quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Cristianismo 238 até 16-12-2017



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 10 de Dezembro de 2017

2.º Domingo do Advento

Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que terminaram os seus trabalhos e está perdoada a sua culpa porque recebeu da mão do Senhor duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama: «Preparai no deserto o caminho do Senhor, abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto de um monte, arauto de Sião; grita com voz forte, arauto de Jerusalém; levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio, precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho e reunirá os animais dispersos; tomará os cordeiros em seus braços, conduzirá as ovelhas ao seu descanso».

Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O adoram,
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra,
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.

2.ª Carta de São Pedro 3,8-14.
Há uma coisa, caríssimos, que não deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos e mil anos como um dia.
O Senhor não tardará em cumprir a sua promessa, como pensam alguns. Mas usa de paciência para convosco e não quer que ninguém pereça, mas que todos possam arrepender-se.
Entretanto, o dia do Senhor virá como um ladrão: nesse dia, os céus desaparecerão com fragor, os elementos dissolver-se-ão nas chamas e a terra será consumida com todas as obras que nela existem.
Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas, como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade,
esperando e apressando a vinda do dia de Deus, em que os céus se dissolverão em chamas e os elementos se fundirão no ardor do fogo!
Porque nós esperamos, segundo a promessa do Senhor, os novos céus e a nova Terra, onde habitará a justiça.
Portanto, caríssimos, enquanto esperais este dia, empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura, para que o Senhor vos encontre na paz.

Evangelho segundo São Marcos 1,1-8.
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías:
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro que preparará o teu caminho.
Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’».
Apareceu João Baptista no deserto, a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados.
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
João vestia-se de peles de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
E na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias.
Eu baptizo na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Sermão para o 4.º Domingo do Advento
«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas»
Tendo o povo de Deus sido reduzido à escravatura pelos pagãos e enviado como cativo para o meio dos persas e dos medos, depois de ter sofrido um longo cativeiro, o rei Ciro resolveu livrá-lo dessa servidão e reconduzi-lo à Terra Prometida. Qual poesia divina, o profeta Isaías entoou então estas palavras cheias de beleza: «Povo de Israel, consolai-vos, consolai-vos, diz o Senhor nosso Deus; a vossa consolação não será vã nem inútil. Falai ao coração de Jerusalém [...] porque a sua malícia chegou ao fim. E porque as suas iniquidades (= não-equidades) atingiram o máximo, serão perdoadas.» Por isso, dizia esse grande poeta ao povo de Israel: «Aplanai os vossos caminhos e endireitai as vossas veredas» (40, 1s). [...]
Porque é que Deus diz que perdoará ao povo de Israel as suas iniquidades, se é verdade que ele atingiu o cúmulo da sua malícia? Os Padres antigos [...] ensinam que estas palavras podem entender-se [...] como se Deus dissesse: «Quando eles estão no auge das suas aflições e sentem vivamente o fardo das suas iniquidades nesta escravidão e neste cativeiro, depois de os ter punido pela sua maldade [...], olhei-os e tive deles compaixão. Chegados ao pior dos seus dias, bastou-Me o que já tinham sofrido; por isso, as suas iniquidades ser-lhes-ão agora perdoadas. [...] Quando atingiram o cúmulo da sua [...] ingratidão, quando parecia não terem nenhuma lembrança nem memória de Deus e dos seus benefícios, a sua iniquidade ser-lhes-á perdoada.» [...] Quando a Providência de Deus quis mostrar aos homens a sua bondade, isso foi admirável porque Ele não quis ser induzido por motivação alguma: movido apenas pela sua bondade, comunicou-Se aos homens de uma forma absolutamente maravilhosa.
Quando Ele veio a este mundo, era o tempo em que os homens tinham chegado ao cúmulo da sua malícia: as leis estavam nas mãos de Anás e Caifás [...], Herodes reinava e Pôncio Pilatos governava a Judeia; foi nesse tempo que Deus veio ao mundo para nos resgatar e nos libertar da tirania do pecado e da servidão do nosso inimigo. 


