terça-feira, 3 de abril de 2012

Cristianismo 52


=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Mais uma vez, no caminho de preparação para a mais importante festa do calendário cristão, a Igreja nos propõe um tempo de preparação – de penitência e de escuta da palavra, de acolhimento do plano de Deus e de atenção aos irmãos.

Neste ano de 2012, os textos que nos serão apresentados ao longo destas cinco semanas, mostram-nos um percurso claro e definido: Deus quer oferecer-nos um mundo onde a felicidade é possível (1º domingo) e a sua Palavra ensina-nos o caminho (2º domingo), Palavra que nos chama à conversão e à renovação (3º domingo). Aceitar esta Palavra implica, pois mudar de vida. Fiquemos, contudo certos do amor de Deus, gratuito e incondicional (4º domingo). Quanto a nós, temos de estar atentos ao seu plano de salvação e ir ao encontro dos outros, no amor e no serviço (5º domingo).

A “nova evangelização” a que a Igreja nos convida a todos nesta Quaresma impele-nos a não guardarmos este segredo do amor misericordioso de Deus e a partilhá-lo à nossa volta.

Com os votos de uma Santa Quaresma, saúda-vos com amizade

a equipa do Evangelho Quotidiano para a língua portuguesa

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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Sexta-feira, dia 23 de Março de 2012

Sexta-feira da 4ª semana da Quaresma



Dizem os ímpios, pensando erradamente:

«Armemos laços ao justo porque nos incomoda e se opõe à nossa forma de actuar. Censura-nos as transgressões da Lei, acusa-nos de sermos infiéis à nossa educação.
Ele afirma ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor!
Ele tornou-se uma viva censura para os nossos pensamentos; só o acto de o vermos nos incomoda,
pois a sua vida não é semelhante à dos outros e os seus caminhos são muito diferentes.
Ele considera-nos como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de imundícies. Declara feliz a sorte final do justo e gloria-se de ter a Deus por pai.
Vejamos, pois, se as suas palavras são verdadeiras e que lhe acontecerá no fim da vida.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus há-de ampará-lo e tirá-lo das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para avaliar da sua paciência e comprovar a sua resistência.
Condenemo-lo a uma morte infame, pois segundo ele diz, Deus o protegerá.»
Estes são os seus pensamentos, mas enganam-se porque os cega a sua malícia.
Ignoram os desígnios secretos de Deus, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam no prémio reservado às almas simples.
Livro de Salmos 34(33),17-18.19-20.21.23.

A ira do Senhor volta-se contra os malfeitores
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os
e livrou-os das suas angústias.
O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.-
Muitas são as tribulações do justo,
mas o Senhor o livra de todas elas.
Ele guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
O Senhor resgata a vida dos seus servos;
os que nele confiam não serão condenados.
Evangelho segundo S. João 7,1-2.10.25-30.

Naquele tempo, Jesus Cristo percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, visto que os judeus procuravam matá-lo.
Estava próxima a festa judaica das Tendas.
Contudo, depois de os seus irmãos partirem para a festa, Ele partiu também, não publicamente, mas quase em segredo.
Então alguns de Jerusalém comentavam: «Não é este a quem procuravam para o matar?
Vede como Ele fala livremente e ninguém lhe diz nada! Será que realmente as autoridades se convenceram de que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos donde Ele é ao passo que, quando chegar o Messias, ninguém saberá donde vem.»
Entretanto Jesus Cristo, ensinando no templo, bradava: «Então sabeis quem Eu sou e sabeis donde venho?! Pois Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que me enviou e que vós não conheceis.
Eu é que o conheço porque procedo dele e foi Ele que me enviou.»
Procuravam então prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão, pois a sua hora ainda não tinha chegado.

Bem-aventurado João Paulo II
Encíclica «Dives in Misericordia» § 8

«Sabeis quem Eu sou ? E sabeis de onde venho?»

