domingo, 23 de outubro de 2016

Cristianismo 179 até 22-10-2016



"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

Domingo, dia 16 de Outubro de 2016

29.º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol
e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.
Livro de Salmos 121(120),1-2.3-4.5-6.7-8.
Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor
que fez o céu e a Terra.

Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há-de dormir nem adormecer
Aquele que guarda Israel.

O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia
nem a lua durante a noite.

O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.

2.ª Carta a Timóteo 3,14-17.4,1-2.
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça.
Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.
Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo que há-de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.
Evangelho segundo S. Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade, vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo, ele não quis atendê-la, mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça para que não venha incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho (do homem), encontrará fé sobre a Terra?».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love»
Rezar sempre sem desfalecer
Gostar de rezar. Sente muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração dilata o coração a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus que é Ele próprio. Pede, procura e o teu coração alargar-se-á a ponto de O receber, de O guardar como teu bem.
Desejamos tanto rezar bem e depois não conseguimos; então perdemos a coragem e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Jesus Cristo, que é oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros com as nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemos que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.

Segunda-feira, dia 17 de Outubro de 2016

Segunda-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santo Inácio de Antioquia, bispo, mártir, séc. II

Carta aos Efésios 2,1-10.
Irmãos: Vós estáveis mortos pelas faltas e pecados
em que vivestes outrora, segundo o modo de ser deste mundo e obedecendo ao príncipe do mal que impera nos ares, esse espírito que actua nos homens rebeldes.
Todos nós, que também éramos como eles, vivíamos antigamente submetidos aos desejos da nossa carne, satisfazendo os caprichos dos instintos e da imaginação e sendo por natureza filhos da ira, como os outros.
Mas Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós,
que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Jesus Cristo – é pela graça que fostes salvos –
e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo.
De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. (que é preciso querer e fazer caminho para lá chegar)
Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.
Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.
Livro de Salmos 100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,

Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,

glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus Cristo: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». (novamente o mesmo problema de sempre; quem deve obedecer, dá ordens ao Senhor)
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo de um homem rico tinha produzido excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -
www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 34 sobre o Salmo 149
«Ser rico aos olhos de Deus»
Irmãos, examinai com atenção a vossa morada interior, abri os olhos e apreciai o vosso capital de amor e, depois aumentai a soma que tiverdes encontrado em vós. E guardai esse tesouro, a fim de serdes ricos interiormente. Chamam-se caros os bens que têm um preço elevado e com razão. […] Mas que coisa há mais cara do que o amor, meus irmãos? Em vossa opinião, que preço tem ele? E como pagá-lo? O preço de uma terra, o preço do trigo, é a prata; o preço de uma pérola é o ouro; mas o preço do amor és tu mesmo. Se queres comprar um campo, uma jóia, um animal, procuras em teu redor os fundos necessários para isso. Mas se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de encontrar.
Que receias ao dar-te? Receias perder-te? Pelo contrário, é recusando-te a dar-te que te perdes. O próprio Amor exprime-se pela boca da Sabedoria e apazigua com uma palavra a desordem que em ti lançava a expressão: «Dá-te a ti mesmo!» Se alguém quisesse vender-te um terreno, dir-te-ia: «Dá-me prata» ou, se quisesse vender-te outra coisa qualquer: «Dá-me dinheiro». Pois escuta o que diz o Amor, pela boca da Sabedoria: «Meu filho, dá-me o teu coração» (Prov 23, 26). O teu coração sofria quando estava em ti; eras presa de futilidades ou mesmo de más paixões. Afasta-te delas! Para onde hás-de levá-lo? A quem o hás-de oferecer? “«Meu filho, dá-me o teu coração», diz a Sabedoria. Se ele for meu, já não te perderás. […]
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma (também pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural; são diferentes cada) e com todo o teu entendimento» (Mt 22,37). […] Quem te criou quer-te todo para Si.

Terça-feira, dia 18 de Outubro de 2016

S. Lucas, Evangelista – Festa

Santo do dia : S. Lucas, Evangelista

2.ª Carta a Timóteo 4,10-17b.
Caríssimo: Demas abandonou-me. Preferiu o mundo presente e foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia e Tito para a Dalmácia.
Apenas Lucas está comigo. Traz contigo Marcos, pois me será de grande ajuda no ministério.
Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso.
Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.
Alexandre, o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. O Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras.
Toma tu também cuidado com ele, pois muito se tem oposto ao nosso ensinamento.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem e eu fui libertado da boca do leão.
Livro de Salmos 145(144),10-11.12-13ab.17-18.
Agradeçam-Vos, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos;
para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
 a glória e o esplendor do vosso reino.

