segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cristianismo 53


=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Mais uma vez, no caminho de preparação para a mais importante festa do calendário cristão, a Igreja nos propõe um tempo de preparação – de penitência e de escuta da palavra, de acolhimento do plano de Deus e de atenção aos irmãos.

Neste ano de 2012, os textos que nos serão apresentados ao longo destas cinco semanas, mostram-nos um percurso claro e definido: Deus quer oferecer-nos um mundo onde a felicidade é possível (1º domingo) e a sua Palavra ensina-nos o caminho (2º domingo), Palavra que nos chama à conversão e à renovação (3º domingo). Aceitar esta Palavra implica, pois mudar de vida. Fiquemos, contudo certos do amor de Deus, gratuito e incondicional (4º domingo). Quanto a nós, temos de estar atentos ao seu plano de salvação e ir ao encontro dos outros, no amor e no serviço (5º domingo).

A “nova evangelização” a que a Igreja nos convida a todos nesta Quaresma impele-nos a não guardarmos este segredo do amor misericordioso de Deus e a partilhá-lo à nossa volta.

Com os votos de uma Santa Quaresma, saúda-vos com amizade

a equipa do Evangelho Quotidiano para a língua portuguesa

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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Sexta-feira, dia 30 de Março de 2012


Sexta-feira da 5ª semana da Quaresma



Disse Jeremias: «Eu ouvia invectivas da multidão: "Cerco de terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo!" Os que eram meus amigos espiam agora os meus passos: «Se o enganarmos, triunfaremos dele e dele nos vingaremos.»
O Senhor, porém está comigo como poderoso guerreiro. Por isso os meus perseguidores serão esmagados e cobertos de confusão porque não hão-de prevalecer. A sua ignomínia nunca se apagará da memória.
Mas Tu, Senhor do universo, examinas o justo, sondas os rins e os corações. Que eu possa contemplar a tua vingança contra eles, pois a ti confiei a minha causa!
Cantai ao Senhor, glorificai o Senhor porque salvou a vida do pobre da mão dos malvados.
Livro de Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.

Eu te amo, ó Senhor, minha força,
minha fortaleza e protecção.-
Meu Deus, abrigo em que me refugio,
meu escudo, o meu baluarte de defesa.
Invoquei o Senhor - louvado seja Ele -
e fiquei salvo dos meus inimigos.-
Cercaram-me as ondas da morte
e as vagas destruidoras encheram-me de terror;
envolveram-me os laços do Abismo
e lançaram-me as suas redes fatais.-
Na minha angústia, invoquei o Senhor
e gritei pelo meu Deus.
Do seu santuário, Ele ouviu a minha voz;
o meu clamor chegou aos seus ouvidos.
Evangelho segundo S. João 10,31-42.

Naquele tempo, os judeus voltaram a pegar em pedras para apedrejarem Jesus Cristo.
Jesus Cristo replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?»
Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'?
Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus e a Escritura não se pode pôr em dúvida
a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: 'Tu blasfemas', por Eu ter dito: 'Sou Filho de Deus'?
Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim;
mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu no Pai.»
Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos.
Depois Jesus Cristo voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar e ali se demorou.
Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.» E muitos ali creram nele.

Bem-aventurado João Paulo II
Audiência Geral 6/12/79

«Está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'»

«Deus disse: façamos o homem à Nossa imagem (imagem de Deus – a aura), à Nossa semelhança» (Gn 1,26). Como se o Criador entrasse em Si mesmo; como se, criando, não chamasse apenas do nada à existência dizendo: «Faça-se!», mas de uma maneira particular, tirasse o homem do mistério do Seu próprio ser. E é compreensível que assim fosse porque não se tratava somente do ser, mas da imagem. A imagem deve reflectir; deve reproduzir, em certo sentido, a substância do seu protótipo. [...] É evidente que esta semelhança não deve ser entendida como um «retrato», mas como o facto de este ser vivo ter uma vida semelhante à de Deus. […]

Definindo o homem como «imagem de Deus», o livro do Génesis mostra aquilo pelo qual o homem é homem, aquilo pelo qual é um ser distinto de todas as outras criaturas do mundo visível. A ciência, sabemo-lo, fez e continua a fazer, nos diferentes domínios, numerosas tentativas para mostrar as ligações do homem com o mundo natural, para mostrar a sua dependência deste mundo a fim de o inserir na história da evolução das diferentes espécies.

Respeitando totalmente essas investigações, não nos podemos limitar a elas. Se analisarmos o homem no mais profundo do seu ser, veremos que ele é mais diferente do que semelhante ao mundo da natureza. É igualmente neste sentido que procedem a antropologia e a filosofia, quando procuram analisar e compreender a inteligência, a liberdade, a consciência e a espiritualidade do homem. O livro do Génesis parece ir à frente de todas estas experiências da ciência e ao dizer do homem que ele é «imagem de Deus» faz-nos compreender que a resposta ao mistério da sua humanidade não deve ser procurada na sua semelhança com o mundo da natureza. O homem assemelha-se mais a Deus que à natureza (ambos os mundos combinam e se complementam). É neste sentido que o salmo diz: «Vós sois deuses!» (Sl 82,6), palavras que Jesus Cristo retomará.

Sábado, dia 31 de Março de 2012

Sábado da 5ª semana da Quaresma


Calendário da Igreja disponível este dia Livro de Ezequiel 37,21-28.

Assim fala o Senhor Deus: Eis que Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações por onde se dispersaram; vou reuni-los de toda a parte e reconduzi-los ao seu país.
Farei deles uma só nação na minha terra, nas montanhas de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles; nunca mais serão duas nações, nem serão divididos em dois reinos.
Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os salvarei das suas rebeldias pelas quais pecaram e os purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus.
O meu servo David será o seu rei e eles terão um só pastor; caminharão segundo os meus preceitos, observarão os meus mandamentos e os porão em prática.
Habitarão o país que Eu dei ao meu servo Jacob e no qual habitaram seus pais; aí ficarão eles, os seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre. David, meu servo, será para sempre o seu chefe.
Farei com eles uma aliança de paz; será uma aliança eterna; Eu os estabelecerei e os multiplicarei e colocarei o meu santuário no meio deles para sempre.
A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Então reconhecerão as nações que Eu sou o SENHOR que santifica Israel, quando tiver colocado o meu santuário no meio deles para sempre."

Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.

Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'-
Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião
e afluirão aos bens do Senhor.-
Então a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los e aliviá-los das suas penas.
Evangelho segundo S. João 11,45-56.

Naquele tempo, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que Jesus Cristo fez, creram nele.
Alguns deles, porém foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus Cristo tinha feito.
Os sumos sacerdotes e os fariseus convocaram então o Conselho e diziam: «Que havemos nós de fazer dado que este homem realiza muitos sinais miraculosos?
Se o deixarmos assim, todos irão crer nele e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar santo e a nossa nação.»
Mas um deles, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não entendeis nada
nem vos dais conta de que vos convém que morra um só homem pelo povo e não pereça a nação inteira.»
Ora ele não disse isto por si mesmo; mas como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus Cristo devia morrer pela nação.
E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos.
Assim a partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte.
Por isso Jesus Cristo já não andava em público, mas retirou-se dali para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos.
Estava próxima a Páscoa dos judeus e muita gente do país subiu a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar.
Procuravam então Jesus Cristo e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele virá à Festa?»

São Prospério da Aquitânia (?-c. 460), teólogo leigo O apelo de todos os povos, 9

«Jesus Cristo devia morrer [...] não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

São Paulo afirma: «Nestes dias que são os últimos (daquele período celeste), Deus falou-nos por Seu Filho a quem considerou como herdeiro de todas as coisas» (He 1,2). Não quer esta frase dizer que o Pai considerou que todos os homens (e mulheres) fazem parte da herança de Jesus Cristo? Ela é conforme à profecia de David: «Pede-Me e Eu te darei as nações por herança e por domínio as extremidades da Terra» (Sl 2,8).

O próprio Senhor declara: «Uma vez elevado da Terra, atrairei tudo a Mim» (Jo 12,32). Não é a conversão de todos que parece ser aqui prometida? Noutra passagem, encontramos uma profecia sobre a Igreja: «Todo o vale será preenchido, toda a montanha e toda a colina serão baixadas, os lugares acidentados serão aplanados e as escarpas transformadas em grandes vales» (Is 40,4): haverá alguém que pareça aqui esquecido, que não seja aqui designado como sujeito de Jesus Cristo? E que pensar quando lemos: «Toda a carne virá prosternar-se diante da Minha face para que Me adorem em Jerusalém, diz o Senhor» (Is 66,23)? […]

A expressão «povo de Deus» deve ser tomada em toda a sua plenitude. E se bem que a maioria dos homens recuse ou negligencie a graça do Salvador, é o conjunto que é designado pelas palavras «eleitos» e «predestinados». [...] O Apóstolo São Paulo também diz: «Nós proclamamos a Jesus Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas potência de Deus e sabedoria de Deus» (1Co 1,23-24). Jesus Cristo será «potência» e «sabedoria» de Deus para os mesmos homens para os quais é «escândalo» e «loucura»? De facto, porque alguns são salvos graças à sua fé, enquanto outros são endurecidos na impiedade, o Apóstolo juntou os fiéis e os infiéis sob o termo geral de «chamados», mostrando assim que aqueles a quem chamava pagãos se tornaram estranhos ao chamamento de Deus, apesar de terem ouvido o Evangelho.

