"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 16 de Outubro de 2016
29.º
Domingo do Tempo Comum - Ano C
Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec.
Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e
Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando
as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e
colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um
de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos
até ao pôr do sol
e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.
Livro de Salmos
121(120),1-2.3-4.5-6.7-8.
Levanto os meus olhos para os montes:
donde me virá o auxílio?
O meu auxílio vem do Senhor
que fez o céu e a Terra.
Não permitirá que vacilem os teus passos,
não dormirá Aquele que te guarda.
Não há-de dormir nem adormecer
Aquele que guarda Israel.
O Senhor é quem te guarda,
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.
O sol não te fará mal durante o dia
nem a lua durante a noite.
O Senhor te defende de todo o mal,
o Senhor vela pela tua vida.
Ele te protege quando vais e quando vens,
agora e para sempre.
2.ª Carta a Timóteo 3,14-17.4,1-2.
Caríssimo: Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como
certo, sabendo de quem o aprendeste.
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a
sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir,
corrigir e formar segundo a justiça.
Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras.
Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo que há-de julgar os vivos e os
mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino:
Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta,
ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.
Evangelho segundo S.
Lucas 18,1-8.
Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos seus discípulos uma
parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:
«Em certa cidade, vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os
homens.
Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me
justiça contra o meu adversário’.
Durante muito tempo, ele não quis atendê-la, mas depois disse consigo: ‘É
certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;
mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça para que não venha
incomodar-me indefinidamente’».
E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!...
E Deus não havia de fazer justiça aos
seus eleitos que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar
muito tempo?
Eu vos digo que lhes fará justiça bem
depressa. Mas quando voltar o Filho (do homem), encontrará fé sobre a Terra?».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Calcutá (1910-1997),
fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love»
Rezar sempre sem desfalecer
Gostar de
rezar. Sente muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração
dilata o coração a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus que
é Ele próprio. Pede, procura e o
teu coração alargar-se-á a ponto de O receber, de O guardar como teu bem.
Desejamos tanto rezar bem e depois não conseguimos; então perdemos a coragem
e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o
fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez
mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na
oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Jesus Cristo,
que é oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros com as nossas orações. Libertemos o
espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam
intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles
que não rezam. Recordemos que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser
capaz de rezar.
Segunda-feira,
dia 17 de Outubro de 2016
Segunda-feira da 29.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Vós estáveis mortos pelas faltas e pecados
em que vivestes outrora, segundo o modo de ser deste mundo e obedecendo ao
príncipe do mal que impera nos ares, esse espírito que actua nos homens
rebeldes.
Todos nós, que também éramos como eles, vivíamos antigamente submetidos aos
desejos da nossa carne, satisfazendo os caprichos dos instintos e da
imaginação e sendo por natureza filhos da ira, como os outros.
Mas Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos
amou, a nós,
que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com
Jesus Cristo – é pela graça que fostes salvos –
e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e
da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo.
De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. (que é preciso querer
e fazer caminho para lá chegar)
Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.
Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das
boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.
Livro de Salmos
100(99),2.3.4.5.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, agradecendo,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração.
Evangelho segundo S. Lucas 12,13-21.
Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus
Cristo: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». (novamente
o mesmo problema de sempre; quem deve obedecer, dá ordens ao Senhor)
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas
partilhas?».
Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a
vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens».
E disse-lhes esta parábola: «O campo de um homem rico tinha produzido
excelente colheita.
Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha
colheita?
Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros
maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens.
Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito
para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’.
Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua
alma. O que preparaste, para quem será?’
Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos
de Deus».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo
de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 34 sobre o Salmo 149
«Ser rico aos olhos de Deus»
Irmãos,
examinai com atenção a vossa morada interior, abri os olhos e apreciai o
vosso capital de amor e, depois aumentai a soma que tiverdes encontrado em
vós. E guardai esse tesouro, a fim de serdes ricos interiormente. Chamam-se
caros os bens que têm um preço elevado e com razão. […] Mas que coisa há
mais cara do que o amor, meus
irmãos? Em vossa opinião, que preço tem ele? E como pagá-lo? O preço de uma
terra, o preço do trigo, é a prata; o preço de uma pérola é o ouro; mas o
preço do amor és tu mesmo. Se
queres comprar um campo, uma jóia, um animal, procuras em teu redor os
fundos necessários para isso. Mas se desejas possuir o amor, procura apenas em ti mesmo, pois é a ti mesmo que tens de
encontrar.
Que receias ao dar-te? Receias perder-te? Pelo contrário, é recusando-te a
dar-te que te perdes. O próprio Amor exprime-se pela boca da Sabedoria e
apazigua com uma palavra a desordem que em ti lançava a expressão: «Dá-te a
ti mesmo!» Se alguém quisesse vender-te um terreno, dir-te-ia: «Dá-me
prata» ou, se quisesse vender-te outra coisa qualquer: «Dá-me dinheiro».
Pois escuta o que diz o Amor, pela boca da Sabedoria: «Meu filho, dá-me o
teu coração» (Prov 23, 26). O teu coração sofria quando estava em ti; eras
presa de futilidades ou mesmo de más paixões. Afasta-te delas! Para onde
hás-de levá-lo? A quem o hás-de oferecer? “«Meu filho, dá-me o teu
coração», diz a Sabedoria. Se ele for meu, já não te perderás. […]
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma (também
pessoa celeste, pessoa espiritual, pessoa natural; são diferentes cada) e
com todo o teu entendimento» (Mt 22,37). […] Quem te criou quer-te todo
para Si.
Terça-feira,
dia 18 de Outubro de 2016
S. Lucas,
Evangelista – Festa
Caríssimo: Demas abandonou-me. Preferiu o mundo presente e
foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia e Tito para a
Dalmácia.
Apenas Lucas está comigo. Traz contigo Marcos, pois me será de grande
ajuda no ministério.
Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso.
Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem
como os livros, especialmente os pergaminhos.
Alexandre, o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. O Senhor lhe
retribuirá segundo as suas obras.
Toma tu também cuidado com ele, pois muito se tem oposto ao nosso
ensinamento.
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado: todos me
abandonaram. Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força para que, por meu intermédio, a
mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a
ouvissem e eu fui libertado da boca do leão.
Livro de Salmos
145(144),10-11.12-13ab.17-18.
Agradeçam-Vos, Senhor, todas as
criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos;
para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos,
perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.
Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e
enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde
Ele havia de ir.
E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao
dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara.
Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.
Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar
alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’.
E se lá houver gente de paz, a
vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em
casa.
Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos
servirem,
curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o
reino de Deus’.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman
(1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
São Lucas, evangelista, «servidor da Palavra» (Lc 1,2)
É boa toda
a palavra de Jesus Cristo que tem uma missão e uma finalidade, que não
cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais pronunciado
palavras efémeras, Ele que [...] exprimiu os conselhos profundos e a
vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Jesus Cristo é boa.
Mesmo que os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas comuns,
podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado – sejam
palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam conselhos ou
opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de persuasão ou de
condenação – nada tem uma significação puramente acidental, um alcance
limitado ou parcial [...].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Jesus Cristo, mesmo quando nos
surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim
imediato - o que torna mais difícil distinguir o que há nelas de
momentâneo e de contingente - mesmo assim, nada perdem da sua força, a
cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar
para sempre nos céus (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade.
Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e
luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma
tão íntima no nosso tempo como quando pela primeira vez foram
pronunciadas.
Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos ter sido obra humana a
recolha destas migalhas da mesa de Jesus Cristo. Mas temos uma certeza
muito maior porque não as recebemos dos homens, mas de Deus (1Tess 2,13).
