Domingo, dia 22 de Novembro de 2015
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - Solenidade - Ano B
Contemplava eu as visões da noite (acontecem
quando o corpo natural está adormecido e o corpo celeste sai dele e viaja) quando,
sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem.
Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos, nações e
línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais e o seu reino
jamais será destruído.
Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei,
revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa por todo o sempre.
Livro do Apocalipse 1,5-8.
Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o
Primogénito dos mortos (eu diria ‘dos Vivos’, só esses estão com Ele e são
esses que Ele veio, vem e virá buscar), o Príncipe dos reis da Terra. Àquele
que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado
e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o
poder pelos séculos dos séculos. Ámen.
Ei-l’O que vem entre as nuvens e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O
trespassaram e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da terra.
Sim. Ámen.
«Eu sou o Alfa e o Omega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que
há-de vir, o Senhor do Universo».
Evangelho segundo S. João 18,33b-37.
Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus
Cristo: «Tu és o rei dos Judeus?».
Jesus Cristo respondeu-lhe: «É por ti que o dizes ou foram outros que to
disseram de Mim?».
Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes
é que Te entregaram a mim. Que fizeste?».
Jesus Cristo respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse
deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos
judeus. Mas o meu reino não é daqui» (o Reino do Filho, Jesus Cristo, fica no
Universo do Bem e é o mundo da humanidade, dos seres humanos, homens e
mulheres, celestes.)
Disse-Lhe Pilatos: «Então Tu és rei?». Jesus Cristo respondeu-lhe: «É como
dizes: sou Rei. Para isso nasci e
vim ao mundo a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade
escuta a minha voz».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja
Homilias sobre S. João
«O meu Reino não é deste mundo»
Escutai todos, judeus e gentios [...]; escutai, todos os reinos
da Terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, «o meu Reino não é
deste mundo» (Jo 18,36). Não temais, pois com esse medo insensato que dominou
Herodes quando lhe anunciaram o meu nascimento. [...] Não, diz o
Salvador, «o meu Reino não é deste mundo». Vinde todos a um Reino que não é
deste mundo; vinde a ele pela fé; que o medo não vos torne cruéis. É verdade
que, numa profecia, o Filho de Deus diz, falando do Pai: «Por Ele, fui eleito
rei sobre Sião, sobre a montanha sagrada» (Sl 2,6). Mas essa Sião e essa
montanha não são deste mundo.(são os verdadeiros a partir dos quais surgem os
naturais)
Com efeito, o que é o seu Reino? São os que acreditam nele, aqueles a quem
Ele diz: Não sois do mundo tal como Eu não sou do mundo (Jo 17,16). E,
contudo Ele quer que estejam no mundo e diz ao Pai: «Não te peço que os
retires do mundo, mas que os guardes do mal» (Jo 17,15). É que Ele não disse:
«O meu Reino não está neste mundo», mas sim «não é deste mundo; se fosse
deste mundo, os meus servos viriam combater para que eu não fosse entregue.»
Na verdade, o seu Reino está cá na Terra até ao fim do mundo; até à colheita,
o joio está misturado com o trigo (Mt 13,24s). [...] O seu Reino não é deste
mundo porque Ele é como um viajante neste mundo. Àqueles sobre quem reina,
diz: « Não sois do mundo, pois escolhi-vos do meio do mundo» (Jo 15,19). Eles
eram, portanto deste mundo quando ainda não eram do seu Reino e pertenciam ao
príncipe deste mundo (do mal/trevas/egoísmo). [...] Todos os que são gerados
da raça de Adão pecador pertencem a este mundo; todos os que foram
regenerados em Jesus Cristo pertencem ao seu Reino e já não são deste mundo.
«Deus arrancou-nos efectivamente do poder das trevas e transportou-nos para o
Reino de seu Filho muito amado» (Col 1,13).
Segunda-feira, dia
23 de Novembro de 2015
Santa Brígida, co-padroeira da Europa
Irmãos: Por meio da Lei, morri para a
Lei a fim de viver para Deus. Com Jesus Cristo estou crucificado.
Já não sou eu que vivo, é Jesus Cristo que vive em mim. Se ainda vivo
dependente de uma natureza carnal, vivo animado pela fé no Filho de Deus
que me amou e Se entregou por mim.
Livro de Salmos
34(33),2-11.
A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
Adorai o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O adoram.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma.
Evangelho segundo S. João 15,1-8.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos
seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele
que dá fruto para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos por causa da Palavra que vos
anunciei.
Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto
por si mesmo se não permanecer na videira assim também vós, se não
permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se
alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto porque sem Mim
nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim, será
lançado fora como o ramo e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos
ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus
discípulos».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta Apostólica «Spes aedificandi» §§ 10-11, 01/10/99 (trad. ©
Libreria Editrice Vaticana)
Santa Brígida da Suécia, co-padroeira da Europa
Para edificar a nova Europa sobre bases sólidas, não é decerto
suficiente apelar apenas aos interesses económicos que se em certas
ocasiões unem, noutras, em contrapartida, dividem; antes, é necessário
incidir sobre os valores autênticos que têm o seu fundamento na lei moral
universal, inscrita no coração de cada homem. Uma Europa que confundisse o
valor da tolerância e do respeito universal com o indiferentismo ético e o
cepticismo acerca dos valores irrenunciáveis abrir-se-ia às mais arriscadas
aventuras e, mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas formas os
espectros mais tremendos da sua história.
Para evitar esta ameaça, torna-se mais uma vez vital o papel do
cristianismo que está a indicar de forma infatigável o horizonte ideal. À
luz dos inúmeros pontos de encontro com as outras religiões que o Concílio
Vaticano II prospectou (cf. Decreto «Nostra aetate») é necessário ressaltar
com vigor que a abertura ao
Transcendente é uma dimensão vital para a existência. É essencial,
portanto um renovado compromisso de testemunho por parte de todos os
cristãos presentes nas várias nações do continente. A eles cabe alimentar a
esperança da plena salvação com o anúncio do Evangelho que lhes compete,
isto é, da «Boa Nova» com a qual Deus Se encontrou connosco e em seu Filho
Jesus Cristo nos ofereceu a redenção e a plenitude da vida divina. Graças
ao Espírito que nos foi dado, podemos elevar a Deus o nosso olhar e
invocá-lo com o doce nome de «Abba», Pai (cf Rom 8,15; Gal 4,6).
Ao favorecer uma renovada devoção, quis, com este anúncio de esperança,
valorizar em perspectiva «europeia» estas três grandes figuras de mulher
que em várias épocas deram tão significativa contribuição para o
crescimento, não só da Igreja, mas da mesma sociedade.
Terça-feira, dia 24 de
Novembro de 2015
Terça-feira da 34 semana do Tempo Comum
Naqueles dias,
Daniel disse ao rei Nabucodonosor: «Tu, ó rei, tiveste esta visão:
apareceu uma grande estátua, uma estátua gigantesca e de extraordinário
esplendor: erguia-se diante de ti e o seu aspecto era terrível.
A cabeça da estátua era de ouro fino, o peito e os braços eram de prata,
o ventre e as coxas eram de bronze,
as pernas eram de ferro e os pés eram em parte de ferro e em parte de
barro.
Estavas a olhar para ela quando uma pedra se deslocou sem intervenção de
mão alguma e foi bater nos pés da estátua, que eram de ferro e de barro,
e reduziu-os a pó.
Então pulverizaram-se ao mesmo tempo o ferro, o barro, o bronze, a prata
e o ouro e ficaram como a moinha das eiras no verão: levou-os o vento e
não ficou rasto deles. A pedra que tinha batido na estátua tornou-se uma
grande montanha e encheu toda a terra.
Foi esse o sonho e daremos a sua interpretação diante do rei:
Tu, ó rei, és o rei dos reis, a quem o Deus do Céu deu a realeza, o
poder, a força e a glória.
Ele entregou-te nas mãos os filhos dos homens, os animais dos campos e as
aves do céu onde quer que eles habitem e fez-te senhor de todos eles. És
tu a cabeça de ouro.
Depois de ti surgirá outro reino, inferior ao teu; a seguir, um terceiro
reino, um reino de bronze, que dominará toda a terra.
E haverá um quarto reino, duro como o ferro. Assim como o ferro tudo
esmaga e despedaça, esse reino esmagará e despedaçará todos os outros.
Os pés e os dedos que viste, em parte de barro de oleiro e em parte de
ferro, significam um reino dividido. Terá a solidez do ferro e por isso
viste o ferro misturado com o barro mole.
Mas se os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro é
porque o reino será em parte forte e em parte frágil.
Viste o ferro misturado com a argila: assim também as duas partes se
hão-de ligar por geração humana; mas não se hão-de unir solidamente como
o ferro não pode misturar-se com o barro.
No tempo desses reis, o Deus do Céu fará surgir um reino que jamais será
destruído e cuja soberania nunca passará a outro povo. Esmagará e
reduzirá a nada todos esses reinos, mas ele permanecerá para sempre.
