segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Cristianismo 46

= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Amigos

Após quatro semanas de preparação e duas de celebração do Natal, eis-nos de novo no «tempo comum». Nele ficaremos até ao início da Quaresma, a 22 de fevereiro.

É o tempo da caminhada, da paciência… Os textos dos domingos falam-nos dos começos da vida pública de Jesus, da vocação dos discípulos e das primeiras curas. É-nos pedido que olhemos para esse Jesus e decidamos que resposta lhe dar, que atitude tomar diante desse homem que entra nas nossas vidas com uma simplicidade respeitosa e fascinante.

Compreenderemos que o apelo à conversão que ouvimos durante o Advento se dirige verdadeiramente a cada um de nós e nos toca no mais profundo do nosso coração. É preciso responder e caminhar. Como nos dizia Guerric d’Igny num comentário que nos foi recentemente proposto, «mesmo se estiverdes muito avançados no caminho [do Senhor], fica sempre algo a preparar para que, a partir do ponto a que chegastes, possais ir sempre mais além».

Caminhemos, pois uns com os outros. E se, no nosso caminhar, encontrarmos gente parada à beira da estrada, não hesitemos em desafiá-los a vir connosco. “Vinde e vede”, disse Jesus Cristo a João e André.

Uma forma de lhes mostrar o caminho pode ser propor-lhe o Evangelho como leitura quotidiana…. Muitos dos nossos amigos estão à distância de um clic!

Contamos, como sempre, com o vosso entusiasmo evangelizador, com a vossa crítica e com a vossa oração.

Com amizade

A equipa EAQ em língua portuguesa.

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO - queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

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Fazemo-vos uma proposta; um amigo por dia. É um mínimo, que não ocupa quase tempo nenhum. Abram o nosso site (www.evangelizo.org) e, clicando na bandeira que vos interessa, inscrevam o amigo de que se lembrarem na casa “o seu endereço e-mail”. Confirmem e já está! Ele receberá uma carta nossa a pedir se aceita a inscrição.

Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos www.capuchinhos.org

Segunda-feira, dia 13 de Fevereiro de 2012


Segunda-feira da 6ª semana do Tempo Comum



Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, saúda as doze tribos da Dispersão.
Meus irmãos, considerai como uma enorme alegria o estardes rodeados de provações de toda a ordem,
tendo em conta que a prova a que é submetida a vossa fé produz a constância.
Mas a constância tem de se exercitar até ao fim de modo a serdes perfeitos e irrepreensíveis, sem falhar em nada.
Se algum de vós tem falta de sabedoria que a peça a Deus que a todos dá generosamente e sem recriminações e ser-lhe-á dada.
Mas peça-a com fé e sem hesitar porque aquele que hesita, assemelha-se às ondas do mar sacudidas e agitadas pelo vento.
Não pense, pois tal homem que receberá qualquer coisa do Senhor,
sendo de espírito indeciso e inconstante em tudo.
Que o irmão de condição humilde se glorie na sua exaltação
e o rico na sua humilhação, pois ele passará como a flor da erva.
Com efeito, ao despontar o Sol com ardor, a erva seca e a sua flor cai, perdendo toda a beleza; assim murchará também o rico nos seus empreendimentos.
Livro de Salmos 119(118),67.68.71.72.75.76.

Antes de me teres humilhado, eu pecava;
mas agora cumpro a tua palavra.
Tu és bom e generoso;
ensina-me as tuas leis.-
Foi bom para mim ter sido castigado,
pois assim aprendi os teus decretos.
Prezo mais a lei da tua boca
do que milhões em ouro e prata.-
Senhor, eu sei que as tuas sentenças são justas
e que me castigaste para meu proveito.
Que a tua bondade me sirva de conforto,
conforme o que prometeste ao teu servo.

(Deus não castiga ninguém. Cada qual, de acordo com as suas escolhas está numa das vias do bem, do purgatório, do mal. Lá terá outros que agem da mesma maneira, com os mesmos princípios e esses lhe farão como ele fez aos outros: fez bem, outros lhe farão bem; fez mal, outros lhe farão mal. Cada qual recebe (recolhe) o que semeou.)
Evangelho segundo S. Marcos 8,11-13.

Naquele tempo, apareceram os fariseus e começaram a discutir com Ele (Jesus Cristo), pedindo-lhe um sinal do céu para o pôr à prova.
Jesus Cristo, suspirando profundamente, disse: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: sinal algum será concedido a esta geração.» E deixando-os, embarcou de novo e foi para a outra margem.

