quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cristianismo 44

= CRISTIANISMO =

«Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna» Jo 6,68

Amigos

Após quatro semanas de preparação e duas de celebração do Natal, eis-nos de novo no «tempo comum». Nele ficaremos até ao início da Quaresma, a 22 de fevereiro.

É o tempo da caminhada, da paciência… Os textos dos domingos falam-nos dos começos da vida pública de Jesus, da vocação dos discípulos e das primeiras curas. É-nos pedido que olhemos para esse Jesus e decidamos que resposta lhe dar, que atitude tomar diante desse homem que entra nas nossas vidas com uma simplicidade respeitosa e fascinante.

Compreenderemos que o apelo à conversão que ouvimos durante o Advento se dirige verdadeiramente a cada um de nós e nos toca no mais profundo do nosso coração. É preciso responder e caminhar. Como nos dizia Guerric d’Igny num comentário que nos foi recentemente proposto, «mesmo se estiverdes muito avançados no caminho [do Senhor], fica sempre algo a preparar para que, a partir do ponto a que chegastes, possais ir sempre mais além».

Caminhemos, pois uns com os outros. E se, no nosso caminhar, encontrarmos gente parada à beira da estrada, não hesitemos em desafiá-los a vir connosco. “Vinde e vede”, disse Jesus Cristo a João e André.

Uma forma de lhes mostrar o caminho pode ser propor-lhe o Evangelho como leitura quotidiana…. Muitos dos nossos amigos estão à distância de um clic!

Contamos, como sempre, com o vosso entusiasmo evangelizador, com a vossa crítica e com a vossa oração.

Com amizade

A equipa EAQ em língua portuguesa.

Podem contactar connosco através da página “contactos” do nosso sítio internet: http://www.evangelizo.org/main.php?language=PT&module=contact. Obrigado.

Criado em 2001, EVANGELIZO - queremos agradecer também a quantos, com a sua contribuição, permitem o financiamento e o desenvolvimento do serviço. Como sabem, ele é e será sempre gratuito, mas essas contribuições servem, em parte, para apoiar os mosteiros que nos ajudam na selecção e tradução diária dos comentários, bem como para financiar o material informático. É por esta relação entre a vida activa e a contemplativa que o Evangelho Quotidiano pode funcionar.

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Um por dia! Não é pedir muito, pois não? O Senhor vos agradecerá.

Com os votos de uma santa e frutuosa caminhada,

O serviço está agora disponível gratuitamente em vários meios e suportes: por correio electrónico; no computador: http://www.evangelhoquotidiano.org/; em telefone móvel: http://mobile, evangelizo.org; em telefone “Iphone” e “Android”: aplicações “Evangelizo”.

A equipa portuguesa do Evangelho Quotidiano

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Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos www.capuchinhos.org

Terça-feira, dia 31 de Janeiro de 2012

Terça-feira da 4ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. João Bosco, presbítero, +1888 Livro de 2º Samuel 18,9-10.14b.24-25a.30-33.19,1-3.

Naqueles dias, Absalão, montado numa mula, encontrou-se de repente em frente dos homens de David. A mula passou sob a ramagem espessa de um grande carvalho e a cabeça de Absalão ficou presa nos ramos da árvore de modo que ficou suspenso entre o céu e a terra enquanto a mula em que ia montado seguia em frente.
Alguém viu isto e informou Joab: «Vi Absalão suspenso num carvalho.»
Joab respondeu: «Não tenho tempo a perder contigo.» Tomou, pois três dardos e cravou-os no coração de Absalão. E como ainda palpitasse com vida suspenso do carvalho,
David estava sentado entre duas portas. A sentinela que tinha subido ao terraço da muralha por cima da porta, levantou os olhos e viu um homem que corria sozinho.
Gritou para dar a notícia ao rei, que disse: «Se vem só, traz boas notícias.» À medida que o homem se aproximava,
O rei disse-lhe: «Vem e espera aqui.» Ele afastou-se e esperou ali.
Chegou a seguir o etíope e disse: «Saiba o rei, meu senhor, a boa notícia: o Senhor fez hoje justiça a teu favor contra todos os que se revoltaram contra ti.»
O rei perguntou ao etíope: «Está bem o jovem Absalão?» E o etíope respondeu: «Tenham a sorte deste jovem os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazer mal!»
Então o rei, muito triste, subiu ao quarto que estava por cima da porta e pôs-se a chorar. E dizia, caminhando de um lado para o outro: «Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Porque não morri eu em teu lugar? Absalão, meu filho, meu filho!»
Disseram a Joab: «O rei chora e lamenta-se por causa de Absalão.»
E naquele dia a vitória converteu-se em luto para todo o exército porque o povo soube que o rei estava acabrunhado de dor por causa do filho.
Livro de Salmos 86(85),1-2.3-4.5-6.