É o que significa a pedra que viste desprender-se da montanha sem
intervenção de mão alguma e pulverizar o ferro, o bronze, o barro, a
prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que vai acontecer em
seguida. O sonho é verdadeiro e fidedigna a sua explicação».
Livro de Daniel 3,57.58.59.60.61.
Obras do Senhor,
bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Anjos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Águas que estais sobre os céus, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Poderes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo,
comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas
ofertas. Jesus Cristo disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre
pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de
que está para acontecer?».
Jesus Cristo respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois
muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’ e ainda: ‘O tempo está
próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso
que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».(o fim
daquele mundo, da escravatura. Depois houve o fim da Idade Média; o fim
do Renascimento… e estamos a viver o fim do mundo que temos conhecido. Outro
virá certamente melhor, com mais
liberdade na responsabilidade para homens e mulheres e o ambiente que
os rodeia. Já não é um que assume por todos; todos são corresponsáveis. Sempre
foi assim! No tempo de Noé também houve o fim do mundo que ele conhecia e
depois do dilúvio foi surgindo um novo mundo)
Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias.
Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Sobre Isaias, III, 1 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la
Bible, t. 6, p. 76)
«Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e
levantai as vossas cabeças, porque a vossa libertação está próxima» (Lc
21, 28
«Reduzistes a cidade a um montão de
pedras; a cidadela dos orgulhosos está aniquilada, jamais será
reedificada. Por isso um povo forte vos glorifica» (Is 25,2-3). Pertence
ao desígnio constante de Deus omnipotente e aos seus conselhos
irrepreensíveis reduzir as «cidadelas» a «montões de pedra», abalá-las
desde os fundamentos sem esperança de voltarem a erguer-se. «Jamais será
reedificada», diz o texto. Estas cidades destruídas não são, a nosso ver,
aquelas que são perceptíveis pelos sentidos, nem são os homens que nelas
vivem. Parece-nos que se trata antes das potências más e hostis e
sobretudo de Satanás, aqui chamado cidade e «cidadela». [...]
Quando o Emanuel apareceu e brilhou neste mundo, o exército ímpio das
potências adversas foi derrubado, Satanás foi abalado nos seus
fundamentos e caiu, enfraquecido para sempre, sem esperança de voltar a
erguer-se, de levantar de novo a cabeça.
Por isso, o povo pobre e a cidade dos homens oprimidos bendirá o Senhor.
Israel foi chamado ao conhecimento de Deus pela pedagogia da Lei, foi
cumulado de todos os bens por Deus. Sim, Israel foi salvo e obteve em
herança a terra da promessa. Mas a multidão das nações que estão sob o
céu estava privada destes bens espirituais. [...] Quando Jesus Cristo
apareceu em pessoa e, destruindo a tirania do demónio, as conduziu a seu
Deus e seu Pai, foram enriquecidas com a luz da verdade pela participação
na glória divina, pela grandeza da vida do Evangelho. É por isso que
cantam hinos de acções de graças a Deus Pai: «Vós realizastes os vossos
maravilhosos desígnios» (v.1), tudo recapitulando em Jesus Cristo. Vós
iluminastes aqueles que se encontravam nas trevas (cf Lc 1,79),
derrubando as potências que dominam o mundo (cf Ef 6,12) como se derrubam
cidadelas. «Por isso um povo forte vos glorifica».
Quarta-feira,
dia 25 de Novembro de 2015
Quarta-feira da 34ª semana do Tempo Comum
Naqueles dias, o
rei Baltasar ofereceu um grande banquete a um milhar dos seus
dignitários, na presença dos quais bebeu vinho.
Sob a acção do vinho, Baltasar mandou buscar os vasos de ouro e de
prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha tirado do templo de Jerusalém
para beberem por eles o rei, os seus dignitários, as suas esposas e as
suas concubinas.
Trouxeram então os vasos de ouro que tinham sido tirados do templo de
Deus, em Jerusalém, e beberam por eles o rei, os seus dignitários, as
suas esposas e as suas concubinas.
Beberam vinho e entoavam louvores às suas divindades de ouro e de
prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra.
De repente, apareceram dedos de mão humana que escreveram em frente do
candelabro, na cal da parede do palácio real. Ao ver essa mão que
escrevia,
o rei mudou de cor e os seus pensamentos perturbaram-no; cederam as
articulações dos seus quadris e os joelhos batiam um contra o outro.
Daniel foi introduzido à presença do rei e o rei dirigiu-lhe estas
palavras: «És tu Daniel, um dos exilados de Judá, que o rei meu pai
trouxe de Judá para aqui?