Domingo, dia 01 de Abril de 2012

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano B


Festa da Igreja : Domingo de Ramos na Paixão do Senhor (semana II do saltério)
Calendário da Igreja disponível este dia
Livro de Isaías 50,4-7.

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
Livro de Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.

Todos os que me vêem, escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
"Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo."-
Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos.-
Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.-
Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos
e te louvarei no meio da assembleia.
Vós que temeis o Senhor, louvai-O!
Glorificai-O, descendentes de Jacob!
Reverenciai-O, descendentes de Israel!
Carta aos Filipenses 2,6-11.

Cristo Jesus que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!” para glória de Deus Pai.

Evangelho segundo S. Marcos 14,1-72.15,1-47.

Faltavam só dois dias para a Páscoa e os Ázimos; os sumos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam maneira de capturar Jesus Cristo à traição e de o matar.
É que diziam: «Durante a festa não, para que o povo não se revolte.»
Jesus Cristo encontrava-se em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Estando à mesa, chegou uma certa mulher que trazia um frasco de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço; partindo o frasco, derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus Cristo.
Alguns, indignados, (só Judas Iscariotes aos outros discípulos. S. Marcos foi discípulo de S. Pedro e a informação que reteve foi o facto de JC ter dito que haveria sempre pobres. Porquê Judas? Porque ele era o administrador dos bens da comunidade; era o homem das finanças; por isso apresentou a sua reclamação.) disseram entre si: «Para quê este desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de trezentos denários e dar-se o dinheiro aos pobres.» E censuravam-na.
Mas Jesus Cristo disse: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em mim uma boa acção!
Sempre tereis pobres entre vós e podereis fazer-lhes bem quando quiserdes; mas a mim, nem sempre me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu antecipadamente o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho há-de contar-se também, em sua memória, o que ela fez.»
Então Judas Iscariotes (sentindo-se desacreditado, desautorizado,... decidiu vingar-se porque andava a ser assediado pelos judeus), um dos Doze, foi ter com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus CRISTO.
Eles ouviram-no com satisfação e prometeram dar-lhe dinheiro e Judas espreitava ocasião favorável para o entregar.
No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava a Páscoa, os discípulos perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?»
Jesus Cristo enviou então dois dos seus discípulos e disse: «Ide à cidade e virá ao vosso encontro um homem trazendo um cântaro de água. Segui-o
e onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda dizer: 'Onde está a sala em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’
Há-de mostrar-vos uma grande sala no andar de cima, mobilada e toda pronta. Fazei aí os preparativos.»
Os discípulos partiram e foram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes dissera e prepararam a Páscoa.
Chegada a tarde, Jesus Cristo foi com os Doze.
Estavam à mesa a comer quando disse: «Em verdade vos digo: um de vós há-de entregar-me, um que come comigo
Começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: «Porventura sou eu?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «É um dos Doze, aquele que mete comigo a mão no prato.
Na verdade, o Filho do Homem segue o seu caminho como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue! Melhor fora a esse homem não ter nascido
Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: «Tomai: isto é o meu corpo.»
Depois tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele.
E Ele disse-lhes: «Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos.
Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no Reino de Deus.»
Após o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras.
Jesus Cristo disse-lhes: «Todos ides abandonar-me, pois está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas hão-de dispersar-se.
Mas depois de Eu ressuscitar, hei-de preceder-vos a caminho da Galileia.»
Pedro disse: «Mesmo que todos venham a abandonar-te, eu não
E Jesus Cristo disse: «Em verdade te digo que hoje, esta noite, antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes
Mas ele insistia com mais ardor: «Mesmo que tenha de morrer contigo, não te negarei.» E todos afirmaram o mesmo.
Chegaram a uma propriedade chamada Getsémani e Jesus Cristo disse aos discípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar
Tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-se.
E disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.»
Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele aquela hora.
E dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero e sim o que Tu queres.»
Depois foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, dormes? Nem uma hora pudeste vigiar!
Vigiai e orai para não cederdes à tentação; o espírito está cheio de ardor, mas a carne é débil.»
Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
E voltando de novo, encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados e não sabiam que responder-lhe.
Voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai! Pois bem, chegou a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.

Levantai-vos! Vamos! Eis que chega o que me vai entregar.»

E logo, ainda Ele estava a falar, chegou Judas, um dos Doze, e com ele, muito povo com espadas e varapaus, da parte dos sumos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos.
Ora o que o ia entregar tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar é esse mesmo; prendei-o e levai-o bem guardado.»
Mal chegou, aproximou-se de Jesus Cristo, dizendo: «Mestre!» e beijou-o.
Os outros deitaram-lhe as mãos e prenderam-no (a Jesus Cristo).
Então um dos que estavam presentes, puxando da espada, feriu o criado do Sumo Sacerdote e cortou-lhe uma orelha.
E tomando a palavra, Jesus Cristo disse-lhes: «Como se eu fosse um salteador, viestes com espadas e varapaus para me prender!
Estava todos os dias junto de vós, no templo, a ensinar e não me prendestes; mas é para se cumprirem as Escrituras.»
Então os discípulos, deixando-o, fugiram todos.
Um certo jovem, que o seguia envolto apenas num lençol, foi preso;
mas ele, deixando o lençol, fugiu nu.
Conduziram Jesus Cristo a casa do Sumo Sacerdote onde se juntaram todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os doutores da Lei.
E Pedro tinha-o seguido de longe até dentro do palácio do Sumo Sacerdote onde se sentou com os guardas a aquecer-se ao lume.
Ora os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus Cristo a fim de lhe dar a morte, mas não o encontravam;
de facto, muitos testemunharam falsamente contra Ele, mas os testemunhos não eram coincidentes.
E alguns ergueram-se e proferiram contra Ele este falso testemunho:
«Ouvimo-lo dizer: 'Demolirei este templo construído pela mão dos homens e em três dias, edificarei outro que não será feito pela mão dos homens.’»
Mas nem assim o depoimento deles concordava.
Então o Sumo Sacerdote ergueu-se no meio da assembleia e interrogou Jesus Cristo: «Não respondes nada ao que estes testemunham contra ti?»
Mas Ele continuava em silêncio e nada respondia. O Sumo Sacerdote voltou a interrogá-lo: «És Tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?»
Jesus Cristo respondeu: «Eu sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vir sobre as nuvens do céu.»
O Sumo Sacerdote rasgou então as suas vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia! Que vos parece?» E todos sentenciavam que Ele era réu de morte.
Depois alguns começaram a cuspir-lhe, a cobrir-lhe o rosto com um véu e, batendo-lhe, a dizer: «Profetiza!» E os guardas davam-lhe bofetadas.
Estando Pedro em baixo, no pátio, chegou uma das criadas do Sumo Sacerdote
e, vendo Pedro a aquecer-se, fixou nele o olhar e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno.»
Mas ele negou, dizendo: «Não sei nem entendo o que dizes.» Depois saiu para o átrio e um galo cantou.
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos que ali estavam: «Este é um deles.»
Mas ele negou outra vez. Pouco depois, os presentes disseram de novo a Pedro: «Com certeza que és um deles, pois também és galileu.»
Ele começou então a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais!»
E logo cantou o galo pela segunda vez. Pedro recordou-se então das palavras de Jesus Cristo: «Antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes.» E desatou a chorar.
Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio e, tendo manietado Jesus Cristo, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Tu o dizes.»
Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!»
Mas Jesus Cristo nada mais respondeu de modo que Pilatos estava estupefacto.
Ora em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta.
A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder.
Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado.
Os sumos sacerdotes, porém instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?»
Eles gritaram novamente: «Crucifica-o
Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!»
Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de mandar flagelar Jesus Cristo, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório e convocaram toda a corte.
Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos que tinham entretecido.
Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!»
Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no então para o crucificar.
Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo.
E conduziram-no ao lugar do Gólgota que quer dizer 'lugar do Crânio’.
Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber.
Depois crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte para ver o que cabia a cada um.
Eram umas nove horas da manhã quando o crucificaram.
Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus
Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores.
Os que passavam, injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias!
Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!»
Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros, mas não pode salvar-se a si mesmo!
O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam.
Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a Terra até às três da tarde.
E às três da tarde, Jesus Cristo exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!»
Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos a ver se Elias vem tirá-lo dali.»
Mas Jesus Cristo, com um grito forte, expirou.
E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo.
O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus
Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala (Madalena), Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé,
que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.
Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado,
José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus Cristo.
Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito.
Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José.
Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro.
Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.