Segunda-feira, dia 11 de Dezembro de 2017

Segunda-feira da 2.a semana do Advento

Santo do dia : São Dâmaso I, Papa, +384

Livro de Isaías 35,1-10.
Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida,
cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lhe-á dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e do Sáron. Verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes.
Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-vos».
Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos.
Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície;
a terra seca transformar-se-á em lago e a terra sequiosa em nascentes de água. No covil dos chacais crescerão canas e juncos.
Aí haverá uma estrada que se chamará «caminho sagrado»; nenhum homem impuro passará por ele e nele os insensatos não se perderão.
Nesse caminho não haverá leões, nem andarão por ali animais ferozes.
Voltarão os que o Senhor libertar, hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão a satisfação e o contentamento e acabarão a dor e os gemidos.

Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O adoram
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.

Evangelho segundo São Lucas 5,17-26.
Certo dia, enquanto Jesus Cristo ensinava, estavam entre a assistência fariseus e doutores da Lei que tinham vindo de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e Ele tinha o poder do Senhor para operar curas.
Apareceram então uns homens, trazendo num catre um paralítico; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus Cristo.
Como não encontraram modo de o introduzir, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com o catre, deixando-o no meio da assistência, diante de Jesus Cristo.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus Cristo disse: «Homem, os teus pecados estão perdoados».
Os escribas e fariseus começaram a pensar: «Quem é este que profere blasfémias? Não é só Deus que pode perdoar os pecados?»
Mas Jesus Cristo que lia nos seus pensamentos, tomou a palavra e disse-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações?
Que é mais fácil dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou ‘Levanta-te e anda’?
Pois bem, para saberdes que o Filho (do homem) tem na Terra o poder de perdoar os pecados, Eu te ordeno — disse Ele ao paralítico — levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa».
Logo ele se levantou à vista de todos, tomou a enxerga em que estivera deitado e foi para casa, dando glória a Deus. (entretanto também os que desmancharam o telhado e o tecto também se foram e a despesa e conserto do tecto e do telhado ficaram por conta da dona da casa. Que recompensa por tanto bem? Realmente?!!!!!)
Ficaram todos muito admirados e davam glória a Deus e, cheios de temor, diziam: «Hoje vimos maravilhas».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Gregório de Agrigento (c. 559-c. 594), bispo
Sobre o Eclesiastes, livro 10, 2; PG 98, 1138
«Hoje vimos maravilhas»
A luz é suave e é bom contemplar o sol com os nossos olhos de carne [...]; é por isso que já Moisés dizia: «Deus viu que a luz era boa» (Gn 1,4). [...]
Como é bom para nós pensar na grande, verdadeira e indefectível luz «que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9), isto é, Cristo, o Salvador do mundo e seu libertador. Depois de Se ter revelado ao olhar dos profetas, fez-Se homem e penetrou até às últimas profundezas da condição humana. É dele que fala o profeta David ao dizer: «Louvai a Deus, cantai salmos ao seu nome, abri caminho Àquele que cavalga sobre as nuvens; o seu nome é Senhor! Exultai na sua presença» (Sl 68,5) E ainda Isaías, falando bem alto: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (9,1). [...]
Assim, pois a luz do sol, vista pelos nossos olhos de carne, anuncia o Sol espiritual da justiça (cf Mal 3,20), o mais suave que alguma vez Se elevou, para aqueles que tiveram a felicidade de ser instruídos por Ele e de O ver com os olhos de carne, enquanto Ele permanecia entre os homens, como um homem vulgar. E, no entanto, Ele não era apenas um homem vulgar, uma vez que tinha nascido verdadeiro Deus, capaz de dar a vista aos cegos, de fazer caminhar os coxos, de fazer ouvir os surdos, de purificar os leprosos e de trazer os mortos à vida com uma simples palavra (cf Lc 7,22).