Ouvi dizer que está em ti o espírito
divino e que tens uma luz,
uma inteligência e uma sabedoria superiores.
Ouvi dizer também que podes interpretar e decifrar os enigmas. Se
conseguires ler esta escrita e dar-me a sua interpretação, vestir-te-ás
de púrpura, trarás ao pescoço o colar de ouro e serás o terceiro no
governo do reino».
Então Daniel tomou a palavra e disse ao rei: «Podes ficar com os teus
dons e dar a outros as tuas prendas. Contudo vou ler ao rei essa
escrita e dar a sua interpretação.
Foi contra o Senhor do Céu que te ergueste, ao mandares buscar os vasos
do seu templo, pelos quais bebeste vinho, com os teus dignitários, as
tuas esposas e as tuas concubinas. E entoaste louvores às divindades de
ouro e de prata, de bronze e de ferro, de madeira e de pedra que não
ouvem, não vêem nem entendem, mas não glorificaste o Deus que domina a
tua respiração e dirige os teus caminhos.
Por isso Ele enviou aquela mão que escreveu essas palavras.
Eis a escrita que foi traçada: ‘Mené, Téquel, Parsin’:
e esta é a sua interpretação: ‘Mené’, quer dizer, ‘Contado’: Deus
contou o tempo do teu reinado e pôs-lhe termo;
‘Téquel’, quer dizer, ‘Pesado’: foste pesado na balança e achado sem
peso;
‘Parsin’, quer dizer, ‘Dividido’: o teu reino foi dividido e dado aos
medos e aos persas».
Livro de Daniel 3,62.63.64.65.66.67.
Sol e lua,
bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Estrelas do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Chuvas e orvalhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Todos os ventos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Fogo e calor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frio e geada, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de
perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos
à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa
defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários
poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos.
Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança vos salvareis».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Grande Catequese, 29-30
«Todos vos odiarão»
Se a dádiva que Deus deu ao mundo
ao enviar-lhe o Seu Filho é tão boa, tão digna de Deus; porque adiou
Ele tanto este benefício? Dado que o mal no mundo estava ainda no seu
início, porque não cortou Deus pela raiz o seu desenvolvimento
posterior? A esta objecção, há que responder brevemente que foi a
sabedoria, a previdência e a bondade de Deus que O fez adiar este
benefício. Com efeito, tal como no caso das doenças físicas, [...] em
que os médicos esperam que a doença, inicialmente escondida no interior
do corpo, se manifeste no exterior, de modo a aplicarem o tratamento
necessário quando ela está a descoberto assim também quando a doença do
pecado se abateu sobre a raça humana, o Médico do universo esperou até
que nenhuma forma de perversidade permanecesse dissimulada.
Eis a razão por que Deus não aplicou o seu tratamento ao mundo
imediatamente após o ciúme de Caim e o assassínio de Abel, seu irmão.
[...] Foi quando o vício atingiu o seu auge e não restava mais nenhuma
perversidade que os homens não tivessem ousado, que Deus começou a
tratar a doença. Não no seu início, mas no seu desenvolvimento pleno.
Deste modo, o tratamento divino pôde abarcar todas as enfermidades
humanas. [...]
Mas então por que razão a graça do Evangelho não se difundiu de
imediato a todos os homens? É verdade que a graça do Evangelho abarca todos sem distinção de condição,
idade ou raça. [...] Mas Aquele que tem a livre disposição de todas
as coisas nas suas mãos levou até ao extremo o respeito pelo homem,
permitindo que cada um de nós dispusesse de um domínio do qual é o
único dono e senhor: a vontade,
a faculdade que ignora a escravatura que se mantém livre, fundada na autonomia da razão. A fé está, portanto à livre
disposição daqueles que recebem o anúncio do Evangelho.
Quinta-feira, dia 26 de Novembro de 2015
Quinta-feira da 34ª semana do Tempo
Comum
Naqueles dias,
certos homens acorreram alvoroçados e encontraram Daniel a orar e a
invocar o seu Deus.
Foram então à presença do rei e falaram-lhe assim a propósito da
interdição real: «Não assinaste, ó rei, um interdito, segundo o qual
todo aquele que, no prazo de trinta dias, fizesse oração a qualquer
deus ou homem, excepto a ti, seria lançado na cova dos leões?». O rei
tomou a palavra e respondeu: «Isso está decidido, segundo a lei dos
medos e dos persas, que é irrevogável».
Então eles, tomando a palavra, disseram ao rei: «Daniel, um dos
exilados de Judá, não te respeitou, ó rei, nem ao interdito que assinaste:
ele faz três vezes por dia a sua oração».