O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.

Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
São Lucas, evangelista, «servidor da Palavra» (Lc 1,2)
É boa toda a palavra de Jesus Cristo que tem uma missão e uma finalidade, que não cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais pronunciado palavras efémeras, Ele que [...] exprimiu os conselhos profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Jesus Cristo é boa. Mesmo que os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas comuns, podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado – sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos ou opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de persuasão ou de condenação – nada tem uma significação puramente acidental, um alcance limitado ou parcial [...].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Jesus Cristo, mesmo quando nos surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim imediato - o que torna mais difícil distinguir o que há nelas de momentâneo e de contingente - mesmo assim, nada perdem da sua força, a cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar para sempre nos céus (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade. Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma tão íntima no nosso tempo como quando pela primeira vez foram pronunciadas.
Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos ter sido obra humana a recolha destas migalhas da mesa de Jesus Cristo. Mas temos uma certeza muito maior porque não as recebemos dos homens, mas de Deus (1Tess 2,13). O Espírito Santo, que veio glorificar Jesus Cristo e dar aos evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril. Louvado seja por ter escolhido e salvado para nós as palavras que seriam mais úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja para a fé, para a moral e para a disciplina. Não uma lei escrita em tábuas de pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito e não de letra (Rom 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).

Quarta-feira, dia 19 de Outubro de 2016

Quarta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor:
por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Jesus Cristo, como já o apresentei sumariamente.
Assim podeis compreender o conhecimento que tenho do mistério de Jesus Cristo.
Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas:
os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Deste Evangelho me tornei ministro, pelo dom da graça que Deus me concedeu pela força do seu poder.
A mim, o último de todos os santos, foi concedida a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Jesus Cristo
e de manifestar a todos como se realiza o mistério escondido, desde toda a eternidade, em Deus, criador de todas as coisas.
E agora é por meio da Igreja que se dá a conhecer aos principados e potestades celestes a multiforme sabedoria de Deus,
realizada, conforme o seu eterno desígnio, em Jesus Cristo, nosso Senhor.
Assim é pela fé em Jesus Cristo que podemos aproximar-nos de Deus com toda a confiança.
Livro de Isaías 12,2-3.4bcd.5-6.
Deus é o meu Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.

Tirareis água, com alegria, das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome,
Anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria e exultai, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa.
Estai vós também preparados porque na hora em que não pensais virá o Filho (do homem)».
Disse Pedro a Jesus Cristo: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola ou também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo?
Feliz o servidor a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas.
Aquele, porém que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas (467-532), bispo no Norte de África
Sermão 1; CCL 91A, 889
«Servidores de Jesus Cristo e administradores dos mistérios de Deus» (1Cor 4,1)
Para bem precisar o papel dos servidores que colocou à frente do seu povo, o Senhor diz estas palavras que o Evangelho narra: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.» Quem é este senhor, irmãos? Sem dúvida alguma é Jesus Cristo que disse aos discípulos: «Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou» (Jo 13,13). E quem é o pessoal da casa de tal senhor? É evidentemente aquele que o próprio Senhor resgatou das mãos do inimigo e tornou seu. Esse pessoal é a Igreja santa e universal que com maravilhosa fecundidade se propaga por todo o mundo e se glorifica por ter sido resgatada pelo preço do sangue do Senhor [...].
Mas quem é o administrador fiel e prudente? O apóstolo Paulo no-lo mostra, ao falar de si próprio e dos seus companheiros nestes termos: «Considerem-nos, pois servidores de Jesus Cristo e administradores dos mistérios de Deus. Ora o que se requer dos administradores é que se sejam fiéis» (1Cor 4,1-2). E para que nenhum nós pense que apenas os apóstolos se tornaram administradores e para que nenhum servo, preguiçoso e infiel, abandone o combate espiritual ou se ponha a dormir, o santo apóstolo refere-se claramente aos próprios bispos como administradores: «É preciso que o bispo, como administrador de Deus, seja irrepreensível», diz-nos (Tit 1,7). Somos, pois os servos do Pai de família, os administradores do Senhor e dele recebemos a ração de trigo que distribuiremos por vós.

