Domingo, dia 15 de Novembro de 2015
33º Domingo do Tempo
Comum - Ano B
Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos, que
protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia como não terá havido
até então desde que existem nações. Mas nesse tempo, virá a salvação para o
teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus.
Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna,
outros para a vergonha e o horror eterno.
Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento e os que tiverem ensinado a
muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade.
Livro de Salmos
16(15),5.8.9-10.11.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.
Carta aos Hebreus 10,11-14.18.
Todo o sacerdote da antiga aliança se apresenta cada dia para
exercer o seu ministério e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios
que nunca poderão perdoar os pecados.
Jesus Cristo, ao contrário, tendo oferecido pelos pecados um único
sacrifício, sentou-Se para sempre à direita de Deus,
esperando desde então que os seus inimigos sejam postos como escabelo dos
seus pés
porque, com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que Ele
santifica.
Onde há remissão dos pecados, já
não há necessidade de oblação pelo pecado.
Evangelho segundo S.
Marcos 13,24-32.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Naqueles
dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua
claridade;
as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens com grande poder e
glória.
Ele mandará os Anjos para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais,
da extremidade da terra à extremidade do céu.
Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam
as folhas, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do
homem está perto, está mesmo à porta.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu nem
o Filho; só o Pai».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja
Comentário do Evangelho ou Diatessaron
«O Filho do Homem virá
na hora em que não o esperareis»
Para impedir
qualquer pergunta indiscreta acerca do momento da sua segunda vinda, Jesus Cristo
declarou: «Essa hora, ninguém a conhece nem mesmo o Filho» (Mt 24,36) e
noutro momento: «Não vos pertence conhecer os dias e os tempos» (Act 1,7).
Escondeu-nos esse conhecimento para que vigiemos
e cada um possa pensar que tal vinda se produzirá durante a sua vida. Se o
tempo da sua vinda tivesse sido revelado, o seu advento seria em vão, pois as
nações e os séculos em que se produzisse não o teriam desejado. Ele bem disse
que viria, mas não precisou em que momento; dessa forma, todas as gerações e
todos os séculos têm sede dele.
É certo que fez conhecer os sinais da sua vinda; mas não revelou o seu termo.
Na mudança constante em que vivemos, alguns desses sinais já tiveram lugar,
outros já passaram, outros duram sempre. Com efeito, a sua última vinda será
semelhante à primeira: os justos e os profetas desejavam-na e pensavam que
teria lugar no tempo deles. Também hoje, cada um dos fiéis de Jesus Cristo
deseja acolhê-Lo no seu próprio tempo, tanto mais que Jesus Cristo não disse
claramente quando apareceria. Assim ninguém poderá imaginar que Jesus Cristo
esteja submetido a uma lei do tempo, a uma hora qualquer, Ele que domina os
números e o tempo.
Segunda-feira,
dia 16 de Novembro de 2015
Segunda-feira da 33ª
semana do Tempo Comum
Festa da Igreja :
Nossa Senhora da Saúde
Santo do dia : Santa
Gertrudes, Magna, monja, +1303, Santa
Margarida, rainha da Escócia, +1093, S.
José Moscati, médico, +1927
Livro de 1º Macabeus 1,10-15.41-43.54-57.62-64.
Naqueles dias, da descendência de Alexandre da Macedónia, brotou
aquela raiz de pecado, Antíoco Epifânio, filho do rei Antíoco, que, depois
de ter estado como refém em Roma, começou a reinar no ano cento e trinta e
sete do império grego.
Nesses dias, apareceram em Israel homens infiéis à Lei que seduziram muitas
pessoas, dizendo: «Vamos fazer uma aliança com os povos que nos rodeiam,
pois desde que nos separámos deles sucederam-nos muitas desgraças».
Estas palavras agradaram a muita gente
e alguns de entre o povo apressaram-se a ir ter com o rei que lhes deu autorização
para seguirem os costumes dos gentios.
Construíram um ginásio em Jerusalém, segundo os usos pagãos;
disfarçaram os sinais da circuncisão e afastaram-se da santa aliança;
coligaram-se com os estrangeiros e tornaram-se escravos do mal.
