sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cristianismo 31

= CRISTIANISMO =
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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Livro de Sabedoria 3,1-9.
As almas dos justos estão nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá.
Aos olhos dos insensatos pareceram morrer, a sua saída deste mundo foi tida como uma desgraça,
a sua morte, como uma derrota, mas eles estão em paz.
Se aos olhos dos homens foram castigados, a sua esperança estava cheia de imortalidade.
Depois de terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, pois Deus os provou (= pôs à prova) e achou dignos de si.
Ele os provou como ouro no crisol e aceitou-os como um holocausto.
No tempo da intervenção de Deus, os justos resplandecerão e propagar-se-ão como centelhas através da palha.
Julgarão as nações e dominarão os povos e o Senhor reinará sobre eles para sempre.
Aqueles que n'Ele confiam compreenderão a verdade e os que são fiéis no amor habitarão com Ele, pois a graça e a misericórdia são para os seus eleitos.


Livro de Salmos 27(26),1.4.7.8.9.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?
Uma só coisa peço ao Senhor
e ardentemente a desejo:
é habitar na casa do Senhor
todos os dias da minha vida
para saborear o seu encanto
e ficar em vigília no seu templo.

Ouve, Senhor, a voz da minha súplica,
tem compaixão de mim e responde-me.
O meu coração murmura por ti,
os meus olhos te procuram;
é a Ti que eu procuro, SENHOR.
Não Te desvies de mim.


Creio, firmemente, vir a contemplar
a bondade do Senhor na terra dos vivos.
Confia no Senhor! Sê forte e corajoso,
e confia no Senhor!
Carta aos Romanos 6,3-9.
Ou ignorais que todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte?
Pelo Baptismo fomos, pois sepultados com Ele na morte para que, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado e assim não somos mais escravos do pecado.
É que, quem está morto, está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.
Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.
«Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória.
Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos.
O Rei dirá então aos da sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me,
estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’
Então os justos vão responder-lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos peregrino e te recolhemos ou nu e te vestimos?
E quando te vimos doente ou na prisão e fomos visitar-te?’
E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, (a cada pessoa do Bem por mais insignificante que seja na sociedade) a mim mesmo o fizestes.’
Em seguida, dirá aos da esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos!
Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber,
era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’
Por sua vez, eles perguntarão: 'Quando foi que te vimos com fome ou com sede ou peregrino ou nu ou doente ou na prisão e não te socorremos?’
Ele responderá então: 'Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’
Estes irão para o suplício eterno (para a escuridão onde estão também os corpos celestes dos animais até os mais ferozes) e os justos, para a vida eterna.»

São Cipriano (c.200-258), bispo de Cartago e mártir Sobre a morte; PL 4, 583ss.
A nossa verdadeira morada
É conveniente nunca perdermos de vista, caros irmãos, que renunciámos ao mundo e que vivemos aqui em baixo como hóspedes de passagem, como estrangeiros (Heb 11,13). Bendigamos o dia que atribui a cada um a sua verdadeira morada e que, depois de nos ter arrancado a este mundo e libertado das suas amarras, nos conduz ao paraíso e ao Reino dos Céus. Quem não se apressaria em regressar à pátria depois ter passado algum tempo no estrangeiro? Quem [...] não desejaria um vento favorável para navegar, para mais rapidamente abraçar os seus? A nossa pátria é o paraíso; desde sempre, tivemos os patriarcas por pais.
Porque não nos apressamos então para ver a nossa pátria, porque não corremos para saudar os nossos pais? Temos uma multidão de entes queridos à nossa espera, pais, irmãos, filhos, já seguros da sua própria salvação, mas preocupados ainda com a nossa; eles desejam ver-nos entre eles. [...] É lá que se encontra o coro glorioso dos apóstolos, a multidão entusiasmada dos profetas, o exército inumerável de mártires, coroados com o seu sucesso contra o inimigo e o sofrimento [...]; é lá que reinam as virgens [...]; é lá que, por último, são recompensados os homens que experimentaram compaixão, que multiplicaram os seus actos de caridade provendo às necessidades dos pobres e que, fiéis aos preceitos do Senhor, chegaram a elevar-se dos bens terrenos aos tesouros do céu. Apressemo-nos por conseguinte em satisfazer a nossa impaciência de nos juntarmos a eles e de comparecermos o mais rapidamente possível perante Jesus Cristo. Que Deus descubra em nós esta aspiração [...], Ele que concede a recompensa suprema da Sua glória aos que a desejaram com o maior ardor.
Carta aos Romanos 14,7-12.
Irmãos: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum morre para si mesmo.
Se vivemos, é para o Senhor que vivemos e se morremos, é para o Senhor que morremos. Ou seja, quer vivamos quer morramos, é ao Senhor que pertencemos.
Pois foi para isto que Jesus Cristo morreu e voltou à vida: para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos.
Mas tu, porque julgas o teu irmão? E tu, porque desprezas o teu irmão? De facto, todos havemos de comparecer diante do tribunal de Deus,
pois está escrito: Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor, todo o joelho se dobrará diante de mim e toda a língua dará a Deus glória e louvor.
Portanto, cada um de nós terá de dar contas de si mesmo a Deus.

Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?

Uma só coisa peço ao Senhor e ardentemente a desejo:
é habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida
para saborear o seu encanto
e ficar em vigília no seu templo.

Creio firmemente vir a contemplar
a bondade do Senhor na terra dos vivos.
Confia no Senhor! Sê forte e corajoso,
e confia no Senhor!
Evangelho segundo S. Lucas 15,1-10.
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus Cristo para O ouvirem.
Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.»
Jesus Cristo propôs-lhes então esta parábola:
«Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto (no purgatório porque praticam o bem e o mal) e vai à procura da que se tinha perdido até a encontrar?
Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros
e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: 'Alegrai-vos comigo porque encontrei a minha ovelha perdida.'
Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.»
«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar?
E ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: 'Alegrai-vos comigo porque encontrei a dracma perdida.'
Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte (que passa a praticar apenas o bem).»

São João Maria Vianney (1786-1859), presbítero, cura de Ars Sermão para o 3º Domingo de Pentecostes, 1º sobre a Misericórdia
«Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte»
A conduta de Jesus Cristo durante a Sua vida mortal mostra-nos a grandeza da Sua misericórdia pelos pecadores. Vemos que todos vêm ter com Ele para Lhe fazer companhia e Ele, longe de os repelir ou de Se afastar deles, pelo contrário, serve-Se de todos os meios para Se encontrar com eles a fim de os atrair a Seu Pai. Vai buscá-los através dos remorsos de consciência; renova-os pela Sua graça e conquista-os com os Seus modos amorosos. Trata-os com tanta bondade que chega a tomar a Sua defesa contra os escribas e os fariseus que os querem recriminar e que parecem não querer suportá-los ao pé de Jesus Cristo.
E vai ainda mais longe: de tal forma quer justificar a Sua conduta que, em atenção a eles, conta uma parábola que lhes mostra, da melhor maneira possível, a grandeza do Seu amor pelos pecadores, dizendo-lhes: «Um bom pastor que tinha cem ovelhas, tendo perdido uma, deixou todas as outras para correr atrás da que se tinha perdido e, tendo-a encontrado, pô-la aos ombros para a poupar à dureza do caminho. Depois, tendo-a levado para o redil, convidou os Seus amigos a regozijarem-se com ele por ter encontrado a ovelha que julgava ter perdido». Acrescenta ainda a parábola duma mulher que tinha dez dracmas e, tendo perdido uma, acendeu a sua lamparina para procurar em todos os recantos da casa e, tendo-a encontrado, convidou todas as amigas para se regozijarem com ela. «É assim, disse-lhes Ele, que todo o céu se alegra pelo regresso dum pecador que se converte e faz penitência. Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores; não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes» (Lc 5,31-32).
Vemos que Jesus Cristo aplica a Si próprio essas vivas imagens da grandeza da Sua misericórdia para com os pecadores. Que felicidade para nós saber que a misericórdia de Deus é infinita. Que enorme desejo devemos sentir nascer em nós, de nos lançarmos aos pés de um Deus que nos receberá com tanta alegria!
Carta aos Romanos 15,14-21.
No que vos toca, meus irmãos, estou pessoalmente convencido de que vós próprios estais cheios de boa vontade, repletos de toda a espécie de conhecimento e com capacidade para vos aconselhardes uns aos outros.
Apesar disso, escrevi-vos, em parte, com um certo atrevimento como alguém que vos reaviva a memória. Faço-o em virtude da graça que me foi dada:
ser para os gentios um ministro de Cristo Jesus, que administra o Evangelho de Deus como um sacerdote a fim de que a oferenda dos gentios, santificada pelo Espírito Santo, lhe seja agradável.
É, pois em Cristo Jesus que me posso gloriar de coisas que a Deus dizem respeito.
Eu não me atreveria a falar de coisas que Jesus Cristo não tivesse realizado por meu intermédio, em palavras e acções, a fim de levar os gentios à obediência,
pela força de sinais e prodígios, pela força do Espírito de Deus. Foi assim que, desde Jerusalém e, irradiando até à Ilíria, dei plenamente a conhecer o Evangelho de Jesus Cristo.
Mas, ao fazê-lo, tive a maior preocupação em não anunciar o Evangelho onde já era invocado o nome de Jesus Cristo para não edificar sobre fundamento alheio.
Pelo contrário, fiz conforme está escrito: Aqueles a quem ele não fora anunciado é que hão-de ver e aqueles que dele não ouviram falar é que hão-de compreender. 

Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
porque Ele fez maravilhas!
A sua mão direita e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor anunciou a sua vitória,
revelou aos povos a sua justiça.
Lembrou-Se do seu amor e da sua fidelidade
em favor da casa de Israel.

Todos os confins da Terra presenciaram
o triunfo libertador do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.



Evangelho segundo S. Lucas 16,1-8.

Naquele tempo, disse ainda Jesus Cristo aos discípulos: «Havia um homem rico que tinha um administrador e este foi acusado perante ele de lhe dissipar os bens. (no caso de Deus e de Jesus Cristo – dissipar a Igreja)
Mandou-o chamar e disse-lhe: 'Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração porque já não podes continuar a administrar.'
O administrador disse então para consigo: 'Que farei, pois o meu senhor vai tirar-me a administração? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha.
Já sei o que hei de fazer para que haja quem me receba em sua casa quando for despedido da minha administração.'
E chamando cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: 'Quanto deves ao meu senhor?' Ele respondeu:
Cem talhas de azeite.' Retorquiu-lhe: 'Toma o teu recibo, senta-te depressa e escreve cinquenta.'
Perguntou depois ao outro: 'E tu quanto deves?' Este respondeu: 'Cem medidas de trigo.' Retorquiu-lhe também: 'Toma o teu recibo e escreve oitenta.'
O senhor elogiou o administrador desonesto por ter procedido com esperteza. É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz no trato com os seus semelhantes.»


São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador Homilia de «Jesus Cristo que passa» §§ 48-49


Trabalhar com as própias mãos para poder fazer o bem

Convém não esquecer, portanto, que esta dignidade do trabalho está fundamentada no amor. [...] O homem não pode limitar-se a fazer coisas, a construir objectos. O trabalho nasce do amor, manifesta o amor, ordena-se ao amor. Reconhecemos Deus não só no espectáculo da Natureza, mas também na experiência do nosso próprio trabalho, do nosso esforço. O trabalho é assim acção de graças porque nos sabemos colocados por Deus na Terra, amados por Ele, herdeiros das Suas promessas. É justo que se nos diga: «quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus» (1Co 10,31).

O trabalho é também apostolado, ocasião de entrega aos outros homens para lhes revelar Jesus Cristo e levá-los até Deus Pai, consequência da caridade que o Espírito Santo derrama nas almas. Entre as indicações que São Paulo dá aos de Éfeso sobre a forma como deve manifestar-se a mudança que representou para eles a sua conversão, [...] encontramos esta: «o que furtava, não furte mais, mas trabalhe, ocupando-se com as suas mãos nalguma tarefa honesta para ter com que ajudar a quem tenha necessidade» (Ef 4,28). Os homens têm necessidade do pão da terra que sustente as suas vidas e também do pão do Céu que ilumine e dê calor aos seus corações. Com o vosso próprio trabalho, com as iniciativas que se promovam a partir dessa ocupação, nas vossas conversas, no convívio com os outros, podeis e deveis concretizar esse preceito apostólico.

