"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 29 de Novembro de 2015
1º Domingo do Advento
- Ano C
Festa da Igreja : Primeiro
Domingo do Advento, início do ano C (semana I do saltério)
Santo do dia : Beato
Redento da Cruz, religioso, mártir, +1638, Beato
Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638, S. Saturnino, mártir, séc.
IV
Livro de Jeremias 33,14-16.
Eis o que diz o Senhor: «Dias virão em que cumprirei a promessa
que fiz à casa de Israel e à casa de Judá:
Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça
que exercerá o direito e a justiça na Terra.
Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança.
Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».
Livro de Salmos
25(24),4bc-5ab.8-9.10.14.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me
porque Vós sois Deus, meu Salvador.
O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.
Os caminhos do Senhor são misericórdia
e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O adoram
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.
1ª Carta aos Tessalonicenses 3,12-13.4,1-2.
Irmãos: O Senhor vos faça crescer
e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como
nós a temos tido para convosco.
O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível diante de
Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus Cristo, nosso Senhor, com todos os
santos.
Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus
Cristo: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para
agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais.
Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus Cristo.
Evangelho segundo S.
Lucas 21,25-28.34-36.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Haverá
sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia entre as nações,
aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor na expectativa do que vai suceder ao universo,
pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho (do homem) vir numa nuvem com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça
porque a vossa libertação está próxima.
Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados
pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos
surpreenda subitamente
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da Terra.
Portanto vigiai e orai em todo o tempo para que possais livrar-vos de tudo o
que vai acontecer e comparecer diante do Filho (do homem)».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermão para o domingo e a festa dos santos, 3.º domingo do Advento
As duas vindas do Senhor
«Alegrai-vos
no Senhor, repito-vos: alegrai-vos» (Fil 4,4). Alegria dupla, motivada por um duplo benefício: a primeira e a
segunda vindas. Devemos alegrar-nos porque o Senhor, na sua primeira vinda,
nos trouxe riquezas e glória. Devemos alegrar-nos ainda porque, na sua
segunda vinda, nos dará «dias sem conta, pelos séculos fora» (Sl 20,5). Como
diz o Livro dos Provérbios: «na sua mão direita sustenta uma longa vida, na
esquerda, riquezas e glória» (Prov 3,16). A esquerda é a primeira vinda com as
suas riquezas gloriosas, a humildade e a pobreza, a paciência e a obediência;
a direita é a sua segunda vinda, com a vida eterna.
Sobre a primeira vinda, diz Isaías: «Desperta, desperta; reveste-te de
fortaleza, braço do Senhor; desperta como nos dias antigos, como nos tempos
de outrora. Não foste tu que esmagaste Raab, que trespassaste o dragão? Não
foste tu que secaste o mar, que estancaste as águas do grande oceano, que
abriste um caminho pelo fundo do mar para que por aí passassem os
resgatados?» (Is 51,9-10) O braço do Senhor é Jesus Cristo, o Filho (de Deus),
por quem e em quem Deus fez todas as coisas. [...] Ó braço do Senhor, ó Filho
de Deus, desperta; vem até nós da glória de teu pai, tomando a nossa condição
carnal. Reveste-Te da força divina para lutares contra o «príncipe deste
mundo» (Jo 12,31) e para «expulsares o forte», Tu que és «mais forte do que
ele» (Lc 11,20-22). Desperta para resgatares o género humano como libertaste,
nos tempos antigos, o povo de Israel da escravatura do Egipto. [...] Secaste
o Mar Vermelho e voltarás a fazê-lo [...] como abriste no fundo do inferno a
estrada por onde passam os redimidos.
Sobre a segunda vinda, o Senhor fala nestes termos em Isaías: «Olhai, vou
criar uma Jerusalém destinada à alegria e o seu povo ao júbilo. Jerusalém
será a minha alegria e o meu povo o meu júbilo e doravante não mais se
ouvirão aí choros nem lamentos» (Is 65,18-19) porque, como Ele disse também,
«o Senhor enxugará as lágrimas de todos os rostos».