O rei Antíoco ordenou por escrito que em todo o seu reino formassem todos
um só povo
e cada qual renunciasse aos próprios costumes.
Todas as nações aceitaram as ordens do rei e também muitos homens de Israel
adoptaram o seu culto, ofereceram sacrifícios aos ídolos e profanaram o
sábado.
No dia quinze do nono mês do ano cento e quarenta e cinco, o rei mandou
construir sobre o altar dos holocaustos a «abominação da desolação» e
também nas cidades circunvizinhas de Judá se ergueram altares.
Queimaram incenso às portas das casas e nas praças,
rasgavam e deitavam ao fogo os livros da Lei que encontravam
e todo aquele que tivesse em seu poder o livro da aliança ou se mostrasse
fiel à Lei, era condenado à morte em virtude do decreto real.
No entanto, muitos em Israel permaneceram firmes e irredutíveis no seu
propósito de não comerem alimentos impuros.
Antes quiseram a morte do que mancharem-se com esses alimentos e profanarem
a santa aliança e, de facto, morreram.
Foi realmente grande a ira que se abateu sobre Israel.
Livro de Salmos
119(118),53.61.134.150.155.158.
Fico indignado à vista dos ímpios
que desertam da vossa lei.
Cercaram-me os laços dos ímpios,
mas não esqueci a vossa lei.
Livrai-me da violência dos homens
para que eu guarde os vossos preceitos.
Aproximam-se os meus iníquos perseguidores
que estão longe da vossa lei.
Longe dos ímpios está a salvação
porque não observam os vossos preceitos.
Ao ver os pecadores, sinto-me triste
porque não guardam a vossa promessa.
Evangelho segundo S. Lucas 18,35-43.
Naquele tempo, quando Jesus Cristo Se aproximava de Jericó,
estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho.
Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que passava.
Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
Os que vinham à frente repreendiam-no para que se calasse, mas ele gritava
ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus Cristo parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou,
perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Vê. A tua
fé te salvou».
No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus Cristo, glorificando
a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de
Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de S. Mateus, n.º 66, 1
«Jesus, filho de David, tem piedade de mim»
Olhemos bem
para estes cegos de Jericó do Evangelho de S. Mateus: eles valem mais do
que muitos dos que ali vêem claramente. Não tinham ninguém que os guiasse
nem podiam ver Jesus Cristo a aproximar-Se. No entanto, esforçaram-se por
chegar junto dele; puseram-se a gritar em altos brados; tentaram calá-los,
mas eles gritavam com mais força ainda. Assim é uma alma enérgica: os que
querem pará-la redobram-lhe o ímpeto.
Jesus Cristo permite que tentem calá-los para que o seu fervor melhor se
revele e para te demonstrar que esses cegos eram merecidamente dignos de
serem curados. É por isso que não lhes pergunta se têm fé como tantas vezes
fazia: os seus gritos e esforços para dele se aproximarem eram o bastante
para mostrar a fé que tinham. Aprende com isto, meu querido amigo, que,
apesar da nossa baixeza e miséria, se nos dirigirmos ao Senhor Deus com
todo o coração, poderemos obter aquilo que pedimos. Em todo o caso,
olha bem para estes dois cegos: tinham apenas um discípulo para os
proteger, muitos lhes impunham silêncio e, no entanto conseguiram triunfar
sobre todos os impedimentos e chegar junto de Jesus Cristo. O evangelista
não lhes assinala uma qualidade de vida excepcional: o seu fervor tudo
suplantou.
Imitemo-los também nós. Mesmo que Deus não nos conceda logo aquilo que Lhe
pedimos, mesmo que muitos procurem afastar-nos da oração, não cessemos de
Lho implorar porque é assim que melhor atrairemos os favores do Senhor
Deus.
Terça-feira,
dia 17 de Novembro de 2015
Terça-feira da 33ª
semana do Tempo Comum
Naqueles dias, Eleazar, um dos principais doutores da Lei,
homem de idade avançada e de aspecto muito distinto, era forçado a abrir
a boca para comer carne de porco.
Mas ele, preferindo a morte gloriosa à vida desonrada, caminhou
espontaneamente para o instrumento de suplício,
depois de ter cuspido fora a carne como devem proceder os que têm a
coragem de repelir o que não é lícito comer nem sequer por amor à própria
vida.
