quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cristianismo 33

= CRISTIANISMO =
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Livro de 2º Macabeus 6,18-31.
Naqueles dias, Eleázar, varão de idade avançada e de bela aparência, um dos primeiros doutores da lei, abrindo-lhe a boca à força, tentavam obrigá-lo a comer carne de porco.
Mas ele, preferindo morrer com honra a viver na infâmia, voluntariamente caminhava para o suplício
depois de cuspir a carne como devem fazer os que têm a coragem de rejeitar o que não é permitido comer, mesmo à custa da própria vida.
Ora os encarregados deste ímpio banquete proibido pela lei que, desde há muito tempo, mantinham relações de amizade com ele, tomaram-no à parte e rogaram-lhe que mandasse trazer as carnes permitidas, por ele mesmo preparadas e as comesse como se fossem carnes do sacrifício, conforme ordenara o rei.
Fazendo assim, seria preservado da morte. Usavam com ele desta espécie de humanidade em virtude da antiga amizade que lhe tinham.
Mas Eleázar, tomando uma bela resolução, digna da sua idade, da autoridade que lhe conferia a sua velhice, do prestígio que lhe outorgavam os seus cabelos brancos, da vida íntegra que levava desde a infância, digna, sobretudo, das sagradas leis estabelecidas por Deus, preferiu ser conduzido à morte.
«Não é próprio da minha idade – respondeu ele – usar de tal fingimento, não suceda que muitos jovens, julgando que Eleázar, aos noventa anos, se tenha passado à vida dos gentios
pelo meu gesto de hipocrisia e por amor a um pouco de vida, se deixem arrastar pelo meu exemplo; isto seria a desonra e a vergonha da minha velhice.
Mesmo que eu me livrasse agora dos castigos dos homens, não poderia escapar, vivo ou morto, das mãos do Omnipotente.
Por isso, morrendo valorosamente, mostrar-me-ei digno da minha velhice
e deixarei aos jovens um nobre exemplo, se morrer corajosamente pelas nossas santas e veneráveis leis.» Ditas estas palavras, dirigiu-se para o suplício.
Aqueles que o levavam transformaram em violência a humanidade que pouco antes lhe tinham mostrado, julgando insensatas as suas palavras.
E quando estava prestes a morrer sob os golpes que sobre ele descarregavam, ele exclamou entre suspiros: «O Senhor que tem a ciência santíssima, vê bem que, podendo eu livrar-me da morte, sofro no meu corpo os tormentos cruéis dos açoites, mas suporto-os com alegria porque é a Ele que eu temo.»
Desta maneira passou à outra vida, deixando com a sua morte, não só aos jovens mas também a toda a gente, um exemplo de fortaleza e de coragem.

Livro de Salmos 3,2-3.4-5.6-7.
Senhor, são tantos os meus adversários!
São tantos os que se levantam contra mim!
Muitos dizem a meu respeito:
"Nem Deus o poderá salvar!"

Mas Tu, Senhor, és o meu escudo protector,
és a minha glória e quem me faz levantar a cabeça.
Em alta voz invoco o Senhor
e Ele responde-me da sua montanha santa.

Deito-me, adormeço e acordo
porque o Senhor é o meu sustentáculo.
Não temo as grandes multidões
que de todos os lados me cercam.

Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.
Naquele tempo, Jesus Cristo entrou Jericó e começou a atravessar a cidade.
Vivia ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe de cobradores de impostos.
Procurava ver Jesus Cristo e não podia por causa da multidão, pois era de pequena estatura.
Correndo à frente, subiu a um sicómoro para o ver porque Ele devia passar por ali.
Quando chegou àquele local, Jesus Cristo levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa.»
Ele desceu imediatamente e acolheu Jesus Cristo, cheio de alegria.
Ao verem aquilo, murmuravam todos entre si, dizendo que tinha ido hospedar-se em casa de um pecador.
Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: «Senhor, vou dar metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém em qualquer coisa, vou restituir-lhe quatro vezes mais.»
Jesus Cristo disse-lhe: «Hoje veio a salvação a esta casa por este ser também filho de Abraão;
pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.»