Ao ouvir estas palavras, o rei ficou muito pesaroso. Decidiu em seu
coração salvar Daniel e até ao pôr do sol esforçou-se por livrá-lo.
Mas aqueles homens reuniram-se em tumulto junto do rei e disseram-lhe:
«Bem sabes, ó rei, que, segundo a lei dos medos e dos persas, nenhum
interdito ou decreto promulgado pelo rei pode ser revogado».
Então o rei ordenou que trouxessem Daniel e o lançassem na cova dos
leões. O rei dirigiu-se a Daniel e disse-lhe: «O teu Deus, a quem
serves com tanta firmeza, te salvará».
Trouxeram uma pedra e colocaram-na à entrada da cova. O rei selou-a
com o seu anel e com o anel dos seus dignitários para que não se
revogasse a sentença dada contra Daniel.
A seguir, voltou para o seu palácio e passou a noite em jejum; não
admitiu as mulheres à sua presença e não pôde conciliar o sono.
Então o rei levantou-se de madrugada, ao romper do dia, e dirigiu-se
ansiosamente à cova dos leões.
Aproximando-se da cova, gritou por Daniel com voz angustiada,
falando-lhe desta maneira: «Daniel, servo do Deus vivo, o teu Deus, a
quem serves com tanta firmeza, pôde livrar-te dos leões?».
Daniel respondeu ao rei: «Viva o rei para sempre!
O meu Deus enviou o seu Anjo para fechar a boca dos leões e eles não
me fizeram mal porque diante d’Ele fui considerado inocente e diante
de ti, ó rei, também não fiz nenhum mal».
Então o rei ficou muito contente e ordenou que tirassem Daniel da
cova. Quando o retiraram da cova, não lhe encontraram qualquer
beliscadura porque ele tinha confiado no seu Deus.
O rei ordenou que trouxessem os homens que tinham denunciado Daniel e
que os lançassem na cova dos leões com seus filhos e mulheres. Ainda
não tinham chegado ao fundo da cova quando os leões se apoderaram
deles e lhes trituraram todos os ossos.
Então o rei Dario enviou esta carta a todos os povos, nações e
línguas que habitavam sobre a Terra: «Paz e prosperidade!
Este é o decreto que promulgo: Em toda a extensão do meu reino, deve
ser respeitado e temido o Deus de Daniel. Ele é o Deus vivo, que
permanece para sempre; o seu reino jamais será destruído e o seu
domínio não terá fim.
Ele salva e liberta, faz sinais e prodígios nos céus e na Terra. Ele
salvou Daniel da garra dos leões».
Livro de Daniel 3,68.69.70.71.72.73.74.
Orvalhos e
gelos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Frios e aragens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Gelos e neves, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Noites e dias, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Luz e trevas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Relâmpagos e nuvens, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Bendiga a Terra o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 21,20-28.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém
cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que
estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos
campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que
está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar
nesses dias porque haverá grande angústia na terra e indignação
contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações e
Jerusalém será calcada pelos pagãos até que aos pagãos chegue a sua hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia
entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao
universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem com grande poder e
glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a
cabeça porque a vossa
libertação está próxima.(porque todos estão em julgamento: uns
serão destruídos; outros salvar-se-ão)
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
2.º sermão para a Ascensão
O Filho do homem virá buscar-nos
consigo
«Esse Jesus que, ao separar-Se de
vós, Se elevou nos céus voltará um dia da mesma forma como O vistes
subir» (Act 1,11). Virá, dizem aqueles anjos, da mesma forma. Virá
então para nos buscar num cortejo único e universal, descerá
precedido de todos os anjos e seguido de todos os homens para julgar os vivos e os mortos?
Sim, é bem certo que Ele virá, mas virá da mesma forma como subiu aos
céus e não da forma como desceu da primeira vez. Na verdade, quando
Ele veio para salvar as nossas almas, foi na humildade; mas, quando
vier para arrancar este cadáver ao sono da morte, para «o tornar
semelhante ao seu corpo glorioso» (Fil 3,21) e encher de honra este
vaso que hoje é tão frágil, mostrar-Se-á em todo o seu esplendor.
Então veremos em todo o seu poder e majestade aquele que outrora
estava escondido sob a fraqueza da nossa carne. [...]
E, contudo Ele achou um meio de crescer: descendo, vindo incarnar,
sofrer e morrer para nos arrancar à morte eterna. «Foi por isso que
Deus O exaltou» (Fil 2,9). Deus ressuscitou-O e Ele está sentado à
direita do Pai. «Quem se exalta será humilhado; quem se humilha será
exaltado» (Lc 14,11).
