sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Cristianismo 30

= CRISTIANISMO =
«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68
Quanto ao desenvolvimento de novas versões linguísticas, lançamos um apelo. Desejamos propor este serviço em chinês (mandarim), hindi e bengali e procuramos pessoas católicas, leigas ou religiosas, que desejem participar nestas (ou noutras) versões de EVANGELIZO. Neste momento, como sabem, existem dez versões: alemão, árabe, arménio, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, polaco e português. Os membros da equipa de tradução vivem em várias partes do mundo e são leigos ou religiosos de diversas comunidades: cistercienses, beneditinos, jesuítas, redentoristas, carmelitas descalças, irmãos e irmãs da fraternidade monástica de Jerusalém.
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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,


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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org


Carta aos Romanos 8,26-30.

Irmãos:O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.
E aquele que examina os corações conhece as intenções do Espírito porque é de acordo com Deus que o Espírito intercede pelos santos.
Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados de acordo com o seu desígnio.
Porque àqueles que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho de tal modo que Ele é o primogénito de muitos irmãos.
E àqueles que predestinou também os chamou e àqueles que chamou também os justificou; àqueles que justificou também os glorificou. Hino ao amor de Deus


Livro de Salmos 13(12),4-5.6.

Olha para mim e responde-me, Senhor, meu Deus.
ilumina os meus olhos
para não adormecer na morte.
e o meu inimigo não diga:
"Venci-o!",
nem os meus adversários se alegrem
com a minha queda.

Eu, porém confiei na tua misericórdia;
o meu coração alegra-se com a tua salvação.
Cantarei ao Senhor pelo bem que Ele me fez.



Evangelho segundo S. Lucas 13,22-30.

Naquele tempo, Jesus Cristo percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém.
Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes:
«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita (praticando apenas o bem e tendo afectividade) porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir.
Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: 'Abre-nos, Senhor!' Mas ele há-de responder-vos: 'Não sei de onde sois.'
Começareis então a dizer: 'Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.'
Responder-vos-á: 'Repito-vos que não sei de onde sois (Jesus Cristo e Deus não os conhecem porque eles são das trevas). Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade (falta de equidade).'
Lá haverá pranto e ranger de dentes quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus e vós a serdes postos fora.
Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul sentar-se à mesa no Reino de Deus (os parâmetros são os mesmos para todos – praticar o bem e a afectividade ou não).
E há últimos (mais recentes) que serão dos primeiros (primeiros lugares) e primeiros (dos mais antigos – judeus) que serão dos últimos (últimos lugares – próximos das trevas - purgatório).»


São Próspero de Aquitânia (?- c. 460) teólogo leigo O chamamento de todos os povos, 9


«Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul»

Aqueles que vêm a Deus apoiando-se n'Ele com o desejo de serem salvos são verdadeiramente salvos: é a inspiração divina que os faz conceber esse desejo de salvação; é iluminados por Aquele que os chama que chegam ao conhecimento da verdade. São, com efeito, os filhos da promessa, a recompensa da fé, a descendência espiritual de Abraão: «Sois linhagem escolhida, sacerdócio régio» (1Pe 2,9), há muito anunciados e predestinados à vida eterna. [...] Por intermédio de Isaías, o Senhor deu-nos a conhecer a Sua graça, que faz de todo o homem uma criatura nova: «Pois vou realizar algo de novo que já está a aparecer: não o notais? Vou abrir um caminho no deserto e fazer correr rios na estepe. Glorificar-Me-ão os animais selvagens, os chacais e as avestruzes porque hei-de fazer brotar água no deserto e rios na terra árida para dar de beber ao Meu povo, o Meu eleito, o povo que Eu formei para Mim e assim hão-de proclamar os Meus louvores». E noutro ponto [...]: «Todo o joelho se dobrará diante de Mim, toda a língua jurará por Mim» (Is 43,19ss.; 45,23).

