Domingo, dia 04 de Outubro de 2015
27º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Disse o Senhor Deus: «Não é bom que o
homem esteja só: vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele».
Então o Senhor Deus, depois de ter formado da terra todos os animais do campo
e todas as aves do céu, conduziu-os até junto do homem para ver como ele os
chamaria a fim de que todos os seres vivos fossem conhecidos pelo nome que o
homem lhes desse.
O homem chamou pelos seus nomes todos os animais domésticos, todas as aves do
céu e todos os animais do campo. Mas não encontrou uma companheira semelhante
a ele.
Então o Senhor Deus fez descer sobre o homem um sono profundo e, enquanto ele
dormia, tirou-lhe uma costela, fazendo crescer a carne em seu lugar.
Da costela do homem o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem.
Ao vê-la, o homem exclamou: «Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da
minha carne. Chamar-se-á mulher porque foi tirada do homem».
Por isso o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa e os dois serão
uma só carne. (não se encontra a nossa cara-metade quando se quer ou apenas
na juventude, mas quando faz sentido para as nossas vidas segundo os
desígnios do Senhor Deus para a nossa evolução. Deus tem para nós o Bem e
escolhe o Bem para nós; agora dentro do Bem há uma grande panóplia de
possibilidades que o Senhor Deus põe à nossa disposição e nos dá o livre arbítrio, isto é, de acordo com
as nossas escolhas temos causas para nos ser possível alcançar
as nossas escolhas e temos consequências que advêm das nossas escolhas
boas ou más, adequadas ou inadequadas a nós. Deus não tem culpa disso; só nós!
É triste culparmos Deus do que nos acontece quando somos nós que escolhemos
esses caminhos. Tratamos Deus como se Ele fosse o nosso expiador, o
mais insignificante dos escravos. Isto é do pior dos ateus que se dizem
crentes.
Por outro lado, os protótipos da Criação foram sendo feitos numa
linha de evolução e utilizando os anteriores nos seguintes. Os últimos foram
o homem e a mulher; porém há algo muito importante, nesta cadeia o homem está
dependente da mulher, a mulher o complementa e a mulher, estando numa posição
de charneira, está muito dependente/ligada a Deus, ao divino, ao espiritual e
são os seres mais dependentes de todos os outros seres, da natureza. Nunca
esquecer que Deus é Amor = Afectos Bons. Os do Bem precisam/carecem de
afectos; os das trevas são insensíveis, despojados de sentimentos porque sem
Deus. Que ninguém que queira ser do Bem esqueça isto. Se a natureza for
destruída, nós, homens e mulheres, seremos dos primeiros porque são todos os
outros que nos fazem sem deficiência e nos alimentam.
Daqui a nossa posição de humildade, reconhecimento por todo o
resto da natureza e não-superioridade porque não temos o direito de dominar
os outros (só domina quem não tem nem capacidades nem saber-fazer). O Senhor
Deus pôs tudo à nossa disposição, não para dominarmos, mas sim para
usufruirmos e gerirmos bem no sentido do bem de todos. Por tudo o que foi
dito anteriormente se gerirmos mal destruímos os outros, mas principalmente a
nós, os causadores. Neste processo de evolução, na altura adequada, o homem
une-se à mulher para formar uma nova família/ célula e, inconscientemente os
dois vão procurar fazer melhor do que os seus progenitores no todo ou em
parte se se identificam com o todo e aqui está o cerne da nossa evolução e cada vez mais próximos do Senhor Deus
nos Seus colaboradores e servidores entre os quais o Senhor Jesus Cristo,
Senhor dos seres humanos.)
Livro de Salmos
128(127),1-2.3.4-5.6.
Feliz de ti que amas o Senhor e andas nos
seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem.
Tua esposa será como videira fecunda no íntimo do teu lar; teus filhos como
ramos de oliveira ao redor da tua mesa.
Assim será abençoado o homem que adora o Senhor.
De Sião o Senhor te abençoe: vejas a prosperidade de Jerusalém todos os dias
da tua vida
e possas ver os filhos dos teus filhos. Paz a Israel.
Carta aos Hebreus 2,9-11.
Irmãos: Jesus Cristo que, por um pouco,
foi inferior aos Anjos, vemo-l’O agora coroado de glória e de honra por causa
da morte que sofreu, pois era necessário que, pela graça de Deus,
experimentasse a morte em proveito de todos.