Terça-feira, dia 12 de Dezembro de 2017

Terça-feira da 2.a semana do Advento

Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que terminaram os seus trabalhos e está perdoada a sua culpa porque recebeu da mão do Senhor duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama: «Preparai no deserto o caminho do Senhor, abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência porque a boca do Senhor falou».
Uma voz dizia: «Clama». E eu respondi: «Que hei-de clamar?» — «Todo o ser humano é como a erva, toda a sua glória é como a flor do campo.
A erva seca e as flores murcham quando o vento do Senhor sopra sobre elas.
A erva seca e as flores murcham, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente».
Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião; grita com voz forte, arauto de Jerusalém; levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio, precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho e reunirá os animais dispersos; tomará os cordeiros em seus braços, conduzirá as ovelhas ao seu descanso».

Livro de Salmos 96(95),1-2.3.10ac.11-12.13.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
cantai ao Senhor, bendizei o seu nome.
Anunciai dia a dia a sua salvação,

Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
Dizei entre as nações: «O Senhor é rei»,
governa os povos com equidade.

Alegrem-se os céus, exulte a Terra,
ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe,
alegrem-se as árvores das florestas.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a Terra.
Julgará o mundo com justiça
e os povos com fidelidade.

Evangelho segundo São Mateus 18,12-14.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir procurar a que anda tresmalhada?
E se chegar a encontrá-la, em verdade vos digo que se alegra mais por causa dela do que pelas noventa e nove que não se tresmalharam.
Assim também, não é da vontade de meu Pai que está nos Céus que se perca um só destes pequeninos».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão 1 para o Advento, 7-8
«Não é da vontade de meu Pai que está nos Céus que se perca um só destes pequeninos»
«Vede: é o Senhor em pessoa que vem de longe» diz o profeta (Is 30,27). Quem poderá duvidar disso? Era preciso que houvesse, no início, algo grandioso, para que a majestade de Deus se dignasse descer de tão longe para um sitio tão indigno dela. Sim, efetivamente havia aí algo grandioso: a sua grande misericórdia, a sua imensa compaixão, a sua abundante caridade. Com efeito, com que objectivo julgamos nós que Jesus Cristo veio? Encontrá-lo-emos sem dificuldade, pois as suas palavras e os seus actos revelam-nos claramente a razão da sua vinda: Ele desceu das alturas para procurar a centésima ovelha desgarrada.
Ele veio por nossa causa, para que as misericórdias do Senhor aparecessem com maior evidência, bem como as suas maravilhas a favor dos filhos dos homens (Sl 106,8). Admirável condescendência de Deus que nos procura e grande dignidade do homem que é assim procurado! Se este quer glorificar-se, pode fazê-lo sem loucura, não que por si mesmo possa ser coisa alguma, mas porque Aquele que o criou o fez assim grande. Com efeito, todas as riquezas, toda a glória deste mundo e tudo o que se pode desejar, tudo isso é pouca coisa e mesmo nada, em comparação com esta outra glória. «Que é o homem, Senhor, para que faças caso dele e ponhas nele a tua atenção?» (Jb 7,17).


Quarta-feira, dia 13 de Dezembro de 2017

Quarta-feira da 2.a semana do Advento

«A quem Me comparareis que seja semelhante a Mim? — diz o Deus Santo.
Erguei os olhos para o alto e olhai. Quem criou estas estrelas? Aquele que as conta e as faz marchar como um exército e as chama a todas pelos seus nomes. Tal é a sua força e tão grande é o seu poder que nenhuma falta à chamada.
Jacob, porque dizes; Israel, porque afirmas: ‘O meu destino está oculto ao Senhor e a minha causa passa despercebida ao meu Deus’? Não o sabes, não o ouvistes dizer?
O Senhor é um Deus eterno, criador da Terra até aos seus confins. Ele não Se cansa nem Se fatiga e a sua inteligência é insondável.
Dá força ao que anda exausto e vigor ao que anda enfraquecido.
Os jovens cansam-se e fatigam-se e os adultos tropeçam e vacilam.
Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, formam asas como as águias. Correm sem se fatigarem, caminham sem se cansarem».