É impossível que tudo isso não aconteça porque a providência de Deus nunca falha; os Seus desígnios não mudam; a Sua vontade é dinâmica e as Suas promessas não são erróneas. Portanto, todos os que são designados por estas palavras serão salvos. Com efeito, Ele coloca as Suas palavras na consciência e escreve-as pela Sua mão no coração (cf. Rm 2,15); eles têm acesso ao conhecimento de Deus, não através de um ensinamento humano, mas sob a orientação do Mestre supremo: «Assim nem o que planta nem o que rega é alguma coisa, mas só Deus, que faz crescer» (1Co 3,7). [...] A todos é permitido ter um coração transformado, um julgamento certo, uma vontade igualmente recta. Em todos estes homens Deus fez nascer o amor para que fossem instruídos nos Seus mandamentos. [...] Celebram o poder da Sua misericórdia e os milagres que ela realizou: porque Deus os elegeu e fez deles Seus filhos, Seus herdeiros da nova aliança (cf Jr 31,31).



Carta aos Romanos 8,31b-39.

Irmãos: Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?
Ele que nem sequer poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?
Quem irá acusar os eleitos de Deus? Deus é quem nos justifica!
Quem irá condená-los? Jesus Cristo, aquele que morreu, mais, que ressuscitou, que está à direita de Deus é quem intercede por nós.
Quem poderá separar-nos do amor de Jesus Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?
De acordo com o que está escrito: Por causa de ti, estamos expostos à morte o dia inteiro, fomos tratados como ovelhas destinadas ao matadouro.
Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças àquele que nos amou.
Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades,
nem a altura, nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso.


Livro de Salmos 109(108),21-22.26-27.30-31.

Senhor, por amor do teu nome, ajuda-me.
Salva-me, pela tua bondade e misericórdia!
Porque estou pobre e aflito
e tenho o coração angustiado dentro de mim.

Socorre-me, Senhor, meu Deus,
salva-me, pela tua bondade
e para que saibam que és Tu o meu salvador,
que foste Tu, Senhor, que assim fizeste.

Agradecerei bem alto ao Senhor
e louvá-l'O-ei no meio da multidão.
Porque Ele é o defensor do pobre,
salva-o dos que o querem condenar.



Evangelho segundo S. Lucas 13,31-35.

Naquele dia, aproximaram-se de Jesus Cristo alguns fariseus que Lhe disseram: «Vai-te embora, sai daqui porque Herodes quer matar-te.»
Respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Agora estou a expulsar demónios e a realizar curas, hoje e amanhã; ao terceiro dia, atinjo o meu termo.
Mas hoje, amanhã e depois devo seguir o meu caminho porque não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém.»
«Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes Eu quis juntar os teus filhos como a galinha junta a sua ninhada debaixo das asas e não quiseste!
Agora ficará deserta a vossa casa. Eu vo-lo digo: Não me vereis até chegar o dia em que digais: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor!»


Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa Revelações do amor divino, cap. 31


«Quantas vezes Eu quis juntar os teus filhos»

A sede espiritual de Jesus Cristo acabará. A Sua sede é o Seu desejo intenso de amor por nós que durará até sermos testemunhas no Juízo Final. Pois os eleitos que serão a alegria e a felicidade de Jesus Cristo durante toda a eternidade, estão em parte ainda aqui em baixo e, depois de nós, haverá outros até ao último dia. A Sua sede ardente é a de nos ter todos n'Ele para Sua grande felicidade – é, pelo menos, o que me parece. […]

Enquanto Deus, Ele é a beatitude perfeita, felicidade infinita que não pode aumentar nem diminuir. [...] Mas a fé ensina-nos que, pela Sua humanidade, Ele quis sofrer a Sua Paixão, sofrer todo o tipo de dores e morrer por amor a nós e pela nossa felicidade eterna. [...] Enquanto nossa Cabeça, Jesus Cristo foi glorificado e não sofrerá mais; mas como é também o Corpo que une todos os Seus membros (Ef 1,23), ainda não é completamente glorioso e impassível. É por isso que continua a sentir este desejo e esta sede que sentia na cruz (Jo 19,28) e que, parece-me, estavam n'Ele desde toda a eternidade. E isto é assim agora e assim será até que a última alma salva tenha entrado nesta beatitude.