Convinha na verdade que Deus, origem e fim de todas as coisas, querendo
conduzir muitos filhos para a sua glória, levasse à glória perfeita, pelo
sofrimento, o autor da salvação.
Pois Aquele que santifica e os que são santificados procedem todos de um só.
Por isso não Se envergonha de lhes chamar irmãos.
Evangelho segundo S.
Marcos 10,2-16.
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus Cristo
uns fariseus que, para O porem à prova, perguntaram-Lhe: «Pode um homem
repudiar a sua esposa?».
Jesus Cristo disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio
para se repudiar a esposa».
Jesus Cristo disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele
vos deixou essa lei.
Mas no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa
e os dois serão uma só carne’. Deste modo já não são dois, mas uma só carne.
Portanto não separe o homem os que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus Cristo disse-lhes então: «Quem repudiar a sua esposa e casar com outra,
comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».
Apresentaram a Jesus Cristo umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os
discípulos afastavam-nas.
Jesus Cristo, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as
criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não
entrará nele».
E abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Homilia de 19 Outubro de 1980
«Já não são dois, mas um só».
«Os que Deus uniu, não o separe o homem» (Mt 19,6). Nesta
expressão está contida a grandeza essencial do matrimónio e, ao mesmo tempo,
a unidade moral da família. Hoje pedimos essa grandeza e essa dignidade para
todos os esposos do mundo; pedimos essa potência sacramental e essa unidade
moral para todas as famílias. E pedimo-lo para o bem do homem! Para o bem de
cada um dos homens. O homem não tem outro caminho para a humanidade senão
através da família. E a família deve ser colocada como o fundamento mesmo de
toda a solicitude pelo bem do homem e de todo o esforço para o nosso mundo
ser cada vez mais humano. Ninguém pode subtrair-se a esta solicitude: nenhuma
sociedade, nenhum povo, nenhum sistema; nem o Estado nem a Igreja nem sequer
o indivíduo.
O amor (no universo das trevas – a posse; no universo do Bem o afecto maior –
o Amor) que une o homem e a mulher como cônjuges e pais é, ao mesmo tempo,
dom e mandamento. O amor é dom: «vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece-O» (1Jo 4,7). E ao
mesmo tempo, o amor é mandamento, é o maior mandamento «Amarás...» (Mt
22,37). Cumprir o mandamento do amor significa praticar todos os deveres da
família cristã. Afinal todos se reduzem a ele: a fidelidade e a honestidade
conjugal, a paternidade responsável e a educação. A «pequena Igreja», a
Igreja doméstica, significa a família que vive no espírito do mandamento do
amor a sua verdade interior, o seu esforço diário, a sua beleza espiritual e
a sua força. [...] Se Deus é amado sobre todas as coisas então também o homem
ama e é amado com toda a plenitude do amor acessível a ele. Se se destrói
esta estrutura inseparável de que fala o mandamento de Jesus Cristo, então o
amor do homem apartar-se-á da sua raiz mais profunda, perderá a raiz da
plenitude e da verdade que lhe são essenciais.
Imploremos para todas as famílias cristãs, para todas as famílias do mundo,
esta plenitude e verdade do amor, indicada pelo mandamento de Jesus Cristo.
Segunda-feira, dia 05 de
Outubro de 2015
Segunda-feira da 27ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Santa
Faustina, religiosa, +1935, S.
Benedito, o Negro, confessor, +1589, Beato
Alberto Marvelli, leigo, +1946
Livro de Jonas
1,1-16.2,1.11.
A palavra do Senhor foi dirigida a
Jonas, filho de Amitai:
«Levanta-te e vai à grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que a fama da sua
malícia chegou à minha presença».
Jonas levantou-se a fim de fugir para Társis, para longe da presença do
Senhor. Desceu a Jope onde encontrou um navio que ia para Társis. Pagou a
sua passagem e embarcou a fim de seguir com os viajantes para Társis, para
longe da presença do Senhor.
Mas o Senhor fez que soprasse um forte vento sobre o mar e levantou-se uma
grande tempestade a ponto de o navio ameaçar afundar-se.
Os marinheiros estavam aterrados e começou cada qual a clamar pelo seu
deus. Para aliviarem o navio, deitaram a carga ao mar. Entretanto Jonas
tinha descido ao porão do navio e, deitado, dormia profundamente.