Homilia atribuída a Santo Epifânio de Salamina (? - 403), bispo Homilia para o Domingo de Ramos

«Aí vem o noivo, ide ao seu encontro» (Mt 25,6)

«Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9), alegra-te e exulta, Igreja de Deus, pois eis que o teu Rei vem a ti, eis o Esposo que chega, sentado num burro como num trono! Vamos depressa ao Seu encontro para contemplar a Sua glória. Eis a salvação do mundo: Deus avança para a cruz. Também nós, os povos, gritamos hoje com o povo: «Hossana ao Filho de David! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» (Mt 21,9; Sl 118,26) […]

A Igreja celebra um dia de festa à sombra de Jesus Cristo, oliveira carregada de azeitonas na casa de Deus (Sl 52,10); celebra um dia de Festa com Jesus Cristo, lírio primaveril do Paraíso em flor porque Jesus Cristo está no meio da Igreja como verdadeiro lírio florido, raiz de Jessé que não julga o mundo, mas o serve (Is 11,1.3). Ele está no meio da Igreja, fonte eterna donde jorram, não já os rios do paraíso (cf. Gn 2,10), mas Mateus, Marcos, Lucas e João que regam os jardins da Igreja de Jesus Cristo. Hoje, nós, que somos novos e fecundos rebentos (cf Sl 128,3), levando nas mãos os ramos da oliveira, supliquemos a misericórdia de Jesus Cristo. «Plantados na casa do Senhor», florescendo na Primavera nos «átrios do nosso Deus», celebremos um dia de festa: «que o Inverno já passou!» (Sl 92,14; Ct 2,11) […]

Clamo com São Paulo, com voz santa e forte: «O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas» (2Co 5,17). [...] Um profeta, olhando para este rei, grita: «Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo» (Jo 1,29) [...] e David, olhando para Jesus Cristo, saído da sua raça segundo a carne diz: «O Senhor tem-nos iluminado!» (Sl 118,27). Dia de festa admirável, pela sua novidade, surpreendente e estupenda: as crianças aclamam a Jesus Cristo e os sacerdotes maldizem-n'O; as crianças louvam-n'O e os doutores da lei desprezam-n'O e caluniam-n'O. As crianças dizem: «Hossana!» e os Seus inimigos gritam: «Crucifica-O!» Aquelas juntam-se ao redor de Jesus Cristo com palmas, estes atiram-se a Ele com espadas; aquelas cortam os ramos, estes preparam uma cruz.

Segunda-feira, dia 02 de Abril de 2012

2a-FEIRA DA SEMANA SANTA


Santo do dia : S. Francisco de Paula, eremita, fundador, +1519 Livro de Isaías 42,1-7.

Diz o Senhor: «Eis o meu servo que Eu amparo, o meu eleito que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito para que leve às nações a verdadeira justiça.
Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará, nem desfalecerá até estabelecer na Terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus que criou os céus e os estendeu, que consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes e o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão, os que vivem nas trevas.
Livro de Salmos 27(26),1.2.3.13-14.

O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?-
Quando os malvados avançam contra mim
para me devorar,
são eles, meus opressores e inimigos,
que resvalam e caem.-
Ainda que um exército me cerque,
o meu coração não temerá.
Mesmo que me declarem a guerra
ainda assim terei confiança.-
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do Senhor,
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no senhor.
Evangelho segundo S. João 12,1-11.

Seis dias antes da Páscoa, Jesus Cristo foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então Maria ungiu os pés de Jesus Cristo com uma libra de perfume de nardo puro de alto preço e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários para os dar aos pobres?»
Ele, porém disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.
Então Jesus Cristo disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram não só por causa de Jesus Cristo, mas também para verem Lázaro que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus Cristo.

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Comentário do Cântico dos Cânticos, II, 9

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»

A esposa do Cântico dos Cânticos diz: «o meu nardo dá o seu perfume» (1,12) [...]; mas podemos ler também «o Seu perfume». [...] A esposa aproximou-se do Esposo, ungiu-O com os seus unguentos e surpreendentemente foi como se o nardo não tivesse dado perfume enquanto estava nas mãos da esposa, mas o desse ao entrar em contacto com o corpo do Esposo — de sorte que, segundo parece, não foi tanto Ele que recebeu o perfume do nardo, mas foi antes o nardo que o recebeu como se viesse d'Ele. […]

Apresentamos aqui a esposa Igreja, na pessoa de Maria: diz-se que ela trazia uma libra de nardo de alto preço e que ungiu os pés de Jesus Cristo, enxugando-os depois com os cabelos e que, de certo modo, também ela recebeu, através dos cabelos, um perfume impregnado da qualidade e do poder do corpo de Jesus Cristo. [...] Ela impregnou a cabeça com um perfume requintado que vinha mais de Jesus Cristo que do nardo e disse [como a esposa]: «O meu nardo, derramado no corpo de Jesus Cristo, deu-me em troca o Seu aroma». […]

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Isso indica seguramente que a fragrância da doutrina que vem de Jesus Cristo e o agradável perfume do Espírito Santo encheram toda a casa deste mundo ou a casa de toda a Igreja. Ou pelo menos encheram toda a casa através desta alma que recebeu a fragrância de Jesus Cristo, tendo-Lhe oferecido inicialmente o dom da sua fé como nardo puro e recebendo, em retribuição, a graça do Espírito Santo e o agradável perfume da doutrina espiritual [...] para que também ela pudesse dizer: «Somos para Deus o bom odor de Jesus Cristo» (2Co 2,15). Ora porque esse nardo foi cheio de fé e dum amor de grande valor, Jesus Cristo presta-lhe esta homenagem: «Praticou em Mim uma boa acção!» (Mc 14,6).

Terça-feira, dia 03 de Abril de 2012

3a-FEIRA DA SEMANA SANTA



«Ouvi-me, habitantes das ilhas, prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo só para restaurares as tribos de Jacob e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações para que a minha salvação chegue até aos confins da Terra.»

Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.

Em ti, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me;
inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.-
Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio:
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.-
Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.-
A minha boca proclamará a tua justiça,
e todo o dia anunciarei a tua salvação,
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.
Evangelho segundo S. João 13,21-33.36-38.

Naquele tempo, estando Jesus Cristo à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus Cristo amava, estava à mesa reclinado no seu peito.
Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus Cristo, perguntou: «Senhor, quem é?»
Jesus Cristo respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
Jesus Cristo disse-lhe então: «O que tens a fazer, fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém com que fim lho dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus Cristo lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa' ou 'dá alguma coisa aos pobres'.
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus Cristo disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem e há-de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar e assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir' também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir, por agora; hás-de seguir-me mais tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!»
Replicou Jesus Cristo: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes de me teres negado três vezes!»

Liturgia Latina das Horas «Desce o Verbo de Deus», Hino de Laudes da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo

«Antes de morrer, o Salvador entrega-Se aos discípulos»

Desce o Verbo de Deus à nossa Terra,
Sem deixar a direita de Deus Pai
E lançada a semente do Evangelho,
Chega o Senhor ao ocaso da vida.-
Um discípulo O entrega aos inimigos;
Mas antes de morrer, o Salvador
Entrega-Se aos discípulos, dizendo:
Sou o Pão vivo que desceu do Céu (Jo 6,51).-
O Corpo de Jesus é alimento,
O Seu Sangue, bebida verdadeira.
Viverá para sempre o homem novo
Que tomar deste Pão e deste Vinho.-
Nascendo, quis ser nosso companheiro,
Na Ceia Se tornou nosso alimento,
Na Morte Se ofereceu como resgate,
Na Glória será nossa recompensa.-
Hóstia Santa, penhor de Salvação,
Perene manancial de eterna Vida,
O inimigo teima em combater-nos;
Salvai-nos com a Vossa fortaleza.-
Ao Senhor Uno e Trino demos glória,
Cantemos Seu louvor por todo o sempre;
A todos nos conceda a Vida eterna,
Abrindo-nos as portas do Seu Reino.

Quarta-feira, dia 04 de Abril de 2012

4a-FEIRA DA SEMANA SANTA


Santo do dia : Santo Isidoro de Sevilha, bispo, Doutor da Igreja, +636 Livro de Isaías 50,4-9a.

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados como roupa velha, roída pela traça.»

Livro de Salmos 69(68),8-10.21bcd-22.31.33-34.

Por causa de ti, tenho sofrido insultos,
o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos,
um desconhecido para os filhos de minha mãe.
O zelo da tua casa me consome;
os insultos dos que te ultrajam caíram sobre mim.-
O insulto despedaçou-me o coração até desfalecer;
esperei compaixão, mas foi em vão;
nem encontrei quem me consolasse,
Deram-me fel, em vez de comida
e vinagre, quando tive sede.-
Louvarei com cânticos o nome de Deus;
hei-de glorificá-lo com acções de graças.
Que os humildes vejam isto e se alegrem
e os que buscam a Deus se encham de coragem,
O Senhor escuta os necessitados
e não despreza o seu povo cativo.
Evangelho segundo S. Mateus 26,14-25.

Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus Cristo.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus Cristo e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’»
Os discípulos fizeram como Jesus Cristo lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»
Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus Cristo.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja Sermões sobre o evangelho de João, n.° 27, § 10

Deus tira do mal o bem e da injustiça a justiça

«Não vos escolhi Eu a vós, os Doze? Contudo, um de vós é um diabo» (Jo 6,70). O Senhor devia dizer: «Escolhi onze de vós»; terá ele escolhido um demónio, haveria um demónio entre os eleitos? [...] Diremos nós que, ao escolher Judas, quis o Salvador cumprir através dele, contra sua vontade, sem que ele soubesse, uma obra tão grande e tão boa? Isto é próprio de Deus [...]: fazer que as más obras dos maus sirvam o bem [...]. O mau faz que todas as boas obras de Deus sirvam o mal; o homem de bem, ao contrário, faz que as más acções dos maus sirvam o bem. Haverá alguém tão bom quanto o Deus único? O próprio Senhor diz: «Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,18) […]

Haverá quem seja pior do que Judas? De entre os discípulos do Mestre, de entre os Doze, foi ele o escolhido para guardar a bolsa e prover aos pobres (Jo 13,29). Mas depois de tal dom, é ele quem recebe dinheiro para entregar Aquele que é a Vida (Mt 26,15); perseguiu como inimigo Aquele a Quem tinha seguido como discípulo [...]. Mas o Senhor fez que tão grande crime servisse o bem. Aceitou ser traído para nos resgatar: eis como o crime de Judas se transmuta em bem.

Quantos mártires terá Satanás perseguido? Mas, se não o tivesse feito, não celebraríamos hoje o triunfo daqueles [...]. O mau não pode contrariar a bondade de Deus. Ainda que Satanás seja um artesão do mal, o supremo Artesão não permitiria a existência do mal, se não soubesse servir-Se dele para que tudo concorra para o bem.

Quinta-feira, dia 05 de Abril de 2012

5a-FEIRA DA SEMANA SANTA. Missa vespertina da Ceia do Senhor


Festa da Igreja : Ceia do Senhor
Santo do dia : S. Vicente Ferrer, presbítero, +1419, Santa Irene, virgem, séc. IV
Livro de Êxodo 12,1-8.11-14.

Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa.
Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer.
O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos.
Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês e toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá.
Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.
Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor.
E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite e ferirei todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais e contra todos os deuses do Egipto farei justiça, Eu, o Senhor.
E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio quando Eu ferir a terra do Egipto.
Aquele dia será para vós um memorial e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua.

Livro de Salmos 116(115),12-13.15-16bc.17-18.

Como retribuirei ao Senhor
todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.-
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou teu servo, filho da tua serva;
quebraste as minhas cadeias.-
Hei-de oferecer-te sacrifícios de louvor,
invocando, Senhor, o teu nome.
Cumprirei as minhas promessas feitas ao Senhor
na presença de todo o seu povo.
1ª Carta aos Coríntios 11,23-26.

Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»
Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.

Evangelho segundo S. João 13,1-15.

Antes da festa da Páscoa, Jesus Cristo, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a decisão de o entregar.
Enquanto celebravam a ceia, Jesus Cristo, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos e que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura.
Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou, pois a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.»
Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus Cristo: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.»
Disse-lhe então Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.»
Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'.
Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e dizeis bem, porque o sou.
Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. (JC instaura a lei do serviço, a demcracia; quanto maior responsabilidade, maior o serviço)
Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.

Santa Catarina de Siena (1347-1380), terceira dominicana, Doutora da Igreja, co-padroeira da Europa Carta 52

«Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também»

«Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa antes de padecer» (Lc 22,15). Recordando estas palavras do nosso Salvador, se me perguntassem qual é a Páscoa que eu desejo ter convosco, responder-vos-ia: não há outra Páscoa que não a do Cordeiro imolado, a que Ele fez de Si mesmo quando Se entregou aos Seus amados discípulos. Oh doce cordeiro pascal, preparado pelo fogo do amor de Deus na Sua santíssima cruz! Alimento divino, fonte de alegria, de deleite e de consolo! Nada nos falta, uma vez que para os Teus servos Te fizeste mesa, alimento e servo. [...] O Verbo, o Filho único de Deus, deu-Se a nós com um grande fogo de amor.

Quem nos apresenta esta Páscoa hoje? O servo Espírito Santo. Por causa do amor desmesurado que tem por nós, Ele não se contentou em fazer-nos servir por outros, é Ele mesmo que quer ser o nosso servo. É nesta mesa que a minha alma deseja estar [...] para comer a Páscoa antes de morrer. […]

Sabei que é bom que nos apresentemos nesta mesa simultaneamente despojados e vestidos: despojados de todo o egoísmo, de toda a atracção pelo mundo, de toda a negligência e de toda a tristeza [...] – porque uma má tristeza definha a alma – e envolvidos na caridade ardente de Jesus Cristo. [...] Quando a alma contempla o seu criador e a bondade infinita que encontra n'Ele, não pode deixar de O amar. [...] De imediato ama aquilo que Deus ama e detesta o que Lhe desagrada porque Ele Se despojou de Si mesmo por amor. [...] Por causa da Sua fome, pela nossa salvação e pela honra de Seu Pai,Jesus Cristo humilhou-Se e sujeitou-Se a uma morte ignominiosa na cruz, embriagado de amor e apaixonado por nós. Esta é a Páscoa que eu desejo celebrar.

Os meus filmes


1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv


2.º – O Cemitério de Lagos


Os meus blogues








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http://www.psd.pt/ Homepage (rodapé) - “Povo Livre” - salvar (=guardar)

http://www.radiosim.com/

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=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Mais uma vez, no caminho de preparação para a mais importante festa do calendário cristão, a Igreja nos propõe um tempo de preparação – de penitência e de escuta da palavra, de acolhimento do plano de Deus e de atenção aos irmãos.

Neste ano de 2012, os textos que nos serão apresentados ao longo destas cinco semanas, mostram-nos um percurso claro e definido: Deus quer oferecer-nos um mundo onde a felicidade é possível (1º domingo) e a sua Palavra ensina-nos o caminho (2º domingo), Palavra que nos chama à conversão e à renovação (3º domingo). Aceitar esta Palavra implica, pois mudar de vida. Fiquemos, contudo certos do amor de Deus, gratuito e incondicional (4º domingo). Quanto a nós, temos de estar atentos ao seu plano de salvação e ir ao encontro dos outros, no amor e no serviço (5º domingo).

A “nova evangelização” a que a Igreja nos convida a todos nesta Quaresma impele-nos a não guardarmos este segredo do amor misericordioso de Deus e a partilhá-lo à nossa volta.

Com os votos de uma Santa Quaresma, saúda-vos com amizade

a equipa do Evangelho Quotidiano para a língua portuguesa

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

Se deseja fazer um donativo: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=helpus. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO propõe aos seus leitores um acesso fácil e rápido a todas as leituras da liturgia católica do dia, à vida dos santos e a um comentário feito por uma grande figura da Igreja.

Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Sexta-feira, dia 30 de Março de 2012


Sexta-feira da 5ª semana da Quaresma



Disse Jeremias: «Eu ouvia invectivas da multidão: "Cerco de terror! Denunciai-o! Vamos denunciá-lo!" Os que eram meus amigos espiam agora os meus passos: «Se o enganarmos, triunfaremos dele e dele nos vingaremos.»
O Senhor, porém está comigo como poderoso guerreiro. Por isso os meus perseguidores serão esmagados e cobertos de confusão porque não hão-de prevalecer. A sua ignomínia nunca se apagará da memória.
Mas Tu, Senhor do universo, examinas o justo, sondas os rins e os corações. Que eu possa contemplar a tua vingança contra eles, pois a ti confiei a minha causa!
Cantai ao Senhor, glorificai o Senhor porque salvou a vida do pobre da mão dos malvados.
Livro de Salmos 18(17),2-3a.3bc-4.5-6.7.

Eu te amo, ó Senhor, minha força,
minha fortaleza e protecção.-
Meu Deus, abrigo em que me refugio,
meu escudo, o meu baluarte de defesa.
Invoquei o Senhor - louvado seja Ele -
e fiquei salvo dos meus inimigos.-
Cercaram-me as ondas da morte
e as vagas destruidoras encheram-me de terror;
envolveram-me os laços do Abismo
e lançaram-me as suas redes fatais.-
Na minha angústia, invoquei o Senhor
e gritei pelo meu Deus.
Do seu santuário, Ele ouviu a minha voz;
o meu clamor chegou aos seus ouvidos.
Evangelho segundo S. João 10,31-42.

Naquele tempo, os judeus voltaram a pegar em pedras para apedrejarem Jesus Cristo.
Jesus Cristo replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?»
Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'?
Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus e a Escritura não se pode pôr em dúvida
a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: 'Tu blasfemas', por Eu ter dito: 'Sou Filho de Deus'?
Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim;
mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu no Pai.»
Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos.
Depois Jesus Cristo voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar e ali se demorou.
Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.» E muitos ali creram nele.

