"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
Domingo,
dia 09 de Outubro de 2016
28.º
Domingo do Tempo Comum - Ano C
Festa da Igreja : Vigésimo
Oitavo Domingo do tempo comum (IV semana do saltério)Nossa
Senhora do Monte
Santo do dia : S.
João Leonardo, presbítero, +1609, S.
Dionísio, bispo, e companheiros, mártires, ++250, Beato
John Henry Newman, cardeal, +1890
2.º Livro de Reis 5,14-17.
Naqueles dias, o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí
mergulhou sete vezes, como lhe mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carne
tornou-se tenra como a de uma criança e ficou purificado da lepra.
Naamã foi ter novamente com o homem de Deus, acompanhado de toda a sua
comitiva. Ao chegar diante dele, exclamou: «Agora reconheço que em toda a
terra não há outro Deus senão o de Israel. Peço-te que aceites um presente
deste teu servo».
Eliseu respondeu-lhe: «Pela vida do Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E
apesar das insistências, ele recusou.
Disse então Naamã: «Se não aceitas, permite ao menos que se dê a este teu
servo uma porção de terra para um altar, tanto quanto possa carregar uma
parelha de mulas porque o teu servo nunca mais há-de oferecer holocausto ou
sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».
Livro de Salmos
98(97),1.2-3.3-4.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade,
em favor da casa de Israel.
Os confins da Terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade,
em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
2.ª Carta a Timóteo 2,8-13.
Caríssimo: Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David,
ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho,
pelo qual eu sofro, até ao ponto de estar preso a estas cadeias como um
malfeitor. Mas a palavra de Deus não está encadeada.
Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que obtenham a salvação
que está em Cristo Jesus, com a glória eterna.
É digna de fé esta palavra: Se morremos com Jesus Cristo, também com Ele
viveremos;
se sofremos com Jesus Cristo, também com Ele viveremos; se O negarmos, também
Ele nos negará;
se Lhe formos infiéis, Ele permanece
fiel porque não pode negar-Se a Si mesmo.
Evangelho segundo S.
Lucas 17,11-19.
Naquele tempo, indo Jesus Cristo a caminho de Jerusalém, passava
entre a Samaria e a Galileia.
Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se
a distância,
disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós».
Ao vê-los, Jesus Cristo disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E
sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra.
Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz,
e prostrou-se de rosto em terra aos pés de Jesus Cristo, para Lhe agradecer.
Era um samaritano.
Jesus Cristo, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram
curados? Onde estão os outros nove?
Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este
estrangeiro?».
E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou». (uma perspectiva: os outros nove ficaram
salvos da lepra? Não, porque eles não se converteram; agiram com astúcia
palerma com Jesus Cristo. Pediram a cura e uma vez curados, ficaram a rir-se
dele na sua ignomínia, permanecendo nos mesmos erros; permanecendo nas trevas.
Então o que é que acontece? Voltarão a ter a lepra/ outros males porque não
reconheceram a graça de Deus nem a grande bênção, a Vida, que Jesus Cristo
lhes deu. Julgaram-se espertos! Permaneceram na destruição, no mal. O
samaritano ficou salvo porque foi grato e crente. Era um homem de fé! Ficou
salvo do mal. Morrerá? Claro que sim, mas em paz.)
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Bruno de Segni (c. 1045-1123),
bispo
Comentário sobre o Evangelho de Lucas, 2, 40; PL 165, 426-428
A fé que purifica
Que representam
os dez leprosos, senão o conjunto dos pecadores? [...] Quando Jesus Cristo
Nosso Senhor veio, todos os homens sofriam de lepra (sem Vida espiritual) da
alma, mesmo que nem todos estivessem fisicamente doentes. [...] Ora a lepra
da alma é bem pior que a do corpo.
Mas vejamos a continuação: « Conservando-se a distância, disseram em alta
voz: "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!"» Esses homens
mantinham-se à distância porque não ousavam, tendo em conta o seu estado,
avançar para mais perto dele. O mesmo se passa connosco: enquanto
permanecemos nos nossos pecados, mantemo-nos afastados. Portanto, para
recuperarmos a saúde e nos curarmos da lepra dos nossos pecados, supliquemos
com voz forte e digamos: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!» Esta súplica,
no entanto, não deve vir da boca, mas do coração porque o coração fala mais
alto. A oração do coração penetra os céus e eleva-se até ao trono de Deus.