O capitão foi ter com ele e disse-lhe: «Como podes dormir? Levanta-te e
invoca o teu Deus. Talvez Ele Se lembre de nós e não pereçamos».
Os tripulantes disseram uns para os outros: «Vamos deitar sortes para
sabermos quem é o responsável desta desgraça». Deitaram sortes e a sorte
caiu sobre Jonas.
Então disseram-lhe: «Declara-nos por que motivo nos vem esta desgraça. Qual
é a tua profissão? Donde vens? Qual é a tua terra e a que povo pertences?».
Jonas respondeu-lhes: «Eu sou hebreu e presto culto ao Senhor, Deus do Céu,
que fez o mar e a terra».
Então aqueles homens sentiram um grande temor e disseram-lhe: «Que fizeste?
– Pelo que Jonas lhes tinha contado, eles sabiam que fugia da presença do
Senhor
– Que havemos de fazer-te para que o mar se acalme à nossa volta?». É que o
mar tornava-se cada vez mais impetuoso.
Jonas disse-lhes: «Agarrai-me e lançai-me ao mar e o mar acalmar-se-á à
vossa volta porque eu sei que é por minha causa que esta grande tormenta
caiu sobre vós».
Os marinheiros remaram, tentando alcançar a costa, mas em vão porque o mar
se agitava cada vez mais contra eles.
Então invocaram o Senhor, dizendo: «Ah, Senhor! Não queremos morrer por
causa deste homem; mas não nos torneis responsáveis pela morte de um inocente
porque Vós, Senhor, fareis o que Vos agrada».
Pegaram em Jonas e lançaram-no ao mar e o mar acalmou a sua fúria.
Aqueles homens começaram a temer muito o Senhor; ofereceram-Lhe um
sacrifício e fizeram-Lhe votos.
Então o Senhor enviou um grande peixe para engolir Jonas e Jonas ficou nas
entranhas do peixe três dias e três noites.
Por fim, o Senhor ordenou ao peixe que vomitasse Jonas na praia.
Livro de Jonas
2,2.3.4.5.8.
«Na minha aflição invoquei o Senhor
e Ele ouviu-me.
Clamei a ti do meio da morada dos mortos
e Tu ouviste a minha voz.
Lançastes-me no profundo abismo dos mares
e as ondas me envolveram;
as vossas torrentes e vagas
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Homilia 15 sobre o Cântico dos Cânticos
O bom samaritano
«Este é o meu amado; este é o meu amigo, mulheres de
Jerusalém» (Ct 5,16). A Esposa do Cântico mostra aquele que procurava,
dizendo: «Eis quem eu procuro, Aquele que, para Se tornar nosso irmão, veio
de Judá. Tornou-Se amigo daquele que caiu nas mãos dos salteadores; curou
as suas feridas com azeite, vinho e ligaduras; içou-o para a sua própria
montada; levou-o para uma estalagem; deu duas moedas de prata para que
cuidassem dele e prometeu pagar, quando regressasse, o que tivessem gastado
no cumprimento das suas ordens». Cada um destes detalhes tem um significado
bem evidente.
O doutor da Lei tentou o Senhor e quis mostrar a sua superioridade em
relação aos outros, dizendo: «E quem é o meu próximo?» O Verbo expõe-lhe
então, sob a forma de uma narrativa, toda a história sagrada da
misericórdia: conta a queda do homem, a emboscada dos salteadores, o roubo
da veste incorruptível, as feridas do pecado, a invasão causada pela morte
em metade da nossa natureza (uma vez que a nossa alma permanece imortal), a
passagem inútil da Lei (uma vez que nem o sacerdote nem o Levita trataram
das feridas daquele que tinha caído nas mãos dos salteadores).
«Era, na verdade, impossível que o sangue dos toiros e dos carneiros
apagasse o pecado» (Heb 10,4): só o podia fazer Aquele que revestiu toda a
natureza humana: a dos judeus, dos samaritanos, dos gregos, numa palavra,
de toda a humanidade. Com o seu corpo que é a montada, Ele veio ao encontro
da miséria do homem. Curou as suas feridas, fê-lo repousar na sua própria
montada, fez da sua misericórdia uma estalagem onde todos os que penam e se
vergam sob o seu fardo encontram repouso (cf Mt 11,28).