Quinta-feira, dia 20 de Outubro de 2016

Quinta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Santo do dia : Santa Iria, mártir, +653, Santa Maria Bertilla Boscardin, religiosa, enfermeira, +1922, Beato Contardo Ferrini, profissional católico, +1902

Carta aos Efésios 3,14-21.
Irmãos: Eu dobro os joelhos diante do Pai,
de quem recebe o nome toda a paternidade nos céus e na Terra
para que Se digne, segundo as riquezas da sua glória, armar-vos poderosamente pelo seu Espírito, para que se fortifique em vós o homem interior
e Jesus Cristo habite pela fé em vossos corações. Assim, profundamente enraizados na caridade,
podereis compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade
do amor de Jesus Cristo que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais totalmente saciados na plenitude de Deus.
Àquele que, pela sua virtude que actua em nós, pode fazer infinitamente mais do que possamos pedir ou imaginar,
a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos. Ámen.
Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.11-12.18-19.
Justos, aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,

cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.

Ele ama a justiça e a rectidão:
a Terra está cheia da bondade do Senhor.
O plano do Senhor permanece eternamente

e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O adoram,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas (e outras pessoas)
e os alimentar no tempo da fome.

Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à Terra e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Lucas, 7, 134
«Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, esposa, filhos ou terras por causa do meu nome receberá cem vezes mais» (Mt 19,29)
«Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.» Em quase todas as passagens do Evangelho o sentido espiritual joga um papel importante; mas sobretudo nesta passagem, para que não seja rejeitada pela dureza de uma interpretação simplista, é preciso procurar na trama do sentido a profundidade espiritual. [...] Como é que Ele próprio disse: «Dou-vos a minha paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), se veio separar os pais dos filhos, os filhos dos pais, rompendo os laços que os unem? Como pode ser chamado «maldito o que trata com desprezo seu pai ou sua mãe» (Dt 27,16) e fervoroso o que os abandona?
Se compreendermos que a religião vem em primeiro lugar e a piedade filial em segundo, esta questão fica esclarecida; com efeito, o humano tem de vir depois do divino. Porque, se temos deveres para com os pais, quanto mais para com o Pai dos pais, a quem devemos estar reconhecidos pelos nossos pais! [...] Ele não diz, portanto, que é preciso renunciar aos que amamos, mas que há que preferir Deus a todos. Aliás, encontramos noutro livro: «Quem amar pai ou mãe mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Não te é interdito amares os teus pais, mas preferi-los a Deus. Porque as relações naturais são benefícios do Senhor e ninguém deve amar os benefícios recebidos mais do que a Deus que preserva os benefícios que dá.

Sexta-feira, dia 21 de Outubro de 2016

Sexta-feira da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade;
empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra.
Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a Terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.

Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo, dizia Jesus Cristo à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’ e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’ e assim sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da Terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica Novo millenio ineunte, 6/01/2001, § 55-56 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)
Saber julgar os sinais dos tempos
O diálogo inter religioso deve continuar. Na condição de um pluralismo cultural e religioso mais acentuado, como se prevê na sociedade do novo milénio, isso é importante até para criar uma segura premissa de paz e afastar o espectro funesto das guerras de religião que já cobriram de sangue muitos períodos na história da humanidade. O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz.
Mas o diálogo não pode ser fundado sobre o indiferentismo religioso e nós, cristãos, temos a obrigação de realizá-lo, dando testemunho completo da esperança que há em nós (cf 1Ped 3,15). [...] Por outro lado, o dever missionário não nos impede de entrar no diálogo intimamente dispostos a ouvir. Com efeito, sabemos que a própria Igreja, diante do mistério da graça infinitamente rico de dimensões e consequências para a vida e a história do homem, jamais cessará de indagar, podendo contar com a ajuda do Paráclito, o Espírito da Verdade (cf Jo 14,17), ao qual compete precisamente a missão de guiá-la para a «verdade total» (Jo 16,13).
Este princípio está na base, quer do inexaurível aprofundamento teológico da verdade cristã quer do diálogo cristão com as filosofias, as culturas, as religiões. Não é raro o Espírito de Deus, que «sopra onde quer» (Jo 3,8), suscitar na experiência humana universal, não obstante as suas múltiplas contradições, sinais da sua presença que ajudam os próprios discípulos de Jesus Cristo a compreender mais profundamente a mensagem de que são portadores. Não foi porventura com esta abertura humilde e confiante que o Concílio Vaticano II se empenhou a ler «os sinais dos tempos» (Gaudium et spes, §4)? Apesar de ter efectuado um discernimento diligente e cuidadoso para identificar os «verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus» (§11), a Igreja reconhece que não se limitou a dar, mas também «recebeu da história e evolução do género humano» (§44). Esta atitude, feita simultaneamente de abertura e de atento discernimento, iniciou-a o Concílio também com as outras religiões. Compete-nos a nós seguir fielmente o seu ensinamento pelo sulco aberto.

