sábado, 28 de novembro de 2015

Cristianismo 134 até 28-11-2015



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 22 de Novembro de 2015

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - Solenidade - Ano B

Contemplava eu as visões da noite (acontecem quando o corpo natural está adormecido e o corpo celeste sai dele e viaja) quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais e o seu reino jamais será destruído.

Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.

É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa por todo o sempre.


Livro do Apocalipse 1,5-8.
Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos (eu diria ‘dos Vivos’, só esses estão com Ele e são esses que Ele veio, vem e virá buscar), o Príncipe dos reis da Terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado
e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen.
Ei-l’O que vem entre as nuvens e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Ámen.
«Eu sou o Alfa e o Omega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo».

Evangelho segundo S. João 18,33b-37.
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus Cristo: «Tu és o rei dos Judeus?».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «É por ti que o dizes ou foram outros que to disseram de Mim?».
Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?».
Jesus Cristo respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui» (o Reino do Filho, Jesus Cristo, fica no Universo do Bem e é o mundo da humanidade, dos seres humanos, homens e mulheres, celestes.)
Disse-Lhe Pilatos: «Então Tu és rei?». Jesus Cristo respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Homilias sobre S. João

«O meu Reino não é deste mundo»

Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu Reino não é deste mundo» (Jo 18,36). Não temais, pois com esse medo insensato que dominou Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz  o Salvador, «o meu Reino não é deste mundo». Vinde todos a um Reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa montanha não são deste mundo.(são os verdadeiros a partir dos quais surgem os naturais)
Com efeito, o que é o seu Reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem Ele diz: Não sois do mundo tal como Eu não sou do mundo (Jo 17,16). E, contudo Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não te peço que os retires do mundo, mas que os guardes do mal» (Jo 17,15). É que Ele não disse: «O meu Reino não está neste mundo», mas sim «não é deste mundo; se fosse deste mundo, os meus servos viriam combater para que eu não fosse entregue.»
Na verdade, o seu Reino está cá na Terra até ao fim do mundo; até à colheita, o joio está misturado com o trigo (Mt 13,24s). [...] O seu Reino não é deste mundo porque Ele é como um viajante neste mundo. Àqueles sobre quem reina, diz: « Não sois do mundo, pois escolhi-vos do meio do mundo» (Jo 15,19). Eles eram, portanto deste mundo quando ainda não eram do seu Reino e pertenciam ao príncipe deste mundo (do mal/trevas/egoísmo). [...] Todos os que são gerados da raça de Adão pecador pertencem a este mundo; todos os que foram regenerados em Jesus Cristo pertencem ao seu Reino e já não são deste mundo.
«Deus arrancou-nos efectivamente do poder das trevas e transportou-nos para o Reino de seu Filho muito amado» (Col 1,13).

Segunda-feira, dia 23 de Novembro de 2015

Santa Brígida, co-padroeira da Europa


Santo do dia : S.Clemente I, papa, mártir, +102, S. Columbano, abade, +615

Carta aos Gálatas 2,19-20.
Irmãos: Por meio da Lei, morri para a Lei a fim de viver para Deus. Com Jesus Cristo estou crucificado.
Já não sou eu que vivo, é Jesus Cristo que vive em mim. Se ainda vivo dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus que me amou e Se entregou por mim.

Livro de Salmos 34(33),2-11.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.

Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.

O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.

Adorai o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O adoram.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.


Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos por causa da Palavra que vos anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora como o ramo e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica «Spes aedificandi» §§ 10-11, 01/10/99  (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