Terça-feira, dia 06 de
Outubro de 2015
Terça-feira da 27 semana do Tempo Comum
Santo do dia : S.
Bruno, eremita, +1101, Santa
Maria Francisca das Cinco Chagas, virgem, +1791, Beato
José Rubio, presbítero, operário, +1929
Livro de Jonas
3,1-10.
A palavra do Senhor
foi dirigida a Jonas nos seguintes termos:
«Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que
Eu te direi».
Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive
era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar.
Jonas entrou na cidade e caminhou durante um dia, apregoando: «Daqui a
quarenta dias, Nínive será destruída».
Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e
revestiram-se de saco desde o maior ao mais pequeno.
Logo que a notícia chegou ao rei de Nínive, ele ergueu-se do trono e
tirou o manto, cobriu-se de saco e sentou-se sobre a cinza.
Depois foi proclamado em Nínive um decreto do rei e dos seus ministros
que dizia: «Os homens e os animais, os bois e as ovelhas, não provem
alimento, não pastem nem bebam água.
Os homens e os animais revistam-se de saco e clamem a Deus com vigor; afaste-se cada um do seu mau caminho
e das violências que tenha
praticado.
Quem sabe? Talvez Deus reconsidere e desista, acalmando o ardor da sua
ira de modo que não pereçamos».
Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho,
desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.
Livro de Salmos 130(129),1-2.3-4ab.7-8.
Do profundo abismo
chamo por Vós, Senhor,
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam os vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão
para Vos servirmos com reverência.
No Senhor está a misericórdia (para
os misericordiosos)
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.
Evangelho segundo
S. Lucas 10,38-42.
Naquele tempo,
Jesus Cristo entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta
recebeu-O em sua casa.
Ela tinha uma irmã chamada Maria que, sentada aos pés de Jesus Cristo,
ouvia a sua palavra.
Entretanto Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse:
«Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir?
Diz-lhe que venha ajudar-me».
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com
muitas coisas
quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe
será tirada» (a companhia, o afecto, o aprender. Marta certamente, como
mais velha, decidiu preparar o que comer e pediu a Maria que fizesse
companhia a Jesus Cristo. Depois, ouvindo a animação e Jesus Cristo a
ensinar, quis também estar presente, mas não pediu que viessem ambos para
a cozinha como gostaria; talvez isso não fosse aceite eticamente e não
foi compreendida)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Manuscrito autobiográfico C, 36 r° - v°, Edições Carmelo, 2000 (rev.)
«Maria escolheu a melhor parte»
Uma alma abrasada de amor não pode
ficar inactiva. Sem dúvida que, como Santa Maria de Magdala, ela
permanece aos pés de Jesus Cristo e escuta a sua palavra doce e
inflamada. Parecendo não dar nada, dá muito mais do que Marta que se
aflige com muitas coisas e que quereria que sua irmã a imitasse. Não são,
de modo nenhum, os trabalhos de Marta que Jesus Cristo censura; a esses
trabalhos se submeteu humildemente sua Mãe durante a vida, pois tinha de
preparar as refeições da Sagrada Família. Era apenas a inquietação da sua
ardente anfitriã que Ele queria corrigir.
Todos os santos o compreenderam e mais particularmente talvez aqueles que
encheram o universo com a iluminação da doutrina evangélica. Não foi
acaso na oração que os santos Paulo, Agostinho, João da Cruz, Tomás de
Aquino, Francisco, Domingos e tantos outros ilustres amigos de Deus
beberam esta ciência divina que arrebata os maiores génios? Houve um
sábio que disse: «Dai-me uma alavanca, um ponto de apoio e levantarei o
mundo.» O que Arquimedes não pôde obter, porque o seu pedido não se dirigia
a Deus e por não ser feito senão sob o ponto de vista material,
obtiveram-no os santos em toda a plenitude: o Todo-Poderosos deu-lhes
como ponto de apoio Ele mesmo e Ele só e como alavanca a oração que abrasa com fogo de
amor (a oração é o melhor meio de meditação para entrar em
comunhão com Deus e o divino e é falando, exprimindo-nos, abrindo o nosso
coração a Ele que tal se consegue de tal modo que se consegue que Ele
venha morar em nós e nos encher de vida. Esta é a grande diferença entre
o crente e o ateu: o crente tem que lhe leve ao colo nos tempos mais
difíceis, de provação e tem Vida enquanto os outros são mortos caminhando
entre mortos porque não têm Deus). E foi assim que levantaram o mundo; é
assim que os santos que ainda militam na terra o levantam e que, até ao
fim do mundo, os futuros santos o levantarão também.