Inclina, Senhor, os teus ouvidos e responde-me
porque estou triste e necessitado.
Protege a minha vida porque te sou fiel;
salva o teu servo que em ti confia.-
Senhor, tem compaixão de mim
que a ti clamo todo o dia.
Alegra o espírito do teu servo,
pois para ti, Senhor, elevo a minha alma.-
Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente,
cheio de misericórdia para quantos te invocam.
Senhor, ouve a minha oração,
atende os gritos da minha súplica.
Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.

Naquele tempo, depois de Jesus Cristo ter atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto dele que continuava à beira-mar.
Chegou então um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e ao vê-lo, prostrou-se a seus pés
e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.»
Jesus Cristo partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que o apertava. Certa mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos
que sofrera muito nas mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes piorava cada vez mais,
tendo ouvido falar de Jesus Cristo, veio por entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes,
pois dizia: «Se ao menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.» De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue e sentiu no corpo que estava curada do seu mal.
Imediatamente Jesus Cristo, sentindo que saíra dele uma força (aura), voltou-se para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?»
Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados e ainda perguntas: 'Quem me tocou?’»
Mas Ele continuava a olhar em volta para ver aquela que tinha feito isso.
Então a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, foi prostrar-se diante dele e disse toda a verdade.
Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada do teu mal.»
Ainda Ele estava a falar quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?»
Mas Jesus Cristo, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.»
E não deixou que ninguém o acompanhasse a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar.
Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.»
Mas faziam troça dele. (foram chamá-lo e depois humilham-no) Jesus Cristo pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia.
Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!»
E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados.
Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.

Beato João Paulo II
Discurso aos jovens do Chile, 02/04/1987

«A menina não morreu, está a dormir»

Queridos jovens, o futuro depende de vós; de vós depende o fim deste milénio e o início do novo. Por conseguinte, não sejais passivos: assumi as vossas responsabilidades em todos os domínios que se vos abrem no nosso mundo. [...] Tomai as vossas responsabilidades! «Estai prontos», animados pela fé no Senhor «a dar a razão da vossa esperança» (1P 3,15). [...] Qual é o motivo da vossa confiança? A vossa fé, o reconhecimento e a aceitação do imenso amor que Deus revela continuamente pelos homens. [...] Jesus Cristo, «o mesmo, ontem, hoje e pelos séculos» (Heb 13,8), continua a revelar aos jovens o mesmo amor que o Evangelho descreve quando encontra um ou uma jovem.

Assim podemos contemplar a ressurreição da filha de Jairo que «tinha doze anos». [...] Jairo expõe a sua dor ao Mestre com sinceridade; com insistência suplica ao seu coração: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se cure e viva.» «Jesus foi com ele.» O coração de Jesus Cristo que se comoveu perante a dor humana deste homem e de sua filha, não fica indiferente aos nossos sofrimentos. Jesus Cristo ouve-nos sempre, mas pede-nos que recorramos a Ele com fé. [...] Todos os gestos e todas as palavras do Senhor exprimem este amor.