Se trabalhamos com este espírito, a nossa vida, no meio das limitações próprias da condição terrena, será uma antecipação da glória do Céu, dessa comunidade com Deus e com os santos, na qual só reinará o amor, a entrega, a fidelidade, a amizade, a alegria. Na vossa ocupação profissional, corrente e ordinária, encontrareis a matéria – real, consciente, valiosa – para realizar toda a vida cristã, para corresponder à graça que nos vem de Jesus Cristo.



Carta aos Romanos 16,3-9.16.22-27.

Irmãos: Saudai Priscila e Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus,
pessoas que, pela minha vida, expuseram a sua cabeça. Não sou apenas eu a estar-lhes agradecido, mas todas as Igrejas dos gentios.
Saudai também a igreja que se reúne em casa deles. Saudai o meu querido Epéneto, o primeiro fruto da Ásia para Jesus Cristo.
Saudai Maria, que tanto se afadigou por vós.
Saudai Andrónico e Júnia, meus concidadãos e meus companheiros de prisão que tão notáveis são entre os apóstolos e que inclusivamente se tornaram cristãos antes de mim.
Saudai Ampliato que me é tão querido no Senhor.
Saudai Urbano, nosso colaborador em Jesus Cristo e o meu querido Estáquio.
Saudai-vos uns aos outros com um beijo santo. Saúdam-vos todas as igrejas de Jesus Cristo.
Saúdo-vos eu, Tércio, que escrevi esta carta no Senhor.
Saúda-vos Gaio que me recebe como hóspede assim como a toda a igreja. Saúda-vos Erasto, o tesoureiro da cidade, e o irmão Quarto.
A graça do Senhor nosso Jesus Cristo esteja com todos vós! Ámen. Glória a Deus!
Àquele que tem o poder para vos tornar firmes, de acordo com o Evangelho que anuncio pregando Jesus Cristo, segundo a revelação de um mistério que foi mantido em silêncio por tempos eternos,
mas agora foi manifestado e, por meio dos escritos proféticos, de acordo com a determinação do Deus eterno, levado ao conhecimento de todos os gentios para os levar à obediência da fé,
ao único Deus sábio, por Jesus Cristo, a Ele a glória pelos séculos! Ámen.


Livro de Salmos 145(144),2-3.4-5.10-11.

Quero bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre.
O Senhor é grande e digno de todo o louvor;
a sua grandeza é insondável.

Cada geração contará à seguinte o louvor das tuas obras
e todos proclamarão as tuas proezas.
Anunciarão o esplendor da tua majestade
e eu meditarei sobre as tuas maravilhas.

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos.



Evangelho segundo S. Lucas 16,9-15.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Arranjai amigos com o dinheiro desonesto para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas.
Quem é fiel no pouco também é fiel no muito e quem é infiel no pouco também é infiel no muito.
Se, pois não fostes fiéis no que toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem?
E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?
Nenhum servo pode servir a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.»
Os fariseus, como eram avarentos, ouviam as suas palavras e troçavam dele.
Jesus Cristo disse-lhes: «Vós pretendeis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que os homens têm por muito elevado é abominável aos olhos de Deus.


São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo e doutor da Igreja Sermão 14 Do Amor aos Pobres, 24-25 (trad. do breviário: segunda-feira da semana I da Quaresma)



«Se não fostes fiéis no que toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem?»

Não, meus irmãos e amigos, não sejamos maus administradores dos bens que a misericórdia divina nos concedeu (Lc 16,1 ss.), se não queremos merecer a repreensão de Pedro: «Tende vergonha, vós que vos apoderais do que não é vosso; imitai a bondade de Deus e assim ninguém será pobre». Não nos preocupemos em acumular e conservar riquezas, enquanto outros sofrem necessidade para não merecermos aquelas duras e ameaçadoras palavras do profeta Amós: «Escutai, vós que dizeis: «Quando passará a lua nova para vendermos o trigo e o sábado para abrirmos os celeiros?»» (8,5).

