós esperamos em ti, pois és Tu quem faz todas estas coisas.
Livro de Salmos
79(78),8.9.11.13.
Salvai-nos,
Senhor, para glória do vosso nome.
Não recordes contra nós as faltas dos nossos antepassados; venha depressa ao nosso encontro a tua misericórdia porque somos tão miseráveis. Chegue junto de ti o gemido dos cativos pela grande força do teu braço, salva da morte os que estão condenados Nós, que somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho, glorificar-te-emos para sempre; de geração em geração cantaremos a vossa glória. Evangelho segundo S. Mateus 13,36-43.
Naquele
tempo, afastando-se das multidões, Jesus Cristo foi para casa. E
os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe:
«Explica-nos a parábola do joio no campo.»
Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que a semeou é o diabo; a ceifa é o fim do mundo (= o fim de cada tempo; mudança de paradigma; mudança de sistema: esclavagista, feudal, renascentista, … ; o fim do mundo existente que já começa a gerar um novo mundo como conhecemos na história. No fim de cada mundo, são feitos os julgamentos e são atribuídas as sentenças de acordo com o que cada um praticou e, de acordo com o resultado, entra ou não no novo mundo. Este processo demora bastantes anos. Por exemplo, quando Jesus Cristo começou a pregar tinha-se iniciado o tempo – Peixes; em 2004, iniciou-se o tempo - Aquário) e os ceifeiros são os anjos.
Assim, pois como o joio é
colhido e queimado no fogo assim será no fim do mundo:
o Filho do Homem enviará os seus anjos que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!» (porque o fim daquele mundo estava mesmo a acontecer)
Santo
Hilário
(c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja Da
Trindade,
XI, 39-40
«Então os justos
resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai»
[Diz S. Paulo que] Jesus Cristo
entregará o reino a Seu Pai (1Cor 15,24), não no sentido em que
renunciará ao Seu poder, entregando-Lhe o Seu Reino, mas no
sentido em que o Reino de Deus seremos nós, assim que tivermos
sido conformados à glória do Seu Corpo, constituídos Reino de
Deus através da glorificação do Seu Corpo e assim nos entregará
ao Pai enquanto Reino, segundo diz o Evangelho: «Vinde, benditos
de Meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado
desde a criação do mundo» (Mt 25,34).
E «os justos resplandecerão
como o Sol, no Reino de seu Pai» porque o Filho colocará nas
mãos de Deus aqueles que, sendo o Reino, para ele convidara,
aqueles a quem foram prometidas as bem-aventuranças próprias
deste mistério com estas palavras: «Felizes os puros de coração
porque verão a Deus» (Mt 5,8). [...] Serão estes quem, enviados
a Seu pai como Seu Reino, verão a Deus.
O próprio Senhor dissera aos
Apóstolos em que consistia este Reino: «O Reino de Deus está no
meio de vós» (Lc 17,21). E se alguém inquirir quem é Aquele
que entregará o Reino, preste atenção: «Jesus Cristo
ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram porque,
assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem a
ressurreição dos mortos» (1Cor 15,20-21). Tudo isto diz
respeito ao mistério do Corpo, uma vez que Jesus Cristo é o
primeiro Ressuscitado dentre os mortos. [...] Por isso [é que]
Deus será «tudo em todos» (1 Cor 15,28), para o progresso da
[nossa] humanidade assumida por Jesus Cristo.
Quarta-feira,
dia 01 de Agosto de 2012
Quarta-feira da 17ª semana do Tempo Comum
Santo do dia
: Santo
Afonso Maria de Ligório, bispo, Doutor da Igreja, +1787
Livro
de Jeremias 15,10.16-21.
Ai
de mim, ó mãe, porque me deste à luz! Sou um homem de discórdia
e de polémica para toda a Terra! Nunca emprestei e ninguém me
emprestou; no entanto, todos me maldizem.