Segunda-feira,
dia 10 de Outubro de 2016
Segunda-feira da 28.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Como está escrito, Abraão teve dois filhos, um da
escrava e outro da mulher livre (pessoa natural).
O da escrava nasceu segundo a natureza e o da mulher livre em virtude da
promessa.
Há nisto uma alegoria. As mulheres representam as duas alianças. A
primeira, concluída no monte Sinai, gera para a escravidão: é Agar.
Mas a Jerusalém do alto é livre e esta é a nossa mãe.
Porque está escrito: «Alegra-te, ó estéril, que não davas à luz; rejubila e
canta de alegria, tu que não conheceste as dores da maternidade porque os
filhos da abandonada são mais numerosos que os daquela que tem marido».
Por isso, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da mulher livre.
Foi para a verdadeira liberdade que Jesus Cristo nos libertou. Portanto,
permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão.
Livro de Salmos
113(112),1-2.3-4.5a.6-7.
Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.
Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre.
Desde o nascer ao pôr do sol, seja louvado o nome do Senhor.
O Senhor domina sobre todos os povos, a sua glória está acima dos céus.
Quem se compara ao Senhor nosso Deus,
que Se inclina lá do alto a olhar o céu e a Terra?
Levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria.
Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de
Jesus Cristo e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal,
mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas.
Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive assim o será
também o Filho (do homem) para
esta geração.
No juízo final, a rainha do Sul levantar-se-á com os homens desta geração e
há-de condená-los porque veio dos confins da Terra para ouvir a sabedoria
de Salomão e aqui está quem é maior do que Salomão.
No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de
condená-la porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas e aqui
está quem é maior do que Jonas».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c.
335-395), monge, bispo
Homilia sobre o Cântico dos Cânticos (a partir da trad. de Migne 1992, p.40
rev.)
«Aqui está quem é maior do que Salomão!»
O texto do
Cântico dos Cânticos de Salomão apresenta a alma/pessoa celeste como uma
noiva, preparada para uma união incorpórea, espiritual e sem mancha com
Deus. Aquele que «deseja que todos os homens se salvem e conheçam a
verdade» (1Tim 2,4) expõe assim o meio mais completo, o feliz meio para
alcançar a salvação, a saber, aquele que passa pelo Amor. Há quem encontre a salvação no temor, evitando fazer o
mal pela consideração dos castigos que nos ameaçam na geena. Há também quem
leve uma vida de rectidão e de virtude porque tem a esperança de receber o
salário reservado àqueles que tiveram uma existência piedosa; estes agem,
não por amor do Bem, mas com a esperança de serem recompensados.
Ora para avançarmos na perfeição, temos de começar por expulsar da alma/pessoa
espiritual o temor; é uma atitude servil não estarmos vinculados ao Mestre
apenas por amor. [...] Não amamos com todo o coração, com toda a alma e com
todas as forças (Mc 12,30) um dos dons com os quais somos recompensados,
mas Aquele que é a própria fonte destes bens. Assim deve ser a alma segundo
a palavra de Salomão. [...]
Julgas que evoco o Salomão, o filho de Bersabé, que no alto da montanha
sacrificou mil bois e que, a conselho de sua esposa estrangeira, cometeu um
pecado? Não. Estou a pensar noutro Salomão, naquele que também nasceu de
David segundo a carne e que tem por nome «paz» [pois o nome de Salomão
significa «homem de paz»]. Esse é o verdadeiro Rei de Israel, o construtor
do Templo de Deus, o detentor do conhecimento universal, Aquele cuja
sabedoria é incomensurável - mais ainda, que é por essência sabedoria e
verdade, cujo nome e cujo pensamento são perfeitamente divinos e sublimes.
Ele serviu-Se de Salomão como de um instrumento; é Ele que, através da voz
de Salomão, Se dirige a nós, primeiro nos Provérbios, depois no Eclesiastes
e depois no Cântico dos Cânticos, apresentando à nossa reflexão, com ordem
e método, a forma de progredir com vista à perfeição.
Terça-feira,
dia 11 de Outubro de 2016
Terça-feira da 28.ª
semana do Tempo Comum
Irmãos: Foi para a verdadeira liberdade que Jesus Cristo nos
libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao
jugo da escravidão.
