segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cristianismo 54


=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

No dia da Ascensão, Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?

O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparámo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica, mas como uma verdadeira «novidade» capaz de mudar as nossas vidas. Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus Cristo que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15). Que Deus nos conceda a graça de o podermos dizer também a nós próprios, aos nossos parentes, aos nossos vizinhos, «a toda a criatura» (Mc 16.15).

Com os votos de uma Santa e Feliz Páscoa

A equipa Evangelizo de língua portuguesa

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Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org

Sexta-feira, dia 06 de Abril de 2012


6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR


Festa da Igreja : Paixão do Senhor
Santo do dia : S. Celestino I, papa, +432, S. Marcelino de Cartago, pai de família, mártir, +411
Livro de Isaías 52,13-15.53,1-12.

Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos ao verem coisas inenarráveis e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR? O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum nem praticado qualquer fraude.
Mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos porque carregou com o crime deles.
Por isso ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos porque ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos e sofreu pelos culpados.

Livro de Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.

Em ti, Senhor, me refugio; que eu nunca seja confundido.
Salva-me pela tua justiça.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.-
Tornei-me objecto de escárnio para os meus inimigos,
de desprezo para os meus vizinhos
e de terror para os meus conhecidos.
Os que me vêem na rua fogem de mim.
Votaram-me ao esquecimento como se tivesse morrido;
sou como um vaso desfeito.-
Mas eu confio em ti, Senhor
e digo: "Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.-
Brilhe sobre o teu servo a tua luz;
salva-me pela tua misericórdia."
Tende coragem e fortalecei o vosso coração,
todos vós, que esperais no Senhor!
Carta aos Hebreus 4,14-16.5,7-9.

Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos então com grande confiança do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.

Evangelho segundo S. João 18,1-40.19,1-42.

Naquele tempo, Jesus Cristo saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio porque Jesus Cristo se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus Cristo, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus Cristo lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus Cristo disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus Cristo e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus Cristo. Esse outro discípulo (S. João Evangelista) era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus Cristo.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro.
Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então o Sumo Sacerdote interrogou Jesus Cristo acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo onde todos os judeus se reúnem e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus Cristo disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus Cristo replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas se falei bem porque me bates?»
Então Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus Cristo de novo e nesse instante cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus Cristo à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus
em cumprimento do que Jesus Cristo tinha dito quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus Cristo e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Tu perguntas isso por ti mesmo ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu porventura judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus Cristo respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus Cristo: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou levar Jesus Cristo e flagelá-lo.
Depois os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.»
Então saiu Jesus Cristo com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus Cristo, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer porque disse ser Filho de Deus
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus Cristo: «Donde és Tu?» Mas Jesus Cristo não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti, tem maior pecado
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.»
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus Cristo para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César
Então entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus Cristo. Jesus Cristo, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,
onde o crucificaram e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus Cristo no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus porque o lugar onde Jesus Cristo tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus Cristo, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus estavam de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena.
Então Jesus Cristo, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava (S. João Evangelista), disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua (mãe) (Naquela época, a mulher não tinha possibilidade de viver sozinha, precisava de um homem – marido, filho, … - na sua casa. Maria tinha escolhido deixar a casa dos filhos e viver na comunidade de Jesus Cristo, seu filho).
Depois disso, Jesus Cristo, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus Cristo disse: «Tudo está consumado.» E inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus Cristo, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia que era discípulo de Jesus Cristo, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus Cristo de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus Cristo e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus Cristo.

Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero Sobre o governo de Deus

«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.» (Jo 15,13)

O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este que é Filho de Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quero dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. […]

Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Jesus Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Jesus Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Jesus Cristo morreu por nós. E agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9)

A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado; teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos então por tudo isto?