Quereria debruçar-me particularmente sobre as palavras recolhidas dos próprios lábios de Jesus Cristo: «A menina não morreu, está a dormir (díriamos atualmente 'está em coma'.» Estas palavras profundamente reveladoras, incitam-me a pensar na misteriosa presença do Senhor da Vida num mundo que parece ter sucumbido ao impulso descarado do ódio, da violência e da injustiça. Mas não, este mundo que é vosso, não morreu, está a dormir. No vosso coração, caros jovens, percebe-se o batimento forte da vida, do amor de Deus. A juventude não morre quando está próxima do Mestre. Sim, quando está próxima de Jesus Cristo: estais todos próximos de Jesus Cristo. Escutai todas as Suas palavras, todas as palavras, todas. Jovem, ama Jesus Cristo, procura Jesus Cristo. Encontra Jesus Cristo.

Quarta-feira, dia 01 de Fevereiro de 2012

Quarta-feira da 4ª semana do Tempo Comum



Naqueles dias, David ordenou a Joab e aos chefes do seu exército: «Percorrei todas as tribos de Israel, de Dan a Bercheba, e fazei o recenseamento do povo de maneira que eu saiba o seu número.»
Joab apresentou ao rei a soma do recenseamento do povo. Havia em Israel oitocentos mil homens de guerra que manejavam a espada e em Judá, quinhentos mil homens.
Feito o recenseamento do povo, David sentiu remorsos e disse ao Senhor: «Cometi um grande pecado ao fazer isto. Mas perdoa, Senhor, a culpa do teu servo porque procedi como um insensato.»
Pela manhã, quando David se levantou, o Senhor tinha falado ao profeta Gad, vidente de David, nestes termos:
«Vai dizer a David: 'Eis o que diz o Senhor. Dou-te a escolher entre três coisas; escolhe uma das três e a executarei.'»
Gad foi ter com David e referiu-lhe estas palavras, dizendo: «Que preferes: sete anos de fome sobre a Terra, três meses a fugir diante dos inimigos que te perseguem ou três dias de peste no teu país? Reflecte, pois e vê o que devo responder a quem me enviou.»
David respondeu a Gad: «Vejo-me em grande angústia. É melhor cair nas mãos do Senhor cuja misericórdia é grande do que cair nas mãos dos homens!»
O Senhor enviou a peste a Israel, desde a manhã daquele dia até ao prazo marcado. Morreram setenta mil homens do povo, de Dan a Bercheba.
O anjo estendeu a mão contra Jerusalém para a destruir. Mas o Senhor arrependeu-se desse mal e disse ao anjo que exterminava o povo: «Basta, retira a tua mão.» O anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
Vendo o anjo que feria o povo, David disse ao Senhor: «Fui eu que pequei, eu é que tenho culpa! Mas estes, que são inocentes, que fizeram? Peço que descarregues a tua mão sobre mim e sobre a minha família!»

Livro de Salmos 32(31),1-2.5.6.7.

Feliz aquele a quem é perdoada a culpa
e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade
e em cujo espírito não há engano.-
Confessei-te o meu pecado
e não escondi a minha culpa.
Disse: "Confessarei ao Senhor a minha falta"
e Tu me perdoaste a culpa do pecado.-
Por isso, todo o fiel te invoca
no tempo da angústia.
E mesmo que transbordem águas caudalosas,
jamais o hão-de atingir.-
Tu és o meu refúgio: livras-me da angústia
e me envolves em cânticos de libertação.
Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.

Naquele tempo, Jesus Cristo dirigiu-Se à sua terra e os discípulos seguiam-no. Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos?
Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso.
Jesus Cristo disse-lhes: «
Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa

E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos.
Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus Cristo percorria as aldeias vizinhas a ensinar.
São Josemaría Escrivá de Balaguer
(1902-1975), presbítero, fundador Homilia «Na Oficina de José», de «Jesus Cristo que passa», §§ 55-56

«Não é Ele o carpinteiro?»