O Espírito Santo, que veio glorificar Jesus Cristo e dar aos evangelistas
a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho estéril. Louvado seja
por ter escolhido e salvado para nós as palavras que seriam mais úteis
aos tempos vindouros, as palavras que podiam servir de lei à Igreja para
a fé, para a moral e para a disciplina. Não uma lei escrita em tábuas de
pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de amor, de espírito e não de letra
(Rom 7,6), uma lei para corações generosos que aceitam «viver da
palavra», por mais modesta e humilde que seja, uma lei «que sai da boca
de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).
Quarta-feira,
dia 19 de Outubro de 2016
Quarta-feira da
29.ª semana do Tempo Comum
Santo do dia : S.
João de Brébeuf, Santo Isaac Jogues e companheiros, mártires, séc. XVII,
S.
Paulo da Cruz,presbítero, penitente, +1775, S.
Pedro de Alcântara, religioso, +1562, Beato
Timóteo Giaccardo, presbítero, +1948
Carta aos Efésios 3,2-12.
Irmãos: Certamente
já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor:
por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Jesus Cristo,
como já o apresentei sumariamente.
Assim podeis compreender o conhecimento que tenho do mistério de Jesus Cristo.
Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos
homens, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos
apóstolos e profetas:
os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo
corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do
Evangelho.
Deste Evangelho me tornei ministro, pelo dom da graça que Deus me
concedeu pela força do seu poder.
A mim, o último de todos os santos, foi concedida a graça de anunciar
aos gentios a insondável riqueza de Jesus Cristo
e de manifestar a todos como se realiza o mistério escondido, desde
toda a eternidade, em Deus, criador de todas as coisas.
E agora é por meio da Igreja que se dá a conhecer aos principados e
potestades celestes a multiforme sabedoria de Deus,
realizada, conforme o seu eterno desígnio, em Jesus Cristo, nosso
Senhor.
Assim é pela fé em Jesus Cristo que podemos aproximar-nos de Deus com
toda a confiança.
Livro de Isaías
12,2-3.4bcd.5-6.
Deus é o meu
Salvador,
tenho confiança e nada temo.
O Senhor é a minha força e o meu louvor.
Ele é a minha salvação.
Tirareis água, com alegria, das fontes da salvação.
Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome,
Anunciai aos povos a grandeza das suas obras,
proclamai a todos que o seu nome é santo.
Cantai ao Senhor porque Ele fez maravilhas,
anunciai-as em toda a terra.
Entoai cânticos de alegria e exultai, habitantes de Sião,
porque é grande no meio de vós o
Santo de Israel.
Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48.
Naquele tempo, disse
Jesus Cristo aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa
soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa.
Estai vós também preparados porque na hora em que não pensais virá o
Filho (do homem)».
Disse Pedro a Jesus Cristo: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola
ou também para todos os outros?».
O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o
senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada
um a sua ração de trigo?
Feliz o servidor a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e
começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que
ele não sabe; ele o expulsará
e fará que tenha a sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não
cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas.
Aquele, porém que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam
vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será
exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Fulgêncio de Ruspas
(467-532), bispo no Norte de África
Sermão 1; CCL 91A, 889
«Servidores de Jesus Cristo e administradores dos
mistérios de Deus» (1Cor 4,1)
Para bem
precisar o papel dos servidores que colocou à frente do seu povo, o
Senhor diz estas palavras que o Evangelho narra: «Quem é o
administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua
casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o
servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado.» Quem é este
senhor, irmãos? Sem dúvida alguma é Jesus Cristo que disse aos
discípulos: «Vós chamais-me Mestre
e Senhor, e dizeis bem,
porque o sou» (Jo 13,13). E
quem é o pessoal da casa de tal senhor? É evidentemente aquele que o
próprio Senhor resgatou das mãos do inimigo e tornou seu. Esse pessoal
é a Igreja santa e universal que com maravilhosa fecundidade se
propaga por todo o mundo e se glorifica por ter sido resgatada
pelo preço do sangue do Senhor [...].