Segunda-feira,
dia 30 de Novembro de 2015
S. André, Apóstolo –
Festa
Irmãos: Se confessares com a tua boca: «Jesus Cristo é o Senhor»
e acreditares no teu coração que o Senhor Deus o ressuscitou de entre os
mortos, serás salvo.
É que acreditar de coração leva a obter a justiça e confessar com a boca leva a obter a salvação.
É a Escritura que o diz: Todo o que nele acreditar não ficará frustrado.
Assim não há diferença entre judeu e grego, pois todos têm o mesmo Senhor,
rico para com todos os que o invocam.
De facto, todo o que invocar o nome do Senhor será salvo. Culpa de Israel: a
falta de fé.
Ora como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de
acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar sem
alguém que o anuncie?
E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: Que
bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas-novas!
Porém nem todos obedeceram à Boa-Nova. É Isaías quem o diz: Senhor, quem
acreditou na nossa pregação?
Portanto a fé surge da pregação e a pregação surge pela palavra de Jesus Cristo.
Mas, pergunto eu, será que não a ouviram? Pelo contrário: A voz deles
ressoou por toda a terra e até aos confins do mundo as suas palavras.
Livro de Salmos
19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda aTterra
e a sua notícia até aos confins do mundo.
Evangelho segundo S. Mateus 4,18-22.
Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus Cristo viu dois
irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao
mar, pois eram pescadores.
Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.»
E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no.
Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e
seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes dentro
do barco. Chamou-os e
eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de
Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de Mateus, n°14, 2
«Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»
Que
pescaria admirável a do Salvador! Admirai a fé e a obediência dos
discípulos. Como sabeis, a pesca exige uma atenção ininterrupta. Ora no
meio da sua labuta, eles ouvem o chamamento de Jesus Cristo e não hesitam
um instante, dizendo por exemplo: «Deixa-nos ir a casa falar com a nossa
família.» Não, deixam tudo e seguem-No como Eliseu fez com Elias (1Rs
19,20). Esta é a obediência que Jesus Cristo nos pede: sem a menor
hesitação, mesmo que necessidades aparentemente mais urgentes nos
pressionem. Foi por isso que quando um jovem que queria segui-Lo Lhe pediu
para ir primeiro sepultar o pai, Ele não lho permitiu (Mt 8,21). Seguir
Jesus Cristo, obedecer à sua palavra, é um dever que tem prioridade sobre
todos os outros.
Dir-me-ás talvez que a promessa que Ele lhes fazia era muito grande. Mas é
por isso que os admiro tanto: embora não tendo ainda assistido a nenhum
milagre, eles acreditaram nessa promessa tão grande e renunciaram a tudo
para O seguir! E fizeram-no por acreditarem que, com as mesmas palavras com
que eles próprios haviam sido como que pescados, também eles poderiam
pescar outros.
Terça-feira,
dia 01 de Dezembro de 2015
Terça-feira da 1a
semana do Advento
Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé e um rebento
brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de amor de Deus.
Animado assim do amor de Deus, não julgará segundo as aparências nem
decidirá pelo que ouvir dizer.
Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os
humildes do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com
o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio.
A justiça será a faixa dos seus rins e a lealdade a cintura dos seus
flancos.
O lobo viverá com o cordeiro e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro
e o leãozinho andarão juntos e um menino os poderá conduzir.
A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado e
o leão comerá feno como o boi.
A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra e o menino meterá a
mão na toca da víbora.
Não mais praticarão o mal nem a
destruição em todo o meu santo monte: o conhecimento do Senhor
encherá o país como as águas enchem o leito do mar.
Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações
virão procurá-la e a sua morada será gloriosa.
Livro de Salmos
72(71),2.7-8.12-13.17.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça
e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus dias
e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar,
do grande rio até aos confins da terra.
Socorrerá o pobre que pede auxílio
e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres
e defenderá a vida dos oprimidos.
O seu nome será eternamente bendito
e durará tanto como a luz do sol;
nele serão abençoadas todas as nações,
todos os povos o hão de bendizer.
Evangelho segundo S. Lucas 10,21-24.
