"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida
eterna". João 6, 68
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Domingo,
dia 08 de Abril de 2018
2.º
Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia)
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma
só alma; ninguém considerava seu o que lhe pertencia, mas tudo entre eles era
comum.
Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus Cristo com
grande poder e gozavam todos de muita simpatia.
Não havia entre eles qualquer necessitado porque todos os que possuíam terras
ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas
que depunham aos pés dos Apóstolos e distribuía-se então a cada um conforme a
sua necessidade.
Livro de Salmos 118(117),2-4.16ab-18.22-24.
Diga a casa de Israel:
é eterna a sua misericórdia.
Diga a casa de Aarão:
é eterna a sua misericórdia.
Digam os que adoram o Senhor:
é eterna a sua misericórdia.
A mão do Senhor fez prodígios,
a mão do Senhor foi magnífica.
Não morrerei, mas hei-de viver
para anunciar as obras do Senhor.
Com dureza me castigou o Senhor,
mas não me deixou morrer.
A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se pedra angular.
Tudo isto veio do Senhor:
é admirável aos nossos olhos.
Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria.
1.ª Carta de São João 5,1-6.
Caríssimos: Quem acredita
que Jesus é o Messias, nasceu de Deus
e quem ama Aquele que gerou ama também Aquele que nasceu d’Ele.
Nós sabemos que amamos os filhos de
Deus quando amamos a Deus e
cumprimos os seus mandamentos
porque o amor a Deus consiste em guardar os seus mandamentos. E os seus
mandamentos não são pesados
porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. Esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé.
Quem é o vencedor do mundo senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de
Deus?
Este é O que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo; não só com a água,
mas com a água e o sangue. É o Espírito que dá testemunho porque o Espírito é
a verdade.
Evangelho segundo São João 20,19-31.
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as
portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio
Jesus Cristo, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja
convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de
alegria ao verem o Senhor.
Jesus Cristo disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me
enviou, também Eu vos envio a vós».
Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo:
àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados e àqueles a quem
os retiverdes ser-lhes-ão retidos».
Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus
Cristo.
Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes:
«Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar
dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». (incrédulos são os das
trevas; portanto Tomé era um recém-convertido ainda com muitas dúvidas)
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles.
Veio Jesus Cristo, (o Filho), estando as portas fechadas, apresentou-Se no
meio deles e disse: «A paz esteja
convosco».
Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua
mão e mete-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crente».
Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». (Ainda não tinha percebido que
era o Filho e não Deus. Ainda era grande a sua ignorância, mas veio ao
encontro de Jesus Cristo e a sua fé cresceu. Isso é que era importante!
Passados uns anos, foi primeiro evangelizador nas terras da Índia e o fruto
desse seu trabalho ainda existe)
Disse-lhe Jesus Cristo: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que
acreditam sem terem visto». (porque já estão com Deus e com fé)
Muitos outros milagres fez Jesus Cristo na presença dos seus discípulos que
não estão escritos neste livro.
Estes, porém foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho (de Deus) e para que, acreditando, tenhais a Vida em seu nome.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo
de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 258
«E Deus disse: "Faça-se a luz"» (Gn 1,3)
«Este é o dia
que o Senhor fez» (Sl 117,24). Lembrai-vos do estado em que se encontrava o
mundo no princípio: «As trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus movia-Se
sobre a superfície das águas. Deus disse: "Faça-se a luz". E a luz
foi feita. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou
dia à luz e às trevas noite» (Gn 1,2s) [...] «Este é o dia que o Senhor fez».
É o dia de que fala o apóstolo Paulo: «Outrora éreis trevas, mas agora sois
luz no Senhor» (Ef 5,8). [...]
Tomé era um dos discípulos, um homem da multidão, por assim dizer. Os seus
irmãos disseram-lhe: «Vimos o Senhor». E ele: «Se eu não tocar, se não meter
o meu dedo no seu lado, não acreditarei». Os evangelistas trazem-te a
novidade e tu não acreditas? O mundo acreditou e um discípulo não acreditou?