Mas quem é o administrador fiel e prudente? O apóstolo Paulo no-lo
mostra, ao falar de si próprio e dos seus companheiros nestes termos:
«Considerem-nos, pois servidores de Jesus Cristo e administradores dos
mistérios de Deus. Ora o que se requer dos administradores é que se
sejam fiéis» (1Cor 4,1-2). E para que nenhum nós pense que apenas os
apóstolos se tornaram administradores e para que nenhum servo,
preguiçoso e infiel, abandone o combate espiritual ou se ponha a dormir,
o santo apóstolo refere-se claramente aos próprios bispos como
administradores: «É preciso que o bispo, como administrador de Deus,
seja irrepreensível», diz-nos (Tit 1,7). Somos, pois os servos do Pai
de família, os administradores do Senhor e dele recebemos a ração de
trigo que distribuiremos por vós.
Quinta-feira, dia 20 de Outubro de 2016
Quinta-feira
da 29.ª semana do Tempo Comum
Santo do dia :
Santa
Iria, mártir, +653, Santa Maria Bertilla Boscardin, religiosa,
enfermeira, +1922, Beato
Contardo Ferrini, profissional católico, +1902
Carta aos Efésios 3,14-21.
Irmãos: Eu dobro
os joelhos diante do Pai,
de quem recebe o nome toda a paternidade nos céus e na Terra
para que Se digne, segundo as riquezas da sua glória, armar-vos
poderosamente pelo seu Espírito, para que se fortifique em vós o
homem interior
e Jesus Cristo habite pela fé em vossos corações. Assim,
profundamente enraizados na caridade,
podereis compreender, com todos os santos, a largura, o comprimento,
a altura e a profundidade
do amor de Jesus Cristo que ultrapassa todo o conhecimento, para que
sejais totalmente saciados na plenitude de Deus.
Àquele que, pela sua virtude que actua em nós, pode fazer infinitamente
mais do que possamos pedir ou imaginar,
a Ele a glória, na Igreja e em Jesus Cristo, em todas as gerações,
pelos séculos dos séculos. Ámen.
Livro de
Salmos 33(32),1-2.4-5.11-12.18-19.
Justos, aclamai o
Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a Terra está cheia da bondade do Senhor.
O plano do Senhor permanece eternamente
e os desígnios do seu coração por todas as gerações.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O adoram,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas (e outras pessoas)
e os alimentar no tempo da fome.
Evangelho segundo S. Lucas 12,49-53.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à Terra
e que quero Eu senão que ele se acenda?
Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que
vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra
dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe
contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora
contra a sogra».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos
- www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Ambrósio (c.
340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Lucas, 7, 134
«Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs,
pai, mãe, esposa, filhos ou terras por causa do meu nome receberá cem
vezes mais» (Mt 19,29)
«Pensais
que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não. Eu vos digo que vim
trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa
casa: três contra dois e dois contra três.» Em quase todas as
passagens do Evangelho o sentido espiritual joga um papel importante;
mas sobretudo nesta passagem, para que não seja rejeitada pela dureza
de uma interpretação simplista, é preciso procurar na trama do
sentido a profundidade espiritual. [...] Como é que Ele próprio
disse: «Dou-vos a minha paz, deixo-vos a minha paz» (Jo 14,27), se
veio separar os pais dos filhos, os filhos dos pais, rompendo os
laços que os unem? Como pode ser chamado «maldito o que trata com
desprezo seu pai ou sua mãe» (Dt 27,16) e fervoroso o que os
abandona?
Se compreendermos que a religião vem em primeiro lugar e a piedade
filial em segundo, esta questão fica esclarecida; com efeito, o
humano tem de vir depois do divino. Porque, se temos deveres para com
os pais, quanto mais para com o Pai dos pais, a quem devemos estar
reconhecidos pelos nossos pais! [...] Ele não diz, portanto, que é
preciso renunciar aos que amamos, mas que há que preferir Deus a
todos. Aliás, encontramos noutro livro: «Quem amar pai ou mãe mais do que a Mim não é digno
de Mim» (Mt 10,37). Não te é interdito amares os teus pais, mas
preferi-los a Deus. Porque as relações naturais são benefícios do
Senhor e ninguém deve amar os benefícios recebidos mais do que a Deus
que preserva os benefícios que dá.