Naquele tempo, Jesus Cristo exultou de alegria pela acção do
Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da Terra
porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as
revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai e ninguém sabe o que é o Filho senão o
Pai nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que
vêem o que estais a ver
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós
vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra os Hereges
«Muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes»
Desde o
princípio, Deus criou o homem para os seus dons. Ele escolheu os
patriarcas com vista à salvação e preparou para Si um povo, ensinando os
ignorantes a seguirem o rasto de Deus. Em seguida, instruiu os profetas
para habituar os homens a acolherem o seu Espírito neste mundo e a
entrarem em comunhão com Deus. Ele não precisava de ninguém; mas, àqueles
que precisavam dele, ofereceu a sua comunhão.
Para esses, em quem pôs a sua complacência
(Lc 2,14), concebeu antecipadamente, qual arquitecto, o edifício da salvação: nas trevas do Egipto,
fez-se Ele próprio o seu guia; no deserto, onde erravam, deu-lhes uma lei
apropriada e àqueles que entraram na terra prometida, ofereceu-lhes uma
herança escolhida; enfim para todos os que regressam ao Pai, mata o
cordeiro gordo e oferece-lhes uma veste preciosa (Lc 15,22).
Assim Deus dispôs o género humano de várias maneiras, com vista «à
música e às danças» da salvação (Lc 12,25). É por essa razão que João
escreve no Apocalipse: «E a sua voz era a voz das grandes águas» (Ap
1,15). É que são de facto múltiplas as águas do Espírito de Deus, pois o
Pai é rico e grande. E passando por tudo isto, o Verbo concedeu
generosamente a sua assistência aos que Lhe estavam submetidos, dando a
toda a criatura prescrições apropriadas.
Quarta-feira,
dia 02 de Dezembro de 2015
Quarta-feira da
1a semana do Advento
Sobre este monte,
o Senhor do Universo há-de preparar para todos os povos um banquete de
manjares suculentos, um banquete de vinhos deliciosos: comida de boa
gordura, vinhos puríssimos.
Sobre este monte, há-de tirar o véu que cobria todos os povos, o pano
que envolvia todas as nações;
Ele destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas
de todas as faces e fará desaparecer da Terra inteira o opróbrio que
pesa sobre o seu povo. Porque o Senhor o falou.
Dir-se-á naquele dia: «Eis o nosso Deus, de quem esperávamos a
salvação; é o Senhor, em quem pusemos a nossa confiança.
Alegremo-nos e rejubilemos porque nos salvou.
A mão do Senhor pousará sobre este monte».
Livro de Salmos
23(22),1-3a.3b-4.5.6.
O Senhor é meu
pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal porque Vós estais comigo:
o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.
Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.
Evangelho segundo S. Mateus 15,29-37.
Naquele tempo,
foi Jesus Cristo para junto do mar da Galileia e, subindo ao monte,
sentou-se.
Veio ter com Ele uma grande multidão, trazendo coxos, aleijados, cegos,
mudos e muitos outros que lançavam a seus pés. Ele curou-os,
de modo que a multidão ficou admirada ao ver os mudos a falar, os
aleijados a ficar sãos, os coxos a andar e os cegos a ver e todos davam
glória ao Deus de Israel.
Então Jesus Cristo, chamando a Si os discípulos, disse-lhes: «Tenho
pena desta multidão porque há três dias que estão comigo e não têm que
comer. Mas não quero despedi-los em jejum, pois receio que desfaleçam
no caminho».
Disseram-Lhe os discípulos: «Onde iremos buscar, num deserto, pães
suficientes para saciar tão grande multidão?»
Jesus Cristo perguntou-lhes: «Quantos pães tendes?» Eles
responderam-Lhe: «Sete e alguns peixes pequenos».
Jesus Cristo ordenou então às pessoas que se sentassem no chão.
Depois tomou os sete pães e os peixes e, dando graças, partiu-os e
foi-os entregando aos discípulos e os discípulos distribuíram-nos pela
multidão.