Quarta-feira, dia 07
de Outubro de 2015
Quarta-feira da 27ª semana do Tempo Comum
Jonas ficou muito
desgostoso e irritado quando Deus perdoou aos ninivitas
e orou, dizendo: «Ah, Senhor! Não era isto que eu dizia quando estava
ainda na minha terra? Por isso me apressei a fugir para Társis, por
saber que sois um Deus clemente e compassivo, lento para a ira, rico de
misericórdia e sempre disposto a desistir do castigo.
Mas agora, Senhor, tirai-me a vida porque para mim é melhor morrer do
que ficar vivo».
O Senhor respondeu-lhe: «Terás razão para te irritares?».
Jonas saiu de Nínive e instalou-se a oriente da cidade. Aí fez uma
cabana e sentou-se à sua sombra para ver o que acontecia à cidade.
Então o Senhor Deus fez crescer um rícino que se elevou por cima de
Jonas para lhe dar sombra à cabeça e o livrar do seu mau humor. Jonas
ficou muito contente com o rícino.
Mas no dia seguinte, ao romper da manhã, Deus mandou um verme que roeu
as raízes do rícino e ele secou.
Ao nascer do sol, Deus fez soprar do oriente um vento abrasador e o sol
bateu em cheio na cabeça de Jonas, fazendo-o desmaiar. E Jonas tornou a
pedir a morte, exclamando: «Para mim é melhor morrer do que ficar
vivo».
Então Deus disse a Jonas: «Terás razão para te irritares por causa do
rícino?». Jonas respondeu: «Tenho razão de me irritar mortalmente».
O Senhor disse-lhe: «Tu tens pena do rícino que não te deu qualquer
trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite
morreu.
E Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de
cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da
esquerda além de grande número de animais? (Porque eles fizeram
penitência)».
Livro de Salmos
86(85),3-4.5-6.9-10.
Tende piedade de
mim, Senhor,
que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo porque
a Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para com
todos os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,
atendei a voz da minha súplica.
Todos os povos que criastes virão
adorar-Vos, Senhor,
e glorificar o vosso nome porque
Vós sois grande
e operais maravilhas, Vós sois o
único Deus.
Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4.
Naquele tempo,
estava Jesus Cristo em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um
dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar como João Baptista ensinou
também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus Cristo: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados; nós perdoamos a todo aquele que nos
ofende; não nos deixeis cair nas tentações.’».
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da
Igreja
Caminho de Perfeição, cap. 30
A oração introduz-nos desde já no reino
de Deus
«Santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino.»
Admirai aqui, minhas filhas, a imensa sabedoria do nosso Mestre! Que
queremos nós quando pedimos esse Reino? [...] Nosso Senhor conhecia a
nossa extrema fraqueza. Ele sabia que nós éramos incapazes de
santificar, de louvar, de exaltar, de glorificar o nome santíssimo do
Pai eterno de uma forma conveniente, a menos que Ele atendesse a isso,
dando-nos o seu Reino já cá em baixo. Foi exactamente por isso que o
bom Jesus juntou aqui estes dois pedidos. [...]
Em minha opinião, um dos grandes bens que encerra o Reino do Céu é
estarmos afastados de todas as coisas da terra; aí, gozamos um repouso
e uma beatitude íntimas e participamos da alegria de todos numa paz
perpétua, na felicidade profunda que provém de vermos todos os eleitos
santificarem e louvarem o Senhor, abençoando o seu nome sem ninguém que
O ofenda. Todos O amam e a alma não tem outra ocupação que não seja
amá-Lo e não pode deixar de O amar porque O conhece.
Pois bem! Se nós pudéssemos conhecê-Lo, amá-Lo-íamos do mesmo modo cá
em baixo, não todavia tão perfeitamente nem com essa estabilidade, mas
enfim, amá-Lo-íamos de modo diferente de como O amamos. [...] Aquilo de
que estamos a tratar é possível à alma, já neste exílio, com a graça de
Deus. Mas, na verdade, ela não pode atingi-lo perfeitamente [...] pois
ainda navegamos no mar deste mundo e continuamos a ser viajantes. Há
contudo momentos em que o Senhor, vendo-nos fatigados do caminho, põe
todas as nossas forças na calma e a nossa alma na quietude. Então Ele
revela claramente, por um certo antegosto, qual é o sabor da recompensa
reservada àqueles que introduz no seu Reino.