Eu devoro as tuas palavras, onde as encontro; a tua palavra é a minha alegria e as delícias do meu coração porque o teu Nome, foi invocado sobre mim, ó Senhor, Deus do universo! Nunca me sentei entre os escarnecedores para com eles me divertir. Forçado pela tua mão, sentei-me solitário porque me possuía a tua indignação. Porque se tornou perpétua a minha dor e não cicatriza a minha chaga, rebelde ao tratamento? Ai! Serás para mim como um riacho enganador de água inconstante? Por esta razão, o Senhor diz-me: «Se te reconciliares comigo, receber-te-ei novamente e poderás estar na minha presença. Se conseguires retirar o precioso do vil, serás como a minha boca. Serão eles então que virão a ti e não tu que irás a eles. Tornar-te-ei, para este povo, como sólida muralha de bronze. Combaterão contra ti, mas não conseguirão vencer-te porque Eu estarei a teu lado para te proteger e salvar – oráculo do Senhor. Livrar-te-ei das garras dos maus, resgatar-te-ei do poder dos opressores.»
Livro de Salmos
59(58),2-3.4-5a.10-11.17.18.
Sois
o meu refúgio, Senhor, no dia da minha tribulação.
Meu Deus, livra-me dos meus inimigos; protege-me dos que se levantam contra mim. Livra-me dos que praticam o mal e salva-me dos homens sanguinários. Vê como armam ciladas à minha vida; ó Senhor, conspiram contra mim os poderosos sem que eu tenha cometido nenhum crime nem pecado Sem que eu tenha culpa, correm a atacar-me. Ó minha força, é para ti que eu me volto, pois Tu, ó Deus, és a minha fortaleza. O amor do meu Deus virá ao meu encontro, Deus me fará ver o castigo dos meus opressores. Eu, porém cantarei o teu poder, pela manhã celebrarei a tua bondade porque foste o meu amparo e o meu refúgio no dia da tribulação. Evangelho segundo S. Mateus 13,44-46.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos:«O Reino do Céu é
semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem encontra.
Volta a escondê-lo e, cheio de alegria, vai, vende tudo o que
possui e compra o campo.
O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.» (Acredito que se pretende demonstrar o valor do campo e da pérola, isto é, do Reino do Céu que vale mais do que tudo o que se possa ter e que vale a pena escolher o Reino do Céu. Quer tenhamos muitos bens ou não; nada é nosso, tudo é de Deus, que Deus nos dá a graça de possuirmos. Perante o mundo somos proprietários, mas perante Deus somos administradores que nunca devem esquecer que há quem precise para que não se caia na situação deles)
Santo
Ireneu de Lyon
(c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir «Contra
as heresias»,
IV, 26
O tesouro escondido no campo
das Escrituras
Foi Jesus Cristo que Se tornou
presente a todos aqueles a quem Deus, desde o início, comunicou a
Sua Palavra, o Seu Verbo. E se alguém ler a Escritura nessa
perspectiva, encontrará uma expressão que diz respeito a Jesus
Cristo e uma prefiguração do novo chamamento, pois é Ele o
tesouro escondido no «campo», isto é, no mundo (Mt 13,38).
Tesouro escondido nas Escrituras, pois foi assinalado por símbolos
e parábolas que, humanamente falando, não podiam ser
compreendidas antes do cumprimento das profecias, isto é, antes
da vinda do Senhor. Foi por isso que foi dito ao profeta Daniel:
«Guarda isto em segredo e conserva selado este livro até ao
tempo final» (12,4). [...] E Jeremias também disse:
«Compreendê-los-eis plenamente no futuro» (23,20). […]
Lida pelos Cristãos, a Lei é
um tesouro escondido outrora no campo, mas que a cruz de Jesus
Cristo revela e explica [...]: ela manifesta a sabedoria de Deus,
dá a conhecer os Seus desígnios com vista à salvação do
homem, prefigura o Reino de Jesus Cristo, anuncia antecipadamente
a Boa Nova da herança da Jerusalém santa, prediz que o homem (e
mulher) que ama a Deus progredirá até O ver e escutar a Sua
palavra e que será glorificado por essa palavra. […]
Foi dessa maneira que o Senhor
explicou as Escrituras aos Seus discípulos depois da
ressurreição, provando-lhes, através delas, que «o Messias
tinha de sofrer essas coisas para entrar na Sua glória» (cf Lc
24,26). Se, portanto alguém ler desta maneira as Escrituras, será
um discípulo perfeito «semelhante a um pai de família que tira
coisas novas e velhas do seu tesouro» (Mt 13,52).