O mistério pascal é Jesus Cristo no topo da revelação do insondável mistério de Deus. É então que se cumprem plenamente as palavras proferidas no Cenáculo: «Quem Me viu, viu o Pai» (Jo 14,9). Com efeito, Jesus Cristo que o Pai «não poupou» (Rm 8,32) a favor do homem e que, na sua Paixão e no suplício da cruz não foi alvo da misericórdia humana, revelou na Sua ressurreição a plenitude do amor que o Pai tem por Ele e através d'Ele, por todos os homens. «Não é Deus de mortos, mas de vivos» (Mc 12,27).

Na Sua ressurreição, Jesus Cristo revelou o Deus do amor misericordioso precisamente porque aceitou a cruz como caminho para a ressurreição. E é por isso que, quando evocamos a cruz de Jesus Cristo, a Sua Paixão e a Sua morte, a nossa fé e a nossa esperança se fixam no Ressuscitado: em Jesus Cristo que, «na tarde desse dia, o primeiro da semana [...], veio pôr-Se no meio dos discípulos» no Cenáculo onde «eles se encontravam [...], soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes, os pecados ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20,19ss).

Eis que o Filho de Deus, na Sua ressurreição, teve a experiência radical da misericórdia, isto é, do amor do Pai, mais forte do que a morte. E é também o mesmo Jesus Cristo que [...] Se revela como fonte inesgotável da misericórdia, do amor [...] mais forte do que o pecado.

Sábado, dia 24 de Março de 2012

Sábado da 4ª semana da Quaresma



Quando o Senhor me instruiu, eu entendi e então vi com clareza o seu proceder para comigo.
E eu, como manso cordeiro conduzido ao matadouro, ignorava as maquinações tramadas contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor; arranquemo-la da terra dos vivos que o seu nome caia no esquecimento.»
Mas o Senhor do universo, justo juiz, sonda os rins e o coração. Que eu seja testemunha da tua vingança sobre eles, pois a ti confio a minha causa.
Livro de Salmos 7,2-3.9bc-10.11-12.

Senhor, meu Deus, a ti me confio;
livra-me de todos os que me perseguem e salva-me.
Que não me arrebatem como o leão
e me dilacerem sem que ninguém me valha.-
Julga-me Senhor, segundo o meu direito
e segundo a minha inocência.-
Acaba com a malícia dos ímpios; fortalece os que são justos,
Tu, que perscrutas o íntimo dos corações, ó Deus de justiça!-
A minha protecção está em Deus
que salva os de coração sincero.
Deus é um justo juiz,
que a todo o momento pode castigar.

Evangelho segundo S. João 7,40-53.

Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus Cristo diziam no meio da multidão: «Ele é realmente o Profeta.»
Diziam outros: «É o Messias.» Outros, porém replicavam: «Mas pode lá ser que o Messias venha da Galileia?!
Não diz a Escritura que o Messias vem da descendência de David e da cidade de Belém, donde era David?»
Deste modo, estabeleceu-se um desacordo entre a multidão por sua causa.
Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão.
Depois os guardas voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus que lhes perguntaram: «Porque é que não o trouxestes?»
Os guardas responderam: «Nunca nenhum homem falou assim!»
Replicaram-lhes os fariseus: «Será que também vós ficastes seduzidos?
Porventura acreditou nele algum dos chefes ou dos fariseus?
Mas essa multidão que não conhece a Lei, é gente maldita!»
Nicodemos, aquele que antes fora ter com Jesus Cristo e que era um deles, disse-lhes:
«Porventura permite a nossa Lei julgar um homem sem antes o ouvir e sem averiguar o que ele anda a fazer?»
Responderam-lhe eles: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia não sairá nenhum profeta.»
E cada um foi para sua casa.

Bem-aventurado Tito Brandsma, carmelita holandês, mártir (1881-1942) Convite ao heroísmo na fé e no amor

«Será que também vós ficastes seduzidos?»

Vivemos num mundo em que o próprio amor está condenado: chamam-lhe fraqueza, algo a superar. Há quem diga: «O amor não tem importância, o que temos de desenvolver é a força; que todos se tornem tão fortes quanto possível e que o fraco pereça!» Dizem ainda que a religião cristã, com os seus sermões sobre o amor, é uma coisa do passado. [...] Passa-se deste modo: eles dirigem-se a nós com essas doutrinas e até encontram pessoas que as adoptam com muito gosto. O amor é desconhecido: «O Amor não é amado» dizia São Francisco de Assis e, séculos mais tarde em Florença, Santa Maria Madalena de Pazzi fazia soar os sinos do seu carmelo para que o mundo soubesse como o Amor é belo! Também eu gostaria de fazer soar os sinos para dizer ao mundo como é belo amar!