Feliz, Senhor Jesus Cristo, aquele que só Te tem a Ti por guia!
Possamos nós seguir-Te, nós que somos «o teu povo e as ovelhas do teu
pasto» (Sl 78,13), possamos nós ir por Ti para Ti porque Tu és «o
caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6). O caminho pelo exemplo, a
verdade pelas tuas promessas, a Vida porque és Tu a nossa recompensa.
«Tu tens palavras de vida eterna e nós sabemos e acreditamos que Tu
és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Jo 6,69; Mt 16,16) bendito para
sempre!
Sexta-feira, dia 27 de Novembro de 2015
Sexta-feira
da 34ª semana do Tempo Comum
Contemplava
eu as visões da noite, quando vi os quatro ventos do céu que
agitavam o grande mar
e do mar subiam quatro animais monstruosos, cada um diferente dos
outros.
O primeiro era semelhante a um leão
com asas de águia. Eu estava a olhar, quando as asas lhe foram
arrancadas; ele ergueu-se da terra e ficou de pé como um homem e
foi-lhe dado um coração humano.
Depois apareceu um segundo animal semelhante ao urso, erguido sobre um
lado, com três costelas na boca, entre os dentes. E disseram-lhe:
«Levanta-te e come carne com abundância».
Eu estava a olhar quando apareceu outro animal, semelhante ao leopardo que tinha quatro
asas de pássaro nas costas; tinha também quatro cabeças e foi-lhe
dado um poder soberano.
A seguir, contemplava eu as visões da noite, quando apareceu um
quarto animal, terrível, pavoroso e extremamente forte; tinha
enormes dentes de ferro, com os quais comia, triturava e calcava
aos pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que o
tinham precedido e tinha dez chifres (rinoceronte?).
Enquanto eu observava esses chifres, surgiu no meio deles outro
chifre mais pequeno e três dos primeiros foram arrancados para lhe
dar lugar. Nesse chifre havia olhos semelhantes aos do homem e uma
boca que dizia palavras arrogantes.
Estava eu a olhar, quando foram colocados tronos e um Ancião sentou-se (Deus e o
Pai). Tinha vestes brancas como a neve e os cabelos eram como a lã
pura. O seu trono eram chamas de fogo, com rodas de lume vivo.
Um rio de fogo corria, irrompendo diante dele. Milhares de milhares
o serviam e miríades de miríades o assistiam. O tribunal abriu a
sessão e os livros foram abertos.
Eu estava a olhar, por causa das palavras arrogantes que o chifre
dizia, quando vi que o animal foi morto e o seu corpo destruído e
lançado às chamas ardentes.
Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o poder, mas a vida
foi-lhes prolongada até certo tempo e determinada data.
Contemplava eu as visões da noite quando, sobre as nuvens do céu,
veio alguém semelhante a um Filho
do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua
presença.
Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza e todos os povos,
nações e línguas O serviram. O
seu poder é eterno, não passará jamais e o seu reino jamais será
destruído.
Livro de Daniel 3,75.76.77.78.79.80.81.
Montes e
colinas, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Plantas que germinam na terra, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Mares e rios, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Fontes, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Monstros e animais marinhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Aves do céu, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Animais e rebanhos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos a seguinte parábola:
«Olhai a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está
próximo o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo
aconteça.
Passará o céu e a Terra, mas as minhas palavras não passarão».
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Primeira homilia sobre o salmo 38 (39) (a partir da trad. de SC
411, p. 355)
«O Verão
está próximo»
«Senhor, dá-me a conhecer o meu
fim e o número dos meus dias para que veja como sou efémero» (Sl
38,5]. Se me permitisses conhecer o meu fim, diz o salmista, e se
me desses a conhecer o número dos meus dias, poderia só por isso
perceber o que me falta.
Ou talvez ele queira indicar com estas palavras que todo o trabalho
tem um fim. Por exemplo, o objectivo de um empreendimento de
construção é fazer uma casa; a finalidade de um estaleiro naval é
construir um barco capaz de triunfar sobre as vagas do mar e de suportar
as investidas dos ventos e o objectivo de cada profissão é algo
semelhante para cuja realização a própria profissão foi criada. Por
isso, talvez haja também um certo objectivo na nossa vida e na
existência do mundo para o qual se faz tudo o que se faz na nossa
vida ou para o qual o próprio mundo foi criado ou subsiste. Também
o Apóstolo Paulo recorda desse objectivo quando diz: «Depois será o
fim: quando Ele entregar o reino a Deus Pai» (1Cor 15,24) É, pois
necessário que nos apressemos para essa meta, uma vez que o valor
da obra é a razão pela qual fomos criados por Deus.