São Thomas More (1478-1535), estadista inglês, mártir Tratado «Receber o corpo de Nosso Senhor»




«Hoje veio a salvação a esta casa»


Recebamos Jesus Cristo na Eucaristia como o fez Zaqueu, o bom publicano [...], que se apressou a descer da árvore e, cheio de alegria, acolheu Jesus Cristo em sua casa. Mas não se contentou em acolhê-l'O com uma alegria efémera, fruto de uma ligação superficial [...]: deu provas disso através de obras virtuosas. Comprometeu-se a indemnizar de imediato todos aqueles que defraudara e não apenas no valor roubado, mas no quádruplo; além disso, comprometeu-se também a dar aos pobres metade de todos os seus bens – e imediatamente, note-se, sem esperar pelo dia seguinte. […]


Que nosso Senhor nos conceda a graça de receber o Seu santíssimo corpo e sangue, a Sua alma bendita e a Sua divindade todo-poderosa, tanto na nossa alma como no nosso corpo, com o mesmo ardor, a mesma espontaneidade, a mesma felicidade, a mesma alegria espiritual que teve aquele homem ao recebê-lO em sua casa e que o fruto das nossas boas obras possa dar testemunho de que O recebemos condignamente, com aquela fé total e o firme propósito de bem fazer que se impõem aos que comungam. Então Deus [...] dirá sobre nós o que disse outrora sobre a de Zaqueu: «Hoje veio a salvação a esta casa».




Livro de 2º Macabeus 7,1.20-31.


Naqueles dias, aconteceu também que foram presos sete irmãos com a mãe, aos quais o rei, por meio de golpes de azorrague e de nervos de boi, quis obrigar a comer carnes de porco, proibidas pela lei.
Particularmente admirável e digna de grandes elogios foi a mãe que, num dia só, viu perecer os seus sete filhos e suportou essa dor com serenidade porque punha a sua esperança no Senhor.
Ela exortava cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres sentimentos, juntava uma coragem varonil à ternura de mulher.
Dizia-lhes: «Não sei como aparecestes nas minhas entranhas porque não fui eu que vos dei a alma nem a vida, nem fui eu que formei os vossos membros.
Mas o Criador do mundo, autor do nascimento do homem e origem de todas as coisas, restituir-vos-á, na sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se agora vos sacrificardes a vós mesmos por amor das suas leis.»
Mas Antíoco, julgando que ela se ria dele e o insultava, começou a exortar o mais jovem, o que restava, e não só com palavras mas até com juramento, lhe prometia, se abandonasse as tradições dos seus antepassados, torná-lo rico e feliz, tratá-lo como amigo e confiar-lhe honrosos cargos.
Como o jovem não lhe prestasse atenção, o rei mandou à mãe que se aproximasse e aconselhasse o filho a salvar a sua vida.
E depois de ter insistido com ela muito tempo, ela consentiu em persuadir o filho.
Inclinou-se sobre ele e, zombando do cruel tirano, disse-lhe na língua materna: «Meu filho, tem compaixão de mim que te trouxe nove meses no seio, que te amamentei durante três anos, que te criei, eduquei e alimentei até agora.
Suplico-te, meu filho, que contemples o céu e a Terra. Reflecte bem: o que vês, Deus o criou do nada assim como a todos os homens.
Não temas, portanto, este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a morte para que, no dia da misericórdia, eu te encontre no meio deles.»
Logo que ela acabou de falar, o jovem disse: «Que esperais? Não obedecerei às ordens do rei, mas somente aos mandamentos da Lei dada a nossos pais por intermédio de Moisés.
Mas tu, que és o inventor desta perseguição contra os hebreus, não escaparás à mão de Deus.



Livro de Salmos 17(16),1.5-6.8b.15.


Ouve, Senhor, a minha causa justa,
atende ao meu clamor.
Escuta a minha oração,
que não sai de lábios mentirosos.

Dirigi os meus passos por duras veredas;
os meus pés não vacilaram nos teus caminhos.
Eu te invoco, ó Deus; responde-me!
Inclina para mim o ouvido, escuta as minhas palavras.

Guarda-me como à pupila dos teus olhos;
esconde-me à sombra das tuas asas.
Eu, porém, pela justiça, contemplarei a tua casa
e, ao despertar, serei saciado com a tua presença.





