"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 03 de Dezembro de 2017
1.º
Domingo do Advento
Vós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o
vosso nome.
Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso
coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das
tribos da vossa herança.
Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa presença estremeceriam os
montes,
vendo os prodígios impressionantes que operavas.
Nunca os ouvidos escutaram nem os olhos viram que um Deus, além de Vós,
fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam.
Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos
caminhos. Estais indignado contra nós porque pecámos e há muito que somos
rebeldes, mas seremos salvos.
Éramos todos como um ser impuro, as nossas acções justas eram todas como
veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos
levavam como o vento.
Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós
porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas
faltas.
Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai e nós o barro de que sois o Oleiro; somos
todos obra das vossas mãos.
Livro de Salmos 80(79),2ac.3b.15-16.18-19.
Pastor de Israel, escutai,
Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.
Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós.
Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes.
Não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.
1.ª Carta aos Coríntios 1,3-9.
A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai e do
Senhor Jesus Cristo.
Agradeço a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos
foi dada em Cristo Jesus.
Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o
conhecimento
e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Jesus Cristo.
De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a
manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele vos tornará firmes até ao fim para que sejais irrepreensíveis no dia de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo,
Nosso Senhor.
Evangelho segundo São Marcos 13,33-37.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tomai
cuidado, vigiai, pois não sabeis quando chegará esse momento.
Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos
poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa e mandou ao
porteiro que vigiasse.
Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à
tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha;
não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir.
O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c.
335-395), monge, bispo
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n.º 11, 1
«Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da
casa»
Eis um dos
grandes preceitos do Senhor: que os seus discípulos sacudam tudo o que é
terreno como se fosse poeira [...] para se deixarem levar, num grande
impulso, para o Céu. Ele exorta-nos a vencer o sono, a procurar as realidades
do alto (Col 3,1), a ter o espírito permanentemente desperto, a afastar dos
olhos o adormecimento sedutor. Quero falar deste torpor e desta sonolência
que conduzem o Homem ao erro e forjam imagens de sonhos: honra, riqueza,
poder, grandeza, prazer, êxito, lucro ou prestígio. [...]
Para esquecermos tais sonhos, o Senhor pede-nos que ultrapassemos este sono
pesado: não deixemos escapar o real na busca frenética do nada. Ele
chama-nos, pois a velar: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas» (Lc
12,35). A luz que arde nos nossos olhos expulsa o sono; a cinta que nos
rodeia os rins mantém o nosso corpo em alerta, exprimindo um esforço que não
tolera qualquer torpor.
Como é claro o sentido desta imagem! Cingir os rins com a temperança é viver
à luz de uma consciência pura. A lâmpada acesa da franqueza ilumina o rosto,
faz brilhar a verdade, mantém a alma desperta, tornando-a impermeável à
falsidade e estranha à futilidade dos nossos pobres sonhos. Vivamos segundo a
exigência de Jesus Cristo e partilharemos a vida dos anjos. Com efeito, é a
eles que Ele nos une neste preceito: «Sede semelhantes aos homens que esperam
o seu senhor ao voltar da boda, para lhe abrirem a porta quando ele chegar e
bater» (Lc 12,36). Pois eles estão sentados junto às portas do Céu, de olhar
desperto, para que o Rei da glória (Sl 23,7) por aí passe ao voltar da boda.
Segunda-feira,
dia 04 de Dezembro de 2017
Segunda-feira da 1.a
semana do Advento
Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém:
Sucederá, nos dias que hão-de vir, que o monte do templo do Senhor se há-de
erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão
todas as nações
e muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao
templo do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos
pelas suas veredas. De Sião há-de vir a lei e de Jerusalém a palavra do
Senhor».
Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão
as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada
nação contra nação, nem mais se hão-de preparar para a guerra.
Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor.
Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.6-7.8-9.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.
Jerusalém, cidade bem edificada
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios».
Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens.
Evangelho segundo São Mateus 8,5-11.
Naquele tempo, ao entrar Jesus Cristo em Cafarnaum,
aproximou-se d’Ele um centurião que Lhe suplicou, dizendo:
«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Eu irei curá-lo».
Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em
minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado.
Porque eu, que não passo de um subalterno, tenho soldados sob as minhas
ordens: digo a um ‘Vai!’ e ele vai; a outro ‘Vem!’ e ele vem e ao meu servo
‘Faz isto!’ e ele faz».
Ao ouvi-lo, Jesus Cristo ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em
verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé.
Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa
com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus,
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Eusébio de Cesareia (c.