[...] Ainda não tinha chegado esse dia que o Senhor fez; as trevas estavam
ainda sobre o abismo, nas profundezas do coração humano que estava mergulhado
na noite. Que venha, pois Esse que é o sinal do dia, que Ele venha e que diga
com paciência, com doçura, sem cólera, Ele que cura: «Vem. Vem, toca aqui e
acredita. Tu declaraste: "Se não tocar, se não meter o meu dedo, não
acreditarei". Pois vem e toca, mete o teu dedo e não sejas incrédulo,
mas crente. Eu conhecia as tuas feridas, por isso guardei a minha cicatriz
para que pudesses vê-la». (Jesus Cristo estava consciente quando passou por
todo aquele calvário e assim tudo o que fazia parte de Si passou pelo mesmo,
incluindo a crucifixão.)
Aproximando a sua mão, o discípulo pôde completar a sua fé. Qual é, com
efeito, a plenitude da fé? É acreditar que Jesus Cristo não é somente homem,
não é somente o Filho de Deus, mas é homem e Filho de Deus. [...] Assim o
discípulo ao qual o Salvador deu a tocar os membros do seu corpo e as suas
cicatrizes exclamou: «Meu Senhor e meu Deus!» Ele tocou o homem e reconheceu
Deus. Tocou a carne e voltou-se para a Palavra porque «a Palavra fez-Se carne
e habitou entre nós» (Jo 1,14). A Palavra suportou que a sua carne fosse
suspensa na cruz [...]; a Palavra suportou que a sua carne fosse colocada no
túmulo. A Palavra ressuscitou na sua carne, mostrou-a aos olhos dos seus
discípulos, prestou-Se a ser tocada pelas suas mãos. Eles tocaram-na e
exclamaram: «Meu Senhor e meu Deus!»
Este é o Dia que o Senhor fez.
Segunda-feira,
dia 09 de Abril de 2018
Anunciação do
senhor, solenidade
Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem:
«Pede um sinal ao Senhor teu Deus quer nas profundezas do abismo quer lá em
cima nas alturas».
Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova».
Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a
molestar os homens, para quererdes também molestar o meu Deus?
Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à
luz um filho e o seu nome será Emanuel»
porque Deus está connosco».
Livro de Salmos 40(39),7-8a.8b-9.10.11.
Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».
«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».
Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa bondade e fidelidade».
Carta aos Hebreus 10,4-10.
Irmãos: É impossível que o sangue de touros e cabritos perdoe
os pecados.
Por isso, ao entrar no mundo, Jesus Cristo disse: «Não quiseste sacrifícios
nem oblações, mas formaste-Me um corpo.
Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado.
Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito:
Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’».
Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram
holocaustos nem imolações pelo pecado». E, no entanto, eles são oferecidos
segundo a Lei.
Depois acrescenta: «Eis-Me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade». Assim aboliu
o primeiro culto para estabelecer o segundo.
É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo
de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.
Evangelho segundo São Lucas 1,26-38.
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade
da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José que era descendente de
David. O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor
está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria
aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de
Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho
do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do
Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será
chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o
sexto mês daquela a quem chamavam estéril
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua
palavra».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), Papa
«Mulieris dignitatem» (trad. copyright © Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu
Filho, nascido de uma mulher» (Gal 4,4)
[Em resposta
às] aspirações do espírito humano em busca de Deus [...], a «plenitude do
tempo» põe em relevo a resposta do próprio Deus. [...] O envio de seu
Filho, consubstancial ao Pai, como homem «nascido de uma mulher» (Gal 4,4)
constitui a etapa culminante e definitiva da revelação que Deus faz de Si mesmo
à humanidade. [...] A mulher encontra-se no coração deste acontecimento
salvífico. Na sua essência, a revelação que Deus faz de Si mesmo, a saber,
a unidade insondável da Trindade, está contida na anunciação de Nazaré:
«"Conceberás e darás à luz um Filho,
a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo."
"Como será isto, se eu não conheço homem?" "O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com
a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. [...] Porque a Deus nada é impossível."»
É fácil compreender este acontecimento na perspectiva da história de
Israel, o povo eleito, de quem Maria é filha, mas é também fácil
compreendê-lo na perspectiva de todos os caminhos por onde a humanidade
procura desde sempre uma resposta às questões fundamentais e, ao mesmo
tempo, definitivas, que mais a obcecam. Pois não é certo que, na anunciação
de Nazaré, se encontra o início da resposta definitiva pela qual o próprio
Deus vai ao encontro das inquietações do coração humano? Não se trata aqui
apenas de palavras de Deus reveladas pelos profetas; no momento desta
resposta, o Verbo faz-Se realmente carne (Jo 1,14). Maria atinge uma tal
união com Deus que ultrapassa todas as expectativas do espírito humano.