Evangelho segundo S. Lucas 19,11-28.


Naquele tempo, disse Jesus Cristo por estar perto de Jerusalém e por eles pensarem que o Reino de Deus ia manifestar-se mediatamente.
Disse, pois: «Um homem nobre (Jesus Cristo) partiu para uma região longínqua a fim de tomar posse de um reino e em seguida voltar.
Chamando dez dos seus servos, entregou-lhes dez minas e disse-lhes: 'Fazei render a mina até que eu volte.'
Mas os seus concidadãos odiavam-no e enviaram uma embaixada atrás dele, para dizer: 'Não queremos que ele seja nosso rei.'
Quando voltou, depois de tomar posse do reino, mandou chamar os servos a quem entregara o dinheiro para saber o que tinha ganho cada um deles.
O primeiro apresentou-se e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu dez minas.'
Respondeu-lhe: 'Muito bem, bom servo; já que foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades.'
O segundo veio e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.'
Respondeu igualmente a este: 'Recebe, também tu, o governo de cinco cidades.'
Veio outro e disse: 'Senhor, aqui tens a tua mina que eu tinha guardado num lenço,
pois tinha medo de ti que és homem severo, levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste.'
Disse-lhe ele: 'Pela tua própria boca te condeno, mau servo! Sabias que sou um homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei;
então porque não entregaste o meu dinheiro ao banco? Ao regressar, tê-lo-ia recuperado com juros.'
E disse aos presentes: 'Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez minas.'
Responderam-lhe: 'Senhor, ele já tem dez minas!'
Digo-vos Eu: A todo aquele que tem (fé), há-de ser dado (bens), mas àquele que não tem (fé), mesmo aquilo (bens) que tem lhe será tirado.
Quanto a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença.»
Dito isto, Jesus Cristo seguiu para diante em direcção a Jerusalém.



Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade «Não há amor maior»




«Já que foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades»


Seja o que for que fizeres, nem que seja ajudar alguém a atravessar a rua, é a Jesus Cristo que o fazes. Dás um copo de água e é a Jesus Cristo que o dás (Mt 25, 35) – pequeno preceito de nada, mas crucial, sempre mais esclarecedor. Não devemos temer o amor de Jesus Cristo, amar como Ele amou. Pouco importa que o nosso trabalho seja modesto, humilde; façamo-lo com o amor do próprio Jesus Cristo.


Por mais belo que possa ser o teu trabalho, permanece desapegado, sempre pronto a renunciares a ele. O que tu fazes não é teu. Os talentos que Deus te deu, não são teus; foram-te dados para os usares para a glória de Deus. Sê generoso e leva a efeito tudo o que tens em ti para agradar ao bom Mestre.


Que temos de aprender? A ser mansos e humildes (Mt 11,29); se nos tornarmos mansos e humildes, aprenderemos a rezar e aprendendo-o, pertenceremos a Jesus Cristo e pertencendo-Lhe, aprenderemos a crer e crendo, aprenderemos a amar e amando, aprenderemos a servir.





Livro de 1º Macabeus 2,15-29.