Então os encarregados dessa iníqua refeição ritual que conheciam aquele
homem de velha data, chamaram-no à parte e tentaram persuadi-lo a trazer
carne da que lhe fosse lícito servir-se, preparada por ele próprio e
assim fingisse comer a carne prescrita pelo rei, isto é, proveniente do
sacrifício.
Procedendo assim, escaparia à morte, aproveitando a benevolência com que
o tratavam em consideração da amizade entre eles.
Mas ele optou por uma nobre decisão, digna da sua idade, do prestígio da
sua velhice, dos seus cabelos tão ilustremente embranquecidos, do seu
excelente modo de proceder desde a infância e, o que é mais, da santa Lei
estabelecida por Deus. Com toda a coerência, respondeu prontamente:
«Prefiro que me envieis para a morada dos mortos.
Na nossa idade não é conveniente fingir; aliás muitos jovens ficariam
persuadidos de que Eleazar, aos noventa anos, se tinha passado para os
costumes pagãos
e com esta dissimulação, por causa do pouco tempo de vida que me resta,
viriam a transviar-se também por minha culpa e eu ficaria com a minha
velhice manchada e desonrada.
Além disso, ainda que eu me furtasse de momento à tortura dos homens, não
fugiria, contudo nem vivo nem morto, às mãos do Omnipotente.
Por isso, renunciando agora corajosamente a esta vida, mostrar-me-ei
digno da minha velhice
e deixarei aos jovens o nobre exemplo de morrer com beleza, espontânea e
gloriosamente, pelas veneráveis e santas leis». Dito isto, Eleazar
dirigiu-se logo para o instrumento de suplício.
Aqueles que o conduziam mudaram em aversão a benevolência que pouco antes
mostraram para com ele, por causa das palavras que acabava de dizer e que
eles consideravam uma loucura.
Prestes a morrer sob os golpes, exclamou entre suspiros: «Para o Senhor
que possui a santa ciência, é bem claro que, podendo escapar à morte,
estou a sofrer cruéis tormentos no meu corpo; mas na alma suporto-os com
alegria porque temo o Senhor».
Foi assim que Eleazar perdeu a vida, deixando, com a sua morte, não só
aos jovens, mas também à maioria do seu povo, um exemplo de coragem e um
memorial de virtude.
Livro de Salmos
3,2-3.4-5.6-7.
Senhor, são tantos os meus inimigos,
tão numerosos os que se levantam contra mim!
Muitos são os que dizem a meu respeito:
«Deus não o vai salvar».
Vós, porém, Senhor, sois o meu protector,
a minha glória e Aquele que me sustenta.
Em altos brados clamei ao Senhor,
Ele respondeu-me da sua montanha sagrada.
Deito-me e adormeço e me levanto:
sempre o Senhor me ampara.
Não temo a multidão
que de todos os lados me cerca.
Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou em Jericó e começou a
atravessar a cidade.
Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos.
Procurava ver quem era Jesus Cristo, mas, devido à multidão, não podia
vê-l’O porque era de pequena estatura.
Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro para ver Jesus Cristo
que havia de passar por ali.
Quando Jesus Cristo chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe:
«Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa».
Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus Cristo com alegria.
Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa de um
pecador».
Entretanto Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos
pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém,
restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus Cristo: «Hoje entrou a salvação nesta casa porque Zaqueu
também é filho de Abraão.
Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava
perdido».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 68
«Zaqueu, desce depressa»
Lemos no
evangelho que Zaqueu quis ver Nosso Senhor, mas era muito pequeno. Que
fez ele? Subiu a uma figueira seca. Assim faz o homem: deseja ver Aquele
que opera maravilhas e causa um tumulto nele; mas, como não tem estatura suficiente
para isso, tem de subir a uma figueira seca. A figueira morta simboliza a
morte dos sentidos e da natureza e a vida do homem interior sobre a qual
Deus é levado.