Imitemos aquela suprema e primordial lei de Deus, que faz chover sobre justos e pecadores e faz nascer o sol igualmente para todos (Mt 5,45); que oferece a todos os animais terrestres os campos, as fontes, os rios e as florestas; que dá às aves a amplidão dos céus e aos animais aquáticos a vastidão das águas; que proporciona a todos liberalmente os meios necessários para a sua subsistência, sem restrições, sem condições, sem fronteiras, que tudo põe em comum à disposição de todos eles, com abundância e generosidade, sem que nada lhes falte. Assim procede Deus para com as Suas criaturas a fim de conceder a cada um os bens de que necessita segundo a sua natureza e dignidade e manifestar a todos a magnificência da Sua bondade.



Livro de Sabedoria 6,12-16.

Radiante e inalterável é a sabedoria; facilmente se deixa ver por aqueles que a amam e encontrar por aqueles que a buscam.
Antecipa-se a manifestar-se aos que a desejam.
Quem por ela madruga não se cansará: há-de encontrá-la sentada à sua porta.
Meditar nela é prudência consumada e aquele que não dorme por causa dela depressa estará livre de inquietação.
Pois ela própria vai à procura dos que são dignos dela, pelos caminhos lhes aparece com benevolência e vai ao encontro deles, em cada um dos seus pensamentos.


Livro de Salmos 63(62),2.3-4.5-6.7-8.

Ó Deus, Tu és o meu Deus: desde a aurora Vos procuro
A minha alma tem sede de Ti;
todo o meu ser anela por Ti
como terra árida, sequiosa, sem água.

Quero contemplar-Te no santuário
para ver o teu poder e a tua glória.
O teu amor vale mais do que a vida;
por isso, os meus lábios Te hão-de louvar.

Quero bendizer-Te toda a minha vida
e em teu louvor levantar as minhas mãos.
A minha alma será saciada com deliciosos manjares,
com vozes de júbilo Te louvarei.

Lembro-me de Ti no meu leito,
penso em Ti, se fico acordado
porque Tu és o meu auxílio,
e à sombra das Tuas asas eu exulto.



1ª Carta aos Tessalonicenses 4,13-18.

Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos que faleceram para não andardes tristes como os outros que não têm esperança.

De facto, se acreditamos que Jesus Cristo morreu e ressuscitou assim também Deus reunirá com Jesus Cristo os que em Jesus Cristo adormeceram.
Eis o que vos dizemos, baseando-nos numa palavra do Senhor: nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que faleceram;
pois o próprio Senhor, à ordem dada, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, descerá do Céu e os mortos em Jesus Cristo ressurgirão primeiro.
Em seguida nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens para irmos ao encontro do Senhor nos ares e assim estaremos sempre com o Senhor.
Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.



Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «O Reino do Céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo.
Ora cinco delas eram insensatas (que não se precaveram relativamente ao tempo que há-de vir) e cinco prudentes.
As insensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo;
enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias.
Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram.
A meio da noite, ouviu-se um brado: 'Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!’
Todas aquelas virgens despertaram então e aprontaram as candeias.
As insensatas disseram às prudentes: 'Dai-nos do vosso azeite porque as nossas candeias estão a apagar-se.’
Mas as prudentes responderam: 'Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes aos vendedores e comprai-o.’
Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontas entraram com ele para a sala das núpcias e fechou-se a porta.
Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram: 'Senhor, senhor, abre-nos a porta!’
Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: Não vos conheço.’
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.


Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, n°5


«Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!»

Meu Deus, minha suave Noite, quando para mim chegar a noite desta vida, faz com que adormeça docemente em Ti e experimente esse feliz descanso que preparaste para os que Te são queridos. Que o olhar calmo e gracioso do Teu amor ordene e disponha com bondade os preparativos para as minhas núpcias. Que a abundância da Tua bondade cubra [...] a pobreza da minha vida indigna; que a minha alma habite nas delícias da Tua caridade numa confiança profunda.