Naqueles dias, os delegados do rei Antíoco chegaram à cidade de Modin para obrigar à apostasia e exigir que oferecessem sacrifícios.
Muitos israelitas obedeceram-lhes, mas Matatias e os filhos permaneceram firmes.
Os enviados do rei, dirigindo-se a Matatias, disseram-lhe: «Possuis nesta cidade notável poder, influência e consideração, os teus irmãos e os teus filhos reconhecem-te autoridade.
Vem, pois e sê o primeiro a executar a ordem do rei como o fizeram todas as nações, os habitantes de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Serás contado, tu e os teus filhos, entre os amigos do rei; tu e os teus filhos sereis honrados pelo rei, o qual vos enriquecerá de prata, ouro e numerosos presentes.»
Matatias respondeu-lhes com voz forte: «Ainda que todas as nações que formam o império do rei renegassem a fé dos seus pais e obedecessem às suas ordens;
eu, os meus filhos e os meus irmãos, obedeceremos à aliança dos nossos antepassados.
Que Deus nos preserve de abandonar a lei e os seus preceitos!
Não escutaremos as ordens do rei e não nos desviaremos da nossa religião nem para a direita, nem para a esquerda.»
Mal acabara de falar, eis que um judeu, à vista de todos, se aproximou para imolar no altar de Modin, conforme as ordens do rei.
Matatias, ao vê-lo e no ardor do seu zelo, sentiu estremecer as suas entranhas. Num ímpeto de indignação pela lei, atirou-se sobre ele e matou-o mesmo no altar.
Ao mesmo tempo, matou o delegado do rei que obrigava a sacrificar e destruiu o altar.
Com semelhante gesto mostrou o seu amor pela lei como fizera Fineias, a respeito de Zimeri, filho de Salú.
Então em altos brados, Matatias levantou a voz através da cidade e disse: «Aquele que sentir zelo pela lei e permanecer fiel à aliança, venha e siga-me.»
E fugiu com os filhos em direcção às montanhas, abandonando todos os seus bens na cidade.
Então muitos dos que procuravam a rectidão e a justiça, encaminharam-se para o deserto, para ali se refugiarem.



Livro de Salmos 50(49),1-2.5-6.14-15.


O Senhor, Deus dos deuses, falou
e convocou a Terra, desde o nascente até ao poente.
De Sião, cheia de beleza, Deus refulgiu,
O nosso Deus vem e não Se calará.

"Reuni junto a mim os que me são fiéis,
os que selaram a minha aliança com um sacrifício."
Até os céus proclamarão a sua justiça
porque Deus é quem julga.

Oferece a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre as promessas feitas ao Altíssimo.
Invoca-me no dia da tribulação;
Eu te livrarei e tu me glorificarás."





Evangelho segundo S. Lucas 19,41-44.


Naquele tempo, quando Jesus Cristo Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse:
«Se neste dia também tu tivesses conhecido o que te pode trazer a paz! Mas agora isto está oculto aos teus olhos.
Virão dias para ti em que os teus inimigos te hão-de cercar de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados;
hão-de esmagar-te contra o solo assim como aos teus filhos que estiverem dentro de ti e não deixarão em ti pedra sobre pedra por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada (em que Jesus Cristo viveu entre eles).»



Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja A Cidade de Deus




«Ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela»


Dois amores construíram duas cidades: o amor de si próprio até ao desprezo de Deus fez a cidade terrestre; o amor de Deus até ao desprezo de si próprio, a cidade celeste. Uma gloria-se a si própria; a outra ao Senhor. Uma procura a glória que vem dos homens (cf Jo 5,44); a outra coloca toda a sua glória em Deus, testemunha da sua consciência. Uma, inflada de vanglória, levanta a cabeça; a outra diz ao seu Deus: «És a minha glória e Quem me faz levantar a cabeça» (Sl 3,4). Numa, os príncipes são dominados pela paixão de dominar os seus súbditos ou as nações conquistadas; na outra, todos se fazem servidores do próximo na caridade, os chefes velando pelo bem dos subordinados e estes obedecendo àqueles. A primeira cidade, na pessoa dos poderosos, admira a sua força; a outra diz ao seu Deus: «Amar-Te-ei Senhor, Tu que és a minha força».


É por isso que, na primeira cidade, os sábios levam uma vida totalmente humana, não procurando senão o bem dos corpos ou do espírito ou dos dois ao mesmo tempo: «Pois, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram nem Lhe deram graças como a Deus é devido. Pelo contrário: tornaram-se vazios nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu coração insensato; [...] veneraram as criaturas e prestaram-lhes culto em vez de o fazerem ao Criador» (Rm 1,21-25). Na cidade de Deus, pelo contrário, toda a sabedoria do homem se encontra na piedade, pois somente ela presta ao Deus verdadeiro um culto legítimo e, na sociedade dos santos, tanto os anjos como os homens esperam como recompensa que «Deus seja tudo em todos» (1Co 15,28).





Livro dos Actos dos Apóstolos 28,11-16.30-31.