O neopaganismo [do nazismo] pode repudiar o amor; a História ensina-nos que, apesar de tudo, venceremos esse neopaganismo através do amor. Nós não abandonaremos o amor. O amor far-nos-á reconquistar os corações desses pagãos. A natureza é mais forte do que a filosofia. Ainda que uma filosofia condene e rejeite o amor e o apelide de fraqueza, o testemunho vivo do amor renovará sempre o seu poder para conquistar e cativar os corações dos homens.

Domingo, dia 25 de Março de 2012

5º Domingo da Quaresma - Ano B



Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor.
Não será como a aliança que estabeleci com seus pais quando os tomei pela mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram, embora Eu fosse o seu Deus – oráculo do Senhor.
Esta será a Aliança que estabelecerei depois desses dias, com a casa de Israel – oráculo do Senhor: Imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Ninguém ensinará mais o seu próximo ou o seu irmão, dizendo: ‘Aprende a conhecer o Senhor!’ Pois todos me conhecerão desde o maior ao mais pequeno porque a todos perdoarei as suas faltas e não mais lembrarei os seus pecados» – oráculo do Senhor.
Livro de Salmos 51(50),3-4.12-13.14-15.

Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro;
renova e dá firmeza ao meu espírito.-
Não me afastes da tua presença,
nem me prives do teu santo espírito!
Dá-me de novo a alegria da tua salvação
e sustenta-me com um espírito generoso.
Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos
e os pecadores hão de voltar para ti.
Carta aos Hebreus 5,7-9.

Nos dias da sua vida terrena, Jesus Cristo apresentou orações e súplicas Àquele que o podia salvar da morte com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade.

Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.

Evangelho segundo S. João 12,20-33.

Naquele tempo, entre os que tinham subido a Jerusalém à Festa para a adoração, havia alguns gregos.
Estes foram ter com Filipe que era de Betsaida da Galileia e pediam-lhe: «Senhor, nós queremos ver Jesus!»
Filipe foi dizer isto a André; André e Filipe foram dizê-lo a Jesus Cristo.
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem.
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.
Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna.
Se alguém me serve que me siga e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de Eu dizer? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente para esta hora é que Eu vim!
Pai, manifesta a tua glória!» Veio então uma voz do Céu: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!»
Entre as pessoas presentes que escutaram, uns diziam que tinha sido um trovão; outros diziam: «Foi um Anjo que lhe falou!»
Jesus Cristo respondeu: «Esta voz não veio por causa de mim, mas por amor de vós.
Agora é o julgamento deste mundo (pelo Justo); agora é que o dominador deste mundo vai ser lançado fora.
E Eu, quando for erguido da Terra, atrairei todos a mim.»
Dizia isto dando a entender de que espécie de morte havia de morrer.

Proclo de Constantinopla (c. 390-446), bispo Sermão para o Domingo de Ramos; PG 65, 772

«Queremos ver Jesus»

Em Jerusalém, a multidão gritava: «Hosana nas alturas. Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel» (cf Mc 11,10). E é acertado que se diga «Aquele que vem» porque Ele vem incessantemente, nunca nos falta: «O Senhor está perto de todos os que O invocam com sinceridade. Bendito seja o que vem em nome do Senhor» (Sl 144,18; 117,26). O Rei doce e pacífico está à nossa porta. [...] Os soldados na Terra, os anjos nos céus, os mortais e os imortais [...] gritavam: «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel». Mas os fariseus punham-se à parte (Jo 12,19) e os sacerdotes estavam ultrajados. As vozes que cantavam louvores a Deus ecoavam sem cessar: a criação estava feliz. […]