Sim, é tão verdadeiro que existe em Deus a misericórdia e a piedade como que n'Ele existe esta sede e este desejo. Em virtude deste desejo que existe em Jesus Cristo, também nós o desejamos: sem isso, nenhuma alma chega ao Céu. Este desejo e esta sede procedem, parece-me, da bondade infinita de Deus, bem como da Sua misericórdia [...] e esta sede persistirá n'Ele enquanto nós precisarmos dela, atraindo-nos para a Sua beatitude.


Carta aos Efésios 2,19-22.

Irmãos: Já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus,
edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus.
É nele que toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo no Senhor.
É nele que também vós sois integrados na construção para formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito.


Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.

Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia passa ao outro esta mensagem
e uma noite dá conhecimento à outra noite.

Não são palavras nem discursos
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a Terra
e a sua palavra, até aos confins do mundo.



Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.

Naqueles dias, Jesus Cristo foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus.
Quando nasceu o dia, convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos:
Simão, a quem chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago, João, Filipe e Bartolomeu;
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelote;
Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Descendo com eles, deteve-se num sítio plano, juntamente com numerosos discípulos e uma grande multidão de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sídon,
que acorrera para o ouvir e ser curada dos seus males. Os que eram atormentados por espíritos malignos ficavam curados
e toda a multidão procurava tocar-lhe, pois emanava dele uma força que a todos curava.


São Clemente de Roma, Papa de 90 a 100 aproximadamente Carta aos Coríntios, 42-44



A sucessão apostólica

Os apóstolos receberam do Senhor Jesus Cristo, para nós, a Boa Nova; Jesus, o Cristo, foi enviado por Deus. O Cristo vem pois de Deus, os apóstolos de Jesus Cristo. Estas duas missões procedem ordenadamente da vontade de Deus. Providos de instruções, cheios de segurança pela ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, reforçados pela palavra de Deus, eles partiram com a garantia do Espírito Santo a anunciar que o Reino de Deus estava próximo. Pregavam nos campos e nas cidades, onde estabeleceram as suas primícias a quem nomearam, com a ajuda do Espírito Santo, bispos e diáconos dos futuros fiéis. [...] É de admirar que os homens que Deus investiu de uma tal missão em Jesus Cristo tenham, por sua vez, estabelecido os ministros que acabo de invocar? [...] Os nossos apóstolos também souberam por nosso Senhor Jesus Cristo que haveria litígios quanto às funções do bispo. Foi essa a razão pela qual, na sua correcta previsão, estabeleceram os ministros acima citados e instituíram que, após a sua morte, outros homens, devidamente provados, lhes sucedessem.



Carta aos Romanos 11,1-2a.11-12.25-29.

Irmãos: Eu pergunto então: Terá Deus rejeitado o seu povo? De maneira nenhuma! Pois também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
Deus não rejeitou o seu povo que de antemão escolheu. Não sabeis, porventura, o que diz a Escritura na passagem onde Elias apresenta a Deus esta queixa contra Israel:
Agora eu pergunto: terão eles tropeçado só para cair? De modo nenhum! Pelo contrário, foi devido à sua queda que a salvação chegou aos gentios e isso aconteceu para que Israel sentisse ciúme deles.
Ora se a sua queda reverteu em riqueza para o mundo e a sua perda em riqueza para os gentios quanto mais não será na plenitude da sua conversão!
Eu não quero, irmãos, que ignoreis este mistério para que vos não julgueis sábios: deu-se o endurecimento de uma parte de Israel até que a totalidade dos gentios tenha entrado.
E é assim que todo o Israel será salvo, de acordo com o que está escrito: Virá de Sião o libertador que afastará as impiedades do meio de Jacob.
Esta é a aliança que Eu farei com eles quando lhes tiver tirado os seus pecados.
No que diz respeito ao Evangelho, eles são inimigos para proveito vosso; mas em relação à eleição, são amados, devido aos seus antepassados.
É que os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.