Assim como o nosso organismo corporal é pequeno e reduzido no
momento em que nascemos e, no entanto se desenvolve e tende para o
limite do seu tamanho, crescendo em idade assim como também a nossa
alma [...] recebe primeiramente uma linguagem balbuciante que
seguidamente se vai tornando mais clara para chegar finalmente a
uma forma de se exprimir perfeita e correcta assim também toda a
nossa vida começa no presente, decerto balbuciante, entre os homens
deste mundo e se conclui e chega ao seu auge nos céus, perto de
Deus.
Por este motivo, o profeta deseja conhecer o fim para que foi
criado porque, olhando para o objectivo, examinando os seus dias e
considerando a sua perfeição, vê o que lhe falta em relação a essa
meta para a qual tende. [...] É como se aqueles que saíram do
Egipto tivessem dito: «Senhor, dá-me a conhecer o meu fim» que é
uma terra boa e uma terra santa «e o número dos meus dias» que
percorro «para que veja como sou efémero», quanto ainda me falta
caminhar para chegar à terra santa que me foi prometida.
Sábado, dia 28 de Novembro de 2015
Sábado da
34a semana do Tempo Comum
Eu, Daniel,
fiquei com o espírito perturbado por causa do que acontecera e as
visões que me passaram pela mente encheram-me de pavor.
Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me dissesse o que
significava tudo aquilo. Ele dirigiu-me a palavra para me
explicar:
«Aqueles grandes animais, em número de quatro, são quatro reis
que se levantarão da terra.
Os que irão receber o reino são os santos do Altíssimo; possuirão
o reino para sempre e por toda a eternidade».
Depois também quis saber o que significava o quarto animal que
era diferente de todos os outros, extremamente terrível, com
dentes de ferro e garras de bronze, que comia e triturava tudo e
calcava aos pés o que sobrava.
Quis ainda saber o que significavam os dez chifres da sua cabeça
e o outro chifre que surgiu e fez cair três dos primeiros, que
tinha olhos e uma boca que dizia palavras arrogantes e parecia
mais importante que os outros.
Enquanto olhava, vi esse chifre a fazer guerra aos santos e a
levá-los de vencida
até que veio o Ancião e fez
justiça aos santos do Altíssimo porque chegou a hora de os
santos tomarem posse do reino.
Ele então explicou-me: «O quarto animal significa um quarto reino
que surgirá sobre a Terra diferente de todos os outros, que virá
devorar, calcar aos pés e triturar a Terra inteira.
Os dez chifres significam dez reis que surgirão desse reino.
Outro chifre se levantará depois deles: será diferente dos
anteriores e abaterá três reis.
Blasfemará contra o Altíssimo e perseguirá os seus santos.
Tentará mudar as datas das festas e a Lei e os santos serão
entregues nas suas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um
tempo.
Depois o tribunal divino
abrirá a sessão e retirará o poder a esse rei para lho destruir e
arruinar definitivamente.
A realeza e o poder e a grandeza dos reinos que existem debaixo
dos céus serão entregues ao povo dos santos do Altíssimo. O seu
reino é um reino eterno
e todos os potentados O servirão Lhe prestarão obediência».
Livro de Daniel 3,82.83.84.85.86.87.
Homens,
bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Bendiga Israel o Senhor,
louve-O e exalte-O para sempre.
Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Servos do Senhor, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Espíritos e almas dos justos, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Santos e humildes de coração, bendizei o Senhor,
louvai-O e exaltai-O para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele
tempo, disse Jesus Cristo aos seus discípulos: «Tende cuidado
convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados com
a intemperança, a embriaguez e as preocupações
da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma
armadilha;
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face
da Terra.
Portanto vigiai e orai em todo o tempo para
que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho
do homem».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do
Oratório em Inglaterra
Sermão «Watching», PPS vol. 4, n.° 22
«Vigiai e
orai em todo o tempo»
«Vigiai!»,
diz-nos Jesus Cristo com insistência. [...] Não devemos apenas
crer, mas vigiar; não simplesmente amar, mas vigiar; não apenas
obedecer, mas vigiar. Vigiar em função de quê? Deste supremo
acontecimento: a vinda de Jesus Cristo. [...] Parece haver aqui
um chamamento especial, um dever que de outro modo nunca nos
ocorreria.