Quinta-feira, dia 08 de Outubro de 2015
Quinta-feira
da 27ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : Santa Taís, penitente, séc. IV, S. Simeão, teólogo, +1022, São João Calábria, presbítero, fundador, +1954
Livro de Malaquias 3,13-20a.
«As vossas
palavras contra Mim são arrogantes – diz o Senhor – e perguntais:
‘Que dissemos contra o Senhor?’.
Vós dissestes: ‘É tempo perdido servir a Deus. Que aproveita cumprir
os seus preceitos e andar vestido de luto diante do Senhor do
Universo?
Por isso agora chamamos felizes os soberbos que praticam o mal e
prosperam, que provocam a Deus e ficam impunes’».
Então os que adoram o Senhor falaram entre si e o Senhor prestou
atenção e escutou-os. Diante d’Ele foi escrito um livro que conserva
a memória daqueles que O adoram e respeitam o seu nome.
«No dia que Eu preparo, Eles serão minha propriedade – diz o Senhor
do Universo –. Terei compaixão deles como um pai se compadece do
filho obediente.
Então vereis de novo a diferença entre o justo e o pecador, entre
aquele que serve a Deus e aquele que não O serve.
Porque há-de vir o dia, ardente como uma fornalha, em que serão como
a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que
há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará
raiz nem ramos.
Mas para vós que ameis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo
nos seus raios a salvação».
Livro de Salmos 1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem
que não segue o conselho dos ímpios,
nem se detém no caminho dos
pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira
das águas:
dá fruto a seu tempo e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.
Evangelho segundo S. Lucas 11,5-13.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um
amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite para lhe dizer:
‘Amigo, empresta-me três pães
porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe
dar’.
Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está
fechada, eu e os meus filhos já nos deitámos; não posso levantar-me
para te dar os pães’.
Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por
causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de
que precisa.
Também vos digo: Pedi e
dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque quem pede recebe; quem procura encontra, e a quem bate à porta, abrir-se-á.
Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe
dar-lhe-á uma serpente?
E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião?
Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos
quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho
pedem!».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Compêndio de teologia
Convém ao homem rezar
Segundo o projecto providencial
de Deus, Ele deu a tudo o que existe o meio de alcançar a sua
conclusão como convém à sua natureza. Os homens também receberam,
para obter o que esperam de Deus, um meio adaptado à condição humana.
Esta condição quer que o homem se sirva da oração para obter de outrem o que espera, sobretudo se
aquele a quem se dirige lhe é superior. É por isso que é recomendado
aos homens rezarem para obterem de Deus aquilo que esperam receber
dele. Mas a necessidade de implorar é diferente conforme se
trate de obter algo de um homem ou de Deus.
Quando a súplica se dirige a um homem, tem de exprimir primeiro o
desejo e a necessidade de quem implora. É preciso também que dobre,
até o fazer ceder, o coração daquele a quem implora. Ora estes
elementos não têm lugar na oração feita a Deus. Ao rezar, não temos
de nos preocupar em manifestar os nossos desejos ou as nossas
necessidades a Deus, pois Ele tudo conhece. Assim o salmista diz ao
Senhor: «Todos os meus desejos estão diante de Ti» (Sl 37,10). E
lemos no Evangelho: «Vosso Pai sabe que tendes necessidade de tudo
isso» (Mt 6,8). Não se trata de dobrar, por palavras humanas, a
vontade divina, levando-a a querer o que não queria porque está dito
no livro dos Números: «Deus não é como um homem, para mentir, nem
filho de Adão, para mudar» (23,19).
Sexta-feira, dia 09 de Outubro de 2015
Sexta-feira
da 27ª semana do Tempo Comum
Festa da Igreja : Nossa Senhora do Monte
Santo do dia : S. João Leonardo, presbítero, +1609, S. Dionísio, bispo, e companheiros, mártires,
++250, Beato John Henry Newman, cardeal, +1890
Livro de
Joel 1,13-15.2,1-2.
Vesti-vos de
luto e chorai, sacerdotes, entoai lamentações, ministros do altar.