Bem-aventurado João Paulo II
Audiência Geral 6/12/79

«Está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'»

«Deus disse: façamos o homem à Nossa imagem (imagem de Deus – a aura), à Nossa semelhança» (Gn 1,26). Como se o Criador entrasse em Si mesmo; como se, criando, não chamasse apenas do nada à existência dizendo: «Faça-se!», mas de uma maneira particular, tirasse o homem do mistério do Seu próprio ser. E é compreensível que assim fosse porque não se tratava somente do ser, mas da imagem. A imagem deve reflectir; deve reproduzir, em certo sentido, a substância do seu protótipo. [...] É evidente que esta semelhança não deve ser entendida como um «retrato», mas como o facto de este ser vivo ter uma vida semelhante à de Deus. […]

Definindo o homem como «imagem de Deus», o livro do Génesis mostra aquilo pelo qual o homem é homem, aquilo pelo qual é um ser distinto de todas as outras criaturas do mundo visível. A ciência, sabemo-lo, fez e continua a fazer, nos diferentes domínios, numerosas tentativas para mostrar as ligações do homem com o mundo natural, para mostrar a sua dependência deste mundo a fim de o inserir na história da evolução das diferentes espécies.

Respeitando totalmente essas investigações, não nos podemos limitar a elas. Se analisarmos o homem no mais profundo do seu ser, veremos que ele é mais diferente do que semelhante ao mundo da natureza. É igualmente neste sentido que procedem a antropologia e a filosofia, quando procuram analisar e compreender a inteligência, a liberdade, a consciência e a espiritualidade do homem. O livro do Génesis parece ir à frente de todas estas experiências da ciência e ao dizer do homem que ele é «imagem de Deus» faz-nos compreender que a resposta ao mistério da sua humanidade não deve ser procurada na sua semelhança com o mundo da natureza. O homem assemelha-se mais a Deus que à natureza (ambos os mundos combinam e se complementam). É neste sentido que o salmo diz: «Vós sois deuses!» (Sl 82,6), palavras que Jesus Cristo retomará.

Sábado, dia 31 de Março de 2012

Sábado da 5ª semana da Quaresma


Calendário da Igreja disponível este dia Livro de Ezequiel 37,21-28.

Assim fala o Senhor Deus: Eis que Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações por onde se dispersaram; vou reuni-los de toda a parte e reconduzi-los ao seu país.
Farei deles uma só nação na minha terra, nas montanhas de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles; nunca mais serão duas nações, nem serão divididos em dois reinos.
Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os salvarei das suas rebeldias pelas quais pecaram e os purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus.
O meu servo David será o seu rei e eles terão um só pastor; caminharão segundo os meus preceitos, observarão os meus mandamentos e os porão em prática.
Habitarão o país que Eu dei ao meu servo Jacob e no qual habitaram seus pais; aí ficarão eles, os seus filhos e os filhos de seus filhos para sempre. David, meu servo, será para sempre o seu chefe.
Farei com eles uma aliança de paz; será uma aliança eterna; Eu os estabelecerei e os multiplicarei e colocarei o meu santuário no meio deles para sempre.
A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Então reconhecerão as nações que Eu sou o SENHOR que santifica Israel, quando tiver colocado o meu santuário no meio deles para sempre."

Livro de Jeremias 31,10.11-12ab.13.

Povos, escutai a palavra do Senhor!
Levai a notícia às ilhas longínquas e dizei:
'Aquele que dispersou Israel vai reuni-lo
e guardá-lo como o pastor ao seu rebanho.'-
Porque o Senhor resgatou Jacob
e libertou-o das mãos de um mais forte.
Regressarão jubilosos às alturas de Sião
e afluirão aos bens do Senhor.-
Então a jovem alegrar-se-á, bailando;
jovens e velhos partilharão do seu júbilo.
Converterei o seu pranto em exultação,
hei-de consolá-los e aliviá-los das suas penas.
Evangelho segundo S. João 11,45-56.

Naquele tempo, muitos dos judeus que tinham vindo a casa de Maria, ao verem o que Jesus Cristo fez, creram nele.
Alguns deles, porém foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus Cristo tinha feito.
Os sumos sacerdotes e os fariseus convocaram então o Conselho e diziam: «Que havemos nós de fazer dado que este homem realiza muitos sinais miraculosos?
Se o deixarmos assim, todos irão crer nele e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar santo e a nossa nação.»
Mas um deles, Caifás, que era Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não entendeis nada
nem vos dais conta de que vos convém que morra um só homem pelo povo e não pereça a nação inteira.»
Ora ele não disse isto por si mesmo; mas como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus Cristo devia morrer pela nação.
E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos.
Assim a partir desse dia, resolveram dar-lhe a morte.
Por isso Jesus Cristo já não andava em público, mas retirou-se dali para uma região vizinha do deserto, para uma cidade chamada Efraim e lá ficou com os discípulos.
Estava próxima a Páscoa dos judeus e muita gente do país subiu a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar.
Procuravam então Jesus Cristo e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele virá à Festa?»

São Prospério da Aquitânia (?-c. 460), teólogo leigo O apelo de todos os povos, 9

«Jesus Cristo devia morrer [...] não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»

São Paulo afirma: «Nestes dias que são os últimos (daquele período celeste), Deus falou-nos por Seu Filho a quem considerou como herdeiro de todas as coisas» (He 1,2). Não quer esta frase dizer que o Pai considerou que todos os homens (e mulheres) fazem parte da herança de Jesus Cristo? Ela é conforme à profecia de David: «Pede-Me e Eu te darei as nações por herança e por domínio as extremidades da Terra» (Sl 2,8).

O próprio Senhor declara: «Uma vez elevado da Terra, atrairei tudo a Mim» (Jo 12,32). Não é a conversão de todos que parece ser aqui prometida? Noutra passagem, encontramos uma profecia sobre a Igreja: «Todo o vale será preenchido, toda a montanha e toda a colina serão baixadas, os lugares acidentados serão aplanados e as escarpas transformadas em grandes vales» (Is 40,4): haverá alguém que pareça aqui esquecido, que não seja aqui designado como sujeito de Jesus Cristo? E que pensar quando lemos: «Toda a carne virá prosternar-se diante da Minha face para que Me adorem em Jerusalém, diz o Senhor» (Is 66,23)? […]

A expressão «povo de Deus» deve ser tomada em toda a sua plenitude. E se bem que a maioria dos homens recuse ou negligencie a graça do Salvador, é o conjunto que é designado pelas palavras «eleitos» e «predestinados». [...] O Apóstolo São Paulo também diz: «Nós proclamamos a Jesus Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas potência de Deus e sabedoria de Deus» (1Co 1,23-24). Jesus Cristo será «potência» e «sabedoria» de Deus para os mesmos homens para os quais é «escândalo» e «loucura»? De facto, porque alguns são salvos graças à sua fé, enquanto outros são endurecidos na impiedade, o Apóstolo juntou os fiéis e os infiéis sob o termo geral de «chamados», mostrando assim que aqueles a quem chamava pagãos se tornaram estranhos ao chamamento de Deus, apesar de terem ouvido o Evangelho.

Domingo, dia 01 de Abril de 2012

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano B


Festa da Igreja : Domingo de Ramos na Paixão do Senhor (semana II do saltério)
Calendário da Igreja disponível este dia
Livro de Isaías 50,4-7.

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
Livro de Salmos 22(21),8-9.17-18a.19-20.23-24.

Todos os que me vêem, escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça.
"Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo."-
Estou rodeado por matilhas de cães,
envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos.-
Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.-
Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos
e te louvarei no meio da assembleia.
Vós que temeis o Senhor, louvai-O!
Glorificai-O, descendentes de Jacob!
Reverenciai-O, descendentes de Israel!
Carta aos Filipenses 2,6-11.

Cristo Jesus que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!” para glória de Deus Pai.

Evangelho segundo S. Marcos 14,1-72.15,1-47.