Quinta-feira,
dia 02 de Agosto de 2012
Quinta-feira da 17ª semana do Tempo ComumSanto do dia : S. Pedro Julião Eymard, presbítero, +1868, S. Gaudêncio de Évora, mártir, séc. II? Livro de Jeremias 18,1-6.
Palavra
que o Senhor dirigiu ao profeta Jeremias:
«Vai e desce à casa do oleiro e ali escutarás a minha palavra.» Fui então à casa do oleiro e encontrei-o a trabalhar ao torno. Quando o vaso que estava a modelar não lhe saía bem, retomava o barro com as mãos e fazia outro como bem lhe parecia. Então foi-me dirigida a palavra do Senhor, dizendo: «Casa de Israel, não poderei fazer de vós o que faz este oleiro? Como o barro nas suas mãos assim sois vós nas minhas, casa de Israel –oráculo do Senhor.
Livro de Salmos
146(145),1-2abc.2d-4.5-6.
Feliz
o que tem por auxílio o Deus de Jacob.
Louva, ó minha alma, o Senhor! Hei-de louvar o Senhor, enquanto viver; enquanto existir, hei-de cantar hinos ao meu Deus. Não ponhais a vossa confiança nos poderosos nem nos homens, pois eles não podem salvar. Mal deixam de respirar, regressam ao pó da terra; nesse mesmo dia acabam os seus projectos. Feliz de quem tem por auxílio o Deus de Jacob, de quem põe a sua esperança no Senhor, seu Deus. Ele criou os céus, a terra e o mar e tudo o que neles existe. Evangelho segundo S. Mateus 13,47-53.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «O Reino do Céu é ainda
semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie
de peixes.
Logo que ela se enche, os
pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons
para as canastras e os ruins, deitam-nos fora.
Assim será no fim do mundo:
sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos
para os lançarem na fornalha ardente: ali haverá choro e ranger de dentes.» «Compreendestes tudo isto?» «Sim» responderam eles. Jesus Cristo disse-lhes então: «Por isso, todo o doutor da Lei instruído acerca do Reino do Céu é semelhante a um pai de família que tira coisas novas e velhas do seu tesouro (a Bíblia).» Depois de terminar estas parábolas, Jesus Cristo partiu dali.
Sexta-feira,
dia 03 de Agosto de 2012
Sexta-feira da 17ª semana do Tempo Comum
Santo
do dia : Santa
Lídia, + cerca de 60,
S. Pedro de Anagni, bispo, +1105 Livro
de Jeremias 26,1-9.
No
começo do reinado de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, a
palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias nestes termos:
«Isto diz o Senhor: ‘Põe-te no átrio do templo e fala ali a todos os habitantes de Judá que vêm prostrar-se no templo do Senhor e anuncia-lhes todas as palavras que te mandei anunciar sem omitir nenhuma. Talvez te ouçam e se convertam cada um do seu mau caminho. Arrepender-me-ei então do castigo que, por causa das suas más obras, tinha determinado dar-lhes.’ Dir-lhes-ás: ‘Isto diz o Senhor: Se não me ouvirdes, se não obedecerdes à lei que vos impus, ouvindo as palavras dos profetas, meus servos, que continuamente vos enviei e a quem não tendes ouvido, farei a esta casa o que fiz a Silo e farei desta cidade um objecto de maldição para todos os povos da Terra.’» Os sacerdotes, os profetas e todo o povo ouviram Jeremias pronunciar estas palavras no templo. Porém mal Jeremias acabara de repetir o que o Senhor lhe ordenara dizer ao povo, os sacerdotes, os profetas (do rei) e a multidão lançaram-se sobre ele, exclamando: «À morte! Porque profetizas, em nome do Senhor, este oráculo: ‘Acontecerá a este templo o mesmo que sucedeu a Silo e esta cidade será transformada em deserto, sem habitantes?’» Juntou-se toda a multidão contra Jeremias no templo do Senhor.
Livro de Salmos
69(68),5.8-10.14.
Pela
vossa grande misericórdia, atendei-me, Senhor.
São mais do que os cabelos da minha cabeça aqueles que injustamente me odeiam; são mais fortes do que os meus ossos os que me detestam sem motivo. Por causa de ti, tenho sofrido insultos, o meu rosto cobriu-se de vergonha. Devorou-me o zelo pela tua casa e caíram sobre mim os insultos contra ti.