Sou eu, Paulo, que vos digo: Se vos fizerdes circuncidar, Jesus Cristo de
nada vos servirá.
De novo asseguro a todo o homem que se faz circuncidar: fica obrigado a
cumprir toda a Lei de Moisés.
Vós os que procurais a justificação por essa Lei, separastes-vos de Jesus
Cristo e perdestes a graça de Deus.
Nós, porém, é pelo Espírito Santo (que nos santifica, libertando-nos dos
desejos), em virtude da fé, que esperamos alcançar a justificação.
Porque em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão tem
qualquer valor, mas só a fé,
que actua pela caridade.
Livro de Salmos
119(118),41.43.44.45.47.48.
Desça sobre mim a vossa bondade,
salvai-me segundo a vossa promessa.
Não me tireis da boca a palavra da verdade
porque eu espero nos vossos juízos.
Quero cumprir fielmente a vossa lei,
agora e para sempre.
Andarei seguro no meu caminho
porque busquei os vossos preceitos.
Ponho as minhas delícias nos vossos mandamentos
porque muito Vos amo.
Estendo as mãos para os vossos mandamentos
e medito nos vossos decretos.
Evangelho segundo S. Lucas 11,37-41.
Naquele tempo, depois de Jesus Cristo ter falado, um fariseu
convidou-O para comer em sua casa. Jesus Cristo entrou e tomou lugar à
mesa.
O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de
comer.
Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do
prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade.
Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior?
Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Balduíno de Ford (?-c. 1190),
abade cisterciense, depois bispo
Homilia 6, sobre a Carta aos Hebreus
«Limpais o exterior. [...] Quem fez o interior não fez
também o exterior?»
O Senhor
conhece os pensamentos e as intenções do nosso coração. Ninguém duvida de
que Ele os conhece de facto a todos, mas nós só conhecemos os que Ele nos
torna manifestos pela graça do discernimento.
Porque o espírito do homem nem sempre sabe o que há nele e mesmo quando
se trata dos seus próprios pensamentos, sejam eles queridos ou não, tem
deles uma ideia que nem sempre corresponde à realidade. Nem os que se
apresentam com evidência aos olhos do espírito discerne com precisão, tão
obscurecido está o seu olhar.
Com efeito, acontece frequentemente, por uma razão humana ou procedente
do tentador, deixarmo-nos levar pelo pensamento para aquilo que é só
aparência de piedade e que, aos olhos de Deus, não merece de maneira
nenhuma a recompensa prometida à virtude. É que há coisas que podem
apresentar o aspecto de verdadeiras virtudes, como também de vícios, e
enganar os olhos do coração. Pelas suas seduções, podem perturbar a visão
da nossa inteligência ao ponto de, muitas vezes, lhe fazer tomar por um
bem realidades que realmente são más, e inversamente, levá-la a ver um
mal onde, na verdade, não existe. É um aspecto da nossa miséria e da
nossa ignorância que muito precisamos de deplorar e grandemente de temer.
[...]
Quem pode verificar se os espíritos procedem de Deus (uns procedem de
Deus, outros procedem das trevas, do mal) a não ser que tenha recebido de
Deus o discernimento dos espíritos? [...] Este discernimento é a fonte de
todas as virtudes.
Quarta-feira,
dia 12 de Outubro de 2016
Quarta-feira da
28.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Se vos
deixais conduzir pelo Espírito, não estais sujeitos à Lei de Moisés.
As obras da carne (também
das trevas) são bem conhecidas: luxúria, imoralidade, libertinagem,
idolatria, feitiçaria, inimizades, ciúmes, discórdias, ira,
rivalidades, dissensões, facciosismos,
invejas, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas, sobre as
quais vos previno, como já vos disse: os que praticam estas acções não
herdarão o reino de Deus.
Pelo contrário, os frutos do
Espírito (de Deus, do Bem, do Dia) são: caridade, alegria, paz,
paciência, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, temperança. Contra coisas como estas não há lei.
Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas
paixões e apetites.
Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito.
Livro de Salmos
1,1-2.3.4.6.
Feliz o homem que
não segue o conselho dos ímpios
nem se detém no caminho dos pecadores,
mas antes se compraz na lei do Senhor
e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas:
dá fruto a seu tempo
e sua folhagem não murcha.