Ó amor, sê então para mim uma noite tão bela que a minha alma diga com júbilo e alegria ao meu corpo um suave adeus e que o meu espírito, voltando ao Senhor, repouse em paz à Tua sombra. Então dir-me-ás claramente [...]: «Aí vem o Noivo: sai agora e une-te a Ele mais intimamente a fim de te deleitares com a glória do Seu rosto». […]

Quando, quando Te mostrarás para que Te veja e acorra com deleite a essa fonte viva que és Tu, meu Deus? (Is 12,3) Então beberei, inebriar-me-ei na abundância da doçura dessa fonte viva que brota das delícias da face d'aquele que a minha alma deseja (Sl 41,3). Ó doce presença, quando me preencherás de Ti? Então entrarei no santuário admirável até à contemplação de Deus (Sl 41,5); para já, estou apenas à entrada e o meu coração geme pela duração do meu exílio. Quando me saciarás de alegria com a Tua suave presença? (Sl 15,11) Então contemplarei e abraçarei o verdadeiro Esposo da minha alma, o meu Jesus. [...] Aí conhecer-me-ei como sou conhecida (1Co 13,12), amarei como sou amada; deste modo ver-Te-ei, meu Deus, tal como és (1Jo 3,2) na Tua visão, no Teu gozo e na Tua bem-aventurada posse para sempre.



Livro de Sabedoria 1,1-7.

Amai a justiça, vós que governais a Terra, tende para com o Senhor sentimentos rectos e buscai-o com sinceridade de coração
porque Ele deixa-se encontrar por aqueles que não o tentam e revela-se aos que não perdem a fé nele.
Com efeito, os pensamentos perversos afastam de Deus e o seu poder, posto à prova, confunde os insensatos.
A sabedoria não entrará numa alma maligna nem habitará num homem sujeito ao pecado.
O espírito santo que nos educa, foge da duplicidade, afasta-se dos pensamentos insensatos, retira-se ao aproximar-se a iniquidade.
A sabedoria é um espírito benevolente mas que não deixará sem castigo os lábios blasfemos porque Deus é testemunha dos seus pensamentos, examina o seu coração segundo a verdade e escuta as suas palavras.
O espírito do Senhor enche o universo e Ele, que tudo abrange, tem conhecimento de quanto se diz.


Livro de Salmos 139(138),1-3.4-6.7-8.9-10.

Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me,
sabes quando me sento e quando me levanto;

À distância conheces os meus pensamentos.
Vês-me quando caminho e quando descanso;
estás atento a todos os meus passos.

Ainda a palavra me não chegou à boca
já Tu, Senhor, a conheces perfeitamente.
Tu me envolves por todo o lado
e sobre mim colocas a tua mão.

Uma sabedoria profunda que não posso compreender;
tão sublime que a não posso atingir!



Onde é que eu poderia ocultar-me do teu espírito?
Para onde poderia fugir da tua presença?

Se subir aos céus, Tu lá estás;
se descer ao mundo dos mortos, ali te encontras.

Se voar nas asas da aurora
ou for morar nos confins do mar

mesmo aí a tua mão há-de guiar-me
e a tua direita me sustentará.



Evangelho segundo S. Lucas 17,1-6.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os causa!
Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar do que escandalizar um só destes pequeninos.
Tende cuidado convosco! Se o teu irmão te ofender, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.
Se te ofender sete vezes ao dia e sete vezes te vier dizer: 'Arrependo-me', perdoa-lhe.»
Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé
O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: 'Arranca-te daí e planta-te no mar' e ela havia de obedecer-vos.»


Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 71 para o dia de Todos os Santos


«Perdoa-lhe»

«Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7). Diz-se que a misericórdia de Deus ultrapassa todas as Suas obras e é por isso que um homem misericordioso é um homem verdadeiramente divino porque a misericórdia nasce da caridade e da bondade. Por esta razão é que os verdadeiros amigos de Deus são muito misericordiosos e acolhem os pecadores e os que sofrem, contrariamente aos que não têm esta caridade. E como a misericórdia nasce da caridade, devemos tê-la uns para com os outros [...]; se não a exercemos, no dia do juízo, Nosso Senhor pedir-nos-á uma justificação especial […]

Esta misericórdia não consiste somente em dar, mas exerce-se também em relação a todos os sofrimentos que podem abater-se sobre o próximo. Aquele que vê isso sem testemunhar aos seus irmãos uma verdadeira caridade e uma autêntica compaixão por todos os seus sofrimentos e não fecha os olhos às suas faltas, com um sentimento de misericórdia, esse homem tem razão para temer que Deus lhe recuse a Sua misericórdia porque «conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados» (Mt 7,2).



Livro de Sabedoria 2,23-24.3,1-9.