Sexta-feira, dia 21 de Outubro de 2016
Sexta-feira
da 29.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Eu,
prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis
segundo a maneira de viver a que fostes chamados:
procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos
uns aos outros com caridade;
empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz.
Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na
vida a que fostes chamados.
Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo.
Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em
todos e em todos Se encontra.
Livro de
Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a Terra
e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.
Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.
Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a presença do Deus de Jacob.
Evangelho segundo S. Lucas 12,54-59.
Naquele tempo,
dizia Jesus Cristo à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem
no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’ e assim acontece.
E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’ e assim
sucede.
Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da Terra e do céu, porque
não sabeis discernir o tempo presente?
Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?».
E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado,
esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não
te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o
oficial de justiça te meta na prisão.
Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último
centavo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II
(1920-2005), papa
Carta Apostólica Novo millenio ineunte, 6/01/2001, § 55-56 (trad. ©
copyright Libreria Editrice Vaticana)
Saber julgar os sinais dos tempos
O
diálogo inter religioso deve continuar. Na condição de um
pluralismo cultural e religioso mais acentuado, como se prevê na
sociedade do novo milénio, isso é importante até para criar uma
segura premissa de paz e afastar o espectro funesto das guerras de
religião que já cobriram de sangue muitos períodos na história da
humanidade. O nome do único Deus deve tornar-se cada vez mais
aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz.
Mas o diálogo não pode ser fundado sobre o indiferentismo religioso
e nós, cristãos, temos a obrigação de realizá-lo, dando testemunho
completo da esperança que há em nós (cf 1Ped 3,15). [...] Por outro
lado, o dever missionário não nos impede de entrar no diálogo
intimamente dispostos a ouvir. Com efeito, sabemos que a própria
Igreja, diante do mistério da graça infinitamente rico de dimensões
e consequências para a vida e a história do homem, jamais cessará
de indagar, podendo contar com a ajuda do Paráclito, o Espírito da
Verdade (cf Jo 14,17), ao qual compete precisamente a missão de
guiá-la para a «verdade total» (Jo 16,13).
Este princípio está na base, quer do inexaurível aprofundamento
teológico da verdade cristã quer do diálogo cristão com as
filosofias, as culturas, as religiões. Não é raro o Espírito de
Deus, que «sopra onde quer» (Jo 3,8), suscitar na experiência
humana universal, não obstante as suas múltiplas contradições,
sinais da sua presença que ajudam os próprios discípulos de Jesus Cristo
a compreender mais profundamente a mensagem de que são portadores.
Não foi porventura com esta abertura humilde e confiante que o
Concílio Vaticano II se empenhou a ler «os sinais dos tempos»
(Gaudium et spes, §4)? Apesar de ter efectuado um discernimento
diligente e cuidadoso para identificar os «verdadeiros sinais da
presença ou da vontade de Deus» (§11), a Igreja reconhece que não
se limitou a dar, mas também «recebeu da história e evolução do
género humano» (§44). Esta atitude, feita simultaneamente de
abertura e de atento discernimento, iniciou-a o Concílio também com
as outras religiões. Compete-nos a nós seguir fielmente o seu
ensinamento pelo sulco aberto.
Sábado, dia 22 de Outubro de 2016
Sábado da
29.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: A
cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o
dom de Jesus Cristo.
Por isso diz a Escritura: «Subiu às alturas, sujeitou um grupo de
cativos, concedeu dons aos homens».
Que quer dizer «subiu», senão que também desceu às regiões
inferiores da Terra?
Aquele que desceu é o mesmo que subiu acima de todos os céus, a
fim de encher o universo.