Catecismo da Igreja Católica, §§ 156-159

Os que crêem vêem os sinais

As características da fé. A fé e a inteligência: O motivo de crer não é o facto de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Nós cremos «por causa da autoridade do próprio Deus revelador que não pode enganar-se nem enganar-nos». «Contudo, para que a homenagem da nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem acompanhados de provas exteriores da Sua Revelação» (Vaticano I). Assim os milagres de Jesus Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade «são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos», «motivos de credibilidade», mostrando que o assentimento da fé não é, «de modo algum, um movimento cego do espírito» (Vaticano I).

A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano porque se funda na própria Palavra de Deus que não pode mentir. Sem dúvida que as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas «a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural» (S. Tomás de Aquino) «Dez mil dificuldades não fazem uma só dúvida» (Bem-aventurado J.H. Newman). «A fé procura compreender» (Santo Anselmo): é inerente à fé, o desejo do crente de conhecer melhor Aquele em quem acreditou e de compreender melhor o que Ele revelou. […]

Fé e ciência: «Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. Deus não pode negar-Se a Si próprio nem a verdade pode jamais contradizer a verdade» (Vaticano I) «É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça com perseverança e humildade por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão de Deus que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que não tenham consciência disso» (Vaticano II).

Terça-feira, dia 14 de Fevereiro de 2012

S. Cirilo e S. Metódio



Naqueles dias, Paulo e Barnabé disseram aos judeus: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os pagãos,
pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos para levares a salvação até aos confins da Terra.»
Ao ouvirem isto, os pagãos encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé.
Assim a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região.
Livro de Salmos 117(116),1-2.

Louvai o Senhor, todas as nações!
Exaltai-O, todos os povos!
Porque o seu amor para connosco não tem limites
e a fidelidade do Senhor é eterna!
Evangelho segundo S. Lucas 10,1-9.

Naquele tempo, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe.
Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos (sendo do bem, foram para o meio dos do mal e, portanto ficaram sujeitos aos piores males).
Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias (para não despertarem a cobiça de ninguém e assim porem as suas vidas em perigo) e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho (para que ninguém fosse conotado com eles, pondo assim a sua vida em risco).
Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: 'A paz esteja nesta casa!'
E se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós.
Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.
Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido,
curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: 'O Reino de Deus já está próximo de vós.'

Beato João Paulo II
Discurso no VI Simpósio Episcopais da Europa (11/10/85)

O Oriente e o Ocidente, os dois pulmões do corpo da Igreja

Desde o início da era apostólica, que semeou o Evangelho nesta terra da Europa e a irrigou com o sangue dos mártires, desenvolveu-se esse processo plurissecular, contínuo e fecundo, que impregnou a Europa da seiva cristã. Os santos patronos da Europa, São Bento e os santos Cirilo e Metódio, são, de modo particular, testemunhas deste processo. O carisma próprio da sua obra evangelizadora consiste no facto de terem depositado gérmens que fizeram nascer as formas e os estilos de incarnação do Evangelho no tecido cultural e social e no espírito dos povos europeus que estavam em vias de se formar. [...] Estes santos patronos [...] continuam também a ser um modelo e uma inspiração actuais para nós porque a obra de evangelização, na situação especial em que a Europa se encontra, é chamada a propor uma nova síntese criadora entre o Evangelho e a vida.

É preciso estar consciente da importância de enxertar a evangelização renovada nestas raízes comuns da Europa. [...] Estas raízes cristãs são particularmente ricas e inspiradoras porque se apoiam na mesma fé, se referem à mesma Igreja indivisa. [...] Por outro lado, devemos também considerar que essas raízes comuns são duplas porque tomaram a forma de duas correntes de tradições cristãs teológicas, litúrgicas, ascéticas e de dois modelos de cultura, diversos, não opostos mas, pelo contrário, complementares e que se enriquecem mutuamente. Bento impregnou a tradição cristã e cultural do Ocidente do espírito de latinidade, mais lógico e racional; Cirilo e Metódio são os representantes da antiga cultura grega, mais intuitiva e mística, e são venerados como os pais da tradição dos povos eslavos.

Compete-nos recolher a herança deste pensamento, rico e complementar e encontrar os meios e os métodos apropriados à sua actualização e uma comunicação espiritual mais intensa entre o Oriente e o Ocidente.