265-340), bispo, teólogo, historiador
Demonstração evangélica, II, 3, 35
«Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa [...]
no reino dos Céus»
Muitos são os
testemunhos da Escritura que mostram que as nações pagãs não receberam
menos graças do que o povo judaico. Se os judeus [...] participam da bênção
de Abraão, o amigo de Deus porque são seus descendentes, recordemos que
Deus Se tinha comprometido a dar aos pagãos uma bênção semelhante, não só à
de Abraão, mas às de Isaac e de Jacob. Com efeito, Ele previu
explicitamente que todas as nações seriam abençoadas de igual forma e
convida todos os povos a uma só e mesma alegria com os amigos de Deus:
«Nações, alegrai-vos com o seu povo» (Dt 32,43) e também: «Os príncipes dos
povos reuniram-se com o Deus de Abraão» (Sl 46,10).
Se Israel se glorifica do Reino de Deus, dizendo que é a sua herança, os
oráculos divinos mostram-lhe que Deus reinará também sobre os outros povos:
«Ide dizer às nações: "O Senhor é rei"» (Sl 95,10) e também:
«Deus reina sobre os pagãos» (Sl 46,91). Se os judeus foram escolhidos para
serem os sacerdotes de Deus e Lhe prestarem culto [...], a palavra de Deus
prometeu comunicar às nações o mesmo ministério: «Rendei ao Senhor, ó
família dos povos, rendei ao Senhor glória e honra. Apresentai oferendas,
entrai nos seus átrios» (Sl 95,7-8). [...]
E se, num período inicial, «a porção do Senhor foi Jacob, seu povo e Israel
a sua parte da herança» (Dt 32,9 LXX), num segundo momento, a Escritura
afirma que todos os povos serão dados em herança ao Senhor, segundo a
palavra do Pai: «Pede-Me e dar-Te-ei as nações como herança» (Sl 2,8). A
profecia anuncia ainda que Ele dominará, não só em Israel, mas «de um ao
outro mar e até aos confins da Terra; todas as nações O servirão e nele
serão abençoadas todas as tribos da terra» (Sl 71,8-11). Foi assim que o
Deus do universo «deu a conhecer a sua salvação a todas as nações» (Sl
97,2).
Terça-feira,
dia 05 de Dezembro de 2017
Terça-feira da 1.a
semana do Advento
Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé e um rebento
brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de
inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de
conhecimento e de amor a Deus.
Animado assim do amor de Deus, não julgará segundo as aparências nem
decidirá pelo que ouvir dizer.
Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes
do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro
dos seus lábios exterminará o ímpio (= ateu).
A justiça será a faixa dos seus rins e a lealdade a cintura dos seus
flancos.
O lobo viverá com o cordeiro e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro
e o leãozinho andarão juntos e um menino os poderá conduzir.
A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado e
o leão comerá feno como o boi.
A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra e o menino meterá a
mão na toca da víbora.
Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu
santo monte: o conhecimento do Senhor encherá o país como as águas enchem
o leito do mar.
Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações
virão procurá-la e a sua morada será gloriosa.
Livro de Salmos 72(71),2.7-8.12-13.17.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus dias e
uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da Terra.
Socorrerá o pobre que pede auxílio e
o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos da Terra o hão-de
bendizer.
Evangelho segundo São Lucas 10,21-24.
Naquele tempo, Jesus Cristo exultou de alegria pela acção do
Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da Terra
porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as
revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai e ninguém sabe o que é o Filho senão o
Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que
vêem o que estais a ver
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós
vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (c.
1080-1157), abade cisterciense
2.º Sermão para o Advento
«Muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes»
Vem, ó
Senhor, «salva-me e eu serei salvo»! (Jer 17,14) Vem, «fica na nossa presença
e seremos salvos» (Sl 79,4). Foi por Ti que esperámos; «sê a nossa
salvação no tempo da tribulação» (Is 33,2). Os profetas e os justos iam
ao encontro de Jesus Cristo com tal desejo, tal entusiasmo de amor que
quereriam, se fosse possível, ver com os olhos aquilo que já viam em
espírito. Por isso, o Senhor dizia aos seus discípulos: «Felizes os olhos
que vêem o que estais a ver porque Eu vos digo que muitos profetas e reis
quiseram ver o que vós vedes e não viram». Abraão, nosso pai, também
«exultou perante a ideia de ver o dia» de Jesus Cristo; «ele viu-o, mas
na mansão dos mortos «e rejubilou por isso» (Jo 8,56).