Ultrapassa mesmo as expectativas de todo o Israel e, em particular, das
filhas desse povo eleito que, em virtude da promessa, podiam esperar que
uma deles se tornasse um dia a mãe
do Messias. Contudo, qual delas poderia supor que o Messias prometido seria
o «Filho do Altíssimo»? A partir da fé monoteísta do tempo do Antigo
Testamento, tal coisa era dificilmente imaginável. Só pela força do
Espírito Santo que «veio sobre ela» pôde Maria aceitar o que «é impossível
aos homens, mas possível a Deus» (Mc 10,27).
Terça-feira,
dia 10 de Abril de 2018
Terça-feira da 2.ª
semana da Páscoa
Santo do dia : Santa
Madalena de Canossa, virgem, fundadora, +1835, Santo
António Neyrot, mártir, +1460, Ezequiel,
profeta, Beato
Bonifácio Zukowski, presbítero, mártir, 1942
Livro dos Actos dos Apóstolos 4,32-37.
A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e
uma só alma; ninguém considerava seu o que lhe pertencia, mas tudo entre
eles era comum.
Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus Cristo com
grande poder e gozavam todos de muita simpatia.
Não havia entre eles qualquer necessitado porque todos os que possuíam
terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas
que depunham aos pés dos Apóstolos e distribuía-se então a cada um
conforme a sua necessidade.
José, um levita natural de Chipre, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé
—que quer dizer «Filho da Consolação»
possuía um campo. Vendeu-o e trouxe o dinheiro que depositou aos pés dos
Apóstolos.
Livro de Salmos 93(92),1ab.1c-2.5.
O Senhor é rei, revestiu-Se de majestade,
revestiu-Se e cingiu-Se de poder.
Firmou o universo que não vacilará.
É firme o vosso trono desde sempre,
Vós existis desde toda a eternidade.
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé,
a santidade habita na vossa casa
para todo o sempre.
Evangelho segundo São João 3,7b-15.
Naquele tempo, disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Não te
admires por Eu te haver dito que todos
devem nascer de novo. (das trevas para o dia pelo Baptismo)
O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai.
Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito».
Nicodemos perguntou: «Como pode ser isso?»
Jesus Cristo respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas
coisas?
Em verdade, em verdade te digo: Nós falamos do que sabemos e damos
testemunho do que vimos, mas vós não aceitais no nosso testemunho.
Se vos disse coisas da Terra e não acreditais, como haveis de acreditar,
se vos disser coisas do Céu?
Ninguém subiu ao Céu, senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem. Assim como Moisés
elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado
para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Teresa Benedita da Cruz
(Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, copadroeira da Europa
«Pentecostes» 1942
«Não sabes donde vem nem para onde vai»
Quem és Tu,
suave luz que me sacias
e que iluminas as trevas do meu coração?
Guias-me como a mão de uma mãe
e, se me soltasses,
não poderia dar nem mais um passo.
És o espaço
que envolve o meu ser e me protege.
Longe de Ti, naufragaria no abismo do nada
de onde me tiraste para me criar para a luz.
Tu, mais próximo de mim
que eu própria,
mais íntimo que as profundezas da minha alma
e, contudo, incompreensível e inefável
para além de todo o nome,
Espírito Santo, Amor Eterno!
Não és Tu o doce maná
que do coração do Filho
transborda para o meu,
o alimento dos anjos e dos bem-aventurados?
Aquele que Se elevou da morte à vida
também me despertou do sono da morte para uma vida nova.
E, dia após dia,
continua a dar-me uma nova vida,
cuja plenitude me inundará um dia por completo,
vida procedente da tua vida, sim, Tu mesmo,
Espírito Santo, Vida Eterna!
Quarta-feira,
dia 11 de Abril de 2018
Quarta-feira da
2.ª semana da Páscoa
Santo do dia : Santa
Gema Galgani, virgem, +1903, Santo
Estanislau, bispo, mártir, +1097, Beata
Elena Guerra, virgem, +1914
Livro dos Actos dos Apóstolos 5,17-26.
Naqueles dias, o
sumo sacerdote e todo o seu grupo, isto é, o partido dos saduceus,
enfurecidos contra os Apóstolos,
mandaram-nos prender e meteram-nos na cadeia pública.
Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão,
levou-os para fora e disse-lhes:
«Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas palavras
de Vida».
Tendo ouvido isto, eles entraram no templo de madrugada e começaram a
ensinar. Entretanto, chegou o sumo sacerdote com o seu grupo.
Convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos israelitas e mandaram buscar
os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram para
avisar:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os
guardas de sentinela à porta. Abrimo-la, mas não encontrámos
ninguém lá dentro».
Ao ouvirem estas palavras, o comandante do templo e os príncipes dos
sacerdotes ficaram muito perplexos, perguntando entre si o que se tinha
passado com os presos.
Entretanto, veio alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na
cadeia estão no templo a ensinar o povo».
Então o comandante do templo foi lá com os guardas e trouxe os
Apóstolos, mas sem violência porque tinham receio de serem apedrejados
pelo povo.
Livro de Salmos 34(33),2-3.4-5.6-7.8-9.
A toda a hora
bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
A minha alma gloria-se no Senhor:
escutem e alegrem-se os humildes.
Enaltecei comigo o Senhor
e exaltemos juntos o seu nome.
Procurei o Senhor e Ele atendeu-me,
libertou-me de toda a ansiedade.
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.
Este pobre clamou e o Senhor o ouviu,
salvou-o de todas as angústias.
O Anjo do Senhor protege os que O adoram
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
Evangelho segundo São João 3,16-21.
Naquele tempo,
disse Jesus Cristo a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o
seu Filho Unigénito, para
que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas
para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n'Ele não é condenado, mas quem não acredita n’Ele já
está condenado porque não
acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».
E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram
mais as trevas do que a luz porque eram más as suas obras. (=
eram das trevas)
Todo aquele que pratica más acções
odeia a luz e não se aproxima dela para que as suas obras não sejam
denunciadas.
Mas quem pratica a verdade
aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são
feitas em Deus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Tiago de Sarug (c. 449-521),
monge e bispo sírio
Hexámeron: Homilias para o primeiro e o segundo dias
«Deus separou a luz das trevas» (Gn 1,4)
Enquanto
os anjos, assombrados, nada ousavam perguntar, ecoou a ordem divina:
«Faça-se a Luz!» (Gn 1,3) e a luz rompeu as trevas. [...] Era domingo, o primeiro dos dias,
o primogénito entre os seus irmãos, o dia portador de mistérios e
símbolos. Deus criara dois gémeos que em nada se pareciam: a noite escura e o dia claro. A noite era a irmã
mais velha, mas o dia apanhou-a e ocupou o seu lugar.
Este primeiro dia, este fundamento da criação, não se esvaiu hora a
hora; a luz não nasceu a Oriente para se pôr a Ocidente. Ela não sofreu
qualquer alteração; apenas existiu, segundo está escrito: «E fez-se a
luz». Nasceu assim um dia, formado de luz e trevas. A noite e a manhã
sucederam-se. [...] Então Deus afastou o primeiro dia e chamou o
segundo e posicionou as tardes e as manhãs nos seus gonzos para que o
grande pórtico que todos os dias se abre e fecha começasse a girar.
Quinta-feira, dia 12 de Abril de 2018
Quinta-feira
da 2.ª semana da Páscoa
Naqueles dias, o
comandante do templo e os guardas trouxeram os Apóstolos e
fizeram-nos comparecer diante do Sinédrio. O sumo sacerdote
interpelou-os, dizendo:
«Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus e vós
encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre
nós o sangue desse homem».
Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve-se obedecer antes a Deus que
aos homens.
O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte,
suspendendo-O no madeiro.
Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de
conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados.
E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que
Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem».
Exasperados com esta resposta, decidiram dar-lhes a morte.
Livro de Salmos 34(33),2.9.17-18.19-20.
A toda a hora
bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia.
A presença do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,
para apagar da Terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,
livrou-os de todas as angústias.
O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado
e salva os de ânimo abatido.
Muitas são as tribulações do justo,
mas de todas elas o livra o Senhor.
Evangelho segundo São João 3,31-36.
«Aquele que vem do
alto está acima de todos; quem é da terra, à terra pertence e da
terra fala.
Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém
recebe o seu testemunho.
Quem recebe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro.
De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus porque Deus dá
o Espírito sem medida.
O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos.
Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar
no Filho não verá a Vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Vicente de Paulo
(1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas
Exercício espiritual de 19/01/1642
«Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque
Deus dá o Espírito sem medida»
Deus
dá-nos as suas graças
conforme as nossas necessidades. Deus é uma fonte à qual todos vão
buscar água segundo as suas necessidades. Assim como uma pessoa que
precisa de seis baldes traz seis; outra que precisa de três traz
três; um pássaro que apenas precisa de um golo é isso que toma; ou um
peregrino que sacia a sede com uma mão cheia de água, o mesmo se
passa connosco em relação a Deus.
Devemos sentir uma profunda emoção quando nos fidelizamos à leitura
de um capítulo do Novo Testamento e produzimos os correspondentes actos:
adorar a palavra de Deus e a sua verdade; penetrar nos sentimentos
com os quais Nosso Senhor Jesus Cristo a pronunciou e aceitar essas
verdades; decidir praticá-las. [...] Devemos sobretudo evitar ler
como se estivéssemos simplesmente a estudar, dizendo: «Esta passagem
vai servir-me para esta ou aquela prédica»; pelo contrário,
convém-nos ler para o nosso progresso interior.
Não desanimemos se, depois de lermos a mesma passagem várias vezes,
[...] não nos sentimos tocados por ela. Vai acontecer-nos que um dia
veremos uma pequena luz, depois outra maior e outra maior ainda quando
tivermos necessidade dela. Uma só palavra é capaz de nos
converter; basta uma.
Sexta-feira, dia 13 de Abril de 2018
Sexta-feira
da 2.ª semana da Páscoa
Naqueles dias,
levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel,
doutor da Lei venerado por todo o povo e mandou sair os Apóstolos
por uns momentos.
Depois disse: «Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a
estes homens.
Há tempos, apareceu Teúdas que dizia ser alguém e seguiram-no cerca
de quatrocentos homens. Ele foi liquidado e todos os seus
partidários foram destroçados e reduzidos a nada.
Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu,
que arrastou o povo atrás de si. Também ele pereceu e todos os seus
partidários foram dispersos.
Agora vou dar-vos um conselho: Não vos metais com estes homens:
deixai-os. Porque se esta iniciativa ou esta obra vem dos homens,
acabará por si mesma.
Mas se vem de Deus, não podereis destruí-la e correis o risco de
lutar contra Deus». Eles aceitaram o seu conselho.
Chamaram de novo os Apóstolos à sua presença e, depois de os terem
mandado açoitar, proibiram-nos falar no nome de Jesus e
soltaram-nos.
Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria por
terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus.
E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e
anunciar a boa nova de que Jesus
era o Messias.
Livro de Salmos 27(26),1.4.13-14.
O Senhor é
minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?
Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da bondade do Senhor
e visitar o seu santuário.
Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.
Evangelho segundo São João 6,1-15.
Naquele tempo,
Jesus Cristo partiu para o outro lado do mar da Galileia ou de
Tiberíades.
Seguia-O numerosa multidão por ver os milagres que Ele realizava
nos doentes.
Jesus Cristo subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus
discípulos.
Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu
encontro, Jesus Cristo disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão
para lhes dar de comer?».
Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer.
Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar
um bocadinho a cada um».
Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes.
Mas que é isso para tanta gente?».
Jesus Cristo respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva
naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco
mil.(Quantas mulheres e crianças não sabemos)
Então Jesus Cristo tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos
que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes e comeram
quanto quiseram.
Quando ficaram saciados, Jesus Cristo disse aos discípulos:
«Recolhei os bocados que sobraram para que nada se perca».
Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães
de cevada que sobraram aos que tinham comido.
Quando viram o milagre que Jesus Cristo fizera, aqueles homens
começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para
vir ao mundo».