Vinde passar a noite com vestes de penitência, ministros do Senhor
Deus porque no templo de Deus, desapareceram a oferenda e a
libação.
Proclamai um solene jejum, convocai uma assembleia. Reuni os
anciãos e todos os habitantes do país no templo do Senhor, vosso
Deus. E clamai ao Senhor:
«Ah, que dia este!». Está próximo o dia do Senhor que vai chegar
como devastação que vem do Omnipotente.
Tocai a trombeta em Sião, dai o alarme no meu santo monte.
Estremeçam todos os habitantes do país porque está a chegar o dia
do Senhor. Sim, ele está próximo:
será dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de sombras. Como
a luz da aurora, estende-se sobre os montes um povo numeroso e forte.
Nunca houve povo nenhum como ele nem depois dele haverá outro até
às mais longínquas gerações.
Livro de
Salmos 9(9A),2-3.6.16.8-9.
De todo o
coração, Senhor, Vos quero louvar
e contar todas as vossas maravilhas.
Quero alegrar-me e exultar em Vós,
quero cantar o vosso nome, ó Altíssimo.
Ameaçastes os pagãos, destruístes os ímpios,
apagastes o seu nome para sempre.
Afundaram-se as nações no fosso que abriram,
ficaram presos os seus pés na armadilha que prepararam.
O Senhor é rei para sempre,
firmou o seu trono para julgar.
Ele julga a Terra com justiça,
governa os povos com rectidão.
Evangelho segundo S. Lucas 11,15-26.
Naquele
tempo, Jesus Cristo expulsou um demónio, mas alguns dos presentes
disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os
demónios».
Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu.
Mas Jesus Cristo, que conhecia
os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si
mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa.
Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu
reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios.
Ora se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os
vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes.
Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer
que o reino de Deus chegou até vós.
Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus
bens estão em segurança.
Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as
armas em que confiava e distribui os seus despojos.
Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo
dispersa.
Quando o espírito impuro sai do homem, anda a vaguear por lugares
desertos à procura de repouso. Como não o encontra, diz consigo:
‘Voltarei para a casa de onde saí’.
Quando lá chega, encontra-a varrida e arrumada. Então vai e toma
consigo sete espíritos piores do que ele que entram e se instalam
nela.
E o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias
«Mas se Eu
expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino
de Deus chegou até vós.»
Henoc, por ter andado na
presença de Deus, foi transferido para o céu no seu corpo natural,
prefigurando assim a transferência dos justos. Também Elias foi elevado tal como
se encontrava na substância da sua carne formada (2Rs 2,11),
profetizando desse modo o levantamento dos homens espirituais. Os
seus corpos não puseram nenhum obstáculo a esta transferência e a
este levantamento: foi pelas mesmas mãos pelas quais foram formados
no princípio (Gn 2,7) que foram transferidos e elevados. Porque, em
Adão, as mãos de Deus acostumaram-se a dirigir, a reter e a levar a
obra formada por elas, a transportá-la a colocá-la onde queriam.
Onde foi, pois colocado o primeiro homem? No paraíso, sem dúvida,
segundo o que diz a Escritura: «E Deus plantou um jardim no Éden,
ao oriente, e nele colocou o homem que havia formado? (Gn 2,8). E
foi de lá que ele foi expulso para este mundo, por ter
desobedecido. […]
Parece impossível a alguém que os homens vivam tanto tempo como os
primeiros patriarcas? Que Elias tenha sido elevado ao céu na sua
carne? Jonas, depois de ter sido precipitado no fundo do mar e
engolido por um peixe, foi lançado são e salvo no rio por ordem de
Deus. Ananias, Azarias e Misael, lançados numa fornalha ardente,
não sofreram nenhum mal e nem mesmo o cheiro do fogo ficou neles
(Dn 3,50). Se a mão de Deus os assistiu e realizou neles coisas
extraordinárias e impossíveis à natureza humana porque será
inverosímil que, naqueles que foram transferidos, esta mesma mão
tenha também realizado uma coisa extraordinária, executando a
vontade do Pai? Ora esta mão é o Filho de Deus (cf Dn 3,25).
Sábado, dia 10 de Outubro de 2015
Sábado da
27ª semana do Tempo Comum
Eis o que
diz o Senhor: «Levantem-se as nações e encaminhem-se para o Vale
de Josafat. Ali estarei sentado a julgar todas as nações
vizinhas.