Quarta-feira, dia 15 de Fevereiro de 2012

Quarta-feira da 6ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Cláudio La Colombière, presbítero, + 1682 Carta de S. Tiago 1,19-27.

Caríssimos irmãos: Cada um seja pronto para ouvir, lento para falar e lento para se irar,
pois uma pessoa irada não faz o que é justo aos olhos de Deus.
Rejeitai, pois toda a imundície e todo o vestígio de malícia e recebei com mansidão a Palavra em vós semeada, a qual pode salvar as vossas vidas.
Mas tendes de a pôr em prática e não apenas ouvi-la, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, quem se contenta com ouvir a palavra sem a pôr em prática, assemelha-se a alguém que contempla a sua fisionomia num espelho;
mal acaba de se contemplar, sai dali e esquece-se de como era.
Aquele, porém que medita com atenção a lei perfeita, a lei da liberdade e nela persevera – não como quem a ouve e logo se esquece, mas como quem a cumpre – esse encontrará a felicidade ao pô-la em prática.
Se alguém se considera uma pessoa piedosa, mas não refreia a sua língua, enganando assim o seu coração, a sua religião é vazia.
A religião pura e sem mácula diante daquele que é Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo.
Livro de Salmos 15(14),2-3ab.3cd-4ab.5.

Aquele que leva uma vida sem mancha, pratica a justiça
e diz a verdade com todo o coração;
aquele cuja língua não levanta calúnias
O que não faz mal ao seu próximo,
nem causa prejuízo a ninguém;-
aquele que despreza o que é desprezível,
mas estima os que adoram o Senhor;-
aquele que não falta ao juramento,
mesmo em seu prejuízo;-
aquele que não empresta o seu dinheiro com usura,
nem se deixa subornar contra o inocente.
Quem assim proceder não há-de sucumbir para sempre (ganha a Vida e o Bem).
Evangelho segundo S. Marcos 8,22-26.

Naquele tempo, Jesus Cristo e os seus discípulos chegaram a Betsaida e trouxeram-lhe um cego, pedindo-lhe que o tocasse.
Jesus Cristo tomou-o pela mão e conduziu-o para fora da aldeia. Deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou: «Vês alguma coisa?»
Ele ergueu os olhos e respondeu: «Vejo os homens; vejo-os como árvores a andar.»
Em seguida, Jesus Cristo impôs-lhe outra vez as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente; ficou restabelecido e distinguia tudo com nitidez.
Jesus Cristo mandou-o para casa, dizendo: «Nem sequer entres na aldeia.»

Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina Exercícios, nº 6

«Quando vires isto, ficarás radiante de alegria» (Is 60,5)

Que grande será a minha alegria, meu Deus, que grande será o meu gozo, que grande será o meu júbilo, quando Tu me revelares a beleza da Tua divindade e a minha alma Te vir face a face! [...] Então tu, minha alma, «verás e viverás em abundância, o teu coração maravilhar-se-á e dilatar-se-á quando receberes uma multitude de riquezas», delícias e a magnificência da glória «deste mar» imenso da Trindade, digno para sempre de adoração; quando «vier a ti o poder das nações» que «o Rei dos reis e o Senhor dos senhores» (Is 60,5; 1Tm 6,15), com a força do Seu braço, retirou da mão do inimigo para Si; quando a torrente da misericórdia e a caridade divina te cobrir. […]

Então o cálice da visão ser-te-á apresentado e tu embriagar-te-ás (cf Sl 22,5 Vulg) — é o cálice embriagador e sublime da glória da face divina. Beberás do «rio das delícias» (Sl 36,9) de Deus, quando a própria fonte da luz te preencher eternamente com a Sua plenitude. Então verás os céus repletos da glória de Deus que neles vive e esse Astro virginal que depois de Deus ilumina todo o céu com a sua luz tão pura [Maria] e as obras admiráveis dos dedos de Deus [os santos: Gn 2,7] e «essas estrelas da manhã» que estão sempre diante da face de Deus com muita alegria e que O servem [os anjos: Jb 38,7; Tb 12,15].

Deus do meu coração e minha herança de eleição (cf Sl 73,26), durante quanto tempo ficará ainda a minha alma frustrada sem a presença da Tua dulcíssima face? [...] Por favor, faz-me ir depressa para junto de Ti, Deus, «fonte de vida» (Sl 37,10), a fim de que em Ti eu possa receber a vida eterna para sempre. Bem depressa «faz brilhar sobre mim a Tua face» (Sl 31,17) para que na alegria eu Te veja cara a cara. Depressa, oh, depressa, mostra-Te Tu mesmo a mim para que eternamente me regozije em Ti na felicidade.