José amou Jesus Cristo como um pai ama o seu filho, tratou-O dando-Lhe tudo que de melhor tinha. José, cuidando daquele Menino como lhe tinha sido ordenado, fez de Jesus Cristo um artesão: transmitiu-Lhe o seu ofício (como era estabelecido naquela época para não haver mistura de classes; contudo, Jesus Cristo tinha estudado na sinagoga). Por isso, os vizinhos de Nazaré falavam de Jesus Cristo chamando-lhe indistintamente «carpinteiro» e «filho do carpinteiro» (Mt 13,55). […]

Por isso, Jesus Cristo devia parecer-se com José no modo de trabalhar, nos traços do Seu carácter, na maneira de falar. No realismo de Jesus Cristo, no Seu espírito de observação, no Seu modo de se sentar à mesa e de partir o pão, no Seu gosto por falar dum modo concreto tomando como exemplo as coisas da vida corrente, reflecte-se o que foi a infância e a juventude de Jesus Cristo e, portanto a Sua convivência com José. Não é possível desconhecer a sublimidade do mistério. Esse Jesus que é homem, que fala com o sotaque de uma determinada região de Israel, que Se parece com um artesão chamado José, é o Filho de Deus. E quem pode ensinar alguma coisa a Deus? Mas é realmente homem e vive normalmente: primeiro como menino; depois como rapaz que ajuda na oficina de José; finalmente, como homem maduro na plenitude da idade. «Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens» (Lc 2,52).

José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus Cristo; conviveu com Ele diariamente com carinho delicado e cuidou d'Ele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca no qual culmina a fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior?

Quinta-feira, dia 02 de Fevereiro de 2012

Apresentação do Senhor, festa.



Assim fala o Senhor: «Vou enviar o meu mensageiro a fim de que ele prepare o caminho à minha frente. E imediatamente entrará no seu santuário o Senhor que vós procurais e o mensageiro da aliança que vós desejais. Ei-lo que chega! – diz o Senhor do universo.
Quem suportará o dia da sua chegada? Quem poderá resistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor e como a barrela das lavadeiras.
Ele sentar-se-á como fundidor e purificador. Purificará os filhos de Levi e os refinará como se refinam o ouro e a prata e assim eles serão para o Senhor os que apresentam a oferta legítima.
Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Livro de Salmos 24(23),7.8.9.10.

Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos,
que vai entrar o rei glorioso.
Quem é esse rei glorioso?
É o Senhor, poderoso herói,
o Senhor, herói na batalha.-
Ó portas, levantai os vossos umbrais!
Alteai-vos, pórticos eternos,
que vai entrar o rei glorioso.
Quem é Ele, esse rei glorioso?
É o Senhor do universo!
É Ele o rei glorioso.

Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40.

Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus Cristo a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor,
conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor»
e para oferecerem em sacrifício como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas.
Ora vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele.
Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor.
Impelido pelo Espírito, veio ao templo quando os pais trouxeram o menino Jesus a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito.
Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo:
«Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo
porque meus olhos viram a Salvação
que ofereceste a todos os povos,
Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.»
Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição;
uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»
Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela,
ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações.
Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria e a graça de Deus estava com Ele.

Adam de Perseigne (? -1221), abade cisterciense Sermão 4 para a Purificação

«Eis o vosso Deus, que vem para vos vingar. [...] Então se abrirão os olhos do cego» (Is 35,4-5; antífona de abertura)

O Pai das luzes convida os filhos da luz (cf Lc 16,18) a celebrar esta festa de luz: «Aqueles que O contemplam ficam radiantes, não ficarão de semblante abatido», diz o Salmo (34,6). Com efeito, «Aquele que habita numa luz inacessível» (1Tm 6,16) decidiu tornar-Se acessível; Ele abaixou-Se na nuvem da carne para que o fraco e o pequeno possam subir até Ele. Que descida misericordiosa! «Inclinou os céus», isto é, os cumes da divindade e «desceu», tornando-Se presente na carne, «com densas nuvens debaixo dos Seus pés» (Sl 18,10). […]