Com efeito, Deus criou o homem para a incorruptibilidade e fê-lo à imagem do seu próprio ser.
Por inveja do diabo é que a morte entrou no mundo e hão-de prová-la os que pertencem ao diabo.
As almas dos justos estão nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá.
Aos olhos dos insensatos pareceram morrer, a sua saída deste mundo foi tida como uma desgraça,
a sua morte como uma derrota. Mas eles estão em paz.
Se aos olhos dos homens foram castigados, a sua esperança estava cheia de imortalidade.
Depois de terem sofrido um pouco, receberão grandes bens, pois Deus os provou e achou dignos de si.
Ele os provou como ouro no crisol e aceitou-os como um holocausto.
No tempo da intervenção de Deus, os justos resplandecerão e propagar-se-ão como centelhas através da palha.
Julgarão as nações e dominarão os povos e o Senhor reinará sobre eles para sempre.
Aqueles que nele confiam compreenderão a verdade e os que são fiéis no amor habitarão com Ele, pois a graça e a misericórdia são para os seus eleitos (os que praticaram apenas o bem).


Livro de Salmos 34(33),2-3.16-17.18-19.

Em todo o tempo, bendirei o Senhor;
o seu louvor estará sempre nos meus lábios.
A minha alma gloria-se no Senhor!
Que os humildes saibam e se alegrem.

Os olhos do Senhor estão voltados para os justos
e os seus ouvidos estão atentos ao seu clamor.
A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores
para apagar da Terra a sua memória.

Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.
O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.



Evangelho segundo S. Lucas 17,7-10.

Naquele tempo, disse o Senhor: «Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá quando ele regressar do campo: 'Vem cá depressa e senta-te à mesa'?
Não lhe dirá antes: 'Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu'?
Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou?
Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.'» (o servo obedece cegamente ao seu senhor. “Somos servos inúteis” porquê? Porque nunca se assumiram; nunca tomaram uma atitude sua, um comportamento seu, não podem ser salvos. Não conseguem escolher; nunca o praticaram. Porquê? Porque é pelas nossas escolhas que podemos ser salvos; é por isso que Deus nos dá o livre arbítrio porque precisamos de, ao longo de toda a nossa vida, escolher por nós próprios; ninguém pode escolher por nós. Basta uma dúvida, uma incerteza e voltamos ao purgatório ou somos levados pelos das trevas, durante os julgamentos a que teremos de passar e Deus e Jesus Cristo não podem reclamar, foi o próprio que assim se manifestou.)


Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja Sermão para a ordenação de um bispo, 3, 9


Ser servo

O bispo que está à vossa cabeça, é vosso servo (situação diferente; aquele que serve. Serve, mas manifesta a sua opinião; serve porque assim o deseja; serve de acordo com a sua vontade). [...] Que o Senhor nos conceda, portanto, com a ajuda das vossas preces, ser e permanecer até ao fim o que quiserdes que sejamos [...]; que Ele nos ajude a cumprir o que nos ordenou. Mas, seja quem for que sejamos, não coloqueis em nós a vossa esperança. Permito-me dizer-vos isto como bispo: quero alegrar-me convosco e não ficar inflamado de orgulho. [...] Falo agora ao povo de Deus em nome de Jesus Cristo, falo na Igreja de Deus, falo como pobre servo de Deus: não coloqueis a vossa esperança em nós, não ponhais a vossa esperança nos homens. Somos bons? Somos servos. Somos maus? Continuamos a ser servos. Mas os bons, os servos fiéis, são os verdadeiros servos.

Qual é o nosso serviço? Prestai atenção: se tendes fome e não quereis ser ingratos, reparai de que celeiro tiramos as provisões; mas não te diz respeito em que prato te é servido aquilo que estás ávido de comer: «Numa casa grande não existem somente vasos de ouro e prata, mas também há os que são de madeira e de barro» (2Tm 2,20). [O vosso bispo parece-se com] um prato de prata, um prato de ouro, ou com um prato de argila? Vê se esse prato tem pão e Quem to deu para que te fosse servido. Ele é que é o pão: «Eu sou o pão vivo, o que desceu do Céu» (Jo 6,51). Nós, portanto, servimo-vos Jesus Cristo, em lugar de Jesus Cristo [...] para que Ele chegue até vós, para que Ele seja o juiz do nosso ministério.
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