Faltavam só dois dias para a Páscoa e os Ázimos; os sumos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam maneira de capturar Jesus Cristo à traição e de o matar.
É que diziam: «Durante a festa não, para que o povo não se revolte.»
Jesus Cristo encontrava-se em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Estando à mesa, chegou uma certa mulher que trazia um frasco de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço; partindo o frasco, derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus Cristo.
Alguns, indignados, (só Judas Iscariotes aos outros discípulos. S. Marcos foi discípulo de S. Pedro e a informação que reteve foi o facto de JC ter dito que haveria sempre pobres. Porquê Judas? Porque ele era o administrador dos bens da comunidade; era o homem das finanças; por isso apresentou a sua reclamação.) disseram entre si: «Para quê este desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de trezentos denários e dar-se o dinheiro aos pobres.» E censuravam-na.
Mas Jesus Cristo disse: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em mim uma boa acção!
Sempre tereis pobres entre vós e podereis fazer-lhes bem quando quiserdes; mas a mim, nem sempre me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu antecipadamente o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho há-de contar-se também, em sua memória, o que ela fez.»
Então Judas Iscariotes (sentindo-se desacreditado, desautorizado,... decidiu vingar-se porque andava a ser assediado pelos judeus), um dos Doze, foi ter com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus CRISTO.
Eles ouviram-no com satisfação e prometeram dar-lhe dinheiro e Judas espreitava ocasião favorável para o entregar.
No primeiro dia dos Ázimos, quando se imolava a Páscoa, os discípulos perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?»
Jesus Cristo enviou então dois dos seus discípulos e disse: «Ide à cidade e virá ao vosso encontro um homem trazendo um cântaro de água. Segui-o
e onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda dizer: 'Onde está a sala em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’
Há-de mostrar-vos uma grande sala no andar de cima, mobilada e toda pronta. Fazei aí os preparativos.»
Os discípulos partiram e foram à cidade; encontraram tudo como Ele lhes dissera e prepararam a Páscoa.
Chegada a tarde, Jesus Cristo foi com os Doze.
Estavam à mesa a comer quando disse: «Em verdade vos digo: um de vós há-de entregar-me, um que come comigo
Começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: «Porventura sou eu?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «É um dos Doze, aquele que mete comigo a mão no prato.
Na verdade, o Filho do Homem segue o seu caminho como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue! Melhor fora a esse homem não ter nascido
Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: «Tomai: isto é o meu corpo.»
Depois tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele.
E Ele disse-lhes: «Isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos.
Em verdade vos digo: não voltarei a beber do fruto da videira até ao dia em que o beba, novo, no Reino de Deus.»
Após o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras.
Jesus Cristo disse-lhes: «Todos ides abandonar-me, pois está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas hão-de dispersar-se.
Mas depois de Eu ressuscitar, hei-de preceder-vos a caminho da Galileia.»
Pedro disse: «Mesmo que todos venham a abandonar-te, eu não
E Jesus Cristo disse: «Em verdade te digo que hoje, esta noite, antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes
Mas ele insistia com mais ardor: «Mesmo que tenha de morrer contigo, não te negarei.» E todos afirmaram o mesmo.
Chegaram a uma propriedade chamada Getsémani e Jesus Cristo disse aos discípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar
Tomando consigo Pedro, Tiago e João, começou a sentir pavor e a angustiar-se.
E disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai.»
Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se possível, passasse dele aquela hora.
E dizia: «Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero e sim o que Tu queres.»
Depois foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, dormes? Nem uma hora pudeste vigiar!
Vigiai e orai para não cederdes à tentação; o espírito está cheio de ardor, mas a carne é débil.»
Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
E voltando de novo, encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados e não sabiam que responder-lhe.
Voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai! Pois bem, chegou a hora. Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.

Levantai-vos! Vamos! Eis que chega o que me vai entregar.»

E logo, ainda Ele estava a falar, chegou Judas, um dos Doze, e com ele, muito povo com espadas e varapaus, da parte dos sumos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos.
Ora o que o ia entregar tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar é esse mesmo; prendei-o e levai-o bem guardado.»
Mal chegou, aproximou-se de Jesus Cristo, dizendo: «Mestre!» e beijou-o.
Os outros deitaram-lhe as mãos e prenderam-no (a Jesus Cristo).
Então um dos que estavam presentes, puxando da espada, feriu o criado do Sumo Sacerdote e cortou-lhe uma orelha.
E tomando a palavra, Jesus Cristo disse-lhes: «Como se eu fosse um salteador, viestes com espadas e varapaus para me prender!
Estava todos os dias junto de vós, no templo, a ensinar e não me prendestes; mas é para se cumprirem as Escrituras.»
Então os discípulos, deixando-o, fugiram todos.
Um certo jovem, que o seguia envolto apenas num lençol, foi preso;
mas ele, deixando o lençol, fugiu nu.
Conduziram Jesus Cristo a casa do Sumo Sacerdote onde se juntaram todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os doutores da Lei.
E Pedro tinha-o seguido de longe até dentro do palácio do Sumo Sacerdote onde se sentou com os guardas a aquecer-se ao lume.
Ora os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus Cristo a fim de lhe dar a morte, mas não o encontravam;
de facto, muitos testemunharam falsamente contra Ele, mas os testemunhos não eram coincidentes.
E alguns ergueram-se e proferiram contra Ele este falso testemunho:
«Ouvimo-lo dizer: 'Demolirei este templo construído pela mão dos homens e em três dias, edificarei outro que não será feito pela mão dos homens.’»
Mas nem assim o depoimento deles concordava.
Então o Sumo Sacerdote ergueu-se no meio da assembleia e interrogou Jesus Cristo: «Não respondes nada ao que estes testemunham contra ti?»
Mas Ele continuava em silêncio e nada respondia. O Sumo Sacerdote voltou a interrogá-lo: «És Tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?»
Jesus Cristo respondeu: «Eu sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vir sobre as nuvens do céu.»
O Sumo Sacerdote rasgou então as suas vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia! Que vos parece?» E todos sentenciavam que Ele era réu de morte.
Depois alguns começaram a cuspir-lhe, a cobrir-lhe o rosto com um véu e, batendo-lhe, a dizer: «Profetiza!» E os guardas davam-lhe bofetadas.
Estando Pedro em baixo, no pátio, chegou uma das criadas do Sumo Sacerdote
e, vendo Pedro a aquecer-se, fixou nele o olhar e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno.»
Mas ele negou, dizendo: «Não sei nem entendo o que dizes.» Depois saiu para o átrio e um galo cantou.
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos que ali estavam: «Este é um deles.»
Mas ele negou outra vez. Pouco depois, os presentes disseram de novo a Pedro: «Com certeza que és um deles, pois também és galileu.»
Ele começou então a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais!»
E logo cantou o galo pela segunda vez. Pedro recordou-se então das palavras de Jesus Cristo: «Antes de o galo cantar duas vezes, tu me terás negado três vezes.» E desatou a chorar.
Logo de manhã, os sumos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os doutores da Lei e todo o Sinédrio e, tendo manietado Jesus Cristo, levaram-no e entregaram-no a Pilatos.
Perguntou-lhe Pilatos: «És Tu o rei dos Judeus?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Tu o dizes.»
Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas.
Pilatos interrogou-o de novo, dizendo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas és acusado!»
Mas Jesus Cristo nada mais respondeu de modo que Pilatos estava estupefacto.
Ora em cada festa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso que eles pedissem.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que tinham cometido um assassínio durante a revolta.
A multidão chegou e começou a pedir-lhe o que ele costumava conceder.
Pilatos, respondendo, disse: «Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Porque sabia que era por inveja que os sumos sacerdotes o tinham entregado.
Os sumos sacerdotes, porém instigaram a multidão a pedir que lhes soltasse, de preferência, Barrabás.
Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: «Então que quereis que faça daquele a quem chamais rei dos judeus?»
Eles gritaram novamente: «Crucifica-o
Pilatos insistiu: «Que fez Ele de mal?» Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-o!»
Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de mandar flagelar Jesus Cristo, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados levaram-no para dentro do pátio, isto é, para o pretório e convocaram toda a corte.
Revestiram-no de um manto de púrpura e puseram-lhe uma coroa de espinhos que tinham entretecido.
Depois, começaram a saudá-lo: «Salve! Ó rei dos judeus!»
Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam sobre Ele e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante dele.
Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e revestiram-no das suas vestes. Levaram-no então para o crucificar.
Para lhe levar a cruz, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo.
E conduziram-no ao lugar do Gólgota que quer dizer 'lugar do Crânio’.
Queriam dar-lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não quis beber.
Depois crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte para ver o que cabia a cada um.
Eram umas nove horas da manhã quando o crucificaram.
Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus
Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Deste modo, cumpriu-se a passagem da Escritura que diz: Foi contado entre os malfeitores.
Os que passavam, injuriavam-no e, abanando a cabeça, diziam: «Olha o que destrói o templo e o reconstrói em três dias!
Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!»
Da mesma forma, os sumos sacerdotes e os doutores da Lei troçavam dele entre si: «Salvou os outros, mas não pode salvar-se a si mesmo!
O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos!» Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam.
Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a Terra até às três da tarde.
E às três da tarde, Jesus Cristo exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!»
Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos a ver se Elias vem tirá-lo dali.»
Mas Jesus Cristo, com um grito forte, expirou.
E o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo.
O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus
Também ali estavam algumas mulheres a contemplar de longe; entre elas, Maria de Magdala (Madalena), Maria, mãe de Tiago Menor e de José, e Salomé,
que o seguiam e serviam quando Ele estava na Galileia e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém.
Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado,
José de Arimateia, respeitável membro do Conselho que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus Cristo.
Pilatos espantou-se por Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se já tinha morrido há muito.
Informado pelo centurião, Pilatos ordenou que o corpo fosse entregue a José.
Este, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro.
Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.