Volvidos três meses, tomámos um barco de Alexandria com o emblema dos Dióscoros, que tinha passado o Inverno na ilha.
Aportámos a Siracusa, onde ficámos três dias
e, de lá, contornando a costa, chegámos a Régio. No dia imediato, levantou-se o vento sul e, em dois dias, alcançámos Putéolos,
onde encontrámos irmãos (na fé) que nos convidaram a passar sete dias com eles. E assim é que fomos para Roma.
Os irmãos desta cidade, prevenidos da nossa chegada, vieram ao nosso encontro até Foro de Ápio e Três Tabernas. Paulo, ao vê-los, deu graças a Deus e cobrou ânimo.
Quando entrámos em Roma, Paulo foi autorizado a ficar em alojamento próprio com o soldado que o guardava.
Paulo permaneceu dois anos inteiros no alojamento que alugara, onde recebia todos os que iam procurá-lo,
anunciando o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo com o maior desassombro e sem impedimento.



Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6.


Cantai ao Senhor um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A sua mão direita e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor anunciou a sua vitória,
revelou aos povos a sua justiça.
Lembrou-Se do seu amor e da sua fidelidade
em favor da casa de Israel.

Todos os confins da Terra presenciaram
o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.

Cantai hinos ao SENHOR ao som da harpa,
ao som da harpa e da lira;
ao som de cornetins e trombetas,
aclamai o nosso rei e Senhor.





Evangelho segundo S. Mateus 14,22-33.


Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus Cristo obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões.
Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só.
O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
De madrugada, Jesus Cristo foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo.
No mesmo instante, Jesus Cristo falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!»
Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.»
«Vem» disse-lhe Jesus Cristo. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!»
Imediatamente Jesus Cristo estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
E quando entraram no barco, o vento amainou.
Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus Cristo, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»



Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 69


«Ensinava todos os dias no templo»


Nosso Senhor ensina-nos pessoalmente o que devemos fazer para que o nosso interior se torne uma casa de oração, pois o homem é, verdadeiramente, um templo consagrado a Deus. Em primeiro lugar, devemos expulsar de lá os vendilhões, isto é, as imagens e representações dos bens criados e tudo o que for satisfação nas coisas do mundo e fruição da vontade própria. Depois, é preciso lavar o templo com lágrimas para o purificar. Os templos não se tornam todos santos pelo simples facto de serem sítios habitáveis [...]; é Deus que os torna santos.


O templo de que se fala aqui é o amável templo de Deus, onde Deus está na verdade quando [...] nele criarmos um lugar específico para Ele. Como poderia Deus eleger como residência uma alma antes de ela ter o mínimo pensamento de Deus? Não está ela tantas vezes atafulhada de tantas outras coisas?





Livro de 1º Macabeus 6,1-13.


Naqueles dias, o rei Antíoco atravessava as províncias superiores quando soube que, na Pérsia, em Elimaida, havia uma cidade famosa pelas suas riquezas em prata e ouro.
O seu templo, extraordinariamente rico, possuía armaduras de ouro, couraças e armas, deixadas ali por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedónia, o primeiro que reinou sobre a Grécia.
Dirigiu-se para esta cidade com o propósito de a tomar e saquear, mas não pôde porque os habitantes estavam prevenidos.
Resistiram-lhe com as armas e viu-se obrigado a fugir e a regressar à Babilónia com grande humilhação.
Na Pérsia, um mensageiro foi dizer-lhe que as tropas enviadas à Judeia tinham sido derrotadas
e que Lísias, partindo com um poderoso exército, fora vencido pelos judeus que aumentaram o seu poderio com as armas, as munições e os despojos, tomados ao exército desbaratado.
E que tinham destruído também a abominação edificada por ele sobre o altar, em Jerusalém, e tinham cercado o templo com altas muralhas como outrora assim como a cidade de Bet-Sur.
Ouvindo estas notícias, o rei ficou irado e profundamente perturbado. Caiu de cama, doente de tristeza, ao ver que os acontecimentos não tinham correspondido aos seus desejos.
Passou assim muitos dias porque a sua mágoa se renovava sem cessar e julgou morrer.
Mandou então chamar todos os seus amigos e disse-lhes: «O sono fugiu dos meus olhos e o meu coração desfalece de preocupação.
E digo a mim mesmo: A que grande aflição fui reduzido e em que abismo de tristeza me encontro; eu, que antes vivia alegre e era amado quando era poderoso!
Mas agora lembro-me dos males que causei a Jerusalém, de todos os objectos de ouro e prata que roubei e de todos os habitantes da Judeia que exterminei sem motivo.
Reconheço que foi por causa disto que me sobrevieram todos estes males e agora morro de tristeza numa terra estrangeira.»