Mas Jesus Cristo, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei,
retirou-Se novamente sozinho para o monte.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho
(354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre São João, 25, 2
«Jesus Cristo, sabendo que viriam
buscá-lo para O fazerem rei, retirou-Se novamente sozinho para o
monte»
Para
que queriam fazer dele rei? Não era rei, esse que receava vir a
sê-lo? Era, de facto. Mas não era um rei como aqueles que os homens
fazem; era um rei que dá aos homens o poder de reinar. Talvez Jesus
Cristo quisesse, também neste caso, dar-nos uma lição, Ele, cujas acções
são ensinamentos. […] Talvez virem buscá-lo significasse que
queriam adiantar o seu reinado. E Ele não tinha vindo para reinar
nesse momento. [...] Como Filho
de Deus, como Verbo de
Deus, o Verbo pelo qual tudo foi feito, Ele reina para sempre com o
Pai. Mas os profetas previram igualmente o seu reino na medida em
que Ele é o Cristo incarnado
e em que transformou em cristãos os seus fiéis. Haverá, pois um
reino dos cristãos que se forma actualmente, que se prepara, que o
sangue de Jesus Cristo comprou.
Esse reino voltará a manifestar-se, mais tarde, quando o esplendor
dos santos refulgir, após o julgamento pronunciado por Jesus Cristo.
Acerca desse reino, diz o apóstolo Paulo que Ele «entregará o reino
a Deus Pai» (1Cor 15,24). E também Ele falou disso, dizendo:
«Vinde, benditos de meu Pai, recebei em herança o reino que vos
está preparado desde a criação do mundo» (Mt 25,34). Mas os
discípulos e as multidões que acreditaram nele pensavam que Ele
tinha vindo para reinar já, naquela altura. Queriam adiantar o seu
tempo que Ele escondia em Si mesmo para o dar a conhecer e o fazer
brilhar no momento ideal, no fim dos séculos.
Sábado, dia 14 de Abril de 2018
Sábado da
2.ª semana da Páscoa
Naqueles
dias, aumentando o número dos discípulos, os helenistas começaram
a murmurar contra os hebreus porque no serviço diário não se fazia caso das suas viúvas.
Então os Doze convocaram a assembleia dos discípulos e disseram:
«Não convém que deixemos de pregar a palavra de Deus para
servirmos às mesas.
Escolhei entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação,
cheios do Espírito Santo e de sabedoria para lhes confiarmos esse
cargo.
Quanto a nós, vamos dedicar-nos totalmente à oração e ao ministério
da Palavra».
A proposta agradou a toda a assembleia e escolheram Estêvão,
homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor,
Timão, Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.
Apresentaram-nos aos Apóstolos e estes oraram e impuseram
as mãos sobre eles.
A palavra de Deus ia-se divulgando cada vez mais; o número dos
discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém e obedecia à
fé também grande número de sacerdotes.
Livro de Salmos 33(32),1-2.4-5.18-19.
Justos,
aclamai o Senhor,
os corações rectos devem louvá-l’O.
Louvai o Senhor com a cítara,
cantai-Lhe salmos ao som da harpa.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O adoram,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
Evangelho segundo São João 6,16-21.
Ao cair da
tarde, os discípulos de Jesus Cristo desceram até junto do mar,
subiram para um barco e seguiram para a outra margem, em direcção
a Cafarnaum. Já fazia escuro e Jesus Cristo ainda não tinha ido
ter com eles.
Como o vento soprava forte, o mar ia-se encrespando.
Tendo eles remado duas e meia a três milhas, viram Jesus Cristo
(o Filho) aproximar-Se do barco, caminhando sobre o mar e tiveram
medo.
Mas Jesus Cristo disse-lhes: «Sou Eu. Não temais».
Quiseram então recebê-l’O no barco, mas logo o barco chegou à
terra para onde se dirigiam.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo
(c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 50, 1.2.3; PL 52, 339-340
«Logo o barco chegou à terra para
onde se dirigiam»
Jesus
Cristo sobe para um barco: mas não foi Ele quem descobriu o leito
do mar depois de ter afastado as águas, para que o povo de Israel
passasse a pé enxuto como num vale (Ex 14,29)? Não foi Ele quem
acalmou as ondas do mar sob os pés de Pedro, de forma a que a
água fosse para os seus passos um caminho sólido e seguro (Mt
14,29)?
Ele sobe para o barco. Para atravessar o mar deste mundo até ao
fim dos tempos, Jesus Cristo sobe para o barco da sua Igreja para
a conduzir em travessia pacífica até à pátria do céu os que nele
crêem e transformar em cidadãos do reino aqueles com quem comunga
na sua humanidade. É claro que Jesus Cristo não precisa do barco,
mas o barco precisa de Jesus Cristo. De facto, sem este piloto
vindo do céu, o barco da Igreja, agitado pelas ondas, nunca
chegaria a bom porto. ©
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