Sábado, dia 07 de Abril de 2012

Sábado Santo - VIGÍLIA PASCAL



Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés: «Porque clamas por mim? Fala aos filhos de Israel e manda-os partir.
E tu, levanta a tua vara e estende a mão sobre o mar e divide-o e que os filhos de Israel entrem pelo meio do mar, por terra seca.
E eis que Eu vou endurecer o coração dos egípcios para que venham atrás deles e serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros
e os egípcios saberão que Eu sou o Senhor quando for glorificado por meio do faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros.»
O anjo de Deus que caminhava à frente do acampamento de Israel levantou-se, partiu e passou a caminhar atrás deles. E a coluna de nuvem (Deus e o Pai) levantou-se diante deles e colocou-se atrás deles.
Veio colocar-se entre o acampamento do Egipto e o acampamento de Israel. E houve nuvens e trevas, iluminou-se a noite e não se aproximaram um do outro toda a noite.
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o Senhor fez recuar o mar com um vento forte de oriente toda a noite e pôs o mar a seco. As águas dividiram-se
e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, por terra seca e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
Os egípcios perseguiram-nos e todos os cavalos do faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros entraram atrás deles para o meio do mar.
E aconteceu que, na vigília da manhã, o Senhor olhou da coluna de fogo e de nuvem para o acampamento dos egípcios e lançou a confusão no acampamento dos egípcios.
Ele desviou as rodas dos seus carros de guerra e eles conduziam com dificuldade. Os egípcios disseram: «Fujamos diante de Israel porque o Senhor combate por eles contra o Egipto.»
O Senhor disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre o mar e que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.»
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o mar voltou ao seu leito normal, ao raiar da manhã, e os egípcios a fugir foram ao seu encontro. E o Senhor desfez-se dos egípcios no meio do mar.
As águas voltaram e cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou nenhum.
Os filhos de Israel caminharam em terra seca, pelo meio do mar e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
O Senhor salvou, naquele dia, Israel da mão do Egipto e Israel viu os egípcios mortos à beira do mar.
Israel viu a mão poderosa com que o Senhor actuou contra o Egipto, o povo temeu o Senhor e acreditou nele e em Moisés, seu servo.
Então Moisés cantou e os filhos de Israel também este cântico ao Senhor. Eles disseram: «Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar.
Livro de Êxodo 15,1b-2.3-4.5-6.17-18.

«Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande:
cavalo e cavaleiro lançou ao mar.
Minha força e meu canto é o Senhor:
Ele foi para mim a salvação.-
Ele é o meu Deus: eu O exalto
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico
O Senhor é um guerreiro: Senhor é o seu nome.
Os carros de guerra do faraó e o seu exército Ele atirou ao mar.-
Os seus combatentes escolhidos foram afundados
no Mar dos Juncos.
Cobrem-nos os abismos:
desceram às profundezas como uma pedra.
A tua direita, Senhor, resplandeceu de força;
a tua direita, Senhor, apanhou o inimigo.-
Conduzistes com amor o povo que libertastes
e com o vosso poder o levastes à vossa morada santa,
à morada segura que fizestes, senhor.
O Senhor reinará eternamente e para sempre.»
Carta aos Romanos 6,3-11.

Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois sepultados com Ele na morte para que, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto, está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.
Pois na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado (a prática do mal), mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Evangelho segundo S. Marcos 16,1-7.

Depois de passar o sábado, Maria de Magdala (Madalena), Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo.
De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana (domingo), foram ao sepulcro.
Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?»
Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado e era muito grande.
Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca (um anjo) e ficaram assustadas.
Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado.
Ide, pois e dizei aos seus discípulos e a Pedro: 'Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá o vereis como vos tinha dito’.»

São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo Sermão 17, segundo para a Grande Noite

«Eis que renovo todas as coisas» (Ap 21,5)

O mundo inteiro que celebra a vigília pascal durante toda esta noite, testemunha a grandeza e a solenidade da mesma. E com razão: nesta noite a morte foi vencida, a Vida está viva, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Outrora Moisés dissera ao povo a propósito desta Vida: «Sentireis a vossa vida suspensa e tremereis noite e dia» (Dt 28,66). [...] Que aqui se trata de Jesus Cristo Senhor, é Ele próprio que no-lo mostra no Evangelho quando diz: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). Ele diz-Se o caminho porque conduz ao Pai; a verdade porque condena a mentira e a vida porque comanda a morte [...]: «Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» (1Co 15,55) Porque a morte que sempre fora vitoriosa, foi vencida pela morte d'Aquele que a venceu. A Vida aceitou morrer para desconcertar a morte. Da mesma forma que, ao nascer do dia, as trevas desaparecem, assim foi a morte aniquilada quando se ergueu a Vida eterna. […]