Livro de Salmos 103(102),1-2.3-4.8.10.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor,
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo.
Bendiz, ó minha alma, o Senhor
e não esqueças nenhum dos seus benefícios.

Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e misericórdia.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade;
Não nos tratou segundo os nossos pecados,
nem nos castigou segundo as nossas culpas.

Evangelho segundo São Mateus 11,28-30.
Naquele tempo, Jesus Cristo exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
«Sobre a vida perfeita», II, §§ 1, 3, 4
A humildade do Filho (de Deus)
Aquele que considera os seus próprios defeitos com os olhos do coração tem de «se humilhar em verdade sob a poderosa mão de Deus». Assim, exorto-vos, a vós que sois servidora de Deus que, quando conheçais com segurança os vossos defeitos, humilheis profundamente a vossa alma, vos desprezeis a vós mesma. Porque «a humildade», diz São Bernardo, «é uma virtude pela qual o homem se tem por vil, graças a um conhecimento muito preciso de si mesmo.» Por esta humildade, o nosso Pai, o bem-aventurado Francisco, tornou-se vil a seus próprios olhos. Ele amou-a e procurou-a desde o começo até ao fim da sua vida religiosa. Por ela, abandonou o mundo, andou despido pelas ruas da cidade, serviu os leprosos, confessou os seus pecados na sua pregação e pediu que o cobrissem de opróbrios.
Mas é sobretudo com o Filho de Deus que deveis aprender esta virtude, Ele que diz de Si próprio: «Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração» porque, segundo o bem-aventurado Gregório, «aquele que junta virtudes sem humildade lança poeira ao vento». Tal como o orgulho é o princípio de todo o pecado, também a humildade é o fundamento de todas as virtudes.


Quinta-feira, dia 14 de Dezembro de 2017

Quinta-feira da 2.a semana do Advento

«Sou Eu, o Senhor, teu Deus, que te seguro pela mão direita e te digo: ‘Não temas, Eu venho em teu auxílio’.
Não temas, pobre verme de Jacob, bichinho de Israel. Eu venho socorrer-te — oráculo do Senhor— o teu redentor é o Santo de Israel.
Eu te converterei em trilho aguçado, novo e bem cortante; calcarás e triturarás os montes e transformarás em palha as colinas.
Hás-de joeirá-los e o vento os levará, o vendaval os dispersará. Mas tu exultarás no Senhor e te gloriarás no Santo de Israel.
Os infelizes e os pobres buscam água e não a encontram e a sua língua está ressequida pela sede. Eu, o Senhor, os atenderei, Eu, o Deus de Israel, não os abandonarei.
Farei brotar rios nos montes escalvados e fontes por entre os vales. Transformarei o deserto em lago e a terra seca em nascentes de água.
No deserto farei crescer o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; na estepe plantarei o cipreste, o olmo e o pinheiro
para que todos vejam e saibam, considerem e compreendam que a mão do Senhor fez estas coisas, que o Santo de Israel as realizou».

Livro de Salmos 145(144),1.9.10-11.12-13ab.
Quero exaltar-Vos, meu Deus e meu Rei,
e bendizer o vosso nome para sempre.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

Agradeçam-Vos, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.

Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.