Obscuridade necessária para nos dar a luz! A luz verdadeira escondeu-Se na nuvem da carne, (cf Ex 13,21) nuvem obscura pela sua semelhança com a nossa «carne, idêntica à do pecado» (Rm 8,3). [...] Uma vez que a luz verdadeira fez da carne Seu esconderijo, nós que somos seres de carne, aproximemo-nos do Verbo feito carne [...] para aprendermos a passar, pouco a pouco, da carne ao espírito. Aproximemo-nos agora, pois hoje um novo sol brilha mais do que o habitual. Até então tinha estado fechado em Belém na estreiteza de um berço e muito pouca gente O tinha conhecido; mas hoje, em Jerusalém, Ele apresenta-Se a um grande número, no Templo do Senhor. [...] Hoje o Sol eleva-Se para irradiar sobre o mundo inteiro. [...]
Se ao menos a minha alma pudesse arder com o desejo que inflamava Simeão para que eu merecesse ser portador de uma tão grande luz! Mas, se a alma não for primeiro purificada dos seus pecados, não poderá ir ao encontro de Jesus Cristo «sobre as nuvens», da verdadeira liberdade (1Ts 4,17). [...] Só então poderá alegrar-se com Simeão na luz verdadeira e, como ele, partir em paz.

Sexta-feira, dia 03 de Fevereiro de 2012

Sexta-feira da 4ª semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. Brás, bispo e mártir, +316, S. Oscar (Ansgário), bispo, +865 Livro de Eclesiástico 47,2-13.

Assim como a gordura da vítima se separa da carne assim David foi separado dentre os filhos de Israel.
Brincou com os leões como se fossem cabritos e tratou os ursos como cordeirinhos.
Não foi ele quem, na sua mocidade, matou o gigante e tirou o opróbrio do seu povo, levantando a mão com a pedra da sua funda e abatendo a arrogância de Golias?
Invocou na realidade o Senhor Altíssimo, o qual deu à sua dextra força para derrubar o temível guerreiro e assim exaltar o poder do seu povo.
Também foi celebrado por causa da morte dos dez mil homens; tornou-se ilustre com as bênçãos do Senhor e foi-lhe oferecida uma coroa de glória.
Porque desbaratou os inimigos de todas as partes e exterminou os filisteus, seus adversários, destruindo até ao dia de hoje, o seu poder.
Em todas as suas obras, agradeceu ao Santo, ao Altíssimo, com palavras de louvor. Com todo o seu coração cantou hinos e amou aquele que o tinha criado.
Estabeleceu cantores diante do altar entoando com as suas vozes doces melodias, dia a dia louvando-o com os seus cantos.
Deu esplendor às festividades, brilho perfeito aos dias solenes para que louvassem o santo nome do Senhor e fizessem ressoar o santuário desde a aurora.
O Senhor perdoou-lhe os seus pecados, engrandeceu o seu poder para sempre e assegurou-lhe, por sua aliança, a realeza e um trono de glória em Israel.
Depois sucedeu-lhe seu filho, cheio de sabedoria; por amor dele, teve um vasto e pacífico reino.
Salomão reinou em dias de paz. Deus circundou-o de tranquilidade para que levantasse um templo ao seu nome e lhe preparasse um santuário eterno.
Livro de Salmos 18(17),31.47.50.51.

Os caminhos de Deus são perfeitos;
a palavra do Senhor é provada no fogo.
Deus é um escudo protector
para todos os que n'Ele confiam.-
Viva o Senhor! Bendito seja o meu protector;
Glorificado seja o Deus que é a minha salvação
que me libertou da ira dos meus inimigos
e me salvou dos homens violentos.-
Por isso, eu te louvarei, Senhor, entre os povos
e cantarei hinos ao teu nome.
Deus dá grandes vitórias ao seu rei
e usa de bondade para com o seu ungido.
Evangelho segundo S. Marcos 6,14-29.

Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de Jesus Cristo, pois o seu nome se tornara célebre e dizia-se: «Este é João Baptista que ressuscitou de entre os mortos e, por isso, manifesta-se nele o poder de fazer milagres»;
outros diziam: «É Elias»; outros afirmavam: «É um profeta como um dos outros profetas.»
Mas Herodes, ouvindo isto, dizia: «É João, a quem eu degolei que ressuscitou.»
Na verdade, tinha sido Herodes quem mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara.
Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.»
Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia
porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado.
Mas chegou o dia oportuno quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia.
Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.»
E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires nem que seja metade do meu reino.»
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.»
Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.»
O rei ficou desolado; mas por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar.
Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão;
depois trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem que a deu à mãe.
Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.

São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir Exortação ao martírio, 13

João Baptista, mártir da verdade

«Tenho como coisa certa que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a glória que há-de revelar-se em nós» (Rom 8,18). Por conseguinte, quem não há-de trabalhar de todas as formas possíveis para obter tal glória, para se tornar amigo de Deus, para se regozijar na companhia de Jesus Cristo e receber a recompensa divina depois dos tormentos e dos suplícios desta Terra?

Para os soldados deste mundo, é glorioso entrar triunfalmente na sua pátria depois de terem vencido o inimigo. Não será glória bem maior retornar triunfalmente, depois de ter vencido o demónio, ao paraíso de onde Adão tinha sido expulso por causa do seu pecado? Trazer o troféu da vitória depois de ter abatido quem o tinha enganado? Oferecer a Deus como espólio magnífico uma fé intacta, uma coragem espiritual sem falhas, uma dedicação digna de elogios? Tornar-se co-herdeiro de Jesus Cristo, ser igualizado aos anjos, desfrutar com alegria do reino celeste com os patriarcas, os apóstolos, os profetas? Que perseguição pode vencer tais pensamentos que nos podem ajudar a superar os suplícios? [...]

A Terra aprisiona-nos com as suas perseguições, mas o céu permanece aberto. [...] Que honra e que segurança sair deste mundo com alegria, sair dele em glória, transpondo provas e sofrimentos! Fechar por um instante os olhos que vêem os homens e o mundo para os reabrir logo a seguir para verem Deus e Jesus Cristo! [...] Se a perseguição assalta um soldado assim preparado, não poderá vencer a sua coragem. Mesmo que sejamos chamados ao céu antes da luta, a fé que assim se preparou não ficará sem recompensa. [...] Na perseguição Deus coroa os seus soldados; na paz, coroa a boa consciência.

Sábado, dia 04 de Fevereiro de 2012

Sábado da 4a semana do Tempo Comum


Santo do dia : S. João de Brito, presbítero e mártir, +1693 Livro de 1º Reis 3,4-13.

Naqueles dias, o rei Salomão foi oferecer sacrifícios a Gabaon porque era o principal dos altos lugares sagrados; Salomão ofereceu mil holocaustos sobre aquele altar.
Em Gabaon, durante a noite, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão e disse-lhe: «Pede-Me o que quiseres».
Salomão respondeu: «Vós manifestastes grande benevolência para com o vosso servo David, meu pai, porque ele andou na vossa presença com fidelidade, justiça e rectidão de coração. Mantivestes com ele tão grande benevolência que lhe destes um filho para suceder no seu trono como acontece neste dia.
Senhor, meu Deus, Vós fizestes reinar o vosso servo em lugar do meu pai David e eu sou muito novo e não sei como proceder.
Este vosso servo está no meio do povo escolhido, um povo imenso, inumerável que não se pode contar nem calcular.
Dai, portanto, ao vosso servo um coração inteligente para saber distinguir o bem do mal; pois quem poderia governar este vosso povo tão numeroso?».
Agradou ao Senhor esta súplica de Salomão
e disse-lhe:«Porque foi este o teu pedido e já que não pediste longa vida, nem riqueza, nem a morte dos teus inimigos, mas sabedoria para praticar a justiça,
vou satisfazer o teu desejo. Dou-te um coração sábio e esclarecido como nunca houve antes de ti nem haverá depois de ti.
Dar-te-ei também o que não pediste: dou-te riqueza e glória de modo que, durante a tua vida, não haverá entre os reis ninguém como tu».