Eis, pois o tempo pascal. Outrora Moisés falou ao seu povo dizendo: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano» (Ex 12,2). [...] O primeiro mês do ano não é, portanto, Janeiro, em que tudo está morto, mas o tempo pascal, em que tudo retorna à vida porque é agora que a erva dos prados, de certa forma, ressuscita da morte, é agora que há flores nas árvores e que as vinhas têm rebentos, é agora que o próprio ar parece feliz com o início dum novo ano. [...] Este tempo pascal é assim o primeiro mês, o tempo novo [...] e, também neste dia, o género humano é renovado. Pois hoje, no mundo inteiro, inumeráveis povos ressuscitam pela água do baptismo, para uma vida nova. [...] E nós que acreditamos que o tempo pascal é, na verdade, o ano novo, devemos celebrar esse santo dia com toda a alegria e exultação e júbilo espiritual para podermos dizer verdadeiramente este refrão do salmo: «Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!» (117,24).

Os meus filmes


1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv


2.º – O Cemitério de Lagos


Os meus blogues








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«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

No dia da Ascensão, Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?

O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparámo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica, mas como uma verdadeira «novidade» capaz de mudar as nossas vidas. Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus Cristo que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15). Que Deus nos conceda a graça de o podermos dizer também a nós próprios, aos nossos parentes, aos nossos vizinhos, «a toda a criatura» (Mc 16.15).

Com os votos de uma Santa e Feliz Páscoa

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Sexta-feira, dia 06 de Abril de 2012


6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR


Festa da Igreja : Paixão do Senhor
Santo do dia : S. Celestino I, papa, +432, S. Marcelino de Cartago, pai de família, mártir, +411
Livro de Isaías 52,13-15.53,1-12.

Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos ao verem coisas inenarráveis e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR? O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum nem praticado qualquer fraude.
Mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos porque carregou com o crime deles.
Por isso ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos porque ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos e sofreu pelos culpados.

Livro de Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.

Em ti, Senhor, me refugio; que eu nunca seja confundido.
Salva-me pela tua justiça.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.-
Tornei-me objecto de escárnio para os meus inimigos,
de desprezo para os meus vizinhos
e de terror para os meus conhecidos.
Os que me vêem na rua fogem de mim.
Votaram-me ao esquecimento como se tivesse morrido;
sou como um vaso desfeito.-
Mas eu confio em ti, Senhor
e digo: "Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.-
Brilhe sobre o teu servo a tua luz;
salva-me pela tua misericórdia."
Tende coragem e fortalecei o vosso coração,
todos vós, que esperais no Senhor!
Carta aos Hebreus 4,14-16.5,7-9.

Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos então com grande confiança do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.

Evangelho segundo S. João 18,1-40.19,1-42.

Naquele tempo, Jesus Cristo saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio porque Jesus Cristo se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus Cristo, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus Cristo lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus Cristo disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus Cristo e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus Cristo. Esse outro discípulo (S. João Evangelista) era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus Cristo.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro.
Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então o Sumo Sacerdote interrogou Jesus Cristo acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo onde todos os judeus se reúnem e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus Cristo disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus Cristo replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas se falei bem porque me bates?»
Então Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus Cristo de novo e nesse instante cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus Cristo à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus
em cumprimento do que Jesus Cristo tinha dito quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus Cristo e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Tu perguntas isso por ti mesmo ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu porventura judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus Cristo respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus Cristo: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou levar Jesus Cristo e flagelá-lo.
Depois os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.»
Então saiu Jesus Cristo com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus Cristo, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer porque disse ser Filho de Deus
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus Cristo: «Donde és Tu?» Mas Jesus Cristo não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti, tem maior pecado
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.»
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus Cristo para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César
Então entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus Cristo. Jesus Cristo, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,
onde o crucificaram e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus Cristo no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus porque o lugar onde Jesus Cristo tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus Cristo, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus estavam de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena.
Então Jesus Cristo, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava (S. João Evangelista), disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua (mãe) (Naquela época, a mulher não tinha possibilidade de viver sozinha, precisava de um homem – marido, filho, … - na sua casa. Maria tinha escolhido deixar a casa dos filhos e viver na comunidade de Jesus Cristo, seu filho).
Depois disso, Jesus Cristo, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus Cristo disse: «Tudo está consumado.» E inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus Cristo, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia que era discípulo de Jesus Cristo, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus Cristo de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus Cristo e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus Cristo.

Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero Sobre o governo de Deus

«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.» (Jo 15,13)

O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este que é Filho de Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quero dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. […]

Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Jesus Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Jesus Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Jesus Cristo morreu por nós. E agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9)

A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado; teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos então por tudo isto?

Sábado, dia 07 de Abril de 2012

Sábado Santo - VIGÍLIA PASCAL



Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés: «Porque clamas por mim? Fala aos filhos de Israel e manda-os partir.
E tu, levanta a tua vara e estende a mão sobre o mar e divide-o e que os filhos de Israel entrem pelo meio do mar, por terra seca.
E eis que Eu vou endurecer o coração dos egípcios para que venham atrás deles e serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros
e os egípcios saberão que Eu sou o Senhor quando for glorificado por meio do faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros.»
O anjo de Deus que caminhava à frente do acampamento de Israel levantou-se, partiu e passou a caminhar atrás deles. E a coluna de nuvem (Deus e o Pai) levantou-se diante deles e colocou-se atrás deles.
Veio colocar-se entre o acampamento do Egipto e o acampamento de Israel. E houve nuvens e trevas, iluminou-se a noite e não se aproximaram um do outro toda a noite.
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o Senhor fez recuar o mar com um vento forte de oriente toda a noite e pôs o mar a seco. As águas dividiram-se
e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, por terra seca e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
Os egípcios perseguiram-nos e todos os cavalos do faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros entraram atrás deles para o meio do mar.
E aconteceu que, na vigília da manhã, o Senhor olhou da coluna de fogo e de nuvem para o acampamento dos egípcios e lançou a confusão no acampamento dos egípcios.
Ele desviou as rodas dos seus carros de guerra e eles conduziam com dificuldade. Os egípcios disseram: «Fujamos diante de Israel porque o Senhor combate por eles contra o Egipto.»
O Senhor disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre o mar e que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.»
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o mar voltou ao seu leito normal, ao raiar da manhã, e os egípcios a fugir foram ao seu encontro. E o Senhor desfez-se dos egípcios no meio do mar.
As águas voltaram e cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou nenhum.
Os filhos de Israel caminharam em terra seca, pelo meio do mar e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
O Senhor salvou, naquele dia, Israel da mão do Egipto e Israel viu os egípcios mortos à beira do mar.
Israel viu a mão poderosa com que o Senhor actuou contra o Egipto, o povo temeu o Senhor e acreditou nele e em Moisés, seu servo.
Então Moisés cantou e os filhos de Israel também este cântico ao Senhor. Eles disseram: «Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar.
Livro de Êxodo 15,1b-2.3-4.5-6.17-18.

«Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande:
cavalo e cavaleiro lançou ao mar.
Minha força e meu canto é o Senhor:
Ele foi para mim a salvação.-
Ele é o meu Deus: eu O exalto
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico
O Senhor é um guerreiro: Senhor é o seu nome.
Os carros de guerra do faraó e o seu exército Ele atirou ao mar.-
Os seus combatentes escolhidos foram afundados
no Mar dos Juncos.
Cobrem-nos os abismos:
desceram às profundezas como uma pedra.
A tua direita, Senhor, resplandeceu de força;
a tua direita, Senhor, apanhou o inimigo.-
Conduzistes com amor o povo que libertastes
e com o vosso poder o levastes à vossa morada santa,
à morada segura que fizestes, senhor.
O Senhor reinará eternamente e para sempre.»
Carta aos Romanos 6,3-11.

Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois sepultados com Ele na morte para que, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto, está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.
Pois na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado (a prática do mal), mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Evangelho segundo S. Marcos 16,1-7.

Depois de passar o sábado, Maria de Magdala (Madalena), Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo.
De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana (domingo), foram ao sepulcro.
Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?»
Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado e era muito grande.
Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca (um anjo) e ficaram assustadas.
Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado.
Ide, pois e dizei aos seus discípulos e a Pedro: 'Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá o vereis como vos tinha dito’.»