Livro de Salmos 9(9A),2-3.4.6.16b.19.


Quero louvar-te, Senhor, com todo o coração
e narrar todas as tuas maravilhas.
Em Ti exultarei de alegria
e cantarei salmos ao teu nome, ó Altíssimo.

Os meus inimigos batem em retirada,
tropeçam e caem mortos diante de ti.
Ameaçaste os pagãos, exterminaste os ímpios,
apagaste o seu nome para sempre.

Os pagãos caíram no fosso que fizeram;
os seus pés ficaram presos na rede que esconderam.
Mas o pobre não será esquecido eternamente,
nem para sempre se há-de perder a esperança dos infelizes.





Evangelho segundo S. Lucas 20,27-40.


Naqueles tempo, aproximaram-se de Jesus Cristo alguns saduceus que negam a ressurreição e interrogaram-no:
«Mestre, Moisés prescreveu-nos que, se morrer um homem deixando a esposa, mas não tendo filhos, seu irmão casará com a viúva para dar descendência ao irmão.
Ora havia sete irmãos: o primeiro casou-se e morreu sem filhos;
o segundo,
depois o terceiro, casaram com a viúva e o mesmo sucedeu aos sete que morreram sem deixar filhos.
Finalmente morreu também a mulher.
Ora bem, na ressurreição, a qual deles pertencerá a mulher, uma vez que os sete a tiveram por esposa?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se;
mas aqueles que forem julgados dignos da vida futura e da ressurreição dos mortos não se casam, sejam homens ou mulheres (corpos celestes humanos)
porque já não podem morrer: são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça quando chama ao Senhor, o Deus de Abraão (que ressuscitou o seu corpo celeste), o Deus de Isaac (que ressuscitou o seu corpo celeste) e o Deus de Jacob (que ressuscitou o seu corpo celeste).
Ora Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois para Ele, todos estão vivos.»
Tomando então a palavra, alguns doutores da Lei disseram: «Mestre, falaste bem.»
E já não se atreviam a interrogá-lo sobre mais nada.



Bem-aventurado João Paulo II Audiência geral de 1/2/1982




«Sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus»


Enquanto sacramento nascido do mistério da Redenção e, em certo sentido, renascido do amor nupcial de Jesus Cristo e da Igreja (cf Ef 5,22-23), o matrimónio é uma expressão eficaz do poder salvífico de Deus que realiza o Seu eterno desígnio mesmo após o pecado e, apesar da concupiscência oculta no coração de cada ser humano, homem e mulher. [...] Como sacramento da Igreja, o matrimónio é indissolúvel por natureza. Como sacramento da Igreja, é também palavra do Espírito que exorta o homem e a mulher a modelarem toda a sua vida em comum aurindo a sua força do mistério da «redenção do corpo». [...] A redenção do corpo significa [...] esta esperança que, na dimensão do matrimónio, pode ser definida como esperança do quotidiano, esperança do temporal [...].


A dignidade dos esposos [...] exprime-se na profunda consciência da santidade da vida à qual ambos dão origem, participando ─ como fundadores duma família ─ nas forças do mistério da criação. À luz desta esperança que está ligada ao mistério da redenção do corpo, esta vida humana nova, o filho concebido e nascido da união conjugal do seu pai e da sua mãe, abre-se às «primícias do Espírito» «para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus». E se toda a criação, até ao dia de hoje, geme com as dores do parto, uma esperança particular acompanha a mulher nas dores do parto: a esperança da «revelação dos filhos de Deus» (Rm 8,19-23), esperança da qual todo o recém-nascido ao vir ao mundo, transporta em si mesmo uma centelha (fé). [...] É a isso que se referem as palavras de Jesus Cristo quando fala da ressurreição dos corpos [...]: «sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus».





Livro de Ezequiel 34,11-12.15-17.