Quinta-feira, dia 16 de Fevereiro de 2012

Quinta-feira da 6ª semana do Tempo Comum



Santo do dia :
Beato José Allamano, presbítero, fundador, +1926 Carta de S. Tiago 2,1-9.

Meus irmãos, não tenteis conciliar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo glorioso com a acepção de pessoas.
Suponhamos que entra na vossa assembleia um homem com anéis de ouro e bem trajado e entra também um pobre muito mal vestido,
e, dirigindo-vos ao que está magnificamente vestido, lhe dizeis: «Senta-te tu aqui, num bom lugar» e dizeis ao pobre: «Tu, fica aí de pé» ou «Senta-te no chão, abaixo do meu estrado.»
Não é verdade que então fazeis distinções entre vós mesmos e julgais com critérios perversos?
Ouvi, meus amados irmãos: porventura não escolheu Deus os pobres segundo o mundo para serem ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
Mas vós desonrais o pobre. Porventura não são os ricos que vos oprimem e vos arrastam aos tribunais?
Não são eles os que blasfemam o belo nome que sobre vós foi invocado?
Se cumpris a lei do Reino, de acordo com a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, procedeis bem;
mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis um pecado e a lei condena-vos como transgressores.
Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.

Em todo o tempo, bendirei o Senhor;
o seu louvor estará sempre nos meus lábios.
A minha alma gloria-se no Senhor!
Que os humildes saibam e se alegrem.-
Enaltecei comigo o Senhor;
exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele respondeu-me,
livrou-me de todos os meus temores.-
Aqueles que o contemplam ficam radiantes,
não ficarão de semblante abatido.
Quando um pobre invoca o Senhor,
Ele atende-o e liberta-o das suas angústias.

Evangelho segundo S. Marcos 8,27-33.

Naquele tempo, Jesus Cristo partiu com os discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?»
Disseram-lhe: «João Baptista; outros, Elias e outros, que és um dos profetas.»
«E vós, quem dizeis que Eu sou?» perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias.»
Ordenou-lhes então que não dissessem isto a ninguém.
Começou, depois a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei e ser morto e ressuscitar depois de três dias.
E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um pouco, começou a repreendê-lo.
Mas Jesus Cristo, voltando-se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo-lhe: «Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.»


Liturgia latina das horas
Hino da Paixão: «Vexilla regis», por Venance Fortunat (530?-600?)

«Começou, depois a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito [...], ser morto e ressuscitar»

Avançam os estandartes do Rei:
o mistério da Cruz ilumina o mundo.
Na cruz, a Vida sustou a morte,
e na Cruz a morte fez surgir a vida-
Do lado ferido
pelo cruel ferro da lança
para lavar nossas máculas,
jorrou água e sangue.-
Cumpriram-se então
os fiéis oráculos de David,
quando disse às nações:
«Deus reinará desde o madeiro».-
Ó Árvore formosa e refulgente,
ornada com a púrpura do Rei!
Tu foste digna de tocar
tão nobres membros.-
Ó Cruz feliz, porque de teus braços
pendeu o preço que resgatou o mundo.
Tu és a balança onde foi pesado
o corpo que arrebatou as vítimas do inferno.-
Salve, ó Cruz, única esperança nossa
neste tempo de Paixão
aumenta nos justos a graça
e dos crimes dos réus obtém a remissão.-
Ó Trindade, fonte de toda salvação!
Ó Jesus, que nos dás a vitória pela Cruz,
acrescentai para nós
o prémio de vossa celeste mansão. Amém.

Sexta-feira, dia 17 de Fevereiro de 2012

Sexta-feira da 6ª semana do Tempo Comum



Meus irmãos: De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo?
Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano
e um de vós lhes disser: «Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome», mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará?
Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta.
Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: «Tu tens a fé e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé.
Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Também o crêem os demónios, mas enchem-se de terror.»
Queres tu saber, ó homem insensato, como é que a fé sem obras é estéril?
Não foi porventura pelas obras que Abraão, nosso pai, foi justificado quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaac?
Repara que a fé cooperava com as suas obras e que, pelas obras, a sua fé se tornou perfeita.
E assim se cumpriu a Escritura que diz: Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe contado como justiça e foi chamado amigo de Deus.
Vedes, pois como o homem fica justificado pelas obras e não somente pela fé.
Assim como o corpo sem alma está morto assim também a fé sem obras está morta.
Livro de Salmos 112(111),1-2.3-4.5-6.