Livro de Salmos 94(93),12-13a.14-15.17-18.

Ó Senhor, feliz o homem
a quem Tu corriges
e instruis na tua lei.
Esse terá descanso nos dias maus.

O Senhor não abandona o seu povo
nem despreza a sua herança.
De novo há-de voltar a haver justiça
e hão-de segui-la todos os de coração recto.

Se o Senhor não fosse o meu auxílio,
em breve eu estaria a morar com os mortos.
Quando digo: "Os meus pés vacilam",
logo a tua bondade, Senhor, me ampara.



Evangelho segundo S. Lucas 14,1.7-11.

Naquele tempo, tendo Jesus Cristo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma refeição, todos O observavam.
Observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete, não ocupes o primeiro lugar; não suceda que tenha sido convidado alguém mais digno do que tu,
venha o que vos convidou, a ti e ao outro, e te diga: 'Cede o teu lugar a este.' Ficarias envergonhado e passarias a ocupar o último lugar.
Mas quando fores convidado, senta-te no último lugar e assim, quando vier o que te convidou, há-de dizer-te: 'Amigo, vem mais para cima.' Então isto será uma honra para ti aos olhos de todos os que estiverem contigo à mesa.

Porque todo aquele que se exalta (soberba, complexo de superioridade) será humilhado e o que se humilha será exaltado.»


São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da Ordem dos frades menores Primeira regra, § 17



«Senta-te no último lugar»

Irmãos, evitemos o orgulho e a vã glória. Evitemos a sabedoria deste mundo e a prudência egoísta, pois aquele que é escravo das suas tendências egoístas investe muito esforço e aplicação na formulação de discursos, mas muito menos na passagem aos actos: em lugar de procurar a religião e a santidade interiores do espírito, quer e deseja uma religião e uma santidade exteriores e visíveis aos olhos dos homens. É sobre eles que o Senhor diz: «Em verdade vos digo, receberam a sua recompensa» (Mt 6,5). Pelo contrário, aquele que é dócil ao Espírito do Senhor quer mortificar e humilhar esta carne egoísta. [...] Dedica-se à humildade e à paciência, à simplicidade pura e à verdadeira paz de espírito; o que deseja sempre e acima de tudo é a sabedoria de Deus e o amor de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

Ofereçamos todos os bens ao Senhor, Deus altíssimo e soberano; reconheçamos que todos os bens Lhe pertencem; agradeçamos-Lhe por tudo, pois é d'Ele que procedem todos os bens. Que Ele, o Deus altíssimo e soberano, o único Deus verdadeiro, obtenha e receba todas as honras e todo o respeito, todos os louvores e bênçãos, todo o reconhecimento e toda a glória; pois todo o bem está n'Ele e só Ele é bom.



Livro de Malaquias 1,14b.2,1-2b.8-10.

Eu sou um grande rei – diz o Senhor – e o meu nome é temível entre as nações.»
«Pois bem, ó sacerdotes, é para vós esta ordem:
Se não me ouvirdes, se não tomardes a peito dar glória ao meu nome – diz o Senhor do universo – lançarei contra vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos e essa maldição já está cumprida porque vós não tomais isto a peito.
Mas vós desviastes-vos do caminho; fizestes tropeçar um grande número de pessoas com o ensino da Lei; destruístes a aliança de Levi – diz o Senhor do universo.
Por isso Eu tornei-vos desprezíveis e abjectos aos olhos de todo o povo porque não guardastes os meus mandamentos e fizestes acepção de pessoas perante a lei.»
«Porventura não temos nós todos um único pai? Não foi o mesmo Deus que nos criou? Por que razão, pois somos nós pérfidos uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais?