Mas eu dirijo a ti a minha
oração, ó Senhor,
no tempo favorável; ó Deus, responde-me, pelo teu grande amor, como prova da nossa salvação. Evangelho segundo S. Mateus 13,54-58.
Naquele
tempo, Jesus Cristo foi à sua terra e começou a ensinar os que
estavam na sinagoga de tal modo que todos se enchiam de assombro e
diziam: «De onde lhe vem esta sabedoria e o poder de fazer
milagres?
Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde lhe vem, pois tudo isto?» E estavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus Cristo disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa.» E não fez ali muitos milagres, por causa da falta de fé daquela gente.
São
Bernardo
(1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja II
homília sobre as palavras do Evangelho: «O anjo Gabriel foi
enviado»,
§ 16
«Não é Ele o filho do
carpinteiro?»
Irmãos, lembrai-vos do
patriarca José [...], de quem José, o esposo de Maria, herdou
não apenas o nome mas também a castidade, a inocência e as
graças. [...] O primeiro recebeu do céu a interpretação dos
sonhos (Gn 40;41); o segundo não só teve conhecimento dos
segredos do céu como teve a honra de neles participar. O primeiro
providenciou o sustento a todo um povo, fornecendo-lhe trigo em
abundância (Gn 41,55); o segundo foi estabelecido como guardião
do pão vivo que veio para dar pessoalmente a vida ao mundo
inteiro (Jo 6,51). Não há dúvida de que José, que foi noivo da
mãe do Salvador, foi um homem bom e fiel, ou antes, o «servo bom
e fiel» (Mt 25,21) que o Senhor colocou à frente da Sua família
para ser a consolação de Sua mãe, o pai nutrício da Sua
humanidade, o colaborador fiel no Seu desígnio para o mundo.
E era da casa de David [...],
descendente da estirpe real, nobre por nascimento, mas ainda mais
nobre de coração. Sim, era verdadeiramente filho de David, não
apenas pelo sangue, mas pela sua fé, pela sua santidade, pelo seu
fervor no serviço de Deus. Em José, o Senhor encontrou
verdadeiramente, como em David, «um homem segundo o Seu coração»
(1Sm 13,14) a quem pôde confiar, com toda a segurança, o maior
segredo do Seu coração. Ele revelou-lhe «a sabedoria que
instrui no segredo» (Sl 50, 8), deu-lhe a conhecer uma maravilha
que nenhum dos príncipes desta Terra conheceu; concedeu-lhe enfim
ver o que «muitos profetas e reis quiseram ver [...] e não
viram», escutar o que muitos queriam «ouvir [...] e não
ouviram!» (Lc 10,24). E não apenas vê-Lo e ouvi-Lo, mas também
levá-Lo nos braços, conduzi-Lo pela mão, apertá-Lo ao coração,
abraçá-Lo, alimentá-Lo e cuidar d'Ele.
Sábado,
dia 04 de Agosto de 2012
Sábado da 17ª semana do Tempo Comum
Naqueles
dias, os sacerdotes e os profetas falaram aos príncipes e à
multidão: «Este homem merece a morte porque profetizou contra
esta cidade, como todos vós ouvistes.»
Jeremias, porém respondeu aos príncipes e ao povo: «Foi o Senhor que me enviou a profetizar contra este templo e contra esta cidade os oráculos que ouvistes. Reformai, portanto a vossa vida e as vossas obras, ouvi a palavra do Senhor, vosso Deus, e o Senhor afastará de vós o mal com que vos ameaça. Quanto a mim, entrego-me nas vossas mãos. Fazei de mim o que quiserdes e o que melhor vos parecer. Sabei, porém que, se me condenardes à morte, sereis responsáveis pelo sangue inocente assim como esta cidade e os seus habitantes porque, na verdade, foi o Senhor que me enviou para vos transmitir estes oráculos.» Então os príncipes e a multidão disseram aos sacerdotes e aos profetas: «Este homem não merece a morte! Foi em nome do Senhor, nosso Deus, que nos falou.» Quanto a Jeremias, ele gozava da protecção de Aicam, filho de Chafan, para que não fosse entregue nas mãos do povo a fim de ser condenado à morte.