Homilia atribuída a Santo Epifânio de Salamina (? - 403), bispo Homilia para o Domingo de Ramos

«Aí vem o noivo, ide ao seu encontro» (Mt 25,6)

«Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9), alegra-te e exulta, Igreja de Deus, pois eis que o teu Rei vem a ti, eis o Esposo que chega, sentado num burro como num trono! Vamos depressa ao Seu encontro para contemplar a Sua glória. Eis a salvação do mundo: Deus avança para a cruz. Também nós, os povos, gritamos hoje com o povo: «Hossana ao Filho de David! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!» (Mt 21,9; Sl 118,26) […]

A Igreja celebra um dia de festa à sombra de Jesus Cristo, oliveira carregada de azeitonas na casa de Deus (Sl 52,10); celebra um dia de Festa com Jesus Cristo, lírio primaveril do Paraíso em flor porque Jesus Cristo está no meio da Igreja como verdadeiro lírio florido, raiz de Jessé que não julga o mundo, mas o serve (Is 11,1.3). Ele está no meio da Igreja, fonte eterna donde jorram, não já os rios do paraíso (cf. Gn 2,10), mas Mateus, Marcos, Lucas e João que regam os jardins da Igreja de Jesus Cristo. Hoje, nós, que somos novos e fecundos rebentos (cf Sl 128,3), levando nas mãos os ramos da oliveira, supliquemos a misericórdia de Jesus Cristo. «Plantados na casa do Senhor», florescendo na Primavera nos «átrios do nosso Deus», celebremos um dia de festa: «que o Inverno já passou!» (Sl 92,14; Ct 2,11) […]

Clamo com São Paulo, com voz santa e forte: «O que era antigo passou; eis que surgiram coisas novas» (2Co 5,17). [...] Um profeta, olhando para este rei, grita: «Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo» (Jo 1,29) [...] e David, olhando para Jesus Cristo, saído da sua raça segundo a carne diz: «O Senhor tem-nos iluminado!» (Sl 118,27). Dia de festa admirável, pela sua novidade, surpreendente e estupenda: as crianças aclamam a Jesus Cristo e os sacerdotes maldizem-n'O; as crianças louvam-n'O e os doutores da lei desprezam-n'O e caluniam-n'O. As crianças dizem: «Hossana!» e os Seus inimigos gritam: «Crucifica-O!» Aquelas juntam-se ao redor de Jesus Cristo com palmas, estes atiram-se a Ele com espadas; aquelas cortam os ramos, estes preparam uma cruz.

Segunda-feira, dia 02 de Abril de 2012

2a-FEIRA DA SEMANA SANTA


Santo do dia : S. Francisco de Paula, eremita, fundador, +1519 Livro de Isaías 42,1-7.

Diz o Senhor: «Eis o meu servo que Eu amparo, o meu eleito que Eu preferi. Fiz repousar sobre ele o meu espírito para que leve às nações a verdadeira justiça.
Ele não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas.
Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a fidelidade a verdadeira justiça.
Não desanimará, nem desfalecerá até estabelecer na Terra o direito, as leis que os povos das ilhas esperam dele.
Eis o que diz o SENHOR Deus que criou os céus e os estendeu, que consolidou a terra com a sua vegetação, que deu vida aos seus habitantes e o alento aos que andam por ela.
Eu, o SENHOR, chamei-te por causa da justiça, segurei-te pela mão; formei-te e designei-te como aliança de um povo e luz das nações
para abrires os olhos aos cegos, para tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão, os que vivem nas trevas.
Livro de Salmos 27(26),1.2.3.13-14.

O Senhor é minha luz e salvação:
de quem terei medo?
O Senhor é o baluarte da minha vida:
quem me assustará?-
Quando os malvados avançam contra mim
para me devorar,
são eles, meus opressores e inimigos,
que resvalam e caem.-
Ainda que um exército me cerque,
o meu coração não temerá.
Mesmo que me declarem a guerra
ainda assim terei confiança.-
Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do Senhor,
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no senhor.
Evangelho segundo S. João 12,1-11.

Seis dias antes da Páscoa, Jesus Cristo foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então Maria ungiu os pés de Jesus Cristo com uma libra de perfume de nardo puro de alto preço e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.
Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar:
«Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários para os dar aos pobres?»
Ele, porém disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.
Então Jesus Cristo disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura!
De facto, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.»
Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram não só por causa de Jesus Cristo, mas também para verem Lázaro que Ele tinha ressuscitado dos mortos.
Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro
porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus Cristo.

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo Comentário do Cântico dos Cânticos, II, 9

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»

A esposa do Cântico dos Cânticos diz: «o meu nardo dá o seu perfume» (1,12) [...]; mas podemos ler também «o Seu perfume». [...] A esposa aproximou-se do Esposo, ungiu-O com os seus unguentos e surpreendentemente foi como se o nardo não tivesse dado perfume enquanto estava nas mãos da esposa, mas o desse ao entrar em contacto com o corpo do Esposo — de sorte que, segundo parece, não foi tanto Ele que recebeu o perfume do nardo, mas foi antes o nardo que o recebeu como se viesse d'Ele. […]

Apresentamos aqui a esposa Igreja, na pessoa de Maria: diz-se que ela trazia uma libra de nardo de alto preço e que ungiu os pés de Jesus Cristo, enxugando-os depois com os cabelos e que, de certo modo, também ela recebeu, através dos cabelos, um perfume impregnado da qualidade e do poder do corpo de Jesus Cristo. [...] Ela impregnou a cabeça com um perfume requintado que vinha mais de Jesus Cristo que do nardo e disse [como a esposa]: «O meu nardo, derramado no corpo de Jesus Cristo, deu-me em troca o Seu aroma». […]

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume.» Isso indica seguramente que a fragrância da doutrina que vem de Jesus Cristo e o agradável perfume do Espírito Santo encheram toda a casa deste mundo ou a casa de toda a Igreja. Ou pelo menos encheram toda a casa através desta alma que recebeu a fragrância de Jesus Cristo, tendo-Lhe oferecido inicialmente o dom da sua fé como nardo puro e recebendo, em retribuição, a graça do Espírito Santo e o agradável perfume da doutrina espiritual [...] para que também ela pudesse dizer: «Somos para Deus o bom odor de Jesus Cristo» (2Co 2,15). Ora porque esse nardo foi cheio de fé e dum amor de grande valor, Jesus Cristo presta-lhe esta homenagem: «Praticou em Mim uma boa acção!» (Mc 14,6).

Terça-feira, dia 03 de Abril de 2012

3a-FEIRA DA SEMANA SANTA



«Ouvi-me, habitantes das ilhas, prestai atenção, povos de longe. Quando ainda estava no ventre materno, o Senhor chamou-me, quando ainda estava no seio da minha mãe, pronunciou o meu nome.
Fez da minha palavra uma espada afiada, escondeu-me na concha da sua mão. Fez da minha mensagem uma seta penetrante, guardou-me na sua aljava.
Disse-me: «Israel, tu és o meu servo, em ti serei glorificado.»
Eu dizia a mim mesmo: «Em vão me cansei, em vento e em nada gastei as minhas forças.» Porém, o meu direito está nas mãos do SENHOR e no meu Deus a minha recompensa.
E agora o SENHOR declara-me que me formou desde o ventre materno para ser o seu servo, para lhe reconduzir Jacob e para lhe congregar Israel. Assim me honrou o SENHOR. O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: «Não basta que sejas meu servo só para restaurares as tribos de Jacob e reunires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti luz das nações para que a minha salvação chegue até aos confins da Terra.»

Livro de Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.

Em ti, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela tua justiça, livra-me e protege-me;
inclina para mim os teus ouvidos e salva-me.-
Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio:
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.-
Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.-
A minha boca proclamará a tua justiça,
e todo o dia anunciarei a tua salvação,
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.
Evangelho segundo S. João 13,21-33.36-38.

Naquele tempo, estando Jesus Cristo à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!»
Os discípulos olhavam uns para os outros sem saberem a quem se referia.
Um dos discípulos, aquele que Jesus Cristo amava, estava à mesa reclinado no seu peito.
Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia.
Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus Cristo, perguntou: «Senhor, quem é?»
Jesus Cristo respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
Jesus Cristo disse-lhe então: «O que tens a fazer, fá-lo depressa.»
Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém com que fim lho dissera.
Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus Cristo lhe tinha dito: 'Compra o que precisamos para a Festa' ou 'dá alguma coisa aos pobres'.
Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite.
Depois de Judas ter saído, Jesus Cristo disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus.
E se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem e há-de revelá-la muito em breve.»
«Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar e assim como Eu disse aos judeus: 'Para onde Eu for vós não podereis ir' também agora o digo a vós.
Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus Cristo respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir, por agora; hás-de seguir-me mais tarde.»
Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!»
Replicou Jesus Cristo: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo antes de me teres negado três vezes!»

Liturgia Latina das Horas «Desce o Verbo de Deus», Hino de Laudes da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo

«Antes de morrer, o Salvador entrega-Se aos discípulos»

Desce o Verbo de Deus à nossa Terra,
Sem deixar a direita de Deus Pai
E lançada a semente do Evangelho,
Chega o Senhor ao ocaso da vida.-
Um discípulo O entrega aos inimigos;
Mas antes de morrer, o Salvador
Entrega-Se aos discípulos, dizendo:
Sou o Pão vivo que desceu do Céu (Jo 6,51).-
O Corpo de Jesus é alimento,
O Seu Sangue, bebida verdadeira.
Viverá para sempre o homem novo
Que tomar deste Pão e deste Vinho.-
Nascendo, quis ser nosso companheiro,
Na Ceia Se tornou nosso alimento,
Na Morte Se ofereceu como resgate,
Na Glória será nossa recompensa.-
Hóstia Santa, penhor de Salvação,
Perene manancial de eterna Vida,
O inimigo teima em combater-nos;
Salvai-nos com a Vossa fortaleza.-
Ao Senhor Uno e Trino demos glória,
Cantemos Seu louvor por todo o sempre;
A todos nos conceda a Vida eterna,
Abrindo-nos as portas do Seu Reino.