Que disse Nosso Senhor a Zaqueu? «Desce depressa.» Tens de descer, não
podes reter uma única gota de consolação de todas as tuas impressões na
oração, antes deves descer ao teu puro nada, à tua pobreza, à tua
impotência. [...] Se te resta algum apego à natureza, é porque ainda não
possuis a verdade, é porque ela ainda não se tornou um bem teu; natureza
e graça trabalham ainda juntas e não chegaste ao abandono perfeito [...];
esse estado ainda não é a pureza plena. É por isso que o Senhor Jesus
Cristo convida esse homem a descer, quer dizer que o chama a uma renúncia
plena, a um pleno desprendimento da natureza. «Hoje tenho de ficar em tua
casa; hoje veio a salvação a esta casa.» Que este hoje nos aconteça para
sempre!
Quarta-feira,
dia 18 de Novembro de 2015
Quarta-feira da
33ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
foram presos sete irmãos juntamente com a mãe e o rei da Síria quis
obrigá-los, à força de azorragues e nervos de boi, a comer carne de
porco, proibida pela lei judaica.
Eminentemente admirável e digna de memória foi a mãe que, vendo morrer
num só dia os seus sete filhos, tudo suportou com firme serenidade pela
esperança que tinha no Senhor.
Exortava cada um deles na sua língua pátria e, cheia de nobres
sentimentos, juntava uma coragem varonil à ternura de mulher. Ela
dizia-lhes:
«Não sei como aparecestes no meu seio porque não fui eu que vos dei o
espírito e a vida nem fui eu que ordenei os elementos de cada um de
vós.
Por isso, o Criador do mundo, que é o autor do nascimento e origem de
todas as coisas, vos restituirá, pela sua misericórdia, o espírito e a
vida porque vos desprezais agora a vós mesmos por amor das suas leis».
Então o rei Antíoco julgou-se insultado e suspeitou que aquelas
palavras o ultrajavam. Como o filho mais novo ainda estava vivo, não só
começou a exortá-lo com palavras, mas também lhe prometeu com juramento
que o tornaria rico e feliz, se ele abandonasse as tradições dos seus
antepassados. Faria dele seu amigo, confiando-lhe altas funções.
Como o jovem não lhe deu a menor atenção, o rei chamou a mãe à sua
presença e exortou-a a aconselhar o jovem para lhe salvar a vida.
Depois de muita insistência do rei, ela consentiu em persuadir o filho.
Inclinou-se para ele e, ludibriando o tirano, assim lhe falou na língua
pátria: «Filho, tem compaixão de mim que te trouxe nove meses no meu
seio, te amamentei durante três anos, te criei e eduquei até esta
idade, provendo sempre ao teu sustento.
Peço-te, meu filho, olha para o Céu e para a terra, contempla tudo o
que neles existe e reconhece que Deus os criou do nada assim como a
todo o género humano.
Não temas este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a morte
para que eu te possa encontrar com eles no dia da misericórdia divina».
Apenas ela acabou de falar, o jovem exclamou: «Por que esperais? Eu não
obedeço às ordens do rei. Obedeço aos mandamentos da Lei que foi dada
por Moisés aos nossos antepassados.
E tu, inventor de todos os males contra os hebreus, não escaparás às
mãos de Deus».
Livro de Salmos
17(16),1.5-6.8b.15.
Ouvi, Senhor, uma
causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração
feita com sinceridade.
Firmai os meus passos nas vossas veredas
para que não vacilem os meus pés.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras.
Protegei-me à sombra das vossas asas,
longe dos ímpios que me fazem violência.
Senhor, mereça eu contemplar-vos
e ao despertar saciar-me com a vossa presença.
Evangelho segundo S. Lucas 19,11-28.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo uma parábola porque estava perto de Jerusalém e eles
pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente.
Então Jesus Cristo disse: «Um homem nobre foi para uma região distante
a fim de ser coroado rei e depois voltar.
Antes, porém chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas,
dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’.
Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás
dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’.
Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os
servos a quem entregara o dinheiro para saber o que cada um tinha
lucrado.
Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez
minas’.
Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco,
receberás o governo de dez cidades’.
Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’.
A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à frente de cinco
cidades’.
Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina que eu
guardei num lenço,
pois tive medo de ti que és homem severo: levantas o que não
depositaste e colhes o que não semeaste’. (julgou o rei)
Disse-lhe o rei: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que
sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não
semeei.