Livro de Salmos 131(130),1.2.3.

Senhor, o meu coração não é orgulhoso,
nem os meus olhos são altivos.
Não corro atrás de grandezas
ou de coisas superiores a mim.

Pelo contrário, estou sossegado e tranquilo
como criança saciada ao colo da mãe.
Israel, espera no Senhor
desde agora e para sempre.



1ª Carta aos Tessalonicenses 2,7b-9.13.

Irmãos: Fizemo-nos pequenos no meio de vós. Como uma mãe que acalenta os seus filhos quando os alimenta.
Tanta afeição sentíamos por vós que desejávamos ardentemente partilhar convosco não só o Evangelho de Deus, mas a própria vida tão queridos nos éreis.
Na verdade, irmãos, recordais-vos dos nossos esforços e das nossas canseiras: trabalhando noite e dia para não sermos um peso a nenhum de vós, anunciámo-vos o Evangelho de Deus.
Por isso damos continuamente graças a Deus porque, tendo recebido a palavra de Deus que nós vos anunciámos, vós a acolhestes não como palavra de homens, mas como ela é verdadeiramente, palavra de Deus, a qual também actua em vós que acreditais.



Evangelho segundo S. Mateus 23,1-12.

Naquele tempo, Jesus Cristo falou assim à multidão e aos seus discípulos:
«Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés.
Fazei, pois e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem.
Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar.
Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos.
Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas.
Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados 'mestres’ pelos homens.
Quanto a vós, não vos deixeis tratar por 'mestres’, pois um só é o vosso Mestre (Jesus Cristo) e vós sois todos irmãos.
E na Terra, a ninguém chameis 'Pai’ porque um só é o vosso 'Pai’: aquele que está no Céu.
Nem permitais que vos tratem por 'doutores’ porque um só é o vosso Doutor (médico) .
O maior de entre vós será o vosso servo.
Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.


São Pascácio Radbert (?-c. 849), monge beneditino Comentário sobre o Evangelho de Mateus 10,23



«Ora se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13,14)

«Quem se humilhar será exaltado». Jesus Cristo não Se limitou a dizer aos Seus discípulos que não deixassem que lhes chamassem mestres e que não tomassem os primeiros lugares nos banquetes, nem nenhuma outra honra como deu Ele próprio o exemplo e o modelo da humildade na Sua pessoa. Se é certo que o nome de mestre Lhe era dado, não por complacência, mas por direito natural, pois «por Ele tudo subsiste» (cf Col 1,17) pela Sua entrada na carne, comunicou-nos um ensinamento que nos conduziu a todos à verdadeira vida e, porque Ele é maior que nós, «reconciliou-nos com Deus» (Rm 5,10). Foi como se nos dissesse: Não ameis as honrarias, não desejeis que vos chamem mestres, do mesmo modo que «Eu não procuro a Minha glória; há Alguém que a procura e faz justiça» (Jo 8,50). Mantende os vossos olhos fixos em Mim porque «o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir (praticar o serviço e não o poder) e dar a Sua vida para resgatar a multidão» (Mt 20,28).

Seguramente que, nesta passagem do Evangelho, o Senhor instrui, não apenas os Seus discípulos, mas também os chefes da Igrejas, prescrevendo a todos que não se deixem levar pela avidez na procura de honrarias. Pelo contrário, que «quem se quiser fazer grande» seja o primeiro a fazer-se como Ele, «servo de todos» (cf Mt 20,26-27).



Carta aos Romanos 11,29-36.

Irmãos: Os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.
Outrora vós desobedecestes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência deles;
do mesmo modo, também eles desobedeceram agora em favor da misericórdia que alcançastes para que também eles venham agora a alcançar misericórdia.
Porque Deus encerrou a todos na desobediência para com todos usar de misericórdia. Glória a Deus para sempre!
Oh, que profundidade de riqueza, de sabedoria e de ciência é a de Deus! Como são insondáveis as suas decisões e impenetráveis os seus caminhos!
Quem conheceu o pensamento do Senhor? Quem lhe serviu de conselheiro?
Quem antes lhe deu a Ele para que lhe seja retribuído?
Porque é d'Ele, por Ele e para Ele que tudo existe. Glória a Ele pelos séculos! Ámen.