Tudo quanto fizer será bem-sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios:
são como palha que o vento leva.
O Senhor vela pelo caminho dos justos,
mas o caminho dos pecadores leva à perdição.
Evangelho segundo S. Lucas 11,42-46.
Naquele tempo,
disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da
hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e o amor de Deus!
Devíeis praticar estas coisas, sem omitir aquelas.
Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e
das saudações na praça pública!
Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados (= sois mortos
caminhando; sois das trevas), sobre os quais passamos sem o saber!».
Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus Cristo:
«Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós».
Jesus Cristo respondeu: «Ai de vós também, doutores da lei, porque
impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios nem com um só
dedo tocais nesses fardos!».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século VII),
monge perto de Mossul
Sentenças 117, 118
«Ai de vós, doutores da lei, porque impondes aos homens
fardos insuportáveis»
A
sobriedade vigilante ajuda mais o homem do que as obras exteriores.
[...] Não é possível que uma pessoa domine verdadeiramente os desejos
corpóreos - a preguiça, a ira, a gula - e não adquira a mansidão.
Exercido com discernimento o
desprendimento de tudo, seguem-se a recusa do conforto corporal(? O corpo
natural é templo de Deus; damos-Lhe desconforto?) e da opinião dos outros. A pessoa que,
por amor a Deus, acolhe com alegria e diligência o mal que lhe fazem é
pura de coração (Mt 5,8); e, se não despreza ninguém, é verdadeiramente
livre. [...]
Não alimentes o ódio contra o pecador (porque estamos a guardar
em nós esse dom que é das trevas e só nos vai destruir a nós) porque
todos somos culpados. Se, por amor a Deus, tiveres contra ele motivos
de censura, lamenta-o. Porque lhe terias tu ódio? É o seu pecado que
deves odiar e rezar por ele, se quiseres ser como Jesus Cristo que,
longe de Se indignar com os pecadores, rezava por eles: «Perdoa-lhes,
Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34). [...] Que razão terias,
pois para odiar o pecador, tu que não passas de um homem? Seria por ele
não estar à altura da tua virtude? Mas onde está a tua virtude se te
falta a caridade?
Quinta-feira, dia 13 de Outubro de 2016
Quinta-feira
da 28.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Paulo,
Apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, aos cristãos que vivem
em Éfeso, fiéis em Jesus Cristo.
A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor,
estejam convosco.
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos
Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Jesus Cristo.
N’Ele (= Filho) nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença.
Ele nos predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de
sermos seus filhos adoptivos, por Jesus Cristo,
para louvor da sua glória e da graça que derramou sobre nós, por seu
amado Filho.
N’Ele, pelo seu sangue, temos a redenção e a remissão dos pecados,
segundo a riqueza da sua graça,
que Ele nos concedeu em abundância, com plena sabedoria e
inteligência.
Ele deu-nos a conhecer o mistério da sua vontade, o desígnio de
benevolência n’Ele de antemão estabelecido
para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas
em Jesus Cristo, tudo o que há nos Céus e na Terra.
Livro de
Salmos 98(97),1.2-3ab.3cd-4.5-6.
Cantai ao Senhor um
cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, Terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Cantai ao Senhor ao som da cítara,
ao som da cítara e da lira;
ao som da tuba e da trombeta,
aclamai o Senhor, nosso Rei.
Evangelho segundo S. Lucas 11,47-54.
Naquele tempo,
disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os
túmulos dos profetas, quando foram os vossos pais que os mataram.
Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais porque eles
mataram-nos e vós levantais os monumentos.
É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas
e apóstolos e eles hão-de matar uns e perseguir outros’.
Mas Deus vai pedir contas
a esta geração do sangue de todos os profetas que foi derramado desde
a criação do mundo,
desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias que pereceu entre o
altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta
geração.
Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós não entrastes e impedistes os
que queriam entrar!».
Quando Jesus Cristo saiu dali os escribas e os fariseus começaram a
persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas
coisas,
armando-Lhe ciladas para O
surpreenderem nalguma palavra da sua boca.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos
- www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Severino de Gabala (?-c.