Livro de Salmos 119(118),9.10.11.12.13.14.

Como poderá um jovem manter puro o seu caminho?
Só guardando as tuas palavras.
Eu procuro-te com todo o coração;
não deixes que me afaste dos teus mandamentos.-
Guardo no meu coração as tuas promessas
para não pecar contra ti.
Bendito sejas, Senhor!
Ensina-me as tuas leis.-
Anuncio com os meus lábios
todos os decretos da tua boca.
Alegro-me mais em seguir as tuas ordens
do que em possuir qualquer riqueza.
Evangelho segundo S. Marcos 6,30-34.

Naquele tempo, os Apóstolos reuniram-se a Jesus Cristo e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Disse-lhes então: «Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto e descansai um pouco.» porque eram tantos os que iam e vinham que nem tinham tempo para comer.
Foram, pois no barco para um lugar isolado sem mais ninguém.
Ao vê-los afastar, muitos perceberam para onde iam e de todas as cidades acorreram a pé àquele lugar e chegaram primeiro do que eles.
Ao desembarcar, Jesus Cristo viu uma grande multidão e teve compaixão deles porque eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensinar-lhes muitas coisas.

Isaac, o Sírio (século VII), monge perto de Mossul, santo das Igrejas ortodoxas Discursos ascéticos, 1ª série, nº 60

«Encheu-Se de piedade para com eles»

Não chames a Deus simplesmente justo porque não é em relação ao que tu fazes que Ele revela a Sua justiça. Se David Lhe chama justo e recto (cf. Sl 32,5), o Seu Filho revelou-nos que Ele é sobretudo bom e manso: «é bom até para os ingratos e os maus.» (Lc 6,35). [...] Onde está a justiça de Deus? Não será em que «quando ainda éramos pecadores é que Jesus Cristo morreu por nós»? (Rm 5,8) E se Deus Se mostra compassivo aqui na Terra, acreditemos que Ele o é desde toda a eternidade.

Longe de nós esse pensamento injusto de que Deus não Se compadece. O próprio ser de Deus não muda como mudam os seres que morrem [...]; nada falta nem nada se acrescenta ao que Ele tem como acontece às criaturas. Mas esta compaixão que Deus tem desde o início, tê-la-á sempre para a eternidade. [...] Como disse o bem-aventurado Cirilo no seu comentário do Génesis, venera a Deus por amor e não por causa desse duro nome de justiça que Lhe impuseram. Ama-O como Ele deve ser amado: não pela recompensa que Ele te dará, mas pelo que recebemos por este mundo que Ele criou para nos oferecer. Quem poderá dar-Lhe seja o que for em retribuição pelo que Ele fez por nós? Entre as nossas obras que Lhe poderíamos oferecer? No início, quem O persuadiu a criar-nos? E quem Lhe reza por nós quando não O reconhecemos? Que admirável é a compaixão de Deus! Que maravilha é a graça de Deus, nosso criador! [...] Quem poderá dizer a Sua glória?