Todos comeram até ficarem saciados. E com os pedaços que sobraram
encheram sete cestos.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 1402-1405 - Copyright © Libreria Editrice Vaticana
O nosso pão no deserto: a Eucaristia, penhor da glória
futura
Se a Eucaristia é o memorial da Páscoa da Senhor, se
pela nossa comunhão no altar somos cumulados da «plenitude das
bênçãos e graças do céu» (cânone romano), a Eucaristia é também a
antecipação da glória celeste. Na última ceia, o próprio Senhor
chamou a atenção dos seus discípulos para a consumação da Páscoa no
Reino de Deus: «Eu vos digo que não voltarei a beber deste fruto da
videira até o dia em que beberei convosco o vinho novo no Reino do
meu Pai» (Mt 26, 29). Sempre que a Igreja celebra a Eucaristia,
lembra-se desta promessa e o seu olhar volta-se para «Aquele que vem»
(Ap 1, 4). Na sua oração, ela clama pela sua vinda: «Marana tha»
(1Cor 16, 22), «Vem, Senhor Jesus Cristo!» (Ap 22, 20), «que a tua
graça venha e que este mundo passe!» (Didaké).
A Igreja sabe que, desde já, o Senhor vem na sua Eucaristia e que
está ali, no meio de nós. Mas esta presença é velada. E é por isso
que celebramos a Eucaristia «enquanto aguardamos a feliz esperança e
a vinda de Jesus Cristo nosso Salvador» (Tit 2,3), pedindo a graça de
ser acolhidos «com bondade no vosso Reino, onde também nós esperamos
ser recebidos para vivermos [...] eternamente na vossa glória quando
enxugardes todas as lágrimas dos nossos olhos e, vendo-Vos tal como
sois, Senhor nosso Deus, e cantaremos sem fim os vossos louvores, por
Jesus Cristo nosso Senhor» (oração eucarística).
Desta grande esperança – dos novos céus e da nova Terra onde habitará
a justiça (2Pe 3,13)– não temos garantia mais segura nem sinal mais
manifesto do que a Eucaristia.
Com efeito, cada vez que se celebra este mistério, «realiza-se a obra
da nossa redenção» (Lg 3) e «partimos o mesmo pão, que é remédio de
imortalidade, antídoto para não morrer, mas viver em Jesus Cristo
para sempre» (Santo Inácio de Antioquia).
Quinta-feira, dia 03 de Dezembro de 2015
Quinta-feira
da 1a semana do Advento
Naquele dia,
cantarão este hino na terra de Judá: «Nós temos uma cidade forte;
muralhas e fortificações foram postas para nos proteger.
Abri as portas para que entre um povo justo, um povo que pratica a
fidelidade.
O seu coração está firme: dar-lhe-eis a paz porque em Vós tem
confiança».
Confiai sempre no Senhor porque o Senhor é a nossa fortaleza eterna.
Humilhou os habitantes das alturas, abateu a cidade inacessível,
derrubou-a por terra, arrasou-a até ao solo.
Ela é calcada aos pés, os pés dos infelizes, os passos dos pobres.
Livro de
Salmos 118(117),1.8-9.19-21.25-27a.
Agradecei ao
Senhor porque Ele é bom,
porque é eterna a sua misericórdia.
Mais vale refugiar-se no Senhor
do que fiar-se nos homens.
Mais vale refugiar-se no Senhor
do que fiar-se nos poderosos.
Abri-me as portas da justiça:
entrarei para agradecer ao Senhor.
Esta é a porta do Senhor:
os justos entrarão por ela.
Eu Vos agradeço porque me
ouvistes
e fostes o meu Salvador.
Senhor, salvai os vossos servos,
Senhor, dai-nos a vitória.
Bendito o que vem em nome do Senhor,
da casa do Senhor nós Vos bendizemos.
O Senhor é Deus
e fez brilhar sobre nós a sua luz.
Evangelho segundo S. Mateus 7,21.24-27.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz
‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que
está nos Céus.
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é
como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela
casa; mas ela não caiu porque estava fundada sobre a rocha.
Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em
prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a
areia.
Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela
casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita,
mártir, co-padroeira da Europa
O presépio
«Nem todo aquele que Me diz
"Senhor, Senhor" [...], mas só aquele que faz a vontade de
meu Pai»
«Seja feita a Vossa vontade.» Tomado em toda a sua
plenitude, este acto de abandono deve ser a regra da vida cristã,
regendo o nosso dia, da manhã à noite, o curso do ano, a vida
inteira. Esta deve ser a única preocupação do cristão; todas as
outras são entregues ao Senhor, mas essa será nossa até ao último
dia. Pois é um facto objectivo que nunca estamos definitivamente
certos de permanecer nos caminhos do Senhor. [...]