Evangelho segundo São Mateus 11,11-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o mais pequeno no reino dos Céus é maior do que ele.
Desde os dias de João Baptista até agora, o reino dos Céus sofre violência e são os violentos que se apoderam dele.
Todos os profetas e a Lei profetizaram até João.
É ele, se quiserdes compreender, o Elias que estava para vir.
Quem tem ouvidos oiça».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
3.º Sermão para a Natividade de São João Baptista, 1-2
«João era uma lâmpada que ardia e brilhava» (Jo 5,35)
Quando a Justiça soberana diz a Noé: «Tu foste justo a meus olhos» (Gn 7,1), está a fazer um grande elogio à sua justiça. É um sinal de um grande mérito, quando Deus assegura a Abraão que é por causa dele que as suas promessas serão realizadas. [...] Que glória para Moisés, quando Deus arde de zelo para o defender e confundir os seus inimigos (Nm 12, 6s). [...] E que dizer de David, no qual o Senhor Se congratula por ter encontrado um homem segundo o seu coração? (1Sam 13,13)
E, contudo, apesar da grandeza destes homens, nem entre eles nem entre os outros «filhos de mulher», «nenhum foi maior do que João Baptista», segundo o testemunho do Filho (da Virgem). É verdade que as estrelas não têm todas o mesmo brilho (1Cor 15,41) e que, no coro de santos astros que iluminaram a noite deste mundo antes do nascer do verdadeiro Sol, alguns brilharam com uma luz admirável. No entanto, nenhum deles foi maior e mais resplandecente do que esta estrela da manhã, esta lâmpada ardente e luminosa preparada por Deus para o seu Cristo (Sl 131,17). Primeira luz da manhã, estrela da aurora, precursor do Sol, ele anuncia aos mortais a iminência do dia e grita aos que dormem «nas trevas e na sombra da morte» (Lc 1,79): «Convertei-vos porque está próximo o Reino dos céus» (Mt 3,2). É como se dissesse: «A noite está avançada, o dia aproxima-se; rejeitemos, pois as obras das trevas e revistamo-nos com as armas da luz» (Rom 13,12). «Desperta, tu que dormes, levanta-te do meio dos mortos e Cristo brilhará para ti (Ef 5,14).


Sexta-feira, dia 15 de Dezembro de 2017

Sexta-feira da 2.a semana do Advento

Eis o que diz o Senhor, o teu redentor, o Santo de Israel: «Eu sou o Senhor, teu Deus, que te ensino o que é para teu bem e te conduzo pelo caminho que deves seguir.
Se tivesses atendido às minhas ordens, a tua paz seria como um rio e a tua justiça como as ondas do mar.
A tua posteridade seria como a areia, como os seus grãos os frutos do teu ventre. O teu nome não seria aniquilado nem destruído diante de mim.»

Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios (= ateus)
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.

É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.

Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.

Evangelho segundo São Mateus 11,16-19.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo à multidão: «A quem poderei comparar esta geração? É como os meninos sentados nas praças que se interpelam uns aos outros, dizendo:
“Tocámos flauta e não dançastes; entoámos lamentações e não chorastes”.
Veio João Baptista que não comia nem bebia e dizem que tinha o demónio com ele.
Veio o Filho (do homem) que come e bebe e dizem: ‘É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a sabedoria foi justificada pelas suas obras».

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
«Protréptico», cap. 1
João Baptista convida-nos à salvação
Não é estranho, meus amigos, que Deus nos exorte sempre à virtude e que nós nos furtemos a esse socorro, que Lhe devolvamos a salvação? Não nos convida João também à salvação, não é todo ele uma voz que nos exorta? Perguntemos-lhe pois: «Quem és tu, entre os homens e donde vens?» Ele não dirá que é Elias e negará que é o Cristo, mas confessará que é uma voz que brada no deserto (Jo 1,20s). Quem é, pois João? Para tomar uma imagem, permiti-me dizer: é uma voz do Verbo, da Palavra de Deus que nos exorta clamando no deserto [...]: »Aplanai os caminhos do Senhor» (Mc 1,3). João é um precursor e a sua voz é precursora da Palavra de Deus, voz que encoraja e predispõe à salvação, voz que nos exorta a procurar a herança do céu.
Graças a esta voz, «a mulher estéril e desamparada não será mais sem filhos» (Is 54,1). Foi a voz de um anjo que me anunciou esta gravidez; essa voz era também a de um precursor do Senhor que trazia a boa nova à mulher que não tinha engravidado (Lc 1,19), tal como João na solidão do deserto. É, portanto, pela voz do Verbo que a mulher estéril engravida na alegria e que o deserto produz frutos. Estas duas vozes precursoras do Senhor, a do anjo e a de João, comunicam-me a salvação nelas oculta, de modo que, depois da manifestação deste Verbo, colhamos o fruto da fecundidade, a vida eterna.