Foi por isso que, naquele dia, alguns gregos, levados por aquela magnífica aclamação a honrar Deus com fervor, se aproximaram de um apóstolo chamado Filipe e lhe disseram: «Queremos ver Jesus». Reparai: é toda a multidão que desempenha o papel de arauto e incita os gregos a converterem-se. De imediato, dois deles dirigem-se aos apóstolos de Jesus Cristo: «Queremos ver Jesus». Estes pagãos imitam Zaqueu; não sobem para um sicómoro [para ver Jesus Cristo] mas apressam-se a elevar-se no conhecimento de Deus (Lc 19,3). «Queremos ver Jesus»: não tanto para contemplar o Seu rosto, mas para carregar a Sua cruz porque Jesus Cristo, ao ver o desejo deles, anunciou sem rodeios aos que ali se encontravam: «Chegou a hora de se revelar a glória do Filho do Homem», chamando glória à conversão dos pagãos.

E deu à cruz o nome de «glória» porque desde esse dia até hoje a cruz é glorificada; com efeito, é a cruz que ainda hoje consagra os reis, adorna os padres, protege as virgens, dá força aos ascetas, reforça os elos dos esposos, dá ânimo às viúvas. É a cruz que fecunda a Igreja, ilumina os povos, guarda o deserto, abre o paraíso.

Segunda-feira, dia 26 de Março de 2012

ANUNCIAÇÃO DO SENHOR, solenidade


Festa da Igreja : Anunciação do Senhor (ofício próprio)
Santo do dia : Santos Emanuel e companheiros mártires, séc. V?,
S. Ludgero, bispo, +809, S. Bráulio de Zaragoza, bispo, +651 Livro de Isaías 7,10-14.8.10.

Naqueles dias, o Senhor mandou dizer ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede ao SENHOR teu Deus um sinal, quer no fundo dos abismos, quer lá no alto dos céus.»
Acaz respondeu: «Não pedirei tal coisa, não tentarei o SENHOR.»
Isaías respondeu: «Escuta, pois casa de David: Não vos basta já ser molestos para os homens, senão que também ousais sê-lo para o meu Deus?
Por isso, o Senhor, por sua conta e risco, vos dará um sinal. Olhai: a jovem está grávida e vai dar à luz um filho e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel.
Assim como é verdade que a capital da Síria é Damasco e que o chefe de Damasco é Recin.
Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.

Não quiseste sacrifícios nem oblações,
mas abriste-me os ouvidos para escutar;
não pediste holocaustos nem vítimas.
Então eu disse: "Aqui estou!"-
"No Livro da Lei está escrito
aquilo que devo fazer.
Esse é o meu desejo, ó meu Deus;
a tua lei está dentro do meu coração."-
Não escondi a tua justiça no fundo do coração;
proclamei a tua fidelidade e a tua salvação.
Não ocultei à grande assembleia
a tua bondade e a tua verdade.
Carta aos Hebreus 10,4-10.

Irmãos: Uma vez que é impossível que o sangue dos touros e dos bodes apague os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Jesus Cristo diz: Tu não quiseste sacrifício nem oferenda, mas preparaste-me um corpo.
Não te agradaram holocaustos nem sacrifícios pelos pecados.
Então Eu disse: “Eis que venho – como está escrito no livro a meu respeito – para fazer, ó Deus, a tua vontade.
Disse primeiro: Não quiseste nem te agradaram sacrifícios, oferendas e holocaustos pelos pecados – e, no entanto, eram oferecidos segundo a Lei.
Disse em seguida: Eis que venho para fazer a tua vontade. Suprime assim o primeiro culto para instaurar o segundo.
E foi por essa vontade que nós fomos santificados, pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.
Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.

Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria.
Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.»
Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação.
Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus.
Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David,
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»
Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?»
O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus.
Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril,
porque nada é impossível a Deus.»
Maria disse então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.

Santo Ivo de Chartres (c. 1040-1116), bispo Discurso 15, PL 162, 583

«Nada é impossível para Deus»

Hoje celebramos a admirável concepção de Jesus Cristo pela Virgem. Celebramos o início da nossa redenção e anunciamos o plano de Deus, formado com bondade e poder. Pois, se o Senhor do universo tivesse vindo à procura de Seus servos em fuga para os julgar e não para lhes mostrar a Sua bondade, jamais Se teria revestido com este frágil invólucro de pó (Gn 2:7) no qual sofreu connosco e por nós.