Foi Ele também que a uns constituiu apóstolos, a outros
evangelistas e a outros pastores e mestres,
para o aperfeiçoamento dos cristãos em ordem ao trabalho do
ministério e à edificação do Corpo de Jesus Cristo,
até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do
Filho (de Deus), ao estado de homem perfeito, à medida de Jesus Cristo
na sua plenitude.
Assim, já não somos crianças inconstantes, levados ao sabor de
todas as correntes de doutrina, à mercê da maldade dos homens, da
astúcia com que induzem ao erro.
Pelo contrário, praticando a verdade na caridade, cresceremos em
tudo para Jesus Cristo que é a Cabeça.
É por Ele que o corpo inteiro, coordenado e unido por meio de
todas as junturas, opera o seu crescimento orgânico, segundo a actividade
de cada uma das partes, a fim de se edificar na caridade.
Livro de
Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.
Alegrei-me
quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.
Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.
Evangelho segundo S. Lucas 13,1-9.
Naquele
tempo, vieram contar a Jesus Cristo que Pilatos mandara derramar
o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que
imolavam.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal
castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros
galileus?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos
do mesmo modo. (não de maneira igual, mas todos morrerão porque
vivem na morte e não na vida; não se converteram à Vida e ao Bem,
praticam a morte e o mal porque são/ estão das/ nas trevas)
E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e
matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros
habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos
de modo semelhante.
Jesus Cristo disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha
uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que
nela houvesse, mas não os encontrou.
Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar
frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque
há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’
Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este
ano que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe
adubo.
Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la».
(frutos = boas obras; dar-lhe mais um tempo para que se converta
à vida)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Didaké (c. 60-120),
catequese judaico-cristã
§§ 1-6
«Escolhe a vida» (Dt 30,19)
Há
dois caminhos, um de vida e outro de morte, mas há uma grande
diferença entre os dois. Ora o caminho da vida é o seguinte:
primeiro que tudo, amarás
a Deus que te criou; em segundo lugar, amarás o teu próximo como a ti mesmo e aquilo que não queres que alguém
te faça não o faças tu a outrem. Eis o ensinamento contido
nestas palavras: Bendizei aqueles que vos maldizem, rezai pelos
vossos inimigos, jejuai pelos que vos perseguem. Com efeito, que
mérito tendes em amar os que vos amam? Não o fazem também os
pagãos? Quanto a vós, amai os que vos odeiam e não tereis
inimigos. Abstende-vos dos desejos carnais e corporais. [...]
Segundo mandamento da doutrina: não matarás, não cometerás
adultério, não seduzirás rapazes, não cometerás fornicação nem
roubo nem magia nem envenenamento; não matarás nenhuma criança,
por aborto ou depois do nascimento; não desejarás os bens do teu
próximo. Não cometerás perjúrio, não levantarás falsos testemunhos,
não terás intenções de maledicência e não guardarás rancor. Não
terás duas maneiras de pensar nem duas palavras: porque a duplicidade de linguagem
é uma armadilha de morte. A tua palavra não será mentirosa nem
vã, mas plena de sentido. Não serás avarento nem ganancioso nem
hipócrita nem maldoso nem orgulhoso; não terás má vontade com o
teu próximo. Não deves odiar ninguém: deves corrigir uns e rezar
por eles e amar os outros como a própria vida.
Meu filho, foge de tudo o que é mal e de tudo o que te parece
mal. [...] Vigia para que ninguém te desvie da doutrina porque
esse estará a guiar-te para longe de Deus. Se puderes suportar
todo o jugo do Senhor, serás perfeito; se não, faz ao menos o que
te for possível.©
http://goo.gl/RSVXh5
portal da Confraria Bolos D. Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de
Lagos
3.º – Lagos e a sua
Costa Dourada
4.º – Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia
Os meus blogues
--------------------------------------------
http://www.descubriter.com/pt/ Rota
Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” -
Arquivo - PDF
http://www.radiosim.pt/ 18,30h
– terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
http://www.santo-antonio.webnode.pt/
|
|
|
|
|
|
|
Sem comentários:
Enviar um comentário