Quarta-feira, dia 04 de Abril de 2012

4a-FEIRA DA SEMANA SANTA


Santo do dia : Santo Isidoro de Sevilha, bispo, Doutor da Igreja, +636 Livro de Isaías 50,4-9a.

«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos para que eu aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado.
O meu defensor está junto de mim. Quem ousará levantar-me um processo? Compareçamos juntos diante do juiz! Apresente-se quem tiver qualquer coisa contra mim.
O Senhor DEUS vem em meu auxílio; quem ousará condenar-me? Cairão todos esfrangalhados como roupa velha, roída pela traça.»

Livro de Salmos 69(68),8-10.21bcd-22.31.33-34.

Por causa de ti, tenho sofrido insultos,
o meu rosto cobriu-se de vergonha.
Tornei-me um estranho para os meus irmãos,
um desconhecido para os filhos de minha mãe.
O zelo da tua casa me consome;
os insultos dos que te ultrajam caíram sobre mim.-
O insulto despedaçou-me o coração até desfalecer;
esperei compaixão, mas foi em vão;
nem encontrei quem me consolasse,
Deram-me fel, em vez de comida
e vinagre, quando tive sede.-
Louvarei com cânticos o nome de Deus;
hei-de glorificá-lo com acções de graças.
Que os humildes vejam isto e se alegrem
e os que buscam a Deus se encham de coragem,
O Senhor escuta os necessitados
e não despreza o seu povo cativo.
Evangelho segundo S. Mateus 26,14-25.

Naquele tempo, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata.
E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus Cristo.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus Cristo e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: 'O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.’»
Os discípulos fizeram como Jesus Cristo lhes ordenara e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.»
Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez: «Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará.
O Filho do Homem segue o seu caminho como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» «Tu o disseste» respondeu Jesus Cristo.

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja Sermões sobre o evangelho de João, n.° 27, § 10

Deus tira do mal o bem e da injustiça a justiça

«Não vos escolhi Eu a vós, os Doze? Contudo, um de vós é um diabo» (Jo 6,70). O Senhor devia dizer: «Escolhi onze de vós»; terá ele escolhido um demónio, haveria um demónio entre os eleitos? [...] Diremos nós que, ao escolher Judas, quis o Salvador cumprir através dele, contra sua vontade, sem que ele soubesse, uma obra tão grande e tão boa? Isto é próprio de Deus [...]: fazer que as más obras dos maus sirvam o bem [...]. O mau faz que todas as boas obras de Deus sirvam o mal; o homem de bem, ao contrário, faz que as más acções dos maus sirvam o bem. Haverá alguém tão bom quanto o Deus único? O próprio Senhor diz: «Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,18) […]

Haverá quem seja pior do que Judas? De entre os discípulos do Mestre, de entre os Doze, foi ele o escolhido para guardar a bolsa e prover aos pobres (Jo 13,29). Mas depois de tal dom, é ele quem recebe dinheiro para entregar Aquele que é a Vida (Mt 26,15); perseguiu como inimigo Aquele a Quem tinha seguido como discípulo [...]. Mas o Senhor fez que tão grande crime servisse o bem. Aceitou ser traído para nos resgatar: eis como o crime de Judas se transmuta em bem.

Quantos mártires terá Satanás perseguido? Mas, se não o tivesse feito, não celebraríamos hoje o triunfo daqueles [...]. O mau não pode contrariar a bondade de Deus. Ainda que Satanás seja um artesão do mal, o supremo Artesão não permitiria a existência do mal, se não soubesse servir-Se dele para que tudo concorra para o bem.

Quinta-feira, dia 05 de Abril de 2012

5a-FEIRA DA SEMANA SANTA. Missa vespertina da Ceia do Senhor


Festa da Igreja : Ceia do Senhor
Santo do dia : S. Vicente Ferrer, presbítero, +1419, Santa Irene, virgem, séc. IV
Livro de Êxodo 12,1-8.11-14.

Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto:
«Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano.
Falai a toda a comunidade de Israel, dizendo que, aos dez deste mês, tomará cada um deles um animal do rebanho para a família, um animal do rebanho por casa.
Se a família for pouco numerosa para um animal do rebanho, tomar-se-á com o vizinho mais próximo da casa, segundo o número das pessoas; calculareis o animal do rebanho conforme o que cada um puder comer.
O animal do rebanho para vós será sem defeito, um macho, filho de um ano e tomá-lo-eis de entre os cordeiros ou de entre os cabritos.
Vós o tereis sob guarda até ao dia catorze deste mês e toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo.
Tomar-se-á do sangue e colocar-se-á sobre as duas ombreiras e sobre o dintel da porta das casas em que ele se comerá.
Comer-se-á a carne naquela noite; comer-se-á assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas.
Comê-la-eis desta maneira: os rins cingidos, as sandálias nos pés e o cajado na mão. Comê-la-eis à pressa. É a Páscoa em honra do Senhor.
E Eu atravessarei a terra do Egipto naquela noite e ferirei todos os primogénitos na terra do Egipto, desde os homens até aos animais e contra todos os deuses do Egipto farei justiça, Eu, o Senhor.
E o sangue será para vós um sinal nas casas em que vós estais. Eu verei o sangue e passarei ao largo e não haverá contra vós nenhuma praga de extermínio quando Eu ferir a terra do Egipto.
Aquele dia será para vós um memorial e vós festejá-lo-eis como uma festa em honra do Senhor. Ao longo das vossas gerações, a deveis festejar como uma lei perpétua.

Livro de Salmos 116(115),12-13.15-16bc.17-18.

Como retribuirei ao Senhor
todos os seus benefícios para comigo?
Elevarei o cálice da salvação,
invocando o nome do Senhor.-
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.
Senhor, sou teu servo, filho da tua serva;
quebraste as minhas cadeias.-
Hei-de oferecer-te sacrifícios de louvor,
invocando, Senhor, o teu nome.
Cumprirei as minhas promessas feitas ao Senhor
na presença de todo o seu povo.
1ª Carta aos Coríntios 11,23-26.

Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus Cristo na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»
Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.

Evangelho segundo S. João 13,1-15.

Antes da festa da Páscoa, Jesus Cristo, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo.
O diabo já tinha metido no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, a decisão de o entregar.
Enquanto celebravam a ceia, Jesus Cristo, sabendo perfeitamente que o Pai tudo lhe pusera nas mãos e que saíra de Deus e para Deus voltava,
levantou-se da mesa, tirou o manto, tomou uma toalha e atou-a à cintura.
Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura.
Chegou, pois a Simão Pedro. Este disse-lhe: «Senhor, Tu é que me lavas os pés?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «O que Eu estou a fazer tu não o entendes por agora, mas hás-de compreendê-lo depois.»
Disse-lhe Pedro: «Não! Tu nunca me hás-de lavar os pés!» Replicou-lhe Jesus Cristo: «Se Eu não te lavar, nada terás a haver comigo.»
Disse-lhe então Simão Pedro: «Ó Senhor! Não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.»
Ele bem sabia quem o ia entregar; por isso é que lhe disse: 'Nem todos estais limpos'.
Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes:
«Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me 'o Mestre' e 'o Senhor', e dizeis bem, porque o sou.
Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. (JC instaura a lei do serviço, a demcracia; quanto maior responsabilidade, maior o serviço)
Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também.

Santa Catarina de Siena (1347-1380), terceira dominicana, Doutora da Igreja, co-padroeira da Europa Carta 52

«Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também»

«Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa antes de padecer» (Lc 22,15). Recordando estas palavras do nosso Salvador, se me perguntassem qual é a Páscoa que eu desejo ter convosco, responder-vos-ia: não há outra Páscoa que não a do Cordeiro imolado, a que Ele fez de Si mesmo quando Se entregou aos Seus amados discípulos. Oh doce cordeiro pascal, preparado pelo fogo do amor de Deus na Sua santíssima cruz! Alimento divino, fonte de alegria, de deleite e de consolo! Nada nos falta, uma vez que para os Teus servos Te fizeste mesa, alimento e servo. [...] O Verbo, o Filho único de Deus, deu-Se a nós com um grande fogo de amor.

Quem nos apresenta esta Páscoa hoje? O servo Espírito Santo. Por causa do amor desmesurado que tem por nós, Ele não se contentou em fazer-nos servir por outros, é Ele mesmo que quer ser o nosso servo. É nesta mesa que a minha alma deseja estar [...] para comer a Páscoa antes de morrer. […]

Sabei que é bom que nos apresentemos nesta mesa simultaneamente despojados e vestidos: despojados de todo o egoísmo, de toda a atracção pelo mundo, de toda a negligência e de toda a tristeza [...] – porque uma má tristeza definha a alma – e envolvidos na caridade ardente de Jesus Cristo. [...] Quando a alma contempla o seu criador e a bondade infinita que encontra n'Ele, não pode deixar de O amar. [...] De imediato ama aquilo que Deus ama e detesta o que Lhe desagrada porque Ele Se despojou de Si mesmo por amor. [...] Por causa da Sua fome, pela nossa salvação e pela honra de Seu Pai,Jesus Cristo humilhou-Se e sujeitou-Se a uma morte ignominiosa na cruz, embriagado de amor e apaixonado por nós. Esta é a Páscoa que eu desejo celebrar.

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