Sábado, dia 16 de Dezembro de 2017

Sábado da 2.a semana do Advento

O profeta Elias surgiu como um fogo e a sua palavra queimava como um facho ardente.
Fez vir a fome sobre os homens de Israel e no seu zelo reduziu-os a um pequeno número.
Pela palavra do Senhor fechou o céu e três vezes fez descer o fogo.
– Como foste admirável, Elias, pelos teus prodígios! Quem se pode gloriar de ser como tu?
Foste arrebatado num turbilhão de chamas e num carro puxado por cavalos de fogo.
Foste designado, na perspectiva dos tempos futuros, para aplacar a ira divina antes que ela se inflamasse, para reconciliar com os filhos o coração dos pais e restabelecer as tribos de Jacob.
Felizes os que te viram e os que morreram no amor de Deus,

Livro de Salmos 80(79),2ac.3b.15-16.18-19.
Pastor de Israel, escutai,
Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.

Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós.

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes.
Não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.

Evangelho segundo São Mateus 17,10-13.
Ao descerem do monte, os discípulos perguntaram a Jesus Cristo: «Porque dizem os escribas que Elias tem de vir primeiro?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Certamente Elias há-de vir para restaurar todas as coisas.
Eu vos digo, porém, que Elias já veio; mas, em vez de o reconhecerem, fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho (do homem = ser humano homem) será maltratado por eles».
Então os discípulos compreenderam que Jesus Cristo lhes falava de João Baptista.

Tradução litúrgica da Bíblia

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João
«Ele irá adiante do Senhor com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17)
«Porque dizem os escribas que Elias tem de vir primeiro?» O Senhor responde-lhes: «Elias já veio; mas, em vez de o reconhecerem, fizeram-lhe tudo o que quiseram. E, se desejais sabê-lo, é João, o Baptista». No entanto, quando é interrogado, João declara que não é Elias nem é Cristo (Jo 1,20s). [...] Porque afirma ele então: «Eu não sou Elias», quando o Senhor diz aos seus discípulos que ele é Elias? ( porque João Baptista não conhecia o seu corpo espiritual) Nosso Senhor queria falar simbolicamente da sua vinda gloriosa e dizer que João viera no espírito de Elias. O que João foi para a primeira vinda, Elias será para a segunda. Há dois adventos para o Juiz; há também dois precursores. O Juiz é o mesmo nos dois adventos, mas há dois precursores. [...] O Juiz tinha de vir primeiro, para ser julgado; mandou adiante de Si um primeiro precursor e chamou-lhe Elias, pois Elias será para o segundo advento aquilo que João foi para o primeiro.
Considerai, bem-amados irmãos, quanto esta explicação está fundada sobre a verdade. No momento em que João foi concebido [...], o Espírito Santo fez este vaticínio: «Ele irá adiante do Senhor com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,17). [...] Quem poderá entender estas coisas? Aquele que tiver imitado a humildade do precursor e conhecido a majestade do Juiz. Ninguém foi mais humilde que este santo precursor. Essa humildade de João constitui o seu maior mérito; ele poderia enganar os homens, passar por Cristo, ser visto como Cristo, tão grandes eram a sua graça e a sua virtude e, contudo declara abertamente: «Eu não sou Cristo. - És Elias? [...] – Não sou Elias» (Jo 1,20-21).
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