Na infância da vida espiritual, quando começamos a deixar-nos
conduzir por Deus, sentimos a sua mão, forte e firme, que nos guia;
vemos de forma evidente o que devemos fazer e o que devemos
abandonar. Mas não será sempre assim. Aquele que pertence a Jesus Cristo
deve viver toda a vida de Jesus Cristo. Deve amadurecer até atingir a
idade adulta de Jesus Cristo e, um dia, enveredar pelo caminho da
cruz. [...] Assim unido a Jesus Cristo, o cristão aguentar-se-á,
mesmo na noite escura. [...] Por isso, uma vez mais e precisamente no
coração da noite mais escura, «seja feita a vossa vontade».
Sexta-feira, dia 04 de Dezembro de 2015
Sexta-feira
da 1a semana do Advento
Assim fala o
Senhor Deus: Daqui a muito pouco tempo, não há-de o Líbano
transformar-se num jardim e o jardim parecer uma floresta?
Nesse dia, os surdos ouvirão ler as palavras do livro; libertos da
escuridão e das trevas, os olhos dos cegos tornarão a ver.
Os humildes alegrar-se-ão cada vez mais no Senhor e os mais pobres
dos homens rejubilarão no Santo de Israel.
O tirano deixará de existir, o escarnecedor desaparecerá e serão
exterminados os que só pensam no mal:
aqueles que fazem condenar os outros pelas suas palavras, os
que armam ciladas no tribunal a quem promove a justiça e sem
razão arruínam o justo.
Por isso, o Senhor, que libertou Abraão, assim fala à casa de
Jacob: ‘Doravante Jacob não terá de que se envergonhar, o seu rosto
não voltará a empalidecer
porque, ao verem no meio dele os seus filhos, obras das minhas
mãos, proclamarão santo o meu nome’. Proclamarão a santidade do
Santo de Jacob e adorarão o Deus de Israel.
Os espíritos desnorteados aprenderão a sabedoria e os murmuradores
hão-de aceitar a instrução».
Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é
minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é o protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.
Evangelho segundo S. Mateus 9,27-31.
Naquele
tempo, Jesus Cristo pôs-Se a caminho e seguiram-n’O dois cegos,
gritando: «Filho de David, tem piedade de nós».
Ao chegar a casa, os cegos aproximaram-se d’Ele. Jesus Cristo perguntou-lhes:
«Acreditais que posso fazer o que pedis?» Eles responderam:
«Acreditamos, Senhor».
Então Jesus Cristo tocou-lhes nos olhos e disse: «Seja feito
segundo a vossa fé».
E abriram-se os seus olhos. Jesus Cristo advertiu-os, dizendo:
«Tende cuidado para que ninguém o saiba».
Mas eles, quando saíram, divulgaram a fama de Jesus Cristo por toda
aquela terra.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Anselmo (1033-1109), monge, bispo, doutor da Igreja
Proslogion, 1
«O meu coração diz: "Procura a
sua face"; é a tua face, Senhor, que eu procuro» (Sl 26, 8)
«Senhor, até quando?» (Sl 6,4).
Até quando, Senhor, Te esquecerás de nós? Por quanto tempo ainda Te
esconderás de nós? (Sl 12,2). Quando nos olharás e nos ouvirás?
Quando iluminarás os nossos olhos e estaremos na Tua presença?
Quando virás de novo até nós? Olha para nós, Senhor, ilumina-nos,
mostra-Te a nós. Concede-nos o bem da tua presença, a nós que, sem
Ti, nada fazemos bem. Tem piedade dos nossos esforços activos para
chegarmos a Ti, nós que nada podemos sem Ti. Se nos convidas,
ajuda-nos.
Suplico-Te, Senhor, não me deixes suspirar de desespero; faz-me
respirar a esperança. [...] Que me seja, ao menos, permitido
entrever a luz, mesmo que de longe, mesmo que das profundezas.