Feliz o homem que crê no Senhor
e se compraz nos seus mandamentos.
A sua descendência será poderosa sobre a Terra
e bendita, a geração dos justos.-
Haverá na sua casa abundância e riqueza
e a sua prosperidade durará para sempre.
Brilha para os homens rectos como luz nas trevas:
ele é piedoso, clemente e compassivo.-
Feliz o homem que se compadece e empresta
e administra os seus bens com justiça.
Este jamais sucumbirá.
O justo deixará memória eterna.
Evangelho segundo S. Marcos 8,34-38.9,1.

Naquele tempo, Jesus Cristo chamou a multidão com os seus discípulos e disse-lhes: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida (celeste), há-de perdê-la (vida natural); mas, quem perder a sua vida (vida natural) por causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la (vida celeste).
Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?
Ou que pode o homem dar em troca da sua vida?
Pois quem se envergonhar de mim e das minhas palavras entre esta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.»
Disse-lhes também: «Em verdade vos digo que alguns dos aqui presentes não experimentarão a morte sem terem visto o Reino de Deus chegar em todo o seu poder (aquela geração que o acompanhava haveria de ver a ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo e a ida e vinda a eles de anjos)

Papa Bento XVI Encíclica « Deus caritas est », 5-6 (trad. © Liberia Editrice Vaticana)

«Quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de Mim e do Evangelho, há-de salvá-la.»

O modo de exaltar o corpo a que assistimos hoje é enganador. [...] Na realidade, para o homem, isto não constitui propriamente uma grande afirmação do seu corpo. Pelo contrário, agora considera o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo, a usar e explorar com proveito. [...] A fé cristã sempre considerou o homem como um ser unidual em que espírito e matéria se compenetram mutuamente, experimentando ambos, precisamente desta forma, uma nova nobreza. Sim, o eros quer-nos elevar «em êxtase» para o Divino, conduzir-nos para além de nós próprios, mas por isso mesmo requer um caminho de ascese, de renúncias, de purificações e de saneamentos.

Concretamente como se deve configurar este caminho de ascese e purificação? Como deve ser vivido o amor para que se realize plenamente a sua promessa humana e divina? [...] A «agapê» tornou-se o termo característico para a concepção bíblica do amor. [...] Este vocábulo exprime a experiência do amor que se torna verdadeiramente descoberta do outro. [...] Agora o amor torna-se cuidado do outro e pelo outro. Já não se busca a si próprio, não busca a imersão no inebriamento da felicidade (prazer); procura, ao invés, o bem do amado: torna-se renúncia, está disposto ao sacrifício, mais ainda, procura-o. […]

Sim, o amor é «êxtase»; êxtase, não no sentido de um instante de inebriamento, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si [...], para o reencontro de si mesmo, mais ainda, para a descoberta de Deus: «Quem procurar salvaguardar a vida, perdê-la-á e quem a perder, conservá-la-á» (Lc 17, 33). [...] Assim descreve Jesus Cristo o Seu caminho pessoal que O conduz, através da cruz, à ressurreição: o caminho do grão de trigo que cai na terra e morre e assim dá muito fruto. Mas partindo do centro do Seu sacrifício pessoal e do amor que aí alcança a sua plenitude, descreve também a essência do amor e da existência humana em geral.

Sábado, dia 18 de Fevereiro de 2012

Sábado da 6a semana do Tempo Comum



Meus irmãos, não haja muitos entre vós que pretendam ser mestres, sabendo que nós teremos um julgamento mais severo,
pois todos nós falhamos com frequência. Se alguém não peca pela palavra, esse é um homem perfeito, capaz também de dominar todo o seu corpo.
Quando pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, dirigimos todo o seu corpo.
Vede também os barcos: por grandes que sejam e fustigados por ventos impetuosos, são dirigidos com um pequeno leme para onde quer a vontade do piloto.
Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede como um pequeno fogo pode incendiar uma grande floresta!
Assim também a língua é fogo, é um mundo de iniquidade; entre os nossos membros, é ela que contamina todo o corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência.
Todas as espécies de animais selvagens, de aves, de répteis e de animais do mar se podem domar e têm sido domadas pelo homem.
A língua, pelo contrário, ninguém a pode dominar: é um mal incontrolável, carregado de veneno mortal.
Com ela bendizemos quem é Senhor e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
De uma mesma boca procedem a bênção e a maldição. Mas isto não deve ser assim, meus irmãos.
Livro de Salmos 12(11),2-3.4-5.7-8.