Para os gentios, isto parece, segundo as palavras de São Paulo, escândalo e loucura (1 Cor 1,23.25) porque eles se baseiam na vã filosofia e formam juízos sobre o Criador segundo as leis da criação. Pois haverá maior obra de poder que uma Virgem conceber, contra as leis da natureza? E depois de ter tomado a nossa condição humana, reconduzir uma natureza mortal à glória da imortalidade, passando através da morte? É por isso que o apóstolo diz: «o que é tido como fraqueza de Deus é mais forte que os homens» (v. 25) […]

Hoje o ventre da Virgem é a porta do céu, pela qual Deus desce até os homens para os fazer ascender ao céu.

Terça-feira, dia 27 de Março de 2012

Terça-feira da 5ª semana da Quaresma



Naqueles dias, os filhos de Israel partiram do monte Hor para o mar Vermelho, contornando a terra de Edom.
O povo falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizestes sair do Egipto? Foi para morrer no deserto, onde não há pão nem água, estando enjoados com este pão levíssimo?»
Mas o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes que mordiam o povo e por isso morreu muita gente de Israel.
O povo foi ter com Moisés e disse-lhe: «Pecámos ao protestarmos contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor para que afaste de nós as serpentes.» e Moisés intercedeu pelo povo.
O Senhor disse a Moisés: «Faz para ti uma serpente abrasadora e coloca-a num poste. Sucederá que todo aquele que tiver sido mordido, se olhar para ela, ficará vivo.»

Moisés fez, pois uma serpente de bronze e fixou-a sobre um poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, vivia.
Livro de Salmos 102(101),2-3.16-18.19-21.

Senhor, escuta a minha oração
e chegue junto de ti o meu clamor!
Não me ocultes o teu rosto
no dia da aflição.
Inclina para mim o teu ouvido;
no dia em que te invocar,
responde-me sem demora.-

Os povos honrarão, Senhor, o teu nome
e todos os reis da Terra, a tua majestade.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
há-de voltar-se para a oração do indigente
e não desprezará as suas súplicas.-
Escrevam-se estas coisas para as gerações futuras
e os que hão-de nascer, louvarão o Senhor.
O Senhor observa do alto do seu santuário;
lá do céu, Ele olha para a Terra,
para escutar os gemidos dos cativos
e livrar os condenados à morte.
Evangelho segundo S. João 8,21-30.

Naquele tempo, Jesus Cristo disse aos fariseus: «Eu vou-me embora: vós haveis de procurar-me, mas morrereis no vosso pecado. Vós não podereis ir para onde Eu vou.»
Então os judeus comentavam: «Será que Ele se vai suicidar, dado que está a dizer: 'Vós não podeis ir para onde Eu vou'?»
Mas Ele acrescentou: «Vós sois cá de baixo; Eu sou lá de cima! Vós sois deste mundo; Eu não sou deste mundo.
Já vos disse que morrereis nos vossos pecados. De facto, se não crerdes que Eu sou o que sou, morrereis nos vossos pecados.»
Perguntaram-lhe então: «Quem és Tu, afinal?» Disse-lhes Jesus Cristo: «Absolutamente aquilo que já vos estou a dizer!
Tenho muitas coisas que dizer e que julgar a vosso respeito; mas do que falo ao mundo é do que ouvi àquele que me enviou e que é verdadeiro.»
Eles não perceberam que lhes falava do Pai.
Disse-lhes, pois Jesus Cristo: «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo, mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou.
E aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou só porque faço sempre aquilo que lhe agrada.»
Quando expunha estas coisas, muitos creram nele.