408), bispo da Síria
Homilia sobre Caim e Abel
«Um sangue de aspersão que fala melhor de que o de Abel»
(Heb 12, 24)
Caim e
Abel pareciam honrar a Deus com culto idêntico, mas na realidade
apresentavam as suas oferendas com disposições bem diferentes: as do
mais velho pareciam ser apenas um dom, enquanto as do mais novo davam
testemunho da sua reverência e piedade. Daí nasceram os
sentimentos de inveja [...] que resultaram no assassínio de Abel (Gn
4,3s). [...]
Vejo no santo Abel a imagem de Jesus Cristo. Claro que o Salvador é o
Justo por excelência [...], mas, de entre todos os homens da Antiga
Aliança, o príncipe da justiça é Abel. [...] Aliás o próprio Salvador
posicionou Abel à cabeça da linha dos justos quando disse aos Judeus:
«Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas
que foi derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel
até ao sangue de Zacarias que pereceu entre o altar e o santuário.»
[...]
Coisa admirável: porque foi o primeiro a combater pela justiça, Abel
teve a honra de ser o primeiro a sofrer pela piedade. Ele é verdadeiramente
a prefiguração de Jesus Cristo que foi condenado à morte por causa da
verdade. O sangue de Abel anuncia o sangue de Jesus Cristo: ele clama
à terra (Gn 4,10). O sangue do Senhor também clama, mas o sangue de
Abel era suplicante, enquanto o de Jesus Cristo opera a reconciliação
com o mundo. [...] O apóstolo Paulo, lembrando um e outro, declara a
superioridade do sangue de Jesus Cristo quando escreve: «Vós porém
aproximastes-vos do monte Sião e da cidade do Deus Vivo, da Jerusalém
celeste, de míriades de anjos, da reunião festiva, da assembleia dos
primogénitos inscritos nos céus, do Juiz que é o Deus de todos, dos
espíritos dos justos que atingiram a perfeição, de Jesus Cristo, o
Mediador da Nova Aliança e de um sangue de aspersão que fala melhor do
que o de Abel» (Heb 12,22-24). [...] Sim, este sangue fala, suplica
pelos pecadores, intercede pelo mundo. O sangue de Jesus Cristo
purifica realmente o mundo; o sangue de Jesus Cristo é a redenção dos
homens.
Sexta-feira, dia 14 de Outubro de 2016
Sexta-feira
da 28.ª semana do Tempo Comum
Irmãos: Em Jesus
Cristo fomos constituídos herdeiros, por termos sido predestinados,
segundo os desígnios d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão
da sua vontade,
para sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo
esperámos em Jesus Cristo.
Foi n’Ele que vós também, depois de ouvirdes a palavra da verdade,
o Evangelho da vossa salvação, abraçastes a fé e fostes marcados
pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo prometido
é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que Deus
adquiriu para louvor da sua glória.
Livro de
Salmos 33(32),1-2.4-5.12-13.
Justos, aclamai
o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a Terra está cheia da bondade do Senhor.
Feliz a nação que tem o Senhor por seu Deus,
o povo que Ele escolheu para sua herança.
Do Céu o Senhor contempla
e observa todos os homens.
Evangelho segundo S. Lucas 12,1-7.
Naquele tempo,
a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos
outros. E Jesus Cristo começou a dizer, em primeiro lugar para os
seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a
hipocrisia.
Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se nem há nada
oculto que não venha a conhecer-se.
Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do
dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores,
será proclamado sobre os telhados.
Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e
depois nada mais podem fazer.
Vou mostrar-vos a quem deveis temer: Temei Aquele que, depois de
matar, tem poder para lançar na Geena (= no calor infernal, na
lava). Sim, Eu vos digo, a Esse é que deveis temer.
Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum
deles é esquecido diante de Deus.
Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos
Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Isaac o Sírio (século
VII), monge perto de Mossul
Discursos Espirituais, 1.ª série, n.º 36
«Não temais. Valeis mais do que
todos os passarinhos».
É
preciso não desejar nem procurar estouvadamente sinais visíveis,
uma vez que o Senhor está sempre pronto a socorrer os seus santos.
Ele não manifesta o seu poder numa obra ou num sinal sensível sem
necessidade, para não esbater a ajuda que dele recebemos nem nos
prejudicar. É desta forma que providencia junto dos seus santos:
quer mostrar-lhes que a atenção secreta que lhes presta não os
abandona um instante, mas que, em tudo, os deixa travar o combate
segundo a medida das suas forças e esforçar-se por rezar.