Então porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso
tê-lo-ia recuperado com juros’.
Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’.
Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’.
O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem (fé) se dará mais,
mas àquele que não tem (fé), até o que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos que não me quiseram como rei,
trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’».
Dito isto, Jesus Cristo seguiu, à frente do povo para Jerusalém.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Homilia aos trabalhadores luxemburgueses, Maio de 1985
«Fazei-a render»: o trabalho humano e o Reino de Deus
Ao
criar a humanidade, o homem e a mulher, Deus disse-lhes: «Sede fecundos
e multiplicai-vos; ocupai a terra e submetei-a (= administrai-a)» (Gn
1,28). Esse foi, por assim dizer, o primeiro mandamento de Deus, ligado
à própria ordem da criação. Desta forma, o trabalho humano corresponde
à vontade de Deus. Quando dizemos: «Seja feita a vossa vontade»,
aproximamos estas palavras do trabalho que preenche todos os dias da
nossa vida. Damo-nos conta de que nos conformamos a esta vontade do
Criador quando o nosso trabalho e as relações humanas que ele implica
estão impregnados dos valores da iniciativa, da coragem, da confiança,
da solidariedade que são outros tantos reflexos da semelhança divina em
nós. [...]
O Criador investiu o homem do poder de dominar (administrar/gerir) a
terra; pede-lhe assim que controle, pelo seu próprio trabalho, o
domínio que lhe confia, que active todas as suas capacidades para
chegar ao feliz desenvolvimento da sua própria personalidade e de toda
a comunidade. Pelo trabalho, o homem obedece a Deus e responde à sua
confiança. Tal não se afasta daquele pedido do Pai Nosso: «Venha a nós
o vosso Reino». O homem age para que o plano de Deus se realize,
consciente de ter sido feito à semelhança de Deus e, portanto de dele
ter recebido a força, a inteligência, as aptidões para realizar uma
comunidade de vida pelo amor desinteressado que tem pelos seus irmãos.
Tudo o que é positivo e bom na vida do homem completa-se e atinge o seu
verdadeiro objectivo no Reino de Deus.
Escolhestes bem a vossa palavra de ordem: «Reino de Deus, vida do homem»
porque a causa de Deus e a causa do homem estão ligadas uma à outra; o
mundo progride para o Reino de Deus graças aos dons de Deus (
que riqueza de espírito!) que permitem o dinamismo do
homem. Por outras palavras, rezar para que venha o Reino de Deus é
orientar todo o nosso ser para a realidade que é o fim último do
trabalho humano.
Quinta-feira, dia 19 de Novembro de 2015
Quinta-feira
da 33ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
os enviados do rei Antíoco, encarregados de impor a apostasia, vieram
à cidade de Modin para organizar sacrifícios.
Muitos israelitas obedeceram-lhes, mas Matatias e seus filhos ficaram
reunidos à parte.
Os enviados do rei dirigiram-se a Matatias e disseram-lhe: «Tu és um
homem importante e ilustre nesta cidade e tens o apoio dos teus
filhos e dos teus irmãos.
Sê também o primeiro a cumprir o decreto do rei como já fizeram todas
as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Assim tu
e os teus filhos sereis contados entre os amigos do rei e
enriquecidos com prata, ouro e muitos presentes».
Matatias respondeu em alta voz: «Ainda que todos os povos do império
do rei lhe obedeçam, abandonando o culto dos seus pais e cumprindo as
vossas ordens,
eu, os meus filhos e os meus irmãos seguiremos a aliança dos nossos
pais.
Deus nos livre de abandonar a Lei e os seus preceitos.
Não acataremos as ordens do rei, desviando-nos do nosso culto quer
para a direita quer para a esquerda».
Quando ele acabou de falar, aproximou-se um judeu à vista de todos
para oferecer um sacrifício no altar de Modin, segundo o decreto
real.
À vista dele, Matatias inflamou-se de zelo, estremeceu-lhe o coração
e, num impulso de justa ira, lançou-se sobre ele e degolou-o sobre o
altar.
Em seguida matou o enviado do rei que obrigava a oferecer sacrifícios
e demoliu o altar.