Livro de Salmos 69(68),30-31.33-34.36-37.

Mas a mim, triste e aflito,
que a tua salvação, ó Deus, me restabeleça.
Louvarei, com cânticos, o nome de Deus;
hei-de glorificá-lo com acções de graças.

Que os humildes vejam isto e se alegrem
e os que buscam a Deus se encham de coragem,
O Senhor escuta os necessitados
e não despreza o seu povo cativo.

Deus há-de salvar Sião, reconstruirá as cidades de Judá;
os cativos ali habitarão e tomarão posse dela.
Os seus servos hão-de recebê-la em herança,
e os que amam o seu nome serão os seus moradores.



Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo a um dos principais fariseus que O tinha convidado para uma refeição: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te.
Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos
e serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos


São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de congregações religiosas Excerto do Relatório do estado das Obras, 11/7/1657


«Convida os pobres»

Honrar Nosso Senhor Jesus Cristo é ir de encontro aos Seus sentimentos, guardá-los, fazer o que Ele fez e levar a cabo o que mandou. Ora os Seus maiores sentimentos foram pelos pobres: tratar deles, curá-los, consolá-los, socorrê-los e protegê-los; em tudo isso pôs o Senhor o Seu enlevo. Ele próprio quis nascer pobre, acolheu os pobres na Sua companhia, serviu-os e pôs-Se no lugar deles ao ponto de dizer que o bem e o mal que lhes fizermos é a Ele que o fazemos (Mt 25,40). Que amor tão terno era Ele capaz de mostrar pelos pobres! E que amor, pergunto eu, podemos nós ter por Ele, senão o de amarmos a quem o Senhor amou? Mais, amar os pobres é amar da melhor maneira porque é servi-Lo e amá-Lo como devemos.

Ora se podemos honrar um Salvador assim complacente, imitando-O desse modo, muito maior honra Lhe será feita, nessa imitação, ao identificarmo-nos com Ele! Não vedes aí um motivo suplementar para renovardes o vosso fervor? Por mim, estou convencido de que devemos desse modo oferecer-nos à Sua divina Majestade [...] de tal sorte que se possa desde agora dizer que «a caridade de Jesus Cristo nos impele» (2Cor 5,14).



Livro do Apocalipse 7,2-4.9-14.

Eu, João, vi (visão durante o sono) um anjo que subia do Oriente, levando o selo do Deus vivo e gritando com voz forte aos quatro anjos, aos quais fora dado o poder de danificar a Terra e o mar. E dizia:
«Não danifiqueis a terra nem o mar nem as árvores até que tenhamos marcado com um selo a fronte dos servos do nosso Deus.»
Ouvi também o número dos que foram assinalados: cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos dos filhos de Israel:
Depois disto, apareceu na visão uma multidão enorme que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé com túnicas brancas diante do trono e diante do Cordeiro e com palmas na mão.
Aclamavam em alta voz: «A salvação pertence ao nosso Deus que está sentado no trono e ao Cordeiro.»
E todos os anjos que estavam de pé à volta do trono, dos anciãos e dos quatro seres viventes, prostraram-se diante do trono com a face por terra e adoraram a Deus,
aclamando: «Ámen! O louvor, a glória, a sabedoria, a acção de graças, a honra, o poder e a força devem ser dados ao nosso Deus pelos séculos do séculos. Ámen!»
Então um dos seres viventes tomou a palavra e disse-me: «Estes, que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e donde vieram?»
Eu respondi-lhe: «Meu senhor, tu é que sabes.» Ele disse-me: «Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro (discípulos de Jesus Cristo).


Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.