Sábado, dia 22 de Outubro de 2016

Sábado da 29.ª semana do Tempo Comum

Irmãos: A cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o dom de Jesus Cristo.
Por isso diz a Escritura: «Subiu às alturas, sujeitou um grupo de cativos, concedeu dons aos homens».
Que quer dizer «subiu», senão que também desceu às regiões inferiores da Terra?
Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, a fim de encher o universo.
Foi Ele também que a uns constituiu apóstolos, a outros evangelistas e a outros pastores e mestres,
para o aperfeiçoamento dos cristãos em ordem ao trabalho do ministério e à edificação do Corpo de Jesus Cristo,
até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho (de Deus), ao estado de homem perfeito, à medida de Jesus Cristo na sua plenitude.
Assim, já não somos crianças inconstantes, levados ao sabor de todas as correntes de doutrina, à mercê da maldade dos homens, da astúcia com que induzem ao erro.
Pelo contrário, praticando a verdade na caridade, cresceremos em tudo para Jesus Cristo que é a Cabeça.
É por Ele que o corpo inteiro, coordenado e unido por meio de todas as junturas, opera o seu crescimento orgânico, segundo a actividade de cada uma das partes, a fim de se edificar na caridade.
Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.

Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.
Naquele tempo, vieram contar a Jesus Cristo que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. (não de maneira igual, mas todos morrerão porque vivem na morte e não na vida; não se converteram à Vida e ao Bem, praticam a morte e o mal porque são/ estão das/ nas trevas)
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante.
Jesus Cristo disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la». (frutos = boas obras; dar-lhe mais um tempo para que se converta à vida)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Comentário do dia:
Didaké (c. 60-120), catequese judaico-cristã
§§ 1-6
«Escolhe a vida» (Dt 30,19)
Há dois caminhos, um de vida e outro de morte, mas há uma grande diferença entre os dois. Ora o caminho da vida é o seguinte: primeiro que tudo, amarás a Deus que te criou; em segundo lugar, amarás o teu próximo como a ti mesmo e aquilo que não queres que alguém te faça não o faças tu a outrem. Eis o ensinamento contido nestas palavras: Bendizei aqueles que vos maldizem, rezai pelos vossos inimigos, jejuai pelos que vos perseguem. Com efeito, que mérito tendes em amar os que vos amam? Não o fazem também os pagãos? Quanto a vós, amai os que vos odeiam e não tereis inimigos. Abstende-vos dos desejos carnais e corporais. [...]
Segundo mandamento da doutrina: não matarás, não cometerás adultério, não seduzirás rapazes, não cometerás fornicação nem roubo nem magia nem envenenamento; não matarás nenhuma criança, por aborto ou depois do nascimento; não desejarás os bens do teu próximo. Não cometerás perjúrio, não levantarás falsos testemunhos, não terás intenções de maledicência e não guardarás rancor. Não terás duas maneiras de pensar nem duas palavras: porque a duplicidade de linguagem é uma armadilha de morte. A tua palavra não será mentirosa nem vã, mas plena de sentido. Não serás avarento nem ganancioso nem hipócrita nem maldoso nem orgulhoso; não terás má vontade com o teu próximo. Não deves odiar ninguém: deves corrigir uns e rezar por eles e amar os outros como a própria vida.
Meu filho, foge de tudo o que é mal e de tudo o que te parece mal. [...] Vigia para que ninguém te desvie da doutrina porque esse estará a guiar-te para longe de Deus. Se puderes suportar todo o jugo do Senhor, serás perfeito; se não, faz ao menos o que te for possível.
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