Assim mostrou o seu zelo pela Lei, tal como fizera Fineias a Zambri,
filho de Salu.
Depois Matatias percorreu a cidade, dizendo em altas vozes: «Todo
aquele que sentir zelo pela Lei e quiser manter a aliança siga-me».
Então ele e os seus filhos fugiram para os montes, deixando tudo
quanto possuíam na cidade.
Muitos israelitas, que amavam a justiça e o direito, desceram ao
deserto e aí se estabeleceram.
Livro de
Salmos 50(49),1-2.5-6.14-15.
Falou o Senhor,
Deus soberano,
e convocou a terra, do Oriente ao Ocidente.
De Sião, cheia de beleza, Deus refulgiu,
o nosso Deus vem e não Se calará.
«Reuni os meus fiéis
que selaram a minha aliança com um sacrifício».
Os céus proclamam a sua justiça:
o próprio Deus vem julgar.
Oferece a Deus sacrifícios de louvor
e cumpre os votos feitos ao Altíssimo.
Invoca-Me no dia da tribulação:
Eu te livrarei e tu Me darás glória»
Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.
Naquele tempo,
quando Jesus Cristo Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade,
chorou sobre ela e disse:
«Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está
escondido a teus olhos.
Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de
trincheiras e te apertarão de todos os lados.
Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre
pedra por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor
da Igreja
«Se também tu
tivesses conhecido o que te pode trazer a paz!»
«Haja
paz nas tuas muralhas» (Sl 121,7). Ó Jerusalém, «construída como uma
cidade, mantida na união» (v.3), haja paz na tua força e na tua
caridade! Porque a tua força é
a tua caridade. Presta atenção ao Cântico dos Cânticos: «tão
forte como a morte é o amor» (8,6). Irmãos, que palavras dignas de
admiração! […] Quem poderá resistir à morte, irmãos? Resiste a vossa
caridade. Resistimos às chamas, às vagas, aos ferros, aos tiranos e
aos reis, mas à morte, quem poderá resistir-lhe? Nada pode mais do
que ela. Apenas o amor pode igualar a sua força; por isso dizemos que
é tão forte como a morte porque o amor mata o que nós éramos para
fazer surgir o que ainda não éramos, operando em nós uma espécie de
morte; a mesma morte de que morreu S. Paulo, ao dizer: «o mundo está
crucificado para mim e eu para o mundo» (Gal 6,14) ou de que morreram
aqueles a quem ele dizia: «vós morrestes e a vossa vida está
escondida com Jesus Cristo, em Deus» (Col 3,3).
Tão forte como a morte é o amor. […] Que a paz esteja pois na tua
força, Jerusalém, que a paz esteja no teu amor. E com esta força, com
este amor, com esta paz que «haja abundância nas tuas alcáçovas» (Sl
121,7), quer dizer, nas tuas alturas. […] Profusão de regalos, pasto
de riquezas, eis o Deus uno; eis Aquele com quem se mantêm em união
todos os habitantes desta cidade. Ele será a nossa abundância na
cidade de Jerusalém.
Sexta-feira, dia 20 de Novembro de 2015
Sexta-feira da 33ª semana do Tempo Comum
Naqueles
dias, disseram Judas Macabeu e os seus irmãos: «Agora que os nossos
inimigos foram desbaratados, subamos a purificar o templo e
celebrar a sua dedicação».
Reuniu-se todo o exército e subiram ao monte Sião.
No dia vinte e cinco do nono mês, que é o mês de Quisleu, do ano
cento e quarenta e oito, levantaram-se de madrugada
e ofereceram um sacrifício, segundo as prescrições da Lei, sobre o
altar dos holocaustos que tinham construído.
O altar foi dedicado ao som de cânticos, de cítaras e de címbalos,
no mesmo mês e dia em que os gentios o tinham profanado.
Todo o povo se prostrou em adoração de rosto por terra e agradeceu
ao Céu por lhes ter dado tão feliz sucesso.
Celebraram a dedicação do altar durante oito dias e ofereceram
holocaustos com grande alegria bem como sacrifícios de comunhão e
de acção de graças.
Adornaram a fachada do templo com coroas de ouro e escudos;
restauraram as entradas e as salas onde colocaram as portas.