Temos uma ideia geral do que significa crer, amar e obedecer. Mas
que significa vigiar? [...] Vigia à espera de Jesus Cristo,
aquele que mantém o espírito sensível e aberto, que permanece
animado, desperto, cheio de zelo para O procurar e O honrar, que
deseja encontrar a Jesus Cristo em tudo o que acontece [...] e
que vigia com Jesus Cristo (Mt 26,38); aquele que, embora olhando
para o futuro, também olha para o passado, contemplando o que o
seu Salvador lhe conquistou e não esquecendo o que Jesus Cristo
sofreu por ele. Vigia com Jesus Cristo aquele que recorda e
renova na sua própria pessoa a cruz e a agonia de Jesus Cristo e
que veste com alegria a túnica que Jesus Cristo usou até à cruz e
que deixou após a sua Ascensão.
Muitas vezes, nas epístolas, o autor inspirado exprime o seu
desejo da segunda vinda, mas sem esquecer a primeira: a
crucifixão e a ressurreição. [...] Assim São Paulo convida os
coríntios a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo (1Cor 1,7-8),
mas não deixa de lhes dizer que tragam sempre no seu corpo a
morte do Senhor «para que a vida de Cristo Jesus se manifeste em
nós» (2Cor 4,10). [...] O pensamento do que Jesus Cristo é hoje
não deve apagar a lembrança do que Ele foi para nós. [...] Assim
na sagrada comunhão assistimos ao mesmo tempo à morte e à
ressurreição de Jesus Cristo; lembrando-nos de uma e rejubilando
com a outra, oferecemo-nos a nós próprios e recebemos uma bênção.
Vigiar é então viver desligado do presente, é viver no invisível,
é viver no pensamento de Jesus Cristo tal como Ele veio a
primeira vez e como virá no final dos tempos; é desejar a sua
segunda vinda a partir da nossa lembrança que ama e se sente
reconhecida pela primeira.©
Caros amigos
Neste início de Advento, toda a equipa
de Evangelho Quotidiano vos deseja um santo e feliz ano
litúrgico. Que este novo ano nos dê a todos ocasião de melhor
descobrir os tesouros do Evangelho e da fé católica, a fim de
vivermos em Jesus Cristo de maneira cada vez mais perfeita.
Façamos nosso o voto de S. Paulo: «Que
o Senhor vos dê, para vós próprios e na vossa relação com todos
os homens, um amor cada vez mais intenso e transbordante como o
que temos por cada um de vós. E que, assim Ele vos estabeleça
firmemente numa santidade sem mancha diante de Deus nosso Pai.»
(1 Tes 3, 12-13)
Toda a
liturgia do Advento é um imenso apelo à vinda do Salvador. Para
se preparar para a grande chegada de Jesus Cristo, no dia de
Natal, a Igreja Católica quis fazer preceder esta grande festa de
um tempo destinado à oração e à penitência, simbolizado, entre
outras coisas, pelos paramentos roxos. Este espírito de
penitência é hoje um pouco esquecido, mesmo se os mosteiros o
vivem desde sempre. À fome espiritual de Deus corresponde a
prática do jejum que serve para melhor nos prepararmos para a
oração. Na verdade, o nosso corpo, ao experimentar a sensação de
fome, mostra-nos quanto a nossa alma deve aspirar a Jesus Cristo,
nosso alimento espiritual. Foi por isso que a Igreja Católica
instituiu o jejum do Advento para nos dispor a celebrar
santamente a festa do Natal. O jejum deste tempo litúrgico, unido
à oração mais intensa, suporta a vigília, a espera do Verbo incarnado.
Toda a oração
e todo o esforço são proporcionais às capacidades de cada um e
são igualmente dignos aos olhos de Deus. Podemos escolher, à
nossa medida, outras penitências, um esforço de atenção aos
outros, particularmente aos que estão mais próximos de nós, que
partilham a nossa vida quotidiana.
Caros amigos,
desejamo-vos que vivam intensamente este tempo de espera na
alegria e na esperança na vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador!
A equipa de Evangelho Quotidiano em língua portuguesa.
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INFORMAÇÕES
* Evangelho Quotidiano, um serviço evangelizo.org, está
gratuitamente acessível em Smartphone, iPhone e Androïd.
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graças ao vosso apoio generoso.
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da Confraria Bolos D. Rodrigo
Os meus filmes
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º –
Natal de 2012
5.º – Tempo de Poesia
Os meus blogues
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Europeia dos Descobrimentos
http://www.psd.pt/ Homepage - “Povo Livre” -
Arquivo - PDF
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terço todos os dias
(livros, música, postais, … cristãos)
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