Santa Brígida da Suécia, co-padroeira da Europa

Para edificar a nova Europa sobre bases sólidas, não é decerto suficiente apelar apenas aos interesses económicos que se em certas ocasiões unem, noutras, em contrapartida, dividem; antes, é necessário incidir sobre os valores autênticos que têm o seu fundamento na lei moral universal, inscrita no coração de cada homem. Uma Europa que confundisse o valor da tolerância e do respeito universal com o indiferentismo ético e o cepticismo acerca dos valores irrenunciáveis abrir-se-ia às mais arriscadas aventuras e, mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas formas os espectros mais tremendos da sua história.
Para evitar esta ameaça, torna-se mais uma vez vital o papel do cristianismo que está a indicar de forma infatigável o horizonte ideal. À luz dos inúmeros pontos de encontro com as outras religiões que o Concílio Vaticano II prospectou (cf. Decreto «Nostra aetate») é necessário ressaltar com vigor que a abertura ao Transcendente é uma dimensão vital para a existência. É essencial, portanto um renovado compromisso de testemunho por parte de todos os cristãos presentes nas várias nações do continente. A eles cabe alimentar a esperança da plena salvação com o anúncio do Evangelho que lhes compete, isto é, da «Boa Nova» com a qual Deus Se encontrou connosco e em seu Filho Jesus Cristo nos ofereceu a redenção e a plenitude da vida divina. Graças ao Espírito que nos foi dado, podemos elevar a Deus o nosso olhar e invocá-lo com o doce nome de «Abba», Pai (cf Rom 8,15; Gal 4,6).
Ao favorecer uma renovada devoção, quis, com este anúncio de esperança, valorizar em perspectiva «europeia» estas três grandes figuras de mulher que em várias épocas deram tão significativa contribuição para o crescimento, não só da Igreja, mas da mesma sociedade.

Terça-feira, dia 24 de Novembro de 2015

Terça-feira da 34 semana do Tempo Comum

Naqueles dias, Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta visão: apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspecto era terrível.
A cabeça da estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata, o ventre e as coxas eram de bronze,
as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.
Estavas a olhar para ela quando uma pedra se deslocou sem intervenção de mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e de barro, e reduziu-os a pó.
Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro e ficaram como a moinha das eiras no verão: levou-os o vento e não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua tornou-se uma grande montanha e encheu toda a terra.
Foi esse o sonho e daremos a sua interpretação diante do rei:
Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem o Deus do Céu deu a realeza, o poder, a força e a glória.
Ele entregou-te nas mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as aves do céu onde quer que eles habitem e fez-te senhor de todos eles. És tu a cabeça de ouro.
Depois de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro reino, um reino de bronze, que dominará toda a terra.
E haverá um quarto reino, duro como o ferro. Assim como o ferro tudo esmaga e despedaça, esse reino esmagará e despedaçará todos os outros.
Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do ferro e por isso viste o ferro misturado com o barro mole.
Mas se os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro é porque o reino será em parte forte e em parte frágil.
Viste o ferro misturado com a argila: assim também as duas partes se hão-de ligar por geração humana; mas não se hão-de unir solidamente como o ferro não pode misturar-se com o barro.
No tempo desses reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e reduzirá a nada todos esses reinos, mas ele permanecerá para sempre.
É o que significa a pedra que viste desprender-se da montanha sem intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai acontecer em seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».

Livro de Daniel 3,57.58.59.60.61.
Obras do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus Cristo disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus Cristo respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».(o fim daquele mundo, da escravatura. Depois houve o fim da Idade Média; o fim do Renascimento… e estamos a viver o fim do mundo que temos conhecido. Outro virá certamente melhor, com mais liberdade na responsabilidade para homens e mulheres e o ambiente que os rodeia. Já não é um que assume por todos; todos são corresponsáveis. Sempre foi assim! No tempo de Noé também houve o fim do mundo que ele conhecia e depois do dilúvio foi surgindo um novo mundo)
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sobre Isaias, III, 1 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 76)

«Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai as vossas cabeças, porque a vossa libertação está próxima» (Lc 21, 28

«Reduzistes a cidade a um montão de pedras; a cidadela dos orgulhosos está aniquilada, jamais será reedificada. Por isso um povo forte vos glorifica» (Is 25,2-3). Pertence ao desígnio constante de Deus omnipotente e aos seus conselhos irrepreensíveis reduzir as «cidadelas» a «montões de pedra», abalá-las desde os fundamentos sem esperança de voltarem a erguer-se. «Jamais será reedificada», diz o texto. Estas cidades destruídas não são, a nosso ver, aquelas que são perceptíveis pelos sentidos, nem são os homens que nelas vivem. Parece-nos que se trata antes das potências más e hostis e sobretudo de Satanás, aqui chamado cidade e «cidadela». [...]
Quando o Emanuel apareceu e brilhou neste mundo, o exército ímpio das potências adversas foi derrubado, Satanás foi abalado nos seus fundamentos e caiu, enfraquecido para sempre, sem esperança de voltar a erguer-se, de levantar de novo a cabeça.
Por isso, o povo pobre e a cidade dos homens oprimidos bendirá o Senhor. Israel foi chamado ao conhecimento de Deus pela pedagogia da Lei, foi cumulado de todos os bens por Deus. Sim, Israel foi salvo e obteve em herança a terra da promessa. Mas a multidão das nações que estão sob o céu estava privada destes bens espirituais. [...] Quando Jesus Cristo apareceu em pessoa e, destruindo a tirania do demónio, as conduziu a seu Deus e seu Pai, foram enriquecidas com a luz da verdade pela participação na glória divina, pela grandeza da vida do Evangelho. É por isso que cantam hinos de acções de graças a Deus Pai: «Vós realizastes os vossos maravilhosos desígnios» (v.1), tudo recapitulando em Jesus Cristo. Vós iluminastes aqueles que se encontravam nas trevas (cf Lc 1,79), derrubando as potências que dominam o mundo (cf Ef 6,12) como se derrubam cidadelas. «Por isso um povo forte vos glorifica».