Temos muitos motivos para corar, por causa da frieza e da dureza do nosso
amor, se não esperamos com alegria espiritual o aniversário do nascimento
de Jesus Cristo que nos foi prometido para breve, se o Senhor quiser. De
facto, a Escritura parece exigir que a nossa alegria seja de tal forma
grande, que o nosso espírito, elevando-se acima de si mesmo, arda de
desejo de se lançar ao encontro de Jesus Cristo que vem e que,
adiantando-se pelo desejo, sem suportar qualquer atraso, se esforce por
ver já o que está para vir.
Quarta-feira,
dia 06 de Dezembro de 2017
Quarta-feira da
1.a semana do Advento
Sobre este monte, o
Senhor do Universo há-de preparar para todos os povos um banquete de
manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa
gordura, vinhos puríssimos.
Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano
que envolvia todas as nações;
Ele destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas
de todas as faces e fará desaparecer da Terra inteira o opróbrio que
pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor falou.
Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a
salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança.
Alegremo-nos e rejubilemos porque nos salvou.
A mão do Senhor pousará sobre este monte».
Livro de Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu
pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo
me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa,
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça,
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Evangelho segundo São Mateus 15,29-37.
Naquele tempo, foi
Jesus Cristo para junto do mar da Galileia e, subindo ao monte,
sentou-se.
Veio ter com Ele uma grande multidão, trazendo coxos, aleijados, cegos,
mudos e muitos outros que lançavam a seus pés. Ele curou-os,
de modo que a multidão ficou admirada, ao ver os mudos a falar, os
aleijados a ficar sãos, os coxos a andar e os cegos a ver e todos davam
glória ao Deus de Israel.
Então Jesus Cristo, chamando a Si os discípulos, disse-lhes: «Tenho
pena desta multidão porque há três dias que estão comigo e não têm que
comer. Mas não quero despedi-los em jejum, pois receio que desfaleçam
no caminho».
Disseram-Lhe os discípulos: «Onde iremos buscar, num deserto, pães
suficientes para saciar tão grande multidão?»
Jesus Cristo perguntou-lhes: «Quantos pães tendes?» Eles
responderam-Lhe: «Sete e alguns peixes pequenos».
Jesus Cristo ordenou então às pessoas que se sentassem no chão.
Depois tomou os sete pães e os peixes e, dando graças, partiu-os e foi-os
entregando aos discípulos e os discípulos distribuíram-nos pela
multidão.
Todos comeram até ficarem saciados. E com os pedaços que sobraram
encheram sete cestos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Gaudêncio de Brescia
(?-após 406), bispo
Sermão 2; PL 20, 859
Pão para o caminho: «Cada vez que comeis deste pão [...]
proclamais a morte do Senhor até que Ele venha» (1Cor 11,26)
Na noite
em que foi entregue para ser crucificado, Jesus Cristo legou-nos como
herança da nova aliança o penhor da sua presença que é o viático da
nossa viagem. Por ele somos alimentados e fortalecidos até ao momento
em que chegarmos junto Ele, quando deixarmos este mundo. Foi por isso
que o Senhor disse: «se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e
não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (Jo 6,53). Ele
quis deixar entre nós o sacramento
da sua Paixão. Para isso, ordenou aos seus fiéis discípulos, os
primeiros sacerdotes que instituiu para a sua Igreja, que celebrassem
sem fim os mistérios da vida eterna, que devem ser realizados por todos
os sacerdotes nas igrejas do mundo inteiro até ao dia em que Jesus Cristo
voltar. Assim todos nós, os sacerdotes e o povo dos fiéis, temos
diariamente o exemplo da Paixão de Jesus Cristo diante dos nossos olhos,
temo-lo entre as nossas mãos, levamo-lo à boca e no peito. [...]
«Provai e vede como o Senhor é bom» (Sl 33,9).
Quinta-feira, dia 07 de Dezembro de 2017
Quinta-feira
da 1.a semana do Advento
Naquele dia,
cantarão este hino na terra de Judá: «Nós temos uma cidade forte;
muralhas e fortificações foram postas para nos proteger.
Abri as portas para que entre um povo justo, um povo que pratica a
fidelidade.
O seu coração está firme: dar-lhe-eis a paz porque em Vós tem
confiança».
Confiai sempre no Senhor porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna.
Humilhou os habitantes das alturas, abateu a cidade inacessível,
derrubou-a por terra, arrasou-a até ao solo.
Ela é calcada aos pés, os pés dos infelizes, os passos dos pobres.
Livro de Salmos 118(117),1.8-9.19-21.25-27a.