São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo Sermão 17, segundo para a Grande Noite

«Eis que renovo todas as coisas» (Ap 21,5)

O mundo inteiro que celebra a vigília pascal durante toda esta noite, testemunha a grandeza e a solenidade da mesma. E com razão: nesta noite a morte foi vencida, a Vida está viva, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Outrora Moisés dissera ao povo a propósito desta Vida: «Sentireis a vossa vida suspensa e tremereis noite e dia» (Dt 28,66). [...] Que aqui se trata de Jesus Cristo Senhor, é Ele próprio que no-lo mostra no Evangelho quando diz: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). Ele diz-Se o caminho porque conduz ao Pai; a verdade porque condena a mentira e a vida porque comanda a morte [...]: «Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» (1Co 15,55) Porque a morte que sempre fora vitoriosa, foi vencida pela morte d'Aquele que a venceu. A Vida aceitou morrer para desconcertar a morte. Da mesma forma que, ao nascer do dia, as trevas desaparecem, assim foi a morte aniquilada quando se ergueu a Vida eterna. […]

Eis, pois o tempo pascal. Outrora Moisés falou ao seu povo dizendo: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano» (Ex 12,2). [...] O primeiro mês do ano não é, portanto, Janeiro, em que tudo está morto, mas o tempo pascal, em que tudo retorna à vida porque é agora que a erva dos prados, de certa forma, ressuscita da morte, é agora que há flores nas árvores e que as vinhas têm rebentos, é agora que o próprio ar parece feliz com o início dum novo ano. [...] Este tempo pascal é assim o primeiro mês, o tempo novo [...] e, também neste dia, o género humano é renovado. Pois hoje, no mundo inteiro, inumeráveis povos ressuscitam pela água do baptismo, para uma vida nova. [...] E nós que acreditamos que o tempo pascal é, na verdade, o ano novo, devemos celebrar esse santo dia com toda a alegria e exultação e júbilo espiritual para podermos dizer verdadeiramente este refrão do salmo: «Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!» (117,24).

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=CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

No dia da Ascensão, Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?

O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Jesus Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparámo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica, mas como uma verdadeira «novidade» capaz de mudar as nossas vidas. Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus Cristo que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15). Que Deus nos conceda a graça de o podermos dizer também a nós próprios, aos nossos parentes, aos nossos vizinhos, «a toda a criatura» (Mc 16.15).

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Sexta-feira, dia 06 de Abril de 2012


6ª-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR


Festa da Igreja : Paixão do Senhor
Santo do dia : S. Celestino I, papa, +432, S. Marcelino de Cartago, pai de família, mártir, +411
Livro de Isaías 52,13-15.53,1-12.

Olhai, o meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado.
Assim como muitos ficaram espantados diante dele, ao verem o seu rosto desfigurado e o seu aspecto disforme,
agora fará com que muitos povos fiquem bem impressionados. Os reis ficarão boqueabertos ao verem coisas inenarráveis e ao contemplarem coisas inauditas.
Quem acreditou no nosso anúncio? A quem foi revelado o braço do SENHOR? O servo cresceu diante do SENHOR como um rebento, como raiz em terra árida, sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.
Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o SENHOR carregou sobre ele todos os nossos crimes.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
Sem defesa, nem justiça, levaram-no à força. Quem é que se preocupou com o seu destino? Foi suprimido da terra dos vivos, mas por causa dos pecados do meu povo é que foi ferido.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e uma tumba entre os malfeitores, embora não tenha cometido crime algum nem praticado qualquer fraude.
Mas aprouve ao SENHOR esmagá-lo com sofrimento para que a sua vida fosse um sacrifício de reparação. Terá uma posteridade duradoura e viverá longos dias e o desígnio do SENHOR realizar-se-á por meio dele.
Por causa dos trabalhos da sua vida verá a luz. O meu servo ficará satisfeito com a experiência que teve. Ele, o justo, justificará a muitos porque carregou com o crime deles.
Por isso ser-lhe-á dada uma multidão como herança, há-de receber muita gente como despojos porque ele próprio entregou a sua vida à morte e foi contado entre os pecadores, tomando sobre si os pecados de muitos e sofreu pelos culpados.

Livro de Salmos 31(30),2.6.12-13.15-16.17.25.

Em ti, Senhor, me refugio; que eu nunca seja confundido.
Salva-me pela tua justiça.
Nas tuas mãos entrego o meu espírito;
Senhor, Deus fiel, salva-me.-
Tornei-me objecto de escárnio para os meus inimigos,
de desprezo para os meus vizinhos
e de terror para os meus conhecidos.
Os que me vêem na rua fogem de mim.
Votaram-me ao esquecimento como se tivesse morrido;
sou como um vaso desfeito.-
Mas eu confio em ti, Senhor
e digo: "Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.-
Brilhe sobre o teu servo a tua luz;
salva-me pela tua misericórdia."
Tende coragem e fortalecei o vosso coração,
todos vós, que esperais no Senhor!
Carta aos Hebreus 4,14-16.5,7-9.