Metei a foice porque a seara está madura; vinde pisar porque o
lagar está cheio: os tanques transbordam porque é grande a
malícia das nações».
Multidões e multidões no Vale do Julgamento! Está próximo o dia
do Senhor no Vale do Julgamento!
O sol e a lua escureceram e as estrelas perderam o seu brilho.
O Senhor ruge desde Sião, de Jerusalém faz ouvir a sua voz:
tremem os céus e a terra. Mas o Senhor é um refúgio para o seu
povo, um abrigo para os filhos de Israel.
«Então sabereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus, que habito em
Sião, o meu santo monte. Jerusalém será um lugar sagrado e nunca
mais passarão por lá os estranhos».
Nesse dia, os montes escorrerão vinho novo, as colinas jorrarão
leite e correrão águas em todos os ribeiros de Judá. Do templo do
Senhor sairá uma nascente para regar o Vale das Acácias.
O Egipto será terra devastada e Edom um deserto desolado por
causa das violências contra os filhos de Judá, por terem
derramado na sua terra sangue inocente.
Mas Judá será habitado para sempre e Jerusalém de geração em
geração.
«Eu vingarei o seu sangue que não deixarei impune». E o Senhor
habitará em Sião.
Livro de
Salmos 97(96),1-2.5-6.11-12.
O Senhor é
rei: exulte a terra,
rejubile a multidão das ilhas.
Ao seu redor, nuvens e trevas;
a justiça e o direito são a base do seu trono.
Derretem-se os montes como cera
diante do Senhor de toda a Terra.
Os céus proclamam a sua justiça
e todos os povos contemplam a sua glória.
A luz resplandece para os justos
e a alegria para os corações rectos.
Alegrai-vos, justos, no Senhor
e louvai o seu nome santo.
Evangelho segundo S. Lucas 11,27-28.
Naquele
tempo, enquanto Jesus Cristo falava à multidão, uma mulher
levantou a voz no meio da multidão e disse: «Feliz Aquela que Te
trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito».
Mas Jesus Cristo respondeu: «Mais felizes são os que ouvem a
palavra de Deus e a põem em
prática».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge beneditino, doutor da
Igreja
Homilia sobre S. Lucas: L. IV, 49
«Mais
felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»
«Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te
amamentou ao seu peito.» Grande é a devoção, grande é a fé que se
exprimem nesta palavra da mulher do Evangelho. Enquanto os
escribas e os fariseus põem o Senhor à prova e blasfemam, esta
mulher reconhece diante de todos a sua incarnação com uma tal
lealdade, confessa-a com uma tal certeza que desmonta a calúnia
dos seus contemporâneos e a falsa lei dos heréticos dos tempos
futuros. Ofendendo as obras do Espírito Santo, os contemporâneos
de Jesus Cristo negavam que Ele fosse verdadeiramente o Filho.
Mais tarde, houve homens que negaram também que, pela acção do
Espírito Santo, Maria, sempre virgem, tenha fornecido a
substância da sua carne ao Filho que havia de nascer com um corpo
verdadeiramente humano: negaram que ele fosse verdadeiramente
Filho do homem, da mesma natureza que sua mãe. Mas o apóstolo
Paulo desmente essa opinião quando diz de Jesus Cristo que Ele é
«nascido de mulher, submetido à Lei» (Gal 4,4). Porque, concebido
no seio da Virgem, Ele não foi buscar a sua carne ao nada nem a
outra parte qualquer, mas ao corpo de sua Mãe. De outro modo, não
seria exacto chamar-lhe verdadeiramente Filho do homem. [...]
Feliz Mãe, na verdade, esta que, nas palavras do poeta, «deu à
luz o Rei que rege o céu e a Terra por todos os séculos, Ela que
viveu as alegrias da maternidade e detém as honras da virgindade,
Antes dela, não se viu outra assim e nunca mais se verá depois
dela» (Sedúlio). E contudo, o Senhor acrescenta: «Mais felizes
são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»,
confirmando de forma magnífica o testemunho desta mulher. Pois
não somente declara afortunada aquela a quem foi dado conceber
corporalmente o Verbo de Deus como igualmente afortunados todos
aqueles que se apliquem a conceber espiritualmente o mesmo Verbo
pela escuta da fé e a alimentá-Lo no seu coração e no coração dos
outros, tendo-O presente pela
prática do bem. ©
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
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