Ao Senhor pertence a Terra e o que nela existe,
o mundo inteiro e os que nele habitam,
pois Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre os abismos.

Quem poderá subir à montanha do Senhor
e apresentar-se no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração limpo,
o que não ergue o espírito para as coisas vãs.

Este há-de receber a bênção do Senhor
e a recompensa de Deus, seu salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
dos que buscam o Deus de Jacob.



1ª Carta de S. João 3,1-3.

Caríssimos: Vede que amor tão grande o Pai nos concedeu a ponto de nos podermos chamar filhos de Deus e realmente o somos! É por isso que o mundo não nos conhece, uma vez que o não conheceu a Ele.
Caríssimos, agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele porque o veremos tal como Ele é.
Todo o que tem esta esperança em Deus, torna-se puro como Ele que é puro.



Evangelho segundo S. Mateus 5,1-12a.

Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus Cristo subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele.
Então tomou a palavra e começou a ensiná-los (à multidão. O Mestre rodeia-se dos seus discípulos que lhe dão a identidade de mestre e fala à multidão. Assim é!), dizendo:
«Felizes os pobres em espírito (opõem-se-lhes os que não precisam de Deus, os que se acham senhores do conhecimento, donos dele; os que se acham sempre com razão) porque deles é o Reino do Céu.
Felizes os que choram (pelas injustiças que lhes causam os do mal) porque serão consolados.
Felizes os mansos (que procuram a concórdia) porque possuirão a Terra.
Felizes os que têm fome e sede de justiça (porque Deus é o Justo que julga com equidade) porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia (só os misericordiosos alcançarão misericórdia, pois pela medida que medirdes, sereis medidos).
Felizes os puros de coração (aqueles que estão no Bem e, portanto não praticam o mal) porque verão a Deus.
Felizes os pacificadores (os que fomentam a paz) porque serão chamados filhos de Deus.
Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça porque deles é o Reino do Céu.
Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.
Exultai e alegrai-vos porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»


Balduíno de Ford (? - c. 1190), abade cisterciense e posteriormente bispo Tratado da vida cenobita



«Creio na comunhão dos santos»

Irmãos amados, velemos com cuidado sobre tudo o que diz respeito à nossa vida comunitária, «esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz» pela «graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo» (Ef 4,3; 2Co 13,13). Do amor de Deus procede a unidade do espírito; da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o vínculo da paz; da comunhão do Espírito Santo, a comunhão necessária àqueles que vivem em comum. […]

«Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos» (Credo). Aqui reside a minha esperança, a minha confiança, toda a minha segurança na confissão da minha fé. [...] Se me for dado, Senhor, poder «amar-Te e amar o meu próximo» (cf Mt 22,37-39), embora os meus méritos sejam bem poucos, a minha esperança eleva-se muito acima deles. Tenho confiança que, pela comunhão da caridade, os méritos dos santos me sejam úteis e assim a comunhão dos santos suprirá a minha insuficiência e a minha imperfeição. [...] A caridade dilata a nossa esperança até à comunhão dos santos, na comunhão das recompensas. Mas essa diz respeito aos tempos futuros: é a comunhão da glória que será revelada em nós.

Assim há três comunhões: a comunhão da natureza, à qual se juntou a comunhão do pecado [...]; a comunhão da graça; e finalmente a da glória. Pela comunhão da graça, a comunhão da natureza começa a ser restabelecida e a do pecado é excluída; mas pela comunhão da glória, a da natureza será reparada na perfeição e a cólera de Deus será totalmente excluída quando «o Senhor Deus enxugar as lágrimas de todas as faces» dos santos (cf Is 25,8; Ap 21,4). Então todos os santos terão como que «um só coração e uma só alma» e «entre eles tudo será em comum», pois Deus será «tudo em todos» (cf Act 4,32; 1Co 15,28). Para que cheguemos a essa comunhão e nos assemelhemos na unidade «que a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam sempre connosco. Ámen».
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