Irmãos: Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus Cristo, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De facto, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, excepto no pecado.
Aproximemo-nos então com grande confiança do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte com grande clamor e lágrimas e foi atendido por causa da sua piedade.
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu
e, tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna.

Evangelho segundo S. João 18,1-40.19,1-42.

Naquele tempo, Jesus Cristo saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto e ali entrou com os seus discípulos.
Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio porque Jesus Cristo se reunia ali frequentemente com os discípulos.
Judas então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá.
Jesus Cristo, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?»
Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles.
Logo que Jesus Cristo lhes disse: 'Sou Eu!', recuaram e caíram por terra.
E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!»
Jesus Cristo replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora
Assim se cumpria o que dissera antes: 'Dos que me deste, não perdi nenhum.'
Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
Mas Jesus Cristo disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?»
Então o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus Cristo e manietaram-no.
E levaram-no primeiro a Anás porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano.
Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: 'Convém que morra um só homem pelo povo'.
Entretanto Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus Cristo. Esse outro discípulo (S. João Evangelista) era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus Cristo.
Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro.
Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
Lá dentro estavam os servos e os guardas de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também.
Então o Sumo Sacerdote interrogou Jesus Cristo acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo onde todos os judeus se reúnem e não disse nada em segredo.
Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.»
Quando Jesus Cristo disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?»
Jesus Cristo replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas se falei bem porque me bates?»
Então Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás.
Entretanto Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?»
Pedro negou Jesus Cristo de novo e nesse instante cantou um galo.
De Caifás, levaram Jesus Cristo à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa.
Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?»
Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.»
Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus
em cumprimento do que Jesus Cristo tinha dito quando explicou de que espécie de morte havia de morrer.
Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus Cristo e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Tu perguntas isso por ti mesmo ou porque outros to disseram de mim?»
Pilatos replicou: «Serei eu porventura judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?»
Jesus Cristo respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto o meu reino não é de cá.»
Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus Cristo: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»
Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime.
Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?»
Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou levar Jesus Cristo e flagelá-lo.
Depois os soldados entrelaçaram uma coroa de espinhos, cravaram-lha na cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura;
e aproximando-se dele, diziam-lhe: «Salve! Ó Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu de novo e disse-lhes: «Vou trazê-lo cá fora para saberdes que eu não vejo nele nenhuma causa de condenação.»
Então saiu Jesus Cristo com a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: «Eis o Homem!»
Assim que viram Jesus Cristo, os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Levai-o vós e crucificai-o. Eu não descubro nele nenhum crime.»
Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer porque disse ser Filho de Deus
Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais assustado ficou.
Voltou a entrar no edifício da sede e perguntou a Jesus Cristo: «Donde és Tu?» Mas Jesus Cristo não lhe deu resposta.
Pilatos disse-lhe então: «Não me dizes nada? Não sabes que tenho o poder de te libertar e o poder de te crucificar?»
Respondeu-lhe Jesus Cristo: «Não terias nenhum poder sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti, tem maior pecado
A partir daí, Pilatos procurava libertá-lo, mas os judeus clamavam: «Se libertas este homem, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei declara-se contra César.»
Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus Cristo para fora e fê-lo sentar numa tribuna, no lugar chamado Lajedo, ou Gabatá em hebraico.
Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Aqui está o vosso Rei!»
E eles bradaram: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Disse-lhes Pilatos: «Então hei-de crucificar o vosso Rei?» Replicaram os sumos sacerdotes: «Não temos outro rei, senão César
Então entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus Cristo. Jesus Cristo, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,
onde o crucificaram e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus Cristo no meio.
Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus.»
Este letreiro foi lido por muitos judeus porque o lugar onde Jesus Cristo tinha sido crucificado era perto da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, em latim e em grego.
Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: «Não escrevas 'Rei dos Judeus', mas sim: 'Este homem afirmou: Eu sou Rei dos Judeus.'»
Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
Os soldados, depois de terem crucificado Jesus Cristo, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras.
Então os soldados disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; tiremo-la à sorte para ver a quem tocará.» Assim se cumpriu a Escritura que diz: Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. E foi isto o que fizeram os soldados.
Junto à cruz de Jesus estavam de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena.
Então Jesus Cristo, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava (S. João Evangelista), disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!»
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua (mãe) (Naquela época, a mulher não tinha possibilidade de viver sozinha, precisava de um homem – marido, filho, … - na sua casa. Maria tinha escolhido deixar a casa dos filhos e viver na comunidade de Jesus Cristo, seu filho).
Depois disso, Jesus Cristo, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura, disse: «Tenho sede!»
Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca.
Quando tomou o vinagre, Jesus Cristo disse: «Tudo está consumado.» E inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Como era o dia da Preparação da Páscoa, para evitar que no sábado ficassem os corpos na cruz porque aquele sábado era um dia muito solene, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente.
Mas, ao chegarem a Jesus Cristo, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém, um dos soldados traspassou-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água.
Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade para vós crerdes também.
É que isto aconteceu para se cumprir a Escritura que diz: Não se lhe quebrará nenhum osso.
E também outro passo da Escritura diz: Hão-de olhar para aquele que trespassaram.
Depois disto, José de Arimateia que era discípulo de Jesus Cristo, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois e retirou o corpo.
Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus Cristo de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés.
Tomaram então o corpo de Jesus Cristo e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.
No sítio em que Ele tinha sido crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Como para os judeus era o dia da Preparação da Páscoa e o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus Cristo.

Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero Sobre o governo de Deus

«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.» (Jo 15,13)

O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este que é Filho de Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quero dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. […]

Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Jesus Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Jesus Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Jesus Cristo morreu por nós. E agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9)

A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado; teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos então por tudo isto?

Sábado, dia 07 de Abril de 2012

Sábado Santo - VIGÍLIA PASCAL



Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés: «Porque clamas por mim? Fala aos filhos de Israel e manda-os partir.
E tu, levanta a tua vara e estende a mão sobre o mar e divide-o e que os filhos de Israel entrem pelo meio do mar, por terra seca.
E eis que Eu vou endurecer o coração dos egípcios para que venham atrás deles e serei glorificado por meio do faraó e de todo o seu exército, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros
e os egípcios saberão que Eu sou o Senhor quando for glorificado por meio do faraó, dos seus carros de guerra e dos seus cavaleiros.»
O anjo de Deus que caminhava à frente do acampamento de Israel levantou-se, partiu e passou a caminhar atrás deles. E a coluna de nuvem (Deus e o Pai) levantou-se diante deles e colocou-se atrás deles.
Veio colocar-se entre o acampamento do Egipto e o acampamento de Israel. E houve nuvens e trevas, iluminou-se a noite e não se aproximaram um do outro toda a noite.
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o Senhor fez recuar o mar com um vento forte de oriente toda a noite e pôs o mar a seco. As águas dividiram-se
e os filhos de Israel entraram pelo meio do mar, por terra seca e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
Os egípcios perseguiram-nos e todos os cavalos do faraó, os seus carros de guerra e os seus cavaleiros entraram atrás deles para o meio do mar.
E aconteceu que, na vigília da manhã, o Senhor olhou da coluna de fogo e de nuvem para o acampamento dos egípcios e lançou a confusão no acampamento dos egípcios.
Ele desviou as rodas dos seus carros de guerra e eles conduziam com dificuldade. Os egípcios disseram: «Fujamos diante de Israel porque o Senhor combate por eles contra o Egipto.»
O Senhor disse a Moisés: «Estende a tua mão sobre o mar e que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.»
Moisés estendeu a sua mão sobre o mar e o mar voltou ao seu leito normal, ao raiar da manhã, e os egípcios a fugir foram ao seu encontro. E o Senhor desfez-se dos egípcios no meio do mar.
As águas voltaram e cobriram os carros de guerra e os cavaleiros; de todo o exército do faraó que entrou atrás deles no mar, não ficou nenhum.
Os filhos de Israel caminharam em terra seca, pelo meio do mar e as águas eram para eles um muro à sua direita e à sua esquerda.
O Senhor salvou, naquele dia, Israel da mão do Egipto e Israel viu os egípcios mortos à beira do mar.
Israel viu a mão poderosa com que o Senhor actuou contra o Egipto, o povo temeu o Senhor e acreditou nele e em Moisés, seu servo.
Então Moisés cantou e os filhos de Israel também este cântico ao Senhor. Eles disseram: «Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande: cavalo e cavaleiro lançou no mar.
Livro de Êxodo 15,1b-2.3-4.5-6.17-18.