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo Sermão CC 57; PL 57, 339

«Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do homem, então ficareis a saber que Eu sou»

Jesus Cristo nosso Senhor foi crucificado para libertar a humanidade do naufrágio deste mundo [...]. No Antigo Testamento, Moisés tinha erigido no meio dos hebreus que morriam, uma serpente de bronze amarrada a uma estaca, instando o povo a pôr a sua esperança de cura neste sinal (Nm 21,6 s), do qual retirou remédio de tal poder contra as picadas das serpentes que o ferido, voltando-se para a serpente em cruz, se enchia de esperança e recuperava rapidamente a saúde. O Senhor não deixa de recordar este episódio no Evangelho quando diz: «Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto» (Jo 3,14). […]

A serpente é, pois a primeira a ser crucificada e é-o por Moisés. É justo que assim seja, já que o diabo foi o primeiro a pecar aos olhos do Senhor (Gn 3). [...] Ela é crucificada numa vara, o que é justo, dado que o homem foi enganado por via da árvore do desejo; doravante é salvo por uma vara pregada a outra árvore. [...] Depois da serpente, foi o homem que foi crucificado no Salvador, sem dúvida para punir, não só o responsável, mas também o crime. A primeira cruz vinga a serpente, a segunda o seu veneno [...]: o veneno que a sua persuasão incutiu no homem foi rejeitado e sanado. [...] Eis o que o Senhor fez com a Sua natureza humana: Ele, o inocente, sofreu; n'Ele a desobediência, causada pela famosa mentira do diabo, foi corrigida; libertado da sua culpa, o homem foi libertado da morte.
Uma vez que temos como Senhor aquele Jesus que nos libertou pela Sua Paixão, mantenhamos permanentemente os olhos fixos n'Ele, na esperança de encontrarmos neste sinal a cura para as nossas feridas. Se o veneno da avareza se espalhou dentro de nós, olhemos para a cruz, ela nos livrará; se o desejo, esse escorpião, nos corrói, imploremos-lhe e ela curar-nos-á; se as mordeduras dos pensamentos deste mundo nos dilaceraram, oremos e viveremos. Estas são as serpentes espirituais da nossa alma: o Senhor foi crucificado para as espezinhar. Ele mesmo diz: «Olhai que vos dou poder para pisar aos pés serpentes e escorpiões, nada vos poderá causar dano» (Lc 10,9).

Quarta-feira, dia 28 de Março de 2012

Quarta-feira da 5ª semana da Quaresma


Santo do dia : Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065,  ,  S. Sisto III, papa, +440 Livro de Daniel 3,14-20.91-92.95.

Naqueles dias, Nabucodonosor, rei da Babilónia, disse aos três jovens israelitas: «Chadrac, Mechac e Abed-Nego, é verdade que rejeitais o culto aos meus deuses e a adoração à estátua de ouro erigida por mim?
Pois bem! Estais dispostos, no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da lira, da harpa, do saltério e de qualquer outro instrumento musical, a prostrar-vos em adoração diante da estátua que eu fiz? Se não o fizerdes, sereis logo lançados dentro da fornalha ardente. E qual o deus que poderá libertar-vos da minha mão?»
Chadrac, Mechac e Abed-Nego responderam ao rei Nabucodonosor: «Não vale a pena responder-te a propósito disto.
Se isso assim é, o Deus que nós servimos, pode livrar-nos da fornalha incandescente e até mesmo, ó rei, da tua mão.
E ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não prestamos culto aos teus deuses e que não adoramos a estátua de ouro que tu levantaste.»
Então explodiu a fúria de Nabucodonosor contra Chadrac, Mechac e Abed-Nego; a expressão do seu rosto mudou e levantou a voz para mandar que se aquecesse a fornalha sete vezes mais que de costume.
Em seguida, ordenou aos soldados mais vigorosos do seu exército que amarrassem Chadrac, Mechac e Abed-Nego a fim de os lançar na fornalha incandescente.
Então o rei Nabucodonosor, estupefacto, levantou-se repentinamente, dizendo para os seus conselheiros: «Não foram três homens atados de pés e mãos que lançámos ao fogo?» Responderam eles ao rei: «Com certeza».
«Pois bem –replicou o rei – vejo quatro homens soltos que passeiam no meio do fogo, sem este lhes causar mal; o quarto tem o aspecto de um filho de Deus.»
Nabucodonosor, tomando a palavra, disse: «Bendito seja o Deus de Chadrac, de Mechac e de Abed-Nego! Ele enviou o seu anjo para libertar os seus servos que, confiando nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do rei, antes de se prostrarem em adoração diante de um outro deus que não fosse o Deus deles.
Livro de Daniel 3,52.53.54.55.56.