Livro de Salmos
69(68),15-16.30-31.33-34.
Pela
vossa bondade, ouvi-me, Senhor
Tira-me do lodo para que não me afunde! Salva-me dos que me odeiam e das águas profundas! Não me cubram as ondas nem me engula o abismo; que a boca do poço não se feche sobre mim. Eu sou pobre e miserável: defendei-me com a vossa protecção. Louvarei com cânticos o nome de Deus e em acção de graças O glorificarei. Vós, humildes, olhai e alegrai-vos buscai o Senhor e o vosso coração reanimará. O Senhor ouve o os pobres e não despreza os cativos. Evangelho segundo S. Mateus 14,1-12.
Por
aquele tempo, a fama de Jesus Cristo chegou aos ouvidos de
Herodes, o tetrarca,
e ele disse aos seus cortesãos: «Esse homem é João Baptista! Ressuscitou dos mortos e, por isso, se manifestam nele tais poderes miraculosos.» De facto, Herodes tinha prendido João, algemara-o e metera-o na prisão, por causa de Herodíade, esposa de seu irmão Filipe. Porque João dizia-lhe: «Não te é lícito possuí-la.» Quisera mesmo dar-lhe a morte, mas teve medo do povo que o considerava um profeta. Ora quando Herodes festejou o seu aniversário, a filha de Herodíade dançou perante os convidados e agradou a Herodes, pelo que ele se comprometeu, sob juramento, a dar-lhe o que ela lhe pedisse. Induzida pela mãe, respondeu: «Dá-me, aqui num prato, a cabeça de João Baptista.» O rei ficou triste, mas, devido ao juramento e aos convidados, ordenou que lha trouxessem e mandou decapitar João Baptista na prisão. Trouxeram, num prato, a cabeça de João e deram-na à jovem que a levou à sua mãe. Os discípulos de João vieram buscar o corpo e sepultaram-no; depois, foram dar a notícia a Jesus Cristo.
Catecismo
da Igreja Católica
§§ 2471-2474
O martírio de João
Baptista, testemunha da verdade
Diante de Pilatos, Jesus Cristo
proclama que «veio ao mundo para dar testemunho da verdade» (Jo
18,37). O cristão não deve «envergonhar-se de dar testemunho do
Senhor» (2 Tm 1, 8). Em situações que exigem a confissão da
fé, o cristão deve professá-la sem equívoco, conforme o
exemplo de São Paulo diante dos seus juízes. É preciso guardar
«uma consciência irrepreensível diante de Deus e dos homens (e
mulheres)» (Act 24, 16).
O dever que os cristãos têm de
tomar parte na vida da Igreja leva-os a agir como testemunhas do
Evangelho e das obrigações que dele dimanam. Este testemunho é
a transmissão da fé por palavras e obras. O
testemunho é um acto de justiça que estabelece ou que dá a
conhecer a verdade: «Todos os fiéis cristãos, onde quer que
vivam, têm obrigação de manifestar, pelo exemplo da vida e pelo
testemunho da palavra, o homem novo de que se revestiram pelo
Baptismo e a virtude do Espírito Santo com que foram robustecidos
na Confirmação» (Vaticano II).
O martírio é o supremo
testemunho dado em favor da verdade da fé; designa um testemunho
que vai até à morte. O mártir dá testemunho de Jesus Cristo
morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade. Dá
testemunho da verdade da fé e da doutrina cristã. Suporta a
morte com um acto de fortaleza. [...] A Igreja recolheu com o
maior cuidado as memórias daqueles que foram até ao fim na
confissão da sua fé. São as Actas dos Mártires, as quais
constituem arquivos da verdade escritos com letras de sangue
[...]: «Eu Te bendigo por me teres julgado digno deste dia e
desta hora, digno de ser contado no número dos Teus mártires
[...]. Tu cumpriste a Tua promessa, Deus da fidelidade e da
verdade. Por esta graça e por tudo, eu Te louvo e Te
bendigo; eu Te glorifico pelo eterno e celeste
Sumo-Sacerdote Jesus Cristo, Teu Filho muito-amado» (São
Policarpo).
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sábado, 4 de agosto de 2012
Cristianismo 71
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