Agradecei ao
Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor,
do que fiar-se nos poderosos.
Abri-me as portas da justiça:
entrarei para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos agradecerei porque me ouvistes
e fostes o meu Salvador.
Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós Vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.
Evangelho segundo São Mateus 7,21.24-27.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz
‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que
está nos Céus.
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o
homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela
casa; mas ela não caiu porque estava fundada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que
edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela
casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253),
presbítero, teólogo
Homilias sobre São Lucas
Fundado sobre a rocha que é Jesus Cristo
Quando
enfrentais corajosamente as tentações, não é a tentação que vos torna
fiéis e constantes; ela apenas revela as virtudes de constância e coragem que já existiam em
vós, mas escondidas. «Pensas», diz o Senhor, «que Eu tinha outro objectivo,
ao falar assim, do que tornar visível a tua justiça?» (Job 40,3 LXX)
E diz noutro lugar: «Afligi-te e fiz-te sentir fome para manifestar
aquilo que tinhas no coração» (Dt 8,3-5).
Da mesma maneira, a tempestade não torna sólido o edifício construído
sobre areia. Se queres construir, que seja sobre rocha. Então, quando
a tempestade se levantar, não derrubará o que estiver fundado sobre
rocha; mas ao que vacila na areia mostra imediatamente que as suas
fundações não valem nada. Por isso, antes que se levante a
tempestade, que se soltem as rajadas de vento, que transbordem as
torrentes, enquanto tudo permanece ainda em silêncio, voltemos toda a
nossa atenção para as fundações do edifício, construamos a nossa casa
com as rochas variadas e sólidas dos mandamentos de Deus. E, quando
se desencadear a perseguição e uma torrente cruel se elevar contra os
cristãos, poderemos mostrar que o nosso edifício está fundado sobre a
rocha que é Jesus Cristo (1Cor 3,11).
Sexta-feira, dia 08 de Dezembro de 2017
Imaculada
Conceição da Virgem Santa Maria, padroeira principal de
Portugal - solenidade
Depois de
Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe:
«Onde estás?».
Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e,
como estava nu, tive medo e escondi-me».
Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu
comido dessa árvore, da qual te proibira comer?».
Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me
do fruto da árvore e eu comi».
O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E a mulher
respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi».
Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito
semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais
domésticos e todos os animais selvagens. Hás-de rastejar e
comer do pó da terra todos os dias da tua vida.
Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e a descendência dela. Esta há-de atingir-te na
cabeça e tu a atingirás no calcanhar».
O homem deu à mulher o nome de Eva porque ela foi a mãe de
todos os viventes.
Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4a.6b.
Cantai ao
Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.
Carta aos Efésios 1,3-6.11-12.
Bendito
seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos
Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Jesus
Cristo.
N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença.
Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a
fim de sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo,
para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós,
por seu amado Filho.
Em Jesus Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido
predestinados, segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza
conforme a decisão da sua vontade,
para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o
começo esperámos em Jesus Cristo.
Evangelho segundo São Lucas 1,26-38.
Naquele
tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da
Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José que era
descendente de David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de
graça, o Senhor está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação
seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça
diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus
Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não
terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço
homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força
do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que
vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice
e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril
porque a Deus nada é
impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim
segundo a tua palavra».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Boaventura
(1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
A Árvore de Vida, n.° 3
Quando Jesus Cristo Se fez carne
no seio de Maria
Quando
chegou a plenitude dos tempos (Gal 4,4), tal como no sexto dia
o homem foi formado da terra pelo poder e sabedoria da mão
divina, no começo da sexta idade do mundo, o arcanjo Gabriel foi
enviado à Virgem e esta deu o seu consentimento. O Espírito
Santo desceu sobre ela, abrasando como um fogo divino a sua
alma e santificando-lhe a carne na mais perfeita pureza e a
«virtude do Altíssimo cobriu-a com a sua sombra» (cf Lc 1,35)
para que ela pudesse suportar semelhante ardor. Assim, pela
operação do Altíssimo, foi instantaneamente formado um corpo,
criada uma alma e ao mesmo tempo os dois foram unidos à
divindade na pessoa do Filho, para que o mesmo fosse Deus e
Homem, ficando preservadas as propriedades de cada uma das duas
naturezas.