Foi grande a alegria do povo e assim foi afastado o opróbrio
causado pelos gentios.
Judas, com os seus irmãos e toda a assembleia de Israel, decidiu
que todos os anos se celebrasse com alegria e regozijo a festa da
dedicação do altar, durante oito dias, a partir do dia vinte e
cinco do mês de Quisleu.
Livro de 1º
Crónicas 29,10.11abc.11d-12a.12bcd.
Bendito
sejais, Senhor, para todo o sempre,
Deus do nosso pai, Israel.
A Vós, Senhor, a grandeza e o poder,
a honra, a majestade e a glória.
Tudo, no céu e na terra, Vos pertence,
sois o Rei soberano de todas as coisas.
De Vós nos vem a riqueza e a glória,
sois Vós o Senhor de todo o universo.
Na vossa mão está o poder e a força,
em vossas mãos tudo se afirma e cresce.
Nós vos louvamos, Senhor, nosso Deus,
e celebramos o vosso nome glorioso.
Evangelho segundo S. Lucas 19,45-48.
Naquele
tempo, Jesus Cristo entrou no templo e começou a expulsar os
vendedores,
dizendo-lhes: «Está escrito: ‘A minha casa é casa de oração’ e vós
fizestes dela ‘um covil de ladrões’».
Jesus Cristo ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos
sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a
morte,
mas não encontravam o modo de o fazer porque todo o povo ficava
maravilhado quando O ouvia.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Missal Romano
Prefácio para a festa da dedicação de uma igreja
«A minha casa será uma casa de
oração»
É
verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
agradecer-vos sempre e em todo a parte,
Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente,
por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Nesta casa que Tu nos deste
e onde acolhes o teu povo que caminha para Ti,
ofereces-nos um sinal maravilhoso da tua aliança:
aqui constróis, para tua glória,
o templo vivo que somos nós;
aqui edificas a Igreja, a tua Igreja universal,
para que se constitua o Corpo de Jesus Cristo
e essa obra completar-se-á na visão beatífica
na Jerusalém celeste.
Por isso, com a multidão imensa dos santos,
neste lugar que Tu consagraste,
bendizemos-Te, glorificamos-Te
e Te louvamos, cantando:
«Santo, Santo, Santo!
Senhor Deus do universo!»
Sábado, dia 21 de Novembro de 2015
Sábado da 33a semana do Tempo Comum
Naqueles
dias, o rei Antíoco atravessava as altas províncias do seu reino
quando ouviu falar em Elimaida, cidade da Pérsia, notável pela
suas riquezas, pela sua prata e pelo seu ouro.
O templo que nela havia era muito rico e lá se encontravam
armaduras de ouro, couraças e armas que Alexandre, filho de
Filipe da Macedónia, o primeiro a reinar sobre os gregos, nele
tinha deixado.
Antíoco dirigiu-se para lá e tentou apoderar-se da cidade para a
saquear, mas não conseguiu porque os habitantes da cidade tomaram
conhecimento da
notícia e opuseram-se-lhe à mão armada. Obrigado a fugir,
retirou-se dali com enorme desgosto e regressou a Babilónia.
Estava ainda na Pérsia, quando lhe vieram anunciar que os
exércitos enviados contra a terra de Judá haviam sido
destroçados;
que Lísias avançara com um poderoso exército, mas tinha sido
posto em fuga pelos judeus, os quais se tinham fortalecido com as
armas, o equipamento e os consideráveis despojos tomados aos
exércitos vencidos.
Além disso, tinham demolido a abominação que ele, Antíoco,
mandara construir sobre o altar de Jerusalém. Tinham rodeado de
muralhas o santuário como antigamente e ainda Betsur, uma das
cidades do rei.
Ao ouvir estas notícias, o rei ficou perturbado e abatido. Caiu
de cama e adoeceu de tristeza porque os projectos não lhe tinham
corrido como desejava.
Ficou assim muitos dias, constantemente acabrunhado por intenso
desgosto e convenceu-se de que ia morrer.
Então mandou chamar todos os amigos e disse-lhes: «O sono
afastou-se dos meus olhos e o meu coração está abatido pela
inquietação.