Domingo, dia 05 de Fevereiro de 2012

5º Domingo do Tempo Comum - Ano B



Job tomou a palavra, dizendo: «A vida do homem sobre a Terra não é ela uma luta? Não são os seus dias como os de um assalariado?
Como um escravo suspira pela sombra e o jornaleiro espera o seu salário
assim eu tive por quinhão meses de sofrimento e couberam-me em sorte noites cheias de dor.
Se me deito, digo: ‘Quando chegará o dia?’ Se me levanto: ‘Quando virá a tarde?’ E encho-me de angústia até chegar a noite.
Os meus dias passam mais rápido que a lançadeira e desaparecem sem deixar esperança.
Lembra-te de que a minha vida é um sopro e os meus olhos não voltarão a ver a felicidade.
Livro de Salmos 147(146),1-2.3-4.5-6.

Louvai o Senhor porque é bom cantar!
É agradável e é justo louvar o nosso Deus.
O Senhor restaura Jerusalém
e reúne os dispersos de Israel.-
Ele cura os de coração atribulado
e trata-lhes as feridas!
Ele fixa o número das estrelas
e chama a cada uma pelo seu nome.-
Grande e poderoso é o nosso Deus;
a sua sabedoria não tem limites.
O Senhor ampara os humildes,
mas abate os malfeitores até ao chão.
1ª Carta aos Coríntios 9,16-19.22-23.

Irmãos: Anunciar o Evangelho não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!
Se o fizesse por iniciativa própria, mereceria recompensa; mas não sendo de maneira espontânea, é um encargo que me está confiado.
Qual é, portanto a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.
De facto, embora livre em relação a todos, fiz-me servo de todos para ganhar o maior número.
Fiz-me fraco com os fracos para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos para salvar alguns a qualquer custo.
E tudo faço por causa do Evangelho para dele me tornar participante.
Evangelho segundo S. Marcos 1,29-39.

Naquele tempo, Jesus Cristo saíu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre e logo lhe falaram dela.
Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos e a cidade inteira estava reunida junto à porta.
Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios porque sabiam quem Ele era.
De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração.
Simão e os que estavam com Ele, seguiram-no.
E tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.»
E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios.

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 15, para a véspera dos Ramos

«Jesus Cristo foi para um lugar solitário e ali Se pôs em oração»

Quando o Filho de Deus «levantando os olhos ao céu disse: 'Pai, glorifica o Teu Filho'» (Jo 17,1) ensinou-nos através desta acção que devemos levantar bem alto todos os nossos sentidos, as nossas mãos, as nossas faculdades, a nossa alma e rezar n'Ele, com Ele e por Ele. Eis a obra melhor e mais santa que o Filho de Deus realizou na Terra: adorar Seu bem amado Pai. Mas isto ultrapassa em muito qualquer raciocínio e não conseguimos de maneira nenhuma alcançá-lo e compreendê-lo se não for no Espírito Santo. Santo Agostinho e Santo Anselmo dizem-nos que a oração é «uma elevação da alma para Deus». […]

Eu digo-te apenas isto: liberta-te de ti mesmo e de todas as coisas criadas e eleva plenamente a tua alma para Deus, acima de todas as criaturas, no abismo profundo. Mergulha o teu espírito no espírito de Deus com verdadeiro abandono [...] numa verdadeira união com Deus. [...] Pede a Deus tudo o que Ele quer que Lhe seja pedido, o que tu desejas e o que os homens desejam de ti. E acredita nisto: aquilo que uma pequena e insignificante moeda é, comparada com cem mil moedas de ouro, eis o que é toda a oração externa, comparada com esta oração que é uma verdadeira união com Deus, com esta fusão do espírito criado no espírito incriado de Deus. […]

Se te pediram uma oração, é bom que a faças de maneira exterior, como te pediram e como tu te comprometeste a fazer. Mas ao fazê-lo, leva a tua alma para as alturas e para o deserto interior, conduz para aí todo o teu rebanho como Moisés (Ex 3,1). [...] «Os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade» (Jo 4,23). É nesta oração interior que se completam todas as práticas, todas as fórmulas e todos os tipos de oração que, desde Adão até agora, foram oferecidos e que serão oferecidos até ao último dia. Tudo isto é levado à sua perfeição num instante, neste recolhimento verdadeiro e essencial.
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