Oh! Se pudesses, um pouco que fosse, compreender o que foi, na
sua imensidão, o incêndio que então se acendeu no céu, o
refrigério obtido, a consolação dada! A que insigne dignidade
foi elevada a Virgem Mãe! Quão grande foi o enobrecimento do
género humano, quão grande a condescendência da Majestade
divina! Se pudesses ouvir os cantos de júbilo da Virgem, subir
a montanha com Nossa Senhora, contemplar os suaves abraços
trocados entre a Estéril e a Virgem e a maneira como se cumpriu
essa saudação, na qual o servo humilde reconhece o seu Senhor;
o arauto, o seu Juiz; a voz, o Verbo! Estou certo de que
entoarias em suave melodia, com a Bem-aventurada Virgem, o
cântico sagrado: «A minha alma glorifica o Senhor» (Lc 1,46).
Estou certo de que com alegria e transporte te juntarias ao
Profeta menino para adorar a admirável concepção virginal.
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Sábado, dia 09 de Dezembro de 2017
Sábado da
1.a semana do Advento
Santo do
dia : São
João Diogo, indígena mexicano, vidente de Guadalupe, século XVI,
Beato
Bernardo Maria Silvestrelli, presbítero, +1911, Santa
Leocádia, virgem, mártir, +304
Livro de Isaías 30,19-21.23-26.
Eis o que diz
o Senhor Deus, o Santo de Israel: «Povo de Sião, que habitas em
Jerusalém, tu não voltarás a chorar. À voz da tua súplica, o
Senhor terá compaixão de ti; logo que ouvir os teus clamores, Ele
te responderá.
O Senhor poderá dar-te a comer o pão da angústia e a beber a água
da tribulação; mas Aquele que te ensina não Se esconderá mais e
os teus olhos verão Aquele que te ensina.
Se te desvias para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos
ouvirão dizer atrás de ti: ‘É este o caminho; segui por ele’.
O Senhor te dará a chuva para a semente que tiveres lançado à
terra e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo. Nesse
dia, os teus rebanhos pastarão em extensos prados;
os bois e os jumentos que lavram a terra comerão forragem com
sal, limpa com a pá e a joeira.
Em todo o alto monte e em toda a colina elevada, haverá regatos e
águas correntes, no dia da grande mortandade quando as torres se
desmoronarem.
Então a claridade da lua será como a luz do sol e a luz do sol
ficará sete vezes mais forte; nesse dia, o Senhor tratará as
chagas do seu povo e curará as feridas dos seus golpes».
Livro de Salmos 147(146),1-2.3-4.5-6.
Louvai o
Senhor porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel.
Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome.
Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão.
Evangelho segundo São Mateus 9,35-38.10,1.6-8.
Naquele
tempo, Jesus Cristo percorria todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando
todas as doenças e enfermidades.
Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão porque andavam
fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor. Jesus Cristo disse
então aos seus discípulos:
«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua
seara».
Depois chamou a Si os seus doze discípulos e deu-lhes poder de
expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e
enfermidades.
Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Pelo caminho, proclamai que está
perto o reino dos Céus.
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos,
expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sobre a vinda de Jesus Cristo
«Proclamai que está perto o reino
dos Céus»
Irmãos,
ouço gente murmurar hoje contra Deus: «Senhor, os tempos estão
duros! Que época difícil a nossa!» [...] Ó homem que não te
corriges, não és tu mil vezes mais duro do que os tempos em que
vivemos? Tu que suspiras pelo luxo, por tudo o que é vaidade, tu,
cuja cupidez é sempre insaciável, tu, que queres fazer mau uso
daquilo que desejas - não obterás coisa alguma. [...]
Curemo-nos, irmãos! Corrijamo-nos! O Senhor vai chegar. Como
ainda não apareceu, há quem troce dele; contudo, Ele não tarda e
então já não poderão rir. Irmãos, corrijamo-nos! Vai vir um tempo melhor,
mas não para os que se comportam mal. Já o mundo envelhece, já
chega à decrepitude e nós, iremos tornar-nos jovens? Que
esperamos, pois? Irmãos, não esperemos outros tempos senão
aqueles de que nos fala o Evangelho. Eles não são maus porque Jesus
Cristo vai chegar! Se nos parecem duros, difíceis de viver, eis
que Jesus Cristo vem reconfortar-nos. [...]
Irmãos, é preciso que os tempos sejam duros. Porquê? Para que não
procuremos a felicidade neste mundo. Aí está o nosso remédio: é
preciso que esta vida seja agitada, para que nos agarremos à
outra vida. Como? Ouvi: [...] Deus vê que os homens se agitam
miseravelmente nos braços dos desejos e das preocupações deste
mundo, que só dão a morte à sua alma; então, o Senhor vem a eles,
como médico que traz o remédio para esses males.©
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