Quarta-feira, dia 25 de Novembro de 2015

Quarta-feira da 34ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Catarina de Alexandria, virgem, mártir, +305

Livro de Daniel 5,1-6.13-14.16-17.23-28.
Naqueles dias, o rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus dignitários, na presença dos quais bebeu vinho.
Sob a acção do vinho, Baltasar mandou buscar os vasos de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado do templo de Jerusalém para beberem por eles o rei, os seus dignitários, as suas esposas e as suas concubinas.
Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido tirados do templo de Deus, em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus dignitários, as suas esposas e as suas concubinas.
Beberam vinho e entoavam louvores às suas divindades de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra.
De repente, apareceram dedos de mão humana que escreveram em frente do candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver essa mão que escrevia,
o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no; cederam as articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro.
Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas palavras: «És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai trouxe de Judá para aqui?
Ouvi dizer que está em ti o espírito divino e que tens uma luz, uma inteligência e uma sabedoria superiores.
Ouvi dizer também que podes interpretar e decifrar os enigmas. Se conseguires ler esta escrita e dar-me a sua interpretação, vestir-te-ás de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e serás o terceiro no governo do reino».
Então Daniel tomou a palavra e disse ao rei: «Podes ficar com os teus dons e dar a outros as tuas prendas. Contudo vou ler ao rei essa escrita e dar a sua interpretação.
Foi contra o Senhor do Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos do seu templo, pelos quais bebeste vinho, com os teus dignitários, as tuas esposas e as tuas concubinas. E entoaste louvores às divindades de ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra que não ouvem, não vêem nem entendem, mas não glorificaste o Deus que domina a tua respiração e dirige os teus caminhos.
Por isso Ele enviou aquela mão que escreveu essas palavras.
Eis a escrita que foi traçada: ‘Mené, Téquel, Parsin’:
e esta é a sua interpretação: ‘Mené’, quer dizer, ‘Contado’: Deus contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo;
‘Téquel’, quer dizer, ‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem peso;
‘Parsin’, quer dizer, ‘Dividido’: o teu reino foi dividido e dado aos medos e aos persas».

Livro de Daniel 3,62.63.64.65.66.67.
Sol e lua, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança vos salvareis».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Grande Catequese, 29-30 

«Todos vos odiarão»

Se a dádiva que Deus deu ao mundo ao enviar-lhe o Seu Filho é tão boa, tão digna de Deus; porque adiou Ele tanto este benefício? Dado que o mal no mundo estava ainda no seu início, porque não cortou Deus pela raiz o seu desenvolvimento posterior? A esta objecção, há que responder brevemente que foi a sabedoria, a previdência e a bondade de Deus que O fez adiar este benefício. Com efeito, tal como no caso das doenças físicas, [...] em que os médicos esperam que a doença, inicialmente escondida no interior do corpo, se manifeste no exterior, de modo a aplicarem o tratamento necessário quando ela está a descoberto assim também quando a doença do pecado se abateu sobre a raça humana, o Médico do universo esperou até que nenhuma forma de perversidade permanecesse dissimulada.
Eis a razão por que Deus não aplicou o seu tratamento ao mundo imediatamente após o ciúme de Caim e o assassínio de Abel, seu irmão. [...] Foi quando o vício atingiu o seu auge e não restava mais nenhuma perversidade que os homens não tivessem ousado, que Deus começou a tratar a doença. Não no seu início, mas no seu desenvolvimento pleno. Deste modo, o tratamento divino pôde abarcar todas as enfermidades humanas. [...]
Mas então por que razão a graça do Evangelho não se difundiu de imediato a todos os homens? É verdade que a graça do Evangelho abarca todos sem distinção de condição, idade ou raça. [...] Mas Aquele que tem a livre disposição de todas as coisas nas suas mãos levou até ao extremo o respeito pelo homem, permitindo que cada um de nós dispusesse de um domínio do qual é o único dono e senhor: a vontade, a faculdade que ignora a escravatura que se mantém livre, fundada na autonomia da razão. A está, portanto à livre disposição daqueles que recebem o anúncio do Evangelho.