Ensina-me a procurar-Te e mostra-Te quando Te procuro. É que não posso
procurar-Te se não me guiares nem encontrar-Te se não Te mostrares.
Procurar-Te-ei pelo desejo e desejar-Te-ei na minha procura.
Encontrar-Te-ei, amando-Te e amar-Te-ei quando Te encontrar.
Sábado, dia 05 de Dezembro de 2015
Sábado da
1a semana do Advento
Eis o que
diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: «Povo de Sião, que habitas
em Jerusalém, tu não voltarás a chorar. À voz da tua súplica, o
Senhor terá compaixão de ti; logo que ouvir os teus clamores, Ele
te responderá.
O Senhor poderá dar-te a comer o pão da angústia e a beber a água
da tribulação; mas Aquele que te ensina não Se esconderá mais e
os teus olhos verão Aquele que te ensina.
Se te desvias para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos
ouvirão dizer atrás de ti: ‘É este o caminho; segui por ele’.
O Senhor te dará a chuva para a semente que tiveres lançado à terra
e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo. Nesse dia,
os teus rebanhos pastarão em extensos prados;
os bois e os jumentos que lavram a terra comerão forragem com
sal, limpa com a pá e a joeira.
Em todo o alto monte e em toda a colina elevada, haverá regatos e
águas correntes, no dia da grande mortandade quando as torres se
desmoronarem.
Então a claridade da lua será como a luz do sol e a luz do sol
ficará sete vezes mais forte; nesse dia, o Senhor tratará as
chagas do seu povo e curará as feridas dos seus golpes».
Livro de Salmos 147(146),1-2.3-4.5-6.
Louvai o
Senhor porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel.
Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome.
Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão.
Evangelho segundo S. Mateus 9,35-38.10,1.6-8.
Naquele
tempo, Jesus Cristo percorria todas as cidades e aldeias,
ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando
todas as doenças e enfermidades.
Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão porque andavam
fatigadas e abatidas como ovelhas sem pastor. Jesus Cristo disse
então aos seus discípulos:
«A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.
Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua
seara».
Jesus Cristo chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar
os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças.
Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus».
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos,
expulsai os demónios. Recebestes de graça; dai de graça.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
«A Missão do Redentor»
«A seara é grande»
Se
olharmos superficialmente o nosso mundo, ficaremos impressionados
com muitos factos negativos que podem conduzir-nos ao pessimismo.
Mas esse sentimento é injustificado, pois temos fé em Deus, Pai e Senhor,
na sua bondade e na sua misericórdia. À medida que nos
aproximamos do terceiro milénio da Redenção, Deus vai preparando
para o cristianismo uma grande Primavera que já se vê despontar.
Na verdade, seja no mundo não cristão, seja no mundo da
cristandade antiga, os povos têm tendência para se aproximar
progressivamente dos ideais e dos valores evangélicos, tendência
essa que a Igreja se esforça por favorecer. Manifesta-se hoje entre os povos uma nova convergência em
torno desses valores: a recusa da violência e da guerra, o
respeito pela pessoa humana e pelos seus direitos,
a sede de liberdade, de justiça e de fraternidade,
a tendência a ultrapassar os racismos e os nacionalismos,
a afirmação da dignidade da mulher e a sua valorização.
A esperança cristã dá-nos forças para nos comprometermos a fundo
na nova evangelização e na missão universal e leva-nos a rezar
como Jesus Cristo nos ensinou: «Venha a nós o vosso Reino, seja
feita a vossa vontade assim na Terra como no céu» (Mt 6,10).
Os homens que esperam Jesus Cristo são ainda em número incalculável;
os espaços humanos e culturais ainda não atingidos pelo anúncio
do Evangelho ou em que a Igreja não está presente são
extremamente vastos, a ponto de exigirem a união de todas as suas
forças. Quando se prepara para celebrar o Jubileu do ano 2000,
toda a Igreja está ainda mais comprometida num novo advento
missionário. Devemos alimentar em nós a paixão apostólica de
transmitir aos outros a luz e a alegria da fé e formar todo o
povo de Deus para este ideal. ©
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