Disse comigo mesmo: A que estado de angústia cheguei, em que
forte agitação agora me encontro, eu que era feliz e estimado
quando era poderoso!
Mas agora me lembro do mal que fiz a Jerusalém quando me apoderei
de todos os objectos de prata e ouro que lá se encontravam e mandei
exterminar sem motivo os habitantes de Judá.
Reconheço que por causa disto me aconteceram estas desgraças e
vou morrer de profunda angústia em terra estrangeira».
Livro de
Salmos 9(9A),2-3.4.6.16b.19.
De todo o
coração, Senhor, Vos quero louvar
e contar todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós,
quero cantar o vosso nome, ó Altíssimo.
Quando batiam em retirada os meus inimigos
vacilavam e pereciam diante de Vós.
Ameaçastes os pagãos, destruístes os ímpios,
apagastes o seu nome para sempre.
Os pagãos caíram no fosso que fizeram;
os seus pés ficaram presos na rede que esconderam.
Mas o pobre jamais será esquecido,
não será iludida a esperança dos humildes.
Evangelho segundo S. Lucas 20,27-40.
Naquele
tempo, aproximaram-se de Jesus Cristo alguns saduceus – que negam
a ressurreição
– e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos
escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão que deixe mulher, mas sem
filhos, esse homem deve casar com a viúva para dar descendência a
seu irmão’.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos.
O segundo e depois
o terceiro desposaram a viúva e o mesmo sucedeu aos sete que
morreram e não deixaram filhos.
Por fim, morreu também a mulher.
De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os
sete a tiveram por mulher?».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Os filhos deste mundo casam-se (homens)
e dão-se em casamento (mulheres).
Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na
ressurreição dos mortos nem se casam nem se dão em casamento.
Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos e, porque
nasceram da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam até Moisés o deu a entender no
episódio da sarça ardente quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão,
o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’.
Não é um Deus de mortos, mas de vivos porque para Ele todos estão
vivos (os corpos celestes)».
Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem,
Mestre».
E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Teodoro de Mopsuesto (?-428), bispo, teólogo
Comentários sobre S. João, livro 2
Nascer para a nova criação
«Baptizados
em Jesus Cristo, foi na sua morte que todos fomos baptizados:
fomos sepultados com Ele no baptismo da morte a fim de que, tal
como Jesus Cristo ressuscitou dos mortos para glória do Pai assim
também nós vivamos numa vida nova. Se, por uma morte semelhante à
dele, nos tornámos um só com Ele, sê-lo-emos também por uma
ressurreição semelhante à sua» (Rom 6,3-5). S. Paulo mostra-nos
assim claramente que o nosso novo nascimento pelo baptismo é o
símbolo da nossa ressurreição após a morte. Esta realizar-se-á
para nós pelo poder do Espírito, segundo esta palavra: «O que é
semeado na terra (homem natural)morre, o que ressuscita (homem
celeste) é imortal; o que é semeado já não tem valor, o que
ressuscita está cheio de glória; o que é semeado é fraco, o que
ressuscita é poderoso; o que é semeado é um corpo humano, o que
ressuscita é um corpo espiritual» (1Cor 15,42s). O que significa:
da mesma forma que, cá na Terra, o nosso corpo goza de uma vida
visível enquanto a alma está presente, de igual forma receberá a
vida eterna e incorruptível pelo poder do Espírito.
Também assim é no que se refere ao nascimento que nos é dado pelo
baptismo e que é o símbolo da nossa ressurreição: recebemos nele
a graça pelo mesmo Espírito, mas com limites e à maneira de um
penhor. Recebê-la-emos em plenitude quando ressuscitarmos
realmente e quando a incorruptibilidade nos for efectivamente
comunicada. Por isso quando fala da vida futura, o apóstolo Paulo
confirma os seus leitores com estas palavras: «Não só a criação,
mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos
esperando a redenção do nosso corpo» (Rom 8,23) porque, se
recebemos desde já as primícias da graça, esperamos acolhê-la em
plenitude quando nos for dada a felicidade da ressurreição.©
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da Confraria Bolos D. Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º –
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5.º – Tempo de Poesia
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(livros, música, postais, … cristãos)
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