Quinta-feira, dia 26 de Novembro de 2015

Quinta-feira da 34ª semana do Tempo Comum

Naqueles dias, certos homens acorreram alvoroçados e encontraram Daniel a orar e a invocar o seu Deus.
Foram então à presença do rei e falaram-lhe assim a propósito da interdição real: «Não assinaste, ó rei, um interdito, segundo o qual todo aquele que, no prazo de trinta dias, fizesse oração a qualquer deus ou homem, excepto a ti, seria lançado na cova dos leões?». O rei tomou a palavra e respondeu: «Isso está decidido, segundo a lei dos medos e dos persas, que é irrevogável».
Então eles, tomando a palavra, disseram ao rei: «Daniel, um dos exilados de Judá, não te respeitou, ó rei, nem ao interdito que assinaste: ele faz três vezes por dia a sua oração».
Ao ouvir estas palavras, o rei ficou muito pesaroso. Decidiu em seu coração salvar Daniel e até ao pôr do sol esforçou-se por livrá-lo.
Mas aqueles homens reuniram-se em tumulto junto do rei e disseram-lhe: «Bem sabes, ó rei, que, segundo a lei dos medos e dos persas, nenhum interdito ou decreto promulgado pelo rei pode ser revogado».
Então o rei ordenou que trouxessem Daniel e o lançassem na cova dos leões. O rei dirigiu-se a Daniel e disse-lhe: «O teu Deus, a quem serves com tanta firmeza, te salvará».
Trouxeram uma pedra e colocaram-na à entrada da cova. O rei selou-a com o seu anel e com o anel dos seus dignitários para que não se revogasse a sentença dada contra Daniel.
A seguir, voltou para o seu palácio e passou a noite em jejum; não admitiu as mulheres à sua presença e não pôde conciliar o sono.
Então o rei levantou-se de madrugada, ao romper do dia, e dirigiu-se ansiosamente à cova dos leões.
Aproximando-se da cova, gritou por Daniel com voz angustiada, falando-lhe desta maneira: «Daniel, servo do Deus vivo, o teu Deus, a quem serves com tanta firmeza, pôde livrar-te dos leões?».
Daniel respondeu ao rei: «Viva o rei para sempre!
O meu Deus enviou o seu Anjo para fechar a boca dos leões e eles não me fizeram mal porque diante d’Ele fui considerado inocente e diante de ti, ó rei, também não fiz nenhum mal».
Então o rei ficou muito contente e ordenou que tirassem Daniel da cova. Quando o retiraram da cova, não lhe encontraram qualquer beliscadura porque ele tinha confiado no seu Deus.
O rei ordenou que trouxessem os homens que tinham denunciado Daniel e que os lançassem na cova dos leões com seus filhos e mulheres. Ainda não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram deles e lhes trituraram todos os ossos.
Então o rei Dario enviou esta carta a todos os povos, nações e línguas que habitavam sobre a Terra: «Paz e prosperidade!
Este é o decreto que promulgo: Em toda a extensão do meu reino, deve ser respeitado e temido o Deus de Daniel. Ele é o Deus vivo, que permanece para sempre; o seu reino jamais será destruído e o seu domínio não terá fim.
Ele salva e liberta, faz sinais e prodígios nos céus e na Terra. Ele salvou Daniel da garra dos leões».