Eis o que diz o Senhor Deus: "Eu mesmo cuidarei das minhas ovelhas e me interessarei por elas.
Como o pastor se preocupa com o seu rebanho quando se encontra entre as ovelhas dispersas, assim me preocuparei Eu com o meu. Reconduzi-lo-ei de todas as partes por onde tenha sido disperso num dia de nuvens e de trevas.
Sou Eu que apascentarei as minhas ovelhas, sou Eu quem as fará descansar - oráculo do Senhor DEUS.
Procurarei aquela que se tinha perdido, reconduzirei a que se tinha tresmalhado; cuidarei a que está ferida e tratarei da que está doente. Vigiarei sobre a que está gorda e forte. A todas apascentarei com justiça."
"Quanto a vós, minhas ovelhas, assim fala o Senhor DEUS: Eis que vou julgar entre ovelhas e ovelhas; entre carneiros e bodes.



Livro de Salmos 23(22),1-2a.2b-3.5.6.


O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma.

Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,
não temerei nenhum mal
porque Vós estais comigo.

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me
todos os dias da minha vida
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.





1ª Carta aos Coríntios 15,20-26.28.


Irmãos: Jesus Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram.
Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem a ressurreição dos mortos.
E como todos morrem em Adão assim em Jesus Cristo todos voltarão a receber a vida.
Mas cada um na sua própria ordem: primeiro, Jesus Cristo; depois, aqueles que pertencem a Jesus Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus e Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a dominação e poder.
Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos seus pés.
O último inimigo a ser destruído será a morte
E quando todas as coisas lhe (a Jesus Cristo) tiverem sido submetidas, então o próprio Filho (Jesus Cristo) se submeterá àquele (Deus) que tudo lhe submeteu a fim de que Deus seja tudo em todos.





Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.


Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória.
Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos.
O Rei dirá então aos da sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo
porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me,
estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’
Então os justos vão responder-lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos peregrino e te recolhemos ou nu e te vestimos?
E quando te vimos doente ou na prisão e fomos visitar-te?’
E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos (homens e mulheres sem poder), a mim mesmo o fizestes.’
Em seguida dirá aos da esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno que está preparado para o diabo e para os seus anjos!
Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber,
era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’
Por sua vez, eles perguntarão: 'Quando foi que te vimos com fome ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão e não te socorremos?’
Ele responderá então: 'Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
Estes irão para o suplício eterno (para as trevas eternas com os corpos celestes de feras) e os justos, para a vida eterna (para o dia permanente).»



Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers e doutor da Igreja A Trindade, 11, 38-39




«Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo»


«O próprio Filho Se submeterá Àquele que tudo Lhe submeteu» diz São Paulo (1Co 15,28), não no sentido de, ao entregar-Lhe o Reino, renunciar ao Seu poder, mas porque seremos nós o Reino de Deus quando nos tornarmos conformes à glória do Seu corpo. [...] É a nós que Ele entregará a Deus, depois de nos ter constituído «Reino de Deus» pela glorificação do Seu corpo e a nós que Ele entregará ao Pai, enquanto Reino, segundo o que está escrito no Evangelho: «Vinde, benditos de Meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo».


«Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de Seu Pai» (Mt 13,43). Pois o Filho entregará a Deus, como sendo o Seu Reino, aqueles que convidou para o Seu Reino, aqueles a quem prometeu a beatitude própria desse mistério, pelas Suas palavras: «Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus» (Mt 5,8). [...] Jesus Cristo entrega a Deus o Seu Reino e eis que aqueles que Ele entrega a Deus como sendo o Seu Reino vêem a Deus. O próprio Senhor declarou aos Seus apóstolos em que consiste esse Reino: «O Reino dos céus está no meio de vós»(Jesus Cristo e Deus) (Lc 17,21).


E se alguém deseja saber Quem é Aquele que entrega o Reino, oiça: «Jesus Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem a ressurreição dos mortos» (1Co 15,20-21). Tudo isto se refere ao mistério do Corpo porque Jesus Cristo é o primeiro ressuscitado de entre os mortos. [...] Assim para progresso da humanidade assumida por Jesus Cristo, «Deus será tudo em todos» (1Co 15,28).
mailto:maria.c.figueiras.portugal@gmail.com


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