Salva-nos, Senhor, pois cada vez há menos justos!
A lealdade desapareceu de entre os filhos dos homens.
Mentem uns aos outros;
na sua língua só há engano,
só há duplicidade no seu coração.-
Que o Senhor acabe com esses lábios de mentira,
com toda a língua que profere arrogâncias,
como aqueles que dizem: "Confiamos na força da nossa língua;
os nossos lábios nos defenderão;
quem nos poderá dominar?"-
As palavras do Senhor são verdadeiras;
são como a prata limpa no crisol, sete vezes refinada.
Tu, Senhor, cuidarás de nós
e nos defenderás para sempre dessa gente.
Evangelho segundo S. Marcos 9,2-13.

Naquele tempo, Jesus Cristo tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E transfigurou-se diante deles (o seu corpo celeste, o Senhor Jesus Cristo, fez-se aparecer diante do corpo material de Jesus Cristo).
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia branquear assim.
Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés e ambos falavam com Ele.
Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus Cristo: «Mestre, bom é estarmos aqui; façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.»
Não sabia que dizer, pois estavam assombrados.
Formou-se então uma nuvem (o Pai) que os cobriu com a sua sombra e da nuvem (Deus e o Pai) fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.»
De repente, olhando em redor, já não viram ninguém a não ser só Jesus Cristo com eles.
Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos.
Eles guardaram a recomendação, discutindo uns com os outros o que seria ressuscitar de entre os mortos.
E fizeram-lhe esta pergunta: «Porque afirmam os doutores da Lei que primeiro há-de vir Elias?»
Jesus Cristo respondeu-lhes: «Sim; Elias, vindo primeiro, restabelecerá todas as coisas; porém, não dizem as Escrituras que o Filho do Homem tem de padecer muito e ser desprezado?
Pois bem, digo-vos que Elias já veio (o espírito de Elias passou a ser o espírito de João Baptista) e fizeram dele tudo o que quiseram, conforme está escrito.»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja Sobre o Salmo 45,2

O testemunho dos profetas leva ao testemunho dos apóstolos

O Senhor Jesus Cristo quis que Moisés subisse sozinho à montanha, mas Josué juntou-se a ele (cf Ex 24,13). Também no Evangelho, foi a Pedro, Tiago e João, de entre todos os discípulos, que revelou a glória da Sua ressurreição. Queria assim que o Seu mistério permanecesse oculto e avisou-os frequentemente de que não anunciassem facilmente o que tinham visto a qualquer pessoa para que um ouvinte demasiado fraco não encontrasse aí um obstáculo que impedisse o seu espírito inconstante de receber estes mistérios em todo o seu poder porque até o próprio Pedro «não sabia o que dizia», pois acreditava ser preciso erguer três tendas para o Senhor e para os Seus companheiros. Em seguida, não conseguiu suportar o brilho da glória do Senhor que Se transfigurava e caiu por terra (Mt 17,6) como caíram também «os filhos do trovão» (Mc 3,17), Tiago e João, quando a nuvem os cobriu. […]

Adentraram-se, portanto na nuvem para conhecer o que era secreto e escondido e foi lá que escutaram a voz de Deus que dizia: «Este é o Meu Filho muito amado em Quem pus toda a Minha complacência: escutai-O». Que significa: «Este é o Meu Filho muito amado»? Quer dizer: Simão Pedro não te enganes!, pois não deves colocar o Filho de Deus ao nível dos servos. «Este é o Meu Filho: Moisés não é Meu filho, Elias não é Meu filho, embora um tivesse aberto o céu e o outro o tivesse fechado». Com efeito, um e outro, pela Palavra do Senhor, venceram um elemento da natureza (cf Ex 14;1R 17,1), mas não fizeram senão o ministério de se pôr ao serviço d'Aquele que abriu as águas e fechou, através das secas, o céu que depois se desfez em chuva, quando Ele quis.

Onde se trata de um simples anúncio da ressurreição, pede-se o auxílio ao ministério dos servos, mas onde se mostra a glória do Senhor que ressuscita, a glória dos servos cai na obscuridade. Pois, quando se levanta, o sol obscurece as estrelas e as suas luzes desaparecem todas, face ao brilho do eterno Sol da justiça (Ml 3,20).
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