«Bendito sejas, Senhor, Deus de nossos pais:
digno de louvor e glória eternamente!
Bendito seja o teu nome santo e glorioso:
digno de supremo louvor e exaltação eternamente!-
Bendito sejas no templo da tua santa glória:
digno de supremo louvor e glória eternamente!
Bendito sejas no teu trono real:
digno de supremo louvor e exaltação eternamente!-
Bendito sejas por penetrares os abismos
sentado sobre os querubins:
digno de supremo louvor e exaltação eternamente!
Bendito sejas no firmamento dos céus:
digno de supremo louvor e glória eternamente!
Evangelho segundo S. João 8,31-42.

Naquele tempo, dizia Jesus Cristo aos judeus que n'Ele tinham acreditado: «Se permanecerdes fiéis à minha mensagem, sereis verdadeiramente meus discípulos,
conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres
Replicaram-lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém! Como é que Tu dizes: 'Sereis livres'?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: todo aquele que comete o pecado, é servo do pecado
e o servo não fica na família para sempre; o filho é que fica para sempre.
Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres.
Eu sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me porque não aderis à minha palavra.
Eu comunico o que vi junto do Pai e vós fazeis o que ouvistes ao vosso pai.»
Eles replicaram-lhe: «O nosso pai é Abraão!» Jesus Cristo disse-lhes: «Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão!
Agora, porém vós pretendeis matar-me a mim, um homem que vos comunicou a verdade que recebi de Deus. Isso não o fez Abraão!
Vós fazeis as obras do vosso pai.» Eles disseram-lhe então: «Nós não nascemos da prostituição. Temos um só Pai que é Deus.»
Disse-lhes Jesus Cristo: «Se Deus fosse vosso Pai, ter-me-íeis amor, pois é de Deus que Eu saí e vim. Não vim de mim próprio, mas foi Ele que me enviou.

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo Homilia 83

Fazer as obras de Abraão

Em Mambré, três homens aproximam-se de Abraão e colocam-se de pé junto dele (Gn 18). Imaginai a cena: estes homens apresentam-se acima dele, não à face dele. Abraão submeteu-se à vontade de Deus, o que fica expresso pelo facto de Deus Se apresentar num nível superior ao dele. Portanto, Eles não se apresentam [...] diante dele para o humilhar, mas acima dele, para o proteger. Abraão acolhe os três homens e serve-lhes três medidas de pão. Que explicação dar a isto, meus irmãos, se não a de que ele reconhece o mistério da Trindade? Também lhes leva um vitelo que não é duro, mas «dos mais tenros e gordos». Para ser assim tão bom, assim tão tenro, não pode senão tratar-se d'Aquele que Se humilhou por nós até à morte, Jesus Cristo. É mesmo Ele, o vitelo gordo que o Pai imola para celebrar o regresso do filho pródigo arrependido (cf. Lc 15,23): «Porque tanto amou Deus o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16).

Abraão vai, portanto ao encontro dos três homens, mas Aquele que ele adora é único. [...] Como já disse, aqui discernimos o mistério da Trindade; se ele se prostrou em adoração como se, diante dele, estivesse apenas uma pessoa, foi porque sabia que Deus é único em três pessoas. Dirige-se apenas a uma pessoa, ao dizer: «Peço-te que não passes adiante, sem parar em casa do Teu servo» (v. 3); mas acrescenta, deixando que se pense que se dirige a várias pessoas: «Permite que se traga um pouco de água para Vos lavar os pés» (v. 4).

Que o bem-aventurado Abraão vos sirva de exemplo, irmãos, para receberdes os vossos hóspedes com amabilidade e lhes lavardes os pés com humildade e respeito. [...] Não negligencieis este propósito, irmãos, vós que não quereis mostrar-vos hospitaleiros, vós que recebeis o vosso hóspede como a um inimigo. De facto, devido à sua hospitalidade, o bem-aventurado Abraão mereceu receber Deus em pessoa, recebendo estes três homens. Jesus Cristo também confirma este propósito, dizendo no Evangelho: «Era peregrino e vós Me recolhestes» (Mt 25,35). Não negligencieis, pois os viajantes, não seja que vos recuseis a receber o próprio Deus.