Livro de Daniel 3,68.69.70.71.72.73.74.
Orvalhos e gelos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frios e aragens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Gelos e neves, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Noites e dias, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Luz e trevas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Relâmpagos e nuvens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Bendiga a Terra o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,20-28.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias porque haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações e Jerusalém será calcada pelos pagãos até que aos pagãos chegue a sua hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça porque a vossa libertação está próxima.(porque todos estão em julgamento: uns serão destruídos; outros salvar-se-ão)

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
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Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
2.º sermão para a Ascensão  

O Filho do homem virá buscar-nos consigo

«Esse Jesus que, ao separar-Se de vós, Se elevou nos céus voltará um dia da mesma forma como O vistes subir» (Act 1,11). Virá, dizem aqueles anjos, da mesma forma. Virá então para nos buscar num cortejo único e universal, descerá precedido de todos os anjos e seguido de todos os homens para julgar os vivos e os mortos? Sim, é bem certo que Ele virá, mas virá da mesma forma como subiu aos céus e não da forma como desceu da primeira vez. Na verdade, quando Ele veio para salvar as nossas almas, foi na humildade; mas, quando vier para arrancar este cadáver ao sono da morte, para «o tornar semelhante ao seu corpo glorioso» (Fil 3,21) e encher de honra este vaso que hoje é tão frágil, mostrar-Se-á em todo o seu esplendor. Então veremos em todo o seu poder e majestade aquele que outrora estava escondido sob a fraqueza da nossa carne. [...]
E, contudo Ele achou um meio de crescer: descendo, vindo incarnar, sofrer e morrer para nos arrancar à morte eterna. «Foi por isso que Deus O exaltou» (Fil 2,9). Deus ressuscitou-O e Ele está sentado à direita do Pai. «Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será exaltado» (Lc 14,11).
Feliz, Senhor Jesus Cristo, aquele que só Te tem a Ti por guia! Possamos nós seguir-Te, nós que somos «o teu povo e as ovelhas do teu pasto» (Sl 78,13), possamos nós ir por Ti para Ti porque Tu és «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). O caminho pelo exemplo, a verdade pelas tuas promessas, a Vida porque és Tu a nossa recompensa. «Tu tens palavras de vida eterna e nós sabemos e acreditamos que Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Jo 6,69; Mt 16,16) bendito para sempre!


Sexta-feira, dia 27 de Novembro de 2015

Sexta-feira da 34ª semana do Tempo Comum


Festa da Igreja : Nossa Senhora das Graças
Calendário da Igreja disponível este dia

Livro de Daniel 7,2-14.
Contemplava eu as visões da noite, quando vi os quatro ventos do céu que agitavam o grande mar
e do mar subiam quatro animais monstruosos, cada um diferente dos outros.
O primeiro era semelhante a um leão com asas de águia. Eu estava a olhar, quando as asas lhe foram arrancadas; ele ergueu-se da terra e ficou de pé como um homem e foi-lhe dado um coração humano.
Depois apareceu um segundo animal semelhante ao urso, erguido sobre um lado, com três costelas na boca, entre os dentes. E disseram-lhe: «Levanta-te e come carne com abundância».
Eu estava a olhar quando apareceu outro animal, semelhante ao leopardo que tinha quatro asas de pássaro nas costas; tinha também quatro cabeças e foi-lhe dado um poder soberano.
A seguir, contemplava eu as visões da noite, quando apareceu um quarto animal, terrível, pavoroso e extremamente forte; tinha enormes dentes de ferro, com os quais comia, triturava e calcava aos pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que o tinham precedido e tinha dez chifres (rinoceronte?).
Enquanto eu observava esses chifres, surgiu no meio deles outro chifre mais pequeno e três dos primeiros foram arrancados para lhe dar lugar. Nesse chifre havia olhos semelhantes aos do homem e uma boca que dizia palavras arrogantes.
Estava eu a olhar, quando foram colocados tronos e um Ancião sentou-se (Deus e o Pai). Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele. Milhares de milhares o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal abriu a sessão e os livros foram abertos.
Eu estava a olhar, por causa das palavras arrogantes que o chifre dizia, quando vi que o animal foi morto e o seu corpo destruído e lançado às chamas ardentes.
Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o poder, mas a vida foi-lhes prolongada até certo tempo e determinada data.
Contemplava eu as visões da noite quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um Filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais e o seu reino jamais será destruído.

Livro de Daniel 3,75.76.77.78.79.80.81.
Montes e colinas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Plantas que germinam na terra, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Mares e rios, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Fontes, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Monstros e animais marinhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Aves do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Animais e rebanhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.


Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça.
Passará o céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Primeira homilia sobre o salmo 38 (39) (a partir da trad. de SC 411, p. 355)

«O Verão está próximo»

«Senhor, dá-me a conhecer o meu fim e o número dos meus dias para que veja como sou efémero» (Sl 38,5]. Se me permitisses conhecer o meu fim, diz o salmista, e se me desses a conhecer o número dos meus dias, poderia só por isso perceber o que me falta.
Ou talvez ele queira indicar com estas palavras que todo o trabalho tem um fim. Por exemplo, o objectivo de um empreendimento de construção é fazer uma casa; a finalidade de um estaleiro naval é construir um barco capaz de triunfar sobre as vagas do mar e de suportar as investidas dos ventos e o objectivo de cada profissão é algo semelhante para cuja realização a própria profissão foi criada. Por isso, talvez haja também um certo objectivo na nossa vida e na existência do mundo para o qual se faz tudo o que se faz na nossa vida ou para o qual o próprio mundo foi criado ou subsiste. Também o Apóstolo Paulo recorda desse objectivo quando diz: «Depois será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus Pai» (1Cor 15,24) É, pois necessário que nos apressemos para essa meta, uma vez que o valor da obra é a razão pela qual fomos criados por Deus.
Assim como o nosso organismo corporal é pequeno e reduzido no momento em que nascemos e, no entanto se desenvolve e tende para o limite do seu tamanho, crescendo em idade assim como também a nossa alma [...] recebe primeiramente uma linguagem balbuciante que seguidamente se vai tornando mais clara para chegar finalmente a uma forma de se exprimir perfeita e correcta assim também toda a nossa vida começa no presente, decerto balbuciante, entre os homens deste mundo e se conclui e chega ao seu auge nos céus, perto de Deus.
Por este motivo, o profeta deseja conhecer o fim para que foi criado porque, olhando para o objectivo, examinando os seus dias e considerando a sua perfeição, vê o que lhe falta em relação a essa meta para a qual tende. [...] É como se aqueles que saíram do Egipto tivessem dito: «Senhor, dá-me a conhecer o meu fim» que é uma terra boa e uma terra santa «e o número dos meus dias» que percorro «para que veja como sou efémero», quanto ainda me falta caminhar para chegar à terra santa que me foi prometida.

Sábado, dia 28 de Novembro de 2015

Sábado da 34a semana do Tempo Comum


Santo do dia : Santa Catarina Labouré, religiosa, +1876

Livro de Daniel 7,15-27.
Eu, Daniel, fiquei com o espírito perturbado por causa do que acontecera e as visões que me passaram pela mente encheram-me de pavor.
Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me dissesse o que significava tudo aquilo. Ele dirigiu-me a palavra para me explicar:
«Aqueles grandes animais, em número de quatro, são quatro reis que se levantarão da terra.
Os que irão receber o reino são os santos do Altíssimo; possuirão o reino para sempre e por toda a eternidade».
Depois também quis saber o que significava o quarto animal que era diferente de todos os outros, extremamente terrível, com dentes de ferro e garras de bronze, que comia e triturava tudo e calcava aos pés o que sobrava.
Quis ainda saber o que significavam os dez chifres da sua cabeça e o outro chifre que surgiu e fez cair três dos primeiros, que tinha olhos e uma boca que dizia palavras arrogantes e parecia mais importante que os outros.
Enquanto olhava, vi esse chifre a fazer guerra aos santos e a levá-los de vencida
até que veio o Ancião e fez justiça aos santos do Altíssimo porque chegou a hora de os santos tomarem posse do reino.
Ele então explicou-me: «O quarto animal significa um quarto reino que surgirá sobre a Terra diferente de todos os outros, que virá devorar, calcar aos pés e triturar a Terra inteira.
Os dez chifres significam dez reis que surgirão desse reino. Outro chifre se levantará depois deles: será diferente dos anteriores e abaterá três reis.
Blasfemará contra o Altíssimo e perseguirá os seus santos. Tentará mudar as datas das festas e a Lei e os santos serão entregues nas suas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.
Depois o tribunal divino abrirá a sessão e retirará o poder a esse rei para lho destruir e arruinar definitivamente.
A realeza e o poder e a grandeza dos reinos que existem debaixo dos céus serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino é um reino eterno e todos os potentados O servirão Lhe prestarão obediência».

Livro de Daniel 3,82.83.84.85.86.87.
Homens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Bendiga Israel o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.

Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Servos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Santos e humildes de coração, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.

Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados com a intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha;
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da Terra.
Portanto vigiai e orai em todo o tempo para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, n.° 22

«Vigiai e orai em todo o tempo»

«Vigiai!», diz-nos Jesus Cristo com insistência. [...] Não devemos apenas crer, mas vigiar; não simplesmente amar, mas vigiar; não apenas obedecer, mas vigiar. Vigiar em função de quê? Deste supremo acontecimento: a vinda de Jesus Cristo. [...] Parece haver aqui um chamamento especial, um dever que de outro modo nunca nos ocorreria.
Temos uma ideia geral do que significa crer, amar e obedecer. Mas que significa vigiar? [...] Vigia à espera de Jesus Cristo, aquele que mantém o espírito sensível e aberto, que permanece animado, desperto, cheio de zelo para O procurar e O honrar, que deseja encontrar a Jesus Cristo em tudo o que acontece [...] e que vigia com Jesus Cristo (Mt 26,38); aquele que, embora olhando para o futuro, também olha para o passado, contemplando o que o seu Salvador lhe conquistou e não esquecendo o que Jesus Cristo sofreu por ele. Vigia com Jesus Cristo aquele que recorda e renova na sua própria pessoa a cruz e a agonia de Jesus Cristo e que veste com alegria a túnica que Jesus Cristo usou até à cruz e que deixou após a sua Ascensão.
Muitas vezes, nas epístolas, o autor inspirado exprime o seu desejo da segunda vinda, mas sem esquecer a primeira: a crucifixão e a ressurreição. [...] Assim São Paulo convida os coríntios a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo (1Cor 1,7-8), mas não deixa de lhes dizer que tragam sempre no seu corpo a morte do Senhor «para que a vida de Cristo Jesus se manifeste em nós» (2Cor 4,10). [...] O pensamento do que Jesus Cristo é hoje não deve apagar a lembrança do que Ele foi para nós. [...] Assim na sagrada comunhão assistimos ao mesmo tempo à morte e à ressurreição de Jesus Cristo; lembrando-nos de uma e rejubilando com a outra, oferecemo-nos a nós próprios e recebemos uma bênção.
Vigiar é então viver desligado do presente, é viver no invisível, é viver no pensamento de Jesus Cristo tal como Ele veio a primeira vez e como virá no final dos tempos; é desejar a sua segunda vinda a partir da nossa lembrança que ama e se sente reconhecida pela primeira.
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Caros amigos
Neste início de Advento, toda a equipa de Evangelho Quotidiano vos deseja um santo e feliz ano litúrgico. Que este novo ano nos dê a todos ocasião de melhor descobrir os tesouros do Evangelho e da fé católica, a fim de vivermos em Jesus Cristo de maneira cada vez mais perfeita.

Façamos nosso o voto de S. Paulo: «Que o Senhor vos dê, para vós próprios e na vossa relação com todos os homens, um amor cada vez mais intenso e transbordante como o que temos por cada um de vós. E que, assim Ele vos estabeleça firmemente numa santidade sem mancha diante de Deus nosso Pai.» (1 Tes 3, 12-13)

Toda a liturgia do Advento é um imenso apelo à vinda do Salvador. Para se preparar para a grande chegada de Jesus Cristo, no dia de Natal, a Igreja Católica quis fazer preceder esta grande festa de um tempo destinado à oração e à penitência, simbolizado, entre outras coisas, pelos paramentos roxos. Este espírito de penitência é hoje um pouco esquecido, mesmo se os mosteiros o vivem desde sempre. À fome espiritual de Deus corresponde a prática do jejum que serve para melhor nos prepararmos para a oração. Na verdade, o nosso corpo, ao experimentar a sensação de fome, mostra-nos quanto a nossa alma deve aspirar a Jesus Cristo, nosso alimento espiritual. Foi por isso que a Igreja Católica instituiu o jejum do Advento para nos dispor a celebrar santamente a festa do Natal. O jejum deste tempo litúrgico, unido à oração mais intensa, suporta a vigília, a espera do Verbo incarnado. 
Toda a oração e todo o esforço são proporcionais às capacidades de cada um e são igualmente dignos aos olhos de Deus. Podemos escolher, à nossa medida, outras penitências, um esforço de atenção aos outros, particularmente aos que estão mais próximos de nós, que partilham a nossa vida quotidiana. 
Caros amigos, desejamo-vos que vivam intensamente este tempo de espera na alegria e na esperança na vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador!

A equipa de Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.

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3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
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