Porém se alguma dificuldade os abate, quando estão doentes ou
desencorajados porque a sua natureza é fraca, então Ele próprio
faz, como é preciso e como Ele sabe, tudo o que está no seu poder
para que sejam socorridos. Confirma-os secretamente tanto quanto
pode, para que tenham força para suportar as dificuldades. Porque,
na confiança que lhes dá, frustra essas dificuldades e, pela visão
da fé, desperta-os para o louvor. [...] Contudo se for preciso que
esta ajuda secreta seja explicitada, Ele o faz, mas por necessidade.
Os seus caminhos são de grande sabedoria: prolongam-se quando é
preciso e necessário, mas nunca de qualquer maneira.
Sábado, dia 15 de Outubro de 2016
Sábado da
28.ª semana do Tempo Comum
Irmãos, tendo
ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus Cristo e da vossa
caridade para com todos os cristãos,
não cesso de agradecer por vós, lembrando-me de vós nas minhas
orações.
O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda
um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes
plenamente.
Ele ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a
esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua
herança entre os santos
e a incomensurável grandeza do seu poder para nós, os crentes.
Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Jesus Cristo
que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus,
acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de
todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no
mundo que há-de vir.
Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como
Cabeça de toda a Igreja,
que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em
todos.
Livro de
Salmos 8,2-3a.4-5.6-7.
Como é
admirável, Senhor, o vosso nome em toda a Terra!
A vossa majestade está acima dos céus.
Da boca das crianças e meninos de peito
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino,
de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,
tudo submetestes a seus pés.
Evangelho segundo S. Lucas 12,8-12.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «A todo aquele que
Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho (do homem)
o reconhecerá diante dos Anjos de Deus.
Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos
Anjos de Deus.
E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho (do homem)
será perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo
não será perdoado.
Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às
autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem
com o que haveis de dizer em vossa defesa.
O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de
dizer».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Carta da Igreja de Esmirna
sobre o martírio de São Policarpo (69-155), bispo
(cf. SC 10)
«Quem Me tiver negado diante dos
homens será negado diante dos Anjos de Deus»
O
mais admirável dos mártires foi o bispo Policarpo. Primeiro, quando soube de tudo o que
se passara, não se perturbou, pelo contrário, quis permanecer na
cidade. Perante a insistência da maioria, acabou por se afastar.
Retirou-se para uma pequena propriedade situada perto do centro e
aí permaneceu com alguns companheiros. Noite e dia, nada mais
fazia do que rezar por todos os homens e pelas Igrejas do mundo
inteiro, como era seu costume. [...]
Os guardas, a pé e a cavalo, puseram-se a caminho, armados como
se fossem no encalço de um bandido. Noite dentro, chegaram à casa
onde se encontrava Policarpo. Este estava deitado num quarto do
andar de cima; daí ainda poderia ter ido para outra propriedade.
Não quis fazê-lo. Limitou-se a dizer: «Seja feita a vontade de
Deus». Ouvindo as vozes dos guardas, desceu e pôs-se a conversar
com eles. A sua idade avançada e a sua calma encheram-nos de
admiração: não percebiam porque se tinham dado a tantos trabalhos
para prender tal ancião. Apesar da hora tardia, Policarpo foi
solícito em servir-lhes de comer e de beber, tanto quanto
desejaram. Pediu-lhes apenas que lhe concedessem uma hora para
orar livremente. Eles consentiram. Era um homem cheio da graça de
Deus e pôs-se a rezar de pé. Sem conseguir parar, assim continuou
a rezar em voz alta durante duas horas. Os que o ouviam estavam
estupefactos e muitos arrependiam-se de terem marchado contra um
ancião tão santo.
Quando terminou a oração, na qual fizera memória de todos aqueles
que tinha conhecido do decurso da sua longa vida – grandes e
pequenos, pessoas ilustres ou obscuras – e de toda a Igreja
difundida pelo mundo inteiro, chegou a hora da partida.
Fizeram-no montar um asno e conduziram-no para o centro de Esmirna.
Era o grande dia de sábado.©
http://goo.gl/RSVXh5 portal da Confraria Bolos
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