Quinta-feira, dia 29 de Março de 2012

Quinta-feira da 5ª da Quaresma



Naqueles dias, Abrão prostrou-se com o rosto por terra e Deus disse-lhe:
«A aliança que faço contigo é esta: serás pai de inúmeros povos.
Já não te chamarás Abrão, mas sim Abraão porque Eu farei de ti o pai de inúmeros povos.
Tornar-te-ei extremamente fecundo, farei que de ti nasçam povos e terás reis por descendentes.
Estabeleço a minha aliança contigo e com a tua posteridade, de geração em geração; será uma aliança perpétua, em virtude da qual Eu serei o teu Deus e da tua descendência.
Dar-te-ei, a ti e à tua descendência depois de ti, o país em que resides como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua e serei Deus para eles
Deus disse a Abraão: «Da tua parte, cumprirás a minha aliança, tu e a tua descendência, nas futuras gerações.
Livro de Salmos 105(104),4-5.6-7.8-9.

Recorrei ao Senhor e ao seu poder
e buscai sempre a sua face.
Recordai as maravilhas que Ele fez,
os seus prodígios e as sentenças da sua boca.-
Vós, descendentes de Abraão, seu servo,
filhos de Jacob, seu escolhido.
O Senhor, é o nosso Deus,
e governa sobre a Terra.-
Ele recordará sempre a sua aliança,
a promessa que jurou manter por mil gerações,
o pacto que fez com Abraão
e aquele juramento que fez a Isaac.
Evangelho segundo S. João 8,51-59.

Naquele tempo, disse Jesus Cristo aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: se alguém observar a minha palavra, nunca morrerá.»
Disseram-lhe então os judeus: «Agora é que estamos certos de que tens demónio! Abraão morreu, os profetas também e Tu dizes: 'Se alguém observar a minha palavra, nunca experimentará a morte'?
Porventura és Tu maior que o nosso pai Abraão que morreu? E os profetas morreram também! Afinal, quem é que Tu pretendes ser?»
Jesus Cristo respondeu: «Se Eu me glorificar a mim mesmo, a minha glória nada valerá. Quem me glorifica (manifesta) é o meu Pai, de quem dizeis: 'É o nosso Deus';
e, no entanto, não o conheceis. Eu é que o conheço; se dissesse que não o conhecia, seria como vós: um mentiroso. Mas Eu conheço-o e observo a sua palavra.
Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.»
Disseram-lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: antes de Abraão existir, Eu sou!»
Então agarraram em pedras para lhe atirarem. Mas Jesus Cristo escondeu-se e saiu do templo.

São Cesário de Arles (470-543), monge e bispo Homilia 83

«Abraão viu o Meu dia»

Onde exactamente teve lugar o encontro [de Abraão e dos três visitantes]? «Junto ao carvalho de Mambré», palavra que significa «visão» ou «perspicácia». Vede bem em que sítios o Senhor combina os Seus encontros! Pois não é verdade que as qualidades de perspicácia e clarividência de Abraão agradaram ao Senhor? Não tinha ele a pureza de coração para lhe ser possível ver a Deus? (cf. Mt 5,8). Em lugares assim, em corações assim, pode bem o Senhor reunir os Seus convivas!

No Evangelho, o Senhor refere aos hebreus este encontro, ao dizer-lhes: «Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz». «Viu-o», diz Ele, porque Abraão conseguiu reconhecer o Mistério da Santíssima Trindade. Viu o Pai, o Filho e o Espírito Santo nos dias da sua vida e as três Pessoas no mesmo dia, uma vez que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são um só e o mesmo Deus. Com efeito, cada um deles é Deus na totalidade e todos juntos também. Não será, pois difícil discernir o Pai, o Filho e o Espírito Santo nas três medidas de farinha que Sara foi buscar para eles, sendo que há nelas unidade de substância.

Podemos, no entanto, apresentar Sara a outra luz, como figura da Igreja: neste caso, as três medidas de farinha seriam a fé, a esperança e a caridade. Com efeito, estas virtudes são os frutos da Igreja universal e todos aqueles que as reunirem no coração podem ter a certeza de possuir nele a Santíssima Trindade.

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