«Cantarei ao Senhor que é verdadeiramente grande:
cavalo e cavaleiro lançou ao mar.
Minha força e meu canto é o Senhor:
Ele foi para mim a salvação.-
Ele é o meu Deus: eu O exalto
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico
O Senhor é um guerreiro: Senhor é o seu nome.
Os carros de guerra do faraó e o seu exército Ele atirou ao mar.-
Os seus combatentes escolhidos foram afundados
no Mar dos Juncos.
Cobrem-nos os abismos:
desceram às profundezas como uma pedra.
A tua direita, Senhor, resplandeceu de força;
a tua direita, Senhor, apanhou o inimigo.-
Conduzistes com amor o povo que libertastes
e com o vosso poder o levastes à vossa morada santa,
à morada segura que fizestes, senhor.
O Senhor reinará eternamente e para sempre.»
Carta aos Romanos 6,3-11.

Irmãos:Todos nós que fomos baptizados em Cristo Jesus, fomos baptizados na sua morte.
Pelo Baptismo fomos, pois sepultados com Ele na morte para que, tal como Jesus Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova.
De facto, se estamos integrados nele por uma morte idêntica à sua, também o estaremos pela sua ressurreição.
É isto o que devemos saber: o homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado e assim não somos mais escravos do pecado.
É que quem está morto, está justificado do pecado.
Mas, se morremos com Jesus Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.
Sabemos que Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá; a morte não tem mais domínio sobre Ele.
Pois na morte que teve, morreu para o pecado de uma vez para sempre e, na vida que tem, vive para Deus.
Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado (a prática do mal), mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.

Evangelho segundo S. Marcos 16,1-7.

Depois de passar o sábado, Maria de Magdala (Madalena), Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo.
De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana (domingo), foram ao sepulcro.
Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?»
Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado e era muito grande.
Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca (um anjo) e ficaram assustadas.
Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado.
Ide, pois e dizei aos seus discípulos e a Pedro: 'Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá o vereis como vos tinha dito’.»

São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo Sermão 17, segundo para a Grande Noite

«Eis que renovo todas as coisas» (Ap 21,5)

O mundo inteiro que celebra a vigília pascal durante toda esta noite, testemunha a grandeza e a solenidade da mesma. E com razão: nesta noite a morte foi vencida, a Vida está viva, Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. Outrora Moisés dissera ao povo a propósito desta Vida: «Sentireis a vossa vida suspensa e tremereis noite e dia» (Dt 28,66). [...] Que aqui se trata de Jesus Cristo Senhor, é Ele próprio que no-lo mostra no Evangelho quando diz: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6). Ele diz-Se o caminho porque conduz ao Pai; a verdade porque condena a mentira e a vida porque comanda a morte [...]: «Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?» (1Co 15,55) Porque a morte que sempre fora vitoriosa, foi vencida pela morte d'Aquele que a venceu. A Vida aceitou morrer para desconcertar a morte. Da mesma forma que, ao nascer do dia, as trevas desaparecem, assim foi a morte aniquilada quando se ergueu a Vida eterna. […]

Eis, pois o tempo pascal. Outrora Moisés falou ao seu povo dizendo: «Este mês será para vós o primeiro dos meses; ele será para vós o primeiro dos meses do ano» (Ex 12,2). [...] O primeiro mês do ano não é, portanto, Janeiro, em que tudo está morto, mas o tempo pascal, em que tudo retorna à vida porque é agora que a erva dos prados, de certa forma, ressuscita da morte, é agora que há flores nas árvores e que as vinhas têm rebentos, é agora que o próprio ar parece feliz com o início dum novo ano. [...] Este tempo pascal é assim o primeiro mês, o tempo novo [...] e, também neste dia, o género humano é renovado. Pois hoje, no mundo inteiro, inumeráveis povos ressuscitam pela água do baptismo, para uma vida nova. [...] E nós que acreditamos que o tempo pascal é, na verdade, o ano novo, devemos celebrar esse santo dia com toda a alegria e exultação e júbilo espiritual para podermos dizer verdadeiramente este refrão do salmo: «Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!» (117,24).

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